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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS / CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

TRABALHO 2 DE ECONOMIA REGIONAL E URBANA (2020-3)

Prof.: Ademir Machado de Oliveira Nota:__________


Aluno(a): Evyla Souza Lopes Data de Entrega: 07 / 09 / 20 Peso/Valor: 10,00
*Orientações:
1) Atividade a ser desenvolvida de forma individual
2) O trabalho consiste em: a partir da leitura dos textos obrigatórios da disciplina e complementares (a
critério do aluno) e notas das aulas responder as questões a seguir de forma sintética de acordo com o
seu enunciado, tangenciando os seguintes aspectos:
a) Demonstrar raciocínio analítico lógico na aplicação dos conceitos e teorias da Economia Regional;
b) Demonstrar visão sistêmica e integrada para vincular aspectos locacionais com os econômicos
através do:
➢ Estabelecimento de causa-efeito de mudanças das condições regionais (quantidade e qualidade
do/da(s): i. mercado consumidor; ii. dotações de recursos naturais; iii. mercado fornecedor de
insumos; iv. mercado de trabalho; e v. infraestruturas econômica e social) sobre as condições
econômicas relevantes, como variação do crescimento econômico (renda, emprego, empresas, etc)
e/ou variação do desenvolvimento socioeconômico (bem-estar, qualidade de vida, etc).
3) Tipos de perguntas: em sua maioria as perguntas são do tipo que a) questionam a
aplicação/relação de determinada teoria; e b) estabelecem um problema e questionam uma solução ou
causas-efeitos deste problema.
4) Elementos de uma Resposta (corpo do texto da resposta):
O Corpo do Texto de uma resposta deve ter necessariamente: introdução, desenvolvimento e
conclusão, sendo que cada uma destas partes se integra as demais de forma harmônica, ou seja, é a
forma como é escrita é que denota que se está em cada parte da resposta. Assim sendo, a escrita em
cada parte deve conter, respectivamente na:
- Introdução: ir direto a resposta (sem repetir a pergunta, sem enrolação... ) estabelecendo elementos
mais básicos ou essenciais da aplicação/relação da teoria (relaciona o quê com o quê) ou do problema
(consiste em quê) que a pergunta está questionando;
- Desenvolvimento: caso a pergunta questione a aplicação/relação de determinada teoria deve então
discorrer sobre esta aplicação/relação; ou caso a pergunta baseia-se em um problema deve então
estabelecer as causas-efeitos deste problema.
- Conclusão: caso a pergunta questione a aplicação/relação de determinada teoria pode-se encerrar a
resposta apresentando alguma exceção à teoria ou reafirmar a aplicação com algum exemplo prático;
ou no caso da pergunta basear-se em um problema pode-se apresentar alguma exceção ao problema
ou reafirmar o desenvolvimento apresentado com algum exemplo prático.
5) Bibliografia: caso se tenha utilizados outros textos além do material obrigatório e das notas de aula da
disciplina é interessante cita-los, caso contrário não se faz necessário apresentar bibliografia.
6) ENTREGA: Revisar o questionário das UNIDADES AVALIADAS e enviar o arquivo para
correção (pdf ou word) por e-mail (ademir.machado@unemat.br) no prazo/dia estabelecido -
usando como exemplo esta descrição: Resposta-PROVA-II-Eco-Reg-Urb-Fulano-de-Tal.
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7) Trabalhos com a mesma linguagem verbal escrita serão invalidados, em outras palavras: trabalhos
em que as perguntas têm as mesmas respostas terão estas perguntas invalidadas, logo cuidado ao ficar
repassando suas respostas para os outros colegas “darem uma copiada”! Ops! Quis dizer “darem uma
conferida”!

Questões da Unidade 3: “Fundamentos de Economia Regional”

1) Em relação às “teorias clássicas da localização” síntetize, em no máximo 10 linhas, as


contribuições (teorias defendidas) do Alemão Von Thünen (1826) sobre os aspectos relevantes
sobre a decisão de localização industrial, inclua na síntese a discussão sobre os “Anéis de Von
Thünen”:

De acordo com o raciocínio de Von Thünen, que é embasada na


teoria da renda de terra Ricardiana, a solução para os produtores não
era a fertilidade do solo, mas sim a distância das terras em relação ao
centro, que é o local de consumo. Querendo dizer que os donos que
tinham suas terras mais próximas ao local de consumo, tinham custos
menores e rendas maiores, pois o custo do transporte até o local de
consumo eram menores do que os donos que tinham as terras mais
distantes. Os Anéis de Von Thünen garante a ideia em que produtos
com custos de transportes menores, teriam as áreas de produção
(anéis) maiores, assim esse produto poderia ser produzido com maior distância do centro.

