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Universidade Federal do Maranhão

Pós-graduação em Eng. Aeroespacial


RNA – Rede Nordestes Aeroespacial

Disciplina: EAEROM0009 - Combustão e Combustíveis Alternativos


Professor: Alamgir Khan
Alunos:
André Luis Simões Andrade - Matrícula: 2021106266
Fernanda Hellen de Souza Santos - Matrícula: 2021106201
Hugo Marcelo Silva Pinheiro - Matrícula: 2021106248
Liangela Arouche Ferreira - Matrícula: 2021106257
O Engenheiro Aeroespacial e as Combustão e Combustíveis
alternativos no cenário do

INTRODUÇAO

Quem nunca se deu conta, numa noite sem luz elétrica, voltar seu olhar
para o céu? Provavelmente, muitos iriam dizer: “Eu já”. Pois é. Tanto o céu,
quanto o que há fora da Terra instigam o ser humano há anos. Mas, para que
essas dúvidas fossem sanadas, seria importante investir na forma de como
chegar ao espaço. Dessa forma, surgem os estudos na área de Engenharia
Espacial, com projetos, construção e manutenção de aeronaves, veículos
espaciais, foguetes e satélites.

Entretanto, alguns problemas podem surgir durante o planejamento,


construção e a propulsão dos foguetes, variando de sua espécie. Como é o
caso dos Foguetes de Sondagem. Outro fator é a instabilidade de combustão,
problema frequente encontrado durante a fase de desenvolvimento de motores-
foguete, quer seja nos propelentes líquidos, quer seja nos propelentes sólidos e
que pode culminar em explosão. (Torres e Lacava, 2008).

FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA

Revendo as propostas aeroespaciais e qualidades dos engenheiros: as


inferências dessas na construção de foguetes

Foi com Konstantin Tsiolkovsky, por volta do início do século XX, que
surgiram as primeiras propostas de foguetes e ainda os sistemas de propulsão
começaram a tomar forma (Rennemann, 2016)

De acordo com (Palmerio, 2017, p.18) os estudos espaciais no Brasil,


iniciaram-se “na década de 60, no então Centro Técnico Aeroespacial (CTA),
em São José dos Campos, São Paulo.” Com a função armazenar informações
da aeronáutica. Palmerio (2017) ainda descreve o espaço de planejamento e
construção de um foguete. Sobre isso, o autor frisa:

“Esse ambiente é integrado pela engenharia de sistemas.


O exercício dessa atividade só é possível pelo diálogo
intenso com os especialistas e pela compreensão da
repercussão de cada fator na harmonia e integridade do
conjunto. Muitos dos que vivem suas especialidades
acabam se interessando por conhecer algo das outras
áreas. Essa curiosidade pode conduzir ao exercício da
engenharia de sistemas. (p.18)

Além de um ambiente integrado, as habilidades e especialidades dos


engenheiros devem continuar para além do ambiente acadêmico. Levando-se
em consideração o que rege a Resolução do Conselho Nacional de Educação
CNE/CES 11, de 11 de março de 2002:
Art. 4º A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o
profissional dos conhecimentos requeridos para o
exercício das seguintes competências e habilidades
gerais: I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos,
tecnológicos e instrumentais à engenharia; II - projetar e
conduzir experimentos e interpretar resultados; III -
conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e
processos; IV - planejar, supervisionar, elaborar e
coordenar projetos e serviços de engenharia; V -
identificar, formular e resolver problemas de engenharia;
VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e
técnicas; VI - supervisionar a operação e a manutenção
de sistemas; VII - avaliar criticamente a operação e a
manutenção de sistemas; VIII - comunicar-se
eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; IX -
atuar em equipes multidisciplinares; X - compreender e
aplicar a ética e responsabilidade profissionais; XI -
avaliar o impacto das atividades da engenharia no
contexto social e ambiental; XII - avaliar a viabilidade
econômica de projetos de engenharia; XIII - assumir a
postura de permanente busca de atualização profissional.
(p.1)

Essas especificidades podem ser notadas e aplicadas em momentos


como definir a trajetória nominal de um foguete. Em casos de, por exemplo,
calcular o ângulo de lançamento e o comprimento do lançador com precisão,
evitaria erros na meia curva da tracção. (Cadante, 2011)
E ainda deve compreender como funcionaria a dinâmica de órbita do
foguete, isso porque há uma extrema variação de temperatura do próprio
foguete. Sobre isso:
A atmosfera terrestre é estratificada, tendo cada camada
suas propriedades físico-químicas. Para fins de operação
dos foguetes, a camada de interesse é aquela em que as
forças aerodinâmicas têm magnitude suficiente para
influir naquela operação. Para fins de projeto estrutural e
térmico dos foguetes de sondagem e dos lançadores, a
atmosfera só é significativa até 60 km. (Palmerio, 2017,
p.42)

Na verdade, os profissionais devem possuir competências de como


enfrentar desafios, responder aos anseios da sociedade contemporânea, ter
atitude investigativa e, claro, capacidade de reconhecer especificidades
regionais ou locais, contextualizando-as com a situação global.

