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Toda vez que Paulo pregava sobre a graça, levantava-se alguém para acusá-lo de
incentivar um estilo de vida pecaminoso.
É muito interessante notar que essa acusação não é feita contra todos os pregadores,
mas apenas contra aqueles que pregam o evangelho da graça.
Martin Lloyd Jones, conhecido ministro inglês, era um teólogo, um homem muito
respeitado. Ele disse: “Se as pessoas não nos acusam como acusaram Paulo,
provavelmente é porque não estamos pregando o evangelho que Paulo pregou”.
O fato é que, se você pregar o evangelho que Paulo pregou, você também será mal
compreendido.
Paulo tinha mais fé na graça de Deus do que no pecado. Muitas pessoas têm mais fé
no pecado do que na graça de Deus, mas a graça é maior do que todos os nossos
pecados.
Há pelo menos duas acusações contra Paulo que ele mesmo menciona no livro de
Romanos.
A primeira acusação
Uma acusação que levantaram contra Paulo está em Romanos 3.8
Paulo nunca ensinou que é preciso fazer o mal para que o bem resulte disso, mas
ensinou que, onde há o mal, Deus pode tirar dele um bem maravilhoso.
Paulo ensinou que “todas as coisas” — e “todas as coisas” podem não ser todas boas
—, mas “todas vão cooperar para o bem” (Rm 8.28). Até mesmo uma porta fechada vai
cooperar para o seu bem. Talvez você esperava que algo acontecesse e, em vez disso,
aconteceu exatamente o oposto e você tem uma decepção. Mas a verdade é que todas
essas coisas em sua vida, se você pertence a Deus, contribuem para o seu bem! Mas
isso só é verdade para os filhos de Deus, não é verdade para as pessoas do mundo.
“Todas as coisas” podem não ser boas, mas contribuem juntas para o seu bem!
Por exemplo, José foi vítima do ciúme e da inveja dos seus irmãos. Se não fosse pela
inveja e ciúme deles, não teriam vendido José; se não tivessem vendido José, ele não
teria ido para o Egito; se ele não tivesse ido para o Egito, não teria sido comprado por
Potifar; se não tivesse sido comprado por Potifar, não teria ido para a prisão, onde
interpretou o sonho do copeiro de Faraó; se José não estivesse lá para interpretar o
sonho do copeiro de Faraó, ele não teria entrado no palácio, onde foi promovido e se
tornou o salvador do mundo conhecido daquela época.
Quem diria que tudo começaria com um ciúme? Mas de tudo o que o diabo fez com
José, Deus fez disso um trampolim para algo melhor.
Então, Paulo pregou vigorosamente dessa maneira, mas alguns disseram: “Paulo está
dizendo que devemos fazer o mal para que o bem possa vir”. Paulo, porém, nunca disse
isso.
A segunda acusação
Depois de declarar que, onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus,
alguém acusou Paulo, dizendo: “Então vamos pecar mais para termos mais graça”.
A resposta de Paulo foi: “Impossível”! Ele não disse que “não deveríamos viver”,
mas, em vez disso, disse: “Como viveríamos? ” Ou seja: “Como poderíamos viver? ”
Como ainda viveríamos em pecado se estamos mortos para o pecado? Isso é realmente
impossível!
Às vezes, você pode cair no pecado, pode sofrer alguma tentação, mas a verdade
sobre você é que você está morto para o pecado, você não pode viver no pecado se
realmente nasceu de novo. Então, nascer de novo é o mais importante.
Toda essa verdade começa no capítulo anterior, no qual lemos:
Por que os pecadores são pecadores? Eles são por causa de seus pecados? Não.
Biblicamente falando, os pecadores são pecadores por causa do pecado de Adão. Eles
pecam porque são pecadores. Eles não são pecadores porque pecam, mas pecam porque são
pecadores. E eles são pecadores por causa do pecado de Adão.
Da mesma forma, como nós somos justos diante de Deus hoje? Pela obediência de
um só homem. Quem é esse homem? Jesus Cristo!