2) Em relação às “teorias clássicas da localização” sintetize as contribuições (teorias defendidas)


do Alemão Weber (1909) sobre os aspectos relevantes sobre a decisão de localização industrial,
inclua na síntese a discussão sobre o “Triângulo Locacional de Weber”:

Weber tem como argumento, que em respeito a localização das


atividades das indústrias decorrem da importância de três fatores, o
custo de transporte, o custo da mão-de-obra e um fator local
decorrente das forças de aglomeração e desaglomerção de atividades
econômicas. Weber buscou regularizar os aspectos que definem a
localização das indústrias dependendo de quais tipos de produtos ela
produz. Temos então os tipos de indústria Weight loss/lossing, que é
quando a localização da indústria será voltada ao mercado de insumo
e Weight gain/gaining, que é quando a localização da indústria será
voltada ao mercado de consumo. De acordo com os triângulos de Weber, quando há um acréscimo no
peso do insumo ou do produto, ou um acréscimo no custo de transporte e vice-versa, isso altera a
localização ótima da indústria.

3) A figura, a seguir, mostra casos em que os mercados de consumo (C) e de insumos (M1) estão
separados (localidades diferentes). Assim, com base na teoria de Weber, e desconsiderando
outros fatores de instalação e considerando os custos de transporte como relevantes (os demais
custos, inclusive com trabalhadores, como secundários), use a figura a seguir para explicar onde
uma indústria Weight loss/lossing (orientada pelo mercado de insumos) ou Weight gain/gaining
(orientada pelo mercado de consumo) irá se localizar:
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Figura - Preços e custos de transporte lineares

A indústria irá agir como Weight loss/lossing, ela se inserirá


em M1 e se moverá para seu produto final C. Isso, devido ao
custo de transporte dos insumos ser maior que do bem final.
Para diminuir o custo totsl de transporte (CT), a indústria irá se
localizar o mais perto possível do fornecedor de insumos, pois
esse, tem os custos mais altos de transporte.

4) A Em relação às “teorias clássicas da localização” sintetize as contribuições (teorias defendidas)


do Alemão Christaller (1933) sobre os aspectos relevantes sobre a decisão de localização
industrial, inclua na síntese a discussão sobre o “princípio de mercado” dos “Hexágonos de
Christaller”:

Para Christaller, há um padrão de ocupação do espaço que seguem três


princípios: princípio de mercado que é minimização do número de centros
de consumo; princípio de transporte que é minimização do custo de
transporte para consumidores; e o princípio administrativo que é
minimização das áreas que são compartilhadas por mais de um ofertante.
Em questão do princípio de mercado, a figura representativa é vários
hexágonos, o que mostra que todo o espaço seria coberto com áreas de
mercado hexagonais em que centralizado está seus ofertantes. No
hexágono maior situa-se a grande empresa, das quais o mercado adrange
toda a área do hexágono e que equivale a todo o mercado, as médias e
pequenas empresas situam-se nos centros dos hexágonos menores e
atendem um mercado menor, o equivalente ao tamanho da área do seu hexágono.

5) Em relação às “teorias clássicas da localização” sintetize, em no máximo 10 linhas, as


contribuições (teorias defendidas) do Alemão Lösch (1940) sobre os aspectos relevantes sobre a
decisão de localização industrial, inclua na síntese a discussão sobre o “O Cone de Lösch”:

Os cones de Lösch tem certos aspectos que lembram os anéis


Thünen, apesar de cada um representar fenômenos diferentes. Em
Lösch consta um espaço de consumo, enquanto em Thünen
consta uma área de produção. Esse modelo, implica um
monopolista atuando em um mercado com consumidores bem
divididos pelo espaço e um produto vendido que possui alguma
elasticidade-preço. O Cone de Lösch demonstra que quanto
menor for a elasticidade-preço do produto, mais devagar cai a
quantidade demandada conforme aumenta a distância do produtor em relação ao consumidor.

