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CONFLITOS

NA
ÁFRICA
RUANDA
GENOCÍDIO EM RUANDA (como aconteceu)

A história do massacre começa com a interferência da


comunidade internacional e começa com o Tratado de Versalhes
(1919), que estipulava que a Bélgica manteria a maior parte do
território ruandês no continente africano dividido entre os países
europeus.
Na época, o governo belga usou uma estratégia de poder para
classificar os tutsis, que representam 14% da população local, como
racialmente superiores aos hutus. Para chegar a essa conclusão,
utilizou-se como critério quais traços faciais eram mais semelhantes
aos dos europeus, ou seja, os brancos.
GENOCÍDIO EM RUANDA (como aconteceu)

Com isso, Tutsis passaram a ter empregos com melhor


qualificação do que os Hutus e regenerando-os a trabalhos
com salários mais baixos, estimulando uma estratificação da
população ruandesa.
Em 1962, Ruanda declarou independência em relação à
Bélgica e a partir de então os Hutus assumiram o poder no
país. Dez ano depois, Juvenal Habyarimana deu um golpe de
Estado e assumiu a presidência do país.
GENOCÍDIO EM RUANDA (como aconteceu)

Na noite de 6 de abril de 1994, um avião que transportava os então


presidentes de Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien
Ntaryamira, ambos hutus, foi derrubado.
Então nos próximos dias o massacre começou. Mataram vizinhos, e
alguns maridos até mataram suas mulheres tutsis, dizendo que seriam
mortos caso se recusassem. Na ocasião, carteiras de identidade
apresentavam o grupo étnico das pessoas, então milícias montaram
bloqueios nas estradas onde abateram os Tutsis, muitas vezes com
facões que a maioria dos ruandeses têm em casa. Milhares de mulheres
tutsis foram levadas e mantidas como escravas sexuais.
FILME HOTEL RUANDA
(Baseado em fatos reais e a repercussão em ‘em casa’)

Rusesabagina foi gerente do famoso Hotel Thousand Hills, na capital ruandesa, e alojou mais
de mil Tutsis e Hutus moderados para os salvar dos Hutus extremistas, durante o genocídio de 1994,
Com o fim da guerra em 1994, o general Bizimungu fugiu do país e foi capturado em 2002 na Angola
e levado para um julgamento por crimes de guerra na Tanzânia, onde em 2011 foi condenado a 30
anos de prisão por crimes de guerra, crime de genocídio e crimes contra a humanidade.
O antigo gestor tornou-se um adversário altamente crítico do Presidente ruandês, Paul
Kagame, e vivia no exílio entre a Bélgica e os Estados Unidos, onde criou uma fundação para
promover a reconciliação a fim de evitar mais genocídios.
Estes eventos inspiraram mais tarde o filme "Hotel Ruanda", o que lhe trouxe um amplo
reconhecimento mundial. Em casa, porém, foi criticado por muitos sobreviventes que o acusaram
de explorar o genocídio em proveito pessoal.
GENOCÍDIO DE RUANDA E O NAZISMO
O planejamento do genocídio em Ruanda é assustadoramenmte semelhante ao Holocausto,
salvo, é claro, quanto à sua gênese. No momento da independência, em 1962, os líderes hútus
chegaram ao poder através de um movimento social violento e contraditório (revolução popular de
1959). Essa revolta camponesa hutus foi responsável pela queda da aristocracia tutsi e aboliu as
servidões, que a população hutu, majoritária, já não suportava mais. Os chefes aproveitaram para
marginalizar comunidades tutsi.
O golpe de Estado militar do major hutus Juvénal Habyarimana veio reforçar esse regime em
1973. Para isolar os compatriotas tutsi, acusados de comportamentos sub-reptícios, ele decretou o
confisco de bens, deslocamento da população, leis de execução, cotas escolares, leis de proibição
de casamentos mistos e sobretudo, vagas decorrentes de massacres. Em 1990, quando, a partir das
bases ugandesas, as tropas rebeldes tutsis entraram em guerra contra o exército ruandês,
iniciou-se uma nova fase. Em 1991, assim que os rebeldes conquistam terreno, o essencial dos
discursos nos comícios dos partidos políticos, principalmente os do presidente da República e de
seus ministros, consiste em abranger ameaças contra os tutsis.
GENOCÍDIO DE RUANDA E A COMUNIDADE INTERNACIONAL
Influência e omissão da França: “A França tem uma grande responsabilidade porque poderia ter exercido sua força sobre o governo hutu para impedir o
avanço do genocídio, fazendo ameaças e algum tipo de pressão para frear os massacres. Além disso, eles também poderiam ter usado a sua forte influência dentro do
Conselho de Segurança da ONU para intervir nos conflitos”, destaca o pesquisador. Por ser um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a França
tem voz dentro do órgão e também o poder de vetar qualquer decisão que os outros países tomem em relação a uma ação a ser tomada pela entidade.
Contudo, como havia uma certa divisão entre o presidente francês e o seu primeiro-ministro na época, Édouard Balladur, esse embate fez com que houvesse
um entrave para que o país tomasse alguma medida mais efetiva em relação ao que estava acontecendo no país africano. Logo, foi decidido que não seria interessante
do ponto de vista diplomático uma intervenção francesa no conflito.