Pela obediência d’Ele, fomos feitos justos. Não fomos justificados pela nossa própria
obediência. Somos justos por causa da obediência de Cristo.
Agora que somos justos, praticamos atos justos, fazemos coisas justas. Entretanto,
não é o fato de fazer as coisas certas que nos torna justos. Nós fazemos as coisas certas
porque somos justos. Você é justo porque a obediência de Cristo o tornou justo.
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça. (Rm 5.20)
A obra da queda de Adão é muito forte. Um ímpio não pode mudar sua condição
comportando-se bem. Mesmo que faça coisas justas, continua sendo pecador. Mas a obra de
Cristo é muito mais poderosa e, mesmo quando pecamos, continuamos sendo justos. Isso é
muita graça.
Essa verdade deixava os detratores enlouquecidos. Eles simplesmente não podiam
entender a graça superabundante!
Fomos trazidos para esse reino de graça, onde tudo funciona com base em nossos
deméritos.
A graça é atraída pelos deméritos, pelos defeitos do homem. Por essa razão, quando
Jesus veio cheio de graça e verdade, quem estava ao seu redor? Gente rica, gente nobre,
gente cheia de qualidades e méritos? Não! Ele andou entre pessoas cheias de deméritos,
defeitos, e sua graça se tornou efetiva entre elas.
A graça é atraída pelos nossos defeitos! Não deixe que as pessoas redefinam a graça
para você. Deixe a Bíblia definir graça para você.
A definição aqui é muito clara: graça é um favor imerecido! Isso significa que,
quando você pensa que está faltando, é aí que a graça de Deus pode fluir. Quando você
pensa que não consegue, o poder de Deus se torna real em sua vida.
Quando, porém, você está cheio de si, quando pensa que pode fazer algo sozinho,
Deus não pode fazer nada.
Ele não está dizendo que, quando sou forte, então sou forte. Não! Mas “quando estou
fraco, então sou forte”.
Se você conversar com seus amigos e disser: “Tenho um problema, estou muito
ansioso, tenho tendência a ficar estressado, mas acho que essa é a área em que a graça de
Deus abunda!”
Observe com atenção esta frase: “Quando você se considerava pequeno”. O que
Samuel estava dizendo era isto: “Saul, quando você pensava que era pequeno aos seus
próprios olhos, Deus o promoveu”.
Eu sei que o mundo ensina que é preciso ter autoestima, uma imagem saudável de si
mesmo; e, até certo ponto, entendo o que isso significa, mas a questão é que a igreja não é
um lugar para ensinar autoestima, a igreja é um lugar para ensinar estima por Cristo!
Você deve saber quem é Jesus e quem você é n’Ele. Uma coisa é dizer: “Posso todas
as coisas em Cristo, sou abençoado em Cristo, com Cristo, por meio de Cristo”. Isso é
vangloriar-se n’Ele, e está tudo bem!
Outra coisa é dizer: “Sou bom, sou bonito, sou cheio de talento, sou isso e sou aquilo”
— sem Cristo! Isso é orgulho!
Houve um tempo em que Saul nem queria ser rei! No dia em que foram coroá-lo, o
que ele fez? Ele se escondeu entre a bagagem. Ele não queria que eles o encontrassem.
Houve um tempo em que ele não era arrogante.
Tinha ele um filho cujo nome era Saul, moço e tão belo,
que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do
que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o
povo. (1 Sm 9.2)
Na Bíblia, lemos que Saul era humilde e também bonito! Mas era pequeno aos seus
próprios olhos, considerava-se pequeno. Saul não era orgulhoso, e Deus o promoveu!
Permaneça pequeno aos seus próprios olhos, considere-se pequeno! Mesmo quando
você alcançar uma grande meta, um sucesso extraordinário, lembre-se sempre de que é
graças a Jesus!
Quando as pessoas o aplaudirem, lembre-se de que você é como o burro que
carregava Jesus: o burro sabia muito bem que os aplausos não eram para ele.