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Janeiro

2022

FORMAÇÃO

Excel Avançado
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

FICHA TÉCNICA

Título: Excel Avançado

Tipo de formação: Plug-in 2522

Autores: Raul M. S. Laureano

Capa e paginação: DCI - Departamento de Comunicação e Imagem da OCC

© Ordem dos Contabilistas Certif icados, 2022

Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

ÍNDICE

1. Introdução ---------------------------------------------------------------------------------5
1.1 TESTE INICIAL DE DIAGNÓSTICO ------------------------------------------------------ 7

2. Revisões de inserção e formatação de dados e de fórmulas com funções ------8


2.1 INSERÇÃO E FORMATAÇÃO ------------------------------------------------------------- 8
2.2 FUNÇÕES MAIS FREQUENTES -------------------------------------------------------- 12
2.2.1 Funções de arredondamento --------------------------------------------------- 12
2.2.2 Funções de data ----------------------------------------------------------------- 14
2.2.3 Funções estatísticas ------------------------------------------------------------- 18
2.2.4 Funções de contagem e soma condicionadas -------------------------------- 20
2.2.5 Funções lógicas ------------------------------------------------------------------ 23
2.2.6 Funções de procura e referência ---------------------------------------------- 25
2.2.7 Funções de texto ---------------------------------------------------------------- 29
2.2.8 Funções de informação --------------------------------------------------------- 34
2.3 TIPOS DE ERROS ----------------------------------------------------------------------- 35
2.4 FORMATAÇÃO CONDICIONAL BASEADA EM FÓRMULAS --------------------------- 36
2.5 VALIDAÇÃO DE DADOS COM REGRAS------------------------------------------------ 39
2.6 ATRIBUIÇÃO DE NOMES A CÉLULAS E A FÓRMULAS ------------------------------- 48
2.7 APLICAÇÕES---------------------------------------------------------------------------- 52
2.7.1 Verificação de numeração sequencial e de duplicações ------------------- 53
2.7.2 Remover dados duplicados ----------------------------------------------------- 55
2.7.3 Confrontação de extratos ------------------------------------------------------ 57
2.8 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO --------------------------------------------------- 59

3. Elaboração de modelos de cálculo de índole contabilístico-financeiro------- 60


3.1 FUNÇÕES DE BASE DE DADOS -------------------------------------------------------- 60
3.2 FUNÇÕES FINANCEIRAS --------------------------------------------------------------- 67
3.3 FUNÇÕES FINANCEIRAS PARA CÁLCULO DE DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES 76
3.4 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ---------------------------------------------------------- 79
3.5 ANÁLISE DE CENÁRIOS ---------------------------------------------------------------- 82
3.6 CRIAÇÃO DE FUNÇÕES COM VBA ---------------------------------------------------- 86
3.7. PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO -------------------------------------------------- 88

4. Cálculo e análise de estimativas ------------------------------------------------------ 89


4.1 ENCONTRAR VALOR QUE PERMITE ATINGIR OBJETIVO --------------------------- 89
4.2 IDENTIFICAÇÃO DE TENDÊNCIA------------------------------------------------------ 91
4.3 GRÁFICOS SPARKLINE ----------------------------------------------------------------- 93
4.4 INSERÇÃO DE BOTÕES DE CONTROLO NA FOLHA DE CÁLCULO ----------------- 95
4.5 SOLVER -------------------------------------------------------------------------------- 103

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4.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO -------------------------------------------------- 108

5. Revisões de operações com tabelas de dados ------------------------------------ 109


5.1 CONCEITO DE TABELA DE DADOS -------------------------------------------------- 109
5.2 FILTRAGEM E ORDENAÇÃO ---------------------------------------------------------- 110
5.3 SUBTOTAIS ---------------------------------------------------------------------------- 120
5.3.1 Funcionalidade SubtotaI ------------------------------------------------------- 120
5.3.2 Função Subtotal ---------------------------------------------------------------- 122
5.4 FÓRMULAS DINÂMICAS DE MATRIZ E DE COMPORTAMENTO DERRAMADO ----- 124
5.5 IMPRESSÃO DE TABELAS ------------------------------------------------------------- 129
5.6 TABELAS DINÂMICAS ----------------------------------------------------------------- 132
5.7 APLICAÇÃO: REGULARIDADE DE MOVIMENTOS ----------------------------------- 144
5.8 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO -------------------------------------------------- 146

6. Criação de dashboards --------------------------------------------------------------- 147


6.1 TIPOS DE GRÁFICOS------------------------------------------------------------------ 147
6.2 MODELO DE DADOS E TABELAS DINÂMICAS --------------------------------------- 149
6.3 GRÁFICOS DINÂMICOS --------------------------------------------------------------- 156
6.4 SLICERS E TIMELINES ---------------------------------------------------------------- 160
6.5 DASHBOARD: CONJUGAÇÃO DE ELEMENTOS DE VISUALIZAÇÃO---------------- 164
6.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO -------------------------------------------------- 169

7. Macros de comando ------------------------------------------------------------------- 170


7.1 CONCEITO DE MACROS -------------------------------------------------------------- 170
7.2 GRAVAÇÃO DE MACROS COM REFERÊNCIAS RELATIVAS E COM REFERÊNCIAS
ABSOLUTAS -------------------------------------------------------------------------------- 172
7.3 OPERAÇÕES NO EXCEL ÚTEIS NAS MACROS --------------------------------------- 177
7.4 ATRIBUIÇÃO DE MACROS A BOTÕES E MENUS ------------------------------------ 180
7.5 IMPORTAÇÃO DE DADOS ------------------------------------------------------------- 185
7.5.1 Importar dados a partir de um ficheiro de texto -------------------------- 185
7.5.2 Importar dados a partir de uma página da Internet ----------------------- 190
7.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO -------------------------------------------------- 195

8. Teste de autoavaliação --------------------------------------------------------------- 196


8.1 TESTE FINAL DE DIAGNÓSTICO ----------------------------------------------------- 198

9. Conclusão ------------------------------------------------------------------------------- 199

10. Bibliografia em português ---------------------------------------------------------- 200

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1. INTRODUÇÃO

O Microsoft Excel é uma ferramenta de produtividade de uso generalizado. No


entanto, nem sempre é utilizada da melhor forma por falta de conhecimento dos
seus utilizadores.

É neste contexto, de uma necessidade de tornar a utilização da folha de cálculo


numa ferramenta de trabalho diária, que garanta a qualidade da informação
produzida e, também, um ganho efetivo de produtividade, que este manual “EXCEL
AVANÇADO” se insere.

Em particular, pretende-se que os leitores desenvolvam competências para uma


utilização avançada da folha de cálculo no dia-a-dia. Em particular, pretende-se:

1. Consolidar o conhecimento e a aplicação das diversas categorias de funções


do Excel;

2. Evidenciar as potencialidades do Excel na elaboração de modelos de cálculo


de índole contabilístico/financeiro;

3. Explorar algumas funções financeiras do Excel;

4. Ilustrar a aplicação de funções e funcionalidades do Excel para análise de


sensibilidade e para o cálculo de estimativas;

5. Evidenciar as potencialidades do Excel na análise de tabelas de dados;

6. Demonstrar o contributo das macros de comando para a automação de


tarefas.

O manual encontra-se estruturado por necessidades do utilizador, conduzindo,


assim, a uma aprendizagem mais facilitada. Em cada capítulo são analisados
exemplos em que, após uma breve descrição dos comandos (funcionalidades ou
ferramentas) e/ou funções do Excel, se apresenta a sua resolução passo-a-passo. No
final do capítulo há sempre um pequeno exercício para que o leitor, de forma
autónoma, possa avaliar os conhecimentos adquiridos.

A leitura deste manual deve ser acompanhada pela prática, no ambiente Excel. Só
com muita prática se consegue assimilar os conteúdos transmitidos no manual, não
esquecendo que a Ajuda (Help) é fundamental quando se pretende aprofundar os
conhecimentos sobre alguma funcionalidade ou função do Excel.

Na elaboração deste manual optou-se pela utilização do Microsoft Excel em inglês,


por uma questão de coerência com o idioma em que o VBA (Visual Basic for
Applications) está disponível e também por grande parte das organizações

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disponibilizarem a versão inglesa. Destaca-se, ainda, que as funcionalidades do Excel


exploradas neste manual são, na generalidade, contempladas nas versões mais
recentes do Excel.

Por fim, os agradecimentos para os colegas e amigos Márcia Santos, Luís Laureano,
Sérgio Pontes, pela revisão deste manual em termos pedagógicos e/ou científicos,
Andreia Pereira e Manuela Quendera, por serem fonte de inspiração para alguns
exemplos.

Antes de começar a leitura sugere-se a realização de um teste de diagnóstico para


que o leitor possa avaliar os seus conhecimentos da ferramenta. No final do manual,
outro teste de diagnóstico é disponibilizado para que o leitor possa avaliar a sua
aprendizagem e identificar necessidades de mais formação em Excel.

Encontro-me ao dispor dos leitores para quaisquer esclarecimentos relacionados com


o manual ou com o Excel, pelo que podem enviar as vossas dúvidas, comentários,
sugestões, exemplos de problemas,… para o endereço de correio eletrónico
raul.laureano@iscte-iul.pt.

Boa leitura e, essencialmente, boa prática de Excel!

Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), 16 de julho de 2021

O autor

Raul Laureano

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1.1 TESTE INICIAL DE DIAGNÓSTICO

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2. REVISÕES DE INSERÇÃO E FORMATAÇÃO DE DADOS E DE FÓRMULAS


COM FUNÇÕES1

A correta inserção de dados na folha de cálculo é fundamental para que as análises


efetuadas sejam fiáveis e possam contribuir para decisões mais informadas.
Adicionalmente, uma adequada apresentação dos dados, isto é, a aplicação de
formatações aos dados, permite uma melhor compreensão dos resultados e, assim,
facilita a análise. Por fim, algumas análises requerem o recurso a fórmulas, algumas
delas incorporando funções, básicas e/ou avançadas.

2.1 INSERÇÃO E FORMATAÇÃO

Os dados a inserir podem ser de diversos tipos:

• Números: permitem realizar cálculos, ficam alinhados à direita; e podem ser


inseridos com casas decimais, em percentagem, em notação científica ou em
moeda;

• Datas (data e tempo): são números positivos, sendo a parte inteira


correspondente à data e a parte decimal ao tempo (o número 1,0 corresponde
a 1/Jan/1900; o número 2,5 corresponde a 2/Jan/1900 às 12 horas; 3,75
corresponde a 3/Jan/1900 às 18 horas). Sendo números, as datas ficam
alinhadas à direita e permitem fazer cálculos;

• Texto (dados alfanuméricos): são dados que contêm letras alfabéticas,


números e caracteres especiais ($, ©; β,…) misturadas ou não e ficam
alinhados à esquerda;

• Valores lógicos: são dois os valores lógicos: VERDADEIRO (é, usualmente,


associado ao número 1) e FALSO (é associado ao número 0). Estes ficam
centrados na célula e em maiúsculas;

• Valores de erro: existem vários valores de erro, muitos deles associados a


resultados de funções utilizadas em fórmulas. Pode justificar-se a introdução
do valor de erro #N/D (#N/A, em inglês), para representar um dado não
disponível, ficando estes valores alinhados ao centro e em maiúsculas;

1 Sendo um capítulo de revisões, o leitor poderá encontrar este tema mais desenvolvido e com exemplos

práticos no manual de formação segmentada de Excel Aplicado à Contabilidade (Laureano, 2018).

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• Fórmulas: são expressões que devolvem sempre, pelo menos, um resultado


e a sua inserção inicia-se, usualmente, com o sinal de =. O resultado das
fórmulas é sempre atualizado quando se introduz algo numa folha ou quando
se prime a tecla F9 e o seu resultado pode ser um número, uma data, um
texto, um valor lógico ou um valor de erro. Note-se que é possível desativar
a atualização automática da folha de cálculo, útil quando se têm milhares de
dados inseridos e muitas fórmulas de cálculo.

Formulas | Calculation Options:

• Fórmulas 3D: são fórmulas que incluem as mesmas células de diferentes


folhas. São úteis para consolidação de folhas, isto é, quando se pretende, por
exemplo, obter as vendas trimestrais de um dado produto por região a partir
das vendas mensais desse produto (estando as vendas de cada mês em folhas
diferentes):

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Folha Jan: Folha 1Trim com fórmulas 3D:

Folha Fev:

Folha Mar:

Para a célula B3 da folha 1Trim a fórmula que permite somar as


unidades vendidas na região Norte nos três meses do 1º trimestre é:

B3 =SUM(Jan:Mar!B3) (copiar de seguida para baixo e para o lado,


i.e., para o intervalo B3:C7)

Importa referir que a inserção ou eliminação de linhas se deve realizar dentro


do intervalo da tabela (entre a linha 3 e a linha 7) e em todas as folhas para
que as referências nas fórmulas relativas ao total sejam ajustadas à nova
dimensão do intervalo a somar.

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Depois de inseridos os dados, e caso estes estejam validados, isto é, corretamente


inseridos, deve proceder-se à sua formatação para que a sua leitura fique mais clara.
A formatação de células inclui a formatação do seu conteúdo, do alinhamento, fonte,
preenchimento e limites e, ainda, contempla a possibilidade de proteção:

Importa ainda realçar que algumas formatações podem ser realizadas de forma
condicional, isto é, consoante os conteúdos das células é aplicada determinada
formatação:

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2.2 FUNÇÕES MAIS FREQUENTES

O Excel disponibiliza um conjunto vasto de funções, agrupadas em categorias, e que


podem ser inseridas diretamente nas células ou através do assistente (botão na
barra de fórmulas: .

2.2.1 Funções de arredondamento

As funções de arredondamento permitem transformar de diversas formas os


números. Estas funções alteram o número contido na célula, ao contrário da
formatação que apenas altera a aparência do número. Estas funções estão
classificadas na categoria matemática:

ROUND(valor; núm_dígitos)

[ARRED] – devolve o número arredondado para um número especificado


de dígitos. O número de dígitos pode ser:

• < 0, faz a arredondamento à esquerda do separador decimal


(arredonda a parte inteira do número). Por exemplo, -1 arredonda
para o múltiplo de 10 mais próximo, -2 para o múltiplo de 100, -3
para o múltiplo de 1000, …;

• = 0, o arredondamento é feito para o número inteiro mais


próximo;

• > 0, faz o arredondamento à direita do separador decimal


(arredonda para o número especificado de casas decimais).

ROUNDUP(valor; núm_dígitos)

[ARRED.PARA.CIMA] – devolve o número arredondado sempre para cima.

ROUNDDOWN(valor; núm_dígitos)

[ARRED.PARA.BAIXO] – devolve o número arredondado sempre para baixo.

INT(valor)

[INT] – devolve o número arredondado por defeito até ao inteiro mais


próximo.

TRUNC(valor; [núm_dígitos])

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[TRUNCAR] – devolve o número truncado para o número de dígitos


indicado (o valor por defeito é zero, o que significa que devolve um
número inteiro).

ODD(valor)

[ÍMPAR] – devolve o número inteiro ímpar mais próximo.

EVEN(valor)

[PAR] – devolve o número inteiro par mais próximo.

MROUND (valor; múltiplo)

[MARRED] – devolve o número arredondado ao múltiplo pretendido, sendo


que os dois argumentos devem ter o mesmo sinal.

CEILING.MATH (valor; [múltiplo]; [modo])

[ARRED.EXCESSO] – devolve o número arredondado para cima ao múltiplo


pretendido. Por defeito o múltiplo assume o 1, para números positivos, e
-1, para números negativos. O argumento modo permite indicar se os
números negativos são arredondados aproximando-se do zero (por
defeito) ou afastando-se do zero (indicando o argumento -1).

FLOOR.MATH (valor; [múltiplo]; [modo])

[ARRED.DEFEITO] – devolve o número arredondado para baixo ao múltiplo


pretendido. Por defeito o múltiplo assume o 1, para números positivos, e
-1, para números negativos. O argumento modo permite indicar se os
números negativos são arredondados aproximando-se do zero (por
defeito) ou afastando-se do zero (indicando o argumento -1).

Exemplo: Considere que tem que gerir as encomendas de um produto em que o transporte é
realizado em caixas de 20 unidades. Atendendo ao número de unidades encomendadas,
indique quantas caixas totalmente cheias devem ser encomendadas e, consequentemente,
transportadas:

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Preencha as fórmulas no intervalo E26:H26.

O arredondamento das unidades encomendadas pode ser realizado por defeito ou


por excesso, para o múltiplo mais próximo de 20 caixas. Assim:

E26 =CEILING.MATH(D26;H$23) F26 =FLOOR.MATH(D26;H$23)

G26 = =E26/H$23 H26 =F26/H$23

2.2.2 Funções de data

A utilização de datas numa folha de cálculo é bastante comum. As funções


disponíveis no Excel permitem construir fórmulas que vão ao encontro da grande
maioria das necessidades dos utilizadores desta ferramenta.

Para o Excel, uma data é um número. Esse número, que é sequencial, traduz o
número de dias que decorreram desde o dia 1 de Janeiro de 1900. Assim, o número
1 corresponde ao dia 1 de Janeiro de 1900, o número 2 ao dia 2 de Janeiro de 1900
e assim sucessivamente. Ao tratar as datas como números, a criação de fórmulas
sobre datas fica bastante simplificada.

As principais funções de data incluídas no Excel são as seguintes:

TODAY()

[HOJE] – devolve o número de série da data atual.

NOW()

[AGORA] – devolve o número de série da data e hora atuais. A parte


decimal do número de série corresponde ao tempo.

YEAR(núm_série)

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[ANO] – devolve o ano correspondente a uma data. O ano é devolvido


como um número inteiro no intervalo 1900-9999.

MONTH(núm_série)

[MÊS] – devolve o mês de uma data representada por um número de série.


O mês é devolvido como um número inteiro entre 1 (janeiro) e 12
(dezembro).

DAY(núm_série)

[DIA] – devolve o dia de uma data representada por um número de série.


O dia é devolvido como um número inteiro que varia entre 1 e 31.

DATE(ano; mês; dia)

[DATA] – devolve o número de série sequencial que representa uma data


específica.

DATEVALUE(texto_data)

[DATA.VALOR] – converte uma data armazenada como texto num número


de série sequencial que representa essa data.

DATEDIF(data_inicial; data_final; unidade)

[DATADIF] – devolve o número de dias, meses ou anos entre duas datas.


O argumento unidade pode ser “d” (devolve o número de dias), “m”
(devolve o número de meses completos), “y” (devolve o número de anos
completos), “ym” (devolve a diferença entre os meses na data_inicial e
na data_final, sendo os dias e anos das datas ignorados), “md” (devolve
a diferença entre os dias na data_inicial e na data_final, sendo os meses
e anos das datas ignorados), e “yd” (devolve a diferença entre os dias da
data_inicial e da data_final, sendo os anos das datas ignorados).

YEARFRAC(data_inicial; data_final; [base])

[FRACÇÃOANO] – devolve a fração do ano representado pelo número de


dias entre duas datas (a data_inicial e a data_final). O argumento base
pode ser 0 ou omitido (base de calendário Americana (NASD) 30/360), 1
(base Real/real), 2 (base Real/360), 3 (base Real/365) e 4 (Europeia
30/360).

WEEKDAY(núm_série;[tipo_devolvido]))

[DIA.SEMANA] – devolve o dia da semana que corresponde a uma data.


Por predefinição, o dia é fornecido como um número inteiro, que se situa
entre 1 (Domingo) e 7 (Sábado). No entanto, o argumento tipo_devolvido

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pode ser 1 ou omitido (sendo o resultado de 1 (Domingo) a 7 (Sábado), 2


(1 (Segunda-feira) a 7 (Domingo)), 3 (0 (Segunda-feira) a 6 (Domingo)),
11 (1 (Segunda-feira) a 7 (Domingo)), 12 (1 (Terça-feira) a 7 (Domingo)),
13 (1 (Quarta-feira) a 7 (Terça-feira)), 14 (1 (Quinta-feira) a 7 (Quarta-
feira)), 15 (1 (Sexta-feira) a 7 (Quinta-feira)), 16 (1 (Sábado) a 7 (Sexta-
feira)) ou 17 (1 (Domingo) a 7 (Sábado)).

WEEKNUM (número_série;[tipo_devolvido])

[NÚMSEMANA] – devolve o número da semana do ano de uma data


específica. O argumento tipo_devolvido é opcional e identifica o dia em
que começa a (primeira) semana.

EOMONTH(data_inicial; meses)

[FIMMÊS] – devolve o número de série do último dia do mês que é o


número indicado de meses antes ou depois de data_inicial. Utilizar
FIMMÊS para calcular as datas de vencimento que coincidem com o último
dia do mês.

EDATE(data_inicial; meses)

[DATAM] – devolve um número de série que representa a data que é o


número de meses indicado antes ou depois de uma data especificada
(data_inicial).

WORKDAY(data_inicial; dias; [feriados])

[DIATRABALHO] – devolve um número de série que representa uma data


que indica o número de dias de trabalho (úteis) que se situam antes ou
depois de uma data (a data inicial). Os dias de trabalho não incluem os
fins-de-semana e quaisquer datas que sejam identificadas com o
argumento feriados (num intervalo de células).

NETWORKDAYS(data_inicial; data_final; [feriados])

[DIATRABALHOTOTAL] – devolve o número de dias de trabalho (dias úteis)


inteiros entre data_inicial e data_final. Os dias de trabalho excluem os
fins-de-semana e quaisquer datas identificadas como feriados (num
intervalo de células).

TIME(hora; minuto; segundo)

[TEMPO] – devolve um número entre 0 e 0,99988426 que representa um


tempo específico. Os três argumentos podem assumir valores entre 0 e
32767, sendo que quando superiores a 23, 59 e 59 são divididos,
respetivamente, por 24 (dá apenas a hora do último dia), por 60 (converte
para hora e minutos) e por 60 (converte para hora, minutos e segundos).

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TIMEVALUE(texto_tempo)

[VALOR.TEMPO] – converte um tempo armazenado como texto num


número de série que representa esse tempo. Por exemplo,
TIMEVALUE(“6:00 AM”) devolve 0,25.

HOUR (núm_série)

[HORA] – converte o núm_série para horas.

MINUTE(núm_série)

[MINUTO] – converte o núm_série para minutos.

SECOND(núm_série)

[SEGUNDO] – converte o núm_série para segundos.

Exemplo: Considere que tem de elaborar o seguinte mapa:

Complete-o com fórmulas para que seja automaticamente atualizado.

O preenchimento do mapa requer a utilização das funções de data:

F66 =WORKDAY(E66;D66;D$71:G$71)

G66 =WEEKDAY(F66;1) experimente formatar em “dddd”

H66 =F66-E66

Exemplo: Considere que tem que faturar aos seus clientes o número de horas completas que
trabalhou para eles, cobrando um valor hora de 9 euros. Assim, elabora o seguinte mapa:

Complete-o com fórmulas para que seja automaticamente atualizado.