Os Princípios de Combustão: Origem e conceitos

De acordo com o Dicionário (Aulete, 2011) entende-se por combustão


“Ação ou estado de queimar” ou ainda, “Estado de um corpo ou de uma
substância que se consome ardendo, produzindo calor e luz”. Fenômeno
comum na vida dos seres humanos e objeto de estudo de áreas acadêmicas
como a Química e a Engenharia. Santos (2019) salienta que a primeira
combustão teria surgido na pré-história, mais precisamente fora das
cavernas, de forma natural e sem interferência dos hominídeos. Alves
(2017) diz que:

A combustão ou queima é uma reação química


exotérmica entre um combustível e um comburente, que
se tratam geralmente de hidrocarbonetos e oxigênio
respectivamente para a liberação de calor e luz formando
produtos de resultantes da combinação de átomos da
reação. A reação converte a energia armazenada em
ligações químicas em energia térmica que pode ser
utilizada em diversas formas [...]. (Alves, p. 16, 2017)

Logo, para que ocorra a combustão deve-se levar em consideração a


presença de fatores como comburente, combustível e calor. Por exemplo, a
presença do oxigênio, em abundância ou não, é fator primordial para que as
reações químicas ocorram e culminem na combustão.

Ao perceber essa relação, também conhecida por “triângulo do fogo”


(Fogaça, 2021), compreende-se o porquê dos inúmeros incêndios em áreas de
florestas nos períodos de seca e de muito vento. Alves (2017) explana que para
compreender a reação de combustão geral e denominá-la de pobre ou rica, é
necessário conhecer e aplicar conceitos de estequiometria e balanço de
massa, analisar o tipo de mistura na combustão, em relação à quantidade
combustível, sobre a quantidade de oxidante. Já Fogaça (2021) frisa que é
uma reação muito comum, pois a maioria da energia consumida diariamente é
derivada da queima de combustíveis derivados dos hidrocarbonetos.

Mesmo sabendo que a combustão é um fenômeno habitual, gerada por


processos naturais, ou antrópicos, em que elementos, como gasolina, álcool,
ou gases, reagem com elementos da atmosfera, seus efluentes de alguma
forma contribuem para a poluição e automaticamente para o aquecimento
global. O senso comum, quando versam sobre o tema combustão, refere-se
quase que instantaneamente a indústria automobilística, tanto daqueles
veículos movidos à gasolina; quanto daqueles de modelo flex.
Atualmente, os estudos acerca da combustão vêm ajudando a
compreender os mecanismos de propulsão em foguetes. Na verdade os
estudos espaciais já não são algo extraordinário, conhecê-lo e aprimorá-lo é de
suma importância, principalmente ao se levar em consideração que um dia,
tudo que e vivo pode chegar ao fim aqui na Terra.

Motor Foguete: Categorias e características

A construção de um foguete segue e utiliza as mesmas ferramentas de


base que uma de aviões, contudo não envolve muitos processos
automatizados, sendo a maior parte do trabalho feita com instrumentos
manuais. (Cardoso e Heymann, 2016)
Além desses fatores, compreender conceitos do que seria carga útil ou
carga paga, também devem ser lavados em consideração. (Palmerio, 2017)
frisa:
A razão da existência de qualquer veículo é o que ele
transporta e em que condições. Os foguetes
convencionais transportam a carga útil, ou carga paga. O
termo carga paga (payload) denota o espírito comercial
do lançamento, em que o objeto a ser transportado paga
o preço do lançador e da operação de lançamento. O
termo carga útil, de origem francesa, refere-se a uma
atividade científica ou tecnológica. (p.40)

No, livro “Introdução à tecnologia de foguetes”, (Palmerio, 2017, p.65)


apresenta a figura 3.1 denominada de “Árvore do produto simplificada da
SONDA III”. Lá o autor apresenta o 1º e o 2º Estágios, a fase Eletrônica, a fase
Pirotecnia e, por último, a Carga Útil.
(Carande, 2011) apresenta algumas desvantagens dos foguetes de
sondagem, entre elas:

