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CÂMARA DOS DEPUTADOS

(*) PROJETO DE LEI N.º 5.746-C, DE 2005


(Do Senado Federal)

PLS Nº 19/03
OFÍCIO Nº 1845/05-SF

Altera o art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo


Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que dispõe sobre o peso
máximo que um trabalhador pode remover individualmente. Pendente
de parecer da Comissão Especial.

NOVO DESPACHO:
ÀS COMISSÕES DE:
COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA;
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO;
AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E
DESENVOLVIMENTO RURAL;
TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO; E
CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA (ART. 54 RICD). Por
versar a referida proposição matéria de competência de mais de três
Comissões de mérito, consoante o disposto no art. 34, II, do RICD,
decido pela criação de Comissão Especial. Publique-se. Oficie-se.

APRECIAÇÃO:
Proposição sujeita à apreciação do Plenário – Art. 24, II, “g”

(*) Atualizada em 24/10/2013 em virtude de novo despacho


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SUMÁRIO
I – Projeto inicial

II – Projetos apensados: 6130/05, 296/07 e V 4715/12

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º O caput do art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 198. É de 30 kg (trinta quilogramas) o peso máximo que um
empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições
especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor 1 (um) ano após a data de sua publicação.

Senado Federal, em 12de agosto de 2005

Senador Renan Calheiros


Presidente do Senado Federal

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PL-5746-C/2005
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LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA


COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943


Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
....................................................................................................................................................

TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
....................................................................................................................................................

CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
....................................................................................................................................................

Seção XIV
Da Prevenção da Fadiga

Art. 198. É de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que um empregado pode


remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
* Art. 198 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer
outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites
diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.

Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta
ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da
tarefa exija que trabalhe sentado.
* Art. 199 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados
terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
...................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

PROJETO DE LEI N.º 6.130, DE 2005


(Da Sra. Selma Schons)
Dá nova redação ao art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que dispõe sobre o peso máximo que
um trabalhador pode remover individualmente.

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DESPACHO:
APENSE-SE À(AO) PL-5746/2005.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º O caput do art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada


pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a viger com a seguinte
redação:

“Art. 198. É de 25 kg (vinte e cinco quilogramas) o peso máximo que um


empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais
relativas ao trabalho do menor e da mulher.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor 1 (um) ano após a data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

O artigo 198 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabeleceu, no


ano de 1943, 60 quilos como limite máximo para carregamento de peso individual
em atividades braçais. Mais moderna e humanista, a Conferência Geral da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizada em Genebra em 1967 definiu
que não se deve exigir nem permitir a um trabalhador o transporte manual de carga
cujo peso possa comprometer sua saúde ou sua segurança.
Ora, passados mais de 60 anos, e apesar dos avanços da tecnologia e das
possibilidades oferecidas pelas fábricas de embalagens, o governo brasileiro não
atualizou a legislação de modo a adequá-la à norma proposta pela OIT. Em
decorrência, muitas empresas, como por exemplo as dos setores de mineração; de
grãos e de cereais; da construção civil e de fertilizantes, teimam em embalar seus
produtos em porções demasiadamente pesadas, obrigando os trabalhadores (e os
consumidores) a empreenderem grande esforço ao manusear esses produtos,
expondo-os a graves problemas de saúde.
O objetivo deste projeto é atualizar a CLT e proteger o trabalhador de lesões
causadas pelo manuseio e movimentação de cargas pesadas. Temos a certeza de
que, após se transformar em norma legal, esta iniciativa vai ajudar a evitar acidentes
e garantir melhores condições de trabalho e de saúde a categorias como a dos
estivadores, operários da construção civil, garimpeiros e trabalhadores do setor de
carga e descarga, entre outros. Isto posto, conto com o apoio dos nobres pares a
esta proposição.
Sala das Sessões, em 27 de outubro de 2005

Deputada Selma Schons

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LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA


COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943


Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.


....................................................................................................................................................

TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
....................................................................................................................................................

CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
....................................................................................................................................................

Seção XIV
Da Prevenção da Fadiga

Art. 198. É de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que um empregado pode


remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
* Art. 198 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer
outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites
diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.

Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta
ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da
tarefa exija que trabalhe sentado.
* Art. 199 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados
terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
PROJETO DE LEI N.º 296, DE 2007
(Do Sr. Marcelo Melo)
Acrescenta parágrafo ao art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT-,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, para estabelecer o peso máximo
permitido para o transporte manual de ensacados e dá outras providências.

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DESPACHO:
APENSE-SE À(AO) PL-5746/2005.

O Congresso Nacional decreta:


Art. 1º O art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho passa a vigorar
com a seguinte redação:
Art. 198..............................................................................
.............................................................................................
§ 1º No transporte manual de sacos, compreendendo também
o levantamento e a deposição, realizado por um só
trabalhador, o peso máximo admitido será de 30 kg (trinta
quilogramas).
§ 2º Não está compreendida na proibição deste artigo a
remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes
sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos
mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos,
fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado
serviços superiores às suas forças. (NR)

Art. 2º Esta lei entra em vigor 180 (cento e oitenta dias) após sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO
O trabalhador deve ser protegido, primeiro como pessoa que goza de
direitos inalienáveis à saúde e ao bem-estar social, mas também como fator de
produção. Trabalhadores sujeitos continuamente a tarefas de arremesso,
deslocamento e deposição de sacos pesados estão propensos a sofrer desgaste
prematuro da coluna vertebral, dores lombálgicas e afastamentos do trabalho que
acarretam prejuízos pessoais e ao sistema de seguridade social.
Embora o limite de peso estabelecido pela CLT, de acordo com a
Convenção 127 da OIT, seja de 60 quilos para remoção individual, existe uma série
de atividades que utilizam de forma intensiva o esforço físico do trabalhar para o
deslocamento de ensacados. As atividades de carga e descarga na construção civil
ou na agricultura impõem pesada carga repetitiva aos trabalhadores. O limite
permitido pela regra do caput do art. 198 da CLT deve ser excepcionado para estas
atividades, que são repetitivas, demandam grande esforço físico e, geralmente, são
executadas em condições penosas.
A redução da carga de trabalho de 60 kg (sessenta quilogramas) para 30 Kg
(trinta quilogramas) propiciará o prolongamento da produtividade dos trabalhadores
empregados nessas atividades e a redução dos custos sociais do tratamento de
trabalhadores lesionados .
A medida preconizada exigirá uma pequena adaptação dos fornecedores,
pois os ensacados são mercadorias facilmente fracionáveis o que permite uma

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divisão cômoda da quantidade do produto em cada embalagem, de acordo com as


necessidades dos usuários. Tal adaptação, contudo, será gradual face a vigência
deferida da norma para 180 (cento e oitenta) dias após a publicação da mesma.
Por essas razões, estamos certos de contar com o apoio do Congresso
Nacional para a aprovação deste Projeto de Lei.
Sala das Sessões, em 05 de março de 2007.

Deputado MARCELO MELO

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA


COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943


Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho.
......................................................................................................................................

TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
........................................................................................................................................

CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
........................................................................................................................................
Seção XIV
Da Prevenção da Fadiga

Art. 198. É de 60 (sessenta) quilogramas o peso máximo que um empregado pode


remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor
e da mulher.
* Art. 198 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer
outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites
diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.

Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta
ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução da
tarefa exija que trabalhe sentado.
* Art. 199 com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados
terão à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
* Parágrafo único com redação dada pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
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CONVENÇÃO Nº 127

PESO MÁXIMO
A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho convocada em Genebra pelo
Conselho de Administração do Departamento Internacional do Trabalho, e congregada na dita
cidade no dia 7 de junho de 1967, em sua qüinquagésima primeira reunião; Depois de ter
decidido adotar diversas propostas relativas ao peso máximo da carga que pode ser
transportada por um trabalhador, questão que constitui o sexto ponto da ordem do dia da
reunião, e depois de ter decidido que ditas propostas revisam a forma de um convênio
internacional, adota, com data de vinte e oito de junho de mil novecentos e sessenta e sete, o
seguinte Convênio, que poderá ser citado como o Convênio sobre o peso máximo, 1967:

Artigo 1
Para os fins do presente Convênio:
a) a expressão transporte manual de carga significa todo transporte em que o peso da carga é
totalmente suportado por um trabalhador, incluídos o levantamento e a colocação da carga;
b) a expressão transporte manual e habitual de carga significa toda atividade dedicada de
maneira contínua ou essencial ao transporte manual de carga ou toda atividade que
normalmente inclua, embora seja de maneira não contínua, o transporte manual de carga;
c) a expressão jovem trabalhador significa todo trabalhador menor de 18 anos de idade.