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O preenchimento do mapa requer a utilização das funções de data:

E79 =HOUR(D79-C79))

F79 =E79*C$83

2.2.3 Funções estatísticas

Para além das funções estatísticas que permitem contagens (contar números, contar
valores,…) e operações condicionadas (média, mínimo, máximo,…) existem outras
que são utilizadas frequentemente em problemas não muito complexos. Algumas
dessas funções são:

MIN(número1; [número2]; …)

[MÍNIMO] – devolve o valor mínimo dos argumentos.

MAX(número1; [número2]; …)

[MÁXIMO] – devolve o valor máximo dos argumentos.

AVERAGE(número1; [número2]; …)

[MÉDIA] – devolve a média aritmética dos argumentos.

STDEV.P(número1; [número2]; …)

[DESVPAD.P] – devolve o desvio-padrão dos argumentos.

MEDIAN (número1; [número2]; …)

[MED] – devolve a mediana dos argumentos.

SMALL (matriz; k)

[MENOR] – devolve o menor enésimo (k) valor da matriz.

LARGE (matriz; k)

[MAIOR] – devolve o maior enésimo (k) valor da matriz.

CORREL (matriz1; matriz2)

[CORREL] – devolve o coeficiente de correlação linear entre os dois


conjuntos de dados definidos nos argumentos.

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Exemplo: Considere que tem o seguinte mapa:

Com base nos dados descreva o comportamento do valor dos documentos. Adicionalmente,
indique qual a data do documento mais antiga e, também, a data mais recente.

Para descrever comportamento do valor dos documentos recorre-se a algumas das


principais medidas descritivas:

• Mínimo =MIN(F22:F37)

• 2º Menor =SMALL(F22:F37;2)

• Mediana =MEDIAN(F22:F37)

• 2º Maior =LARGE(F22:F37;2)

• Máximo =MAX(F22:F37)

• Média =AVERAGE(F22:F37)

• Desvio-padrão =STDEV.P(F22:F37)

Para conhecer a data mais antiga e a data mais recente recorre-se às funções MIN e
MAX (já que as datas são números):

• Mais antiga: =MIN(E22:E37)

• Mais recente: =MAX(E22:E37)

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2.2.4 Funções de contagem e soma condicionadas

As funções de contagem permitem contar o número de células que contenham


números, cujo conteúdo satisfaça uma condição específica, que não estejam vazias
ou que estejam em branco. Estas funções estão classificadas na categoria estatística.
Por outro lado, as funções de soma e soma condicional encontram-se na categoria
matemática e as suas correspondentes para o cálculo da média encontram-se
também na categoria estatística:

COUNT(valor1; [valor2]; ...)

[CONTAR] – devolve o número de células que contêm números na lista de


argumentos.

COUNTA(valor1; [valor2]; ...)

[CONTAR.VAL] – devolve o número de células que não estão vazias na lista


de argumentos.

COUNTBLANK(valor1; [valor2]; ...)

[CONTAR.VAZIO] – devolve o número de células em branco num intervalo


de células especificado.

COUNTIF(intervalo; critério)

[CONTAR.SE] – devolve o número de células de um intervalo que


correspondem a um critério especificado. Por exemplo, pode-se contar
todas as células iniciadas por uma determinada letra ou todas as células
que contêm um número maior ou menor que um número especificado.

O argumento critério é introduzido na forma de um número, expressão,


referência de célula ou texto (por exemplo, como 10, ">10", G3, “Raul").
O critério define quais as células que se pretendem contar.

COUNTIFS(intervalo_critério1; critério1; [intervalo_critério2; critério2]…)

[CONTAR.SE.S] – devolve o número de vezes que todos os critérios,


aplicados ao mesmo ou a diferentes intervalos, são satisfeitos.

SUM(núm1; [núm2];...])

[SOMA] – devolve a soma de todos os números especificados nos


argumentos.

SUMIF(intervalo;critério; [intervalo_soma]))

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[SOMA.SE] – devolve a soma dos valores das células de um intervalo que


correspondam ao critério especificado.

SUMIFS(intervalo_soma; intervalo_critério1; critério1;


[intervalo_critério2; critério2]...)

[SOMA.SE.S] – devolve a soma dos valores das células de um intervalo que


correspondam a múltiplos critérios.

AVERAGE(núm1;[núm2];...])

[MÉDIA] – devolve a média aritmética de todos os números especificados


nos argumentos.

AVERAGEIF(intervalo; critério; [intervalo_média])

[MÉDIA.SE] – devolve a média aritmética de todas as células num


intervalo que cumprem determinado critério.

AVERAGEIFS(intervalo_média;intervalo_critério1;critério1;[intervalo_
critério2;critério2];…)

[MÉDIA.SE.S] – devolve a média aritmética de todas as células que


cumprem múltiplos critérios.

MINIFS(intervalo_mínimo;intervalo_critério1;critério1;[intervalo_
critério2;critério2];…)

[MÍNIMO.SE.S] – devolve o valor mínimo de todas as células que cumprem


múltiplos critérios.

MAXIFS(intervalo_máximo;intervalo_critério1;critério1;[intervalo_
critério2;critério2];…)

[MÁXIMO.SE.S] – devolve o valor máximo de todas as células que cumprem


múltiplos critérios.

Note-se que para escrever um critério com um operador e em que o valor está numa
célula usa-se a concatenação. Por exemplo, “>”&G3, sendo que G3 tem o valor 10.
Assim, este critério é equivalente a “>10”, mas tem a vantagem de se poder alterar
o valor mais facilmente, já que está visível na célula G3 e não dentro de uma
fórmula. Poder-se-ia, também, colocar o operador numa célula (F3) e, então, o
critério seria F3&G3, que seria equivalente a “>10” se F3 e G3 tivessem,
respetivamente, > e 10.

21
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

É de realçar que nos critérios podem ser utilizados os dois caracteres universais:
ponto de interrogação (?) e o asterisco (*). O ? representa um qualquer carácter
individual e o * uma qualquer sequência de caracteres (que pode ser nenhum
carácter - conjunto vazio).

Exemplo: Considere que tem o seguinte mapa em que a data, ano e mês de pagamento são
obtidos com fórmulas:

Com base nos dados pretende-se obter informação resumida em dois quadros, sendo que no
segundo indica-se no intervalo M30:M33 a informação pretendida:

Complete-os com fórmulas para que seja automaticamente atualizado.

O preenchimento da data, ano e mês de pagamento requer a utilização das funções


de data:

H22 =E22+H$19 I22 =YEAR(H22) J22 =MONTH(H22)

22
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O preenchimento do quadro resumo requer a utilização das funções de contagem e


soma condicionadas com apenas um critério:

N24 =COUNTIF(D$22:D$37;M24)

O24 =SUMIF(D$22:D$37;M24;F$22:F$37)

P24 =AVERAGEIF(D$22:D$37;M24;F$22:F$37)

N27 =COUNTA(D22:D37)

O27 =SUM(F22:F37)

Já a segunda parte do quadro obriga à utilização de funções com múltiplos critérios:

N30 =COUNTIFS(I22:I37;M30;J22:J37;M31;D22:D37;M32;B22:B37;M33)

O30 =SUMIFS(F22:F37;I22:I37;M30;J22:J37;M31;D22:D37;M32;B22:B37;M33)

P30 =AVERAGEIFS(F22:F37;I22:I37;M30;J22:J37;M31;D22:D37;M32;B22:B37;M33)

2.2.5 Funções lógicas

As funções lógicas permitem realizar cálculos condicionais e assinalar ou validar


determinadas situações, entre elas erros nos modelos de cálculo. As principais
funções são:

IF(teste_lógico; [valor_se_verdadeiro]; [valor_se_falso])

[SE] – devolve um valor se uma condição especificada devolver o valor


VERDADEIRO e outro valor se essa condição devolver o valor FALSO.

IFS(teste_lógico_1; valor_se_verdadeiro; teste_lógico_2;


[valor_se_verdadeiro_2]; …)

[SE.S] – devolve um valor que corresponde à primeira condição


especificada que devolver o valor VERDADEIRO.

SWITCH(expressão; valor_1; resultado_1; [valor_2] [resultado_2]; …)

[PARÂMETRO] – devolve um valor específico de uma lista de valores


possíveis para a expressão (máximo 126), indicados como argumentos.

23
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

IFERROR(expressão; valor_se_erro)

[SE.ERRO] – devolve um valor definido pelo utilizador se ocorrer um erro


na fórmula (expressão), e devolve o resultado da fórmula se não ocorrer
nenhum erro.

IFNA(expressão; valor_se_ND)

[SEND] – devolve um valor definido pelo utilizador se na fórmula


(expressão) ocorrer o erro #N/D, e devolve o resultado da fórmula se não
ocorrer nenhum erro.

AND(lógico1; [lógico2]; ...)

[E] – devolve VERDADEIRO se todos os argumentos (condições)


devolverem VERDADEIRO; devolve FALSO se um ou mais argumentos
devolverem FALSO.

OR(lógico1; [lógico2]; ...)

[OU] – devolve VERDADEIRO se qualquer um dos argumentos for


VERDADEIRO; devolve FALSO se todos os argumentos forem FALSO.

XOR(lógico1; [lógico2]; ...)

[XOU] – devolve VERDADEIRO quando o número de argumentos que


devolve VERDADEIRO for ímpar; devolve FALSO caso contrário.

NOT(lógico)

[NÃO] – inverte o valor lógico do argumento. Utilizar esta função quando


se deseja ter certeza de que um valor não é igual a outro valor
determinado.

Exemplo: Considere que tem que reportar ao gestor de projetos o seguinte mapa:

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Atribua as despesas aos respetivos projetos e preencha as observações com um "X" de acordo
com as notas ao mapa.

O preenchimento do mapa requer a utilização das funções lógicas:

F18 =IF($E18=F$17;$D18;" ") depois copiar para o intervalo F18:I26

J18 =IF(E18="A";"X";" ")

K18 =IF(AND(E18="A";D18>=50000);"X";" ")

L18 =IF(YEAR(C18)=2020;"X";" ")

M18 =IF(OR(D18<1000;D18>100000);"X";" ")

N18 =IFS(D18<10000;"A";D18<50000;"C";D18<100000;"A";D18>100000;"B")

D27 =SUM(D18:D26)

Em alguma situação será útil recorrer à função IFERROR? E que fórmulas definir para
que o resultado seja um espaço “ “ quando as células das colunas B a E não estiverem
todas preenchidas?

Para inserir, em A18, o número do trimestre a que corresponde a data inserida em


C18 pode ser útil recorrer à função PARÂMETRO:

A18 =PARÂMETRO(MÊS(C18);1;1;2;1;3;1;4;2;5;2;6;2;7;3;8;3;9;3;10;4;11;4;12;4)

2.2.6 Funções de procura e referência

A procura de valores numa tabela pode ser uma tarefa complicada, se o número de
registos for muito elevado. Para facilitar essa pesquisa, o Excel dispõe de um
conjunto de funções que são bastante úteis na introdução de fórmulas de pesquisa.
Entre elas destacam-se:

VLOOKUP(valor_procurar;tabela;núm_coluna;[procura_intervalo])

[PROCV] – procura um valor específico na primeira coluna de uma tabela


e, em seguida, devolve um valor de uma célula na mesma linha da tabela,
correspondente à coluna da tabela especificada. A procura pode ser exata
(quando não encontra devolve #N/A [#N/D]) ou por intervalos (neste caso
a primeira coluna da tabela deve estar ordenada por ordem numérica
crescente ou alfabética).

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HLOOKUP(valor_procurar;tabela;núm_linha;[procura_intervalo])

[PROCH] – procura um valor específico na linha superior de uma tabela e


devolve um valor na mesma coluna de uma linha especificada na tabela.

XLOOKUP(valor_procurar;mariz_procura;matriz_devolver;
[valor_se_não_encontrado];[modo_correspondência];
[modo_procura])

[PROCX] – procura um valor específico (pode ser uma matriz) numa matriz
procura e devolve o valor correspondente na matriz a devolver, sendo que
se não encontrar devolve #N/D ou o valor indicado em não encontrado. A
correspondência pode ser de diversos tipos (e.g., exata ou intervalos),
tal como a procura (e.g., do primeiro item ou do último item da matriz
procura, e pode devolver uma matriz com vários itens, para que uma
única fórmula possa devolver vários valores!

MATCH(valor_procurar; matriz_procura; [tipo_correspondência])

[CORRESP] – devolve a posição relativa de um item num intervalo que


coincida com o valor especificado. Para uma procura exata indicar no
terceiro argumento o valor zero (0).

INDEX(matriz; núm_linha; [núm_coluna])

[ÍNDICE] – devolve um valor ou uma referência do valor, numa tabela ou


intervalo.

CHOOSE(núm_índice; valor1; [valor2]; ...)

[SELECIONAR] – devolve um valor específico de uma lista de valores


(máximo 29) introduzidos como argumentos.

OFFSET(referência; linhas; colunas; [altura]; [largura])

[DESLOCAMENTO] – devolve a referência a um intervalo que se encontra


a um certo número de linhas e colunas de uma célula ou intervalo de
células.

Exemplo: Considere o seguinte mapa de vendas:

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Preencha os campos em falta de acordo com as notas ao mapa. As tabelas auxiliares são:

O preenchimento do mapa requer a utilização da função de procura VLOOKUP com


uma procura exata, para o desconto e margem, e por intervalos, para o prazo de
pagamento (PMR).

Por exemplo, no caso desconto, o VLOOKUP vai procurar o cliente (em B5), na
primeira coluna da tabela (K6:M9), que não necessita de estar ordenada por ordem
crescente por ser uma procura exata (indicado com FALSE no último argumento), e
quando encontrar devolve o valor da terceira coluna da tabela (se não encontrar
devolve #N/A!).

F5 =VLOOKUP(B5;K$6:M$9;3;FALSE)

ou

F5 =PROCX(B5;K$6:K$9;M$6:M$9;"ClienteNãoExiste";0;1)

ou, para evitar copiar para baixo

F5 =PROCX(B8:B13;L$7:L$10;N$7:N$10;"ClienteNãoExiste";0;1)

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G5 =VLOOKUP(C5;K$13:L$15;2;FALSE)

No caso do prazo de vencimento este obriga a uma procura por intervalos. Neste
caso, a primeira coluna da tabela onde o VLOOKUP vai procurar tem o limite inferior
de cada escalão e deverá estar por ordem crescente. Assim, a Tabela 3 teve que ser
adaptada, utilizando-se a coluna M para a procura:

H5 =VLOOKUP(D5;$M$13:$O$16;3;TRUE)

Por fim, o valor a faturar corresponde a:

I5 =(D5*E5)*(1+G5)*(1-F5)

Exemplo: Movimentos de caixa – calcule o movimento de caixa que corresponde a um dia de


semana indicado numa célula (D61) e ao número da caixa indicado noutra célula (D62):

Neste exemplo é necessário efetuar uma procura em coluna (dia da semana) e, ao


mesmo tempo, uma procura em linha (caixa). Assim, recorre-se à função INDEX
[ÍNDICE] que dada uma matriz devolve um valor que fica na interceção de uma linha
com uma coluna. Para saber qual a linha e a coluna da matriz correspondentes ao
dia da semana e caixa indicados recorre-se à função MATCH [CORRESP]:

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F62 =INDEX(C35:F41;MATCH(D61;B35:B41;0);MATCH(D62;C34:F34;0))

Verifique que o primeiro MATCH devolve 4 que corresponde à linha 4 do intervalo


C35:F41 e que o segundo MATCH devolve 2 que corresponde à coluna 2 do mesmo
intervalo. Em ambos utilizou-se uma procura exata.

2.2.7 Funções de texto

Apesar do Excel ser basicamente destinado ao cálculo, surgem ocasiões em que é


necessário utilizar e tratar texto. É possível, embora muito desaconselhável, inserir
numa célula cerca de 32 mil caracteres. Algumas das funções de texto mais úteis
são:

TRIM(texto; num_caracteres)

[COMPACTAR] – elimina todos os espaços anteriores e posteriores ao texto


e, também, os espaços a mais entre dois blocos de texto.

LEN(texto)

[NÚM.CARACT] – devolve o número de caracteres de uma cadeia de texto.

LEFT(texto; [núm_caract])

[ESQUERDA] – devolve o primeiro carácter ou primeiros caracteres numa


cadeia de texto, com base no número de caracteres especificado.

RIGHT(texto; [núm_caract])

[DIREITA] – devolve o último carácter ou últimos caracteres numa cadeia


de texto, baseado no número de caracteres especificado.

MID(texto; núm_inicial; núm_caract)

[SEG.TEXTO] – devolve um número específico de caracteres da cadeia de


texto, começando na posição especificada.

FIND(texto_a_localizar; no_texto; [núm_inicial])

[LOCALIZAR] – localiza uma cadeia de texto dentro de uma segunda


cadeia de texto e devolve o número da posição inicial da primeira cadeia

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de texto a partir do primeiro carácter da segunda cadeia de texto. Esta


função distingue minúsculas de maiúsculas.

SEARCH (texto_a_localizar; no_texto; [núm_inicial])

[PROCURAR] – localiza uma cadeia de texto dentro de uma segunda


cadeia de texto e devolve o número da posição de início da primeira
cadeia de texto do primeiro caráter da segunda cadeia de texto. Esta
função não distingue minúsculas de maiúsculas.

SUBSTITUTE(texto; texto_antigo; novo_texto; [núm_da_ocorrência])

[SUBST] – coloca novo_texto no lugar de texto_antigo numa cadeia de


texto.

REPLACE(texto_antigo; núm_inicial; núm_caract; novo_texto)

[SUBSTITUIR] – substitui parte de uma cadeia de texto, com base no


número de caracteres especificados, por uma cadeia de texto diferente.

CONCATENATE(texto1; [texto2]; ...)

[CONCATENAR] – junta até 255 cadeias de texto numa única cadeia de


texto. Os itens unidos podem ser texto, número, referências de células
ou uma combinação desses itens. Equivalente à utilização do operador
&.

EXACT(texto1; texto2)

[EXACTO] – compara duas cadeias de texto, devolvendo VERDADEIRO, se


forem exatamente iguais, ou FALSO, se não o forem. Esta função
distingue entre maiúsculas e minúsculas.

UPPER(texto)

[MAIÚSCULAS] – converte o texto para maiúsculas.

LOWER(texto)

[MINÚSCULAS] – converte o texto para minúsculas.

PROPER(texto)

[INICIAL.MAIÚSCULA] – coloca a primeira letra do texto em maiúscula e


todas as outras letras do texto depois de qualquer carácter diferente de
uma letra, convertendo todas as outras letras para minúsculas.

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VALUE(texto)

[VALOR] – converte uma cadeia de texto que representa um número num


número.

TEXT(valor; formato_texto)

[TEXTO] – converte um valor numérico em texto e permite especificar o


formato de apresentação utilizando cadeias de formatação especiais. É
útil para apresentar números num formato mais legível ou combinar
números com texto ou símbolos. É imprescindível consultar a ajuda desta
função para conhecer os códigos da formatação que se pretende.

REPT(texto; n_vezes)

[REPT] – devolve o texto repetido n_vezes.

Exemplo: Com base na data de hoje (18/jun/2020) e tendo o ano atual na célula C7 escreva
em duas células os seguintes textos:

Período de Tributação de 1/1/20 a 31/12/20

©Raul Laureano, quinta-feira, 18/jun/2020

A resposta ao pedido requer a aplicação de funções de texto e o operador de


concatenação:

• ="Período de Tributação de 1/1/"&RIGHT(C7;2)&" a 31/12/"&RIGHT(C7;2)

• ="©Raul Laureano, "&TEXT(TODAY();"dddd, d/mmm/aaaa")

31
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Exemplo: Lista de contactos - considere que tem que um mapa com os contactos dos clientes
e que pretende obter alguma informação complementar:

Obtenha o nome e o apelido do contacto no cliente, a sua rede de telefone e atribua-lhe um


código de acordo com a nota ao mapa.

O preenchimento do mapa requer a utilização das funções de texto:

E47 =LEFT(C47;SEARCH(" ";C47)-1) note-se que a função SEARCH [PROCURAR]


procura o espaço (1º espaço no texto) e devolve
a sua posição na cadeia de caracteres.

F47 =RIGHT(C47;LEN(C47)-IFERROR(SEARCH(" ";C47;SEARCH(" ";C47)+1);


SEARCH(" ";C47;SEARCH(" ";C47))))

uma vez que o contacto pode ter três nomes, isto é, pode ter dois
espaços, tem que se saber se tem um ou dois espaços e qual a
posição do último espaço para extrair os caracteres à sua direita.
Então, sabe-se que a função SEARCH devolve um erro quando não
encontra o texto pretendido (“ “) a partir da posição do primeiro
espaço encontrado. Assim, a função IFERROR [SE.ERRO] tem um
papel fundamental na extração do apelido, pois permite selecionar
os caracteres à direita do segundo espaço ou do primeiro espaço.

G47 =LEFT(D47;2)

H47 =UPPER(LEFT(B47;2)&"-"&LEFT(C47;2))

32
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Exemplo: Considere que tem os dados de um movimento repartidos por 10 células. Pretende-
-se juntar a informação toda de um movimento, numa única célula, sabendo que cada
informação do movimento (campo) tem um número certo de carateres predefinidos:

Coluna Campo Posição inicial Comprimento


A Data 1 10
B Conta 11 10
C Código do diário 21 3
D Número do diário 24 6
E Código do documento 30 3
F Livre 33 1
G Número do documento 34 7
H Descrição do movimento 41 20
I Valor 61 11
J Sinal (D/C) 72 1

Os dados de dois movimentos encontram-se no intervalo A1:J2:

O resultado deve ser inserido no intervalo U1:U2:

A solução requer a utilização das funções de texto. Comece-se por converter cada
informação do movimento (campo) num texto com o número especificado de
carateres, utilizando-se o intervalo K1:T2:

As fórmulas utilizadas são:

K1 =TEXT(A1;"dd-mm-aaaa")

L1 =TEXT(B1;"##########")&REPT(" ";10-LEN(TEXT(B1;"##########")))

M1 =REPT(" ";3-LEN(TEXT(C1;"000")))&TEXT(C1;"000")

N1 =REPT(" ";6-LEN(TEXT(D1;"######")))&TEXT(D1;"######")

O1 =REPT(" ";3-LEN(TEXT(E1;"000")))&TEXT(E1;"000")

P1 =TEXT(F1;"0")&REPT(" ";1-LEN(TEXT(F1;"0")))

Q1 =REPT(" ";7-LEN(TEXT(G1;"#######")))&TEXT(G1;"#######")

33
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R1 =TEXT(H1;"####################")&REPT(" ";20-
LEN(TEXT(H1;"####################")))

S1 =SUBSTITUTE(REPT(" ";11-LEN(TEXT(I1;"#######0,00")))
&TEXT(I1;"#######0,00");",";".”)

T1 =TEXT(J1;"0")&REPT(" ";1-LEN(TEXT(J1;"0")))

Finalmente, para juntar o conteúdo das 10 células na célula U1 recorre-se à


concatenação:

U1 =K1&L1&M1&N1&O1&P1&Q1&R1&S1&T1

2.2.8 Funções de informação

O Excel contempla um conjunto de funções que se tornam muito úteis na


compreensão de erros que surgem nos modelos de cálculo criados e, também, na
validação desses mesmos modelos. Algumas dessas funções são:

ISNUMBER(valor)

[É.NUM] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento for um


número.