6) Qual foi a grande contribuição do Americano Walter Isard (1956) para a criação da “Regional
Science”:
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Todas as produções no domínio das teorias de localização não eram ainda traduzidas do alemão para o
inglês, até que houve a publicação de “Location and Space Economy” (1956) escrito por Walter Isard.
Isard apresenta uma linha de pensamento na qual se convencionou a chamar de Regional Science, com
base nas diversas sistematizações que fez embasado em trabalhos de autores alemães como Von
Thünen,Weber, Christaller, Lösch entre outros que tiveram uma visão que até então contribuía de
forma relevante para a Regional Science.

7) Sintetize as ideias de Perroux (1955) quanto ao papel relevante das aglomerações em sua teoria
dos “polos de crescimento”:

Em questão dos pólos de crescimento, Perroux destaca as diferenças entre a indústria motriz e
indústria-chave. A indústria motriz é uma grande empresa que apresenta importantes efeitos
multiplicadores de renda à montante e a jusante, não só em seu setor de atuação, e sim os efeitos
tecnológicos e inovativos se dispersam para toda a economia regional, consequentemente os efeitos
sobre a economia regional são superiores ao de uma indústria-chave. A indústria-chave é uma grande
empresa que apresenta importantes efeitos multiplicadores de renda, mas seus efeitos produtivos à
montante e a jusante são concentrados ao seu setor de atuação, os efeitos tecnológicos e inovativos
também são concentrados ao setor de atuação, consequentemente os efeitos sobre a economia local são
limitados.

8) Explique, segundo a teoria da polarização regional de Perroux (1955), as diferenças entre como
ocorrem o “crescimento polarizado” e o “desenvolvimento polarizado” em uma região:

Os resultados práticos das implementações de políticas regionais baseadas nos pólos de crescimento
revelam não uma diminuição, mas sim um aumento da desigualdade regional, em que no Pólo
(desenvolvido) se torna ainda mais desenvolvido que os Polarizados (subdesenvolvidos). Deve-se
considerar que na teoria da polarização regional de Perroux (1955) não há diferença quanto ocorrer
“crescimento polarizado” e o “desenvolvimento polarizado” em uma região. Portanto, o pólo cresce
com o vazamento dos recursos produtivos dos polarizados, recursos como capital, trabalhadores,
recursos naturais e tecnologia, com isso o pólo se torna ainda mais desenvolvido que os polarizados,
aumentando a desigualdade regional de renda.

9) A teoria dos pólos de crescimento de Perroux (1955) diferencia “indústria motriz” de


“indústria-chave”, esta diferença baseia-se em que aspectos: econômicos (efeito multiplicador da
renda regional,...), produtivos (efeitos para frente ou a jusante e efeitos para trás ou a montante)
e tecnológicos (inovadora, e influência sobre o padrão tencológico intrasetorial e intersetorial):

De acordo com os diferentes tipos de polarização, sendo elas técnica, econômica, psicológica e
geográfica, e estas distinções baseiam-se nos encadeamentos por toda a extensão das cadeias
produtivas, em que a “indústria motriz” tem efeitos econômicos maiores e mais duradouros sobre a
renda, e isto acontece porque seus efeitos pordutivos espalham-se para toda a economia não ficando
somente da cadeia produtiva na qual atua, isto é, além dos efeitos a montante (junto a fornecedores) e a
jusante (junto a compradores) a indústria motriz atinge todas as cadeias produtivas regionais, estes
efeitos de transbordamentos também se dão sobre os aspectos tecnológicos de inovação, logo tem
grande influência sobre a economia regional.
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10) Explique, segundo a teoria de Myrdal (1957) a importância da “causação circular e


cumulativa” como explicação da heterogeneidade e das desigualdades regionais:

Para Myrdal, economias mais desenvolvidas tendem a se tornarem ainda mais esenvolvidas e
economias subdesenvolvidas tendem a se tornarem ainda mais subdesenvolvidas ao longo do tempo.
Seus argumentos fundamentam-se na ideia de causação circular e acumulativa, na qual há mecanismos
que, uma vez iniciados, seriam respectivamente reforçados pelas forças de mercado e conduziriam as
regiões e países por caminhos divergentes.