Artigo 2
1. O presente Convênio se aplica ao transporte manual e habitual de carga.
2. O presente Convênio se aplica a todos os setores de atividade econômica para os quais o
Estado Membro interessado mantenha um sistema de inspeção do trabalho.

Artigo 3
Não se deverá exigir nem permitir a um trabalhador o transporte manual de carga cujo peso
possa comprometer sua saúde ou sua segurança.

Artigo 4
Para a aplicação do princípio enunciado no Artigo 3, os Membros levarão em consideração
todas as condições em que deva ser executado o trabalho.

Artigo 5
Cada Membro tomará as medidas necessárias para que todo trabalhador empregado no
transporte manual de carga que não seja ligeira receba, antes de iniciar essa tarefa, uma
formação satisfatória a respeito dos métodos de trabalho que deva utilizar, a fim de proteger
sua saúde e evitar acidentes.

Artigo 6
Para limitar ou facilitar o transporte manual de carga deverão utilizar-se na máxima medida
em que seja possível, meios técnicos apropriados.

Artigo 7
1. O emprego de mulheres e jovens trabalhadores no transporte manual de carga que não seja
ligeira será limitado.
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2. Quando se empregarem mulheres e jovens trabalhadores no transporte manual de carga, o


peso máximo desta carga deverá ser consideravelmente inferior ao que se admite para
trabalhadores adultos de sexo masculino.

Artigo 8
Cada Membro, em consulta com as organizações mais representativas de empregadores e de
trabalhadores interessadas, tomará as medidas necessárias para tornar efetivas as disposições
do presente Convênio, seja por via legislativa ou por qualquer outro método conforme a
prática e as condições nacionais.

Artigo 9
As ratificações formais do presente Convênio serão comunicadas, para seu registro, ao Diretor
Geral do Departamento Internacional do Trabalho.

Artigo 10
1. Este Convênio obrigará unicamente àqueles Membros da Organização Internacional do
Trabalho cujas ratificações tenha registrado o Diretor Geral.
2. Entrará em vigor doze meses depois da data em que as ratificações de dois Membros
tenham sido registradas pelo Diretor Geral.
3. A partir desse momento, este Convênio entrará em vigor, para cada Membro, doze meses
depois da data em que sua ratificação tenha sido registrada.

Artigo 11
1. Todo Membro que tenha ratificado este Convênio poderá denunciá-lo à expiração de um
período de dez anos, a partir da data em que se tenha posto inicialmente em vigor, mediante
uma ata comunicada, para seu registro, ao Diretor Geral do Departamento Internacional do
Trabalho. A denúncia não surtirá efeito até um ano depois da data em que se tenha registrado.
2. Todo Membro que tenha ratificado este Convênio e que, no prazo de um ano depois da
expiração do período de dez anos mencionado no parágrafo precedente, não faça uso do
direito de denúncia previsto neste artigo ficará obrigado durante um novo período de dez
anos, e daí por diante poderá denunciar este Convênio quando da expiração de cada período
de dez anos, nas condições previstas neste artigo.

Artigo 12
1. O Diretor Geral do Departamento Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros
da Organização Internacional do Trabalho o registro de quantas ratificações, declarações e
denúncias lhe forem comunicadas pelos Membros da Organização.
2. Ao notificar aos Membros da Organização o registro da segunda ratificação que lhe tenha
sido comunicada, o Diretor Geral chamará a atenção dos Membros da Organização sobre a
data em que entrará em vigor o presente Convênio.

Artigo 13
O Diretor Geral do Departamento Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário Geral
das Nações Unidas, para os efeitos do registro e de conformidade com o Artigo 102 da Carta
das Nações Unidas, uma informação completa sobre todas as ratificações, declarações e atas
de denúncia que tenha registrado de acordo com os artigos precedentes.

Artigo 14
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Cada vez que o considerar necessário, o Conselho de Administração do Departamento


Internacional do Trabalho apresentará à Conferência um relatório sobre a aplicação do
Convênio e considerará a conveniência de incluir na ordem do dia da Conferência a questão
de sua revisão total ou parcial.

Artigo 15
1. No caso de que a Conferência adote um novo convênio que implique numa revisão total ou
parcial do presente, e a menos que o novo convênio contenha disposições em contrário:
a) a ratificação, por um Membro, do novo convênio revisor implicará, ipso jure, na denúncia
imediata deste Convênio, independente das disposições contidas no Artigo 11, sempre que o
novo convênio revisor tenha entrado em vigor;
b) a partir da data em que entre em vigor o novo convênio revisor, o presente Convênio
cessará de estar aberto à ratificação pelos Membros.
2. Este Convênio continuará em vigor em todo caso, em sua forma e conteúdo atuais, para os
Membros que o tenham ratificado e não ratifiquem o convênio revisor.

Artigo 16
As versões inglesa e francesa do texto deste Convênio são igualmente autênticas.

COMISSÃO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA, ABASTECIMENTO E


DESENVOLVIMENTO RURAL

PARECER VENCEDOR

I - RELATÓRIO

O PL n.º 5.746, de 2005, originário do Senado Federal — de autoria do


Senador Marcelo Crivela —, propõe alterar o art. 198 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943,
reduzindo de 60kg para 30kg o peso máximo que um trabalhador pode remover
individualmente.
Os dois projetos de lei apensos — PL nº 6.130/2005, da Deputada Selma
Schons, e PL nº 296/2007, do Deputado Marcelo Melo —, propõem semelhante
alteração na CLT, fixando, porém, em 25kg o limite de carga a ser removida
individualmente, por trabalhador.
Nos termos do art. 24, inciso II, do Regimento Interno, os três projetos de lei
deverão ser apreciados por esta Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento
e Desenvolvimento Rural; pela Comissão de Trabalho de Administração e Serviço
Público; e pela Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (art. 54 RICD).
Não foram apresentadas emendas aos projetos ou ao substitutivo oferecido pelo
Relator.
O ilustre Deputado Zonta, designado Relator dos projetos de lei em causa,
formulou parecer favorável à sua aprovação, na forma de um substitutivo. Em
reunião desta Comissão, realizada em 28 de novembro de 2007, foi a matéria
discutida e submetida a votos, quando se decidiu pela rejeição do parecer do Relator
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e conseqüente rejeição do substitutivo e dos PL nº 5.746/2005, 6.130/2005 e


296/2007. Designado pelo Exmo. Sr. Presidente da Comissão, cumpre-nos
apresentar o Parecer Vencedor.
É o relatório.

II - VOTO DO RELATOR

Os três projetos de lei sob análise, nesta Comissão, propõem a redução do


limite de carga que pode ser removida individualmente, por trabalhador, fixada em
60kg pela CLT. Trata-se, segundo argumentam seus autores, de medida que visa
reduzir o esforço físico realizado por trabalhadores braçais, em benefício de sua
saúde.
Em que pesem os possíveis benefícios humanitários que poderiam advir da
alteração proposta, entendemos que o estabelecimento de um parâmetro inferior ao
atual limite de carga, previsto em lei, acarretaria grandes transtornos e prejuízos a
diversos setores da economia, em especial o agropecuário, em razão das
características do trabalho e de peculiaridades dos insumos e produtos que ali se
movimentam.
Na agricultura, a grande maioria dos grãos — café, milho, feijão, soja, entre
outros — é ensacada, transportada e armazenada em sacas de 60kg. Entretanto, há
muitas variações, como o arroz em casca, acondicionado em sacas de 50kg; frutas e
hortaliças, acondicionadas em caixas de tamanhos e capacidades variadas, etc. O
cimento, insumo básico da construção civil, inclusive no meio rural, é comercializado
em sacos de 50kg.
Os produtos agropecuários devem ser acondicionados segundo padrões
nacionais ou internacionais, necessários aos processos de importação, exportação e
comercialização no mercado interno. Embora bem intencionada, a proposição não
leva em conta o trabalho específico e intenso que ocorre nos estabelecimentos
rurais, especialmente por ocasião da colheita. A alteração proposta acarretaria
transtornos incontornáveis ao produtor rural e problemas relativos à fiscalização do
trabalho, no meio rural.
O limite de 60kg de carga, que um trabalhador pode erguer individualmente,
ajusta-se aos padrões em vigor e é compatível com a manutenção da saúde do
trabalhador, não tendo sido estabelecido de modo arbitrário, mas com base em
parâmetros internacionais, encontrando-se previsto na Convenção nº 127 da
Organização Internacional do Trabalho – OIT.
Entendemos que, para se propor a redução do limite de carga do
trabalhador, seria necessário um estudo prévio aprofundado, levando em
consideração as peculiaridades específicas de cada setor. Essa alteração deveria
ser gradativa, com tempo para adaptação por parte da agricultura, da indústria e do
comércio, inclusive internacional.
Diante do exposto, e considerando que a alteração proposta na
Consolidação das Leis do Trabalho acarretaria prejuízos ao setor agropecuário e a
outros setores da economia brasileira, votamos pela rejeição dos projetos de lei nº