ISTEXT(valor)

[É.TEXTO] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento for um


texto.

ISNONTEXT(valor)

[É.NÃO.TEXTO] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento não


for um texto (um espaço é considerado texto!).

ISLOGICAL(valor)

[É.LÓGICO] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento for um


valor lógico (TRUE ou FALSE).

ISBLANK(valor)

[É.CÉL.VAZIA] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento


corresponder a uma célula vazia.

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ISERR(valor)

[É.ERRO] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento é qualquer


valor de erro exceto #N/D (#VALOR!, #REF!, #DIV/0!, #NÚM!, #NOME? ou
#NULO!).

ISERROR(valor)

[É.ERROS] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento é qualquer


valor de erro (#N/D, #VALOR!, #REF!, #DIV/0!, #NÚM!, #NOME? ou
#NULO!).

ISNA(valor)

[É.NÃO.DISP] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento tem o


valor de erro #N/D.

ISREF(valor)

[É.REF] – devolve o valor lógico verdadeiro se o argumento for uma


referência.

2.3 TIPOS DE ERROS

A utilização de fórmulas, com a inclusão ou não das diversas funções disponíveis, por
vezes leva a resultados estranhos ou mesmo de erro. Alguns dos erros são
efetivamente erros que se devem à indicação de operadores, operandos ou
argumentos das funções errados, mas outros não são erros, mas sim indicações úteis
para o utilizador. Assim, torna-se imprescindível compreender o significado dos
diversos erros que surgem no desenho de modelos de cálculo:

Português Inglês Exemplo e descrição do erro

#### #### 19345678,0123

O valor numérico (número ou data) introduzido na célula é demasiado


extenso para poder ser visualizado. Pode ainda ocorrer quando se subtrai
uma data menor de uma maior. Dever-se-á aumentar a largura da coluna.

#DIV/0! #DIV/0! =2/0

Está-se a dividir um número por zero. Pode não ser erro!

35
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Português Inglês Exemplo e descrição do erro

#NOME? #NAME? =somar(2;3)

Está-se a inserir um nome que não está definido. Normalmente acontece


quando um nome de função ou de célula está errado ou não se enquadrou
um texto com aspas numa fórmula.

#VALOR! #VALUE! =2+"a"

Numa fórmula matemática um dos operandos é texto, ou então poder-se-


-á estar a indicar um intervalo de células quando é esperado um único
valor.

#REF! #REF! =VLOOKUP(C11;B7:C14;3;FALSE)

Apagaram-se células que fazem parte de uma fórmula, ou está-se a


indicar numa função uma referência que não existe (por exemplo, na
função VLOOKUP a tabela só tem duas colunas e indica-se a coluna 3).

#N/D #N/A =VLOOKUP(C10;B7:C14;2;FALSE)

O valor que se procura não existe. Esta mensagem está normalmente


associada a funções de procura e referência (por exemplo, na função
VLOOKUP o conteúdo da célula C10 não é igual a nenhum no intervalo
B7:B14).

#NUM! #NUM! =SQRT(-2)

Está-se a utilizar um argumento que não é válido para a função, ou a


função que se está a usar não encontrou nenhum resultado. Por exemplo,
calcular a raiz quadrada de um número negativo ou no cálculo da função
TIR.

#NULL! #NULL! =SUM(A1 D1)

Está-se a utilizar um operador de intervalo ou uma referência de células


incorretas.

2.4 FORMATAÇÃO CONDICIONAL BASEADA EM FÓRMULAS

O recurso às formatações condicionais predefinidas permite uma melhor análise aos


dados. No entanto, conhecendo-se as diversas funções, é possível definir
formatações condicionadas baseadas em fórmulas, que quando devolverem o valor
lógico TRUE [VERDADEIRO] ativam a formatação definida. Deste modo, análises mais
complexas podem ficar facilitadas:

Home | Conditional Formatting | New rule…

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Exemplo: Considere que tem o seguinte mapa e que pretende criar formatações
condicionadas para: i) Documento que só pode ser N DÉBITO, N CRÉDITO OU N FATURA; ii)
Data doc. que tem que ser uma data igual ou anterior à data atual; iii) Data Pagamento que
tem que ser uma data posterior ou igual à Data doc., mas no máximo seis meses após a Data
doc.; iv) Ref. Doc. que tem que ter 10 caracteres; v) Valor que tem que ser negativo no caso
de nota de crédito e positivo nos outros dois casos; e vi) assinalar no intervalo I30:I45 as
células em que o preenchimento do movimento esta incompleto:

Defina as seis regras.

Na funcionalidade Home | Conditional Formatting | New rule… definem-se as


fórmulas em que se baseia a formatação e a formatação pretendida:

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• Documento - selecionar o intervalo D30:D45 e definir a fórmula, não


esquecendo de retirar os “$” para tornar as referências relativas:

=NOT(OR(D30="N DÉBITO";D30="N CRÉDITO";D30="N FATURA"))

• Data doc. - selecionar o intervalo E30:E45 e definir a fórmula =E30>TODAY(),


não esquecendo de retirar o “$”, para tornar a referência relativa;

• Data Pagamento - selecionar o intervalo H30:H45 e definir a fórmula


=OR(H30<E30;H30>EDATE(E30;6)), não esquecendo de retirar os “$”, para
tornar as referências relativas;

• Ref. Doc. - selecionar o intervalo G30:G45 e definir a fórmula


=LEN(G30)<>10, não esquecendo de retirar o “$”, para tornar a referência
relativa;

• Valor - selecionar o intervalo F30:F45 e definir a fórmula

=NOT(OR(AND(D30="N CRÉDITO";F30<0);AND(D30="N DÉBITO";F30>0);


AND(D30="N FATURA";F30>0))), não esquecendo de retirar os “$”, para
tornar as referências relativas;

• Preenchimento incompleto de registo - selecionar o intervalo I30:I45 e


definir a fórmula =COUNTA(B30:H30)<>7, não esquecendo de retirar os “$”,
para tornar as referências relativas:

38
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O resultado é:

2.5 VALIDAÇÃO DE DADOS COM REGRAS

A incorreta introdução de dados faz com que os resultados obtidos não sejam os
corretos. Para evitar este tipo de erro, algumas regras podem ser definidas para
validar a introdução dos dados.

Para criar uma regra de validação de entrada de dados devem seguir-se os seguintes
passos:

39
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1. Selecionar o intervalo em que se pretende associar uma regra;

2. Separador Data | Data Tools | Data Validation:

3. Por defeito pode introduzir-se um qualquer valor na célula (Any value no


separador Settings). Mas é possível criar restrições de inserção de dados de
acordo com o tipo de dado a introduzir. É também possível selecionar Ignore
blank para permitir o não preenchimento da célula, podendo esta ficar vazia:

Note-se que quando se altera uma regra de validação pode-se aplicar essa
alteração a todas as células que tinham a regra definida, selecionando a
opção:

Os critérios de validação possíveis são:

• Whole number e Decimal permitem restringir os números que se


podem inserir sendo, no primeiro caso, apenas números inteiros e, no
segundo, números reais (com decimais):

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• List permite indicar uma lista com os valores possíveis de serem


introduzidos. Por exemplo, pode definir-se uma lista com os clientes,
produtos ou prazos de pagamento. Em Source indica-se o intervalo
onde se encontram os valores possíveis e seleciona-se a opção In-cell
dropdown quando se pretende que apareça a lista junto à célula:

• Date e Time permitem criar restrições relacionadas com data e com


horas:

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• Text length permite indicar o número de caracteres que se podem


inserir na célula:

• Custom permite definir uma regra baseada numa fórmula, que deverá
devolver um valor logico, sendo que TRUE [VERDADEIRO] significa que
é válida a inserção:

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4. Depois de definida a regra no separador Settings pode definir-se uma


mensagem, no separador Input Message, para ajudar o utilizador na
introdução dos dados, relembrando qual a regra de validação:

5. Por fim, é também possível definir-se uma mensagem, no separador Error


Alert, para quando o utilizador inserir um valor não válido:

6. Depois de todas as definições premir o botão OK para ativar a regra no


intervalo selecionado. Note-se que para apagar a regra tem-se disponível o
botão Clear All.

43
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Quando a regra de validação é aplicada à posteriori é possível assinalar com um


círculo vermelho as células que não respeitam a regra definida (Circle Invalid Data).
Para remover os círculos seleciona-se Clear Validation Circles:

Exemplo: Considere que tem o seguinte mapa (no intervalo B8:H24) e que pretende criar
regras de validação para: i) Documento que só pode ser N DÉBITO, N CRÉDITO OU N FATURA;
ii) Data doc. que tem que ser uma data do ano corrente; iii) Data Pagamento que tem que
ser uma data posterior ou igual à Data doc.; iv) Ref. Doc. que tem que ter 10 caracteres; e
v) Valor que tem que ser negativo no caso de nota de crédito e positivo nos outros dois casos:

Defina as cinco regras.

Na funcionalidade Data | Data Tools | Data Validation definem-se as regras


pretendidas para:

• Documento:

Inserir no intervalo K17:K19 os três documentos existentes

Selecionar o intervalo D9:D24 e definir a regra com lista (List):

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O resultado é:

Se inserir um documento não válido aparece a janela:

45
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Data doc. - selecionar o intervalo E9:E24 e definir a regra com data (Date):

Como as datas já existentes são anteriores a 2013 a opção de assinalar os


dados inválidos resulta em:

Em alternativa poder-se-ia definir a regra com base numa fórmula, tendo a


vantagem de ser válida qualquer que seja o ano corrente, e não só 2013:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Note-se que as regras baseadas em fórmulas requerem, muitas vezes, o


conhecimento das funções do Excel, entre as quais se destacam as funções
lógicas, de contagem e de data.

• Data Pagamento - selecionar o intervalo H9:H24 e definir a regra com fórmula


(Custom):

• Ref. Doc. - selecionar o intervalo G9:G24 e definir a regra com texto (Text
Length):

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• Valor - selecionar o intervalo F9:F24 e definir a regra com fórmula (Custom):

A fórmula completa é:

=IF(AND(D9="N CRÉDITO";F9<0);TRUE;IF(AND(OR(D9="N DÉBITO";D9="N FATURA");F9>0);TRUE;FALSE))

2.6 ATRIBUIÇÃO DE NOMES A CÉLULAS E A FÓRMULAS

Muitas vezes para facilitar a identificação de células, intervalos de células, fórmulas


ou constantes são definidos nomes. Para o efeito recorre-se a Formulas | Define
Name:

• Fórmula: útil para quando algumas fórmulas complexas são utilizadas


frequentemente. Por exemplo, calcular um valor com IVA à taxa de 23%,
sendo dado o valor sem IVA na célula acima.

Na janela New Name indica-se em Name qual o nome que se pretende dar à
fórmula e em Refers to escreve-se a fórmula. Neste caso, para que sempre
que se escreva a fórmula =ValorComIVA numa célula, esta devolva o valor da
célula em acima com o IVA a referência deve ser relativa (sem $):

48
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Experimente escrever a fórmula noutra célula:

• Constante: útil quando se utiliza constantemente um dado valor ou texto. Por


exemplo, pode atribuir-se o nome MaxIVA ao valor de 23% e, assim, não é
necessário memorizar a taxa de IVA e sempre que existir uma alteração nesta
taxa a aplicar basta alterar num sítio e não em todas as fórmulas em que
aparece a taxa:

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Experimente atribuir um nome ao seu nome. Depois insira a fórmula =MeuNome:

• Célula e intervalo de células: muito útil para tornar as fórmulas mais


percetíveis. Por exemplo, na elaboração de um mapa de vendas podem-se
atribuir nomes aos intervalos D50:D61 e E50:E61 e à célula D63, que tem a
taxa de IVA a aplicar:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Para a quantidade:

1º Selecionar o intervalo D50:D61

2º Formulas | Define name

Por defeito o nome do intervalo corresponde ao título da coluna e a


referência é absoluta:

Depois de fazer o mesmo para o Preço Unitário e para a Taxa de IVA podem
aplicar-se as fórmulas:

F50 =Quantidade*Preço_Unitário (copiar para baixo)

G50 =F50*(1+Taxa_de_IVA) (copiar para baixo)

D62 =SUM(Quantidade)

F62 =SUM(F50:F61)

G62 =SUM(G50:G61)

O resultado é:

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Para alterar ou eliminar nomes executa-se Formulas | Name Manager:

2.7 APLICAÇÕES

A utilização de fórmulas com funções e articulação de funções, com ou sem


funcionalidades, é fundamental para a elaboração de eficientes e eficazes modelos
de cálculo ou, de forma mais simples, para a realização de cálculos complexos, mas

52
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fundamentais. Assim, ilustram-se algumas aplicações desta articulação de funções e


funcionalidades.

2.7.1 Verificação de numeração sequencial e de duplicações

Um dos trabalhos dos contabilistas e dos auditores prende-se com a verificação da


não existência de falhas nos lançamentos, nomeadamente ao nível das faturas
emitidas. Desta forma, identifique falhas na numeração das faturas emitidas num
extrato da conta 71. As falhas podem ser de dois tipos: números repetidos
(duplicados) e numeração não sequencial.

Considere os seguintes extratos para realizar o procedimento:

Registo no Excel (B5:M23):

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Extrato Primavera (A1:W163):

Para atingir o objetivo pode recorrer-se à formatação condicional baseada em


fórmulas.

No caso do Mapa de Vendas (Registo no Excel), com o intervalo B6:M23 selecionado,


tem-se, por exemplo:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Note-se que a fórmula =$D6<>MAX($D$5:$D5)+1 permite identificar os duplicados e


as falhas na numeração (saltos de numeração), mas só resulta se a tabela estiver
ordenada pelo número do documento. Não esquecer de colocar os $ para que resulte!

No caso do Extrato Primavera, tendo selecionado o intervalo X7:X163, pode


experimentar a seguinte fórmula para identificar números (no intervalo V7:V163)
duplicados:

=AND(COUNTIF(V$7:V$163;V7)<>1;NOT(ISBLANK(V7)))

Veja a diferença para a fórmula:

=AND(COUNTIFS(U$7:U$163;U7;V$7:V$163;V7)<>1;NOT(ISBLANK(V7)))

Qual a mais adequada?

2.7.2 Remover dados duplicados

No caso de serem identificados dados duplicados ou, mais usual, registos duplicados
estes podem ser removidos de forma automática com a funcionalidade Remove
Duplicates [Remover Duplicados]:

No exmplo do Mapa de Vendas identificam-se duas faturas com o mesmo número,


mas os registos são diferentes (i.e., nem todos os dados das duas faturas com igual
número são iguais, pelo que se deve ter algum cuidado antes de remover duplicados.
Os passos a seguir são:

1. Selecionar o intervalo com os registos (B6:M23)

2. Data | Remove Duplicates

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3. Se o objetivo for eliminar os registos duplicados, isto é, quando todos os


dados de um registo são iguais aos dados de pelo menos outro registo
selecionam-se todos os campos e de seguida OK:

4. Se o objetivo é eliminar os duplicados, por exemplo, de um só campo


(Documento), selecionam-se apenas os campos onde se pretende identificar
duplicados (neste caso só o campo Documento) e OK:

E o resultado é que um registo foi apagado (o segundo com o número 56).

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2.7.3 Confrontação de extratos

Considere que uma empresa processa os pagamentos referentes a um mês no último


dia do mês seguinte. No entanto, algumas falhas têm ocorrido, tais como,
pagamentos duplicados, pagamentos com valor errado e IBAN incorretos. Assim,
pretende-se desenvolver mecanismos de controlo de falhas no processamento dos
pagamentos.

A informação disponível relativa ao 1º trimestre encontra-se em Faturas!B4:H20 e


Pagamentos!B4:E12 e pretende-se:

1. Verificar a correção do mapa “faturas”, nomeadamente:

• A existência de apenas três tipos de documentos (Fatura, N Débito, e N


Crédito);

• Os sinais dos valores de cada documento (Fatura e N Débito com valores


positivos e N Crédito com valor negativo);

• Que a data de pagamento é igual ou posterior à dada do documento;

• Que a data de pagamento ocorre no último dia do mês seguinte;

• Que todos os NIF têm 9 algarismos.

2. Verificar a correção do mapa “pagamentos”, nomeadamente:

• Se a cada entidade é efetuado um pagamento por mês, que corresponde ao


valor faturado no mês anterior;

• Se não há IBAN repetidos (duas entidades com o mesmo IBAN);

• Se há novos IBAN num dado mês;

• Se existem pagamentos não efetuados (valores que não correspondem ao


devido).

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Para uma melhor visualização de possíveis erros aconselha-se o recurso à formatação


condicional. Os mapas contêm os seguintes dados e deverá alterar alguns valores
para verificar a correção das fórmulas utilizadas2:

2 A resolução do caso encontra-se disponível em: Laureano, Raul & Pedrosa, Isabel (2016) Computer-

assisted audit tools in verification tasks: Implementation in Microsoft Excel and in CaseWare IDEA,
Atas da 11ª Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias da Informação, pp. 1-7.

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2.8 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada, atendendo à


figura:

a) Qual a fórmula que permite calcular o valor


c) Qual a fórmula a inserir em D3 para colocar um
mais elevado
asterisco (*) nas vendas do Borges superiores à
❑ =LARGE(C3:C7;1) média de todas as vendas

❑ =LARGE(C3:C7;5) ❑ =IF(AND(A3="Borges";C3>AVERAGE(C3:C7));"*";"")
❑ =MAX(C3:C7;1) ❑ =IF(AND(A3="Borges";C3>AVERAGE(C$3:C$7));"*";"")
❑ Nenhuma das anteriores ❑ =IF(OR(A3="Borges";C3>AVERAGE(C$3:C$7));"*";"")
❑ =IF(A3="Borges" OR C3>AVERAGE (C$3:C$7);"*";""))
b) Qual o resultado da fórmula: d) Qual o resultado da fórmula:
=LEN(C3) =COUNTIF(B3:B7;”>=200”)

❑4 ❑0
❑6 ❑4
❑7 ❑5
❑ Nenhuma das anteriores ❑ Devolve um erro

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3. ELABORAÇÃO DE MODELOS DE CÁLCULO DE ÍNDOLE


CONTABILÍSTICO-FINANCEIRO

O Excel contempla um vasto conjunto de comandos e funções que permitem realizar


cálculos necessários à análise de projetos de investimento e ao seu financiamento
através de financiamentos bancários.

3.1 FUNÇÕES DE BASE DE DADOS

As funções de base de dados estão especialmente vocacionadas para analisar dados


em tabelas. Estas funções devolvem informações sobre elementos de uma tabela que
satisfazem uma condição específica ou um critério. As funções de base de dados são
conhecidas por funções BD pois o seu nome começa por BD (D para o Excel em inglês).

A sintaxe destas funções é a seguinte:

=DNOME (base de dados; campo; critério)

em que:

• Base de dados: é o intervalo de células que formam a tabela ou base de dados,


tendo a primeira linha os rótulos (nome do campo).

• Campo: indica a coluna alvo função. Este argumento pode ser dado como o
rótulo (nome do campo) da coluna colocado entre aspas, ou como um número
que representa a posição da coluna na tabela: 1 para a primeira coluna, 2
para a segunda coluna, etc., ou como referência à célula que contém o
rótulo.

• Critério: é o intervalo de células que contém as condições especificadas.


Pode utilizar-se qualquer intervalo para inserir o critério, desde que inclua
pelo menos um rótulo de coluna (nos critérios comparados) e pelo menos uma
célula abaixo do rótulo da coluna para especificar uma condição para essa
coluna.

Note-se que o Excel não faz distinção entre carateres maiúsculos e carateres
minúsculos ao avaliar os dados. Também importa realçar a utilização dos
wildcards (? para um carácter e * para um conjunto de carateres) e do símbolo
~ antes do ? ou *, quando se pretende procurar estes símbolos no texto
(~?OLHO~? procura ?OLHO?).

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As principais funções são as seguintes: BDMÉDIA (DAVERAGE), BDCONTAR (DCOUNT),


BDCONTAR.VAL (DCOUNTA), BDOBTER (DGET), BDMÁX (DMAX), BDMÍN (DMIN),
BDMULTIPL (DPRODUCT), BDDESVPAD (DSTDEV), BDDESVPADP (DSTDEVP), BDSOMA
(DSUM), BDVAR (DVAR) e BDVARP (DVARP).

Com exceção da função DGET todas as outras funções realizam a mesma operação
que a função sem o prefixo D, ou seja, a função DSUM faz o equivalente à função
SUM, só que agora apenas soma as linhas (registos) que satisfazem um determinado
critério. Note-se que estas funções perderam alguma relevância a partir do momento
em que o Excel contemplou funções de soma, de contagem e de outras operações
condicionadas (SUMIF, COUNTIF,…). No entanto, ainda existem alguns problemas em
que a aplicação destas funções são muito úteis.

Para exemplificar a utilização destas funções e a criação de critérios, considere-se


a seguinte tabela:

Construção de critérios

A definição dos critérios é fundamental para que as funções devolvam o que se


espera delas. Os critérios podem ser comparados ou calculados, sendo que cada um
deles pode especificar uma condição (critério simples) ou mais do que uma condição
(critério composto). Note-se que para se considerar uma conjunção de condições
escrevem-se todas elas na mesma linha (em colunas contíguas); e para considerar
uma disjunção de condições escrevem-se todas elas em linhas diferentes seguidas,
na mesma coluna se respeitarem ao mesmo campo ou em colunas seguidas se
respeitarem a campos diferentes. Seguem-se alguns exemplos:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Critérios comparados: localizam linhas numa tabela que contenha um valor


exato. Escreve-se o texto, número, data ou valor lógico na célula
imediatamente abaixo da célula que contém o rótulo (nome do campo).
Quando se utiliza texto como critério, o Excel localiza todos os itens
começados por esse texto.

o Calcular o valor total faturado:

=DSUM(A5:G21;5;I25:I26)

o Calcular o valor total faturado ou debitado

=DSUM(A5:G21;5;I29:I31)

o Calcular o valor faturado que foi pago em fevereiro de 2016

=DSUM(A5:G21;5;I34:K35)

o Calcular o número de faturas emitidas a clientes cujo nome começa


por O

=DCOUNTA(A5:G21;1;I38:J39)

o Calcular o número de faturas emitidas a clientes cujo valor é superior


a 1000 e inferior a 10000 euros

=DCOUNT(A5:G21;7;I42:K43)

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

o Calcular o valor médio dos documentos relativos ao cliente OLHO

=DAVERAGE(A5:G21;5;I46:I47)

Inserido como: ="=OLHO"

• Critérios calculados: são utilizados quando se pretende considerar um valor


calculado que resulte de uma fórmula como critério. Neste tipo de critério o
campo é identificado na fórmula e, assim, a primeira célula do critério não
pode ser igual a qualquer um dos campos da tabela (pode ficar em branco ou
ter um qualquer outro texto).

o Obter o nome do cliente ao qual foi emitido o documento com maior


valor

=DGET(A5:G21;1;I50:I51)
Inserido como:
I51 =E6=MAX($E$6:$E$21)

o Calcular quantos documentos possuem valor superior à média

=DCOUNT(A5:G21;5;I54:I55)
Inserido como:
I55 =E6>AVERAGE($E$6:$E$21)

o Calcular quantos documentos foram emitidos ao fim-de-semana

=DCOUNT(A5:G21;7;I58:I59)
Inserido como:

I59 =OR(WEEKDAY(D6;1)=7;WEEKDAY(D6;1)=1)

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o Calcular quantos documentos foram emitidos em janeiro ou em


dezembro

=DCOUNT(A5:G21;7;I62:I64)
Inseridos como:
I63 =MONTH(D6)=1

I64 =MONTH(D6)=12

Após os exemplos importa realçar que:

i) normalmente, inserem-se as funções utilizadas em critérios com


referências absolutas (o Excel ao avaliar se um registo satisfaz um critério
é como se copiasse o critério para as linhas (registos) em baixo);

ii) a fórmula utilizada para uma condição tem de fazer referência ao rótulo
de coluna (por exemplo, Valor) ou à referência ao campo correspondente
no primeiro registo (por exemplo, E6);

iii) pode utilizar-se um rótulo de coluna na fórmula em vez de uma referência


relativa de célula ou de um nome de intervalo; e

iv) quando o Excel apresentar um valor de erro tal como, #NOME? ou


#VALOR!, ou um valor lógico na célula que contém o critério, este deverá
ser ignorado porque não afeta o modo como a tabela é analisada.

