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Grimório Adaptado:

Como falar com Deus e os


anjos e ser atendido

Síntese da jornada de um mago iniciante conhecendo os


anjos de Deus e seu poder de forma prática

Lee Dias

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Índice
1. Nascimento – pág. 4
2. Morte – pág. 4
3. Ressurreição – pág. 5
4. Meus Primeiros Rituais – pág. 5
5. Minhas Primeiras Experiências – pág. 6
6. O Conhecimento Básico Para os Primeiros Rituais – pág. 6
7. Meu Primeiro Ritual – pág. 9
8. Minha Primeira Experiência Com Tzaphkiel – pág. 9
9. A Experiência Com Haniel e a Primeira Manifestação Visual no Ritual – pág. 9
10. A Primeira Experiência Com Michael – pág. 10
11. A Experiência com Kamael – pág. 12
12. A experiência com Gabriel e Michael e a presença inesperada de um espírito de natureza densa
– pág. 12
13. Sobre a Vinda de Espíritos Indesejáveis – pág. 14
14. O Primeiro Passo: Rito de Banimento – pág. 14
15. B'sheim Hashem - ‫( ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם‬Em nome do Senhor) – pág. 15
16. B'sheim Hashem - ‫ ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם‬- modificada para o RmP – pág. 15
17. O Conhecimento Para Moldar Sua Própria Realidade – pág. 15
18. As Ferramentas Para o Ritual – pág. 17
19. A Varinha – pág. 18
20. O Círculo Mágico – pág. 18
21. As Velas– pág. 19
22. O Azeite – pág. 20
23. A Água – pág. 20
24. O Incenso – pág. 20
25. A Tabua da Arte – pág. 21
26. A Adaga, Faca ou Espada – pág. 21
27. O Diário Mágico – pág. 21
28. Os Paramentos – pág. 21
29. O Selo ou Lamen – pág. 21
30. Adaptações – pág. 22
31. Os Exorcismos – pág. 23
32. Exorcismo da Água – pág. 23
33. Exorcismo do Sal – pág. 23
34. Exorcismo do Incenso – pág. 24
35. Exorcismo do Azeite – pág. 24
36. Exorcismo do Fogo em Vaso – pág. 25
37. Preparação das Velas – pág. 25
38. Exorcismo das Velas – pág. 25
39. Exorcismo do Fogo – pág. 26
40. Exorcismo da Caneta e Tintas – pág. 26
41. Exorcismo do Papel – pág. 26
42. Consagração da Vara – pág. 27
43. Consagração e Exorcismo da Tábua da Arte – pág. 27
44. Consagração e Exorcismo do Círculo Mágico – pág. 28
45. Benedicite Omnia Opera – pág. 29
46. O Pano de Seda ou Linho – pág. 30
47. Instrumentos de Metal – pág. 31

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48. Consagração da Adaga ou Espada – pág. 31
49. Os Selos dos Anjos/Arcanjos – pág. 32
50. Michael – Domingo - Sol – pág. 33
51. Gabriel – Segunda-Feira - Lua – pág. 34
52. Kamael – Terça-Feira - Marte – pág. 35
53. Raphael – Quarta-Feira – Mercúrio – pág. 36
54. Tzadkiel – Quinta-Feira - Júpiter – pág. 37
55. Haniel – Sexta-Feira - Vênus – pág. 39
56. Tzaphkiel – Sábado - Saturno – pág. 40
57. O Ritual Cerimonial – pág. 41
58. O RmP e a Cruz Cabalística – pág. 41
59. Ritual Simplificado – pág. 47
60. Uso Prático dos Salmos – pág. 48

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Nascimento
Em minha adolescência me sentia um peixe fora d’ água. Não me sentia parte de nada,
aquilo que divertia a maioria das pessoas à minha volta soava entediante para mim, não sentia
afinidade com nada nem ninguém. Foi quando conheci o estilo musical heavy metal. Foi amor à
primeira vista. Senti-me bem, ouvir aquela música era uma experiência prazerosa e segura, mas o
contato com outras pessoas que fizessem parte daquele mundo era restrito a meus poucos amigos e,
por extensão, seus conhecidos, dos quais a maioria não tinha nada a ver com aquele estilo de vida.
Os temas satânicos e obscuros me deixavam um pouco desconfortável no início, creio que devido a
base de minha criação ter sido cristã, mesmo apesar de eu não ter paciência alguma para participar
de ritos. Era entediante demais para mim.
Por volta dos meus 17 anos veio aquela crise existencial. Por que estamos aqui? Quem era
Deus? Afinal ele existia mesmo? E eu comecei a pedir por respostas. Claro, eu não ouvia nada. Até
que tentei usar a Bíblia cristã como oráculo e abri no primeiro versículo do livro dos Salmos. Foi o
bastante para mim.
Logo um amigo me convidou para conhecer a igreja evangélica que ele frequentava, me
explicava a forma que o cristianismo era vivenciado por seus membros. e passei a frequentar a fim
de conhecer. Seus argumentos me soavam muito interessantes. A princípio, fiquei maravilhado com
tudo e todos. Em minha ingenuidade, todos eram “santos”, incapazes de cometer erros graves uns
contra os outros, verdadeiros praticantes do exercício do amor cristão. Conheci minha esposa e nos
casamos. Foi um período difícil, onde um dos problemas enfrentados era o desemprego, fardo
pesado para um homem recém-casado. Foi aí que presenciei a prova da existência da vida espiritual,
dos anjos, de Deus. Iniciei uma campanha de oração, me levantando todos os dias às 3 da manhã,
me ajoelhando ao lado da cama e orando a Deus, em busca de uma mudança na minha vida.
Primeiramente, precisava de um emprego para poder sobreviver. Assim foi por algumas semanas,
até que numa manhã, fui até a igreja que eu frequentava e pedi a chave ao zelador para orar lá
dentro. Fiquei só e iniciei minhas orações. Após algum tempo de oração fervorosa, permaneci em
silêncio, sentado no chão, com a cabeça apoiada entre os braços em cima do banco de madeira. Foi
então que ouvi uma voz, tão próxima, como que ao pé do ouvido, ou quase dentro da minha cabeça,
e disse: “Vá a esse lugar”… Olhei em volta, em baixo dos bancos, percorri a igreja que era
pequena… O que eu estava fazendo? Pra que verificar pela igreja? Foi tão próximo que não dava
tempo de alguém sair tão rápido. A porta estava distante e se fosse para abrí-la, o ranger das
dobradiças denunciaria o autor da frase. Decidi que não tinha importância quem havia me dito
aquilo. Peguei minha bicicleta e me dirigi ao local orientado, uma grande empresa onde estavam
contratando e consegui o emprego que tanto precisava.

Morte
Alguns anos se passaram, fiz novas amizades e começaram a surgir as decepções. A situação
piorou quando descobri que em meio aos “irmãos”, aqueles que eu mais considerava como amigos,
eram fracos demais a ponto de ceder à sua má índole, me prejudicando de forma vil, egoísta,
inescrupulosa. Foi uma decepção tão grande que saí daquele meio sem hesitar; precisava me manter
longe daquelas pessoas cuja convivência representava o que havia de mais repulsivo, intolerável.
Os anos foram passando e vivenciando as dificuldades da vida, os noticiários esbanjando as
mazelas e misérias humanas, tudo isso começou a despertar em mim a incredulidade da existência
de Deus. Em minha concepção tão superficial da existência não havia a possibilidade de um Deus,
um Pai celestial, tão amoroso, permitir tanta crueldade, logo a única explicação razoável é de que
não há vida espiritual. Deus não existe. Me convenci do ateísmo.

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Ressurreição
20 anos se passaram. Em meio à pandemia da Covid-19, trabalhando em home-office já há
mais de um ano, decidi que em meu tempo livre deveria voltar a ler. Não havia lido um livro que
não fosse relacionado ao meu trabalho de programador nesses 20 anos. Sentia a necessidade de
conhecer mais da literatura tão mencionada em obras cinematográficas, os grandes filósofos, como
Sócrates, Platão, grandes autores da história… enfim, primeiro comprei livros de autores de obras
de ficção, como Edgar Alan Poe e H.P. Lovecraft. Através dessas pesquisas consegui um livro, o
Necronomicon, obra também de ficção do autor Donald Tyson, que narrava as aventuras de um
árabe que sobrevivera no deserto onde aprendera segredos de artes mágicas que o tornaram um
mago louco, poderoso nas artes negras ocultas. A história me intrigou tanto que me despertou a
curiosidade de procurar livros que inspiraram tais autores, livros de ocultismo. Adquiri uma Bíblia
Satânica, pois sempre tive a curiosidade de saber o que ela dizia. Seus ensinamentos filosófico-
comportamentais muito se coadunam com o padrão da sociedade atual. Mas chega um momento em
que ela aborda o lado religioso proposto pelo título e como eu estava numa fase de ateísmo, não dei
crédito.
Continuei minha busca e acabei conhecendo outros autores e outros livros:

FUTHARK – O Oráculo Sagrado das Runas (Edred Thorson)


Corpus Hermeticum (Hermes Trismegisto)
O Caibalion (Os 3 Iniciados)
Dogma e Ritual da Alta Magia (Eliphas Levi)
O Zohar – O Livro do Esplendor (Ariel Bension)
Tratado Elementar de Magia Prática (Papus)
A Chave de Salomão (Samuel Lidel Mathers)
Manual Mágico de Kabbala Prática (Helvécio de Resende Urbano Júnior)
Secretum - Manual Prático de Kabbala Teúrgica (Helvécio de Resende Urbano Júnior)

Em Dogma e Ritual da Alta Magia de Eliphas Levi, quando ele falava da quintessência, meu
ateísmo se fez completamente em pedaços. Aí se deu a ressurreição da minha fé.

Meus primeiros rituais


Despertou-me a curiosidade de saber um pouco sobre a cultura dos povos nórdicos e,
principalmente, o significado das runas e através da obra de Edred Thorson me foram apresentadas,
bem como a aura mística que as envolve, sua relação com a existência, com a criação, com o ser,
com o destino. Através de outro livro, ASATRU – Um Guia Essencial Para o Paganismo Nórdico,
de Diana L. Paxson, soube que o culto aos deuses nórdicos havia sido praticamente extinto pelo
cristianismo mas vinha ocorrendo uma onda de resgate do culto ancestral nórdico desde os anos 70.
O livro de Thorson trazia um manual de como realizar um ritual rúnico, onde o vitki (mago) traça
um círculo com as runas e, permanecendo no centro entra em contato com as forças relacionadas ao
significado das runas em busca de auxílio. Havia tantas semelhanças entre o que era narrado no
livro e o que dizia o Corpus Hermeticum e o Caibalion, como se as culturas de povos tão distantes e
tão diferentes comungassem de um Princípio comum, que fui guiado por minha intuição ao
exercício de um sincretismo. Busquei então que Deus se revelasse a mim através de seus
mensageiros, afinal é daí que vem o significado da palavra anjo. Qual não foi minha surpresa ao ser
respondido nas runas! Sempre que eu orava no meio desse círculo, as runas que eu tirava traziam
um significado diretamente ligado ao que eu pedia e cheguei a alcançar a realização de alguns

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pedidos. Houve um pedido de proteção que se realizou no mesmo dia e também outro que julguei
ser bem complexo, que se realizou no dia seguinte. Mas eu ainda queria mais.

Minhas primeiras experiências


Aprendi que meditação leva a experiências espirituais inimagináveis. No princípio eu apenas
me trancava em um quarto e me sentava numa cadeira e tentava meditar por alguns minutos.
Numa manhã, me sentei no quintal, e fechei os olhos. Após algum tempo, vi surgir diante de
mim uma águia, que ficava quieta, me olhando. Imagino tratar-se de um espírito do ar, que se
manifesta também dessa forma. A runa Jera j também tem esse significado.
Uma experiência bizarra foi quando, numa noite, senti como se uma sombra, ou uma espécie
de larva astral, tivesse surgido à minha esquerda, e assentou-se sobre meu ombro esquerdo.
Imediatamente meu braço e perna esquerda começaram a ficar dormentes, como se aquilo estivesse
me sugando energia.
Meu reflexo foi clamar pelo nome YOD HE VAV HE, o acrônimo do nome impronunciável
de Deus. Perdeu-se no tempo a forma que esse nome era pronunciado. Hoje, é conhecido por
formas como Javé, Jeová, Jehová, Iehova, Iahvé, IAO, Iehu… O fato é que ao pronunciar esse nome
divino, aquela sombra se foi. Entendi que é necessário fazer um rito de banimento para expulsar
energias negativas antes da meditação, bem como antes de qualquer ritual.
Melhor ainda, se posicionar no meio de um círculo, contendo os nomes de Deus,
devidamente consagrado, como ensinam os velhos grimórios.

O conhecimento básico para os primeiros rituais


O ato de fazer uma oração ou rezar é um ato mágico. Magia, dentre tantos conceitos, é o ato
de buscar ajuda de uma ou mais forças para que se manifeste a nossa vontade em nossa realidade.
Dessa forma, quando se ajoelha e ora a Deus ou a quem quer que seja, este é um ritual de magia. A
provável religião ancestral, o xamanismo, mãe de todas as demais religiões, buscava essa força da
natureza e a via em diferentes formas. As religiões dos povos antigos atribuíam virtudes a várias
entidades, pois assim se fazia a sua compreensão daquilo que viam se manifestar mas não sabiam
explicar. Até que veio o monoteísmo, adotado pelo povo judeu e seu culto ao Deus bélico IEHOVA
TSABAOTH, o Senhor dos Exércitos, onde a Força Criadora, o Deus único, é o detentor de todo o
poder. O que não é ensinado à massa cristã é que quando Deus diz “FAÇAMOS o homem a
NOSSA imagem e semelhança…” está na primeira pessoa do plural. Nós! Quem estava com Deus
participando da criação do homem? As escrituras hebraicas falam dos Elohim, emanações divinas
que Deus criou antes da criação da terra, a quem ele atribuiu a incumbência do exercício de sua
vontade, delegando responsabilidades na criação.

Salmo 138.1 - ‫ֹלהים זָ ַמר‬


ִ ‫יָ ָדה לֵ ב ֱא‬
Na presença dos ‫ֹלהים‬
ִ ‫( ֱא‬Elohim – Deuses, anjos, seres divinos) cantarei louvores.

Descobri através dos livros sobre a Kabbala, que significa “receber” em hebraico, segundo a
tradição um conhecimento recebido do anjo Raziel. Além do Velho Testamento que conhecemos, a
Torá dos judeus em sua forma escrita, existe também a Torá oral com um conhecimento profundo e
desconhecido da maioria dos cristãos. Esse conhecimento tão profundo, a partir de uma
determinada época, os cabalistas o apresentaram simbolizado na forma do diagrama da Árvore da
Vida.