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5.746/2005, nº 6.130/2005 e nº 296/2007, e do substitutivo apresentado nesta


Comissão.
Sala da Comissão, em 28 de novembro de 2007.

Deputado LUIS CARLOS HEINZE


Relator do Parecer Vencedor

III - PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento


Rural, em reunião ordinária realizada hoje, rejeitou o Projeto de Lei nº 5.746/2005, o
PL 6130/2005 e o PL 296/2007, apensados, nos termos do Parecer Vencedor do
Relator, Deputado Luis Carlos Heinze, contra o voto do Deputado Zonta, cujo
parecer passou a constituir voto em separado.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Marcos Montes - Presidente, Assis do Couto, Waldir Neves e Dilceu
Sperafico - Vice-Presidentes, Abelardo Lupion, Adão Pretto, Afonso Hamm, Anselmo
de Jesus, B. Sá, Beto Faro, Celso Maldaner, Claudio Diaz, Davi Alcolumbre, Duarte
Nogueira, Edio Lopes, Flaviano Melo, Homero Pereira, João Oliveira, Leandro Vilela,
Leonardo Vilela, Luis Carlos Heinze, Luiz Carlos Setim, Moacir Micheletto, Nelson
Meurer, Odílio Balbinotti, Osmar Júnior, Paulo Piau, Ronaldo Caiado, Tatico, Valdir
Colatto, Wandenkolk Gonçalves, Zonta, Alfredo Kaefer, Antonio Carlos Mendes
Thame, Armando Abílio, Betinho Rosado, Mário Heringer, Valadares Filho e Veloso.

Sala da Comissão, em 28 de novembro de 2007.

Deputado MARCOS MONTES


Presidente

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO ODACIR ZONTA

I – RELATÓRIO

O Projeto de Lei n.º 5.746, de 2005, de autoria do Senado Federal, prevê a


alteração do art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, o qual que dispõe sobre o peso máximo que
um trabalhador pode remover individualmente.
Apenso ao projeto encontram-se o Projeto de Lei n.º 6.130, de 2005, da
eminente Deputado Selma Schons, propondo a fixação em 25 Kg para o limite de
que se trata e o Projeto de Lei 296 de 2007, do ilustre Deputado Marcelo Melo nos
mesmos limites deste.

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Nos termos do art. 24, inciso II, do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados - RICD, o projeto de lei foi distribuído para análise inicial desta Comissão
e posterior manifestação da Comissão de Trabalho de Administração e Serviço
Público e Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (art. 54 RICD).
Nos termos do disposto no inciso I do art. 32 do Regimento Interno, à
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural
compete analisar as proposições quanto ao mérito. Decorrido o prazo regimental, a
proposição não recebeu emendas.
Este é o relatório.

II – VOTO

Este Projeto de Lei n.º 5.746/2005, tem por objetivo reduzir o peso máximo
que um empregado pode remover individualmente, passando de 60Kg para 30Kg.
Embora o limite de peso estabelecido pela CLT, de acordo com a
Convenção 127 da OIT, seja de 60 quilos para remoção individual, existe uma série
de atividades que utilizam de forma intensiva o esforço físico do trabalhador para o
deslocamento de ensacados. As atividades de carga e descarga na construção civil
ou na agricultura impõem pesada carga repetitiva aos trabalhadores, e que, na
maioria das vezes são executadas em condições penosas.
Uma das atenuantes da redução da carga de trabalho de 60 kg para 30 kg
propiciará o prolongamento da produtividade dos trabalhadores empregados nessas
atividades e a redução dos custos sociais do tratamento de trabalhadores
lesionados.
A que se constar também que, no Brasil se gasta cerca de 30 bilhões por
ano, com acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, onde, desse percentual, as
mulheres são três vezes mais acometidas e 70% dos casos atingem pessoas entre
20-39 anos de idade e uma faixa salarial de 2 a 5 salários mínimos.
De outra monta a empresa terá prejuízos elevados haja vista o alto
absenteísmo, afastamentos prolongados, redução da produtividade, novas
contratações, gastos com tratamento, custos com processos de reintegração,
estabilidade do funcionário, fiscalizações e multas, dentre outros fatores.
Contudo, há entendimentos controversos no tocante a redução e a
manutenção dos 60 Kg, e, como solução ao impasse verificado, sugerimos a
diminuição para 40Kg, do limite atualmente estabelecido.
Em face do exposto, manifestamos nosso VOTO FAVORÁVEL à aprovação
do Projeto de Lei 5.746, de 2005, do 6.130 de 2005 e do 296 de 2007, na forma do
substitutivo que segue anexo.

Sala da Comissão, em 12 de setembro de 2007

Deputado ODACIR ZONTA

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PL-5746-C/2005
14

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N.º 5.746, DE 2005

Altera o art. 198 da Consolidação das Leis


do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n.º
5.452, de 1º de maio de 1943, que dispõe
sobre o peso máximo que um trabalhador pode
remover individualmente.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º. O caput do art. 198 da Consolidação das Leis de Trabalho,


provada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a
seguinte redação:

“Art. 198. É de 40Kg (quarenta quilogramas) o peso máximo que um


empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais
relativas ao trabalho do menor e da mulher.”

Art. 2º Esta Lei entra em vigor 1(um) ano após a data de sua
publicação.
Sala da Comissão, em 12 de setembro de 2007

Deputado ODACIR ZONTA

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO

I – RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, propõe alterar o caput do


art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, reduzindo de 60kg para 30kg
o peso máximo que um trabalhador pode remover individualmente.

Os projetos em apenso têm o mesmo objeto. O PL nº


6.130/205 fixa em 25kg o limite de carga a ser removida individualmente por
trabalhador e o PL 296/2007 prevê o mesmo limite de 30kg constante do projeto
principal, restringindo, no entanto, sua aplicação ao transporte manual de sacarias,
compreendendo as tarefas de levantamento e de deposição.

Na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e


Desenvolvimento Rural, que primeiro se manifestou sobre o mérito da matéria sob
exame, os projetos foram rejeitados, nos termos do Parecer do Relator, Deputado
Luiz Carlos Heinze.
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PL-5746-C/2005
15

Nesta Comissão, não foram apresentadas emendas aos


projetos.

É o relatório.

II – VOTO DA RELATORA

À época da instituição da Consolidação das Leis do Trabalho,


aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/1943, em face da precariedade dos meios até
então disponíveis para substituição da força humana por sistemas mecânicos,
justificava-se o limite de 60kg estabelecido como esforço máximo a ser suportado
por trabalhador na remoção de cargas.

Nos dias de hoje, quando a atividade de movimentação de


cargas dispõe dos mais modernos meios tecnológicos para a substituição do esforço
humano, o limite de 60kg, ainda em vigor, não mais se justifica.

Com a redução proposta, serão beneficiados trabalhadores de


todos os setores da economia, do campo e da cidade, que estarão menos expostos
a acidentes e doenças laborais hoje recorrentes, como dores lombares e lesões na
coluna vertebral.

Dos projetos sob análise, entendemos que o principal, oriundo


do Senado Federal, ao fixar o limite de 30kg por trabalhador, atende melhor à
realidade brasileira.