11) Diferencie os “efeitos de retroação” (backwash effects) dos “efeitos de difusão” (spread effects)
de Myrdal e explique como os mesmos interferem na atração de indústrias/empresas:

Os efeitos de retroação, são efeitos centrípetos (forças aglomeradoras), isto é, estimulam a


concentração, e são os resultados perversos que uma região desenvolvida gera sobre as demais. Os
efeitos difusão, são efeitos centrífugos (forças desaglomeradoras), que levariam ao transbordamento do
impulso de desenvolvimento das regiões desenvolvidas para as atrasadas. As forças desaglomeradoras
são menores que as forças aglomeradoras, e contrabalançariam, em parte, os efeitos de retroação, mas
não seriam, por si só, capazes de garantir um desenvolvimento regional mais equilibrado ao longo do
tempo.

12) Explique, segundo a teoria de Hirschman (1958) como os efeitos para frente (forward linkages
ou a jusante) e para trás (backward linkages ou a montante) geram economias de escala
necessárias à viabilização de empreendimentos em determinadas localidades.

É quando, logo após a implementação de indústrias em uma certa região, expressa externalidades
positivas, isso faz com que quando a indústria aumentar a demanda dos produtos ofertados pelos
fornecedores faz com que haja viabilidade de escalas mínimas de produção na região, isso faz com que
a empresa tenha a visão de quanto será o mínimo produzido por ela, isso falando dos efeitos para trás.
Agora, falando dos efietos para frente, seria quando houvesse resultados viáveis na oferta de insumos e
produtos prontos, que os quais se posicionariam como compradores (varejistas e tacadistas), ou seja, a
oferta de insumos e produtos prontos seriam mais viáveis para os compradores.

13) Sintetize os princípios de crescimento e desenvolvimento regional baseado na “teoria base


exportadora” de North (1955):

A atividade de exportação influencia na manifestação de polos de distribuição e cidades, onde


começam a se desenvolver atividades no processamento industrial e serviços associados ao produto de
exportação. Para North, a diversificação setorial é a consequência do sucesso das atividades de base
exploradora e não a consequência do esgotamento do setor primário. Isto é, a insdustrialização não
garante que o desenvolvimento regional continuará, uma vez que ela é, na verdade, o resultado da base
exportadora.

14) Comente como a “teoria da base exportadora” de North (1955) pode resolver os problemas de
vazamentos de renda que ocorrem intra-nacional (dentro de regiões nacionais: Centro-Oeste,
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Sul, Sudeste, Norte e Nordeste) ou inter-regiões (ex.: Região Centro-Oeste x Região Sudeste)
decorrentes de políticas de formação de polos de crescimento regional:

Na Teoria Institucionalista de North, ele tem como ideia que as instituições são formadas com diferentes
graus de eficiência de uma sociedade para outra, tudo isso nas quais existem dois tipos de eficiência a
produtiva e a adaptativa. Em sociedades atrasadas, como a sociedade brasileira, pode haver duas razões
nas quais podem justificar a ineficiência produtiva: a primeira fala em relação à cooperação, isto é,
produziu-se um intercâmbio baseado nas redes de relações pessoais em quebra da impessoalidade
advogada por North. A segunda resultam em razão do fato de que o marco institucional brasileiro não ter
sido estimulado a competição. Por conta de dessas ineficiências relacionadas aos comportamentos
obsoletos que serviram de herança para o patrimonialismo, do personalismo e do espírito predatório,
fazem com que não haja mudanças na sociedade brasileira, tanto institucionais quanto de
desenvolvimento.

Bibliografia Básica:
MONASTERIO, Leonardo; CAVALCANTE, Luís, R. Capítulo 2 - Fundamentos do pensamento
econômico regional. In: CRUZ, B. de O.; et al. Economia regional e urbana: teorias e métodos com
ênfase no Brasil. Brasília: IPEA, 2011.
Bibliografia Complementar:
CRUZ, B. de O.; et al. Economia regional e urbana: teorias e métodos com ênfase no Brasil. Brasília:
IPEA, 2011.
DINIZ, Clélio C. ; CROCCO, Marco. Economia Regional e Urbana: Contribuições Recentes. Belo
Horizonte: UFMG, 2006.