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Dentre outros significados ela é a representação esquemática da criação de Deus em esferas
(sefirotes, plural de séfira) que são simbolizadas como estados de consciência das quais algumas, o
homem pode alcançar, ou planos onde habitam esses seres celestes regendo a vontade de Deus, dos
quais alguns é possível ao homem acessar. A primeira séfira, Kether é a séfira de Deus, que se
separou em duas polaridades, masculino e feminino para iniciar a criação, as mais próximas do
Criador. Esse conceito é descrito na Tábua de Esmeralda como o princípio de Polaridade. Tudo na
natureza tem 2 aspectos, positivo e negativo, macho e fêmea, branco e preto, bem e mal, dia e noite,
etc. Os cabalistas atribuíram nomes e virtudes a cada séfira e um anjo regente. A posição desses
regentes nas sefirotes pode ser alterada e a magia ocidental diverge da posição apresentada pela
Kabbala clássica. Por exemplo, na Kabbalah, Gabriel é apresentado em Geburah, enquanto na
magia ele aparece em Yesod. Kamael, pelo menos há cerca de uns 500 anos, é apresentado em
Geburah. Na Kabbalah tradicional, Michael é apresentado em Chesed e Raphael em Tipheret,
enquanto que na magia ocidental Michael vem em Tipheret e Raphael em Hod:

Esfera Significado Hierarquia Judaica Hierarquia Cristã Regente


1. Kether Coroa Chaioth ha Quaddosh Potestades Metatron
2. Chockmah Entendimento Ofanim (Auphanim) Tronos Raziel
3. Binah Sabedoria Arelim (Erelim) Principados Tzaphkiel
4. Chesed Misericórdia Chasmalim(Hasmalim) Dominações Tzadkiel
5. Geburah Justiça Seraphim Serafins Kamael
6. Tipheret Beleza Malachim Virtudes Michael
7. Netzach Triunfo Elohim Arcanjos Haniel
8. Hod Glória Bene Elohim Anjos Raphael
9. Yesod Fundamento Cherubim Querubins Gabriel
10. Malchut Ashim (Ishim): Almas dos santos Uriel/Sandalphon

O ritual consiste em passar por um período de purificação de 9 dias, fazendo orações todos
os dias, buscando o perdão de Deus e abstendo-se de comportamentos torpes. No dia do ritual,
toma-se um banho de purificação alicerçado em orações, e ao se posicionar no local do ritual, mais
orações e salmos para trazer o poder de Deus, como que “carregando” o local com a energia Divina.
O mago traça o círculo, consagrado e protegido por orações que o ativam, é a representação de sua
realidade onde ele é Deus em seu microcosmo. A partir daí ele invoca a Força Criadora e pede seu
auxílio através de suas emanações divinas, e em seguida, evoca o espírito desejado. Pode ser que o
mago seja capaz de ver o espírito se manifestar fisicamente ou que seja apenas capaz de ouví-lo.
Também pode ser que não veja nem ouça nada. Mas os grimórios garantem que ele se faz presente
mesmo nessa situação. É aí que o mago pede o que se deseja e em seguida medita. Pode ser que lhe
seja revelado algo na bola de cristal ou na taça com a água da arte. Por fim, faz-se a despedida do
espírito e encerra-se o ritual com um banimento, seja o RmP, salmos ou orações.
O que pude entender das informações a que tive acesso é que, quando oramos os salmos,
quando fazemos orações espontâneas para alcançar perdão, buscamos uma purificação através
dessas orações. As orações feitas antes de banhos que precedem o ritual também têm esse intuito de
purificação, bem como jejuns, abstinência de álcool e outras drogas, sexo e comportamentos torpes.
Dessa forma alcançamos um distanciamento de nosso estado denso, o estado em que vivemos aqui
em Malchut (leia-se Malrrut), o mundo da matéria, o plano em que Deus se fez visível através de
todas as coisas criadas. Quando mais próximas de Kether, a primeira séfira, mais sutil é a energia
dos espíritos dessas esferas e, quanto mais distantes, mais densas. Para ser possível um contato mais
intimista com as emanações Divinas, é necessário nos despojarmos o máximo possível dessa
condição densa e buscarmos o estado mais sutil, o mais próximo possível do estado de energia
vibracional sutil dos anjos e, uma vez aberto o portal na invocação/evocação, se não estivermos
cobertos por toda essa preparação, pode ser que não tenhamos alcançado a esfera superior ao nosso

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plano de Malchut, a esfera de Yesod, e daí, o portal se abre aqui mesmo nesse plano de Malchut,
esfera abarrotada de presenças espirituais de natureza densa, hostis aos humanos… é como se o
elevador não subisse o suficiente e a porta se abrisse no local errado, onde qualquer espírito trevoso
pode surgir.
Outro risco a que o mago inexperiente pode estar exposto é o de se envolver no processo e o
estudo das ciências ocultas de forma que se deixe obcecar pelo lado espiritual e acabar se isolando
do mundo da matéria, ficando com a mente tão focada no plano astral que se perturba
psicologicamente, deixando de lado sua vida “profana”, isolando-se socialmente. É necessário
atentar a esses riscos e se precaver. Passei por ambas as situações.
Certa vez, um mago me perguntou qual sistema eu usava. É difícil definir. Para realizar o
meu primeiro ritual, toda a informação que consegui até então estava fragmentada, em livros
diversos, sejam em formato físico ou pdf, videos de canais de magistas/magos internet afora etc. Fui
montando aquele quebra-cabeças até chegar a um roteiro que descrevo mais adiante. A forma de
consagrar as ferramentas usadas no ritual, em sua maioria, obtive d’A Clavícula de Salomão.
Algumas consegui de outros livros de magistas modernos. A parte de confecção e consagração da
varinha, por exemplo, me baseei em informações do Tratado Elementar de Magia Prática, de Papus,
A Clavícula de Salomão e no A Modern Angelic Grimoire de Rufus Opus. Os selos angélicos
também extraí dessa última obra que, posteriormente soube se tratar de uma adaptação do sistema
de Trithemius.
O RmP (Ritual Menor do Pentagrama), o ritual de banimento que abre e fecha o ritual, vem
de Crowley, porém eu busquei sua origem recentemente e agora o pronuncio em hebraico. Em
pesquisas posteriores descobri que os salmos bíblicos são orações que trazem códigos capazes de
evocar anjos em nosso auxílio. Soube nessas pesquisas que alguns deles pertencem à lista dos anjos
conhecidos como os 72 nomes de Deus. Como a Torá é escrita em hebraico, baseado na minha
experiência recente com o RmP nesse idioma, imagino que o contato angélico com a oração dos
salmos no idioma original deve apresentar um resultado potentíssimo. Em seu livro The 72 Angels
of Magick, Damon Brand diz:

“Arzel é o anjo da porta de entrada para o arcanjo Raziel. Muitas pessoas relatam que
Arzel é o anjo mais fácil de chamar. Você simplesmente chama por ajuda (sem nenhum sigilo ou
qualquer ritual além de relaxamento), e você sente uma presença. O mesmo não acontece com o
Raziel tradicional, que pode ser difícil contactar. Ao ligar primeiro para Arzel, você tem acesso a
Raziel, que concede a você contato com qualquer um dos setenta e dois anjos. À medida que nossas
investigações sobre esta magia continuaram, encontramos um método para garantir que Arzel ouça
sua chamada. Ao recitar parte do Salmo 80 do Tehilim (Tehilim é Salmos em hebraico), você pode
chamar Arzel. Tudo que você precisa fazer é olhar para o leste e dizer:

‫אל‬-‫כסו הרים צלה וענפיה ארזי‬


Kosu hariym tzilah va'anafeha arzey-El

A tradução real deste versículo é: ‘As colinas foram cobertas com a sombra dele, e os seus
ramos eram como os bons cedros.’ A transliteração do hebraico inclui a frase 'arzey-El', não há
menção direta de um anjo chamado Arzel. Apesar disso, a chamada parece funcionar com
eficiência dramática, provavelmente porque nomes de anjos são frequentemente codificados em
passagens bíblicas. De fato, os nomes dos setenta e dois anjos são derivados desse mesmo estilo de
codificação de três letras. Linhas dos Salmos são usadas para contatar os anjos, então não é de
admirar que este Salmo possa também ser usado para chamar Arzel, que então concede acesso a
Raziel.”
The 72 Angels of Magick, Damon Brand – Cap. The Angel of Universal Secrets, pág. 17.

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A oração dos salmos em hebraico pode apresentar um resultado bem potente, mas mesmo
em português ou outro idioma, também é possível obter resultados.
Sendo esse meu roteiro uma adaptação contendo trechos de sistemas diversos talvez não seja
incorreto afirmar que é um sistema híbrido.

Meu primeiro ritual


No primeiro ritual, estava tão nervoso que ao tentar realizar o RmP eu errei várias vezes.
Então fiz uma oração breve e espontânea pedindo inspiração para me concentrar. A partir daí correu
tudo bem. Invoquei os arcanjos Raphael, Tzadkiel e Michael. Como a maioria das pessoas, fui
atraído pela taumaturgia, precisava de auxílio em questões de saúde e financeira. Não pude vê-los,
mas pude sentir uma energia sutil e agradável, que me deu a certeza de que estavam me atendendo.
Era uma sensação agradável, que eu jamais experimentara. O ritual se estendeu por 7 dias. Era um
pedido grande, não era algo com vias de manifestação para uma realização imediata. Mas logo
começou a surtir efeito e a primeira manifestação da minha vontade a ser atendida que eu percebi
foi meu pedido a Raphael. Os demais pedidos vieram se realizando de maneira sutil.

Minha primeira experiência com Tzaphkiel


Como certos resultados não ocorrem da noite para o dia, na minha inquietação e ansiedade,
vi que tinha saltado um trecho importante do livro que me guiava na realização do ritual. Meu
primeiro ritual devia ser para reverter um destino maleficiado. No livro trazia o ritual com o arcanjo
Michael e Haniel. Mas eu resolvi seguir minha intuição e resolvi chamar por Tzaphkiel. Naqueles
dias eu vinha carregando uma sensação depressiva intensa, nada me fazia feliz, não havia nada que
me interessasse no mundo, nada me proporcionava alegria. Era como se eu estivesse ôco, vivendo
como um robô, em modo automático. Quase no término desse ritual, senti uma energia tão positiva,
uma chama de alegria se acendeu em mim e quando saí naquela tarde, tive uma vontade enorme de
viver, de curtir, e o fiz ao lado da minha esposa, tomando algumas cervejas à beira de um riacho que
corre sobre um leito de pedras numa fazenda há alguns quilômetros de casa. Foi uma tarde muito
agradável, como eu não vivia há um bom tempo. Eu pedi um alívio para uma sequência de
acontecimentos de má sorte em cadeia que vinha se realizando em minha vida, durante anos a fio.
Ultimamente, de forma exponencial. Aquilo me impedia de crescer na vida, de prosperar.
Imediatamente aquela onda de negatividade cessou, como num estalar de dedos. Eu pude sentir que
havia sido atendido antes mesmo de terminar o ritual.

A experiência com Haniel e a primeira manifestação


visual no ritual
Numa sexta-feira à tarde, resolvi chamar Haniel para me ajudar numa questão pessoal.
Nunca imaginei que o chamaria algum dia para algo como aquilo, mas então tive uma surpresa!
Haniel se manifestou de uma forma que eu jamais poderia imaginar. Haniel rege questões
relacionadas ao sexo, à procriação, ao amor entre homens e mulheres, aos relacionamentos, sejam
estes amorosos, de amizade, de negócios etc. Eu senti um intenso prazer sexual durante todo o
ritual. Era como fazer sexo sem fazer. Era como sentir tesão, porém sem a tensão de não se realizar.
Difícil de explicar… era algo natural, de uma pureza angelical… Só consigo explicar assim, algo
puro, sem nenhuma nuance profana sequer.
Como se não bastasse a sensação dessa energia incrível, eis que a taça contendo a água da
arte, sobre a tábua da arte, começa a manifestar uma luz branca pulsando num ritmo suave e

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tranquilo. Naquele dia eu me senti muito feliz, leve e realizado. Tinha de compartilhar com alguém
e acabei contando a algumas pessoas, cujas reações foram as mais diversas. Quanto ao meu pedido,
não foi atendido prontamente. No momento em que eu o aguardava, não aconteceu da forma que eu
esperava. Então resolvi fazer um teste e o resultado desse teste foi um tanto estranho, como se
tivesse funcionado de forma incompleta. Algum tempo depois invoquei Haniel mais uma vez e ele
não se manifestou com a aquela mesma intensidade da primeira vez. Percebi que havia algo de
errado. Durante os dias que se seguiram fiquei pensativo até que tive um insight: meu teste foi uma
profanação do poder concedido. Me senti horrível por isso! Fiz outro ritual e dessa vez pedi perdão
a Deus e desculpas a Haniel… Os anjos são energias inteligentes puras, devemos agir de forma
altruísta, nos comportar de forma honesta e irrepreensível. Isso não impede que erremos, afinal
somos limitados e falhos, mas é necessário reconhecer o erro e buscar o perdão do Criador e foi o
que eu fiz. Fui perdoado e meu pedido foi atendido, alguns dias depois, com uma intensidade tão
inesperada, como eu jamais poderia imaginar. Foi uma experiência fantástica!

A primeira experiência com Michael


Surgiu o anúncio de um concerto de bandas de metal extremo. A temática da maioria dessas
bandas foca no satanismo, paganismo, hedonismo e demais “ismos”, geralmente na obscuridade
espiritual. Gosto do gênero e nunca tive interesse pelas letras, meu foco na música sempre esteve na
parte instrumental. Eu tenho intuições de necessidade de fazer rituais para determinados fins e,
nesse caso, não foi diferente. Pedi a Michael que nos proporcionasse uma viagem segura, uma
experiência que eu queria ter agora que um novo mundo se revelara a mim me proporcionando uma
apreciação sob outra perspectiva.
Os shows foram incríveis, uns dos melhores que já assisti. Pude observar o que lera nos
grimórios sobre egrégora, um episódio semelhante ao narrado por Paulo Coelho em sua obra Brida.
Explicando o termo egrégora: “Força espiritual que resulta da soma das energias mentais, físicas e
emocionais proveniente de duas ou mais pessoas reunidas em grupo.”
Fonte: https://www.dicio.com.br/egregora/#:~:text=Significado%20de%20Egr%C3%A9gora,grego%20egr%C3%AAgorein%3B
%20velar%2C%20vigiar

As pessoas, inconscientemente, alimentavam a egrégora demoníaca bradando o nome de


uma das bandas que é na verdade o nome de um demônio.
Pude contemplar as performances incríveis dos músicos e a manifestação do público
alimentando essa energia, como se estivesse em um camarote. Era como se somente eu pudesse ver
aquilo e foi um ângulo de observação bem interessante.
Toda viagem que eu realizara até então foi tensa, em cada detalhe, fulminado sempre pela
minha ansiedade que me leva a antecipar problemas em demasia…
Mas meu pedido foi concedido. Foi a viagem mais tranquila de toda minha vida, ida e volta,
com uma permanência muitíssimo agradável, sem nenhum aborrecimento sequer. A sensação era a
da inexistência de quaisquer problemas, calma e tranquilidade em uma plenitude jamais
experienciada por mim. Posso dizer que foi quase surreal. Nunca me sentira assim em nenhuma
atividade, do contrário eu me recordaria. Atribuo, obviamente, essa experiência tão perceptível a
atuação de Michael.
Dois dias depois, já em casa, tive um sonho. Estava na casa da minha avó paterna, e
separando a área externa do quintal havia um muro. Do outro lado do muro havia um barracão que
no passado minha avó usou para costurar e posteriormente ficou abandonado cheio de sucata e sujo.
Hoje esse barracão não existe mais pois ele se incendiou e limparam tudo, nada restou. Mas no
sonho ele ainda estava lá, do outro lado daquele muro que era algo novo, como se uma hoste
demoníaca tivesse imposto aos meus parentes construírem aquele muro forçando-os a viverem
separados uns dos outros.

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Diante daquele muro, de repente sombras começaram a me atacar de todos os lados e eu as
repelia com o sinal da cruz em latim, nas quatro direções. Com uma força descomunal quebrei a
cinta de concreto que havia acima do muro com as próprias mãos e quando ela caiu derrubei o
muro. Passei por cima dele e entrei no quintal onde havia algumas pessoas sentadas numas
mesinhas e pareciam felizes por eu ter chegado. Havia uma velha que imagino que fosse um
legionário do daemon encarregado de tudo aquilo e a segurei pelos braços e perguntei quem era o
encarregado. Ela disse o nome de um daemon de grande autoridade do qual eu já ouvi falar, mas
após o sonho não me lembro do nome. Pedi que ela me levasse até ele e, com um sorriso sarcástico
no rosto ela respondeu: "Tudo bem." Ela foi na minha frente do primeiro até o segundo cômodo do
barracão de onde surgiu uma mulher entre seus 30 e 40 anos do meio de uma escuridão, que eu
percebi ser a tal entidade no comando, e a velha respondeu que eu queria vê-la. Assim que a vi
tentei vibrar o nome de Michael, mas ela suprimiu a minha voz e eu fiquei quase afônico. Eu
tentava chamar Michael mas a voz saía muito baixa e arrastada, e dessa forma eu percebi que não
seria capaz de evocá-lo. Fui vencido. Ela me pegou pelos braços e saiu me empurrando do barracão
dizendo: "Espera, espera. Pára com isso, pára.", enquanto eu ainda insistia em tentar chamar
Michael, mesmo sem voz. Quando eu cheguei fora do barracão, ela ficou na porta e eu me afastei
alguns passos e acordei.
A viagem foi tranquila. Mas ao acordar depois desse sonho ocorreu algo que eu imaginei ser
possível, porém ignorei: estávamos no fim da pandemia. Não usei máscara. Resultado: 2 dias depois
acordei febril, fiz um teste e descobri que havia contraído o vírus da Covid-19.
Aprendi na prática que magia não é milagre. Não nos torna super-homens, continuamos
sujeitos às leis que regem o universo. A capacidade de usar o conhecimento em nosso benefício é
algo que nos diferencia dos animais, e mesmo que se faça um ritual mágico, as forças às quais se
solicita ajuda vão atuar, mas é necessário que nós também façamos nossa parte. Por exemplo, se
pede-se um emprego e você sente uma resposta positiva no ritual, agora cabe a você fazer sua parte.
Envie currículos, informe-se, procure. As vias de manifestação serão orquestradas para o seu
sucesso.
Se deseja uma namorada/namorado, e a resposta no ritual é positiva, saia de casa, frequente
lugares onde possa interagir com outras pessoas. O universo não vai lançar uma mulher/homem
sentada(o) no seu colo.
No meu caso, eu tinha todas as informações para me precaver. Fiz uso delas por mais de 2
anos, até aquele momento. Renunciando o exercício de práticas seguras, me expus e aconteceu o
óbvio. Um aprendizado na prática.
Quanto ao sonho, eu não tinha contato com eles há mais de dois anos, desde antes da
pandemia. Quando ainda era jovem e evangélico, precisei deles e a princípio me ajudaram.
Entretanto, devido a minha avó ser católica, poucas semanas depois ela voltou atrás. Ela era uma
mulher cuja vida sempre fora dedicada a igreja, que vivia recebendo pessoas em casa a quem
atendia com conselhos sem nunca cobrar nada por isso. Jamais poderia esperar que ela me voltasse
as costas daquela forma, segundo ela, devido as más línguas dos congregados que a acusavam de
ajudar um neto evangélico. Isso manchava a reputação dela como uma liderança atuante nos
trabalhos católicos. Assim, ela me disse. E inventou uma história para convencer meus tios a não
me ajudarem também, fiquei perplexo com tal atitude e fui embora. Tornei a vê-la anos depois, no
Natal que antecedeu seus últimos meses de vida. Muitos anos se passaram e novamente precisei de
ajuda. Não me deram atenção. Isso me deixou magoado e eu me afastei de vez.
Fiquei com esse sonho martelando na cabeça. Afinal, o que isso significava? Alguns meses
depois, consultei-me pela primeira vez com um tarólogo. Ele me disse que as cartas diziam que eu
deveria perdoar. Que eu havia esperado tempo demais. E havia uma carta com a imagem de um
túmulo. Ele também me disse outras coisas que não vou detalhar aqui.
No dia seguinte, vejo uma mensagem de uns dias antes, num aplicativo que eu raramente
uso no meu celular e era de um tio me contando da morte do irmão mais velho do meu pai. Então,