O PL nº 296/2007, embora também fixe o limite de 30kg por


trabalhador, restringe sua aplicação às atividades de manejo de sacarias, razão pela
qual deve ser rejeitado.

Em face do exposto, votamos pela aprovação do Projeto de Lei


nº 5.746, de 2005, e pela rejeição do Projeto de Lei nº 6.130/2005 e do Projeto de
Lei nº 296/2007.

Sala da Comissão, em 6 de dezembro de 2011.

Deputada FLÁVIA MORAIS


Relatora

III - PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, em reunião


ordinária realizada hoje, aprovou o Projeto de Lei nº 5.746-A/05 e rejeitou os
Projetos de Lei nºs 6.130/05 e 296/07, apensados, nos termos do parecer da
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PL-5746-C/2005
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relatora, Deputada Flávia Morais, contra os votos dos Deputados Roberto Balestra,
Sandro Mabel, Alex Canziani, Silvio Costa, Augusto Coutinho e Laércio Oliveira, que
apresentou voto em separado.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:

Flávia Morais, Sabino Castelo Branco e Laercio Oliveira - Vice-


Presidentes, Assis Melo, Augusto Coutinho, Erivelton Santana, Fátima Pelaes,
Gorete Pereira, João Bittar, Luciano Castro, Márcio Marinho, Mauro Nazif, Paulo
Pereira da Silva, Policarpo, Roberto Santiago, Sandro Mabel, Silvio Costa,
Vicentinho, Walney Rocha, Alex Canziani, Amauri Teixeira, Carlos Souza, Daniel
Almeida, Nelson Pellegrino e Roberto Balestra.

Sala da Comissão, em 18 de abril de 2012

Deputado SABINO CASTELO BRANCO


Vice-Presidente, no exercício da Presidência

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO LAÉRCIO OLIVEIRA

I - RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, de autoria do Senado Federal, Sr.


Marcelo Crivella, altera o artigo 198 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
para fixar em 20 kg (vinte quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho
do menor e da mulher.
Após despacho da presidência da Câmara dos Deputados e
determinação de regime de prioridade, a presente proposição foi encaminhada à
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Lá
recebeu parecer pela rejeição. Agora vem à Comissão de Trabalho, Administração e
de Serviço Público, cabendo a nós apresentar parecer no tocante à sua apreciação.
É o relatório.

I- VOTO

Na forma do disposto no Regimento Interno da Câmara dos Deputados,


conforme art. 32, XII, “a”, cabe a esta Comissão Permanente a análise de matéria
trabalhista, seja urbana, seja rural, no que tange o seu mérito. Sendo assim,
passamos ao parecer tratando dos juízos de conveniência e oportunidade da
proposição.
Em primeiro plano, salientamos o disposto no art. 198 da CLT:
“Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso
máximo que um empregado pode remover
individualmente, ressalvadas as disposições

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PL-5746-C/2005
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especiais relativas ao trabalho do menor e da


mulher.”
A matéria está também disciplinada pela Norma Regulamentadora nº
17, do Ministério do Trabalho e Emprego, nos seguintes termos:
“17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo
transporte no qual o peso da carga é suportado
inteiramente por um só trabalhador, compreendendo
o levantamento e a deposição da carga.
(...)

17.2.3. Não deverá ser exigido nem admitido o


transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo
peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou
sua segurança.”

No mesmo sentido, a Convenção nº 127 da Organização Internacional


do Trabalho – OIT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 662, de 30.06.69, e promulgada
pelo Decreto nº 67.339, de 5.10.70:
“Art. 3º Não se deverá exigir nem permitir a um
trabalhador o transporte manual de carga cujo peso
possa comprometer sua saúde ou sua segurança.”
Vê-se, desse modo, que não há qualquer incompatibilidade entre a CLT,
a NR 17 e a Convenção nº 127 da OIT, todas em vigor, que, em conjunto, devem ser
interpretadas da seguinte forma: “o transporte manual de carga não pode ser
realizado com peso capaz de comprometer a saúde e a segurança do trabalhador
(NR 17 e Convenção nº 127 – OIT), limitado, esse peso, a 60 kg (CLT)”.
Entretanto, o peso, por si só, é insuficiente para definir a
regulamentação da matéria, visto que questões de ordem ergonômica e a análise
separada de cada atividade devem ser consideradas, para que se possa aferir se o
transporte trará ou não fadiga ao trabalhador.
Assim, não apenas o peso, mas também a forma como determinada
tarefa é realizada é que definirão os limites da capacidade de cada trabalhador. Por
conseguinte, 60 kg, por exemplo, podem ser suportáveis, e 10 kg, não. Tudo
depende da natureza da atividade e da forma como a função é exercida.
A maior prova da atualidade das normas que regem a prevenção da
fadiga no trabalho é a longevidade do art. 198 ,da CLT, que se afina perfeitamente
com a NR 17 e com a Convenção nº 127, da OIT.
Cumpre salientar que a prevenção à fadiga é regida inteiramente por
normas de ordem pública. Ademais, é notório o rigor com que o Estado sempre tratou
da Segurança e da Medicina do Trabalho.
Por conta disso, não parece acertado o limite (20 kg) que se pretende
impor por meio do Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, que destoa inteiramente das
demais regras consolidadas, que se revestem da maior seriedade.

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PL-5746-C/2005
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Note-se, por exemplo, o que dizem o art. 390, da CLT, que fixa para a
mulher o teto de 20 kg para o emprego de força muscular, e o § 5º, do art. 405, do
mesmo diploma, que estabelece, para o menor, o mesmo limite. Vejamos:
“Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a
mulher em serviço que demande o emprego de força
muscular superior a 20 (vinte) quilos, para o trabalho
contínuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos, para o trabalho
ocasional.
(...)
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho:
(...)
§ 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu
parágrafo único.”
Esses limites, como se percebe, são maiores (trabalho ocasional) ou
iguais (trabalho contínuo) ao pretendido pelo Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, muito
embora fixados para a mulher e para o trabalhador menor.
Sendo assim, concluímos que o Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, não
se afina com as normas que tratam da prevenção à fadiga, visto que reduz a
regulamentação da matéria ao fator peso, desprezando, desse modo, a natureza de
cada atividade, a capacidade subjetiva do trabalhador e, principalmente, a análise
ergonômica do trabalho a cargo do empregador.
Portanto, com base em todos os fundamentos apresentados acima,
como relator nesta Comissão, opino, no mérito, pela rejeição do Projeto de Lei nº
5.746, de 2005, e de seus apensos.
É como voto.
Sala das Comissões, 17 de abril de 2012.

LAÉRCIO OLIVEIRA
Deputado Federal – PR/SE
Relator

PROJETO DE LEI N.º 4.715, DE 2012


(Do Sr. Rogério Peninha Mendonça)

Torna obrigatória a comercialização de sacos de cimento com vinte e


cinco quilogramas de peso.

DESPACHO:
APENSE-SE À(AO) PL-5746/2005.

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O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º As empresas de produção, distribuição e venda de


cimento ficam obrigadas a comercializar sacos de cimento com vinte e cinco
quilogramas de peso.

Art. 2º Esta lei entra em vigor cento e oitenta dias após sua
publicação.

JUSTIFICAÇÃO

A indústria da construção civil historicamente envolve grandes


riscos de natureza ocupacional. Essa realidade foi reconhecida inclusive pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, que classifica as atividades a ela relacionadas
como de alto risco. Isso se deve tanto aos acidentes de trabalho classificados como
típicos quanto às doenças ocupacionais.
Nesse contexto, as alterações da coluna cervical ocupam
posto de relevo. Desde uma simples dor até alterações estruturais de maior monta,
são quadros que podem causar grande sofrimento, ou mesmo levar a incapacidade
funcional.
As estatísticas disponíveis são falhas, mas dão uma ideia de
como o problema se configura grave. Em 2007, por exemplo – ano cujos dados são
os mais recentes já consolidados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) –,
foram registrados 51.372 casos de acidentes de trabalho com diagnóstico de
dorsalgia; foi o segundo diagnóstico mais frequente. Tais alterações, no entanto,
usualmente podem ser evitadas.
No setor da construção civil, o problema decorre em grande
parte da necessidade de deslocamento de materiais de forma incorreta. Exemplo
disso são os sacos de cimento, que os trabalhadores veem-se compelidos a
transportar ao longo dos canteiros de obra. É fato que a legislação já estabelece
regras claras para que tal atividade se dê de forma saudável, sem prejudicar o
trabalhador. Mas é claro também que as normas já existentes não estão sendo
suficientes para proteger sua saúde.
Em face disso, representantes do setor vêm reiteradamente
apontando que o peso excessivo dos sacos de cimento consiste em fator de prejuízo
para a execução de suas tarefas. Ainda que se advogue ser possível a utilização de
equipamentos adequados para seu transporte, ou mesmo que se pode subdividir a
embalagem, tais medidas apresentam dificuldades práticas para sua implementação.