Questões da Unid 4 – “Nova Geografia Econômica (NGE) & Economia Espacial”

15) Comente como agem as Forças Centrípetas (forças aglomeradoras) e as Forças Centrífugas
(forças desaglomeradoras) em relação à distribuição espacial das firmas/indústrias em uma área
geográfica (região):

As Forças Centrípetas apontam para as seguintes fontes de vantagens: os altos índices de concentração
espacial industrial; os baixos custos de transporte; os altos salários reais; e a alta mobilidade da mão-
de-obra (e suas preferências locacionais). Já as Forças Centrífugas incluem como fontes de dispersão:
os baixos índices de concentração espacial industrial; os altos custos de transporte; os baixos salários
reais; a baixa mobilidade da mão-de-obra (e suas preferências locacionais); e a existência de mercados
periféricos (com potencial de consumo e/ou industrial).

16) Defina o que é um “Padrão Centro-Periferia” (C-P) entre economias (municípios) em uma
região:

O Modelo Centro-Periferia se manifesta com a dinâmica de que, quanto maior (menor) o porte da
cidade maior (menor) a qualificação de trabalhadores e maior (menor) o porte das indústrias que nela
são comportados. E, quanto mais alta (baixa) a qualificação dos trabalhadores maiores (menores) são
suas possibilidades de mobilidade, apesar de nem sempre a exercerem.
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17) Defina o que é um “Sistema Urbano Hierárquico” (SUH) entre economias (municípios) em uma
região:

É um sistema de cidades em que a dinâmica do “Modelo Centro-Periferia” se apresenta, ou seja,


naquele espaço (região) existe uma cidade (economia) que será o Centro e as demais serão a Periferia
desta central. Neste espaço podemos ter diferentes níveis hierárquicos entre as econnomias (cidades)
que nele existem.

18) Utilizando a figura a seguir, explique como que na prática o “Padrão Centro-Periferia” (C-P) e
o “Sistema Urbano Hierárquico” (SUH) se manifestam em uma regiao:

Ao longo do tempo, houve o aumento de concentração de firmas e


trabalhadores em uma dada economia (circulo nº 1), que acabou se tornando
central (a maior cidade), ao passo que as regiões em seu entorno se tornaram
periféricas (cidades menores) a esta central, estabelecendo uma hierarquia
espacial entre as cidades (SUH) em termos de atividades econômicas nelas
exercidas. A cidade central produz bens industriais, que são de maior valor
agregado e diversificados (e também produz bens agrícolas), e cidade
periféricas produzem bens agrícolas e homogêneos. Pode-se pensar nas
cidades periféricas como sendo também fornecedoras de insumos (bens agrícolas) para a cidade central.

19) Em “Sistema Urbano Hierárquico” (SUH) se estabelece também uma hierarquia urbano-
industrial diante dos diferentes portes de indústrias/empresas que são viabilizadas
economicamente de acordo com o porte urbano das economias/cidades. Assim, utilizando a
figura a seguir, explique que fatos que determinam que em um SUH se tem a existência de
cidades do tipo 3 (pequenas cidades) que viabilizam somente indústrias de nível 3 (micro e
pequenas empresas) e cidades de nível 2 (médias cidades) viabilizam indústrias de nível 3 e
também 2 (médias empresas), e cidades de nível 1 (grandes cidades) viabilizam indústrias de
todos os níveis, 3, 2 e 1 (grandes empresas).:

Esta hierarquia urbano-industrial decorre das Forças Centrípetas, agindo em


favor das economias de maior porte e das Forças Centrífugas agindo contra
as economias de menor porte na região. Isso informa que quando as
pequenas cidades irão focar nos tipos de indústrias que serão viáveis para
elas, por exemplo as indústrias de nível 3 que são as micro e pequenas
empresas. E assim ocorre com as médias cidades, elas vão optar por
indústrias que também são viáveis pra elas, como indústrias do nível 3 e
também de nível 2 que são as médias empresas. Assim, como as anteriores
as grandes cidades irão optar pelas indústrias que são viáveis para elas, elas
por exemplo terão em seu território empresas de nível 3, 2 e 1 que são as grandes empresas. Cada tipo de
cidade optará pelo tipo de indústria que seja viável.

