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Seminário Teológico Presbiteriano Rev Ashbel Green Simonton

Disciplina: Filosofia
Prof: Eduardo Machado
Aluno: Thiago rodrigues dos santos – 1°ano

Fichamento do capítulo VII do livro: Confissões

Referência: AGOSTINHO. Santo. Confissões. São Paulo: Paulus. 2018


Introdução:
O presente fichamento tem por finalidade expor os principais trechos do capítulo VII, do livro
‘’Confissões’’ de autoria de Santo Agostinho. O fichamento será exposto com comentários e
as respectivas citações que a embasam. Iniciarei fazendo uma breve apresentação do autor,
seu processo de conversão, questionamentos acerca da natureza do mal e por fim a leitura
dos neoplatônicos que trouxe a ele reflexões acerca de Deus.

Desenvolvimento:

O capítulo VII do livro confissões, cujo autor é Agostinho de Hipona, traz relatos de sua busca
incessante pela verdade. Tais versos contém recursos poéticos e estilísticos dignos da mente
brilhante do exímio teólogo católico. Agostinho nasceu em Tasgaste, no ano 354 e morrera
em 430 d.C.1
Agostinho relata que mesmo antes de sua conversão, uma força agia sobre sua mente, que
levara ele a conceber o criador do universo como um Deus Único e verdadeiro:
‘’esforçava-me para imaginar-te (...) como grande, o único e verdadeiro Deus, com todas as
minhas forças te considerei incorruptível e inviolável, pois ignorando a causa e o modo desta
incerteza, via claramente que estava certo’' (pg 1)
Porém, mesmo com a atuação divina sobre a consciência de Agostinho, sua mente ainda
estava em um estágio de perturbação e estigma acerca do criador e de sí:
‘’Assim, com a mente perturbada, não conseguindo ver claramente nem a mim mesmo’’ (pg
2)
Essa condição de alma que Agostinho encontrava-se o impeliu a buscar a verdade em seitas
filosóficas de sua época2, tal busca por respostas tivera raiz no conceito de mal que
flagelavam a alma do santo:
‘’(...) Tais eram as reflexões que agitavam meu pobre espírito(..)’’

1 Shelley, Bruce L. História do cristianismo-1 Ed,-Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil,2018 pg 148 e 150.

2 ‘’Agostinho passou nove anos como maniqueísta ferrenho, de 374 á 383’’ -Idem, pg 149
Essa busca por entender a coexistência entre Deus e o mal que para agostinho era
perceptível nele mesmo, levara a adotar a filosofia maniqueísta durante 9 anos, vindo a negá-
la por não considerar a escola filosófica satisfatória em corresponder as objeções que
inquietavam a sua alma:
‘’ Via realmente que estudavam o problema da origem do mal, estando eles próprios imersos
na malícia a ponto de preferirem imaginar tua substância sujeita ao mal’’ (pg 5)
Esse pesar na alma de Agostinho acerca do mal e suas implicações, viria a ser muito
importante para a sua dissertação na teologia acerca da depravação total. Ele mesmo
passara por terríveis flagelos engendrados por sua consciência que o impelia a buscar alento:

‘’Eu tentava arrancar meu espírito do abismo, mas afundava de novo, e apesar dos reiterados
esforços, afundava muitas vezes de novo.’’ (pg 5)
Agostinho percebeu o fato de que mesmo conhecendo os atributos santos de Deus, sua
atitude continuava a ser pecaminosa e isso o impelia a buscar a origem do mal e das atitudes
malignas do homem, pois apesar do conhecimento bom que o homem poder ter de Deus, a
sua atitude será de contraria-lo (em essência), pois a raiz motivadora das ações está no
homem contaminado pela semente pecaminosa do pecado, após o pecado original.
‘’Portanto logo que percebi que o incorruptível é preferível ao corruptível, eu deveria ter
buscado imediatamente a ti, e daí, partir para ver onde está o mal, isto é, de onde vem a
própria corrupção’’ (pg 6)
Apesar dessa busca incessante e dolorida, Agostinho sempre concebeu tais dificuldades
como permissividade de seu Senhor:
‘’No entanto(...) tu ainda não havias dissipado as trevas de minha mente’’ (pg 3)
A partir da página nove Agostinho disserta acerca de seu início de consciência regenerada,
mesmo com tantas dificuldades e dúvidas que o rodeava:
‘’Permanecia, no entanto, meu coração enraizado na fé católica(...) fé incerta ainda, em
muitos pontos e que flutuava para além do limite da justa doutrina’’ (pg 8)
Em uma ocasião oportuna marcada pelo Senhor, Agostinho se deparou com os escritos
neoplatônicos, e, através da atuação do espírito santo em sua consciência ele enxergou
traços das verdades que contém nos evangelhos, fato que o levou a se render ao Senhor e
posteriormente a servi-lo como sacerdote em Hipona.
‘’tu te compadeces da terra e do pó e quiseres reformar minhas deformidades’’ (pg 15)
‘’Tu me proporcionaste, através de um homem inflado de um orgulho imenso, alguns livros
dos platônicos traduzidos do grego para o latim, onde encontrei escrito, se não com as
mesmas palavras, certamente com o mesmo significado e com muitas provas convincentes
que: no princípio era o verbo e o ver se fez carne, tudo foi feito por meio dele e sem ele nada
do que foi feito existiria’’ (pg 15)

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