Exemplo: No final do ano elabora-se o mapa de antiguidade dos saldos de clientes com base
na tabela:

64
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O mapa de antiguidade tem a seguinte estrutura:

Preencha os campos referentes à antiguidade de saldos de acordo com os escalões de


antiguidade indicados em D3:H5. Para facilitar, no extrato pode criar uma coluna com o
número de dias em atraso, quando a data de referência é posterior à data de pagamento, ou
com “por vencer”, quando a data de pagamento é posterior à data de referência.

Para calcular no intervalo K48:K63 o número de dias em atraso utiliza-se a fórmula


em K48 =IF(G$45-J48<=0;"Por vencer";G$45-J48). Atribui-se o rótulo Atraso:

65
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Adicionalmente, insere-se no intervalo D41:H42 o número de dias máximo de cada


escalão de antiguidade e que servem para o critério a indicar na função SUMIFS ou
na função de base de dados DSUM:

Na célula D4 pode inserir-se a fórmula copiável para os outros escalões e clientes:

D4 =SUMIFS($H$48:$H$63;$K$48:$K$63;D$42;$D$48:$D$63;$B4)-SUM($C4:C4)

ou, em alternativa, a fórmula com função DSUM, mas de difícil cópia para outros
clientes e limites de antiguidade:

Inserido como: D70 =AND($K48<180;$D48=$B$4)

D4 =DSUM($D$47:$K$63;"Valor";D$69:D$70)-SUM($C4:C4)

O resultado deverá ser:

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3.2 FUNÇÕES FINANCEIRAS

O Excel contempla um conjunto de funções, classificadas na categoria de funções


financeiras, que podem ser aplicadas no reembolso de um empréstimo bancário por
meio de prestações constantes de capital e juro, que é, hoje em dia, o método de
reembolso mais comum em Portugal.

As principais funções financeiras relacionadas com capitalização e atualização de um


capital ou com o valor atual ou acumulado de rendas financeiras têm argumentos
comuns3:

• Va é o valor presente ou a soma total correspondente ao valor presente de


uma série de pagamentos futuros. Se va for omitido, será considerado 0. No
caso dos empréstimos corresponde ao capital mutuado;

• Vf é o valor futuro ou um saldo de caixa, que se deseja obter depois do último


pagamento. Se vf for omitido, será considerado 0 (por exemplo, o valor futuro
de determinado empréstimo é 0);

• Nper é o número total de períodos (prestações) de amortização;

• Pgto é o valor da prestação periódica e constante de capital e juro;

• Tipo é o número 0 se o vencimento das prestações for no fim do período


(prestações postecipadas) ou 1 se for no início do período (prestações
antecipadas);

• Período é o número de ordem de um período (prestação);

• Taxa é a taxa de juro do período da prestação;

• Taxa_matriz é uma matriz com as diferentes taxas de juro por período.

• Estimativa é uma estimativa (previsão) para a taxa de juro;

As funções para o cálculo do valor acumulado e atual são:

FV(taxa; nper; pgto; va; tipo)

[VF] – devolve o valor acumulado ou futuro de um capital ou de uma série


de capitais constantes e periódicos com taxa de juro constante.

3 Este ponto foi retirado de: Laureano, Raul M. S. e Santos, Luis Lopes dos (2011), “Fundamentos do Cálculo

Financeiro”, Edições Sílabo, Lisboa, ISBN 978-972-618-642-7

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FVSCHEDULE(va; matriz_taxa)

[VFPLANO] – devolve o valor acumulado de um capital com diferentes


taxas de juro que têm que dizer respeito a períodos consecutivos.

PV(taxa; nper; pgto; vf; tipo)

[VA] – devolve o valor atual de um capital ou de uma série de capitais


constantes e periódicos com taxa de juro constante.

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As principais funções financeiras diretamente relacionadas com reembolsos de


empréstimos e, no geral, com rendas financeiras são:

PMT(taxa; nper; va; vf; tipo)

[PGTO] – devolve o valor da prestação periódica (constante de capital e


juro) considerando a taxa de juro constante ao longo de todo o prazo.

PPMT(taxa; período; nper; va; vf; tipo)

[PPGTO] – devolve o reembolso de capital incluído numa determinada


prestação.

IPMT(taxa; período; nper; va; vf; tipo)

[IPGTO] – devolve o juro incluído numa determinada prestação periódica.

ISPMT(taxa; período; nper; va)

[É.PGTO] – devolve o juro que um investimento rendeu durante um


determinado período.

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NPER(taxa; pgto; va; vf; tipo)

[NPER] – devolve o número de períodos (prestações) de reembolso, com


prestação e taxa de juro constantes ao longo de toda a vida do
empréstimo.

RATE(nper; pgto; va; vf; tipo; estimativa)

[TAXA] – devolve a taxa de juro reportada ao período da prestação.

CUMPRINC(taxa; nper; va; per_i; per_f; tipo)

[PGTOCAPACUM] – devolve o reembolso (acumulado) de capital efectuado


entre um período inicial (per_i) e um período final (per_f) inclusive.

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CUMIPMT (taxa; nper; va; per_i; per_f; tipo)

[PGTOJURACUM] – devolve o juro (acumulado) pago entre um período


inicial (per_i) e um período final (per_f) inclusive.

As funções para conversão de taxas nominais em efetivas anuais e vice-


-versa são:

EFFECT(taxa_nominal; núm_por_ano)

[EFECTIVA] – devolve a taxa anual de juros efetiva, dada a taxa nominal


de juros (anual) e o número de períodos compostos por ano (frequência
de capitalização).

NOMINAL(taxa_efectiva; núm_por_ano)

[NOMINAL] – devolve a taxa de juro nominal (anual) dada a taxa efetiva


e o número de períodos compostos por ano (frequência de capitalização).

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As funções que permitem avaliar investimentos (VAL), calcular taxas efetivas de


rendibilidade (TIR e Yield, por exemplo) e taxas efetivas de custo (por exemplo, TAE
e TAEG) têm argumentos em comum:

Fluxos_tesouraria é o intervalo de fluxos de tesouraria periódicos. Deverá


haver sempre fluxos positivos, correspondentes aos recebimentos, e fluxos
negativos, correspondentes aos pagamentos. A função interpreta os fluxos
pela ordem em que são dados, sendo o primeiro o correspondente ao
momento (período) zero, o segundo ao momento (período) um e assim
sucessivamente. No caso da função XIRR os fluxos de tesouraria futuros são
descontados tendo por base de cálculo o ano de 365 dias;

Estimativa é uma estimativa (previsão) para a taxa. Sendo omitido este


argumento é considerado 0,1. Não sendo um elemento essencial, pelo que
pode muitas vezes ser omitido, poderá, em algumas situações, ter que ser
um valor introduzido com algum cuidado, de modo a se conseguir obter o
verdadeiro valor da taxa interna de rendibilidade;

Tx_atualização é a taxa de juro a que são atualizados os fluxos de


tesouraria do investimento;

Tx_financiamento é a taxa de juro a que foi financiado o investimento;

Tx_reinvestimento é a taxa de juro a que são reinvestidos os rendimentos


obtidos;

Datas é o intervalo de datas de vencimento correspondentes aos fluxos de


tesouraria não periódicos. Em vez das datas podem-se inserir os números de
dias que faltam para os vencimentos de cada fluxo de tesouraria.

As funções para o cálculo do valor atual líquido de um investimento são:

NPV(tx_atualização; fluxos_tesouraria)

[VAL] – devolve o valor atual líquido de uma série de fluxos de tesouraria


periódicos que ocorrem no fim do período (postecipados).

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

XNPV (fluxos_tesouraria; datas; estimativa)

[XVAL] – devolve o valor atual líquido de uma série de fluxos de tesouraria


não periódicos que ocorrem no fim do período (postecipados).

As funções para o cálculo de taxas efetivas são:

IRR(fluxos_tesouraria; estimativa)

[TIR] – devolve a taxa interna de rendibilidade do período de uma série


de fluxos de tesouraria periódicos.

MIRR(fluxos_tesouraria; tx_financiamento; tx_reinvestimento)

[MTIR] – devolve a taxa interna de rendibilidade do período de uma série


de fluxos de tesouraria periódicos, com um investimento financiado a
uma taxa e os rendimentos obtidos reinvestidos a uma outra taxa.

73
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XIRR(fluxos_tesouraria; datas; estimativa)

[XTIR] – devolve a taxa interna de rendibilidade (anual) de uma série de


fluxos de tesouraria não periódicos.

Exemplo (Retirado do IASC Foundation: Training Material for the IFRS® for SMEs (version 2010-2): No primeiro dia do
seu exercício económico uma entidade vendeu inventários no valor de 2.000.000 euros a
crédito, a dois anos quando o preço de venda atual a pronto das mercadorias é de 1.652.893
euros. Calcule os réditos de juros a reconhecer neste exercício e no seguinte.

Após a definição das células de input e as de output torna-se fácil realizar os cálculos
pretendidos:

74
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Tratando-se de um financiamento é necessário calcular a taxa de juro efetiva anual


(C11) por forma a calcular os juros a reconhecer em cada ano. Assumindo-se um
financiamento em regime de juros compostos, a taxa efetiva anual pode ser obtida
recorrendo à função IRR [TIR], sendo, no entanto, necessário definir um intervalo
(J12:J14) com os fluxos de tesouraria nos momentos 0, 1 e 2:

Exemplo: Considere os seguintes inputs relativamente a um empréstimo:

Utilize as funções financeiras adequadas para calcular os valores oportunos.

O desenho do modelo de cálculo deve contemplar células de input (a uma cor) e


células de output (a outra cor) e deve ser o mais flexível possível. Neste contexto,
devem-se evitar introduzir valores constantes nas fórmulas. Estes devem ser
introduzidos em células e nas fórmulas utilizam-se as referências dessas células.

75
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Em modelos mais complexos pode ser importante proteger as células de output para
evitar que utilizadores do modelo menos experientes apaguem ou alterem as
fórmulas e, consequentemente, a utilidade do modelo perder-se.

3.3 FUNÇÕES FINANCEIRAS PARA CÁLCULO DE DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES

O Excel contempla um conjunto de funções que se tornam úteis no cálculo de


depreciações e amortizações e que se incluem na categoria de funções financeiras.
Duas dessas funções são4:

SLN(custo; recuperação; vida útil)

[AMORT] – devolve a depreciação em linha reta de um ativo durante um


período. Custo é o custo inicial do ativo; Recuperação é o valor no final
da depreciação (às vezes chamado de valor de recuperação ou residual
do ativo); e Vida_útil é o número de períodos nos quais o ativo se
deprecia.

Exemplo: suponha que comprou um camião por 30.000 Euros, que possui
uma vida útil de 10 anos e um valor de recuperação de 7.500 Euros.

A segurança de depreciação para cada ano é: SLN(30000;7500;10), ou


seja, 2.250 Euros.

Se não tivesse valor de recuperação seria SLN(30000;0;10), ou seja, 3.000


Euros.

4 Outras funções são: SYD [AMORTTD]; DDB [BDD]; e DB [BD].

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

VDB(custo; val_residual; vida_útil; início_período; final_período; [fator];


[sem_mudança])

[BDV] - devolve a depreciação de um ativo para o período que se


especificar, incluindo períodos parciais, usando o método de balanço
decrescente duplo ou algum outro método especificado.

VDB é o balanço decrescente variável. Custo é o custo inicial do ativo;


Val_residual é o valor no fim da depreciação; Vida_útil é o número de
períodos em que o ativo se deprecia; Início_período é o período inicial
para o qual se deseja calcular a depreciação (Início_período tem de usar
as mesmas unidades que vida útil); Final_período é o período final para
o qual se deseja calcular a depreciação (Final_período tem de usar as
mesmas unidades que vida útil); Fator é a taxa em que o balanço
decresce (se fator for omitido, será considerado 2, i.e., o método balanço
decrescente duplo); e Sem_mudança é o valor lógico que especifica se
deve mudar para depreciação de linha reta quando a depreciação for
maior do que o cálculo do balanço de declínio (se sem_mudança for
VERDADEIRO, o Excel não muda para depreciação de linha reta mesmo
quando a depreciação for maior do que o cálculo do balanço declínio; se
sem_mudança for FALSO ou omitido, o Excel muda para depreciação
linear quando a depreciação é maior do que o cálculo do balanço de
declínio).

Nota: todos os argumentos exceto sem_mudança têm de ser números


positivos.

Exemplo: suponha que comprou um camião por 30.000 Euros e que possui
uma vida útil de 10 anos. Assim, por exemplo, tem-se:

VDB(30000; 0; 10; 1; 8; 1; FALSE) é igual a 21,000 Euros, a depreciação


acumulada nos sete primeiros anos
(com fator 1).

VDB(30000; 0; 10; 8; 9; 1; FALSE) é igual a 3,000 Euros, a depreciação


num ano (com fator 1).

77
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo: Mapa de amortizações – considere que numa análise de projetos de investimento


tem que elaborar o mapa que permite calcular as depreciações e amortizações em cada ano
de vida útil do projeto, podendo no ano 1 considerar apenas uma fração do ano (duodécimos)
a indicar na célula E3:

Elabore em Excel o mapa considerando o método das quotas constantes.

Na elaboração do mapa, embora possa recorrer a funções relacionadas com


depreciações e amortizações do Excel, as funções de utilização mais geral permitem
obter os resultados pretendidos:

Amortizações ano 1 (na célula E3 indica-se a percentagem que é considerada no


primeiro ano – 100% ou outra taxa se forem utilizados duodécimos)

E4 =IF(COUNT($E$2:E$2)<$D4;ROUND($B4/$D4;2);IF(COUNT($E$2:E$2)=$D4;$B4-
ROUND($B4/$D4;2)*($D4-1);IF(COUNT($E$2:E$2)=$D4+1;$B4-SUM($D4:D4;-
$D4);0)))*E$3

Amortizações ano 2

F4 =IF(COUNT($E$2:F$2)<$D4;ROUND($B4/$D4;2);IF(COUNT($E$2:F$2)=$D4;$B4-
ROUND($B4/$D4;2)*($D4-1);IF(COUNT($E$2:F$2)=$D4+1;$B4-SUM($D4:E4;-$D4);0)))

Valor líquido contabilístico (VLC)

L4 =B4-SUM(E4:K4)

Totais

B14 =SUM(B4:B12)

Poderia ser útil recorrer, por exemplo, às funções de informação associadas à função
IF [SE] para apenas fazer os cálculos quando as células de input estão preenchidas.
Por exemplo, para o valor líquido contabilístico (VLC) este só vai ser calculado
quando o valor de aquisição e a vida útil estiverem introduzidos, caso contrário será
inserido um espaço (“ ”):

78
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

L4 =IF(OR(ISBLANK(B4);ISBLANK(D4));" ";B4-SUM(E4:K4))

Com a função financeira também se poderia calcular o valor da depreciação do


exercício. Por exemplo, com a função DDB:

E4 =DDB(B4;0;D4;1;1)

3.4 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

A análise de sensibilidade visa avaliar a sensibilidade de uma variável à variação de


uma ou duas variáveis em simultâneo. Por exemplo, na análise de um projeto de
investimento é importante conhecer os valores esperados dos resultados, da
rendibilidade, do VAL,… quando variáveis consideradas críticas (por terem associado
um elevado grau de incerteza) assumem diferentes valores do que os considerados
na avaliação do projeto. Algumas das variáveis mais frequentes são as despesas de
investimento e a duração do projeto, os preços de venda e a quota de mercado, os
preços dos fatores produtivos e a própria taxa de atualização.

Também na análise de um financiamento é importante avaliar a sensibilidade do


valor da prestação, constante de capital e juro, a variações da taxa de juro e do
prazo do empréstimo.

A análise de sensibilidade encontra-se em Data | What-If Analysis | Data Table…:

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo: Realize uma análise de sensibilidade ao valor da prestação, constante de capital e


juro e postecipada, à variação da taxa de juro, de um empréstimo bancário. Considere os
dados:

As etapas a seguir são:

1. Criar uma tabela com as diferentes taxas de juro e o valor da prestação


(G16:M17):

A fórmula introduzida em G17 é:

G17: =PMT(G16;F9;F7;;0)

2. Selecionar a tabela G16:M17

3. Data | What-If Analysis | Data Table… e indicar como Row input cell a célula
G16 (a que tem a primeira taxa de juro e que consta da fórmula da prestação
em G17):

4. Premir o botão OK.

O resultado é:

2% 3% 4,50% 5% 5,50% 6% 8%
-13 131,19 € -13451,4 -13937,2 -14100,6 -14264,7 -14429,6 -15096

80
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Note-se que a fórmula inserida pela funcionalidade é uma fórmula matriz:

Exemplo: Realize uma análise de sensibilidade ao valor da prestação, constante de capital e


juro e postecipada, à variação simultânea da taxa de juro e do nº de períodos de pagamento,
de um empréstimo bancário. Considere os seguintes dados:

As etapas a seguir são:

5. Criar uma tabela com as diferentes taxas de juro, os diferentes períodos de


pagamento e o valor da prestação (G33:N41):

A fórmula introduzida em G33 é:

G33: =PMT(F8;F9;F7;;0)

5. Selecionar a tabela G33:N41

6. Data | What-If Analysis | Data Table… e indicar como:

- Row input cell a célula F8 (a que tem a taxa de juro e que consta da
fórmula da prestação);

- Column input cell a célula F9 (a que tem o nº de períodos e que consta


da fórmula da prestação);

81
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

7. Premir o botão OK.

O resultado, após formatação de moeda e condicional para assinalar os valores da


prestação maiores ou iguais que 14.000,59 euros, é:

Prestação Taxa de juro


-14 100,59 € 2,0% 3,0% 4,5% 5,0% 5,5% 6,0% 8,0%
1 -51 000,00 € -51 500,00 € -52 250,00 € -52 500,00 € -52 750,00 € -53 000,00 € -54 000,00 €
2 -25 752,48 € -26 130,54 € -26 699,88 € -26 890,24 € -27 080,90 € -27 271,84 € -28 038,46 €
Nº de períodos

3 -17 337,73 € -17 676,52 € -18 188,67 € -18 360,43 € -18 532,70 € -18 705,49 € -19 401,68 €
4 -13 131,19 € -13 451,35 € -13 937,18 € -14 100,59 € -14 264,72 € -14 429,57 € -15 096,04 €
5 -10 607,92 € -10 917,73 € -11 389,58 € -11 548,74 € -11 708,82 € -11 869,82 € -12 522,82 €
6 -8 926,29 € -9 229,88 € -9 693,92 € -9 850,87 € -10 008,95 € -10 168,13 € -10 815,77 €
7 -7 725,60 € -8 025,32 € -8 485,07 € -8 640,99 € -8 798,22 € -8 956,75 € -9 603,62 €
8 -6 825,49 € -7 122,82 € -7 580,48 € -7 736,09 € -7 893,20 € -8 051,80 € -8 700,74 €

3.5 ANÁLISE DE CENÁRIOS

A análise de cenários, normalmente um cenário otimista, um esperado e um


pessimista, permite colmatar as limitações da análise de sensibilidade. Na
construção de cenários faz-se refletir, na variável que se pretende estudar, a
variação de um conjunto de parâmetros críticos em simultâneo (mais do que os dois
que são possíveis na análise de sensibilidade).

Exemplo: Crie três cenários, otimista, moderado e pessimista, para o resultado de


exploração, em função da possibilidade da quantidade vendida e do preço de venda
divergirem do orçamento. Os dados encontram-se no intervalo B3:C19.

82
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Assim, as etapas a seguir são:

1. Data | What-If Analysis | Scenario Manager …:

2. Premir o botão Add… para criar um primeiro cenário:

• Inserir o nome para o cenário: Otimista

• Indicar as células que vão variar: C4, para o preço unitário de venda,
e C6, para a quantidade vendida

• Inserir um comentário para este cenário, se desejável

83
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Premir OK.

3. Atribuir valores otimistas para as vendas: preço (90) e quantidade (4500)

4. Premir o botão Add

5. Realizar as etapas 2 a 4 para o cenário:

• Moderado: preço (75) e quantidade (4000)

• Pessimista: preço (60) e quantidade (3700)

6. Terminar premindo o botão OK.

Surge o gestor de cenários com os três criados:

7. Premir o botão Summary… e indicar a célula C19 (Resultado de Exploração),


que tem a fórmula que depende das duas variáveis (note-se que se poderiam
indicar mais células com resultado a avaliar, por exemplo, a margem bruta e
o resultado de exploração):

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Premir OK.

Os resultados aparecem numa nova folha (Scenario Summary), sendo visível


o resultado de exploração em cada um dos cenários:

Na etapa 7, ao selecionar-se a opção Scenario PivotTable report o resultado seria


uma nova folha (Scenario PivotTable):

85
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3.6 CRIAÇÃO DE FUNÇÕES COM VBA

Para além das macros de comando, o Excel permite criar comandos ou funções
personalizadas com ao VBA.

Exemplo: Considere que no intervalo G78:G82 tem os dados de um empréstimo bancário a


ser reembolsado em prestações constantes de capital e que pretende, para a prestação
indicada em G83, calcular os valores no intervalo G85:G88.

Para o efeito, recorrer a funções criadas no VBA, por não existirem no Excel.