• Falta de controle de tracção. É o maior problema destes


sistemas. Uma vez iniciada a combustão, não é possível
modificar o vector tracção, e por isso, são utilizados em
missões sem requisitos de alta precisão.
• Blindagens térmicas. São necessárias na garganta para
suportar as elevadas temperaturas que podem existir.
• Armazenamento. Em estado prolongado podem ser
alteradas algumas prestações do foguete, devido a
envelhecimento do propelante. (p.8)

Outra questão é o tipo de combustível utilizado (Rennemann, 2016)


salienta que o mais comum, são os sistemas de natureza química, que podem
ser os bipropelentes ou monopropelentes. Nos primeiros, são utilizados um
combustível e um oxidante, que podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, cujos
misturados em uma câmara, sofrem combustão e geram o empuxo .

Já (Bertoldi, 2018) apresenta os motores de foguete a propelente


químico, onde a energia propulsiva é gerada através de reações exotérmicas
entre os propelentes e, de forma geral, são classificados como: (i) líquidos, (ii)
sólidos e (iii) híbridos.

Em outra pesquisa, o autor (Carande, 2011) classifica o motor foguete,


levando em consideração relação ao propelante ou fonte de energia disponível,
sendo que ele traz conceitos dos Nucleares, Elétricos, Eletrostáticos,
Eletromagnéticos e os Motores Foguete Fotónicos, conceituado como:

Neste tipo de foguete, é gerado um feixe de fotões (as


partículas mais rápidas do Universo) que depois são
expulsas numa direcção. Este desenvolvimento tem o
problema de ser muito difícil converter a matéria em
energia fotónica. (p.5)

Cujo problema aqui levantado, durante seu empuxo, pode ser


solucionado com as pesquisas acerca da energia solar.

O que a instabilidade de combustão pode acarretar em


um motor foguete?
A instabilidade de combustão é um fator muito comum durante a
propulsão do foguete (Carande, 2011, p.3) diz que “a propulsão é gerada pela
ejecção de uma massa existente no veículo, chamada propelente, a qual deixa
o veículo com uma determinada quantidade de movimento associada.” (Torres
e Lacava, 2008), ao falarem sobre a instabilidade de combustão, salientam que
isso corre devido ao fato de haver uma grande concentração de liberação de
energia nas proximidades do cabeçote. Já (Alves, 2017 ao citar LACAVA;
CARVALHO; MCQUAY, 1997) frisa que a sequência de eventos para a
ocorrência de instabilidades seria a flutuação de liberação de energia, a
flutuação de pressão com a excitação dos modos acústicos do combustor, e o
acoplamento acústico com a combustão se propagando de forma pulsada.

(Bertoldi, 2018), em seus estudos acerca da instabilidade de


combustão em motor foguete a propelente híbrido salienta que:

A instabilidade de combustão nos sistemas sólidos e


líquidos tem sido estudada profundamente e teorias
particularmente bem-sucedidas, juntamente com certas
regras práticas para o projeto de sistemas estáveis, vêm
sendo desenvolvidas. Entretanto, os mecanismos de
instabilidade dos sistemas híbridos não foram explorados
extensivamente. (p.26)

(Alves, 2017 ao citar LEFEBVRE, 1998) frisa que as instabilidades são


consequências de interações entre o processo de combustão e campos
acústicos no interior do combustor, causadas por possíveis perturbações
aerodinâmicas e flutuações de fornecimento de ar ou combustível com
variações devido aos injetores e a má distribuição do combustível na zona de
combustão. (Bertoldi, 2018) frisa que no motor híbrido, devido às oscilações de
empuxo admissíveis, a instabilidade de combustão torna-se uma questão
crítica durante o desenvolvimento de um novo sistema de propulsão e pontua
que, já nos sistemas sólidos e líquidos, os estudos acerca da instabilidade são
bem mais sucedidos.
(Alves, 2017 ao citar Rayleigh, 1878) frisa que:

[...] se o calor é adicionado a um escoamento durante a


fase de compressão acústica, ou retirado durante a fase
de rarefação, as instabilidades de pressão serão
amplificadas; se o calor é adicionado na fase de
rarefação ou retirado na fase de compressão, a amplitude
de oscilação diminuirá; esse critério estabeleceu que há
um inegável relação dinâmica entre a energia liberada
pelas reações de combustão e as oscilações de pressão
na câmara, além de estabelecer as condições
necessárias para o surgimento das instabilidades. (p.18)

Em outro momento de sua pesquisa (Alves, 2017, p.19 ao citar


LACAVA; CARVALHO; MCQUAY, 1997) pontua a sequência de eventos para a
ocorrência de instabilidades: “a flutuação de liberação de energia, a flutuação
de pressão com a excitação dos modos acústicos do combustor, e o
acoplamento acústico com a combustão se propagando de forma pulsada.”