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Por esse motivo, e sensibilizado pela solicitação dos


trabalhadores da construção civil, conto com o apoio de meus Pares para aprovar
este projeto de lei, que visa a assegurar a disponibilização de sacos de cimento com
peso de 25 kg. Trata-se de medida simples, mas que pode implicar efetiva melhora
nas condições de trabalho no setor.
Sala das Sessões, em 14 de novembro de 2012.

Deputado ROGÉRIO PENINHA MENDONÇA

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

I – RELATÓRIO
O presente Projeto de Lei, de autoria do Senado Federal, tem
o propósito de alterar o art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
Propõe, em seu art. 1º, que o mencionado dispositivo da CLT passe a vigorar com
redação que defina como sendo de trinta quilogramas o peso máximo que um
empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais
relativas ao trabalho do menor e da mulher. Para fins de comparação, esclareça-se
que a redação em vigor do art. 198 da CLT estabelece em sessenta quilogramas
esse peso máximo.

No art. 2º a proposição define que a entrada em vigor da


eventual lei dela resultante ocorrerá após um ano da sua publicação.

O Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, aqui analisado, será


submetido à apreciação do Plenário, e tramita em regime de prioridade. Em maio de
2005, a Mesa decidiu submeter a proposição às Comissões de Trabalho, de
Administração e Serviço Público e à de Constituição e Justiça e de Cidadania;
aquela, para deliberar sobre o mérito, e esta, nos termos art. 54 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados (RICD). Posteriormente, em novembro de 2005,
foi determinada a apensação do Projeto de Lei nº 6.130, de 2005. Já em dezembro
do mesmo ano, a Presidência desta Casa acolheu requerimento e alterou seu
despacho inicial para que fosse ouvida, também, a Comissão de Agricultura,
Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Nesta última Comissão, a proposição apenas foi deliberada


após o Projeto de Lei nº 296, de 2007, ter sido apensado. O Parecer vencedor, em
votação ocorrida em 28/11/2007, rejeitou a proposição, assim como os apensados. A
matéria, então, seguiu para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço

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Público onde, em 18/04/2012, foi aprovado o parecer da relatora pela aprovação do


Projeto de Lei principal e pela rejeição dos apensados. A proposição, então, seguiu
para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Em 07/05/2012, a Mesa transferiu ao Plenário a competência


para deliberar sobre a matéria em tela, uma vez que se configurou a hipótese
prevista no art. 24, II, “g”, do RICD.

Antes da deliberação pela Comissão de Constituição e Justiça


e de Cidadania, a Mesa aprovou, em 21/11/2012, requerimento que solicitava a
inclusão da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio entre
os colegiados que deveriam analisar a matéria. Em razão dessa decisão, cabe agora
a esta última Comissão deliberar sobre a matéria.

Por sua vez, as proposições apensadas também tratam do


peso máximo que um trabalhador pode remover. O Projeto de Lei nº 6.130, de 2005,
de autoria da deputada Selma Schons, propõe como 25 (vinte e cinco) quilogramas
tal limite, enquanto o Projeto de Lei nº 296, de 2007, proposto pelo deputado
Marcelo Melo, propõe definir em 30 (trinta) quilogramas esse peso máximo.

Mais recentemente, em dezembro de 2012, foi apensado o


Projeto de Lei nº 4.715, de 2012, de autoria do dep. Rogério Peninha Mendonça.
Essa proposição tem o objetivo de determinar a obrigatoriedade de produção e
comercialização de sacos de cimento no peso de vinte e cinco quilogramas.

É o relatório.

II – VOTO DO RELATOR

A proposição em análise trata de tema de grande relevância


para o trabalhador e a economia brasileira, uma vez que limita a 30 Kg (trinta
quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

Para atingir esse objetivo, a proposição altera o caput do art.


198 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que atualmente estabelece, para
o trabalhador masculino, o limite de 60 Kg de peso passível de ser removido
manualmente.

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Entretanto, é importante ressaltar que a proposição mantém


inalterado o parágrafo único desse art. 198 da CLT, o qual dispõe que não está
compreendida nesse limite de peso a “remoção de material feita por impulsão ou
tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos
mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos,
que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças”.

Ademais, a proposição também mantém inalterado o art. 390


da CLT, que estabelece que o limite de peso que a mulher pode remover é de 20 Kg
para o trabalho continuo, ou de 25 Kg para o trabalho ocasional. Destaca-se que, à
mulher, também é aplicável a ressalva quanto à remoção de material feita por
impulsão ou tração de vagonetes, carros de mão ou outros aparelhos mecânicos.

Por sua vez, o art. 405, § 5º, da CLT, que também é mantido,
estabelece que as regras aplicáveis à mulher quanto à remoção de peso são
também aplicáveis ao menor.

Feitas essas considerações, destacamos que a proposição


reduz de 60 Kg para 30 Kg o limite de peso que o trabalhador masculino pode
remover sem o auxílio de quaisquer aparelhos mecânicos. Caso esses aparelhos
mecânicos sejam utilizados na remoção dos materiais, podem continuar a ser
transportados pesos superiores a 60 Kg, mesmo que seja aprovada a
proposição principal, salvo se o Ministério do Trabalho e Emprego fixar, para
esses casos específicos, limites diversos.

Acerca dessa questão, é importante observar que, de acordo


com o autor do Projeto de Lei nº 4.715, de 2012, apensado, os problemas de coluna
cervical ocuparam, segundo estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social –
INSS referentes a 2007, o segundo ligar entre os acidentes de trabalho no Brasil,
com um total de 51.372 casos.

Na página do Ministério do Trabalho e Emprego na rede


mundial de computadores, são apresentados números da previdência social que
indicam que, nos cinco anos compreendidos entre 2004 e 2008, ocorreram no Brasil
2.884.798 acidentes de trabalho, sendo estimado que tais eventos possam custar
mais de 4% do PIB por ano. Ou seja, trata-se de custos importantes para nossa
economia.

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Sobre o tema, podemos apontar que o Instituto Nacional de


Segurança e Saúde Ocupacional (ou Niosh, na sigla em inglês) é a agência federal
dos Estados Unidos da América que é responsável pela realização de pesquisas e
produção de recomendações para a prevenção de lesões e doenças relacionada
com o trabalho. Essa agência faz parte do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos daquele país.

Enfim, em uma tradução livre, o relatório publicado em 1994


pelo referido Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional destaca
essencialmente que “dores nas costas e lesões atribuídas ao levantamento manual
de cargas continuam a ser um dos principais desafios relacionados à saúde
ocupacional e de segurança no trabalho. Apesar dos esforços para o seu controle,
que incluem programas dirigidos a empregados e empregadores, lesões nas costas
decorrentes da atividade laboral ainda são responsáveis por uma significativa
proporção do sofrimento humano e de custo econômico para essa nação. O escopo
desse problema foi resumido em um relatório denominado “Lesões nas Costas”,
preparado pelo Departamento do Trabalho do Bureau de Estatísticas do Trabalho.
As conclusões do relatório são consistentes com dados de indenizações trabalhistas
que indicam que lesões nas costas são uma dos mais comuns e dispendiosos tipos
de lesões laborais, respondendo por cerca de 20% de todas as lesões e doenças no
ambiente de trabalho, e por cerca de 25% de todas as indenizações pagas
anualmente a trabalhadores. Ademais outro relatório do Conselho Nacional de
Segurança1 indicou que o esforço excessivo foi a causa mais frequente de lesões
ocupacionais, respondendo por 31% de todas as lesões. Ademais, as costas são a
parte do corpo mais frequentemente lesionada (22% de 1,7 milhão de lesões) e a
causa mais dispendiosa de indenizações aos trabalhadores.[...]