Assim:

• Abrir o editor de VBA

Para abrir o editor de VBA e, num dos módulos, escrever o código que permite
criar as funções, é necessário:

• Tools | Macro | Visual Basic Editor ou, em alternativa, recorrer às


teclas Alt+F11

• Fazer duplo clique sobre o Module1:

86
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Caso não esteja disponível o Modulo1, então: Insert | Modulo:

• Escrever o código da função na janela do lado direita (janela do código):

❑ Função valor da prestação:

G85 =Prestacao(G78,G79,G80,G81,G83)

❑ Valor dos juros:

G86 =Juro(G78,G79,G80,G81,G83)

❑ Valor do capital:

G87 =Capital(G78,G80,G81)

87
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

❑ Valor do débito residual

G88 =DResidual(G78,G80,G81,G83)

3.7. PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada:

a) A função para calcular o valor futuro tem a


c) Para calcular a TAEG de um crédito ao
seguinte sintaxe:
consumo pode utilizar a função
FV(taxa;nper;pgto;[va];[tipo])

O que representa o argumento tipo ❑ NPV [VAL]


❑ IRR [TIR]
❑ O tipo de aplicação (obrigações, ❑ RATE [TAXA]
empréstimos, ...)
❑ NOMINAL [NOMINAL]
❑ O tipo de taxa de juro (efetiva ou
nominal) d) Se pretender avaliar o VAL (valor atual
❑ O momento do pagamento (início ou fim líquido) de um projeto de investimento para
do período)
diferentes TA (taxas de atualização) recorre a
❑ O tipo de fluxo (recebimento ou
pagamento) ❑ Análise de sensibilidade
b) Qual o resultado da fórmula: ❑ Análise de cenários
=EFFECT(12%;2) ❑ Auditoria de fórmulas
❑ Nenhuma das anteriores
❑ Erro
❑ 6,00%
❑ 12,36%
❑ 24,00%

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4. CÁLCULO E ANÁLISE DE ESTIMATIVAS

4.1 ENCONTRAR VALOR QUE PERMITE ATINGIR OBJETIVO

O Excel permite realizar cálculos que são úteis aos gestores e apresentar os dados
de forma visual e, consequentemente, mais acessível aos gestores. Neste ponto é
explorada a funcionalidade que permite resolver equações a uma incógnita.

A funcionalidade Goal Seek [Atingir objetivo] está disponível no separador Data |


What-if Analysis [Data | Análise de hipóteses]:

Esta funcionalidade é utilizada quando se conhece antecipadamente o resultado


desejado para uma dada fórmula, mas não se sabe qual é o valor de que a fórmula
necessita para atingir esse resultado.

A janela do Goal Seek obriga à indicação da célula objetivo (Set cell), de qual o valor
que esta deverá atingir (To value) e qual a célula que deve ser alterada para que o
objetivo seja atingido (By changing cell):

89
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo: O gerente duma loja pede ao seu CC que lhe indique qual a remuneração bruta
que deverá pagar a um dos seus colaboradores para que este aufira uma remuneração líquida
de 1.000 euros:

Calcule essa remuneração bruta.

Depois de se elaborar o modelo, inserindo-se uma fórmula para calcular o imposto


sobre o rendimento com base nas taxas apresentadas na tabela auxiliar, executa-se
o Goal Seek:

• Selecionar Data | What-if Analysis | Goal Seek

• Indicar os valores na janela Goal Seek:

1. Premir o botão OK. Surge uma janela a indicar se a solução foi ou não
encontrada:

90
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. Premir novamente o botão OK e verificar no modelo o resultado:

Constata-se que a remuneração bruta terá que ser de 1.397,82 euros, mantendo-se
o mesmo nível de fiscalidade.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DE TENDÊNCIAS

O Excel contempla a função TREND5 e também o gráfico de dispersão que permite


traçar a reta de regressão e, assim, caracterizar a relação linear entre X e Y e
conhecer a linha de tendência dos valores.

TREND(Y_observado; X_observado; X_novos; [constante])

[TENDÊNCIA] – devolve valores de uma tendência linear, baseada na reta


de regressão estimada pelo método dos mínimos quadrados ordinários. O
argumento constante é opcional e deve ser indicado FALSE se a reta for
Y = mX (isto é, não contempla a ordenada na origem).

Exemplo: O gerente duma loja pede ao seu TOC que lhe apresente uma estimativa das vendas
de 2014, tendo apresentado as vendas dos últimos cinco anos:

O valor estimado das vendas em 2014 é obtido com a fórmula:

L28 =TREND(H28:K28;H27:K27;L27)

Note-se que se fosse pretendido estimar as vendas para mais do que um ano, por
exemplo 2014 e 2015 então:

5 Consultar a ajuda do Excel para conhecer as funções GROWTH [CRESCIMENTO] e FORECAST [PREVISÃO]

e permitem também efetuar previsões.

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1. Selecionar o intervalo L28:M28;

2. Escrever a fórmula matriz em L28 =TREND(H28:K28;H27:K27;L27:M27)

3. Premir em simultâneo as teclas CTRL, SHIFT e ENTER.

O resultado:

É preciso ter em atenção que para apagar uma fórmula matriz tem que se selecionar
o grupo de células onde está a fórmula e carregar na tecla Delete.

A análise da tendência linear pode ser também efetuada recorrendo ao gráfico


Scatter (gráfico de dispersão X Y). Para o efeito:

1. Selecionar o intervalo com os valores de X (Anos) e Y (Vendas). No caso


G27:M28;

2. No grupo Charts do separador Insert premir o botão Scatter e selecionar o


gráfico Scatter with only Markers:

Resulta:

Vendas
96.000,00 €

94.000,00 €

92.000,00 €

90.000,00 €

88.000,00 € Vendas

86.000,00 €

84.000,00 €

82.000,00 €
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

92
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3. Com o gráfico selecionado premir o botão Trendline no separador Layout e


depois selecionar Linear Trendline:

O resultado permite ver a tendência e que se estima que as vendas de 2014


e 2015 continuarão a subir:

Vendas
120.000,00 €

100.000,00 €

80.000,00 €

60.000,00 € Vendas
Linear (Vendas)
40.000,00 €

20.000,00 €

- €
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

4.3 GRÁFICOS SPARKLINE

O Excel contempla um conjunto de gráficos que podem ser muito úteis na análise de
dados. De entre estes destacam-se os gráficos Sparkline que são gráficos de pequena
dimensão, introduzidos numa célula, e que permitem visualizar um conjunto de
dados. Esses gráficos podem ser de três tipos: linhas, colunas e de perda/ganho e
encontram-se no grupo Sparklines do separador Insert:

93
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo: analisar de forma visual a evolução das vendas:

Pode-se, por exemplo, inserir um gráfico sparkline de linhas na célula M28:

1. Selecionar o gráfico sparkline line e inserir o intervalo com os dados das


vendas (H28:L28) e a célula onde se pretende inserir o gráfico (M28):

2. Premir o botão OK. O resultado é:

3. Agora é possível realçar o ponto de menor e maior valor ou proceder a outros


ajustamentos. No separador Design das Ferramentas Sparkline encontram-se
as diferentes opções:

Selecionar as opções High Point e Low Point para adicionar marcadores aos
dois pontos (no exemplo, valores de 2010 e de 2013).

94
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Note-se que para apagar um gráfico sparkline seleciona-se o gráfico e com o botão
direito do rato executa-se Sparklines | Clear Selected Sparklines:

4.4 INSERÇÃO DE BOTÕES DE CONTROLO NA FOLHA DE CÁLCULO

A inserção de botões de controlo de formulário na folha de cálculo permite, de certa


forma, agilizar a utilização dos modelos de cálculo e, consequentemente, melhorar
a usabilidade.

A inserção de um botão de controlo de formulário (Form Control) é possível


realizando as seguintes operações6:

1. Developer | Insert...

2. Escolher o tipo de botão pretendido no grupo dos Form Controls:

6 Caso não tenha disponível no friso o separador Developer (Programador), consulte no capítulo 7.1

como instalar e ativar o VBA.

95
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Destacam-se os seguintes tipos:


Tipo de botão de controlo Finalidade
Button
Executar uma macro
(Botão)
Criar uma listagem de caixa suspensa
Combo Box
(drop-down list), combinando uma caixa
(Caixa de Combinação)
de texto com uma caixa de listagem
Check Box Tornar ativa uma opção, podendo ser
(Caixa de Verificação) selecionadas várias opções em simultâneo
Spin Button Fazer variar um número (entre 0 e 30000),
(Botão giratório) premindo as setas
Mostrar a lista de itens que podem ser
List Box selecionados (havendo a possibilidade de
(Caixa de Listagem) selecionar um item apenas ou vários
itens)
Tornar ativa apenas uma opção de um
Option Button
conjunto de opções mutuamente
(Botão de Opção)
exclusivas
Agrupar um conjunto de botões de
Group Box
controlo numa unidade visual retangular e
(Caixa de Grupo)
com um possível rótulo
Label
Inserir um texto descritivo
(Rótulo)
Scroll Bar Fazer variar um número (entre 0 e 30000),
(Barra de deslocamento) premindo as setas de deslocamento

3. Desenhar um retângulo na folha onde se pretende inserir o botão de controlo.

4. Com o botão de controlo selecionado premir o botão direito do rato e


selecionar Format Control… (Formatar controlo…):

5. Ajustar os parâmetros do botão, que variam consoante o tipo de botão.


Dentro destes, destaca-se a indicação de qual célula fica ligada ao resultado
do botão:

96
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

6. Premir OK e testar a operacionalidade do botão.

Note-se que para se apagar, redimensionar ou mover um botão é necessário


selecioná-lo e depois recorrer à tecla Delete, arrastar o rato com o cursor
posicionado num dos círculos que contornam o botão ou arrastar o rato com o cursor
posicionado sobre o botão, respetivamente. Um botão selecionado tem o seguinte
aspeto:

Exemplo: Elabore um modelo de cálculo da prestação de um empréstimo em que os principais


dados se encontram no intervalo B6:F11:

Aos dados de input (F7:F9) devem ser associados botões para facilitar a interação da
folha com o utilizador.

Adicionalmente devem ser incluídos no modelo botões para:


- indicar a periodicidade da prestação (anual, semestral, trimestral ou mensal)
- indicar se a prestação é postecipada ou antecipada

As etapas a seguir são:

1. Inserir um Scroll Bar no lado direito do montante do empréstimo com os


seguintes parâmetros de formatação do botão:

97
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Premir OK!

2. Inserir uma Combo Box no lado direito da taxa de juro, podendo esta taxa
variar entre 2,0% e 10% e ter incrementos de 0,1%. Para o efeito:

a. Criar uma tabela com duas colunas para indicar todas as taxas de juro
possíveis. No intervalo M6:M87:

b. Inserir uma Combo Box no lado direito da taxa de juro e definir os


seguintes parâmetros do botão:

98
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

c. Uma vez que a célula I8 fica com um número inteiro correspondente


ao índice da matriz de taxas, variando entre 1 e 81 (na Combo Box
foram indicadas 81 taxas de juro diferentes), recorre-se à função
VLOOKUP para apresentar a taxa de juro na célula F8:

F8 =VLOOKUP(I8;L7:M87;2;FALSE)

3. Inserir um Spin Button do lado direito do nº de anos de empréstimo para


indicar este valor. O número de anos pode variar entre 1 e 8 anos e com
variações de um ano:

99
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Nesta fase a aparência da folha deverá ser:

4. Inserir quatro Option Button para indicar a periodicidade do empréstimo,


ficando, por defeito, selecionada a periodicidade mensal:

a. Inserir em baixo dos dados do empréstimo um Option Button.

b. Alterar o nome do botão para Mensal e ativar a opção:

c. Parametrizar o botão ligando-o a uma célula auxiliar (I14):

100
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

d. Verificar que surge o número 1 na célula I14, significando que a opção


foi marcada.

e. Inserir mais três botões para as restantes periodicidades. Verificar que


estes não ficam ativos, mas ficam também ligados à célula I14.

f. Testar outras periodicidades e verificar que o número que aparece na


célula I14 é 1, se mensal, 2, se trimestral, 3, se semestral, e 4, se
anual:

g. Inserir uma caixa de grupo (Group Box) para agrupar as quatro opções
e apagar o rótulo da caixa:

Esta caixa poder-se-ia ter inserido antes dos quatro botões de opção,
podendo-se ganhar em eficiência.

Note-se que o valor que aparece na célula auxiliar (I14), de 1 a 4, pode não
corresponder ao inicialmente definido após edição ou adição de botões à
folha de cálculo. Desta forma, importa verificar os valores associados a cada

101
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

opção antes de se introduzirem fórmulas noutras células que remetam para


a célula I14!

5. Inserir uma List Box para indicar se a prestação é antecipada ou postecipada.


Neste caso, a célula auxiliar I17 assume o valor 1 ou 2, consoante o item
selecionado:

6. Inseridos os botões de controlo de formulário é agora necessário ajustar a


fórmula na célula F11, que calcula o valor da prestação com base nos valores
em F7:F9, I14 e I17:

F11 =PMT(F8/CHOOSE(I14;12;4;2;1);F9*CHOOSE(I14;12;4;2;1);F7;;
CHOOSE(I17;1;0))

102
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

No final o modelo de cálculo pode ser:

4.5 SOLVER

O Solver7 é uma ferramenta utilizada em problemas de otimização, isto é, aplica-se


para maximizar, minimizar ou igualar o valor de uma célula (função objetivo) que
está dependente da variação dos valores em várias outras células, dentro de
restrições previamente definidas.

O Solver está disponível em Data | Solver:

7 O Solver é um suplemento que deverá, previamente, ser ativado em File | Options | Add-ins. Na parte inferior,

seleciona-se na caixa Manage Excel Add-ins e prime-se Go… Por fim, seleciona-se a opção Solver Add-in e termina-
-se com OK.

103
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Exemplo: uma empresa solicitou ao seu CC ajuda na resolução de um problema de


otimização. A empresa tem 250 u.m. para investir em novos armazéns, tendo identificado
sete possíveis locais, tendo cada um deles determinada capacidade de processamento e um
determinado custo de implantação. Os dados disponibilizados encontram-se no intervalo
B5:I7.

Pretende-se indicar à empresa em quais locais deve investir.

A resolução deste tipo de problema requer: i) formular corretamente o problema em


termos matemáticos; ii) desenhar na folha de cálculo o modelo de cálculo
corretamente, identificando claramente as células de input e as de output e garantir
que as diferentes células em análise estão relacionadas através de fórmulas; e iii)
executar o Solver para obter a solução para o problema.

Assim, em termos matemáticos o problema traduz-se em maximizar a capacidade de


processamento com um investimento máximo de 250 u.m.:

Maximizar: z = 20x1 + 17x2 + 15x3 + 15x4 + 10x5 + 8x6 + 5x7

Sujeito a: 145x1 + 92x2 + 70x3 + 70x4 + 84x5 + 14x6 + 47x7  250 (orçamento)

xi  1 (i = 1,2,...7) (máximo um armazém por local)

todas as variáveis são inteiras e não negativas

O desenho da folha de cálculo deve facilitar a compreensão do problema. Por


exemplo:

As fórmulas são:

J6 =SUMPRODUCT(C$8:I$8;C6:I6)

J7 =SUMPRODUCT(C$8:I$8;C7:I7)

J8 =SUM(C8:I8)

104
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Por fim, executa-se o Solver para indicar os parâmetros do modelo:

1. Data | Solver:

2. Indicar em Set Objetive a célula J6, que é a célula cujo valor se pretende
otimizar (neste caso maximizar).

3. Confirmar que a opção Max está selecionada em To:

4. Indicar em By Changing Variable Cells o intervalo C8:I8. Neste intervalo vai


aparecer o número um, caso seja um local selecionado, ou o número zero,
caso contrário.

5. Na caixa referente às restrições (Subject to the Constraints) é preciso indicar


todas as restrições. Para o efeito, premir o botão Add e indicar:

a. J7 <= K7:

105
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Premir Add.

b. C8:I8 como variáveis binárias (assumem apenas os números 0 e 1):

Premir OK.

6. Manter as opções Make Unconstrained Variables Non-Negative e o método de


resolução o não linear:

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7. Premir Solve:

8. Manter as opções e premir OK. Resulta:

Deste modo, o plano ótimo de investimento consiste em instalar quatro armazéns


nos locais B, C, D e F. Estes proporcionam uma capacidade de 55 ton/semana e um
custo total de implantação de 246 u.m.

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4.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada:


a) Para visualizar a evolução dos resultados c) Para calcular o ponto crítico (em
líquidos duma empresa numa única célula qual quantidade) recorre-se à funcionalidade
o gráfico mais adequado ❑ Solver
❑ Scatter ❑ Gráfico Scatter
❑ Sparkline Win/Loss ❑ Filter
❑ Sparkline Column ❑ Goal Seek
❑ Nenhum das anteriores d) Qual o resultado da seguinte fórmula em L3:
b) Para executar uma macro recorre a que tipo =TREND(I3:K3;I2:K2;L2)
de botão de controlo de formulário ❑2
❑ Opção (Option Button) ❑4
❑ Listagem (List Box) ❑5
❑ Caixa de combinação (Combo Box) ❑8
❑ Nenhum dos anteriores

108
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5. REVISÕES DE OPERAÇÕES COM TABELAS DE DADOS

5.1 CONCEITO DE TABELA DE DADOS

Uma forma de armazenar dados relacionados (faturas, clientes, produtos,...) numa


folha de cálculo é através de uma tabela (ou lista ou base de dados). Numa tabela
de dados as linhas são registos e as colunas são os campos. A primeira linha da lista
contém rótulos (nomes) para as colunas (campos).

No separador Data encontram-se diversas ferramentas que facilitam a gestão das


tabelas de dados, entre as quais, a ordenação, filtragem, validação e subtotais:

Na criação de tabelas devem-se ter alguns cuidados:

1. Evitar mais do que uma lista numa folha;

2. As colunas devem ter nome em apenas uma célula;

3. Não utilizar linhas em branco entre os dados;

4. Não inserir dados nas células abaixo da lista;

5. Não inserir espaços em branco no início do conteúdo das células;

6. Usar o mesmo tipo de informação e o mesmo formato para as células de cada


coluna;

7. Evitar colocar dados essenciais à esquerda ou à direita da lista (os dados


podem ficar ocultos quando se filtra a lista);

8. Fixar a primeira linha de forma a estar sempre visível.

Um exemplo duma tabela de dados pode ser o extrato de um fornecedor. Note-se


que a tabela está no intervalo de A5:M13:

Quando as tabelas são importadas de outras aplicações é fundamental garantir que


os dados estão corretamente inseridos. Os principais problemas residem nos números

109
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(e nas datas) que ficam inseridos como texto, o que acontece devido aos separadores
utilizados e que o Excel, muitas vezes, não reconhece.

No exemplo, as datas não estão inseridas como datas, mas sim como texto, o que
inviabiliza a utilização das funções de datas e a aritmética de datas. Uma hipótese
para corrigir estas situações frequentes é gravar uma macro que substitua na coluna
das datas o “.” por “-“ e, assim, o Excel já reconhecerá as datas:

1. Selecionar as duas colunas das datas;

2. File | Find & Select | Replace…;

3. Premir o botão Replace All;

4. Verificar se as datas ficaram alinhadas à direita (as datas são números).

5.2 FILTRAGEM E ORDENAÇÃO

A filtragem é um meio fácil e rápido de localizar e trabalhar com subconjuntos de


dados. A filtragem oculta temporariamente as linhas que não se deseja visualizar,
isto é, oculta os registos que não satisfazem as condições definidas no critério de
filtragem.

Para aplicar filtros seguem-se alguns passos:

1. Com uma célula ativa da tabela (por vezes é melhor selecionar a tabela toda)
premir o botão Data | Filter.

Verificar se o Excel reconheceu os títulos dos campos, colocando o


símbolo de filtro em cada um:

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2. Selecionar o critério pretendido. Os critérios podem ser simples, quando


apenas contemplam uma condição, ou compostos, quando envolvem mais do
que uma condição. Os tipos de critério a aplicar dependem da natureza do
campo (data, número, texto):

• Data – permite selecionar os registos de um ano, de um trimestre, de


um mês, entre duas datas,…:

• Número – permite selecionar os registos com valor superior a um dado


número, com valor inferior à média,…:

111
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• Texto - permite selecionar os registos com o texto começado ou


terminado por um dado conjunto de caracteres, com texto diferente
dum dado texto, …:

Na escrita dos critérios podem-se usar dois caracteres especiais: o ? que


representa um único carácter; e o * que representa um conjunto de
caracteres (pode ser um conjunto vazio). Quando na tabela existem
formatações de cores é possível também definir critérios baseados na cor da
letra, da célula,…

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Por exemplo, para selecionar os registos com valor (campo montante) no


intervalo ]0 ; 1000] recorre-se a:

Após a aplicação do critério (premindo o botão OK) obtem-se:

Note-se que algumas linhas ficaram ocultas (os números das linhas aparecem
a azul significando que está um filtro ativo, o que pode ser visto também pela

alteração do botão associado ao título do campo do montante - ).

3. Pode-se aplicar outro critério a um outro campo, dando origem a uma


conjunção de critérios, ou remover a aplicação do filtro, premindo o botão

Data | Clear ( ).

A ordenação de tabelas (ou apenas de um intervalo de células) é uma operação muito


frequente e útil. A ordenação pode ter por base apenas um critério ou múltiplos
critérios, podendo a ordem ser ascendente, descendente ou uma ordem predefinida
numa série.

Uma forma rápida de ordenar é através dos botões do separador Data:


(ascendente) ou (descendente). Note-se que nestes casos a ordenação é
realizada segundo o campo correspondente à célula ativa.

No caso de se pretenderem definir vários critérios de ordenação recorre-se ao botão

de ordenação . É necessário verificar se a tabela fica completamente

113
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

selecionada, incluindo a linha dos títulos dos campos (ficando a opção My data has
headers selecionada):

Os botões disponíveis na janela Sort permitem adicionar critérios de sub-ordenação


(botão Add Level), apagar um critério de sub-ordenação (botão Delete Level), copiar
um critério de ordenação (botão Copy Level) e definir as opções diferenciar
maiúsculas de minúsculas e/ou a orientação da ordenação – em linha ou em coluna
(botão Options…):

No exemplo seguinte procede-se à ordenação da tabela segundo o montante (é um


campo numérico em que se ordenam os valores do menor para o maior). Em caso de
registos com o mesmo montante, o segundo critério de ordenação é a data do
documento (campo data em que se ordenam as datas da mais antiga para a mais
recente). Havendo ainda registos com montante e data iguais, o terceiro critério de
ordenação é o texto do documento (é um campo de texto em que se ordenam os
valores por ordem alfabética de A para Z):

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O Excel permite também ordenar os registos não pelo seu valor, mas sim pela
formatação aplicada (cor da célula, cor da letra ou icon da célula):

Exemplo: Mapa de vendas – ordene as vendas por: i) nome do cliente; ii) nome do cliente e
data da venda (mais recente primeiro); e iii) por região (N, C, S):

A tabela de vendas encontra-se no intervalo B5:M23:

Para se realizarem as ordenações pretendidas seguem-se os seguintes passos:

• Nome do cliente:

• Selecionar uma célula no intervalo C5:C23;

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• Premir o botão .

• Nome do cliente e data de venda:

• Selecionar uma célula no intervalo B5:M23 (ou a tabela toda);

• Premir o botão ;

• Definir os dois níveis de critérios de ordenação:

• Premir OK.