Acerca de instabilidades geradas pela excitação dos modos acústicos


do combustor (Torres e Lacava, 2008 ao citarem Flügel et al. 2004) frisam que
no tubo fechado-aberto o posicionamento do alto-falante próximo à
extremidade aberta do tubo gera um comportamento acústico muito próximo ao
que teoricamente se prever. (Alves, 2017) descreve:

Há três principais categorias de instabilidades acústicas:


as instabilidades intrínsecas; instabilidades de sistema;
instabilidades da câmara. As intrínsecas abordam a
cinética química e difusão térmica do processo, já as de
sistemas são relacionadas à interação de sistemas de
alimentação e exaustão e por fim, as instabilidades da
câmara tratam de instabilidades acústicas dentro da
câmara de combustão, devido aos campos acústico e
dinâmica dos fluidos. (p.19)

Sobre essa última, (Bertoldi, 2018) expõem que em motores de foguete


propelente líquidos, devido às flutuações de pressão, à temperatura e à
velocidade, a combustão em câmeras de empuxo não é perfeitamente
uniforme. E, essas flutuações ao interagirem com a frequência natural do
sistema de alimentação de propelente ou com a acústica da câmara de
combustão ocasionam oscilações periódicas sobrepostas, denominadas de
instabilidades.

Percebida a existência da instabilidade em moto foguete, o que os


projetistas devem fazer para evitá-las na fabricação de um novo? Sobre isso
(Bertoldi, 2018, p.36) argumenta: “O controle ou a real eliminação das
instabilidades é uma importante tarefa durante o projeto e desenvolvimento de
um motor de foguete. Os projetistas usualmente dependem de experiências
anteriores com motores similares e testes com o novo motor experimental.”.

Para (Torres e Lacava, 2008) ainda não existem modelos teóricos


capazes de prever se um determinado motor-foguete irá apresentar oscilações
que o levem à explosão ou à perda de desempenho. Contudo, percebe-se em
seus postulados que existe sim uma solução para combater a instabilidade.
Que seria a implementação correta dos procedimentos, proporcionando uma
queda de gastos adicionais e/ou atrasos no cronograma do projeto.

Já (Alves, 2017) frisa que o uso de uma câmara de combustão


acoplada em um reator, possibilita menor influência externa à reação,
proporcionando maior qualidade de medições de temperatura e de produtos
resultantes da combustão. E, portanto, de instabilidades.

que ela seja evitada, além de estudos e experiências derivadas de


projetos que, de certa forma, não foram positivamente concluídos; estes podem
servir de base para outros futuros, gerando nestes, a não repetência de erros
que poderiam culminar na falha de lançamento de um novo moto foguete.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (não esquece de inserir as


SUAS!)

AULETE, Caldas. Novíssimo Aulete Dicionário Contemporâneo da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: LeKiKon, 2011.

ALVES, Igor Magalhães. Estudos de instabilidade de combustão em


sistema de queimador de gás natural assistido a plasma de arco
deslizante. 2017. 47 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado -
Engenharia Mecânica) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Engenharia de Guaratinguetá, 2017. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/156965. Acesso em:> 22082021.

BERTOLDI, Artur Elias de Morais. Estudo de instabilidade de combustão em


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<https://repositorio.unb.br/handle/10482/34285. Acesso em:> 22082021.


CARANDE, Francisco Javier Fuertes. Motor Foguete de Combustível Sólido.
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharía Aeronáutica (2º
ciclo de estudos. Covilhã, Junho de 2011.

CARDOSO, Fátima; HEYMANN, Gisela. FÁBRICA DE FOGUETES. 31 out


2016, 18h31 - Publicado em 30 jun 1991 Disponível em<:
https://super.abril.com.br/tecnologia/fabrica-de-foguetes/ acesso em> 240821

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Reação de Combustão. Disponível


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HENNEMAN, Luciano. Importância da pesquisa e desenvolvimento de foguetes


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MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, GRACIELA H. Produção Textual na


Universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

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Curso: Uma Abordagem leve, Divertida e Prática. São Paulo: Saraiva
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SANTOS, João Almeida dos; Filho, Domingos Parra. Metodologia Científica.


2ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.

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TORRES, Rafael Cipriano; LACAVA, Pedro Teixeira. Estudos de


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Pós-Graduação do ITA – XIV ENCITA / 2008 Instituto Tecnológico de
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Disponível em: < http://www.bibl.ita.br/xivencita/AER02.pdf> acesso em
22082021.
Propulsão Verde

A busca por combustíveis alternativos para os sistemas de propulsão


atuais se tornou uma prioridade para o setor aeroespacial, a utilização de um
combustível renovável para foguetes e satélites, com baixo índice de toxicidade
e menos agressivo ao meio ambiente e à saúde humana, se tornou um dos
principais focos de pesquisa.

Como Vasconcelos (2017) aponta:

Os principais propelentes utilizados em foguetes e satélites


são a hidrazina, que é o combustível, e o tetróxido de nitrogênio, a
substância que provoca a reação de queima. Essas substâncias
apresentam bom desempenho em propulsores, mas têm
desvantagens. Além de serem caros, a hidrazina e seus derivados
são cancerígenos, o que requer um cuidado muito grande com o seu
manuseio. Já o tetróxido de nitrogênio pode ser fatal após alguns
minutos de exposição, em caso de vazamento ou má manipulação.

Por esses motivos, existe uma grande procura por um substituto


eficiente desse propelente, atualmente não há substituição genérica para
hidrazina com um único propulsor verde. Portanto, várias opções estão sendo
consideradas.
A ArianeGroup sendo a principal fornecedora europeia de sistemas de
propulsão espacial, tem explorado e testado ativamente propulsores não
tóxicos, ou verdes, como um possível substituto para propulsores à base de
hidrazina, afirmando que alternativas propelente não tóxicas oferecem
benefícios econômicos significativos. Esses benefícios podem ser ainda mais
aprimorados com a implementação de tecnologias modernas de ponta, como
impressão 3D, para a produção de motores e propulsores de propulsão verdes
dedicados. (Space Propulsion, 2020)
Em 2019, em conjunto com a SpaceX e seu Falcon Heavy, a
Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), lançou ao espaço o
satélite “Missão de Infusão de Propelente Verde”, com a sigla “GPIM”, como
uma alternativa “verde” aos sistemas convencionais de propulsão química para
futuras naves espaciais. (NASA, 2021)

Segundo a NASA, “a missão de demonstração tecnológica busca


melhorar a eficiência geral do propulsor, reduzindo ao mesmo tempo as
preocupações de manuseio associadas à hidrazina de combustível tóxico”.

A GPIM também se esforça para otimizar o desempenho de novos


hardwares, sistemas e soluções de energia, garantindo o melhor valor para o
investimento e as missões espaciais mais seguras possíveis.
Figura X – Satélite
GPIM

Fonte: NASA, 2021.

O GPIM foi responsável por estar e validar o monopropelente de alto


desempenho capaz de queimar sozinho sem ação de um oxidante, chamado
de Advanced Spacecraft Energetic Non-Toxic (ASCENT), anteriormente
conhecido como AF-M315E produzido pelo Laboratório de Pesquisa da Força
Aérea dos EUA. (NASA, 2020)

Possuindo a cor rosa, o ASCENT é considerado "verde" por sua


toxicidade significativamente reduzida em relação à hidrazina, sendo mais
seguro armazenar e usar, exigindo equipamentos mínimos de proteção
individual, como jalecos, óculos e luvas, além de ser mais fácil e menos caro
de manusear na Terra. (NASA, 2020)

Por ser mais denso e viscoso que a hidrazina, o ASCENT pode ser
utilizado em um tanque de mesmo volume, porém proporcionando mais
combustível, o que confere melhora na performance do sistema de propulsão
da nave. Chris McLean, principal investigador da missão GPIM, explica que “Se
comparar isso a um sistema de hidrazina monopropelente, temos 50% mais
impulso disponível. Isso ocorre principalmente por causa da densidade”. Dessa
forma, foi possível abastecer o tanque com 50% mais da substância, o que
significa também 50% mais desempenho para a nave. (CASSITA, 2020)

