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judeus (Hb 8.6; 9.21; 10.11). Um uso mais especificamente cristão ocorre em At
13.2 e Fp 2.17. No cristianismo antigo, passou a significar o serviço espiritual
prestado a Deus, cuja expressão mais nobre e elevada era o culto público.
Na igreja apostólica, como quase tudo o que se fazia naquele período inicial, o
culto era singelo e informal. O Novo Testamento quase nada diz sobre uma forma
de culto, ou seja, uma seqüência dos atos de adoração. Somente encontramos
informações sobre os elementos cúlticos: leitura do texto sagrado, cânticos,
orações, pregação, celebração da Ceia e invocação da bênção. Um dos
testemunhos mais antigos e valiosos a respeito de uma ordem de culto é
encontrado na Primeira Apologia de Justino Mártir, em meados do 2º século: “No
dia denominado dia do sol há uma reunião de todos aqueles que vivem tanto nas
cidades como no campo. Ali se dá a leitura das Memórias dos apóstolos ou das
Escrituras dos profetas, até onde o tempo permite. Terminada a leitura, o
presidente faz uso da palavra para nos admoestar e nos exortar à imitação e
prática dessas coisas admiráveis. Logo nos levantamos e oramos juntos”. Em
seguida, Justino descreve a celebração da Ceia e o recolhimento de ofertas para
pessoas carentes.
Com o passar dos séculos, a liturgia foi se tornando cada vez mais complexa e
ritualística. Foram introduzidos no culto elementos estranhos à Escritura, como
invocações e louvores a Maria e aos santos, o entendimento da Eucaristia como um
sacrifício e a adoração dos seus elementos. Todavia, os reformadores protestantes,
apesar de sua crítica das tradições religiosas sem fundamento bíblico,
reconheceram a importância da liturgia. A tradição reformada foi particularmente
enfática nesse sentido. Embora o culto zuingliano na cidade de Zurique fosse
extremamente sóbrio (“quatro paredes lisas e um sermão”), Calvino teve uma
preocupação diferente. Ele compôs para a Igreja de Genebra belíssimos “modelos
de orações” para o culto dominical, para a celebração da Ceia do Senhor e para as
devoções domésticas. Inspirados pelo exemplo de Genebra, os reformados
www.ipb.org.br/informativo/liturgia-e-mesmo-necessaria-4279 2/3
21/05/2019 LITURGIA: É MESMO NECESSÁRIA?
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