• Região (N, C, S):

• Selecionar uma célula no intervalo B5:M23 (ou a tabela toda);

• Premir o botão ;

• Definir como critério de ordenação a região. Como a ordem pretendida


não é a alfabética (nem ascendente, nem descendente) tem que se definir
uma lista (Custom List) com as três regiões:

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Ao selecionar Custom List… é aberta uma nova janela:

• Escrever na caixa List entries as três regiões e terminar com o botão Add:

• Premir OK:

117
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• Premir OK. Obtém-se:

Exemplo: Mapa de vendas – aplique filtros por forma a visualizar: i) vendas de agosto; ii)
vendas da primeira quinzena de agosto; iii) vendas de clientes com dois nomes; e iv) vendas
com valor total inferior a 100 ou superior a 1000 euros:

A tabela de vendas encontra-se no intervalo B5:M23:

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Para se realizarem os filtros pretendidos, após a sua ativação com o botão Filter
do separador Data , definem-se os seguintes critérios:

Vendas de agosto (campo Data): Vendas da primeira quinzena de agosto


(campo Data):

Em:

Vendas de clientes com dois nomes Vendas com valor total inferior a 100 ou
(campo Nome): superior a 1000 euros (campo Valor Total)

Em: Por exemplo, em:

Poderia ser também: nome igual a ?* *

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5.3 SUBTOTAIS

O Excel permite obter subtotais através do comando Data | Subtotal ou da função


SUBTOTAL.

5.3.1 Funcionalidade SubtotaI

O comando permite obter de forma automática um resumo dos dados, apresentando


alguns totais parciais e o total global. Os resultados parciais podem corresponder,
entre outros, a contagens, somas e médias. Com este comando é possível definir
quebras de página segundo determinado critério, permitindo, por exemplo, imprimir
numa página diferente as vendas a cada cliente.

Previamente à aplicação do comando Subtotal deve-se ordenar a tabela de dados


segundo o campo (critério) para o qual se pretende obter totais parciais. Após premir
o botão Subtotal, as opções do comando são:

Exemplo: Mapa de vendas – obter subtotais por cliente.

A tabela de vendas encontra-se no intervalo B5:M23:

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Para se obterem os subtotais pretendidas seguem-se os seguintes passos:

• Subtotal por cliente:

• Selecionar a tabela (C5:M23) e ordená-la por Nome;

• Premir o botão Data | Subtotal;

• Indicar o pretendido, nomeadamente:

• Em At each change in: indicar o campo Nome (que corresponde ao


critério);

• Em Use function: indicar a função pretendida, neste caso a função


Sum para obter a soma dos valores das vendas a cada cliente;

• Selecionar em Add subtotal to: os campos Ilíquido, I.V.A., Desconto,


Valor Total e Horas, para os quais será calculada a soma a cada
alteração do cliente;

• Selecionar as opções Replace current subtotals, para substituir os


subtotais que possam ter sido já criados, e Summary below data, para
indicar que se pretende os subtotais depois do detalhe (da lista das
vendas de cada cliente).

• Note-se que a opção Page break between groups permite criar quebras
de página no final de cada cliente e o botão Remove All permite
remover todos os subtotais já existentes numa tabela de dados;

• Premir o botão OK e visualizar o resultado:

121
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O Excel inseriu automaticamente linhas para os subtotais e criou grupos que


permitem com os botões ou mostrar ou esconder detalhes:

5.3.2 Função Subtotal

Tal como o nome indica, a função Subtotal permite calcular um subtotal. A sua
aplicação é mais frequente em listas, filtradas ou não. Possui a seguinte sintaxe:

=SUBTOTAL(código_da_função;intervalo)

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O argumento código_da_função (function_num) permite escolher qual o tipo de total


pretendido e ainda se o cálculo deve ter em conta as linhas escondidas ou não. Se o
valor do código for superior a 100 então as linhas escondidas serão ignoradas. Se for
inferior a 100 então as linhas escondidas também farão parte do cálculo, embora
linhas filtradas não. De seguida apresenta-se uma tabela com as funções
disponibilizadas:

Função Código que ignora Código que inclui Descrição da


utilizada no linhas escondidas linhas escondidas função
cálculo mas não filtradas
AVERAGE() 101 1 Média
COUNT() 102 2 Conta números
COUNTA() 103 3 Conta preenchidas
MAX() 104 4 Máximo
MIN() 105 5 Mínimo
PRODUCT() 106 6 Produto
STDEV.S() 107 7 Desvio-padrão amostra
STDDEV.P() 108 8 Desvio-padrão população
SUM() 109 9 Soma
VAR.S() 110 10 Variância amostra
VAR.P() 111 11 Variância população

Exemplo: Mapa de vendas – obter os subtotais número de vendas, valor total das vendas e
número médio de horas por critério de filtragem: vendas de agosto.

Começa-se por inserir as fórmulas:

• G4 =SUBTOTAL(2;G6:G23) - para o número de


vendas fazendo a contagem nas datas;

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• K4 =SUBTOTAL(9;K6:K23) - para a soma do valor com IVA;

• M4 =SUBTOTAL(1;M6:M23) - para a média do número de horas;

Depois das fórmulas aplica-se o filtro automático e define-se o critério. O resultado


é:

5.4 FÓRMULAS DINÂMICAS DE MATRIZ E DE COMPORTAMENTO DERRAMADO

As versões mais recentes do Excel contemplam um conjunto de funções que


devolvem matrizes (conjuntos de valores) de tamanho variável. As fórmulas em que
isto acontece designam-se por fórmulas dinâmicas de matriz derramadas (ao
contrário das tradicionais, as legadas (inseridas com Ctrl+Shift+Enter), que devolvem
sempre uma matriz de dimensão fixa).

O comportamento das fórmulas que alargam o seu âmbito (e resultados) às células


vizinhas (e.g., em baixo) designa-se por transposição. É de notar que estas fórmulas
apenas são editadas na primeira célula do intervalo com os resultados, ficando as
restantes de cor cinza e, também, que não podem ser inseridas em Tabelas (formato
tabela do Excel) e que podem originar o erro #SPILL!, quando existem células
preenchidas na matriz (intervalo) que a fórmula deveriam preencher com o seu
resultado (derramar).

As funções são:

SORT(matriz; [índice_ordenação]; [sequência_ordenação]; [por_coluna])

[ORDENAR] – ordena uma matriz (intervalo), indicada em matriz e em


que o número da linha ou coluna é indicada em índice_ordenação, o
sentido da ordenação em sequência_ordenação (1 ascendente, por
defeito, -1 descendente) e se a ordenação é por coluna, indicar
VERDADEIRO no último argumento, ou por linha, indicar FALSO
(predefinido).

SORTBY(matriz; por_1; [ordem_1]; [por_2]; [ordem_2];…)

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[ORDENARPOR] – ordena uma matriz (intervalo) tendo por base os valores


correspondentes numa matriz ou intervalo. Indica-se em por_1 a
matriz/intervalo pelo qual se quer ordenar e em ordem_1 (opcional) o
sentido da ordenação, 1, para ascendente (defeito), e -1 para
descendente. A função permite indicar outras matrizes/intervalos pelo
que se quer ordenar (quando há empates).

FILTER(matriz; incluir; [se_vazia])

[FILTRAR] – filtra uma matriz (intervalo) segundo uma dada condição


indicada tendo por base os valores correspondentes numa matriz ou
intervalo. Indica-se em por_1 a matriz/intervalo pelo qual se quer
ordenar e em ordem_1 (opcional) o sentido da ordenação, 1, para
ascendente (defeito), e -1 para descendente. A função permite indicar
outras matrizes/intervalos pelo que se quer ordenar (quando há
empates).

UNIQUE(matriz; [por_coluna]; [apenas_um])

[EXCLUSIVOS] – devolve uma lista de casos (números ou texto) únicos


(sem repetição), indicando-se matriz (intervalo) com os dados a analisar.
Nos argumentos opcionais indica-se no argumento: i) por_coluna se a
comparação é por linhas, indicando o valor lógico FALSO (ou omitindo-se
- valor por defeito), ou se é por colunas, indicando-se VERDADEIRO; e ii)
apenas_um se a função devolve apenas os elementos que ocorrem
exatamente uma vez, indicando VERDADEIRO, ou se devolve todas as
linhas ou colunas distintas, indicando FALSO (ou omitindo-se o
argumento).

SEQUENCE(linhas; [colunas]; [início]; [incremento])

[SEQUÊNCIA] – devolve uma matriz (intervalo) com números sequenciais,


indicando-se em: i) linhas, o número de linhas a devolver, ii) colunas, o
número de colunas a devolver (se omitido considera-se 1), iii) início, o
primeiro número da sequência (se omitido considera-se 1), e iv)
incremento, o valor da razão (incremento) da sucessão de números (se
omitido considera-se 1).

RANSARRAY([linhas]; [colunas]; [mínimo]; [máximo]; [inteiro])

[MATRIZALEATÓRIA] – devolve uma matriz (intervalo) de número


aleatórios, com o número de linhas e colunas indicadas nos respetivos
argumentos (omitindo-se considera 1), começando em mínimo (omitindo-
se considera 0) e terminando em máximo (omitindo-se considera 1), e

125
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com números inteiros ou reais (indicando com VERDADEIRO ou FALSO (ou


omitindo-se), respetivamente.

Exemplo: Considere que tem o seguinte mapa de faturas:

Com base nos dados pretende-se:

1) Ordenar os valores por ordem decrescente, inserindo a fórmula em I20

2) Ordenar os campos Documento, Dada doc. e Valor por ordem decrescente do valor,
inserindo a fórmula em K20

3) Listar as Entidades que constam do Mapa de Faturas, em O20

4) Inserir, em sequência, os três meses do 1º trimestre no formato "mmm", em Q20

5) Listar, em S20 e por ordem descendente, todas as entidades que têm o documento
indicado em S17

6) Listar, em U20 e por ordem descendente, as datas de pagamento (dd/mmm) e


respetivas entidades, sem repetição.

7) Listar, em Y20:Z20 todas as entidades e respetivos NIF, sem repetições

8) Gerar aleatoriamente, em AB20, quatro registos (linha 20 a 35) a serem auditados


(sem repetições)

126
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Estas operações sobre a tabela de dados realizam-se, com alguma facilidade,


recorrendo a fórmulas de matriz dinâmica, em que o intervalo de saída se ajusta aos
resultados pretendidos. Assim:

I20 =ORDENAR(D20:D35;1;1;FALSO)

K20 =ORDENARPOR(C20:E35;E20:E35;-1)

O20 =EXCLUSIVOS(A20:A35;FALSO;FALSO)

O resultado destas três fórmulas é:

Note-se que se perdeu alguma formatação dos valores. Continuando:

Q20 =TEXTO(DATA(ANO(HOJE());SEQUÊNCIA(3;1);1);"mmm")

S20 =ORDENAR(EXCLUSIVOS(FILTRAR(A20:A35;C20:C35=S17;""));1;-1;FALSO)

U20 =ORDENAR(EXCLUSIVOS(TEXTO(G20:G35;"dd/mmm")&" - "&A20:A35))

Destas fórmulas resulta:

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É de notar a importância de se articularem as funções que devolvem matrizes


dinâmicas com as funções tradicionais (neste caso as funções de data, a função
TEXTO e a concatenação).

Continuando:

Y20 =EXCLUSIVOS(A20:B35)

Resulta, neste caso, a informação pretendida em duas colunas (consecutivas):

Por fim:

AB20 =EXCLUSIVOS(MATRIZALEATÓRIA(6;;20;35;VERDADEIRO);FALSO;FALSO)

O que acontece quando nos quatro valores há repetições? E se não existir nenhuma
que seja único?

Suponha agora que pretende saber qual a entidade e o valor correspondente a cada
registo a ser auditado. Para o efeito, a função INDIRECT [INDIRETO], que converte
uma referência (ou fórmula) que está em texto numa (autêntica) referência (ou
fórmula), pode ajudar:

AD20 =INDIRETO("a"&AB20)

Resulta:

128
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5.5 IMPRESSÃO DE TABELAS

Regularmente as tabelas de dados estendem o seu conteúdo a várias páginas, pelo


que, do ponto de vista do leitor, é necessário assegurar que todas as páginas estão
identificadas (i.e., contenham o título e a identificação das colunas/linhas). As
opções relacionadas com a impressão encontram-se no separador Page Layout:

Para repetir determinadas linhas e/ou colunas em todas as páginas recorre-se:

1. Page Layout | Print Titles;

2. Na janela Page Setup no último separador (Sheet) posicionar o cursor do rato


em Rows to repeat at top;

3. Selecionar as linhas a repetir (1 a 5):

4. Premir o botão Print Preview para visualizar o efeito:

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Explore outras opções do separador Page Layout. Por exemplo, pode ser útil:

• Fazer uma quebra de página numa determinada linha. Selecione a linha onde
pretende fazer a quebra e prima execute Breaks | Insert Page Break:

• Inserir no rodapé (Footer) diversa informação. Por exemplo, pode ser útil
indicar o autor, o caminho para o documento (livro) e a data de impressão:
©Raul Laureano
C:\Users\rml\Documents\Formação\Exemplos_e_Casos_040413.xlsx
20-03-2014

Executar Page Layout | Print Titles e na janela Page Setup no separador


Header/Foorter premir o botão Custom Footer…:

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Depois escrever ©Raul Laureano e premir os botões Insert File Path e Insert
Date:

• Reduzir a dimensão da tabela por forma a ser impressa em apenas uma


página. Executar Page layout | Print Titles e na janela Page Setup no
separador Page marcar a opção Fit to:

131
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5.6 TABELAS DINÂMICAS

As tabelas dinâmicas permitem apresentar os dados agrupados por categorias e


dentro de cada categoria agrupados por outras categorias (de outro campo). Para
cada conjugação de categorias podem-se calcular medidas estatísticas ou efetuar
outros cálculos definidos pelo utilizador. Este tipo de tabelas é muito útil para
resumir e classificar os dados e é facilmente atualizada (através do botão Refresh)
quando a tabela (lista de dados) de origem sofre alterações. Este comando permite
também apresentar os dados graficamente (gráfico dinâmico ou pivot chart).

Para criar uma tabela dinâmica (pivot table) devem seguir-se os seguintes passos:

1. Selecionar a tabela de dados (incluindo a linha com o título dos campos);

2. Separador Insert | Pivot Table:

3. Confirmar o intervalo com a tabela de dados base e indicar o local onde se


quer inserir a tabela dinâmica: pode ser uma nova folha ou numa já existente:

132
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

4. Premir OK para criar a tabela:

5. Do lado esquerdo será inserida a tabela (em A3) e no lado direito aparece um
painel com a lista de todos os campos da tabela de dados (original) onde se
selecionam (arrastando) os campos que se pretendem visualizar na coluna
(Column Labels) e/ou na linha (Row Labels). Para Σ Values arrasta-se o campo
que servirá para os cálculos (por defeito fica a soma ou a contagem). Também
pode ser definido em Report Filter um campo para filtrar a tabela;

6. Associados às tabelas dinâmicas surgem dois separadores (em PivotTable


Tools - Ferramentas de Tabela Dinâmica):

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a. Separador Options (Opções), onde se pode definir os campos e as


funções de cálculo da tabela dinâmica, ordenar a tabela, criar gráficos
dinâmicos, entre outras opções:

b. Separador Design (Estrutura), onde se pode definir o layout


(esquema) da tabela e o estilo a aplicar:

7. No campo de cálculo (Σ Values) pode definir-se a função de cálculo, a forma


de apresentar os valores (por exemplo, em valor absoluto ou em
percentagem) e o formato do número.

Separador Options | Calculations:

8. Quando se pretendem analisar em simultâneo muitos dados deve-se, sempre,


experimentar diversas configurações da tabela para selecionar aquela que
melhor resume os dados e, consequentemente, permite a melhor
interpretação.

134
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Exemplo: Mapa de vendas – resuma os dados por região apresentando o número e o valor
total das vendas e, também, o contributo percentual de cada região para as vendas totais:

A tabela de vendas encontra-se no intervalo B5:M23:

Depois de criada a tabela dinâmica é necessário:

• Indicar os campos pretendidos: Região para linha; Valor Total para o cálculo (Σ
Values) três vezes (uma para a contagem, outra para a soma em euros e a
última para o peso percentual):

• Alterar o primeiro somatório para contagem:

• Com o primeiro cálculo selecionado , alterar em Value


Field Settings… a função para Count e o nome do campo para Nº:

135
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Com o segundo cálculo selecionado , alterar em Value


Field Settings… o formato numérico (Number Format) para moeda e o
nome do campo para Valor:

• Com o terceiro cálculo selecionado , alterar em Value


Field Settings… a forma como o valor é apresentado (Show Value As) para
percentagem em coluna (é o total da coluna que tem que dar 100%) e o
nome do campo para Peso:

136
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O resultado deverá ser:

Alterar agora na tabela Row Labels para Região e Grand Total para Totais e os
alinhamentos das células:

Exemplo: Mapa de vendas – apresente a soma das unidades por região e mês (dentro de cada
região podem visualizar-se os nomes e dentro de cada mês o dia).

137
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A tabela de vendas encontra-se no intervalo B5:M23:

Depois de criada a tabela dinâmica é necessário:

• Indicar os campos pretendidos: Região para a linha; Nome para a linha; Data
para a coluna; Unid. para o cálculo (Σ Values) e alterar a função para soma:

• Selecionar as datas de cada mês e Options | Group Selection para as agrupar


num mês. Por exemplo, para julho seleciona-se o intervalo B4:C4 e:

138
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Foi criado o grupo que inclui as duas datas e inserido o botão que permite
ocultar os detalhes (as datas agrupadas). Foi também acrescentado um campo
à lista com o nome Data2 (que poderá ser alterado para Mês):

• Note-se que, como alternativa e caso não se pretendesse visualizar os dias


dentro de cada mês, poder-se-ia selecionar uma data (por exemplo, D4) e
Options | Group Field para agrupar as datas do mês automaticamente:

139
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Ajustar as formatações e alterar os nomes dos campos da tabela:

Pode-se, também, formatar o campo Data para que apareça apenas o dia do
mês. Por exemplo:

140
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Exemplo: Mapa de vendas – apresente o valor por hora para cada nome e com possibilidade
de filtrar por região.

Depois de criada a tabela dinâmica é necessário:

• Indicar os campos pretendidos: Região para o filtro (Report Filter); Nome para
a linha;

• Criar um novo campo calculado Preço hora que corresponde ao Valor total a
dividir por Horas:

Em Options | Fields, Items & Sets | Calculated Field definir o novo campo
(nome do campo e fórmula de calculo) e terminar premindo os botões Add e,
depois, OK:

• Indicar o campo Preço hora para o cálculo (Σ Values) e alterar a função para
média (average):

141
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Ajustar as formatações necessárias e experimentar filtrar a tabela para apenas


a região C:

142
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Pode-se criar um gráfico dinâmico com os preços hora por região fazendo
pequenos ajustes e:

Average of Preço hora

Total
300,00 €
250,00 €
200,00 €
150,00 €
Total
100,00 €
50,00 €
0,00 €
N C S
Região

Note-se que para apagar (limpar) todos os campos definidos recorre-se a Options |
Clear | Clear All:

143
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

5.7 APLICAÇÃO: REGULARIDADE DE MOVIMENTOS

Uma das tarefas de verificação é avaliar a regularidade dos movimentos de algumas


das contas, como, por exemplo, as de Fornecimentos e Serviços Externos (FSE).
Considere o extrato de FSE no intervalo A3:I710 e, recorrendo a tabelas dinâmicas8,
avalie a evolução ao longo dos meses do ano:

A avaliação fica facilitada ao recorrer-se a representações gráficas que para cada


conta pode ser semelhante a:

Valor da conta: 6242210 Valor da conta: 6221110


400 € 15.000 €
350 € 10.000 €
300 €
5.000 €
250 €
- €
200 €
-5.000 €
150 €
-10.000 €
100 €
50 € -15.000 €

- € -20.000 €
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Note-se que agrupar as datas por mês facilita muito a tarefa:

8 Tema abordado no manual de formação segmentada de Excel Aplicado à Contabilidade (Laureano,

2018).

144
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A elaboração de uma tabela a partir da tabela dinâmica em que aparecem os doze


meses do ano torna a leitura do gráfico mais facilitada, sendo este elaborado a partir
da tabela no intervalo Q2:R14 (e não da tabela dinâmica que só apresenta dois
meses):

Note-se que a tabela auxiliar vai buscar os valores à tabela dinâmica recorrendo à
função VLOOKUP [PROCV] em conjunto com a função IFERROR [SE.ERRO]! Também
o número da conta é obtido, com a concatenação, na tabela dinâmica!

145
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

5.8 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada:


a) O botão ao lado permite obter c) A função SUBTOTAL tem a seguinte sintaxe:

❑ Várias médias ao mesmo tempo em que o


❑ Uma só soma argumento ref1 representa
❑ A ordenação da tabela
❑ Nenhuma das anteriores ❑ Uma célula
b) Numa ordenação a ordem refere-se a
❑ Um intervalo de células
❑ Um critério de filtragem
❑ Um critério de ordenação
d) Numa tabela dinâmica para se obter o peso
❑ Um campo numérico
❑ A um campo com datas
❑ A um campo com texto
❑ Nenhuma das anteriores deve-se mostrar o valor em

❑ % do grande total
❑ % do total da coluna
❑ % do total da linha
❑ % da diferença para o anterior

146
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

6. CRIAÇÃO DE DASHBOARDS9

A criação de dashboards é, atualmente, uma necessidade em qualquer organização.

O dashboard permite de forma intuitiva, através de recursos gráficos e


funcionalidades de filtro e cálculo, obter informação útil para compreender a
evolução, o estado atual e tomar decisões para futuro. Atualmente, o contabilista
deve estar dotado de capacidades de elaboração de ferramentas intuitivas e ágeis
que apoiem a gestão das empresas para quem prestam serviços, podendo esta
ferramenta revelar-se um valor acrescentado no serviço prestado.

O Excel disponibiliza funcionalidades gráficas e dinâmicas abrangentes para criação


de dashboards. Neste capítulo é explicada e demonstrada a utilização das
funcionalidades disponíveis, sem a necessidade de recorrer a suplementos de BI.

6.1 TIPOS DE GRÁFICOS

Devido à componente gráfica dos dashboards, importa conhecer alguns tipos de


gráficos disponibilizados pelo Excel:

• Colunas/barras (verticais ou horizontais) – os dados são organizados em


barras verticais ou horizontais, apresentando as categorias ao longo de um
dos eixos. As colunas podem ser (i) agrupadas – mostra a distribuição de cada
categoria, (ii) empilhadas – quando se tem várias séries de dados e se
pretende dar enfase ao total, ou (iii) 100% empilhadas – para visualização do
peso de cada categoria.

• Linhas – os dados das categorias são distribuídos uniformemente ao longo do


eixo horizontal, sendo todos os dados dos valores distribuídos de forma
uniforme ao longo do eixo vertical. Os gráficos de linhas podem apresentar

9 Este capítulo foi elaborado pela colega Márcia Santos, à qual agradeço o contributo para este manual.

147
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

dados contínuos ao longo do tempo num eixo de escala uniforme e são, por
isso, ideais para representarem tendências em dados em intervalos de tempo
iguais, como meses, trimestres ou anos fiscais. À semelhança das colunas,
também aqui é possível criar um gráfico com várias séries e com linhas
empilhadas ou empilhadas a 100%.