Agência Espacial Europeia (ESA) também está buscando um substituto


para o combustível, que seja menos perigoso e também mais limpo. Em
conjunto com o Grupo de Corporações Espaciais da Suécia, envolve também o
desenvolvimento de propulsores que funcionem com o novo tipo de propelente.
A ESA já chegou a uma alternativa, que vem sendo testada.
Denominado LMP- 103S, o combustível é baseado em dinitramida de amônio
(ADN), misturado a metanol (álcool metílico), amônia e água. (Inovação
tecnológica, 2010)

Segundo Mark Ford, chefe da divisão de engenharia de propulsão da


ESA, “ADN tem um rendimento 30% superior ao da hidrazina e é muito menos
tóxico. Ele é mais seguro para ser transportado e dispensa o uso de
vestimentas especiais para a sua utilização. Mas é bom ressaltar que nenhum
combustível de satélites ou de foguetes jamais será tão inofensivo como a
água. Além disso, sabemos que não vamos substituir a hidrazina
completamente, mas esperamos oferecer uma alternativa aceitável para a
indústria espacial”.
No Brasil também há pesquisa para combustíveis verdes por dois
grupos de pesquisa brasileiros, um do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e outro no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). No Inpe,
cientistas do Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP),
desenvolveram um novo combustível espacial, que tem entre seus ingredientes
o etanol e o peróxido de hidrogênio, a popular água oxigenada.
(VASCONCELOS, 2017)

No IAE o grupo liderado pelo engenheiro José Miraglia, professor da


Faculdade de Tecnologia da Informação (FIAP), o grupo se uniu para
desenvolver propulsores de foguetes que utilizem propelentes líquidos e testar
tais combustíveis. Na primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a
empresa Guatifer, testou motores e foguetes de propulsão líquida com impulso
de 10 newtons (N), com o objetivo de avaliar propelentes líquidos pré-
misturados à base de peróxido de hidrogênio combinado com etanol ou
querosene, mostrando que o projeto é viável tecnicamente. (ALCÂNTARA,
2010)
No Inpe o combustível em desenvolvimento além de ser mais seguro e
fácil de manusear é mais barato e sustentável, sendo que o etanol é
largamente disponível no Brasil, possuindo eficiência próximas aos
combustíveis tradicionais. De acordo com Ricardo Vieira, coordenador do
Laboratório Associado de Combustão e Propulsão no Inpe, a composição
contém cerca de 30% de etanol, 60% de etanolamina [composto orgânico
resultante da reação entre o óxido de etileno e amônia] e 10% de sais de
cobre. Para fazer o motor funcionar, a mistura formada por etanol, etanolamina
e sais de cobre reage com o peróxido de hidrogênio que se decompõe quando
entra em contato com o
combustível. A reação é catalisada pelo cobre, gera calor – em torno de 900 oC
–, o que provoca a ignição do etanol da etanolamina. (VASCONCELOS, 2017)

Outra vantagem é o baixo custo do combustível, o Inpe importa


hidrazina por cerca de R$ 700 o quilo (kg) e tetróxido de nitrogênio por R$ 1,3
mil/kg, e como aponta Vieira “Estimamos que o combustível à base de etanol e
etanolamina venha a ter um custo aproximado de R$ 35/kg e o peróxido de
hidrogênio a R$ 15/kg. Como um satélite carrega mais de 100 kg de
propelente, a economia é grande nesse aspecto, porém relativamente pequena
em relação ao custo final do aparelho”. (VASCONCELOS, 2017)
REFERÊNCIAS

VASCONCELOS, Yuri. Propulsão verde. Pesquisa FAPESP. São Paulo,


edição 256, jun. 2017. Disponível em: <
https://revistapesquisa.fapesp.br/propulsao-verde/ >. Acesso em: 16 de nov. de
2021.
Alternative Green Propellants for Space Propulsion. Space Propulsion,
Taufkirchen, 30 de mai. de 2020. Disponível em: <https://www.space-
propulsion.com/new- technologies/alternative-propellants.html>. Acesso em: 16
de nov. de 2021.

Green Propellant Infusion Mission (GPIM). Space Technology Mission


Directorate. Disponível em: <
https://www.nasa.gov/mission_pages/tdm/green/index.html>. Acesso em: 16 de
nov. de 2021.

NASA’s Green Propellant Infusion Mission Nears Completion. Tech


Demonstration.
20 de ago. de 2020. Disponível em:
<https://www.nasa.gov/mission_pages/tdm/green/gpim-nears-completion.html>.
Acesso em: 17 de nov. de 2021.