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resolvi entrar em contato novamente, para expressar meus pêsames. Eu posso não ser hábil em
demonstrar, mas eu amo minha família. Foi uma ótima conversa.
Algumas horas depois tudo se esclareceu. A carta com o túmulo, a carta sobre o perdão, o
sonho com o muro da divisão familiar, os demônios que provocavam tal divisão…
Eu havia enviado essa história a um magista e ele interpretou que o sonho seria uma defesa
do cérebro para um possível trauma familiar, que como eu era recém estudante de ocultismo, os
demônios eram uma forma da mente expressar esse trauma baseado naquilo com que eu me
envolvia no momento, que era a magia… Mas em momento algum eu me envolvi com magia para
buscar contato com demônios e nem sequer mencionei isso. Os demônios nesse episódio não
tinham relação com magia, mas com o evento em que compareci e que se realizou próximo da
cidade onde nasci que é onde esses meus familiares residem.
Para mim foi uma forma de Michael mostrar que a purificação do magista deve ser
completa. Não deve haver mágoas. A vida deve estar em ordem para se buscar o perdão de Deus,
perdoar “assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Eu é que estava afastado da minha
família, era necessário uma aproximação pacífica como um ponto final a tais episódios.
Michael é rígido quanto à purificação, segundo eu soube de quem teve contato com ele.
Afinal ele é como um general do Senhor dos Exércitos, a disciplina e a rigidez militar é parte de seu
perfil.

A experiência com Kamael


Dizem outros magistas que Kamael, sendo o regente da séfira marcial, relacionado à guerra,
combates, disputas, força bruta etc, apresenta-se com uma energia de medo e terror, inerente à sua
natureza de combate, fogo e enxofre.
Eu pedi uma experiência agradável, para conhecer sua energia, pois precisava também de
ânimo para as tarefas do cotidiano, chegava do trabalho sem forças, consumido por um cansaço que
não tinha fim. Fui surpreendido por uma energia animadora, agradável, como uma força que se
mostrava claramente motivadora e impulsionadora. Essa energia se refletiu de forma muito positiva.
Tive a impressão de experimentar alguma ansiedade e impaciência, características comentadas por
outros magistas como efeitos do contato com a esfera de Marte, mas não posso afirmar com certeza
se esse foi o caso comigo, visto que a experiência com a energia de Kamael durante o ritual foi
muito diferente dos relatos desses mesmos magistas.

A experiência com Gabriel e Michael e a presença


inesperada de um espírito de natureza densa
Há grimórios com foco específico em goétia. A Clavícula de Salomão por exemplo, em suas
conjurações, cita a evocação de espíritos do ar, de natureza densa e hostil. A Goetia é um sistema de
base salomônica, com o objetivo de invocar daemons, espíritos de natureza densa e na maioria das
vezes trevosa, hostil e ameaçadora. O sistema oferece meios de se proteger, mas ouvi muitos
relatos de erros que levam o magista à estar vulnerável a ataques desses espíritos deixando a vida de
pernas para o ar. Em meio a tantas dificuldades, não quis de forma alguma me arriscar com algo tão
perigoso, tão alertado em todos os grimórios. Por isso decidi tentar com os anjos. Segundo me foi
dito, eles ajudam o ser humano a evoluir, daí não vi o risco de sofrer um ataque da parte deles.
A maioria dos cristãos praticam magia da forma mais segura possível: oram a Deus fazendo
pedidos para determinados fins sem evocar espírito algum, apenas elevam a oração, que sobe ao
plano astral até chegar a Deus ou ao anjo/espírito desejado.

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Como já citei anteriormente, há meios de se potencializar essa oração usando alguns
recursos aplicados na magia cerimonial. Por exemplo, orar sobre um pouco de azeite pedindo a
bênção de Deus sobre ele para nos servir como um remédio, como uma ferramenta que absorve a
virtude e a autoridade divina para nos dar unção e proteção no ato da fé. Usa-se então para se ungir
fazendo o sinal da cruz na testa, e para ungir a vela ou velas que se usa durante a oração. Acende-se
essa vela oferecendo-a em honra a Deus. Se orar a Deus pedindo a ajuda de um determinado anjo,
acende-se outra vela em honra a esse anjo. Pode-se também confeccionar um “selo”, que é um
círculo feito em papel, com um símbolo que representa a “assinatura” do anjo e pode-se conseguir
em grimórios ou até mesmo na internet. Daí, faz-se a oração contendo o pedido. Simples assim.
Em um ritual cerimonial, toma-se um banho antes, precedido de oração, pede-se perdão a
Deus pelos pecados, ora-se no local do ritual vários salmos, para trazer ao ambiente o poder de
Deus. É recomendado fazer o mesmo um dia antes bem como acender incensos consagrados no
local para purificar o ambiente. Vide que durante a missa é usado o incensário e velas para orações
e a igreja é um local sagrado, consagrado. Salvo algumas igrejas mais recentes, sua construção
segue a orientação do altar posicionado ao leste, assim também, o mago se posiciona de frente para
o leste durante o ritual e, usa-se um círculo cercado dos nomes sagrados de Deus, previamente
consagrado, faz-se uma oração pedindo a Deus para selar o círculo contra forças das trevas e ora-se
salmos para banir essas forças, salmos para abrir um portal e salmos para pedir ajuda aos anjos, bem
como salmos para pedir o que se deseja. Como se pode perceber, é um processo bem complexo.
Nessa ocasião, tentei fazer um ritual simplificado para chamar Gabriel, porém não fiz
apenas uma simples oração. Eu o invoquei, e não fiz nenhum dos procedimentos de um ritual
cerimonial formal, e percebi que a temperatura baixou no ambiente. Imaginei que fosse devido a
Gabriel, nos grimórios medievais, ser associado a séfira de Yesod, esfera lunar, e como a Lua
exerce influência sobre as águas, associei a baixa da temperatura ambiente a isso.
Alguns dias depois procedi da mesma forma invocando Michael. Mas dessa vez a
temperatura baixou vertiginosamente em uma fração de segundos. Os ossos dos meus braços doíam
de frio e uma energia pesada, densa e ameaçadora manifestou-se no ambiente. Obviamente um
espírito invasivo manifestou-se. Procedi com o ritual chamando por Deus e por Michael. A energia
se manteve de forma tão agressiva, que me dificultava pronunciar as palavras, quase como um
ébrio. Pensei em encerrar ali, mas permaneci até o fim. Em meio ao ritual, tentei fazer um
banimento usando minha adaga que uso para fazer o RmP. Não surtiu efeito. Procedi até o fim e
então realizei o banimento com o salmo 51 e 91, encerrando com o RmP.
Não satisfeito com o resultado, tomei um banho, para purificação, entrei novamente no
quarto e realizei o ritual completo. Dessa vez a temperatura manteve-se normal e havia uma
sensação de paz e tranquilidade no ambiente, bem diferente de outrora. Pedi proteção a Michael
para mim, minha esposa, minha família e vizinhos.
Naquela noite, levantei-me por volta das 3:30 da madrugada e vi que um de meus gatos
estava arisco contra algo em frente a sua almofada. Acendi a luz e dei de cara com um escorpião.
Bati meu chinelo sobre ele que começou a correr em minha direção. Bati novamente meu chinelo
sobre ele e o esborrachei.
Entendi que o alerta do meu gato foi o livramento de Michael, como diz no salmo 91.5-6:
“Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste que ande na escuridão, nem
mortandade que assole ao meio-dia.”
Na minha última experiência com Gabriel, evocado num ritual formal completo, a luz
branca pulsou lindamente na taça com a água da arte, de forma mais intensa que todas as ocasiões
anteriores. Experimentei uma ansiedade muito grande antes de alcançar a manifestação do meu
pedido. Gabriel rege na séfira de Yesod, que lida com as emoções. Eu pedi paciência, conhecimento
acerca de mim mesmo e da espiritualidade, o aprimoramento dos meus dons espirituais… Paciência
é desenvolvida a partir de problemas, o aprimoramento é alcançado enfrentando suas fraquezas…
minha ansiedade é uma de minhas fraquezas, que devo superar para alcançar a serenidade, minha

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impaciência deve ser superada enfrentando situações de tensão que a promovem. Deve-se ter
cuidado com o que se pede, pois pode ser que o meio de se obter o que se deseja não seja um
caminho de flores, mas de pedregulhos.

Sobre a vinda de espíritos indesejáveis


Trecho que aborda a questão na obra A Arte de Chamar Espíritos em Cristais, de Trithemius
que diz:
"Por isso, devo dizer-lhe que não acontece que o mesmo espírito que você chama sempre
apareça, pois você deve testar o espírito para saber se ele é um ser puro ou impuro, e isso você
saberá facilmente por uma fé firme e indubitável em Deus.
Ora, a maneira mais pura e simples de chamar os espíritos ou espírito é por uma breve
oração ao próprio espírito (...)"

O trecho abaixo responde a essa questão, creio eu baseado na premissa do ritual segundo a
tradição, e foi extraído de um pdf que consegui na internet, Crystal Vision Through Crystal Gazing
by Frater Achad 1923 - Transcribed & Converted to Acrobat Format by Benjamin Rowe (1998)
"Visão de Cristal Observando O Cristal"
"E aqui é necessário um aviso, embora não seja necessário pelo aspirante a esta arte que
tenha seguido as direções até o espírito certo. Este aviso também foi dado por um escritor anterior
sobre este assunto, John Melville, ele escreve:
"Uma lei segura e certa existe, diz: - Que se o propósito do vidente for mal quando ele ou
ela usar o cristal ou espelho, ele reagirá sobre o vidente mais cedo ou mais tarde com efeito
terrível; Portanto, todos são estritamente advertidos para serem bons e fazerem o bem apenas ".
Isso pode soar bem como a conversa de escola dominical, mas quando explicada à luz dos
princípios que estabeleci acima, torna-se clara, pois cobra assim o corpo do nosso "filho" - o
cristal - com uma força, o que deve inevitavelmente retornar a nós como seu criador, além de
qualquer questão de influência externa de "seres" em outros planos.
Mas ele novamente nos lembra que "os espaços aéreos são repletos de inúmeras
inteligências - celestiais, boas, puras, verdadeiras e o contrário. Os últimos têm força: os primeiros
possuem poder. Para alcançar os bons, o coração do vidente deve corresponder, e eles devem ser
invocados com sentimentos de oração. Há inúmeras multidões do mal nos limites da matéria e do
espírito. Essas forças malignas são muitas e terríveis; Mas eles nunca podem alcançar a alma que
se baseia em Deus em perfeita fé, e que apenas invoca o bem, a beleza e a verdade para fins
nobres."
Aqui temos muitas novas idéias que precisam ser tratadas com mais profundidade em seu
lugar adequado, mas o conselho é bom, e o aviso necessário para aqueles que, com as melhores
intenções podem, através da ignorância de sua própria natureza, e a do universo em que vivem e se
movimentam e existem, imprudentemente atrair para si mesmos forças do mal fortes demais para
eles suportarem, trazendo a obsessão, a loucura ou ainda pior, através do uso de métodos
errados."
O primeiro passo: rito de banimento
O RmP foi elaborado por Alesteir Crowley, mago famoso no início do século XIX, mais
tarde tornado membro da Golden Dawn (Ordem da Aurora Dourada, de magistas famosos como
Dion Fortune, Samuel Lidel Mathers, Israel Regardie, Waite e outros), o que ocasionou o fim da
ordem devido a debandada de membros que não concordavam com a entrada de Crowley. Ele
também é o criador de Thelema e autor de vários livros. Sua influência é presente até os dias de
hoje em ordens que seguem seus ensinos e sua colaboração com o conhecimento das ciências

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ocultas é de grande expressão. O RmP foi tirado da seguinte oração judaica, com algumas
alterações. Posicionado de pé em frente ao leste (onde o sol nasce), o magista evoca a presença de
Raphael, atrás (oeste) Gabriel; à direita (sul), Michael; e à esquerda (ao norte), Uriel:

B'sheim Hashem - ‫( ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם‬Em nome do Senhor)

B'sheim Hashem Elohei Israel, ‫ֹלהי ִיְׂש ָר ֵא‬


ֵ ‫ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם ֱא‬
mimini Michael ‫ימינִ י ִמיכָ ֵאל‬ ִ ‫מ‬, ִ
umismoli Gavriel, ‫יאל‬ ֵ ‫ּומְּׂש מֹאלִ י ַּג ְב ִר‬,
ִ
Umilfanai Uriel
‫יאל‬ ֵ ‫אּור‬ִ ‫ּומְּל ָפנַ י‬,ִ
umeachorai Rafael,
v'al roshi Shechinat El ‫חֹורי ְר ָפ ֵאל‬ ַ ‫ּומ ֲא‬, ֵ
‫ל‬-‫וְ ַעל רֹאִׁש י ְׁש כִ ינַ ת ֵא‬.
Tradução:
Em nome do Senhor, o Deus de Israel,
que Michael esteja à minha direita;
Gabriel à minha esquerda;
à minha frente, Uriel;
atrás de mim, Raphael;
e sobre minha cabeça a divina presença de Deus.

Tradução do O Livro de Modelos de Oração de Simeon Singer (1915) (domínio público)

B'sheim Hashem - ‫ ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם‬- modificada para o RmP


B'sheim Hashem Elohei Israel, ‫ֹלהי ִיְׂש ָר ֵאל‬
ֵ ‫ְּב ֵׁש ם ַהֵּׁש ם ֱא‬
milefanai Refael ‫ ְר ָפ ֵאל‬, ‫מְּל ָפנַ י‬, ִ
meachorai, Gavriel ‫יאל‬ ֵ ‫ַּג ְב ִר‬, ‫חֹורי‬
ַ ‫מ ֲא‬, ֵ
mimini Michael ‫יכ ֵאל‬ָ ‫ימינִ י ִמ‬ ִ ‫מ‬, ִ
umismoli, Uriel ‫יאל‬ ֵ ‫אּור‬
ִ ‫ֹאלי‬ ִ ‫ּומְּׂש מ‬,ִ
v'al roshi Shechinat El
‫ל‬-‫ ְׁש ִכינַ ת א‬,‫וְ ַעל רֹאִׁש י‬.
Tradução:
Em nome do Senhor, o Deus de Israel,
Raphael esteja à minha frente,
atrás de mim, Gabriel,
à minha direita, Michael,
à minha esquerda, Uriel,
e sobre minha cabeça, a divina presença de Deus.