• Circulares – mostram o tamanho das categorias numa série de dados, de


forma proporcional à soma das categorias. Os pontos de dados de um gráfico
circular são apresentados como uma percentagem do total do círculo. A
utilização deste gráfico implica que não estejam em análise categorias com
valores negativos.

• Anel – Os dados dispostos apenas em colunas ou linhas numa folha de cálculo


podem ser representados num gráfico em anel. Como num gráfico circular,
o gráfico em anel mostra a relação das partes com o todo, mas pode conter
mais de uma série de dados. Se as percentagens forem apresentadas em
rótulos de dados, cada anel totalizará 100%.

• Área – exibe a tendência de valores ao longo do tempo ou outros dados de


categorias. Como regra, considere-se a utilização de um gráfico de linhas em
vez de um gráfico de área não empilhado, visto os dados de uma série
poderem ser ocultados atrás de dados de outra série. À semelhança das
colunas/barras, também aqui é possível criar um gráfico com várias séries e
com linhas empilhadas ou empilhadas a 100%.

• Dispersão – tem dois eixos de valores: um eixo horizontal (x) e um eixo


vertical (y). Combina estes valores em pontos de dados únicos e apresenta-
-os em agrupamentos ou intervalos irregulares.

• Radar – compara os valores agregados de várias séries de dados, mostrando


as alterações de valores relativamente a um ponto central.

• Mapa em árvore – fornece uma exibição hierárquica dos dados e permite


comparar níveis diferentes de categorização. Ao exibir categorias por cor e
proximidade, é fácil mostrar grandes quantidades de dados.

• Explosão solar – exibe dados hierárquicos, sendo que cada nível da hierarquia
é representado por um anel ou círculo, com círculo interno como parte
superior da hierarquia.

148
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Histograma – mostra as frequências de uma distribuição, sendo cada coluna


do gráfico um intervalo.

• Cascata – permite demonstrar a execução dos dados ao mostrar visualmente


as adições e subtrações aos valores iniciais das séries.

• Mapa – este gráfico 3D permite comparar valores e mostrar categorias em


diferentes regiões geográficas, como sejam, países ou distritos.

Por fim, importa referir que é possível combinar vários tipos de gráficos,
posicionando os respetivos valores das séries no mesmo ou em diferentes eixos com
escalas diferentes ou não. Adicionalmente, a escolha do tipo de gráfico deve ter por
base a natureza dos dados (qualitativo, quantitativo discreto ou quantitativo
contínuo) e o objetivo da análise.

6.2 MODELO DE DADOS E TABELAS DINÂMICAS

Para tornar o dashboard ágil o suficiente para se adaptar às questões e visões


necessárias à gestão, é necessário utilizar funcionalidades dinâmicas: tabelas e
gráficos. De facto, é difícil extrair de tabelas (muitas vezes com centenas de linhas)
os insights para a tomada de decisão, pelo que aliar a organização de dados em
tabela dinâmica com a visualização gráfica (gráfico dinâmico) é uma excelente forma
de criar visualizações ágeis dos dados.

Primeiramente, cria-se uma tabela dinâmica para resumir, analisar, explorar e


apresentar os dados resumidos. Esta tabela dinâmica pode advir de várias tabelas de
dados de diferentes fontes. Por exemplo, é possível conectar a fontes de dados
externas como tabelas do SQL Server, cubos do SQL Server Analysis Services, Azure
Marketplace, arquivos de Conexão de Dados do Office (.odc), arquivos XML, bancos
de dados do Access e arquivos de texto.

Quando se têm várias tabelas complementares e se pretende resumir informação


contemplada em mais do que uma tabela cria-se um modelo de dados, em que se
estabelecem as relações entre as diferentes tabelas e, assim, é possível criar tabelas
dinâmicas com base nos campos de tabelas distintas.

Considere-se o exemplo em que se têm duas tabelas de dados, em apenas uma folha
de um livro de Excel: Tabela_1 - Base de dados clientes e serviços prestados e
Tabela_2 - Listagem de clientes. De notar que ambas as tabelas estão definidas como
tal no Excel, i.e., oportunamente foram formatas como tabelas da seguinte forma:

149
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

1) Selecionar a primeira tabela.

2) Premir Insert | Table e confirmar o intervalo da tabela e a existência de


cabeçalhos premindo o botão OK.

3) Atribuir o nome de Tabela_1 (separador Estrutura).

4) Repetir os passos para a segunda tabela:

Para criar o modelo de dados tem-se que percorrer alguns passos:

1) Selecionar a Tabela_1 e inserir uma tabela dinâmica:

a. Selecionar Tabela_1.

b. Insert | Pivot Table.

c. Premir OK.

2) Visualizar os campos das duas tabelas:

a. Clicar-se sobre a plataforma da tabela dinâmica para mostrar o painel


de campos da Tabela_1:

150
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

b. Premir o botão MORE TABLES…

c. Confirmar, na janela que se abre, que se pretende criar uma tabela


dinâmica com base em múltiplas tabelas, usando, para o efeito, o
modelo de dados. Premir o botão Yes.

Surgem no painel de campos os campos de cada uma das tabelas, ao


premir-se o separador ALL:

3) Construir o modelo de dados e definir a relação entre tabelas. A relação é


estabelecida através da chave única, que permite ligar os dados de ambas as
tabelas, sendo, neste caso, o campo “Cliente”10.

10 Note-se que o campo que permite a ligação não tem de ter a mesma designação em ambas as tabelas. O

importante é que o conteúdo seja idêntico e, por isso, é usual utilizarem-se códigos e não nomes. Também pode ser
útil atribuir nomes sugestivos do seu conteúdo às tabelas, principalmente quando o modelo de dados estabelece
relações entre várias tabelas.

151
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

a. Premir o botão Relationships do separador Analyze, acessível ao se


posicionar sobre a tabela dinâmica criada:

b. Premir o botão New e surge a janela para definição da relação.

c. Selecionar as duas tabelas no lado esquerdo (Tabela_1 e Tabela_2) e,


no lado direito, selecionar o campo “Cliente” das respetivas tabelas:

d. Premir o botão OK para criar a relação. Note-se que as relações


podem-se editar ou desativar, quando necessário:

A partir deste momento, é possível cruzar dados e realizar operações com a


informação de ambas as tabelas.

• Exemplo Tabela_dinâmica_1: pretende-se saber o montante de base


tributável e IVA (informação disponível na Tabela_1) dos serviços realizados
a clientes com as contas em dia (informação disponível na coluna “Cobrança
duvidosa/incobrável” da Tabela_2).

152
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

A resolução passa por:

1) No quadrante ROWS da tabela dinâmica, insere-se o campo “Cobrança


duvidosa/incobrável”.

2) No quadrante VALUES inserem-se os campos dos montantes para os quais


se prende apurar o somatório, isto é, os campos “Base tributável” e “IVA”.

3) Para a adequada visualização dos valores monetários, define-se em ambos


os campos o formato de número Currency, premindo-se o botão Value
Field Settings:

Como resultado, obtém-se o somatório do valor base e IVA consoante os


clientes estejam classificados como de cobrança duvidosa, contas em dia ou
insolvente. A esta tabela atribui-se o nome de “Tabela_dinâmica_1”, através
da inserção do referido texto no campo destinado ao nome visível no
separador Analyze11:

11 Também os nomes das tabelas e gráficos dinâmicos devem remeter para o seu conteúdo.

153
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Exemplo Tabela_dinâmica_2: pretende-se determinar o nível de faturação


por segmento de negócio, sabendo que os dados necessários se encontram na
Tabela 1: campos “Segmento do Serviço Global”, “Base tributável” e
“Cobrança duvidosa/incobrável”.

Uma vez que foi criada uma tabela dinâmica que abrange o modelo de dados,
então é mais fácil copiá-la e, posteriormente, alterar os campos de cada um
dos quadrantes de acordo com a análise que se pretende realizar. Assim:

1) Selecionar e copiar a Tabela_dinâmica_1 e colar no intervalo A23:C27:

2) Atribuir o nome de Tabela_dinâmica_2, conforme passos descritos no


exemplo anterior.

3) Trocar no quadrante ROWS o campo “Cobrança duvidosa/incobrável” pelo


campo “Segmento do Serviço Global”.

4) Manter no quadrante VALUES apenas o campo “Base tributável”.

5) Inserir no quadrante COLUMNS o campo “Cobrança duvidosa/incobrável”

O resultado é:

154
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Sum of Base tributável Column Labels


Row Labels Cobrança duvidosa Contas em dia Insolvente Grand Total
Merchandising 26.008,00 € 65.084,00 € 14.035,00 € 105.127,00 €
Restauração 56.239,00 € 32.839,00 € 89.078,00 €
Turismo 14.164,00 € 48.892,00 € 3.087,00 € 66.143,00 €
Grand Total 40.172,00 € 170.215,00 € 49.961,00 € 260.348,00 €

• Exemplo Tabela_dinâmica_3: pretende-se analisar a evolução do número de


clientes ao longo do tempo.

Para tal, pretende-se contar o número de clientes nos períodos em que foram
celebrados novos contratos de prestação de serviços, isto é, importa cruzar
os campos “Data da primeira prestação de serviços” (da Tabela 2), e
“Segmento do Serviço Global” (da Tabela 1) e aplicar a função de contagem
ao campo “Cliente” (da Tabela 1).

Note-se que a Tabela 2 apresenta por linha uma referência única a cada
cliente, sendo, pois, diferente selecionar o campo “Cliente” dessa tabela
(apesar de ter o mesmo nome e mesmo tipo de dados) do que selecionar o
campo “Cliente” da Tabela 1. Assim, é o campo da Tabela 1 que faz sentido,
face à análise que se pretende conduzir.

À semelhança do realizado anteriormente para a Tabela_dinâmica_2, copia-


-se a Tabela_dinâmica_1 para umas células abaixo e procede-se da seguinte
forma:

1) Quadrante ROWS: trocar o campo “Cobrança duvidosa/incobrável” pelo


campo “Segmento do Serviço Global”.

2) Quadrante VALUES: retirar os campos aí presentes e colocar o campo


“Clientes” da Tabela 1.

3) Quadrante COLUMNS: colocar o campo “Data da primeira prestação de


serviços” (note que o Excel gera automaticamente quatro campos: a
própria data, o ano da data, o trimestre da data e o mês da data, o que
possibilita analisar/filtrar os valores dentro destes intervalos).

155
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O resultado é:

Count of Cliente Column Labels


2000 2006 2010 2017 Grand Total

Row Labels
Merchandising 1 7 2 10
Restauração 3 5 8
Turismo 1 5 1 7
Grand Total 5 12 3 5 25

Criadas as tabelas dinâmicas necessárias à análise que se pretendia realizar


para apoio à tomada de decisão, importa agora olhar para o aspeto visual a
atribuir às tabelas, bem como a sua organização no dashboard que se
pretende contruir. Assim, torna-se fundamental recorrer a gráficos
dinâmicos, a slicers (segmentações de dados) e, eventualmente, a timelines
(linhas cronológicas).12

6.3 GRÁFICOS DINÂMICOS

Para tornar as tabelas dinâmicas intuitivas, associam-se gráficos dinâmicos a cada


uma das tabelas, consoante a natureza das variáveis em análise.

• Exemplo Gráfico_dinâmico_1: pretende-se associar à Tabela_dinâmica_1 um


gráfico (dinâmico) circular, a fim de se compreender o peso da base tributável
de cada um dos grupos no total. Assim:

1) Selecionar uma célula da Tabela_dinâmica_1.

2) Premir o botão PivotChart do separador Analyze ou do separador Insert:

12 Muitas vezes é útil recorrer-se a hierarquias de campos, que permitem visualizar mais ou menos detalhe (drill-

down). Por exemplo, com campos geográficos (NUTS, distrito, concelho e freguesia) ou de data (ano, semestre,
trimestre, mês, dia).

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

3) Selecionar o tipo de gráfico Pie e, de seguida, premir OK:

4) Formatar o gráfico de acordo com o desejado. Por exemplo, escolher um dos


layouts disponibilizados:

Adicionalmente, editar o título para “Peso da base tributável por natureza da


dívida do cliente” e atribuir o nome de “Gráfico_dinâmico_1” (seguindo os
mesmos passos para atribuição de nomes às tabelas dinâmicas, mas agora
estando posicionado no respetivo gráfico e não na tabela):

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Importa, ainda, referir que toda a informação auxiliar disponível na zona do


gráfico pode estar visível ou oculta, bastando indicar essa intenção no botão
Field Buttons do separador Analyze:

Em relação à mesma tabela dinâmica, podem ser associados diferentes tipos


de gráfico, pelo que, caso se considere útil, basta inserir novo gráfico
(estando selecionada uma célula da respetiva tabela dinâmica).

• Gráfico_dinâmico_2 e Gráfico_dinâmico_3: pretende-se aplicar uma


visualização em colunas à informação da Tabela_dinâmica_2.

Atendendo aos dados são adequados os gráficos de colunas agrupadas (à


esquerda) ou 100% empilhadas (à direita):

Neste caso, exemplifica-se a criação de ambos os tipos de gráficos e até na


opção 3D, atribuindo-se o nome de “Gráfico_dinâmico_2” e

158
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

“Gráfico_dinâmico_3”, respetivamente, já formatados com um dos layouts


predefinidos:

• Gráfico_dinâmico_4: pretende-se visualizar num gráfico a informação da


Tabela_dinâmica_3 (para compreender a evolução ao longo dos anos da
captação de clientes para os diferentes segmentos de negócio).

Vários tipos de gráficos podem ser utilizados para este fim. Face ao volume
de informação em análise (reduzida) pode optar-se pela utilização do gráfico
tipo Área (empilhado), sendo que a área ocupada por cada cor (que
representa um dos anos) mostra a relevância do volume de clientes em que
se prestou o primeiro serviço nesse período:

Adicionalmente, consoante a altura acumulada de cada um dos setores de


negócio (Merchandising, Restauração e Turismo), o volume total de clientes
angariados em cada setor é tanto maior quanto a altura acumulada do
respetivo setor (discriminados no eixo dos XX).

Assim, fica visível que o setor do Merchandising é o setor com maior


angariação de clientes ao longo dos anos (maior altura), sendo que o ano com
maior captação foi o de 2006 (maior área é verde).

159
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Para melhorar o aspeto gráfico podem ser retiradas os botões referentes aos
filtros por ano, trimestre, mês e data, não marcando a opção Show Legend
Field Buttons:

Resulta:

Os filtros em gráficos ficam mais intuitivos para o utilizador se colocados em formato


Slicer (Segmentação de dados). A funcionalidade Slicer dá, também, a opção de criar
filtros por campos que não constam da tabela dinâmica (funcionalidade adicional
com bastante relevância para a análise ágil dos dados).

6.4 SLICERS E TIMELINES

Para tornar as tabelas dinâmicas mais interativas, o Excel disponibiliza


funcionalidades de filtros visíveis e intuitivos para o utilizador, os designados Slicers
(segmentações de dados) e Timelines (linhas cronológicas).

160
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Esta funcionalidade é adicionada e associada à tabela dinâmica quando, posicionados


na respetiva tabela, escolhe-se no separador Analyze o botão Insert Slicer ou o botão
Insert Timeline, sendo este último aplicável unicamente a campos de data:

• Exemplo Slicer_1: relativamente ao Gráfico_dinâmico_1 (e


Tabela_dinâmica_1) pretende-se criar um Slicer que possibilite ao utilizador
analisar apenas as operações de venda em que ocorreu o pagamento ou, em
alternativa, apenas as operações em que tal pagamento não ocorreu.

A aplicação deste filtro só é possível visto a Tabela 1 contemplar o campo


“Status pagamento”. Assim:

1) Selecionar o gráfico ou uma célula da tabela dinâmica.

2) Premir o botão Insert Slicer no separador Analyse.

3) Selecionar o campo “Status pagamento” da Tabela_1:

4) Premir o botão OK.

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O Slicer surge, assim, associado à tabela e ao respetivo gráfico.

Para ativar o filtro seleciona-se a categoria ou categorias do campo “Status


de pagamento”, para que a tabela e gráfico dinâmicos reflitam apenas os
registos que cumprem esse filtro (neste exemplo, apenas para os serviços
pagos e/ou serviços por pagar):

No entanto, o efeito do filtro escolhido neste Slicer pode influenciar várias


tabelas e respetivos gráficos dinâmicos. Assim, sempre que o utilizador aplica
um filtro com este Slicer_1 (por exemplo, apenas clica no botão “Pago”), o
seu efeito reflete-se nas diferentes tabelas dinâmicas a que está associado.

Para visualizar as tabelas dinâmicas que estão a ser influenciadas pelo Slicer,
basta, estando posicionado em cima do respetivo Slicer, no separador Options
premir o botão Report Connections (Ligações de Relatórios):

162
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Deste modo, verifica-se que, como esperado, o Slicer_1 (nome atribuído ao


Slicer13) está a influenciar apenas os dados visualizados na
Tabela_dinâmica_1. As tabelas a associar são indicadas selecionando ou não
a check box referente a cada tabela.

• Exemplo Timeline_1: pretende-se inserir uma Timeline (Linha cronológica)


para analisar, na Tabela_dinâmica_2, apenas alguns períodos temporais.

A aplicação de filtros temporais (anos, trimestres, meses, dias) à análise que


se está a realizar é obtida:

1) Selecionar uma célula da Tabela_dinâmica_2.

2) Premir o botão Insert Timeline no separador Analyze:

3) Selecionar o campo ou campos de data pretendidos, sendo neste caso o


campo “Data da primeira prestação de serviços” (o único disponível):

4) Premir o botão OK.

A Timeline é inserida:

13 Também slicers e timelines devem ter nomes sugestivos do seu significado.

163
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

O filtro Timeline tem o aspeto de uma barra verde, a qual torna bastante
intuitivo e ágil o balizamento do período em que se pretende filtrar os dados.
Podem-se selecionar anos, trimestres, meses ou dias:

Para indicar quais as tabelas (e gráficos) que ficam associadas a este filtro,
seleciona-se a Timeline e prime-se o botão Report Connections (Ligações de
Relatórios) no separador Options:

6.5 DASHBOARD: CONJUGAÇÃO DE ELEMENTOS DE VISUALIZAÇÃO

Tabelas, gráficos, slicers e timelines, quando combinados, dão origem a um


dashboard. No entanto, esta conjugação deve ter em conta alguns apontamentos
visuais e organização de informação.

Face aos instrumentos de análise criados, demonstra-se a criação do dashboard na


mesma folha onde foram criados, não obstante poderem ser movidos (ou copiados)
para outras folhas do mesmo livro ou de outro livro. Assim:

1) Preencher as células de uma cor que permita dar um fundo ao dashboard, bem
como inserir um título para este, numa das células e com a cor adequada à cor
de preenchimento das células de fundo do dashboard:

164
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2) Agrupar os diferentes gráficos e slicers, de acordo com o destaque e prioridade


que se pretende dar a cada visualização. Para facilitar a visualização definiram-
-se limites (borders) brancos a delimitar os diferentes instrumentos de análise:

3) Adicionar os títulos aos restantes gráficos, selecionando os respetivos gráficos e


premindo o botão Add Chart Element no separador Design:

4) Eliminar a legenda de um dos gráficos de colunas (por ser redundante),


permitindo ganhar espaço no dashboard. Para o efeito, premir, no separador
Design, o botão Add Chart Element e selecionar None em Legend:

165
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Em alternativa, poder-se-ia premir o botão Field Buttons do separador Analyze


e retirar a seleção de Show Legend Field Buttons:

O aspeto final do dashboard é:

DASHBOARD - VENDAS POR SETOR DE NEGÓCIO E STATUS DE PAGAMENTO

Peso da base tributável por Nº de clientes por setor de negócio Natureza do cliente por setor
natureza da dívida do cliente e por ano de negócio
12
70.000,00 €
60.000,00 €
50.000,00 €
40.000,00 €
30.000,00 €
20.000,00 € Cobrança duvidosa
10 10.000,00 €
0,00 € Contas em dia
Insolvente

8
19% 16%

2017

Cobrança duvidosa 6 2010

Contas em dia 2006

Insolvente 2000
Peso de cada tipo de cliente
4 por setor de negócio
65%

100%
2 80%
Status pagamento 60%
40%
Pago 20%
0 0%
Por pagar Merchandising Restauração Turismo Merchandising Restauração Turismo

Data da primeira prestação de serviços


2000 - 2017 ANOS

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Por fim, demonstra-se a agilidade e interatividade do dashboard no decorrer de uma


reunião para apoiar a tomada de decisão. Por exemplo, se um cliente pretender
analisar os indicadores apenas no que se refere aos últimos dez anos de atividade,
basta selecionar os últimos dez anos na Timeline, fazendo com que todos os gráficos
se adaptem a este filtro:

DASHBOARD - VENDAS POR SETOR DE NEGÓCIO E STATUS DE PAGAMENTO

Peso da base tributável por Nº de clientes por setor de negócio Natureza do cliente por setor
natureza da dívida do cliente e por ano de negócio
6
60.000,00 €
50.000,00 €
40.000,00 €
30.000,00 €
20.000,00 €
5 10.000,00 € Cobrança duvidosa
0,00 €
Contas em dia

42% 2017
3
Cobrança duvidosa
2010
58% Contas em dia
Peso de cada tipo de cliente
2 por setor de negócio

100%
1 80%
Status pagamento 60%
40%
Pago 20%
0 0%
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2008 - 2017 ANOS

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Da análise do dashboard algumas conclusões que se retiram são:

• Nos últimos dez anos, não se verificam contratos com clientes que se tornassem
insolventes (ao contrário do que já havia ocorrido em anos anteriores), podendo
significar que a análise prévia de risco ao contrato de serviços está a ser
realizada com maior rigor;

• Nos últimos dez anos não se têm verificado períodos de crise que conduzam os
clientes da empresa a situações de incumprimento extremo, que terminem na
sua dissolução;

• O setor da restauração foi o que contribui mais fortemente para o crescimento


do número de clientes da empresa. De facto, a mancha verde do gráfico central
mostra isso mesmo, identificando também o ano de 2017 como o ano onde se
angariou mais clientes neste setor;

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

• Quando analisado o montante faturado (base tributável) no primeiro gráfico (à


esquerda) é percetível que neste período as vendas associadas a clientes com
contas em dia são maioritárias (58%). Pelos gráficos à direita percebe-se que é
no setor da restauração onde estes clientes são angariados;

• Por fim, pretendendo-se compreender o volume de faturação efetivamente


recebido pela empresa neste período, bastante clicar no botão “Pago” no gráfico
à esquerda, tomando-se atenção, no entanto, que este filtro é aplicado apenas
a este gráfico (conforme definido nas ligações do Slicer_1). Assim, verifica-se
que, ainda que em situação de cobrança duvidosa, são estes clientes que
contribuem mais (60%) para o montante recebido pela empresa na sequência dos
serviços prestados:

DASHBOARD - VENDAS POR SETOR DE NEGÓCIO E STATUS DE PAGAMENTO

Peso da base tributável por Nº de clientes por setor de negócio Natureza do cliente por setor
natureza da dívida do cliente e por ano de negócio
6
60.000,00 €
50.000,00 €
40.000,00 €
30.000,00 €
20.000,00 €
5 10.000,00 € Cobrança duvidosa
0,00 €
Contas em dia

40%
3 2017
Cobrança duvidosa
2010
60% Contas em dia
Peso de cada tipo de cliente
2 por setor de negócio

100%
1 80%
Status pagamento 60%
40%
Pago 20%
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6.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada.


a) Um Slicer permite
c) Para visualizar a distribuição do “Status
❑ Formatar uma tabela dinâmica pagamento” (pago ou por pagar) em cada
“Segmento do Serviço Global” (merchandising,
❑ Aplicar um filtro a diferentes gráficos
dinâmicos restauração e turismo) recorre a um gráfico
❑ Aplicar um filtro a apenas uma tabela
dinâmica ❑ Colunas empilhadas a 100%
❑ Nenhuma das anteriores ❑ Circular (Pie)
❑ Diagrama de dispersão (X Y (Scatter))
❑ Nenhuma das anteriores
b) Uma Timeline é aplicada para

❑ Inserir uma série de datas de forma d) A funcionalidade Create Relationship permite


sequencial
❑ Indicar um conjunto de eventos ocorridos ❑ Relacionar dois gráficos dinâmicos
em diferentes momentos temporais ❑ Relacionar duas tabelas dinâmicas
❑ Aplicar um filtro para selecionar alguns ❑ Criar um filtro a aplicar a duas tabelas
trimestres do período em análise dinâmicas
❑ Todas as anteriores ❑ Nenhuma das anteriores

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7. MACROS DE COMANDO

7.1 CONCEITO DE MACROS

O Visual Basic for Applications (VBA) é a linguagem de programação que permite


automatizar operações nas aplicações do Microsoft Office. Oferece um ambiente de
programação (o editor de Visual Basic) para trabalhar com aplicações Microsoft
Office (Word, Excel, Access e PowerPoint).