CASSITA, Danielle. Deu certo! NASA demonstra propulsão "verde" no espaço


com sucesso. Canaltech,19 de ago. de 2020.
Disponivel em: < https://canaltech.com.br/espaco/deu-certo-
nasa-demonstra-propulsao-verde-no-espaco- com-sucesso-170151/>. Acesso
em: 17 de nov. de 2021.

Combustível para satélites e foguetes também está ficando verde. Inovação


Tecnológica.
18 de mar. de 2010. Disponível em:
<www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?
artigo=combustivel-para- satelites-e-foguetes>. Acesso em: 17 de nov. de
2021.
ALCÂNTARA, Alex Sander. Brasil desenvolve foguetes espaciais a etanol.
Inovação Tecnológica. 7 de abr. de 2010.
Disponível em: <
www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=foguetes-
combustivel- etanol>. Acesso em: 17 de nov. de 2021.
Propulsão Líquida
No início do século passado, os pioneiros no estudo e avaliação de foguetes
líquidos incluem Konstantin Tsiolkovsky, Hermann Oberth e Robert Goddard. Eles
foram os precursores na análise de conceitos de propulsão para entrar no espaço.
Dentre esses estudos concluíram que apenas os propelentes líquidos frente aos
propelentes sólidos ou gases, possuíam as propriedades indispensáveis para alcançar
a orbita espacial. No ano de 1903, Tsiolkovsky iniciou postulado apontando vantagens
na aplicação do hidrogênio líquido (LH2) e oxigênio líquido (LOX) muito antes das
aplicações convencionais (BURROWNS, 1998; SALAKHUTDINOV, 1990).

Fonte: https://slideplayer.com/slide/12906953
Figura 1- Fundadores da aplicação de Propulsão Líquida

Os primeiros testes de conceitos de foguetes foram realizados com


incentivos privados e algumas organizações governamentais, sendo Robert
Goddard ganhando o título de primeiro voo de um propelente líquido foguete
em março de 1926. A base para propelente foi a gasolina como o combustível
e LOX como o oxidante, tanto o LOX e ácido nítrico não criogênico eram os
oxidantes mais comuns neste período inicial, mas muitos combustíveis foram
testados (EDWARDS, 2003).

Figura 2- Lançamento do Foguete V-2

A chegada da Segunda Guerra Mundial


alavancou o desenvolvimento de foguetes,
principalmente na Alemanha, com destaque
mais importante foguete A-4, popularmente
conhecido como V-2. O primeiro voo em
outubro de 1942, comprovou a capacidade de
alcançar a órbita, retornando ao local de lançamento com uma distância de até
320 km. Para os propulsores do A-4 foram usadas mistura de LOX como o
oxidante 75% de álcool etílico / água como combustível. A principal vantagem
da mistura de álcool e água é alcançar uma temperatura de chama mais baixas,
favorecendo a refrigeração do combustor do combustível no A-4 para aumentar a
duração no tempo de queima (AEROFLAP, 2021).
A complexidade de entender e diferenciar as características e
propriedades dos propelentes líquidos, no caso do combustível e oxidantes
líquidos em condições não reagidas, assim como a mistura gasosa eliminados
na reação dentro da câmara de combustão. Desse modo, a natureza química
dos propelentes e a proporcionalidade da mistura, definem as propriedades dos
produtos da reação armazenados. Na prática do funcionamento dos
propulsores, possuem tais propriedades ideais que combinam uma série de
fatores econômicos, demonstram na tabela a seguir (SUTTON & BIBLARZ,
2017).
Quando o assunto é oxidante, o flúor líquido apresenta um potencial
energético com relação alta densidade e maior produção impulso específico.
Foram feitos vários testes experimentais com motores de foguete, no entanto
houve a rejeição devido sua extrema periculosidade. Diversos tipos diferentes
de novos propelentes criogênicos líquidos e armazenáveis foram sintetizados,
podiam incluir misturas de oxigênio líquido e flúor líquido, difluoreto de oxigênio
(OF2), trifluoreto de cloro (ClF3) e pentafluoreto de cloro (ClF 5)
(CONSTANTINE, 1967). Hoje em dia nenhum deles são utilizados por serem
muito corrosivo e demasiadamente tóxicos. Diferentes oxidantes são mais
usuais e são classificados a seguir. Figura 3- Oxigênio Líquido

 Oxigênio Líquido (O2) (LOX)