O Conhecimento Para Moldar Sua Própria Realidade


Nunca tinha entendido bem a necessidade de se frequentar uma igreja, um grupo de oração
etc. Não me recordo de sentir uma verdadeira necessidade disso para me conectar com Deus quando
era mais jovem e creio que esse seja o motivo de eu sentir repulsa em ficar enclausurado num
templo atado por amarras de convenção ou tradição social naquele período. Sendo Ele onisciente,
onipresente e onipotente, qualquer lugar onde se iniciasse uma oração Deus estaria ouvindo, no meu
entender. Houve um período, não estou bem certo se na Idade Média, em que a elite aderia cada vez
mais à prática dos velhos grimórios, tornando-se eles mesmos sacerdotes, excluindo a necessidade

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da igreja, e por que a elite? Simplesmente porque a elite tinha recursos financeiros para estudar,
sabia ler e escrever, tinha acesso a livros, item caro e acessível somente aos ricos, e seus estudos os
tornavam verdadeiros mestres no que era lecionado na época. A massa popular, ao contrário da
elite, não sabia ler e escrever e jamais poderia se entregar à fuga da escuridão da ignorância. Sob
essa ameaça de evasão da elite, a igreja então demonizou a prática da magia, rotulando como
hereges e condenando à fogueira até mesmo quem se utilizasse das propriedades medicinais das
ervas, como se fossem bruxos e bruxas, levando esse conhecimento a permanecer hermeticamente
fechado, como sempre foi. Somente a elite praticava alta magia cerimonial devido ao alto custo dos
materiais necessários, e da prática oculta para proteção do mago, derivou o termo ocultismo.
Esse conhecimento revela a criação, a existência das coisas, sua natureza e como o homem é
capaz de se elevar para aproximar-se da essência da criação, de sua própria essência, uma vez
emanada e enclausurada num corpo carnal, veículo apropriado para se expressar neste plano da
matéria. Um conhecimento que revela como falar com Deus e suas emanações divinas de forma
mais intimista, trazendo a ele o poder de modificar a sua própria realidade, seu microcosmo. A
Bíblia foi mantida com esse conhecimento, mas é revelado às pessoas de forma exotérica, de forma
suficiente para um contato espiritual, apesar de um tanto superficial. A menos que a pessoa seja
iluminada o bastante para ler nas entrelinhas, apesar de todas as codificações, erros de tradução e
transliteração, a pessoa não terá acesso a esse conhecimento esotérico também contido ali, tão
profundo, difícil de se obter sem ajuda, e permanecerá exotérica. Esse conhecimento esotérico está
presente em muitas obras da antiguidade, desde o antigo Egito, passando pela Grécia, Roma e
chegando aos dias de hoje. Os velhos grimórios trazem desse conhecimento, um meio de se
comunicar com Deus excluindo a necessidade de um terceiro, buscando o que se deseja através de
suas emanações divinas… ou de seres das trevas, mas esse não é o foco desta obra.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, como está escrito, e pelo que pude
compreender, com a participação dos elohim, emanações de Deus, como energias inteligentes, que
se originaram Dele e, a quem Deus delegou grande autoridade e responsabilidade no exercício de
Sua vontade na evolução e manutenção da criação. A partir da queda do homem, em que ele foi
despido de sua natureza divina, ele fez a descida da árvore da vida, percorrendo um longo caminho
pelas esferas inferiores até terminar na décima séfira, Malchut (o Reino). A medida que se desce
pela árvore da vida, a cada séfira, essa energia sutil vai se tornando mais densa, até se tornar matéria
palpável, nosso corpo, um microcosmo contido no Todo que é o macrocosmo. Essa energia se
adapta ao mundo material à nossa volta, tornando-se matéria. Sabemos que tudo é energia. Quando
se olha para uma mesa de madeira, por exemplo, ela parece estar imóvel. Mas, de acordo com a
Física, não está. Os átomos que a compõem estão em constante movimento, entretanto é um modo
de frequência vibracional que não podemos perceber com nossos sentidos. A alma do homem é
portanto, uma emanação divina, contida em um corpo de matéria, veículo através do qual pode se
expressar, experimentar, viver nesse plano. Esse veículo deve ser compatível com o meio em que
vivemos. Entretanto, diferentemente dos seres do reino vegetal, mineral, e dos demais seres do reino
animal, ele é dotado de consciência em um nível que lhe permite compreender a si mesmo, entender
o mundo a sua volta. O mundo e tudo que ele contem é a expressão material de Deus, a forma que
Deus se revela aos nossos sentidos nessa séfira.
Para tentar falar com Deus, mais próximo Dele, o homem deve desejar isso, com verdadeira
vontade, e buscar. “Batei e abrir-se-vos á”. Deus não força o homem a interagir com Ele, deu ao
homem total liberdade de escolha para todas as coisas. Não interfere nessa liberdade. Essa é uma
revelação de Seu amor pela humanidade. Liberdade.
Os povos da antiguidade entendiam a manifestação Divina na natureza conforme sua
compreensão, baseada no agregado cultural que influenciava em sua formação como ser, e
chamaram Deus e suas emanações de vários nomes, compreendendo-O conforme sua percepção de
sua realidade. Desde sempre, houve antagonismos, luta por conquista de território, de poder. Os
povos sempre viveram em guerra. Até os dias de hoje ainda existe guerra por território, apesar de o

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foco da maioria ser poder econômico. Um povo guerreiro cultuava seu deus a quem atribuíam esse
aspecto de força bruta, de combate, para suprí-los dessa necessidade. Ou cultuavam seu deus da
fertilidade para extraírem as bençãos da terra para sua sobrevivência ou aumentarem sua prole.

Thor era o deus do trovão, ligado à chuva, à agricultura. Era o deus dos lavradores da terra.
Thor também era invocado na guerra, bem como o deus Tyr.
Freya, a deusa da fertilidade, em seu aspecto feminino, e Ing, em seu aspecto masculino.
As nornas regiam as forças do destino, do karma.
Wotan ou Odin, o deus Pai, o Alfadhir para quem as Valkírias escolhiam os mortos no
campo de batalha para habitarem com ele em Valhalla…

No meu ponto de vista, Deus sempre atendeu a humanidade sob os mais diferentes nomes,
conforme a compreensão que tinham dele, compreensão essa que evolui com o passar do tempo, de
forma gradual mediante a atuação dos elohim.
Como já citado, a alma humana é uma emanação Divina, uma parte de Deus co-habitando
conosco, o fôlego de vida, a Centelha Divina. Desde tempos bem remotos houveram aqueles que
entenderam essa natureza divina do homem e buscaram alcançar contato com sua essência divina.
A oração é uma dessas formas. A oração é a forma de se verbalizar. Deus criou o mundo
verbalizando. “E haja Luz! E a luz se fez.” Sendo o homem um “mini-deus” na terra, deve-se
também aprender a verbalizar para modificar a realidade à sua volta. Através da oração o homem
pode verbalizar os nomes Divinos do Criador, nomes de poder que invocam sua presença. Um ritual
é composto de orações; salmos são orações, e os nomes sagrados de Deus figuram nos salmos.
Nomes de anjos encarregados de ajudar na evolução da criação estão codificados nos salmos, porém
eles foram escritos no idioma hebraico. Mas mesmo recitados em outros idiomas eles manifestam o
poder do Criador. Através de um ritual para se invocar a presença do Altíssimo, da Força Criadora,
como queira chamar, verbalizamos nossa vontade de um contato mais íntimo com o Criador, e
conhecendo os atributos e virtudes, as responsabilidades delegadas aos anjos em suas respectivas
jurisdições podemos pedir a Ele a permissão de sermos atendidos por uma ou mais de suas
emanações divinas para nos ajudarem em necessidades específicas de acordo com esses ministérios.
Há aqueles que conseguem dialogar com elas. Por séculos isso foi mantido em sigilo, em ordens
fechadas. Nos nossos dias, com o advento da internet esse conhecimento vem alcançando um
número exponencial de pessoas e eu fui um dos agraciados ao acesso à vários livros, físicos, em
pdf, videos, podcasts etc.
Mas deve-se aprender, estudar bem, ter cautela, pois dentre os seres das esferas espirituais,
há também aqueles de natureza hostil. A preparação com jejuns e orações, a oração dos salmos no
local do ritual bem como a consagração de ferramentas que auxiliam na arte para esse contato com
o Divino são meios de se proteger dessas forças hostis, de se elevar a consciência e alcançar esferas
superiores, dirigindo nossa oração diretamente à Emanação Divina que se deseja contatar.

As Ferramentas Para o Ritual


Não, não é brincadeira, os magistas deixaram nos antigos grimórios que se usa uma “varinha
mágica” como ferramenta. Pode parecer ridículo, afinal a mídia explorou o tema de forma cômica
através de vários personagens ao longo do tempo. Pelo menos essa foi minha primeira reação ao
ouvir falar de magia antes de conhecê-la. Meu conhecimento a respeito era falso e baseado na mídia
“profana”.
Tendo a compreensão de que Deus criou uma alma para cada criatura, seja um mineral, uma
árvore, um animal… tudo tem alma. Esse conceito é o animismo. Desde tempos remotos houve a
compreensão de que havia alma no fogo, na água, na terra, no ar… espíritos encarregados da
manutenção da natureza, uma hierarquia abaixo dos anjos com essa incumbência, mencionados nos

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grimórios como “elementais” por serem relacionados aos 4 elementos. Os povos antigos os
chamaram por vários nomes, e ficaram eternizados no conhecimento dos homens através de mitos e
contos infantis, como fadas (ar), gnomos (terra), ondinas (água), salamandras (fogo), e há antigos
grimórios e obras que abordam orações para evocação dessas entidades. Entretanto há risco ao
chamá-las, pois podem agir de forma hostil, visto que o homem constantemente agride o meio
ambiente que elas laboram fervorosamente em manter, portanto para toda obra mágica em que se
tenta contato com tais criaturas é necessário conhecimento para saber se precaver de possíveis
hostilidades.
Há uma idéia disseminada mundo afora de que Deus não teria criado apenas as almas e
anjos no mundo espiritual. Como já mencionei haveriam muito mais seres do que podemos
imaginar. Muitos espíritos antiquíssimos, existentes desde antes da criação do homem, adorados
como deuses nas civilizações antigas, foram “demonizados” com o passar do tempo, principalmente
pela igreja. Talvez por fatores políticos ou por seu comportamento agressivo para com o homem
que os evoca. Seriam esses espíritos anjos de natureza densa, que a igreja rotulou como “anjos
caídos”? Só há uma maneira de saber: conseguindo dialogar e aprender com uma das emanações do
Altíssimo.
Essas são algumas das ferramentas mencionadas nos grimórios e, sendo que há alma em
todas as coisas, é necessário um ritual e orações para conjurá-las a fim de que nos sirvam bem nos
propósitos que almejamos:

- varinha mágica
- círculo de proteção
- velas
- azeite
- água de fonte natural (rio ou orvalho)
- sal
- incenso
- tábua da arte
- adaga/faca/espada
- diário mágico
- paramentos ritualísticos
- selo do anjo

A Varinha Mágica
A varinha mágica pode ser um galho de ébano, amendoeira, aveleira, ou nogueira e
conseguida em dia e hora de Mercúrio (quarta-feira), como a maioria das ferramentas dessa arte.
Uma vez conseguida é recitada uma oração para conjurar a alma dessa parte de uma árvore a atuar
em nome do Altíssimo como uma ferramenta que te auxilie nos ritos como uma batuta, para
conduzir a expressão da sua vontade, pois o mago não deve de forma alguma sair do círculo até que
termine o ritual. Por exemplo, se um espírito se recusa a obedecer, deve-se indicar com a varinha
que ele deve se manifestar na bola de cristal ou na água da arte contida na taça no centro do
triângulo, na tábua da arte, que também menciono adiante.

O Círculo Mágico
Há vários modelos de círculo mágico, de vários sistemas de magia. Todos são cercados de
nomes de poder, nomes atribuídos à Força Criadora. Através dele o mago canaliza sua energia
através das esferas superiores, em busca da Força Criadora em Kether, a primeira séfira, que

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significa “Coroa”. Os nomes sagrados em volta são aqueles diante dos quais todo joelho se dobra e
todos os espíritos devem respeitar. O mago jamais deve sair do círculo durante o ritual, para sua
segurança. Cada sistema mágico traz um modelo de círculo. Abaixo o modelo de círculo de
Trithemius:

Modelo de círculo que utilizo, extraído de um trabalho de Dalton RF do canal Covil do Eremita, “Alta Magia Angelical - Da teoria à
prática - O compêndio sobre a nobre arte de invocação dos anjos. Aprendi muito através do canal dele.

As Velas
As velas representam a canalização da luz Divina, posicionadas à volta do círculo e, no
Altar, expressam a reverência do magista ao Criador e a chama que ilumina e canaliza sua oração à
emanação divina buscada com a permissão do Altíssimo, a quem pertence todo o poder. Ou podem
ser usadas sobre o altar como representação daquilo que se busca, de forma simbólica.
A lei hermética diz: “O que está acima é semelhante ao que está embaixo, e o que está
embaixo é semelhante ao que está acima.” Partindo desta máxima contida na Tábua de Esmeralda

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entendemos que assim como em nosso plano material, o elemento fogo emite luz para nos guiar e
calor para nos auxiliar e proteger, assim também no plano superior, o fogo Divino nos ilumina
dissipando todas as trevas, repelindo todo o mal.

Salmos 104:4 - “Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.”
Salmos 78:14 - “De dia os guiou por uma nuvem, e toda a noite por uma luz de fogo.”

A clavícula de Salomão (Chave Maior) traz símbolos angélicos que devem ser inscritos nas
velas com a ponta da adaga. Alguns desses símbolos também são inscritos na vara. Não pude
descobrir a origem deles, mas imagino serem selos de espíritos angélicos do ar e/ou do fogo. Há
também a possibilidade de serem sigilos que representam o poder dos nomes sagrados do Altíssimo.
Há quem não se utilize desses símbolos.
Se puder fabricar suas próprias velas, isso potencializa ainda mais o ritual. Aliás, toda
ferramenta que é fabricada pelo próprio mago traz esse benefício, visto que sua energia influencia
na fabricação, sua intenção é colocada ali.
Se usar uma vela sobre o altar representando a si mesmo, há rituais que instruem a untar tal
vela com sua saliva, seu DNA em sua representação simbólica no ritual.
Nunca se deve apagar as velas soprando. É falta de respeito. Utiliza-se para isso os dedos
ou um apagador.
Deve-se sempre tomar cuidado contra incêndios. O ideal é não deixá-las acesas ao sair.
Ao apagar, faça-o com respeito:

“Apago seu fogo, mas não apago sua luz.”

O Azeite
A Torá e o Novo Testamento revelam o uso do azeite para unção dos profetas bem como
dos membros da igreja (Tiago 5.13-16). No ritual ele é uma ferramenta útil, e através da
consagração, busca-se do Criador a bênção para que ele seja um canalizador da autoridade espiritual
do Altíssimo cobrindo-nos de tal virtude para o contato com os espíritos chamados ao ritual.

A Água
A maior parte do corpo é formada de água. Água preserva a vida, sobre as águas movia-se o
Espírito de Deus no princípio da criação. A água, consagrada e acrescida do sal também
consagrado, é usada no ritual para banir energias negativas do ambiente e do próprio magista,
através de aspersão e, na taça de vidro ou cristal, caso não se tenha uma bola de quartzo (bola de
cristal), é onde o espírito chamado deve se manifestar.

O Incenso
O incenso (usado na missa católica, umbanda, etc) devidamente consagrado e aspergido com
a água da arte é outra ferramenta cuja alma é conjurada a nos auxiliar através do perfume e fumaça
produzida como um repelente contra espíritos das trevas e forças negativas, purificando o ambiente
e permitindo apenas a aproximação de forças positivas. Os perfumes odoríficos tradicionais para
consagração são olíbano, sândalo e mirra.
Há correspondências de perfumes de incensos com os anjos, correspondências planetárias,
que cito ao falar sobre os arcanjos regentes dos dias da semana.

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A Tábua da Arte
A tábua da arte é um objeto contendo nomes de emanações divinas em volta, um triângulo
ao centro cercado de nomes Divinos, colocado no centro do altar, onde se posiciona a bola de cristal
ou a taça com a água da arte, onde os espíritos devem se manifestar. O ideal é consagrar as
ferramentas no centro da tábua da arte.

Adaga, faca ou espada


Adaga, faca ou espada, são ferramentas usadas para rito de banimento e defesa. O ferro é um
metal cujas propriedades afugentam os espíritos hostis. Essas ferramentas são adquiridas ou
fabricadas com o metal específico em dia e hora específico e devidamente consagradas. O sistema
de Turiel, que é uma variação do sistema de Trithemius usa uma espada de ferro no centro do
círculo. Há um ritual conhecido como Conjuração dos Quatro em que se usa a espada. Eu
particularmente uso apenas a adaga, devido a questões de dificuldade de manuseio no local em que
disponho para realização de meus rituais. Também não utilizo a Conjuração dos Quatro.

O Diário Mágico
O diário mágico, também consagrado, é onde o mago anota as orações, ritos, respostas,
resultados, insights etc e, como todas as demais ferramentas, também deve ser devidamente
consagrado. É um rito de consagração longo, que pode durar dias. Mas a Clavícula de Salomão diz
que pode-se consagrá-lo inscrevendo na primeira e última página as expressões de Deus antes de
sua manifestação na criação, retratadas nas imagens da árvore da vida cabalística como estados
divinos antes da criação, acima de Kether, onde criatura alguma tem acesso:

‫אין סוף‬
Ain Sof (Infinito)

‫אין סוף אור‬


Ain Sof Aur (Luz Infinita)

Os Paramentos
Paramentos são as vestimentas sacerdotais, assim como usa um padre ou um rabino, pois no
ritual, o mago é o próprio sacerdote.

