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Aula 02 - EMI

Engenharia mecânica
Fazer em grupo de até 05 alunos, entregar uma cópia até o dia da avaliação

Questão 1
Os veículos espaciais apresentam estrutura externa constituída por um conjunto de
blocos que formam um escudo térmico, cuja função é proteger motores e demais
componentes de possíveis danos causados pelo calor, além de reduzir a temperatura
interna do veículo.
Esses escudos térmicos são construídos com material
A. metálico, dada sua leveza e elevada resistência ao calor.
B. polimérico, dada sua baixa resistência ao calor e à corrosão.
C. cerâmico poroso, dada sua elevada resistência mecânica à tração.
D. polimérico, em razão de sua alta massa específica e de sua resistência ao calor.
E. cerâmico poroso, em razão de seu baixo coeficiente de dilatação térmica e de sua
baixa condutividade térmica.

1. Introdução teórica
Propriedades térmicas dos materiais
Segundo Attux (2017), as propriedades térmicas de um material estão relacionadas
à maneira pela qual ele responde à aplicação de calor. Sabemos que, quando um
sólido “recebe calor”, sua temperatura aumenta e suas dimensões variam. Nessa
situação, o sólido pode “transmitir calor” para locais mais frios e, a depender da
quantidade de calor que ele recebe, pode ocorrer sua fusão. Vale notar que,
rigorosamente, calor refere-se à energia em trânsito: por isso, o uso das aspas.
Dentre as propriedades térmicas de um material, é possível citarmos a capacidade
calorífica, a condutividade térmica e a expansão térmica.
A capacidade calorífica representa a capacidade de o material absorver energia
térmica. Na forma quantitativa, ela é a quantidade de energia necessária para
produzir, em um mol de material, aumento unitário da sua temperatura (SCHEID,
2017). A expressão matemática que representa a capacidade calorífica de um
material é:

Nessa expressão, C é a capacidade calorífica do material, Q é a quantidade de calor


e T é a temperatura.
A capacidade calorífica está relacionada à estrutura do material. Na maioria dos
sólidos, a principal maneira de assimilação da energia térmica ocorre pelo aumento
da energia vibracional dos átomos. Ou seja, o mecanismo mais efetivo de absorção
de calor é o do aumento da energia cinética por vibração e por rotação (SILVA,
2017).
A capacidade calorífica depende da porosidade, uma vez que a massa de um material
por unidade de volume decresce de modo proporcional aos poros presentes.
Consequentemente, a energia requerida para aquecer um material isolante (que
apresenta muitos poros) é menor do que a energia requerida para aquecer um
material denso.
Com relação à condutividade térmica, Silva (2017) afirma que ela é uma propriedade
intrínseca do material e representa a capacidade de esse material transportar calor.
Assim, o fluxo de calor (q) conduzido por determinado material pode ser determinado
por (SCHEID, 2017):

Na expressão, k é a condutividade térmica do material e dT/dx é o gradiente de


temperatura no material.
Assim, quanto maior a condutividade térmica, maior o fluxo de calor pelo material.
A expansão térmica é a expansão das dimensões de um corpo quando ele sofre
elevação da temperatura. Ela é assim denominada por estar associada à variação da
temperatura e estar relacionada ao aumento da distância entre os átomos que
constituem o material (SILVA, 2017). Essa variação pode ser descrita pela seguinte
equação (ATTUX, 2017):

Na expressão, L e L0 são os comprimentos final e inicial respectivamente, dT é a


variação de temperatura, e  é o coeficiente linear de expansão térmica.
Para cada classe de materiais (metais, cerâmicas e polímeros), as propriedades
térmicas são diferentes e dependem da energia de ligação atômica. No quadro 1,
são apresentadas essas propriedades para alguns materiais.
Uma observação do quadro 1 permite concluir que, para os materiais apresentados,
os polímeros são os que apresentam as maiores capacidades caloríficas, os menores
coeficientes de condução de calor e os maiores coeficientes de expansão térmica.
Dentre os materiais mostrados, as cerâmicas são as que apresentam os menores
coeficientes de expansão térmica.
Questão 2