Existem dois tipos de macros: as macros de comandos e as macros criadas pelo


utilizador através da linguagem de programação Visual Basic:

• As macros de comandos armazenam sequências de operações do utilizador no


Excel. O utilizador grava a sequência de operações, que fica guardada num
módulo, e que poderá executá-la posteriormente. A grande vantagem das
macros de comando está na facilidade da sua construção;

• As macros criadas pelo utilizador através da linguagem de programação VBA


são escritas no Editor de Visual Basic de um modo semelhante às funções
definidas pelo utilizador. Para a criação destas macros é necessário conhecer
a linguagem de programação (VBA);

o As funções definidas pelo utilizador, em linguagem de programação


VBA, por vezes aparecem referenciadas como uma categoria de
Macros.

Instalar e ativar o VBA

Para ter acesso aos comandos relacionados com as macros e VBA é necessário:

FILE | Options... Depois separador Customize Ribbon e selecionar na janela Main


Tabs a opção Developer e OK. Um novo menu aparecerá na barra de menus.

Atualmente os vírus nos computadores são comuns; por isso existem vários níveis de
proteção para que os utilizadores menos experientes possam estar protegidos:

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• O primeiro nível de segurança é não instalar as componentes de suporte à


linguagem, impedindo assim que as macros (possíveis vírus) sejam
executadas;

• O segundo nível de segurança (o mais frequente) é as componentes estarem


já instaladas, mas desativadas.

Extensão dos livros com macros

Os documentos com macros gravadas têm que ser guardados com um formato
especial em que a extensão é .xlsm e não .xlsx:

Nas versões antigas do Excel (Modo de Compatibilidade) a gravação normal no


formato .xls contempla também as macros.

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Editor de Visual Basic

O editor de Visual Basic pode ser aberto recorrendo ao botão Visual Basic ou com o
atalho Alt + F11:

O editor de Visual Basic tem a seguinte aparência:

As macros mais usuais são gravadas ou criadas nos módulos, que podem ser criados
com Insert | Module.

7.2 GRAVAÇÃO DE MACROS COM REFERÊNCIAS RELATIVAS E COM REFERÊNCIAS


ABSOLUTAS

Para iniciar-se a gravação duma macro (macro de comando) recorre-se ao menu


Developer, premindo-se de seguida o botão Record Macro:

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Atribuir o nome à macro (atenção que existem restrições), definir um atalho shortcut
(pode-se usar também a tecla Shift), indicar onde gravar a macro (no livro atual ou
no livro pessoal) e escrever um texto descritivo sobre a finalidade da macro:

Depois de premir o botão OK, tudo o que for feito no Excel fica gravado até que se
prima o botão Stop Recording:

Durante a gravação duma macro pode alternar-se entre referências absolutas e


referências relativas (botão Use Relative References premido):

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De uma forma geral, quando se quer que a


ação gravada seja sempre na mesma célula
ou intervalo de células (range) utiliza-se a
referência absoluta.

Pelo contrário, quando a ação deve ser


realizada em função da célula que se
encontra ativa, então recorre-se às
referências relativas.

Para executar a macro recorre-se:

• No editor de Visual Basic, tendo o Module selecionado, ao botão Run Macro:

• No Excel, ao botão Macros:

Ver as opções disponíveis na janela macro: Run, Edit, Delete, Options...

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• Ainda no editor de Visual Basic, tendo o cursor numa linha do procedimento


(Sub), ao botão Run Sub/UserForm:

Exemplo: Grave uma macro que formate os valores inseridos no intervalo B3 a B6.

Com o botão Record Macro:

Formate as células da forma adequada e termine a gravação (Stop Recording). O


resultado no editor de Visual Basic é:

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Note-se que as macros ficam gravadas num módulo e começam pela palavra Sub e
terminam com End Sub. Os comentários no código são antecedidos por um ‘. Um
módulo pode ter várias macros.

E agora, qual a diferença entre gravar a macro antes de selecionar o intervalo e


depois de o ter selecionado?

Exemplo: Grave uma macro que escreva os dados do autor no intervalo A2:A4, formatados
em bold.

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Experimente, apague o conteúdo e o formato das células e execute a macro.

Exemplo: Grave, agora, uma macro que escreva os dados do autor a partir da célula ativa,
formatados em bold.

Não esquecendo de gravar a macro com referências relativas, obtém-se:

Em termos de código, qual a diferença entre referências absolutas e referências


relativas?

7.3 OPERAÇÕES NO EXCEL ÚTEIS NAS MACROS

Muitas das macros de comando estão associadas à gestão de tabelas de dados,


tornando-se, por isso, necessário conhecer a forma de, por exemplo, ir para a
próxima célula em branco numa coluna, copiar uma célula para uma tabela e apagar
uma linha da tabela.

• Selecionar a próxima célula em branco numa coluna. No exemplo, deverá


ficar selecionada a célula F4 (a próxima a ser preenchida).

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Selecionar a célula F2, premir a tecla End seguida da seta para baixo ↓. Fica
na última célula preenchida (F3). Agora, é premir novamente a seta ↓.

• Selecionar todas as células preenchidas de uma coluna (exceto a célula do


título):

Selecionar a primeira célula preenchida F4; Premir em simultâneo as teclas


Ctrl, Shift e ↓ .

• Preencher células em branco com os valores das células anteriores:

1. Selecionar a célula A1;

2. No menu Home selecionar Find & Select e depois Go To Special... Aí,


selecionar Current region (fica a tabela toda selecionada) seguido de
OK:

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3. Fazer outra vez Find & Select e Go To Special..., mas agora


selecionar Blanks (ficam todas as células em branco da tabela
selecionadas;

4. Agora para inserir uma fórmula matriz premir as teclas = ↑ (igual à


anterior). Termine premindo em simultâneo as teclas Ctrl e Enter.

Grave uma macro que faça esta operação automaticamente.

Exemplo: Introduza os dados de um cheque emitido em B3:B6 e grave uma macro que copie
os valores para a próxima linha em branco na tabela Listagem de cheques emitidos.

Iniciar a gravação da macro:

1. Em modo de referências absolutas selecionar B3:B6

2. Fazer Copy;

3. Selecionar a célula E2 (continuando em modo absoluto);

4. Mudar para referências relativas e premir as teclas End seguido de ↓; Premir


novamente ↓;

5. Fazer Paste Special... e selecionar as opções Transpose e Values:

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6. Mudar para referências absolutas;

7. Selecionar o intervalo B4:B6 e apagar o seu conteúdo;

8. Selecionar a célula B4;

9. Terminar a gravação da macro.

Grave agora uma macro que formate na tabela os valores copiados.

7.4 ATRIBUIÇÃO DE MACROS A BOTÕES E MENUS

Para aumentar a rapidez na execução das macros é possível associar uma macro a:

• um ícone da barra de ferramentas de acesso rápido;

• uma opção de um menu;

• um botão na folha.

Os passos a seguir para cada uma das opções são:

➢ Ícone na barra de acesso rápido - a personalização da barra de ferramentas


é possível realizando as seguintes operações:

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1. File | Options... e Quick Access Toolbar;

2. Selecionar Macros em Choose commands from;

3. Selecionar em Customize Quick Access Toolbar o âmbito pretendido para


esta personalização do Excel (só livro actual):

4. Selecionar a macro pretendida e premir o botão Add >>;

5. Premir o botão Modify... para atribuir um ícone e alterar o nome;

6. Terminar a personalização e testar o resultado.

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➢ Opção de menu - a inserção de uma opção num menu novo é possível


realizando as seguintes operações:

1. File | Options... e Customize Ribbon;

2. Selecionar Macros em Choose commands from;

3. Selecionar em Customize the Ribbon o local pretendido para esta


personalização do Excel (Main Tabs);

4. Premir o botão New Tab. De seguida, premindo o botão Rename atribuir


os nomes ao menu (Minhas Macros) e ao grupo dentro do menu (Cheques);

5. Com o grupo Cheques selecionado, selecionar a macro pretendida e


premir o botão Add >>;

6. Premir o botão Rename... para atribuir um ícone e alterar o nome;

7. Terminar a personalização e testar o resultado.

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Experimente criar um grupo dentro de um menu já existente.

➢ Botão na folha - a inserção de um botão é possível realizando as seguintes


operações:

1. Developer | Insert... e escolher Button (Form Control);

2. Desenhar um retângulo na folha onde pretende inserir o botão;

3. Na janela Assign Macro selecionar a macro pretendida (Lancar_Cheque);

4. OK.

5. Em Design Mode premir o botão direito do rato sobre o botão e explorar


as opções Format Control... (mudar nome e formatar a bold) e Assign
Macro.

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

(também é possível mudar o nome diretamente no botão ou Edit Text);

6. Terminar a personalização e testar o resultado.

➢ Botão na folha - a inserção de um botão é também possível realizando as


seguintes operações:

1. Developer | Insert... e escolher Command Button (ActiveX Control);

2. Desenhar um retângulo na folha onde se pretende inserir o botão;

3. Premir botão Properties e alterar Caption (para Lançar Cheque 2)

4. No editor de VB, na folha Macros_Ex4 escrever o nome da macro a


executar (Lancar_cheque). Note que a macro é executada quando faz
click (premir o botão);

5. Terminar a personalização e testar o resultado.

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7.5 IMPORTAÇÃO DE DADOS

Muitas vezes as análises a realizar no Excel requerem a importação de dados de


outras aplicações ou de páginas da Internet, tais como sítios dos bancos ou sítios dos
mercados de capitais. Assim, torna-se indispensável conhecer os procedimentos para
se importarem dados e formatar os dados corretamente. Adicionalmente, quando a
importação é periódica é importante gravar todos os procedimentos para que a
tarefa de importação não consuma demasiado tempo.

7.5.1 Importar dados a partir de um ficheiro de texto

Exemplo: Um software de contabilidade exporta os diversos mapas que produz para um


formato de texto (.txt). Tenha em consideração o documento ExtratoConta71.txt:

Grave uma macro que abra o documento e o converta numa tabela de Excel com o seguinte
layout:

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Antes de gravar a macro deve fazer todo o procedimento no Excel e ir anotando os passos
para, aquando da gravação, não se esquecer de nenhum .

A importação de dados de outras aplicações, para um livro já aberto, é realizada


através do menu Data:

Para importar o documento de texto os passos são:

1. Data | From Text;

2. Selecionar o ficheiro ExtratoConta71.txt e premir o botão Import para aceder


ao assistente de importação de texto:

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3. Como os campos não estão separados, por exemplo, por vírgulas, manter a
opção Fixed Width ativa e manter igualmente a importação a partir da linha
1. Premir Next para passar à fase dois do assistente:

4. Deslocar-se com o elevador vertical para visualizar as linhas mais abaixo do


documento. Fazer um duplo clique sobre a linha vertical que separa o campo

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3 do campo 4 (linha a seguir ao número 21) para remover a separação dos


campos (não tem interesse separar os dois campos). Premir no botão Next:

5. Alterar o formato da data para YMD. Premir o botão Finish para abrir a caixa
de diálogo Import Data;

6. Selecionar a célula onde se pretende começar a colar os dados. Note-se que


pode ser numa nova folha ou numa já existente. Premir o botão OK:

O resultado no Excel é:

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7. Agora é apagar as linhas que estão a mais, inserir os títulos dos campos
(colunas), formatar os números em moeda,…

Para juntar texto (concatenar) usa-se uma fórmula com o operador de


concatenação &. Neste caso é útil para juntar o nome da empresa a que se
refere o extrato e apresentá-lo na célula A1:

A1 =A5&B5

Como se vão apagar linhas, entre as quais a linha 5, deve-se converter a


fórmula para valor. No modo de edição da fórmula (entrar neste modo com a
tecla F2) premir a tecla F9 e de seguida a tecla Enter;

8. Considerando, agora, que apenas se pretende ter informação das vendas


mensais, eliminam-se as linhas não relevantes.

Começa-se por colocar um filtro na coluna B, selecionando todos os


discriminativos exceto “Vendas Mensais”.

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

De seguida selecionar as linhas visíveis e com o botão direito do rato executar


Delete Row.

9. Repetir todos os passos, mas agora no modo de gravação de macros.

Note-se que a macro deve funcionar para a importação de qualquer extrato


que tenha o mesmo nome e layout, isto é, os conteúdos (nome da empresa,
número da conta, primeira data, …) devem ficar no Excel nas mesmas células.
Para formatar os valores não esquecer de usar referências relativas! Pode ser
vantajoso gravar duas macros em separado, uma para a importação e outra
para as formatações. Pode também ser útil inserir um ícone para executar a
macro.

7.5.2 Importar dados a partir de uma página da Internet

Exemplo: Um contabilista pretende atualizar, ao valor de mercado, o valor investido numa


carteira de ações cotadas na bolsa de valores. Para o efeito, pretende importar as cotações
dos títulos do site do jornal de negócios:
http://www.jornaldenegocios.pt/cotacoes

Para importar os dados os passos são:

1. Data | Get External Data | From Web:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2. Na janela New Web Query: indicar a página pretendida


(http://www.jornaldenegocios.pt/cotacoes) e definir as propriedades da
importação, entre as quais as de formatação:

Premir o botão Go.

3. Na janela premir a setinha que corresponde à tabela que se pretende


importar:

Neste caso, seleciona-se a tabela das cotações:

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Excel Avançado
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Premir o botão Import.

4. Indicar a célula pretendida para inserir os dados importados ou, em


alternativa, selecionar a opção de uma nova folha:

5. Premir o botão Properties… para definir as propriedades, nomeadamente, ao


nível da frequência das atualizações da informação importada:

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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Premir OK e, novamente, OK. O resultado é:

6. Agora é necessário proceder às formatações adequadas. Por exemplo:

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Nome Cotação Mínimo Máximo Var Var % Volume Data


NOS 5,359 5,298 5,36 0,05 0,94 130.071 10:56
Novabase 3,639 3,634 3,64 0,029 0,8 4.378 10:45
Pharol 0,386 0,38 0,39 0,008 2,12 1.688.075 10:56
Navigator 4,311 4,29 4,329 0,021 0,49 225.853 10:52
BCP 0,2465 0,2456 0,2481 0,0016 0,65 21.137.136 10:56
Corticeira Amorim 12,215 12,185 12,285 -0,03 -0,25 4.728 10:21
Mota-Engil 3,33 3,221 3,385 0,058 1,77 849.157 10:55
Jer󮩭󮩭o Martins 16,44 16,27 16,455 0,07 0,43 120.929 10:56
Sonae SGPS 1,03 1,026 1,035 -0,002 -0,19 310.439 10:56
Semapa 16,185 16,165 16,495 -0,215 -1,31 19.398 10:54
EDP 3,046 3,02 3,061 -0,054 -1,74 3.191.733 10:56
Ibersol 12,945 12,935 13,085 -0,15 -1,15 754 10:47
Galp Energia 15,3 15,2 15,315 0,105 0,69 428.202 10:54
REN 2,742 2,725 2,744 0,011 0,4 82.187 10:52
Sonae Capital 0,87 0,855 0,87 0,003 0,35 125.565 10:09
Altri 5,163 5,11 5,198 0,053 1,04 438.293 10:56
CTT 5,061 5,03 5,083 0,038 0,76 239.787 10:56
EDP Renovᶥis 7,137 7,136 7,169 -0,021 -0,29 16.121 10:55

Para atualizar os dados importados recorre-se ao botão Refresh All ou Refresh


no grupo Connections do separador Data:

Também se podem alterar as propriedades da ligação ao site, premindo o


botão Connection Properties:

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O resultado é (verificar a alteração na hora da cotação):

7.6 PERGUNTAS DE AUTOAVALIAÇÃO

Assinale apenas a opção de resposta que considera mais adequada:


a) O botão ao lado não serve para
c) Para facilitar a execução de macros pode
❑ Apagar macros ❑ Criar teclas de atalho
❑ Executar macros ❑ Criar um ícone na barra de ferramentas
❑ Editar macros ❑ Inserir um botão de comando na folha
❑ Entrar no editor de Visual Basic ❑ Todas as anteriores
b) Para numa macro escrever um texto sempre
d) Um livro de Excel com macros deve ter a
na mesma célula recorre à utilização
extensão
❑ Da operação de concatenação ❑ xlsb
❑ De referências absolutas ❑ xlsm
❑ Das teclas Shift e Ctrl ❑ xlsx
❑ Nenhuma das anteriores ❑ É indiferente a extensão

195
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8. TESTE DE AUTOAVALIAÇÃO

Considere a folha de cálculo Excel que contém uma tabela com o extrato duma conta em
que tem “vendas” identificadas por notas de débito e por faturas e as devoluções ou
descontos identificados por notas de crédito.

1. Sabendo que os cinco últimos caracteres do campo Ref.fatura identificam o número da


fatura, preencha o campo Nºfatura (deve ficar como número)..

H5 =

2. Com base na data de fecho (G2) e sabendo que a empresa concede sempre um prazo de
pagamento de 60 dias, preencha o campo Nº Dias Atraso com “Por vencer”, caso a data de
pagamento ainda não tenha sido atingida, ou com o número de dias em que se encontra em
atraso, caso contrário.

I5 =

3. Preencha o campo Ageing com o escalão de antiguidade, quando já venceu, ou com “Por
vencer” (não deverá utilizar a função IF). Os escalões estão indicados no intervalo M6:M11.

J5 =

4. Determine o número de notas de crédito (N CREDITO) emitidas.

M15 =

5. Qual o dia da semana correspondente à data de pagamento mais antiga.

M17 =

196
Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Considere a seguinte tabela (mapa de antiguidade):

6. Indique a fórmula em R13 copiável que lhe permite obter os valores acumulados no
intervalo (R13:X13).

R13 =

7. Na célula R19 foi introduzida uma fórmula que devolve o valor do cliente em R17 com
antiguidade em R18.

Complete a fórmula:

R19 =HLOOKUP(R18;R7:V13;____________________________________________)

8. Responda às seguintes quatro questões, assinalando apenas uma das opções de resposta.

197
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8.1 TESTE FINAL DE DIAGNÓSTICO

198
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9. CONCLUSÃO

Este manual de Excel Avançado foi escrito com a intenção de permitir aos leitores
conhecerem algumas das inúmeras potencialidades, de cariz mais avançado, desta
ferramenta de produtividade. Não obstante, introduziram-se capítulos e exemplos
de cariz mais introdutório para ajudar os leitores a recordar algumas funções e
funcionalidades, ditas, mais básicas.

Pretendeu-se ilustrar cada funcionalidade ou função do Excel com exemplos práticos


no contexto da contabilidade (auditoria ou controlo de gestão), indo de exemplos
propostos relativamente simples até exemplos mais complexos, em que apenas
integrando funcionalidades e funções se conseguem resolver os problemas.

Parece evidente que a leitura deste manual é uma a preciosa ajuda para quem
pretende desenvolver competências avançadas de Excel, assim o esperamos. Mas,
também é evidente que só com muitas leituras e com uma procura insistente de
soluções para os problemas que se colocam no dia-a-dia se conseguem desenvolver
as capacidades para a construção de modelos de cálculo avançados e com utilidade
reconhecida.

Muitas das funcionalidades do Excel não foram neste manual abordadas, algumas por
se considerarem de nível básico de utilização de folhas de cálculo, como, por
exemplo, criação e edição de gráficos de utilização frequente e a distinção entre
referências absolutas e relativas14. Outras, de nível avançado e com indiscutível
utilidade, principalmente na construção de modelos de apoio à decisão, ficarão para
outra oportunidade, entre elas, a funcionalidade Data Analysis para problemas de
estatística, as referências a intervalos dinâmicos com aplicação na elaboração de
gráficos, a criação de formulários, a criação de dashboards com os suplementos de
BI e, finalmente, a criação de macros com programação em VBA.

De qualquer forma, acreditamos que a leitura deste manual, em paralelo com a


aplicação dos conteúdos no Excel, ajudará o leitor no seu dia-a-dia. Para termos a
certeza disso, agradecemos aos leitores que nos enviem exemplos e/ou casos da
aplicação do Excel nas suas tarefas diárias. Todos juntos, aprendemos mais e melhor,
todos juntos, partilhando os nossos conhecimentos ficamos mais especialistas e
competentes…

OBRIGADO!

14 O leitor poderá encontrar estes temas desenvolvidos e com exemplos práticos no manual de formação segmentada
de Excel Aplicado à Contabilidade (Laureano, 2018).

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Excel Avançado
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

10. BIBLIOGRAFIA EM PORTUGUÊS

Help Online do Excel e Manuais da Microsoft.

Caldeira, Jorge (2010) Dashboards: Comunicar Eficazmente a Informação de Gestão,


Almedina.

Carvalho, Adelaide (2016) Gráficos com Excel: 95 Exercícios, FCA.

Curto, José Dias & Gameiro, Filipe (2016) Excel para Economia e Gestão, 4ª Edição,
Edições Sílabo.

Laureano, Raul (2018) Excel Aplicado à Contabilidade, Ordem dos Contabilistas


Certificados.

Martins, António (2019) Aprenda Excel Com Casos Práticos, 1ª Edição, Edições Sílabo.

Martins, António (2017) Excel Aplicado à Gestão, 4ª Edição, Edições Sílabo.

Peres, Paula (2007) Excel: Macros e Aplicações, Edições Sílabo.

Pinto, Mário (2011) Microsoft Excel 2010, Centro Atlântico.

Rodrigues, Luís (2011) Utilização do Excel 2010 para Economia e Gestão, FCA.

200
Financiamento – do financiamento bancário
Consolidação a mecanismos
de contas e método dealternativos
equivalência patrimonial
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

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