[Anteriormente] o Instituto Nacional de Segurança e Saúde


Ocupacional havia reconhecido o crescente problema das lesões nas costas em
ambientes de trabalho e publicou o Guia de Práticas Laborais para Levantamento
Manual de Cargas2 [...]. A abordagem para o controle de riscos foi relacionada [...]
ao peso máximo recomendado para levantamento de cargas, que é decorrente da
equação de levantamento de cargas. Em 1985, o Instituto convocou um comitê ad
hoc de especialistas que revisou a literatura corrente no levantamento de cargas,
incluindo o Guia de Práticas Laborais anteriormente produzido. A revisão da

1
National Safety Council.
2
Work Practices Guide for Manual Lifting (1981)
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literatura foi resumida em um documento intitulado Documentação das Bases


Científicas para a Equação NIOSH de Levantamento de Cargas: Relatórios
Técnicos, 8 de maio de 1991 [...]. O resumo da literatura incluiu informações
atualizadas sobre aspectos fisiológicos, biomecânicos, psicofísicos e
epidemiológicos do levantamento manual de cargas. Baseado nos resultados da
revisão da literatura, o comitê ad hoc recomendou critérios para definir a capacidade
de levantamento de cargas por trabalhadores saudáveis. O comitê usou esses
critérios para formular a equação revisada de levantamento de cargas. A equação foi
apresentada publicamente [...] em uma conferência denominada Uma Estratégia
Nacional para Prevenção de Lesões Ocupacionais Músculo-esqueléticas – Aspectos
para Implementação e Necessidades de Pesquisa. Subsequentemente, os
servidores do NIOSH desenvolveram a documentação para a equação e
desempenharam um papel proeminente na recomendação de métodos para
interpretação dos resultados da equação de levantamento de cargas”. 3

Apresentada essa citação, esclarecemos que a equação


NIOSH revisada para levantamento de cargas, apesar de divulgada no início da
década de 90, é ainda largamente citada na literatura. Em recente dissertação
brasileira de mestrado, menciona-se que “a Equação NIOSH, desde sua publicação
revisada de 1993, e de seu manual de 1994 atingiu expressiva popularidade nos
Estados Unidos e no restante do mundo, como ferramenta para avaliação de
demandas físicas de tarefas de levantamento manual de carga com as duas mãos”4.

Enfim, a equação construída pelo Instituto Nacional de


Segurança e Saúde Ocupacional permite estimar, para diversas diferentes
configurações de levantamento manual de cargas, a carga máxima recomendada a
que o trabalhador pode estar submetido.

Ademais, essa carga máxima depende de vários parâmetros,


como o tempo durante o qual a atividade de levantamento de cargas será realizada,
a altura na qual a carga deve ser levantada, a distância horizontal a ser deslocada, a
velocidade da qual a carga é removida, a rotação do corpo humano que deve ser

3
Applications Manual for the Revised Niosh Equation, Jan., 1994. US Department of Health and
Human Services; Public Health Services; Centers for Disease Control and Prevention. National
Institute for Occupational Safety and Health; Division of Biomedical and Behavioral Science.
Disponível em: <http://www.cdc.gov/niosh/docs/94-110/pdfs/94-110.pdf>. Acesso em: jun.2013.
4
Disponível em
<http://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/92479/264521.pdf?sequence=1>. Acesso em
jun. 2013.
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efetuada para a movimentação da carga, a qualidade dos pontos de contato entre as


mãos e o restante do corpo em relação à carga, dentre diversos outros parâmetros.

Nesse contexto, a fórmula considera que a máxima carga


recomendada a ser suportada pelo corpo em atividades laborais repetitivas em
condições ótimas é de 23 Kg, sendo que, nas situações reais de trabalho, a
mensuração dos diversos parâmetros mencionados faz com que o peso máximo
recomendado seja significativamente inferior a 23 Kg.

Por outro lado, esse valor considera que o trabalho manual


será realizado em períodos de duração curta, média ou longa. Em regra, a duração
curta refere-se a um período de 1 hora ou menos; a média, entre 1 a 2 horas; e a
longa, superior a 2 horas de atividade.

Assim, o peso máximo de 23 Kg não se refere ao levantamento


de uma única carga isolada, mas à realização de uma atividade que será ocorrerá
repetidamente, em torno de 1 hora ou menos nas atividades de duração mais curta.
Consideramos, a propósito, que a manipulação repetitiva de cargas (e não a
manipulação isolada) é a situação que consideramos mais usual nas atividades
laborais.

É importante destacar que esse relatório do Instituto Nacional


de Segurança e Saúde Ocupacional do Centro de Controle de doenças dos Estados
Unidos é detalhado, mencionando que, para que uma atividade realizada durante 45
minutos seja considerada de curta duração, deverá haver um período subsequente
de recuperação de pelo menos 54 minutos, antes que nova manipulação de cargas
seja realizada.

De toda forma, a mensagem principal que desejamos transmitir


é que a carga máxima recomendada nas atividades laborais repetitivas foi
criteriosamente apurada. Não é por demais ressaltar que, para situações reais de
trabalho, essa carga máxima é significativamente inferior a 23 Kg (a menos que
todos os parâmetros como frequência, ergonomia, velocidade, qualidade dos pontos
de contato entre o corpo e a carga fossem todos próximos dos ideais, caso em que a
carga máxima se aproximaria de 23 Kg).

Nesse contexto, fica gritante a diferença entre a carga


máxima recomendada inferior a 23 Kg e o parâmetro de 60 Kg, utilizado há
mais de um século pela legislação brasileira.

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Feitas essas considerações, devemos analisar o tema da


proposição principal. Essencialmente, devemos decidir se continuamos a permitir
que um único trabalhador (ou seja, sem a participação de outros colegas) exerça,
sem o auxílio de qualquer equipamento mecânico (ainda que rústico) que o auxilie
nessa tarefa, trabalho repetitivo de manipulação de cargas com peso de 60 Kg. Essa
é a questão a ser analisada.

Em nossa opinião, trata-se de questão que deve ser analisada


sob o prisma da lógica econômica. A partir dos subsídios que aqui apresentamos,
compreendemos que permitir o manuseio de cargas excessivas por um trabalhador
gera uma situação na qual há um risco aumentado de ocorrência de uma lesão
decorrente das atividades laborais. Nesse contexto, esse risco majorado poderia ser
considerado um dos insumos do processo produtivo em questão.

Não queremos aqui dizer que esse insumo não seja de alguma
forma remunerado. Afinal, há mecanismos de pagamento que já são estipulados
pelo nosso ordenamento jurídico, como pagamentos de indenizações trabalhistas e
de adicionais de insalubridade e de periculosidade, por exemplo. A questão a
deliberar é se esse risco aumentado de lesões deve continuar a ser permitido,
independentemente de qual seja a compensação remuneratória adequada para essa
situação.

Sobre o tema, devemos destacar que a aprovação da


proposição oriunda do senado Federal – que limita em 30 Kg o peso máximo
passível de manipulação por um único trabalhador sem auxílio de qualquer
equipamento mecânico, ainda que rústico – não significa que sacos de 60 Kg não
possam ser manipulados. Ao contrário, a consequência é que esses sacos
podem continuar a ser manipulados, desde que por dois trabalhadores.
Alternativamente, podem continuar a ser manipulados por um único trabalhador,
desde que conte com um equipamento mecânico que o auxilie nessa tarefa.

Ponderando com muita serenidade a grande ocorrência das


lesões nas costas em decorrência da realização de atividades laborais com pesos
excessivos e os expressivos custos decorrentes dessas lesões; a possibilidade de
manutenção das tarefas atuais envolvendo sacos de 60 Kg a partir de adaptações
de procedimento (como o compartilhamento do peso do saco por mais de um
trabalhador); a possibilidade de utilização de equipamentos mecânicos auxiliares
para que um único trabalhador possa manipular cargas pesadas; os relatos de

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órgãos e institutos que, apesar de estrangeiros, apontam claramente que, de fato, as


lesões nas costas representam um problema relevante no conjunto das lesões e
doenças ocupacionais, optamos por nos posicionar de maneira favorável à
aprovação do PL nº 5.746, de 2005, que já foi aprovado no Senado Federal.

Quanto aos demais projetos apensados, somos da opinião de


que não devem prosperar, pelos motivos a seguir apresentados.