O Selo ou Lamen
O selo é a assinatura do anjo, que preferencialmente deve ser confeccionado no metal
específico, em dia e hora específicos e devidamente consagrado. Através dele é enviada diretamente
ao anjo que se deseja contatar a oração realizada. A oração sobe às esferas espirituais, estando
sujeitas até mesmo a não chegarem ao destino em determinadas condições, entretanto se tudo for
feito em dia e hora corretos e com o uso do selo do anjo, a probabilidade é de que o anjo receba a
oração com maior rapidez e facilidade.

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Adaptações
Devidamente consagradas, há ferramentas que podem ser adaptadas ou, em alguns casos,
ignoradas. Por exemplo, não tendo consigo a adaga/faca ou espada, ou mesmo a varinha, pode-se
usar, em teoria, apenas os dedos. Ébano não é uma madeira fácil de conseguir. Conheço quem teve
de importar para seguir o sistema de Trithemius. Portanto pode ser que haja a necessidade de
adaptação, visto que os grimórios foram escritos em uma época e local onde tais materiais
mencionados eram mais acessíveis. Eu particularmente, segui a idéia de adaptação mencionada no
livro de um mago chamado Rufus Opus, que opera baseado no sistema de Trithemius, que me
trouxe grande ajuda através de sua obra “Seven Spheres” (Sete Esferas). Fiz minha varinha de
eucalipto, madeira essa de propriedades purificadoras.
Diz-se que que o círculo pode ser traçado verbal e mentalmente. Minha experiência não foi
segura dessa forma, mas ressaltando que não fiz uso dos salmos que purificam e protegem o
ambiente com o poder do Criador. Pode ser traçado com giz ou carvão. O meu eu fiz em um papel
de maior gramatura, devidamente consagrado, no dia e hora correto. Há também quem prefira
mandar confeccioná-lo em lona (vinil), o que convenhamos, é bem prático. Outros o fabricam em
tecido, ou pintam sobre tecido, utilizando-se de tinta para tecido também consagrada.
Não tendo água de orvalho, uso por exemplo, água mineral, e pude obter resultados de
manifestações visíveis.
Em caso de não poder confeccionar o selo em metal, muitos utilizam-se de outros materiais,
como madeira ou papel, enfatizando que tudo deve ser adquirido e/ou fabricado no dia e horário
correto, devidamente consagrado, sejam ferramentas de metal, caneta, pincéis, tintas e papel.
O meu paramento, por exemplo, é uma camisa que mandei confeccionar com o símbolo do
Tetragrammaton, que consta no livro Dogma e Ritual da Alta Magia de Eliphas Levi, contendo o
Tetragrama Divino, o Nome impronunciável de Deus, ‫יהוה‬, a estrela de cinco pontas, símbolo
que representa o homem perfeito, em sua condição una com o Divino, o homem iluminado pela Luz
que emana de Kether.

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1 2 – Deus em seu aspecto binário presente na natureza, macho e fêmea, ativo e positivo.
1 2 3 – Pai, Mãe e Filho, ou a Trindade Cristã Divina, Pai, Filho e Espírito Santo, Kether,
Chockmah e Binah, Coroa, Sabedoria e Entendimento.
O cálice, simboliza o aspecto gerador feminino, o útero, receptivo ao poder gerador do
Criador.
O bastão, à direita, dividido em 7 partes, os 7 estágios da evolução, a expressão da vontade
do mago.
A espada flamejante, representando o falo masculino, símbolo de fertilidade e poder em
tradições antigas, simboliza também o raio flamejante, o caminho que se percorre pela árvore da
vida.
No alto, na ponta da estrela, o símbolo de Júpiter, símbolo da misericórdia de Adonai,
Chesed, sobre o Olho do Criador, o Olho que Tudo Vê, regendo toda a criação.
O símbolo de Marte, a força, o rigor e a justiça.
Saturno, vida, morte e ressurreição, as leis que regem o destino, o caminho da evolução
humana até alcançar a sabedoria, eliminando o ego.
Sol, a luz que ilumina as trevas e traz a fecundidade.
Lua, a regente das águas e as emoções humanas, símbolo dos pólos masculino e feminino,
da força geradora da vida.
Vênus, o amor e a alegria, a felicidade alcançadas na evolução e na compreensão do Amor
Sublime do Criador.
O Caduceu de Mercúrio, símbolo de transmutação alquímica do ser em união com o
Criador.
O Alpha e o Ômega, o princípio e o fim de todas as coisas.
O hexagrama, a estrela de 6 pontas, o número sagrado. No sexto dia Deus criou o homem,
no sexto dia o homem recebeu o sopro de vida, a Centelha Divina, o domínio do espírito sobre a
matéria.

Os Exorcismos
Os exorcismos são orações em que o mago comanda a alma das coisas a realizar sua vontade
sob a autoridade dos nomes divinos de ADONAI, como ferramentas de proteção e alcance de
objetivos na arte mágica.

Exorcismo da água
“Eu te exorciso, ó criatura da água, por Ele que te criou e te reuniu em um só lugar, para que
a terra seca aparecesse. Que desveles todos os enganos do inimigo, e que te livres de todas as
impurezas e sujeiras dos espíritos do mundo dos fantasmas, para que eles não me façam mal, pela
virtude do Deus Todo-Poderoso, que vive e reina até as eras das eras. Amém!”

Exorcismo do sal
“TSABAOTH, MESSIACH, EMANUEL, ELOHIM GIBOR, Yod He Vav He;
ó Deus, que é a Verdade e a Vida, digna-Te a abençoar e a santificar esta criatura do sal, para que
ela nos sirva como ajuda, proteção e assistência nesta arte, experimento e operação, e possa ser um
socorro para nós. “

Após jogar o sal na água, recitar os salmos 102, 54, 6 e 67.

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Exorcismo do incenso
“Ó Deus de Abraham, Deus de Ytzaac, Deus de Yakov, digna-Te a abençoar essas
especiarias odoríficas para que elas possam receber força, virtude e poder de atrair os bons espíritos,
e de banir e de fazer com que se retirem os fantasmas hostis. Por Ti, ó Mais Sagrado ADONAI, que
vives e reinas até as eras das eras.”
“Eu te exorciso, ó espírito impuro e imundo, tu que és um fantasma hostil, em nome de
Deus, para que abandones este perfume, tu e todas as tuas enganações, para que ele seja consagrado
e santificado em nome de Deus Todo-Poderoso. Que o Espírito Santo de Deus conceda proteção e
virtude aos que usam estes perfumes; e que os espíritos e fantasmas hostis e malignos jamais
possam entrar aqui, pelo nome inefável de Deus Todo-Poderoso. Amém.”

“Ó Senhor, digna-Te a abençoar e santificar esta criatura do perfume, para que seja um
remédio para a humanidade, para a saúde do corpo e da alma, por meio da invocação de Teu Nome
Santo. Que todas as criaturas que recebem o odor deste incenso e destas especiarias recebam saúde
de corpo e de alma, por Ele, que modelou as eras. Amém.”

Aspergir a água da arte e guardar em um pedaço de seda ou caixa destinada para este fim.

Exorcismo do Azeite
“Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com
azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.”
S. Tiago 5.13-15
Onde houver esse sinal “+” faz-se o sinal da cruz.

“Eu te exorciso + criatura do óleo, por Deus + o Pai Onipotente + que criou o céu e a terra, e
tudo quanto estes contém; por seu filho + Jesus Cristo; pelo Espírito + Santo, do qual guardo a
bondade e a clemência; pela Virgem Maria + que venceu os demônios; pelos anjos + que formam o
exército do Grande Rei; pelos patriarcas de Israel e pelos profetas +, oráculos do Espírito Santo;
pelos santos apóstolos +, juízes dos séculos; pelos Evangelhos +, fiéis luzes do Cristo; pelos
Mártires + de resplandescente caridade; pelos eremitas +, sementes de bençãos, que desprezaram os
prazeres do mundo; pelos santos levitas +, conservadores da Doutrina; pelas virgens, esposas do
Cristo; pelas santas viúvas +, espelho de virtudes, a fim de que toda força diabólica, como todo o
exército do mal, como todo ataque, praga, dor e artifício de Satanás e dos seus ministros sejam
destruídos e se fastem de todos aqueles que te beberem ou forem por ti ungidos. Que tu, criatura de
óleo +, destruas todos os malefícios diabólicos, queimando-os; que possas tornar-te o melhor
remédio para a saúde do espírito e do corpo, a fim de que os demônios não + possam mais
esconder-se nos homens e que a virtude onipotente do nome de Jesus Cristo os afugente; que estes
fujam com seus malefícios em nome da santíssima Trindade, o Pai +, o Filho + e o Espírito Santo +.
Amém.”
Fonte: Secretum - Manual Prático de Kabbala Teúrgica - Helvécio de Resende Urbano Júnior.

Antes de ungir-se e ungir as velas, ore:

“Deus de misericórdia, paciente e benigno, de nada sou digno, mas sei da Tua grande
misericórdia e amor perdoando aos que se envergonham de suas transgressões e buscam em Ti o

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perdão. Consagra-me com o óleo de Tua Santificação, com que ungiste a Teus profetas; purifique
tudo que há em mim para que seja digno da conversação com Teus anjos e de receber Tua Divina
Sabedoria; concede-me o poder que deste a Teus profetas sobre todos os espíritos. Amém. Amém!”

Exorcismo do fogo em vaso


“Eu te exorciso, ó criatura do fogo, por Ele por Quem todas as coisas foram feitas, para que
todo tipo de fantasma saia de ti e sejas incapaz de ferir ou enganar de qualquer maneira, pela
invocação do mais Alto Criador de Tudo. Amém.”

“Abençoa, ó Senhor Todo-Poderoso e Todo Misericordioso, essa criatura do fogo que


abençada por Ti seja para a honra e a glória de Teu Nome mais sagrado, para que não faça o mal ou
traga nenhum estorvo para os que a usam. Por ti, ó Senhor Eterno e Todo-Poderoso, e por Teu mais
Santo Nome. Amém.”

Acender os perfumes e ao fazer a sufumigações, dizer:

“ADONAI, LAZAI, DALMAI, AIMA, ELOHI, ó Santo Pai, concede-nos socorro, favor e
graça, pela invocação do Teu Nome Sagrado, para que essas coisas nos sirvam de auxílio no que
desejamos realizar aqui, que todo o engano saia deles, e que sejam abençoadas e santificadas pelo
Teu Nome. Amém.”

Preparação das Velas


Fabricar ou comprá-las em dia e hora de mercúrio. Com a adaga ou buril da arte grafar nas velas os
caracteres seguintes (Fonte: A Clavícula de Salomão):

Citar sobre elas os salmos 150, 103 e 107.

“Ó Senhor Deus, que governas todas as coisas por Tua Força toda poderosa, concede a mim,
um pobre pecador, conhecimento e sabedoria para fazer apenas o que for agradável a Ti. Concede-
me que eu Te tema, Te adore, Te ame, Te louve, e agradeça a Ti com fé verdadeira e sincera, e em
perfeita misericórdia. Concede-me, ó Senhor, antes que eu morra, e desça aos reinos abaixo, e antes
que as chamas flamejantes me devorem, que Tua graça não me deixe, ó Senhor de minha alma.
Amém.”

Exorcismo das Velas


“Eu te exorciso, ó criatura da cêra, por ele que sozinho criou todas as coisas com Sua
Palavra e pela virtude Dele que é Verdade pura, para que tu expulses cada fantasma, perversão e

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engano do inimigo, e que a virtude e o poder de Deus entrem em ti, para que possas nos dar luz e
afastar de nós todo medo ou terror.”

Aspergí-las com a água da arte e incensá-las.

Exorcismo do fogo
“Eu te exorciso, ó criatura do fogo, pelo nome do Senhor Eterno e Soberano, por Seu Nome
inefável, que é YHVH (leia-se IEHOVÁ ou Yod He Vav He), pelo nome IAH (leia-se IARRR,
com o R expressivo), e pelo nome de poder EL; que tu possas iluminar o coração de todos os
espíritos que iremos chamar a este círculo para que eles apareçam diante de nós sem fraude ou
engano, por Ele que criou todas as coisas.”

Exorcismo da caneta e tintas


“ADRAI, HAHLII, TAMAH, TILONAS, ATHAMAS, ZIANOR, ADONAI, expulsai dessa
caneta (pincel) todo o engano e o erro para que ela posa ter virtude e eficácia para escrever tudo o
que desejo. Amém.”

No dia e hora de Mercúrio, escrever em hebraico na caneta, os nomes YHVH, Metatron,


IAH IAH IAH, QADOSCH, ELOHIM TSABAOTH.

“Eu te exorciso, ó criatura da tinta, por ANAIRETON, por SIMULATOR, e pelo nome
ADONAI, e pelo nome Dele, por quem todas as coisas foram feitas, para que sejas para mim auxílio
e socorro em todas as coisas que desejo realizar com tua ajuda.”
Exorcisar, perfumar e aspergir.

Exorcismo do papel
Escrever nele os caracteres e incensar após o exorcismo.

“Estai aqui presentes para me auxiliar e para que minha operação seja completada por vós,
ZAZAII, ZALMAII, DALMAII, ADONAI, ANAPHAXETON, CEDRION, CRIPON, PRION,
ANAIRETON, ELION, OCTINOMON, ZEVANION, ALAZAION, ZIDEON, AGLA, ON, YOD
HE VAV HE, ARTOR, DINOTOR, anjos sagrados de Deus; estai presentes e instilai virtude nesse
papel, para que ele possa obter tal poder por vós e que todos os nomes e caracteres sagrados nele

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inscritos possam receber o devido poder, e que todos os enganos e entraves dele partam, por Deus, o
Senhor Misericordioso e gracioso, que vive e reina por todas as eras Amém. “

Recitar sobre o papel os salmos 72, 117, 134 e dizer:

“Eu te conjuro, ó papel, por todos os nomes sagrados para que obtenhas eficácia e força, e te
tornes exorcizado e consagrado, assim nenhuma das coisas que possam ser escritas em ti sejam
apagadas do Livro da Verdade. Amém.”

Aspergir e guardar.

Consagração da Vara
Cortada com um só golpe em dia e hora de Mercúrio (quarta-feira), ao nascer do sol, de uma
árvore jovem, de até um ano, seguindo a tradição, de ébano, segundo Trithemius, ou aveleira,
nogueira ou amendoeira. Como já citado, há quem adapte e utilize madeira diferente destas.

Fonte: A Clavícula de Salomão

Fonte: Seven Spheres – Rufus Opus

Consagração e exorcismo da Tábua da Arte


A Tábua da Arte, como já mencionado anteriormente, é sua ferramenta de conjuração, onde
será posicionada a bola de cristal (quartzo) ou a taça contendo a água da arte (água consagrada, de
rio ou mineral no caso de adaptação, com sal consagrado). É encontrado em obras literárias sobre o
tema que a água de orvalho potencializa mais ainda a manifestação. Não sei citar a fonte, mas
tenho a impressão de ter lido em algum lugar que não se deve usar água de chuva. A taça ou
pedestal da bola de cristal não devem cobrir as linhas do triângulo de evocação portanto deve ter o
tamanho adequado. Cerca de 30x30 cm.

Faça aspersão da água da arte sobre o triângulo da arte, citando o Salmo 51:7 “Purifica-me
com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve."

Em seguida, incense-o e prossiga com o exorcismo:

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"Ó criatura inanimada de Deus, que tu sejas santificada, consagrada e abençoada para esta
operação. Que nenhuma força maligna possa vir de ti, e se o fizer que seja contido e banido
imediatamente, pelo nome inefável de YHVH TSABAOTH! Que assim seja, em teu nome ó Todo-
Poderoso ADONAI, Criador de todas as coisas. Amém."

Fonte: Seven Spheres – Rufus Opus

Consagração e exorcismo do Círculo Mágico


“Sede presente para ajudar-me, e minha operação ser consumada através de vós; ZAZAII,
ZALMAII, DALMAII, ADONAI, ANAPHAXETON, CEDRION, CRIPON, PRION,
ANAIRETON, ELION, OCTINOMON, ZEVANION, ALAZAION, ZIDEON, AGLA, ON, YOD
HE VAU HE, ARTOR, DINATOR. Santos Anjos de Deus, se façam presentes e infundam virtude
neste Circulo (ou cite o material do circulo), de modo que ele obtenha poder através de vós; que
todos os Nomes e Símbolos nele escritos recebam o devido poder, e que todo engano e empecilho
partam dele, através de Deus, o Senhor misericordioso e gracioso, Aquele que vive e reina por todas
as eras. Amém.

Recite os Salmos 72, 117, 134 e o “Benedicite Omnia Opera”.