20) Nas Cidades-Polos e nas Cidades-Periféricas, qual a relação entre Forças Centrípetas x Forças
Centrifugas, e entre Externalidades Positivas x Externalidades Negativas (E+ > E–), que se
estabelecem ao longo do tempo, e como isto influencia no crescimento ou decrescimento das
cidades:
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As externalidades positivas (E+) são os efeitos positivos que geram reduções dos custos de se produzir
e comercializar, e aumentam o bem-estar da maioria das famílias, trabalhadores e consumidores. As
externalidades negativas (E-) são os efeitos negativos que geram elevações dos custos de se produzir e
comercializar, e reduzem o bem-estar da maioria das famílias, trabalhadores e consumidores. Nas
Cidades-Polos, que crescem a cima da média da região, temos que, as Forças Centrípetas > Forças
Centrífugas (e as E+ > E-), o contrário também existe para as Cidades-Periféricas. À medida que a
cidade evolui crescem as E+ e as E-, e o que garante que a cidade continua cada vez mais a crescer
mais é que: E+ > E-, caso contrário a cidade irá estagnar e até decrescer.

21) Comente a seguinte assertiva: “Como proposta de política regional [coerente], os sistemas de
transporte [na NGE] devem integrar inicialmente regiões que são complementares e não
substitutas, ou integrar regiões periféricas depois que suas indústrias locais já estejam em
condições de concorrer com as indústrias centrais”.

Querem fazer com que as regiões complementares que são quando as industrias periféricas são as
fornecedoras de insumos das centrais, tenham competitividades equivalentes, não querem que ambas
as industrias concorram entre si. Por exemplo, como as indústrias periféricas não suportam a
concorrência contra as regiões centrais, principalmente quando as regiões centrais tem o estimulo de
concentrações de transportes inter-regionais, que fazem com que as regiões centrais tenham um maior
acesso a mercados regionais, ter uma política regional coerente faz com que as regiões de indústrias
periféricas não sejam descartadas por não aguentar a concorrência.

22) Comente a seguinte assertiva: Para as regiões periféricas crescerem as políticas regionais
teriam que ampliar os estímulos à migração do capital e a difusão de tecnologias das regiões
centrais para as periféricas.

Isso faz com que a rentabilidade e a produtividade aumentem no curto prazo, e também, faz com que
se tenha crescimento sustentável no longo prazo. Quando implantado, os sistemas de Transportes
Intra-regionais, que significa transportes dentro da mesma região, incentiva o surgimento de
economias regionais mais proporcionais, porém podem reduzir as taxas de crescimentos da economia
nacional. Já os sistemas de Transportes Inter-regionais, que significa transportes entre regiões distintas,
maximizam sua taxa de crescimento da economia, porém criam estruturas regionais mais assimétricas.

23) Comente a seguinte assertiva: “políticas que promovem uma convergência de capacitações
tecnológicas locais [ampliar a educação profissional nas regiões periféricas] são mais
apropriadas [para redução das desigualdades regionais] que políticas de transporte e tenderiam
a ser uma inquestionável força descentralizadora [de renda e riqueza]”.

Fazendo esse tipo de ampliação de educação profissional, faz com que os profissionais tenham maior
conhecimento geral, também faz com que os profissionais tenham maior acessibilidade a inovações, e
reduzem a desigualdade que só em grandes centrais tenham profissionais qualificados. Esses tipos de
políticas fazem com que a produtividade e rentabilidade aumentem no curto prazo, e também fazem
com que a competitividade de forma sustentável aumente no longo prazo.
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Bibliografia Básica:
FUJITA, Masahisa; KRUGMAN, Paul; VENABLES, Anthony J. Economia Espacial: Cidades,
regiões, e comércio internacional, São Paulo: Futura, 2002.
RUIZ, Ricaro M. Políticas Regionais na Nova Geografia Econômica. In.: DINIZ, Clélio C. ;
CROCCO, Marco. Economia Regional e Urbana: Contribuições Recentes. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2006.
Resumo de capítulos da obra: FUJITA, Masahisa; KRUGMAN, Paul; VENABLES, Anthony J.
Economia Espacial: Cidades, regiões, e comércio internacional, São Paulo: Futura, 2002.

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