Afinal, o PL nº 6.130, de 2005, pretende estipular um limite


máximo de peso ainda menor, de 25 Kg. Entretanto, não consideramos adequado
estabelecer um limite inferior a 30 Kg pois a norma brasileira não se refere apenas
ao trabalho repetitivo de movimentação de cargas, mas também a trabalhos isolados
de manipulação, como, por exemplo, a movimentação de uma única mala em
aeroportos. Lembramos aqui que o levantamento isolado de uma carga não está
abrangido pelo estudo do Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional
(Niosh) ao qual nos referimos, que analisa movimentação repetitivas de cargas,
ainda que em períodos relativamente curtos.

Por sua vez, o PL nº 296, de 2007, estipula o limite máximo de


30 Kg de peso apenas para o caso do deslocamento de sacos, o que nos parece
insuficiente.

Já o PL nº 4.715, de 2012, estabelece que as empresas de


produção, distribuição e venda de cimento ficam obrigadas a comercializar sacos de
cimento com 25 Kg de peso. Sobre a proposição, ponderamos que a questão central
não é o peso do saco, mas o peso máximo que o trabalhador pode remover.

Assim, contrariamente ao que preceitua a proposição


apensada, entendemos que os sacos de 60 Kg podem continuar a ser utilizados,
desde que sejam removidos por mais de um trabalhador. Ademais, a proposta
apensada não é isonômica, pois não estabelece a mesma restrição para outros
produtos além do cimento que também sejam embalados em sacos.

Enfim, somos da opinião que, estabelecido o limite de 30 Kg


que a proposição principal pretende estabelecer, as empresas tomarão a iniciativa
de, caso queiram, alterar suas políticas de comercialização, fornecendo produtos em
sacos mais leves que possam ser manipulados por uma só pessoa, desde que
considerem que essa alteração na forma da venda do produto seja economicamente
viável.

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Assim, pelas razões apresentadas, votamos pela aprovação


do Projeto de Lei nº 5.746, de 2005, e pela rejeição dos Projetos de Lei nº 6.130,
de 2005; nº 296, de 2007; e nº 4.715, de 2012, apensados à proposição
principal.

Sala da Comissão, em 26 de junho de 2013.

Deputado ANTÔNIO BALHMANN


Relator

III - PARECER DA COMISSÃO

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, em


reunião ordinária realizada hoje, opinou pela aprovação do PL 5.746/2005 e pela
rejeição do PL 6.130/2005, do PL 296/2007 edo PL 4715/2012, apensados, nos
termos do Parecer do Relator, Deputado Antonio Balhmann, contra o voto do
Deputado Valdivino de Oliveira. Os Deputados Guilherme Campos e Valdivino de
Oliveira apresentaram voto em separado.

Estiveram presentes os Senhores Deputados:

Ângelo Agnolin - Presidente, Marcelo Matos - Vice-Presidente, Antonio


Balhmann, Carlos Roberto, Edson Pimenta, João Maia, José Augusto Maia, Luis
Tibé, Renato Molling, Ronaldo Zulke, Rosinha da Adefal, Valdivino de Oliveira,
Walter Tosta, Dr. Ubiali e Perpétua Almeida.

Sala da Comissão, em 11 de setembro de 2013.

Deputado ÂNGELO AGNOLIN


Presidente

VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO GUILHERME CAMPOS (PSD/SP)

I – RELATÓRIO

O projeto de lei n.º 5746/2005 teve sua origem no Senado


Federal (PLS 19/2003) e, conforme texto encaminhado a essa casa revisora,
modifica o artigo 198 da Consolidação das Leis do Trabalho, para reduzir para trinta
quilos o peso máximo que um empregado pode remover, individualmente.
Atualmente, o limite previsto é de sessenta quilos.

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A matéria foi remetida a essa casa, onde foram apensados o PL


n.º 6130/2005, que fixa em vinte e cinco quilos o peso máximo permitido e o PL n.º
296/07, que o reduz para trinta quilos.

O projeto foi distribuído a essa Comissão de Desenvolvimento


Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC); à Comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR); à Comissão de Trabalho,
Administração e Serviço Público (CTASP), à Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC) e ao Plenário.

A matéria foi rejeitada na CAPADR e aprovada na CTASP,


encontrando-se nessa Comissão, aguardando apreciação do parecer do relator, pela
rejeição do projeto e seus apensados.

Não foram apresentadas emendas no prazo regimental.

II – VOTO

A proposição tem como objetivo reduzir o peso máximo que o


empregado poderá remover individualmente.

As disposições de saúde e segurança do empregado são


fundamentais à proteção do trabalho digno. No entanto, as restrições ao exercício de
determinadas atividades não podem ser tais de forma a impedir a atuação do setor
produtivo.

Especificamente no tocante ao limite máximo de peso a ser


suportado pelo trabalhador, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão
internacional do qual o Brasil faz parte, legítimo para a proposição de normas de
saúde e segurança do trabalho, promulgou a Convenção n.º 127 e a Recomendação
n.º 175. Em nenhum dos normativos estipula-se valor máximo de peso a ser
suportado individualmente, havendo apenas a previsão de condições de trabalho
necessárias ao carregamento do peso máximo, regulamentado por cada país
membro. Cabe citar os trechos dos instrumentos:

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Convenção 127

“Art. III — O transporte manual, por um trabalhador, de cargas


cujo peso seria suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança não deverá ser exigido nem admitido.
Art. IV — Para os fins de aplicação do princípio enunciado no
art. 3 acima, os Membros levarão em conta todas as condições
nas quais o trabalho deverá ser executado.”
Recomendação 175

“Art. 43. O içamento manual de pesos excessivos que


apresente riscos à segurança e à saúde deverá ser evitado
mediante a redução do peso, com uso de dispositivos
mecânicos ou outros meios.”
Nesse sentido, percebe-se que o peso máximo atualmente
previsto não está em dissonância com a previsão internacional. Ao contrário, é
apenas previsão limite, não significando que todo e qualquer empregado que
trabalhe com carregamento de peso irá laborar com a carga máxima durante todo o
período de jornada. Ressalte-se ainda que há certas especificidades de setores
produtivos que, com a significativa redução da carga máxima, restariam
profundamente afetados.

A segurança e saúde dos trabalhadores, no tocante à remoção


individual de cargas, já se encontram protegidas pela CLT e por diversas normas
infralegais. A CLT fixa o peso máximo em 60 kg (homem), ressalvadas as
disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.

A NR-17, editada pelo MTE, define que o esforço físico realizado


pelo trabalhador deve ser compatível com sua capacidade física e não comprometer
sua saúde ou sua segurança. O texto da norma regulamentadora prevê que “não
deverá ser exigido nem admitido transporte manual de cargas, por um trabalhador,
cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança” –
reprodução do normativo internacional já citado. As normas em vigência mostram-se
adequadas para o disciplinamento da matéria, fazendo-se sempre necessária a
fiscalização do cumprimento da lei existente para coibir eventuais abusos.

A mudança uniforme no limite máximo de peso removível pelo


trabalhador teria repercussões para a atividade produtiva e, invariavelmente, para a

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sociedade como um todo. Dentre as negativas, não apenas a atividade de


carregamento seria afetada, como os custos das sacarias (com a adaptação ao novo
padrão) e os custos dos produtores com as embalagens e pallets, a serem
redimensionados em decorrência da mudança.

O maior impacto positivo, além da proteção extra dada ao


trabalhador, se daria a meu ver no setor de distribuição e venda de produtos
perecíveis – como carnes frescas, frutas, vegetais e leguminosas, uma vez que o
maior fracionamento das embalagens de transporte implicaria em logística mais
racional reduzindo a perda destes produtos, desperdício pelo qual nossa economia é
internacionalmente notória.

Nesse sentido, em que se pese a proteção adicional à saúde dos


empregados que lidam com carregamento de peso diariamente, considero que o
limite máximo deve ser mantido nos sessenta quilos, tendo em vista o potencial de
desorganização de setores da economia, neste momento onde toda eficiência é
necessária.

Entretanto, de modo a flexibilizar as relações de produção,


ofereço emenda ao PL 5.746/2005, transferindo possíveis reduções no peso máximo
que um empregado pode remover individualmente para negociação coletiva, o que
poderá adequar o limite de peso às necessidade de cada setor.