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Benedicite Omnia Opera
1. Obras do Senhor, bendizei todas o Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre.
1. Benedícite, ómnia ópera Dómini, Dómino, laudáte et superexaltáte eum in sǽcula.

2. Céus, bendizei o Senhor, Anjos do Senhor, bendizei o Senhor.


2. Benedícite, cæli, Dómino, benedícite, ángeli Dómini, Dómino.

3. Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor, poderes todos do Senhor, bendizei o Senhor.
3. Benedícite, aquæ omnes, quæ super cælos sunt, Dómino, benedícat omnis virtus, Dómino.

4. Sol e lua, bendizei o Senhor, estrelas do céu, bendizei o Senhor.


4. Benedícite, sol et luna, Dómino, benedícite, stellæ cæli, Dómino.

5. Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor, todos os ventos, bendizei o Senhor.


5. Benedícite, omnis imber et ros, Dómino, benedícite, omnes venti, Dómino.

6. Fogo e calor, bendizei o Senhor, frio e geada, bendizei o Senhor.


6. Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor, frios e aragens, bendizei o Senhor.

7. Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor, frios e aragens, bendizei o Senhor.


7. Benedícite, rores et prúina, Dómino, benedícite, gelu et frigus, Dómino.

8. Gelos e neves, bendizei o Senhor, noites e dias, bendizei o Senhor.


8. Benedícite, glácies et nives, Dómino, benedícite, noctes et dies, Dómino.

9. Luz e trevas, bendizei o Senhor, relâmpagos e nuvens, bendizei o Senhor.


9. Benedícite, lux et ténebræ, Dómino, benedícite, fúlgura et nubes, Dómino.

10. Bendiga a terra o Senhor, louve-O e exalte-O para sempre.


10. Benedícat terra Dóminum, laudet et superexáltet eum in sǽcula.

11. Montes e colinas, bendizei o Senhor, tudo o que germina na terra bendiga o Senhor.
11. Benedícite montes et colles, Dómino, benedícite, univérsa germinántia in terra, Dómino.

12. Fontes, bendizei o Senhor, mares e rios, bendizei o Senhor.


12. Benedícite, mária et flúmina, Dómino, benedícite, fontes, Dómino.

13. Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor, aves do céu, bendizei o Senhor.
13. Benedícite, cete et ómnia, quæ movéntur in aquis, Dómino, benedícite, omnes vólucres cæli,
Dómino.

14. Animais e rebanhos, bendizei o Senhor, homens, bendizei o Senhor.


14. Benedícite, omnes béstiæ et pécora, Dómino, benedícite, fílii hóminum, Dómino.

15. Bendiga Israel o Senhor, louve-O e exalte-O para sempre.


15. Bénedic, Ísraël, Dómino, laudáte et superexaltáte eum in sǽcula.

16. Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor, servos do Senhor, bendizei o Senhor.


16. Benedícite, sacerdótes Dómini, Dómino, benedícite, servi Dómini, Dómino.

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17. Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor, santos e humildes de coração, bendizei o
Senhor.
17. Benedícite, spíritus et ánimæ iustórum, Dómino, benedícite, sancti et húmiles corde, Dómino.

18. Ananias, Azarias, Misael, bendizei o Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre.
18. Benedícite, Ananía, Azaría, Mísaël, Dómino, laudáte et superexaltáte eum in sǽcula.

19. Bendigamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo; louvemo-l'O e exaltemo-l'O para sempre.
19. Benedicámus Patrem et Fílium cum Sancto Spíritu; laudémus et superexaltémus eum in sǽcula.

20. Bendito sejais, Senhor, no firmamento dos céus. A Vós, o louvor e a glória para sempre.
20. Benedíctus es in firmaménto cæli et laudábilis et gloriósus in sǽcula.

Aspergir com a água da arte e incensar dizendo:

“Eu te conjuro, ó (material de que e feito o circulo. Ex: linho), por todos os Nomes
Sagrados, que tu recebas eficácia e força, e tornes-te exorcizado e consagrado, de modo que
nenhuma das coisas escritas sobre ti se apaguem do Livro da Verdade. Amém.”

O Pano de Seda ou Linho


Envolve-se as ferramentas consagradas em tecido de seda ou linho, limpo, sem mancha, de
qualquer cor, exceto cinza e preto. Inscreve-se nele o seguinte:

Fonte: A Clavícula de Salomão

Perfumar, aspergir e recitar os salmos 82, 72, 134, 64. Reservar por sete dias com
especiarias doces.

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Instrumentos de metal
Os instrumentos de metal devem ser confeccionados/adquiridos e consagrados em dia e hora
de Júpiter.

“Eu te conjuro, ó instrumento de aço, por Deus o Pai Todo-Poderoso, pela virtude dos céus,
das estrelas e dos anjos que as presidem; pela virtude das pedras, ervas e animais, pela virtude do
granizo, da neve e do vento; para que tu recebas tal virtude, que possas obter sem engano o final
que desejo em todas as coisas nas quais eu te usarei; Por Deus, o Criador das eras e Imperador dos
anjos. Amém.”

Ler os salmos 3, 9, 31, 42, 60, 51, 130.

Perfumar, aspergir e envolvê-lo em seda, dizendo:

“DANI, ZUMECH, AGALMATUROD, GADIEL, PANI, CANELOAS, MEROD,


GAMIDOI, BALDOI, METRATOR, anjos mais sagrados, estai presentes como guardiões deste
instrumento.”

Consagração da Adaga ou Espada


Em dia e hora de Mercúrio (quarta-feira), 1ª ou 15ª hora:

Fonte: A Clavícula de Salomão

“Eu te conjuro, ó Adaga (ou espada), por estes nomes, ABRAHACH, ABRACH,
ABRACADABRA, YOD HE VAV HE, para que tu me sirvas como força e defesa em todas as
operações mágicas, contra todos os meus inimigos, visíveis ou invisíveis, eu te conjuro novamente,
pelo nome sagrado e indivisível de El, forte e maravilhoso, pelo nome SHADDAI, Todo-Poderoso e
pelos nomes QADOSCH, QADOSCH, QADOSCH, ADONAI ELOHIM TZABAOTH,
EMANUEL, O Primeiro e O Último, Sabedoria, Vida, Caminho, Verdade, Chefe, Fala, Mundo,
Esplendor, Luz, Sol, Fonte, Glória, A Pedra do Sábio, Virtude, Pastor, Sacerdote, Messias, Imortal;
por estes nomes então e pelos outros nomes, eu te conjuro, ó ADAGA (ESPADA), para que me
sirvas como proteção em todas as adversidades. Amém.”

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Os Selos dos Anjos/Arcanjos
O selo ou lamen é a “assinatura” do
anjo inscrita num objeto metálico
correspondente à séfira em que ele rege, ou
de papel ou madeira em caso de adaptação,
que é pendurado ao pescoço e pende entre
o peito e o plexo solar. É uma ferramenta
que chama o anjo pelo nome para que
venha nos atender.
Na Kabbala tradicional, conforme
pude verificar em video de um rabino
ortodoxo, os arcanjos são atribuídos como
regentes em sefirotes diferentes do que é
mostrado nos grimórios ocidentais, a partir
da idade média. Sigo conforme vejo nos
grimórios.
Cada arcanjo é mencionado como
regente de determinada séfira, sua
jurisdição de atuação na natureza, no
exercício da vontade de Deus. Segundo os
grimórios, cada um pode ser acessado mais
facilmente no dia específico. Cada dia é
dividido em horas e essas são atribuídas a
outros anjos. Há aplicativos para celular
que mostram as horas planetárias, e é
seguindo esse horário que se faz a
consagração das ferramentas da arte. A
maioria em dia e hora de Mercúrio, na
quarta-feira, no horário regido por
Mercúrio, pois cada hora é regida pela
influência de um planeta.
O Sol e a Lua eram considerados
planetas na astrologia clássica, portanto
mencionarei dessa forma. Entendendo do
ponto de vista anímico, os planetas têm
alma, um daemon (espírito em grego) que
rege a vida nesse planeta, uma energia que
vibra nesse planeta. Aos planetas são
associadas Inteligências Planetárias que seriam o Agathodaemon, o espírito de luz desse planeta e o
Espírito Planetário, ou Cacodaemon, o espírito das trevas desse planeta, conhecido na filosofia
oriental como Ying e Yang. Deus desdobrou-se em duas energias para criar a vida, em positivo (a 2ª
séfira, Chockmah – leia-se Rockmá) e negativo (a 3ª séfira, Binah), assim na natureza, na criação
divina tudo tem dois pólos, macho e fêmea, ativo e passivo, branco e preto, bem e mal, dia e noite
etc. Seguindo esse princípio, duas energias opostas regem os astros e o arcanjo do dia rege o astro e
essas energias. As 7 esferas planetárias conhecidas na astrologia clássica são atribuídas a cada séfira
(os planetas Urano e Netuno foram inseridos posteriormente).

Alguns grimórios trazem nomes diferentes para os arcanjos e outros concluem que podem
ser apenas variações dos nomes que tiveram sua pronúncia alterada ao longo da história.

32
Michael – Domingo - Sol
Michael (pronuncia-se Mirrael), que significa “Quem é como Deus?” conhecido
popularmente como Miguel ou Mikael, é o arcanjo que se assenta à destra de Deus, o defensor do
povo de Israel, associado à esfera planetária do Sol, portanto associado a cor Dourado/Amarelo e ao
metal mais nobre, o ouro, a séfira de Tipheret, a Beleza. Nessa séfira é refletida a luz de Kether e
das séfiras que a antecedem, Chockmah, Binah, Chesed e Geburah. É a séfira da revelação da Luz
Crística, a séfira da iluminação. Sendo o Sol, o astro de Luz, que repele as trevas e traz o dia,
Michael apresenta a natureza de exorcismo, de repelir as forças das trevas como um combatente
invencível sob o comando do Todo-Poderoso que vem trazendo um socorro rápido para as
urgências da vida que pedem um defensor para aquilo que se apresenta mais forte do que nós. Mas
também, sendo associado à séfira Tipheret, atua com amor em questões de saúde, combatendo
enfermidades, em questões de prosperidade, etc.
Os incensos correspondentes são lavanda, aloés (babosa) ou açafrão e o nome Divino de
poder associado a Michael na séfira Tipheret é YHVH ELOAH VA DAATH

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

33
Gabriel – Segunda-feira - Lua
“A Humanidade de Deus”, o significado de seu nome, tamanha a sua proximidade com o
Criador. É o anjo que anunciou o nascimento de Yeshua (Jesus, em hebraico) à Maria, o anjo que
derrotou o exército do rei Senaqueribe, de 175 mil homens, o anjo que destruiu Sodoma e Gomorra.
Por esse aspecto bélico a Kabbalah tradicionalmente o atribui à séfira de Marte, Geburah (leia-se
Guevura). Nos grimórios e na Kabbala, na tradição ocidental, ele rege a séfira de Yesod, a esfera
lunar, associado à cor branca ou prata, a cor e o metal. A Lua rege as marés, e partindo desse
raciocínio, sendo o corpo humano composto de 65% ou mais de água, somos influenciados pela
energia lunar, sob a regência de Gabriel (que no hebraico pronuncia-se Gavriel), afetando nossas
emoções, podendo ajudar a balancear e harmonizar nosso ser. Atua nas visões, sonhos, no
desenvolvimento dos dons espirituais, os dons de mediunidade.
Há quem diga que ele se apresente de forma feminina.
Gabriel é capaz de auxilar no nosso aprendizado, na nossa evolução, também estimulando
nossa intuição, onde somos capazes de ser esclarecidos acerca de determinadas questões, por
insights.
Os incensos correspondentes são mirra, cravo, canela, jasmim e olíbano.
O nome Divino associado à Gabriel na séfira Yesod é SHADDAI EL CHAI.

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

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Kamael – Terça-feira - Marte
Kamael pode ter sido demonizado pela igreja nos últimos anos, sendo visto com maus olhos
como o anjo que levou a morte aos primogênitos do Egito, ou como o tentador de Adão e Eva. Seu
nome seria Samael em outras obras, portanto, muitos preferem chamá-lo de Kamael, não o
associando a tais eventos. Mas já vi magista que trabalha com ele que o argüiu sobre isso e ele disse
que prefere ser chamado de Kamael. Há quem identifique que Kamael rege Geburah, a séfira da
árvore da vida, enquanto que Samael rege a qliphot correspondente na árvore da morte.
Segundo a tradição cabalística, abaixo da árvore da vida estende-se para as profundezas a
árvore da morte que em vez de sefirotes, apresenta qliphotes (cascas), que quando o homem peca, é
como se uma casca se formasse sobre sua alma, distanciando-o de Deus.
O rabino Rebe Nachman de Breslev chegou a conclusão que existem 10 trechos dos salmos
que, entoados numa sequência correta, trazem o poder de purificar a alma, sendo capaz de rasgar
essas cascas e levar o homem a uma proximidade com Deus.
Segundo Rufus Opus, Michael seria mais indicado para nos ajudar em questões rápidas, de
ação sumária em emergências que demandem defesa, enquanto que Kamael seria mais indicado
para manutenção da segurança, mesmo quando não há perigo a vista, evitando surpresas.
Kamael é a “Justiça de Deus”, um anjo de combate, que atua em questões bélicas do
interesse do Criador e, sendo regente na esfera planetária de Marte, associa-se à cor vermelha e ao
ferro, sendo este metal portador de propriedades capazes de repelir espíritos das trevas, portanto
indicado como material na confecção de espadas e adagas para uso na arte da magia. Ele é capaz de
nos proporcionar força necessária para vencer obstáculos, é capaz de nos proteger contra perigos e
adversários físicos ou espirituais.
Há quem diga que Michael é melhor para assuntos de proteção espiritual e Kamael para
assuntos de proteção física. Creio que ambos são eficazes de qualquer forma.
Sendo um espírito mestre nas artes de combate, há literatura que atribua a ele o poder de
curar e ajudar a cicatrizar feridas profundas, sendo indicado para casos de cirurgias de risco, por
exemplo.
Atua também no sentido de trazer justiça a quem merece. Mas cuidado ao pedir para que
seja feita justiça na vida de alguém que seja, por exemplo, seu desafeto. Se o seu pedido for injusto,
pode ser que haja um efeito rebote e você seja atingido com justiça. Existe uma lei conhecida pela
física como “ação e reação”, popularmente difundida como “o que se planta, colhe-se”, associada à
“Lei de Causa e Efeito” descrita na Tábua de Esmeralda.
Segundo o “Dicionário de Anjos” de Gustav Davidson, Em Clement, Angels in Art, Kamael
é o anjo que lutou com Jacó; também o anjo (geralmente identificado como Gabriel) que apareceu a
Jesus durante sua agonia no Jardim do Getsêmani para fortalecê-Lo.
Os incensos correspondentes são cravo, benjoim, enxofre e tabaco.
O nome Divino de poder relacionado a séfira de Geburah é ELOHIM GIBOR.

35
Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

Raphael – Quarta-Feira - Mercúrio


Raphael (em hebraico, Rephael), “A Cura de Deus”, sendo a esfera planetária de Mercúrio,
associa-se à cor laranja e a ligas metálicas, como cobre por exemplo. No passado havia quem usasse
mercúrio, mas é um metal de manuseio difícil, que oferece risco de contaminação causando câncer.
Há também a tradição que inverte a regência planetária de Michael e Raphael, associando
Michael à séfira de Hod (Mercúrio), ligada ao conhecimento e à comunicação, enquanto atribui
Raphael à esfera do sol, sendo o significado de seu nome justificado, o poder de Deus levando-o à
beleza (Tipheret) da cura do ser.
Raphael, como o nome indica, pode ser chamado para questões importantes de enfermidades
ou quaisquer questões relativas à saúde, seja dos homens ou dos animais, pois ele atua também na
proteção deles.
Regendo na séfira de Hod, relaciona-se também com a aprendizagem, a transmissão de
conhecimento. Pode ser solicitado o auxílio para passar num exame de vestibular ou numa prova de
emprego, por exemplo.

36
Como Mercúrio é a esfera da comunicação, em questões que demandem tempo para que
ocorram vias de manifestação, deve-se chamar Raphael para que ele acelere processos de
manifestação daquilo que se pede e que poderia levar mais tempo para acontecer, como por
exemplo, na urgência de auxílio em caso de cirurgia, ou de uma enfermidade grave.
Pode ser que ao chamar pela ajuda de outro arcanjo ou anjo em uma determinada questão,
mas que tenha a natureza de trabalhar de forma mais sutil, ou mais lenta, essa qualidade da
comunicação seja favorável com Raphael para que ele atue na entrega desse pedido e no auxílio de
sua manifestação de forma mais urgente. Sim, é possível trabalhar com mais de um arcanjo/anjo.
Os incensos correspondentes são benjoim, alecrim, canela, cravo, macis e orégano.
O nome Divino de poder associado à Hod é ELOHIM TSABAOTH (leia-se ELORRIM
TSÁVAOT).

