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1°cena do Zé leitão
*(Bombas)*
Forró do Muído
Mona– é o Zé Lei—
*(Corte da música, toma o microfone da mona)
Ary–Povo da minha querida cidade de Poço Fundo, com toda a satisfação vou trazer para
vocês o meu, o seu, o nosso prefeito Zé Leitão."
*(Bombas)*
Zé leitão–então, bom dia pro pessoal de poço fundo! Terra que eu amo, terra que eu adoro!
Pra vocês eu trago minhas mensagens de dizer quem sou eu, Zé leitão! Eu sou candidato a
reeleições da cidade de poço fundo. Eu se confio em cada um de vocês! Eu não prometo,
eu não prometo, já faço logo! Eu falei pra vocês que não fazia estrada nova, mas tampava
os buracos da véia! Eu falei pra vocês que tem uma funerária com mais de cinco mil caixão
que tá ali guardado, pra cada um que morrer, morra feliz! Vou prometer pra essa praça botar
um ventilador bem grande, pra todo mundo ficar frio quando tiver num grande comício que
nem esse de hoje! Dotô da medicina, já tem uma junta médica grande. Dotô pro mosquito
da dengue, já tem outro! O agente de saúde tá aí pra trabalhar pra vocês! isto tudo vai
acontecer pelo mandato de Zé leitão!"
2°Carona da mona
Charlene–Ai, tô morta de cansada, nunca mais vou nesse negócio de comício, paga mal e
ainda a gente se acaba de dançar, meu pé aqui tá só na carne viva, Nam."
Mona–ô mulher, eu também tô só o caiau Muié porque Nam, cantar também né muito bom
não sabia? Né bom não, minha garganta tá aqui seca, eu tô só o caiau.Olha mermã o jerod,
mulher, eita mulher, tomara que me leve de carro pra casa."
Jerod–charlene, quantas vezes eu vou ter q te dizer que eu não quero te vê dançando em
banda de forró? Por que que tu insiste?"
Charlene–"ai jerod, você com essas histórias de novo? Quando você me conheceu eu já
dançava e se quiser ainda tá em tempo de desistir."
Mona–"nam mermã, para com isso, para de brigar com o jerod nam, eu em"
Charlene–mona quando o jerod me conheceu eu já dançava em banda, não sei pq ele fica
brigando por besteira, Nam."
Mona–mulher, mudar de assunto, vem aqui, me arranja uma carona com o jerod p mim pq
tu sabe né, eu não aguento mais andar de ônibus, aquele povo pobre e fedorento dentro do
"ônibu" grosando em mim, num dá não, meu pés aqui tá calo puro, vai lá falar com ele."
Charlene–"ai mona, tá bom vou pedir carona pra ele Nam mona tu é demais"
Charlene–"jerod"
Jerod "oi"
Charlene–vamo deixar de briga besta, eu nunca mais danço em comício eu juro p você"
Jerod–"vamo
Chica–primeira dama!"
*(Tiros)*
*(Valdir corre)*
Vanderlei–depende, o que?"
Vanderlei–ave Maria que troço é esse oneide, Deus me livre, coisa feia é essa"
Oneide–"eu aposto que não *(risada)* se quiser eu posso namorar com você, posso te
ensinar tudo"
Vanderlei–meu amor deixe de ilusões, nunca que eu ia te querer, nem que tu fosse a última
mulher da face da terra que eu iria te querer e agora da licença que eu vou atender o
telefone."
Gabriel–boa tarde, minha filha, é que minha sogra morreu hoje de manhã."
Vanderlei–ui"
Gabriel–se preocupe não, isso acontece com as melhores famílias, eu queria saber o
tamanho dos caixões que a senhora tem aí pra oferecer pra gente."
Vanderlei–bom senhor, nós temos caixões de todos os tamanhos, nós temos o grande, nós
temos o super grande e nós temos o super mega giga grandão que é pra pessoas bem
gordas."
Gabriel–"eu quero esse supar supar merga grandão, porque minha sogra é gorda igual uma
caçamba e também não esqueça minha filha, que eu quero cadeados pra veia num sair."
Vanderlei–aí então o senhor aguarde que daqui alguns minutos o seu caixão vai está
chegando até o senhor, tenha uma boa tarde e morra logo."