Essa alteração favorece a tendência moderna das relações de


trabalho, confirmando o papel da lei como fonte do mínimo de garantias e reforçando
a negociação coletiva como forma efetiva e dinâmica de conquista das categorias.
Ademais, dá-se às categorias mais espaço para disciplinar conforme suas
especificidades, atendendo as demandas de cada setor.

Por essas razões, voto pela aprovação do PL 5746/2005, com a


emenda modificativa que ora proponho, e pela rejeição dos Projetos de Lei nº 6.130,
de 2005; nº 296, de 2007; e nº 4.715, de 2012, apensados à proposição principal.

Sala da Comissão, 10 de abril de 2013.

DEPUTADO GUILHERME CAMPOS


PSD/SP

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EMENDA MODIFICATIVA N.º ______/CDEIC

Dê-se ao artigo 1º do PL N.º 5746 de 2005, a seguinte redação:

Art. 1º O caput do art. 198 da Consolidação das Leis do Trabalho,


aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a
vigorar com a seguinte redação:

“Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que


um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições
em contrário previstas em instrumentos coletivos e aquelas especiais
relativas ao trabalho do menor e da mulher.” (NR)

Sala da Comissão, 10 de abril de 2013.

DEPUTADO GUILHERME CAMPOS


PSD/SP

VOTO EM SEPARADO
(Do Sr. Valdivino de Oliveira)

I – RELATÓRIO

O projeto de lei n.º 5746/2005 teve sua origem no Senado


Federal (PLS 19/2003) e naquela casa foi aprovado modificando o artigo 198 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para reduzir de sessenta quilos para trinta
quilos o peso máximo que um empregado pode remover, individualmente.

A matéria foi remetida a essa Casa, onde se apensaram o PL n.º


6.130/2005, que fixa em vinte e cinco quilos o peso máximo permitido; o PL n.º
296/07, que o reduz para trinta quilos e o PL 4715/2012, que obriga a produção de
sacos de cimento de vinte e cinco quilos.

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O projeto foi distribuído a essa Comissão de Desenvolvimento


Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC); à Comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR); à Comissão de Trabalho,
Administração e Serviço Público (CTASP), à Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC) e ao Plenário.

A matéria foi rejeitada na CAPADR e aprovada na CTASP,


encontrando-se nessa Comissão, aguardando apreciação do novo parecer do
relator, pela aprovação do PL n.º 5746/2005 e rejeição dos apensados. O deputado
Guilherme Campos (PSD/SP) apresentou voto em separado pela aprovação do PL
n.º 5746/2005, com emenda modificativa e pela rejeição dos apensados.

Não foram apresentadas emendas no prazo regimental.


II – VOTO
A proposição tem como objetivo reduzir o peso máximo que o
empregado poderá remover individualmente. São de suma importância todas as
disposições legais que visem proteger e resguardar a saúde dos empregados. Mas é
preciso que se considerem, e essa Comissão é a instância adequada, os impactos
da alteração legislativa drástica no processo produtivo e na economia como um todo.

Como já bem colocado pelo deputado Guilherme Campos


(PSB/SP) em seu voto em separado, no tocante ao limite máximo de peso a ser
suportado pelo trabalhador, a Organização Internacional do Trabalho promulgou a
Convenção n.º 127 e a Recomendação n.º 175. Em nenhum dos dispositivos das
normas internacionais estipula-se valor máximo de peso a ser suportado
individualmente, havendo apenas a previsão de condições de trabalho necessárias
ao carregamento do peso máximo, regulamentado por cada país membro.

Cabe-nos citar os normativos internacionais apenas para


enfatizar que a previsão brasileira atual não está em dissonância ou violando
qualquer regulamentação sobre o tema. Trata-se apenas da previsão do teto de
peso a ser suportado individualmente pelo trabalhador, que: a) não irá exercer suas
atividades em carga máxima durante todo o tempo, e b) irá utilizar-se de
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mecanismos de automação ou levantamento de peso que o auxiliem e minimizem


drasticamente a carga estipulada.
A maior parte do cimento produzido no Brasil é comercializado
em embalagens (sacos) de 50 quilos, sendo suportado por um só trabalhador
durante o manuseio para remoção da carroceria do caminhão para o depósito de
cimento e deste para o local de utilização ou abastecimento da betoneira, podendo
utilizar para o transporte de longas distâncias um carrinho de mão ou outro
dispositivo auxiliar.

No caso de barras de aço de armação, as peças com até doze


metros de comprimento são transportadas sobre os ombros, por no mínimo dois
trabalhadores. Uma única barra de aço de diâmetro 1” pesa cerca de quarenta e
sete quilos e meio. Assim, dependendo do diâmetro e da quantidade de barras,
podem ser utilizados mais trabalhadores de modo a dividir o peso, de forma que
individualmente cada um suporte uma carga abaixo da prevista como máxima.

A Norma Regulamentadora n.º 17 do Ministério do Trabalho e


Emprego (MTE), que é o normativo que regulamenta e especifica as condições
ergonômicas adequadas ao levantamento de peso, apenas ressalta a necessidade
do peso a ser carregado não comprometer a saúde do trabalhador, deixando claro
ainda a submissão a treinamento e utilização de meios técnicos adequados:

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte


manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível
de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual
regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento
ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que
deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir
acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de
cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados.

Uma vez estabelecido que não há violação nos padrões legais


atuais, cabe analisar as consequências de uma alteração legislativa drástica e

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significativa no setor produtivo. Há certas especificidades de setores que, com a


redução pela metade da carga máxima, restariam profundamente afetados.
A redução do peso máximo gera uma mudança estrutural de
todo o sistema produtivo, especialmente da cadeia primária, altamente exportadora,
que deverá realizar relevantes investimentos em logística e mecanização do
transporte de sacarias, envolvendo inclusive uma expressiva redução do número de
empregos e um aumento expressivo dos custos.

Apenas para estabelecer uma referência, estimativas feitas


inicialmente pelos setores de fertilizante e de produção de açúcar preveem,
respectivamente, um aumento de custos, por ano, na ordem de R$ 194 milhões e R$
213 milhões, respectivamente.

De início surge a necessidade de se analisar com mais cautela a


alteração, que, de acordo com a prática internacional, deve ser feita de forma
gradual e acompanhada de detida análise. Verifica-se que os países normalmente
realizam estudos preliminares para definição de critérios técnicos adequados,
avaliando inclusive os impactos sobre os trabalhadores e a economia, bem como, a
repercussão de readequação de máquinas de ensaque, logística de armazenagem,
tempo de movimentação (carga/descarga), entre outros.

Outro aspecto fundamental que não foi ainda considerado são os


padrões internacionais para o ensacamento de produtos destinados à exportação.
Nos respectivos contratos comerciais são especificados o tamanho das embalagens
de acordo com mercado de destino do produto que, geralmente, são sacas são de
60 quilos.

Diante dessa realidade, que não pode ser desconsiderada na


alteração legislativa, registre-se uma alternativa razoável na busca de um
padrão diverso de peso máximo a ser carregado individualmente: a diminuição
de sessenta quilos para cinquenta quilos. Essa solução estaria em
consonância com a proposta de se rever os limites sem, no entanto, dar um

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salto que resultaria em prejuízos econômicos de consequências drásticas em


um momento de cautela no crescimento brasileiro.

Nesse sentido, sem desconsiderar a necessidade de se proteger


a saúde dos empregados que lidam com carregamento de peso diariamente, a
alteração do artigo 198 da CLT deve prever limite de cinquenta quilos, o que se
mostra mais razoável.

Por essas razões, voto pela aprovação do PL 5746/2005, com a


emenda modificativa que ora proponho, e pela rejeição dos Projetos de Lei nº 6.130,
de 2005; nº 296, de 2007 e nº 4.715, de 2012, apensados à proposição principal.

Sala da Comissão, em 17 de julho de 2013.

Deputado VALDIVINO DE OLIVEIRA

EMENDA MODIFICATIVA N.º / CDEIC

Dê-se ao artigo 1º do PL N.º 5746 de 2005, a seguinte redação:

Art. 1º O caput do artigo 198 da Consolidação das Leis do


Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 198. É de 50 kg (cinquenta quilogramas) o peso


máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.”

Sala da Comissão, 17 de julho de 2013.

Deputado VALDIVINO DE OLIVEIRA

FIM DO DOCUMENTO

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