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

Tzadkiel – Quinta-Feira - Júpiter


“A Misericórdia de Deus”, esse é o significado de seu nome. Sendo atuante na séfira de
Chesed ou Gedulah (Misericórdia), está associado à cor azul e ao metal estanho.
Nos grimórios encontra-se variações de seu nome como Zadkiel ou Sachiel.

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Atua em questões de prosperidade, uma clara alusão ao nome da séfira em que atua, a
Misericórdia, expressão do amor do Criador, favorecendo os negócios, as relações comerciais, etc.
Ou desfavorecendo! Há situações em que ensina a aprender a viver com o que se ganha, o que pode
não parecer uma bênção à primeira vista. Tem o poder de expansão tanto quanto de contração.
Segundo Rufus Opus, em sua obra “A Modern Angelic Grimoire”, é uma boa prática
trabalhar com o arcanjo regente em Saturno, Tzaphkiel em conjunto com Tzadkiel. Enquanto
Tzaphkiel determina as fronteiras, os limites do espaço cedido à ocupação de sua prosperidade,
Tzadkiel preenche este espaço expandindo sua esfera financeira.
Há várias formas de se alcançar resultados através dessa dupla.
Por exemplo, a configuração dos limites de retenção de informações a que somos expostos
para absorver o máximo possível no estudo para um exame importante, por exemplo, para um
emprego. Tzaphkiel determina limites mais além para sua absorção de informação, favorecido por
Raphael que te ajuda a reter conhecimento, enquanto que Tzadkiel auxilia na sua prosperidade
como fruto do conhecimento adquirido preenchendo o espaço expandido para alocar o fruto do seu
trabalho, o retorno financeiro, como consequência desse conhecimento adquirido e posto em
prática.
Os incensos correspondentes são almíscar, canela, cravo, noz-moscada, bálsamo, estoraque,
aloé.
O nome Divino de poder associado à séfira de Chesed é EL.

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

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Haniel – Sexta-Feira – Vênus
Haniel, “O Triunfo de Deus”, regente na séfira de Netzach (leia-se Net-zarr), associado à cor
verde, é o arcanjo que se apresenta de forma feminina, atuando na procriação das espécies, no sexo
entre homem e mulher, o amor, o tesão, a alegria, os relacionamentos harmoniosos… virtudes
inerentes à esfera planetária de Vênus. Minha experiência com Haniel foi intensa e foi a primeira a
me apresentar uma manifestação visual.
Há quem realize ritual para manifestar uma ajuda financeira urgente chamando por Michael
em conjunto com Haniel. Faz sentido a escolha, visto que Michael, sendo atuante no poder solar, o
poder que traz vida em abundância através da manifestação da luz, que dissipa as trevas da
escassez, como um repelente de energia negativa atuante na área financeira, proporciona auxílio
rápido, aliado às virtudes inerentes à séfira de Netzach de fomentar vias de manifestação para
relacionamentos que proporcionem a entrada de dinheiro de alguma forma, seja na necessidade de
um emprego, ou de um trabalho temporário extra que aumente a renda, ou de um ganho inesperado
qualquer…
Os incensos correspondentes são sândalo, almíscar, benjoim, verbena, rosa cor de rosa,
murta.
O nome Divino de poder associado à séfira de Netzach é YHVH TSABAOTH (leia-se
YOD HE VAV HE TSÁVAOT ou IERROVÁ TSÁVAOT).

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

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Tzaphkiel – Sábado - Saturno
A séfira de Binah é associada à esfera de Saturno, à cor preta e ao metal chumbo, regida
pelo arcanjo Tzaphkiel.
Ele rege a séfira das virtudes que atuam sobre o destino dos homens, o karma, vida, morte e
renascimento, limites de várias áreas da vida.
É dito que sua atuação é lenta, mas sábia, com resultados permanentes, portanto se
necessitar do auxílio de Tzaphkiel para algo urgente, é uma boa idéia pedir a Raphael que auxilie na
rápida manifestação desse pedido. Há rituais em que a urgência do pedido é representada por uma
vela cor carmim, dirigida ao aspecto feminino de Deus, a Grande Mãe, regente em Binah.
Em outros sistemas, a esfera de Saturno é associada a uma energia densa e depressiva, mas
minha primeira experiência com Tzaphkiel me proporcionou a transmutação imediata de uma
corrente de acontecimentos ruins para uma corrente de paz e harmonia fluída acompanhada de uma
alegria de viver repentina. Foi a experiência de manifestação de bênção mais rápida que me
aconteceu, logo na minha segunda invocação.
Os incensos correspondentes são almíscar, benjoim, algália e alume.
O nome Divino de poder associado à séfira de Binah é YHVH ELOHIM (leia-se YOD HE
VAV HE ELORRIM ou IERROVÁ ELOHIM).

Fonte: A Modern Angelic Grimoire – Rufus Opus

40
O Ritual Cerimonial
O RmP e a Cruz Cabalística

1- O ritual do RmP de banimento e salmos 51 e 91 para banimento e proteção. O ritual do RmP


desenvolvido por Crowley consiste em:

- No centro do círculo, voltado para o leste, fazer a cruz cabalística;

A Cruz Cabalística

1. Erga o braço direito e imagine-se sendo banhado com a Luz de Kether. Direcione essa luz com a
ponta do dedo ou com a ponta da vara e toque sua testa. Diga ATHO (A ti)
2. Direcionando a Luz de Kether a partir da testa, toque o centro do peito e diga Malchuth –
pronuncie o “l” bem sonoro e “ch” como rr (o reino)
3. Direcionando a luz de Kether a partir do peito, toque o ombro direito e diga ve-Geburah –
pronuncia-se ve-Gêvura (e o poder)
4. Direcionando a luz de Kether a partir do ombro direito, toque o ombro esquerdo e diga ve-
Gedulah (e a glória)
5. Abra os braços e traga-os em movimento circular até o centro do peito, trazendo a Luz de ambas
as direções, juntando as mãos em forma de palma na frente do peito (pode ser segurando a adaga ou
a vara, apontando para cima entre as palmas das mãos), como em oração, e dizendo le Olahm (para
todo o sempre)
6. Termine dizendo: AMEN (Assim está feito).

O Pentagrama nas 4 direções

- Em seguida, desembanha-se a adaga e traça-se o pentagrama de banimento (iniciando do ponto


inferior esquerdo à nossa frente.

Fonte: https://bruxariasemdogmas.blogspot.com/2015/08/ritual-menor-do-pentagrama-rmp.html

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Ao término, Avança-se o pé esquerdo e as duas mãos, sendo com a esquerda apontando com
o dedo indicador ou a vara e com a direita “finca-se” a ponta da adaga no centro do pentagrama
traçado, pronunciando-se “YOD-HE-VAV-HE” de forma vibrante. Essas são as letras hebraicas que
formam o nome inefável de Deus, YEHOVAH (leia-se IERROVÁ), nome este diante do qual todo
joelho se dobra.
- Volta-se o pé esquerdo para junto do direito, e a mão que segura a adaga, mantendo-a na altura
dos olhos, apontando para o centro atingido do pentagrama.
- Nessa posição, imagine um mar de fogo de chamas azuis avançando na direção leste, cobrindo
toda essa extensão até o horizonte. Os nomes Divinos inscritos na adaga preencheram o
pentagrama, o símbolo do homem em unidade com o Criador, agora, Deus no seu microcosmo, sua
realidade, e a vibração do Nome Divino de poder verbalizado, assim como o Criador verbalizou na
criação de todas as coisas, avança suas chamas purificadoras, banindo toda energia negativa para
longe.
- Ainda apontando a adaga para o centro do pentagrama traçado, leve o dedo indicador esquerdo aos
lábios e faça um sinal de silêncio, para que tais energias repelidas não voltem.

- Volte-se 90º para o sul (direita) e repita o processo, porém ao pronunciar o nome de Deus,
pronuncie de forma vibrante e imperativa: A-DO-NA-I. Imagine as chamas purificadoras e termine
com o sinal de silêncio e apontando a ponta da adaga para o centro atingido do pentagrama.

- Volte-se 90º para o oeste (direita novamente) e repita o processo, desta vez pronunciando E-HE-I-
EH.
Quando Deus se apresentou a Moisés na sarça ardente e lhe deu instruções para dizer ao
faraó que Ele libertaria o povo hebreu do Egito, Moisés perguntou o nome de Deus para apresentá-
lo ao faraó e seu povo. Deus disse que seu nome é ‫( אהיה אשר אהיה‬EHEIEH ASHER
EHEIEH). As bíblias em português trazem a tradução como “Eu Sou O Que Sou”, mas a tradução
correta seria “Eu Serei O Que Serei”, conjugado no futuro, dando a idéia de eternidade, o Alpha e o
Ômega, Aquele que não tem princípio e não terá fim.

- Volte-se 90º para o norte (direita novamente) e proceda da mesma forma, desta vez pronunciando
AGLA, que é o acrônimo da afirmação hebraica: “Tu és poderoso para sempre, Senhor.”

‫ולם אדני‬-‫אתה גבור לע‬


Atah GIBOR Le-olam ADONAI

- Volte-se 90º para o leste (direita, o ponto de início) e “finque” a adaga no centro do pentagrama à
sua frente. Nessa posição, respire fundo e solte o ar naturalmente. Inspira-se o ar contendo a
energia de Deus que move a vida e expira-se impurezas, expira-se coisas negativas e nocivas ao
corpo e à alma.
- Retire a adaga do centro do pentagrama, retraindo o braço e trazendo-a à altura dos olhos
apontando para o centro do pentagrama. Agora estique os braços para os lados fazendo uma posição
de cruz.
- Traga a adaga diante dos teus olhos, contemple os nomes Divinos e guarde-a na bainha.
- Na posição da cruz, evoque agora os 4 arcanjos com a oração B’Sheim Hashem. Entoada em
hebraico percebi uma manifestação energética mais potente envolvendo meu corpo. Você pode usar
o Google Tradutor para aprender a pronunciar as palavras, a forma escrita da pronúncia foi citada
anteriormente, à esquerda da oração em hebraico.
- Quando realizo a oração em hebraico, não sinto necessidade de terminar com o descrito nessa
parte, pois sinto a presença do Espírito de Deus, a Shechinah-El. Mas fica à escolha do magista.

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Ao término dessa oração, diga: “À minha volta flameja o pentagrama. (imagine os
pentagramas flamejando em chamas azuis à sua volta) e, na coluna do meio, brilha a estrela de seis
raios (imagine a estrela de seis pontas abaixo de seus pés e acima de sua cabeça, brilhando) e
imagine um feixe de luz brilhante descendo de Kether, a primeira séfira, direto de Deus, sobre você,
banhando-o com essa luz.
- Termine com a cruz cabalística.

Após alguma prática, esse rito dura menos de 5 minutos. É aconselhável fazê-lo todos os
dias pela manhã e a noite antes de dormir.
Na adaga vem a inscrição dos Nomes: Michael e Elohim Gibor. Observe que o nome Divino
Elohim Gibor é atribuído à séfira de Geburah, esfera de Marte, enquanto que Michael está regendo
a séfira de Tipheret, esfera solar. O Tratado Elementar de Magia Prática de Papus, traz um trecho
em que exibe que há “discórdia” entre determinadas entidades planetárias e há afinidades entre
outras. Os magistas são orientados a observar estes detalhes. Entretanto, em se tratando de
invocação de forças angélicas e não de forças planetárias, creio que esse detalhe não influencie.
Em conversa com vários magistas num grupo de rede social, um magista americano, Aaron
Leitch me disse algo muito interessante: “que o magista não deve passar a vida chamando vários
espíritos, como se usasse um cardápio para atender seus pedidos. O ideal seria criar laços com um
ou dois espíritos e, caso você precise de algo que esteja fora da jurisdição deste, ele mesmo te indica
o espírito que pode de ajudar.
Ele disse que, assim como nós humanos, cada espírito tem a árvore da vida dentro si e
consegue acessar a séfira desejada quando necessário buscar virtudes associadas a essa séfira. O que
faz sentido vendo a inscrição na adaga. Michael é um espírito de esfera solar, capaz de acessar a
séfira de Geburah para usar das virtudes de combate dessa séfira em nossa defesa. Um socorro
rápido de natureza bélica e justa daquele que se assenta à destra de Deus.

2- Oração com os salmos para purificação do local do ritual, conforme descritos na Clavícula de
Salomão, no local do círculo: Salmos 2, 102, 67, 54, 113, 47 e 68.
O poder de Deus é invocado através da oração desses salmos. Sem eles é bem possível que
um espírito intrusivo apareça. Aliado à oração desses salmos é necessário também uma purificação
de 9 dias, em que deve abster-se de carne, álcool, sexo, maledicências, conversas torpes e fúteis…
deve-se procurar focar nas coisas de Deus, evitar pecar. Isso aumenta sua autoridade espiritual.

3- Unção das velas com azeite,sendo as velas e o azeite previamente consagrados, conforme A
Clavícula de Salomão. Ao untar as velas com um pouco de azeite, cante como se fosse um mantra,
o nome Divino de Deus relacionado à séfira, ao anjo evocado do dia. Unte as velas em apelo, da
base para cima em movimento espiral no sentido horário. Se for na evocação de Kamael, por
exemplo, mantre o Nome Divino correspondente à séfira regida pelo arcanjo evocado, nesse caso,
ELOHIM GIBOR:

‫קדש קדש קדש אלהים גבור‬


Kadosh, Kadosh, Kadosh, Elohim Gibor
(Pronuncia-se: Cadosh, Cadosh, Cadosh, Elorrim Guibor)
Santo, Santo, Santo, Elohim Gibor

4- Acenda o fogo e o exorcise. Para isso será necessário um palito de fósforo maior. É preferível
usar fósforos do que objetos industrializados, como isqueiros, por exemplo. Mas isso não é uma
regra que o impeça. No caso de ter apenas o isqueiro, faça uma oração de exorcismo do mesmo e
use-o. Isto é uma adaptação. Após exorcisar o fogo, com o palito aceso sobre a Vela Divina
(branca) sobre o altar, ore:

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“Acendo essa vela em honra a Deus Pai Todo-Poderoso que vive e reina pelas eras das eras.
Kether, que a luz seja!”

Acenda a vela. A seguir, acenda outro palito com o fogo da Vela Divina e acenda a vela
dedicada ao anjo, conforme a cor relacionada a séfira que ele rege. Caso não tenha uma vela da cor
correspondente à séfira do dia, use uma branca mesmo. O uso de velas coloridas é algo bem recente
na magia, afinal antes disso as velas eram fabricadas com gordura animal e cascas de árvores ou
cêra de abelhas, não se relacionava com cores. Houve um tempo em que usavam lamparinas de
azeite. Ao acender a vela em honra ao anjo, ore (por exemplo, invocando Michael):

“Acendo essa vela em honra ao arcanjo Michael, servo do Deus Altíssimo, regente na séfira
de Tipheret, esfera planetária do Sol”

Por fim o incenso, também com fogo da Vela Divina:

“Acendo esse perfume em honra a Deus Pai Todo-Poderoso e ao arcanjo Michael, servo do
Deus Altíssimo, regente na séfira de Tipheret.”

5- Exorcismo e conjuro para que o cristal ou a água da arte sirvam ao propósito de revelar-
nos o espírito presente na Tábua da Arte.

“Oh, Deus! Criador de todas as coisas, fortaleça-me para que eu suporte firmemente, sem
medo, nesta operação e trabalho; ilumina-me, ó Senhor! Para que meu olho espiritual se abra para
ver e conhecer Teus espíritos angélicos descendo aqui neste cristal (ou água da arte).”

Leve a mão sobre o cristal (ou a taça com a água da arte) e diga:
“E tu, ó criatura inanimada de Deus, seja santificada e consagrada, e abençoada para este
propósito, que nenhum engano do mal apareça em ti; ou, se aparecer, que sejam impelidos a falar de
forma inteligível, verdadeira, e sem a menor ambiguidade, em nome de Cristo Jesus. Amém!”

“Concede-me o poder de conjurar estes espíritos ou inteligências celestiais que vierem a


aparecer neste cristal (ou na água da arte), e concede-me a sabedoria para usar os dons que eles
trouxerem em honra de Teu Santo Nome. Concede-me isso em nome de Teu Filho Jesus Cristo.
Amém.”
Fonte: Oração traduzida de “A Modern Angelic Grimoire”, Rufus Opus.

6- Oração para ativar e fechar o círculo já consagrado anteriormente:

“Em nome da bendita Trindade, eu consagro este local para nossa defesa; que nenhum
espírito maligno tenha poder de romper estes limites aqui estabelecidos, por Jesus Cristo nosso
Senhor, Amém!”
Fonte: Oração traduzida de “A Modern Angelic Grimoire”, Rufus Opus.