O sistema Toyota de produção apresenta-se como uma alternativa mais eficiente ao


modelo fordista de produção, que explora as vantagens de produção em série. O modelo
toyotista consiste em cadeia de suprimentos enxuta, flexível e altamente terceirizada,
que prevê a eliminação quase total dos estoques e a busca constante pela agilização do
processo produtivo.
O sistema logístico e produtivo conhecido com just in time é uma filosofia de
administração da produção baseada no modelo Toyota de produção. Esse novo
enfoque na administração da manufatura surgiu de uma visão estratégica e
inovadora das pessoas envolvidas na gestão empresarial, buscando vantagem
competitiva por intermédio de uma melhor utilização do processo produtivo.
Com base nas informações apresentadas, avalie as afirmativas a seguir, a respeito
do processo produtivo just in time.

I. Estimula o desenvolvimento de melhorias constantes, não apenas dos


procedimentos e processos, mas também do homem dentro da empresa, o que
permite desenvolver o potencial humano dentro das organizações e ampliar a base
de confiança obtida pela transparência e honestidade das ações.
II. A implementação dos princípios da organização começa pela fábrica e suas
repercussões estendem-se por toda a empresa, o que caracteriza o princípio da
visibilidade, fundamentado no objetivo de tornar visíveis os problemas onde quer
que possam existir.
III. Tem como objetivo administrar a manufatura de forma bem simples e eficiente,
otimizando o uso dos recursos de capital, equipamento e mão de obra, o que resulta
em um sistema capaz de atender às exigências do cliente, em termos de qualidade
e prazo de entrega ao menor custo.

É correto o que se afirma em


A. I, apenas.
B. II, apenas.
C. I e III, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.

1. Introdução teórica
Sistema Toyota de Produção (STP)
O sistema just in time, também conhecido como Sistema Toyota de Produção (STP),
é uma abordagem disciplinada para melhorar a produtividade por meio do respeito
às pessoas e da eliminação de perdas (CORRÊA e CORRÊA, 2012).
Segundo Sugai, McIntosh e Novaski (2007), o STP foi criado por Eiji Toyoda e Taiichi
Ohno na década de 1950 e ganhou seus primeiros contornos na literatura acadêmica
com as publicações do professor Yasuhiro Monden.
O foco do STP é a eliminação de desperdícios e, para isso, foram desenvolvidas
internamente à Toyota técnicas como, por exemplo, a produção em pequenos lotes,
a redução de estoques, o alto foco na qualidade e a manutenção preventiva (SUGAI,
MCINTOSH e NOVASKI, 2007).
Taiichi Ohno, executivo da Toyota, identificou os sete tipos de desperdício, ou
“Muda”, na produção. Para resolver esse problema, foi contratado Shigeo Shingo,
que trabalhou no sentido de divulgar os desperdícios, identificando quais seriam os
caminhos mais viáveis para eliminá-los (BELLEI, 2010).
Os sete tipos de desperdícios correspondem a todas as atividades que adicionam
custo, mas não agregam valor. Em uma empresa que busca excelência em sua
produção, esses sete tipos de desperdício devem ser objetos de perseguição para
sua eliminação. Aprender a enxergar o “Muda” à sua volta é a chave para que a
organização comece sua jornada de transformação em uma Lean Enterprise
(RIGONI, 2016)
Os sete tipos de desperdício encontrados por Ohno são: excesso de produção,
excesso de movimentação de produtos, excesso de movimentação de pessoas,
espera por pessoas ou materiais, excesso de processos para a produção, excesso de
estoques e produção de itens defeituosos (RIGONI, 2016; BELLEI, 2010)
O STP proporciona a produção no custo efetivo e a entrega apenas das peças
necessárias com qualidade adequada, no tempo correto, usando-se o mínimo de
instalações, de equipamentos e de recursos humanos (MOURA, 1999).
Esse sistema não será efetivo se não for implantada uma consciência de custos em
todos os colaboradores da empresa. Isso significa que a implementação de um STP
implica o envolvimento de todos os setores da empresa na busca pela eficiência na
aplicação dos recursos disponíveis no momento certo e com a quantidade certa
(ANTUNES, 2008; MONDEN, 2015).
Enfim, o STP pode ser considerado uma filosofia de gestão, que envolve qualidade,
arranjos físicos, administração e organização, incluindo recursos humanos. Sua meta
é melhorar continuamente o processo produtivo por meio da redução de
desperdícios.

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