Omissão da onu: A ONU foi tímida, desorganizada e mal instruída antes e durante o genocídio que ocorreu em Ruanda (centro-sul da África) em 1994,
ignorando e falhando em intervir nos massacres. Essas conclusões estão num relatório de uma comissão independente, encomendado pela organização.O general
canadense Romeo Dallaire, então líder das forças da ONU em Ruanda, avisou às Nações Unidas sobre as preparações para o massacre. Mesmo assim, o Conselho de
Segurança diminuiu as forças de 2.500 para poucas centenas antes do início dos massacres e só aumentou para 5.500 quando o genocídio terminou.

Imperialismo europeu: A atuação da comunidade internacional no massacre em massa de Ruanda teve início no Tratado de Versalhes em 1919, quando
ficou definido que a Bélgica ficaria com grande parte do território ruandês na divisão do continente africano feita entre países europeus.
Naquele momento, o governo belga utilizou uma estratégia de poder que classificava os Tutsis, que representa 14% da população local, como superiores
racialmente em relação aos Hutus.
Para chegar a essa conclusão eles analisaram quem tinha os traços da fisionomia mais parecidos com os de um europeu, ou seja, de um branco.
“A principal responsabilidade da Bélgica está no passado colonialista da região, porque a divisão territorial foi acompanhada por uma divisão social. Então,
o governo belga percebeu que uma forma de manter o controle da população ruandesa era incentivar a divisão étnica da população e apoiar determinados grupos
conforme seu interesse” destacou Gustavo Macedo, pesquisador da USP e professor de Relações Internacionais da FMU.
Com isso, Tutsis passaram a ter empregos com melhor qualificação do que os Hutus e regenerando-os a trabalhos com salários mais baixos, estimulando
uma estratificação da população ruandesa.
Em 1962, Ruanda declarou independência em relação à Bélgica e a partir de então os Hutus assumiram o poder no país. Dez ano depois, Juvenal
Habyarimana deu um golpe de Estado e assumiu a presidência do país.
Referências:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1712199909.htm#:~:text=A%20ONU%20foi%20t%C3%ADmida%2C%20desorganizada,comiss%C3%
A3o%20independente%2C%20encomendado%20pela%20organiza%C3%A7%C3%A3o

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/ex-chefe-militar-de-ruanda-e-condenado-a-30-anos-de-prisao-por-genocidio.html

https://www.dw.com/pt-002/herói-de-hotel-ruanda-é-declarado-culpado-de-terrorismo-diz-tribunal/a-59240732

https://noticias.r7.com/internacional/qual-a-relacao-do-genocidio-em-ruanda-com-belgica-franca-e-eua-02052021

https://noticias.r7.com/internacional/qual-a-relacao-do-genocidio-em-ruanda-com-belgica-franca-e-eua-02052021

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