“EHEIEH ASHER EHEIEH, IAH, IEHOVAH ELOHIM, EL, ELOHIM GIBOR,


IEHOVAH ELOAH VA DAATH, IEHOVAH TSABAOTH, ELOHIM TSABAOTH, SHADAI EL
CHAI, ADONAI HA ARETZ, invoco estes nomes mais sagrados, diante dos quais todo joelho se
dobra, e consagro este círculo para que nos sirva de proteção, que nenhuma criatura ou força das
trevas possa daqui sequer se aproximar ou nos fazer mal; que a Luz de Kether irradie neste círculo
sagrado, dissipando todas as trevas!
Fiat! Fiat! Fiat! Amém! Amém! Amém!”

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7- Oração a Adonai pedindo permissão para invocação do espírito que se deseja, sob a
proteção de Adonai, com o selo/lamem do espírito, consagrado previamente, pendurado ao pescoço
à altura do peito, conforme descrito na obra "A Modern Angelic Grimoire" de Rufus Opus que é um
resumão de seu livro Seven Spheres, com dicas de adaptação para construção/compra de
ferramentas da arte nos tempos modernos.

“Ó Deus Todo-Poderoso, Criador de Todas as coisas, o Senhor que não tem princípio e não
terá fim, o Alpha e o Ômega, detentor de todo o poder, santificado seja Teu nome. Eu, um indigno
pecador, apresento-me diante de Ti, sabendo da Tua grande benignidade, e busco na multidão das
Tuas misericórdias o perdão dos meus pecados.
Auxilia-me Senhor, para que eu alcance a tua graça e possa evoluir, que seja feita a tua
vontade e o nome do Senhor seja mais uma vez exaltado.
Permita-me, ó Senhor, que eu seja atendido e alcance a graça do Senhor através de Tua
emanação divina, o arcanjo (cite o nome do arcanjo, exemplo:) Michael, regente na séfira de
Tipheret, e que através das virtudes inerentes ao seu ministério na esfera planetária solar, manifeste-
se nesse plano de Malchut a minha vontade sob Tua permissão e regência de Teu servo.
Permita Senhor, que seja um contato pacífico, que eu esteja sob Tua proteção e que nenhum
mal possa me sobrevir, pelo poder do Teu nome, que eu tenha êxito nesta operação graças a Ti, ó
Senhor. Fiat, Fiat, Fiat! Amém, Amém, Amém!”

8- Salmo 138 para chamar o(s) espírito(s)/ anjo(s);

9- Oração evocando o espírito:

“Ó grande arcanjo Michael, servo do Deus Altíssimo, regente sob a vontade de ADONAI na
séfira de Tipheret, esfera solar. Com a permissão do Senhor, em nome Dele que todas as coisas
criou, invoco-te. Apresenta-te a mim diante deste círculo traçado pelo poder dos nomes Divinos do
Altíssimo, nomes estes diante dos quais todo joelho se dobra, vinde de forma pacífica, em uma
forma que não me cause nenhum mal, em uma forma que eu compreenda, e atende às questões que
eu lhe apresentar, e que em tudo o nome do Senhor seja engrandecido. Amém”

10- Salmo 99 - salmo para pedido de ajuda ao(s) espírito(s)/anjo(s);

11- Salmos relacionados ao pedido que se deseja. Abaixo deixo uma lista de salmos e formas
práticas de aplicá-los conforme o que se necessita.

12- Oração espontânea com o pedido que se deseja ao espírito chamado.

13- Agradecimento e despedida do espírito. Sempre agradeça e se despeça do espírito:

“Tu, ó grande e poderoso espírito, assim como vieste em paz e em nome da sagrada e Santa
Trindade, que tu possas partir por este mesmo nome, e voltar sempre que eu chamá-lo em nome
Dele, a quem todo joelho se dobra. Adeus, (nome do espírito); Que a paz do Senhor Jesus Cristo
esteja sempre entre nós. Amém.”

Então o espírito há de partir. Diga:

“A Deus o Pai, o Eterno, Fonte de Luz, o Filho e o Espírito Santo, seja toda a honra e glória,
por toda eternidade. Amém.”
Fonte: Oração traduzida de “A Modern Angelic Grimoire”, Rufus Opus.

45
14- Salmo 100 ou 148 em agradecimento a Deus;

15- Salmos 51 e 91 para banimento e proteção, caso algo mais tenha passado pelo portal e não
tenha partido;

16- Finalize com o RmP de banimento. Pode-se realizar o RmP iniciando do leste, e seguindo o
sentido anti-horário, voltando-se em seguida para o norte, depois o oeste, sul e terminando no leste.
Mas isso é uma opção. Eu mesmo não pratico dessa forma.

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Ritual Simplificado
Uma simples oração, com fé verdadeira, é o mais simples dos rituais e o mais indicado em
situações extremas, como um acidente por exemplo. Numa situação não tão extrema, mas de
urgência, é possível realizar um ritual mais simplificado, onde não se traz a presença angélica, mas
eleva sua oração até ela. E mesmo sendo mais simples, é possível pontencializar o ritual utilizando-
se de alguns recursos já mencionados.

1-Banimento: RmP/Salmos 51 e 91. Pode-se optar apenas pelo RmP ou apenas os salmos.

2 – Acende-se a Vela Divina dizendo:

“Acendo essa vela em honra a Deus Altíssimo e Todo-Poderoso; Senhor, concede-me tua
misericórdia e tua graça, a mim que sou pó e breve não serei mais sobre a terra. Ouve-me, Senhor,
apressa-te em meu auxílio, livra-me desta aflição!”

3 – Acende-se a Vela ao arcanjo (Pode-se acender a vela Divina e oferecê-la em honra a Deus e ao
arcanjo, caso possua apenas uma).

“Acendo essa vela em honra ao arcanjo (diga o nome do arcanjo). Que a graça do Senhor
flua sobre mim, ó arcanjo do Senhor, concedendo-me a benção do Altíssimo através do teu
ministério, e que o Santo Nome do Senhor dos Exércitos seja exaltado.”

4 – Acende-se o incenso.

“Acendo este perfume em honra a Deus Todo-Poderoso e ao arcanjo (diga o nome do


arcanjo), impregnado das virtudes de Deus, e que nos sirva como auxílio e proteção, purificando
este ambiente e repelindo toda e quaisquer forças das trevas. Que seja para nós como um remédio
contra todos os males do corpo e da alma. Amém!”

5 – Oração espontânea. Aqui pede-se o que se deseja, mas NÃO FAÇA INVOCAÇÃO! Para fazer
a invocação é necessário se precaver com a purificação do jejum e abstinência de sexo e álcool,
banho e salmos. Se não seguir esses passos e fizer a invocação é bem possível de ser surpreendido
por um espírito maligno.
Se tiver o selo/lamen do anjo, deixe-o sobre o altar, pois pontencializa ainda mais o ritual.

6 – Banimento. Agradeça a Deus e encerre com os salmos 51 e 91 e se desejar, o RmP.

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Uso prático dos Salmos
Extraído do texto “Salmos que influenciam a vida”, de Luísa Borges

Salmo 1 - Para ser bem-sucedido em algo que se inicia e receber as graças de Deus
Salmo 2 - Protege contra acidentes e doenças. Desenvolve o poder de cura
Salmo 3 - Para conseguir pagar as dívidas. Facilita a execução das coisas e ajuda a combater os
inimigos
Salmo 4 - Para defesa e proteção, em qualquer situação. Traz ajuda rápida
Salmo 5 - Protege contra assaltos e roubos
Salmo 6 - Salmo de cura, e para quem precisa de socorro rápido
Salmo 7 - Para as adversidades e problemas espirituais. É outro salmo de socorro rápido
Salmo 8 - Protege as crianças e os bebês. É o salmo dos músicos e poetas
Salmo 9 - Para doenças de cura difícil e para descobrir vocações
Salmo 10 - Para movimentar o que está parado
Salmo 11 - Para viagens. Acalma tempestades
Salmo 12 - Ajuda a resgatar e aliviar karmas
Salmo 13 - Ajuda a vencer e combater vícios
Salmo 14 - Para estabilidade, harmonia e felicidade no casamento
Salmo 15 - Facilita o pagamento de dívidas
Salmo 16 - Defende dos inimigos espirituais. Ajuda a desenvolver a intuição
Salmo 17 - Ajuda a combater os vícios. Afasta as acusações injustas
Salmo 18 - Renova as forças físicas. É bom para os convalescentes
Salmo 19 - Para obter vitória em qualquer situação
Salmo 20 - Contra os inimigos em geral
Salmo 21 - Para obter ganho de causa
Salmo 22 - Para os momentos de grande aflição e desespero
Salmo 23 - É o salmo da confiança em Deus. Traz amor e harmonia para a vida
Salmo 24 - Afasta as ameaças e as derrotas
Salmo 25 - Usado para encontrar pessoas desaparecidas
Salmo 26 - Afasta os ladrões, evita assaltos. Ajuda a manter o emprego
Salmo 27 - Para afastar o medo. Derrota opositores
Salmo 28 - Para resolver problemas de herança
Salmo 29 - Ajuda a desenvolver o respeito e harmonia entre pais e filhos
Salmo 30 - Um forte salmo para problemas de saúde. Assegura uma velhice sadia
Salmo 31 - Protege contra calúnias e falatórios. Afasta os maus espíritos
Salmo 32 - Para pedir e obter perdão
Salmo 33 - Para atrair sucesso pessoal e prosperidade
Salmo 34 - Para viver bem e em paz com todos
Salmo 35 - Para proteção e defesa pessoal
Salmo 36 - Atrai a fertilidade. Para quem quer engravidar
Salmo 37 - Para as doenças da velhice. Ajuda conseguir casa própria
Salmo 38 - Socorro nas doenças e na depressão. Traz de volta amigos e parentes
Salmo 39 - Para desenvolver a inteligência e a sabedoria
Salmo 40 - Ajuda nos concursos e vestibulares. Evita a decadência
Salmo 41 - Nos momentos de desespero. Para afastar a traição. Salmo de cura
Salmo 42 - Para encontrar um amor fiel e ser feliz
Salmo 43 - Para descobrir a verdade. Para evitar a guerra
Salmo 44 - Para ter dias melhores
Salmo 45 - Protege os artistas em geral

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Salmo 46 - Reforça a fé
Salmo 47 - Protege os músicos
Salmo 48 - Favorece a solução dos problemas com a Justiça
Salmo 49 - Para escapar da morte. Desenvolve a inteligência\
Salmo 50 - Para a harmonia e união entre irmãos
Salmo 51 - Afasta espíritos negativos. Traz o arrependimento dos pecados
Salmo 52 - Afasta as intrigas, as ciladas e as mentiras
Salmo 53 - Defesa contra ladrões e agressões físicas
Salmo 54 - Derrota os inimigos. Afasta a angústia
Salmo 55 - Favorece as viagens. Para defesa em geral
Salmo 56 - Salmo de defesa. Afasta o medo e a dúvida. Contra qualquer risco de vida|
Salmo 57 - Defende da traição. Afasta ataques de animais
Salmo 58 - Atrai aquilo que se merece por direito
Salmo 59 - Ajuda a enfrentar grandes desafios na vida
Salmo 60 - Para obter futuras vitórias
Salmo 61- Para recuperar emprego
Salmo 62 - Defende as posições alcançadas
Salmo 63 - Atrai a chuva em época de seca
Salmo 64 - Afasta os inimigos
Salmo 65 - Bom para ser feito no início do ano
Salmo 66 - Traz prosperidade e segurança
Salmo 67 - Para progredir nos negócios
Salmo 68 - Para conseguir casa própria
Salmo 69 - Para obter empréstimos e conseguir pagar as dívidas
Salmo 70 - Traz socorro rápido. Afasta a pobreza
Salmo 71 - Resolve problemas difíceis. Para obter sucesso em cirurgia
Salmo 72 - É o salmo da fartura e para prolongar as bênçãos recebidas
Salmo 73 - Para conservar o coração puro
Salmo 74 - Nas situações de falta de liberdade. Traz vitória nas questões com a Justiça
Salmo 75 - Contra as injustiças sociais
Salmo 76 - Contra insônia e medo de tempestades
Salmo 77 - Afasta a insônia. Para conseguir coisas impossíveis
Salmo 78 - Protege os professores e todos que lidam com educação
Salmo 79 - Contra a inveja
Salmo 80 - Para obter destaque na profissão. Dá inspiração
Salmo 81 - Traz alívio nos trabalhos pesados
Salmo 82 - Ajuda os humildes, pobres e oprimidos
Salmo 83 - Para aumentar a fé e a confiança em Deus
Salmo 84 - Ajuda a receber dívidas
Salmo 85 - Para conquistar a paz em geral
Salmo 86 - Para as mães pedirem proteção para seus filhos. Traz alívio e consolo
Salmo 87 - Faz descobrir as verdades. Afasta a depressão e os vícios
Salmo 88 - Salmo dos escritores e jornalistas. Nos momentos de aflição
Salmo 89 - Aproxima os anjos. Dá sabedoria e calma na hora de agir
Salmo 90 - Para atrair boa sorte em qualquer situação
Salmo 91 - É considerado o salmo mais poderoso de todos
Salmo 92 - Para recuperar energia e vigor
Salmo 93 - Cria estabilidade em qualquer questão, (dinheiro, amor, trabalho)
Salmo 94 - Contra a falta de fé
Salmo 95 - Para obter harmonia e felicidade

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Salmo 96 - Afasta as energias negativas e os inimigos
Salmo 97 - Traz a felicidade conjugal
Salmo 98 - Para obter a reconciliação entre casais
Salmo 99 - Para receber a ajuda dos anjos
Salmo 100 - Exalta o amor a Deus
Salmo 101 - Afasta as más companhias, os mentirosos e invejosos
Salmo 102 - Traz socorro rápido em qualquer situação. Para quem deseja ter filhos
Salmo 103 - Desenvolve a paciência. Traz a harmonia entre pais e filhos
Salmo 104 - Ajuda a aceitar o destino
Salmo 105 - Traz de volta quem partiu
Salmo 106 - Para manter a paz e a harmonia interior
Salmo 107 - Para reverter uma situação negativa
Salmo 108 - Domina a paz e protege o lar da infelicidade
Salmo 109 - Defende das acusações injustas
Salmo 110 - Para evitar as humilhações
Salmo 111 - Faz triunfar a justiça e a verdade. Ajuda a obter sabedoria
Salmo 112 - Facilita obter riquezas. Ajuda a afastar idéias negativas
Salmo 113 - Contra a esterilidade. Ajuda nas lutas por causas justas
Salmo 114 - Para quem quer casar ou encontrar o companheiro ideal
Salmo 115 - Protege os filhos. Afasta as mentiras e os mentirosos
Salmo 116 - Ajuda a encontrar o companheiro ideal
Salmo 117 - Dá força nas provações
Salmo 118 - Favorece aos empresários e comerciantes
Salmo 119 - Para resolver problemas sérios, quando tudo parece perdido
Salmo 120 - Para ter bons sonhos
Salmo 121 - Salmo de socorro e defesa nas situações difíceis. Para viajar em segurança
Salmo 122 - Pelos que sofrem e pedem compaixão
Salmo 123 - Para acabar com os sofrimentos
Salmo 124 - Proteção contra assaltos
Salmo 125 - Dá consolo na aflição e traz confiança no futuro
Salmo 126 - Para acabar com a tristeza e afastar a saudade
Salmo 127 - Protege a casa, os filhos e o emprego
Salmo 128 - Para ter uma vida longa e feliz
Salmo 129 - Afasta os opressores
Salmo 130 - Traz perdão e redime as culpas. Para as horas de sofrimento e angústia
Salmo 131- Traz fama
Salmo 132 - Para ter seu valor reconhecido. Ajuda a obter socorro nas necessidades
Salmo 133 - Proporciona a harmonia entre irmãos
Salmo 134 - Para sair à noite
Salmo 135 - Quando se quer receber um sinal ou resposta dos céus
Salmo 136 - Para alcançar uma graça quase impossível. Ajuda a ter uma boa posição
Salmo 137 - Afasta a saudade
Salmo 138 - Para atrair os anjos
Salmo 139 - Favorece o autoconhecimento. Protege nas viagens
Salmo 140 - Para ter os pedidos atendidos. Grande defesa contra a violência e a injustiça
Salmo 141- Para escapar der situações perigosas. Ajuda a abrir os caminhos
Salmo 142 - Socorro nas horas difíceis e nos momentos de desespero
Salmo 143 - Abre os caminhos. Ajuda a escolher uma carreira
Salmo 144 - É o salmo da prosperidade
Salmo 145 - Para quando é preciso tomar uma decisão

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Salmo 146 - Salmo de proteção para os oprimidos
Salmo 147 - Guarda a casa contra ladrões
Salmo 148 - Para louvar e agradecer a Deus
Salmo 149 - Ajuda a conquistar vitórias contra os inimigos
Salmo 150 - Para doenças respiratórias. Para a harmonia universal

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