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Aula 01 - EMI

Engenharia mecânica
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Questão 1.1
1Questão 9 – Enade 2017.
A figura a seguir representa o diagrama tensão σ versus deformação ε para
diferentes materiais poliméricos.

GARCIA, A. et al. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2012 (com adaptações).

Assinale e justifique a opção que apresenta, respectivamente, o módulo de


elasticidade e o nível de deformação de uma das curvas do diagrama apresentado.
A. Curva I – alto e grande.
B. Curva II – baixo e grande.
C. Curva III – baixo e pequeno.
D. Curva IV – alto e grande.
E. Curva V – baixo e pequeno.

1. Introdução teórica

Ensaio de tração
O ensaio de tração tem por finalidade determinar as características de um material
quando ele é solicitado por uma força continuadamente crescente, aplicada na
mesma direção de seu eixo e que visa a alongá-lo, até que ocorra sua ruptura
(MORAIS, 2017). Nesse ensaio, mede-se a variação do comprimento como função
da carga que fornece dados quantitativos das características mecânicas dos materiais
(CALLISTER, 2008).
Para a realização desse tipo de ensaio, são utilizados corpos de prova padronizados,
que podem ser cilíndricos ou com seção retangular, como mostra o item (b) da figura
1. Os equipamentos usados são conhecidos como máquinas de ensaios de tração. O
item (a) da figura 1 ilustra um equipamento desse tipo (EMIC, 2017).

As máquinas de ensaio de tração têm dois cabeçotes onde são fixadas as


extremidades do corpo de prova, uma fixa e outra móvel, que se afastam de maneira
lenta e progressiva, o que provoca alongamento no corpo de prova, até que ocorra
sua ruptura. Durante o ensaio, são medidos o alongamento (ΔL) que o corpo de
prova sofre e a resistência ao avanço (P) correspondente a cada alongamento
(SOUZA, 2000).
Conhecidas as dimensões iniciais do corpo de prova (diâmetro d0 para corpo de prova
circular) e o comprimento útil (L0), são calculadas, para cada alongamento, a tensão
(σ) e a deformação (ε) pelas expressões (SOUZA, 2000):

Na expressão anterior, A0 é a área da seção transversal inicial do corpo de prova e é


o alongamento do corpo de prova. L0
Os dados referentes às deformações e às tensões correspondentes são lançados em
um gráfico conhecido como diagrama tensão-deformação, como mostra a figura 2.
Lançados esses dados no gráfico, observa-se que, até certo valor de carga aplicada,
existe proporção entre tensão e deformação. É possível observar, também, que essa
proporção depende do material que está sendo ensaiado. Nessa situação, pressupõe-
se que a ausência de esforço está relacionada à ausência de deformação. A figura 2
exibe dois gráficos de ensaios de tração de dois materiais diferentes, que apresentam
proporções distintas entre tensão e deformação.
Na figura 2(a), o material é mais resistente à deformação (mais rígido) do que o
material da figura 2(b). Diz-se que o material da figura 2(b) é mais elástico do que
o material da figura 2(a).
Basicamente, quando são ensaiados materiais metálicos, são encontrados dois tipos
de comportamentos, correspondentes aos materiais dúcteis e aos materiais frágeis.
A figura 3 apresenta esses dois tipos de diagramas: (a) materiais dúcteis e (b)
materiais frágeis (SOUZA, 2000).

A diferença básica entre os materiais de comportamento dúctil e os materiais de


comportamento frágil é a presença de uma região denominada região de
escoamento, destacada na parte (a) da figura 3. Nessa região, observamos grande
deformação para a manutenção (em alguns casos, até redução) da tensão.
A região em que existe proporção entre a tensão e a deformação é conhecida como
região elástica e, como dito anteriormente, pressupõe-se que a ausência de esforço
está relacionada à ausência de deformação. Dizemos que, nessa região, vale a Lei
de Hooke, segundo a qual a tensão (σ) é proporcional à deformação (ε). A
proporcionalidade entre a tensão e a deformação é dada por uma característica do
material chamada de Módulo de Elasticidade (E), também conhecida como Módulo
de Young. A expressão da Lei de Hooke é (SOUZA, 2000):

Quanto mais rígido o material, maior seu módulo de elasticidade e, portanto, mais
inclinada a parte reta do gráfico tensão versus deformação.
As tensões correspondentes aos pontos destacados na figura 3(a) são as seguintes:
 σu (tensão última ou limite de resistência do material ou máxima tensão que se
atinge).
 σR: (tensão de ruptura ou tensão que vai ocorrer no momento da ruptura do
material).
 σe: tensão de escoamento (tensão que, se atingida, provoca o deslocamento das
discordâncias e a deformação plástica).
 σp: tensão limite de proporcionalidade (tensão acima da qual não é mais
respeitada a proporcionalidade entre a tensão e a deformação – Lei de Hooke).

2. Análise das curvas dadas no gráfico do enunciado


Com relação ao módulo de elasticidade, quanto maior a inclinação da curva, maior
o valor desse módulo. Se analisarmos as curvas da figura apresentada na questão,
notamos que a curva I é a que exibe a maior inclinação e, portanto, a que apresenta
o maior módulo de elasticidade. A curva V é a de menor inclinação e, por isso, é a
de menor módulo de elasticidade. Isso pode ser observado na figura 4.
Com relação à deformação no instante da ruptura, a curva II é a que apresenta a
maior deformação, e a curva V é a que apresenta a menor deformação. Isso pode
ser visto na figura 5.

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