O oxigênio líquido é bastante empregado como oxidante
e apresenta uma chama amarela-branca brilhante
durante o processo de queima bem característico dos
combustíveis hidrocarbonetos. Ele é usado a partir de
misturas com querosene de aviação, álcoois, hidrogênio
e gasolina. Por alcançar desempenho altos sendo,
portanto, um propelente importante e usualmente em
grandes motores de foguetes. Os mísseis e veículos lançadores espaciais que
mais queimam LOX (HAIDN; LUX, 2009):

 Atlas V e Soyuz (Rússia): Jetfuels ou RP-1 (querosene);Fonte: https://stringfixer.com/pt/LOX


 Ariane-V (França), Delta IV e estágio superior do Centauro:
hidrogênio;
 V-2 (alemão) e o míssil Redstone: etanol
O LOX não apresenta queima de forma espontânea em contato com
materiais orgânicos em pressão ambiente, o que causa combustão/explosões
geralmente acontece no confinamento das misturas do oxigênio e matéria
orgânica sob elevada pressão. Alguns testes demonstram que misturas de
óleos com oxigênio funcionam como detonadores.
O oxigênio líquido oferece suporte e ajuda na aceleração da combustão
de outros materiais. O armazenamento do mesmo não provoca deterioração dos
tanques, pois é um líquido não corrosivo e não tóxico. O propelente é utilizado em
baixa temperatura para manter seu estado, por isso, LOX evapora aceleradamente em
condições ambientes, logo não pode ficar armazenador por longos períodos. O
oxigênio líquido pode produzido diferentes maneiras, mas a maioria comumente da
destilação fracionada de nitrogênio líquido do ar.

 Peróxido de Hidrogênio (H2O2)


O propelente tem altíssimo poder como oxidante na queima do
combustível, mas também conhecido como “propelente verde”, devido não
liberação de agentes nocivos ao meio ambiente. Quando utilizado como
monopropelente adotado em foguetes e deve apresentar concentrações em
temperatura ambiente em torno de 70 a 98%, também denominado de
peróxido de alto teste ou HTP e percentagem complementar de água
(SUTTON & BIBLARZ, 2017).
O peróxido de hidrogênio foi largamente implantado como gerador de
gás de foguetes em aeronaves de pesquisas como na Bell-X1 e North
American X-15, entre os anos de 1938 e 1965. Desde esse momento, com as
investigações científicas demonstram que a porcentagem ideal para uso em
motores de foguete e em geradores a gás é de 90% concentração de hidrogênio
peróxido. Ele decompõe-se frente a reação química, gerando vapores superaquecido
e oxigênio gasoso quente (MUSKER, 2003).
H2O2 → H2O+ 1/2 O2 + calor (1)

O processo de composição ocorre pela influência de catalisadores, como


dióxido de manganês sólido, tela de prata, óxido de ferro, assim como diversos
materiais podem catalisar o peróxido de hidrogênio. Como monopropelente, os
valores teóricos sobre os impulsos específicos para 90% do peróxido por volta
de 154 segundos para catalisador sólido. Como bipropelente, H 2O2 é
hipergólico com hidrazina e irá queime bem com querosene (MASCHIO, 2017).
Os motores de foguete com oxidante de peróxido de hidrogênio eram
usados na propulsão de foguetes para aeronaves e veículos lançadores :

Tabela 1- Principais modelos usam o peróxido de hidrogênio


Modelos Histórico
Messerschmitt Me 163 Komet
(1941-1944):

Aeronave de caça com


foguete na época da
Alemanha Nazista.

Lockheed F-104 Starfighter


(1958-1967):

Aeronave supersônica
americana usada durante a
Guerra Fria e produzia 6.000
libras de empuxo.

Black Arrow (1969 e 1971):

Veículo de lançamento
britânico e seu último para
colocando em órbita o
Satélite Prospero.

Cápsula Espacial Soyuz


(1967-):

Usado para geradores de vapor


que acionam as principais
bombas de propulsão no veículo
de lançamento Soyuz.

O armazenamento do peróxido de hidrogênio concentrado apresenta


taxa de decomposição em cerca de 1% ao ano. Gradativamente acontece a
diluição do propelente e perde a utilidade. Em decorrência da presença do
oxigênio, forma o fenômeno de borbulhamento que acarretaria o aumento da
taxa de decomposição, assim como impurezas no líquido ou nos materiais da
parede e causaria o aumento da temperatura do oxidante (PASINI et al., 2008).

 Ácido Nítrico (NH3)


Figura 4 - Red fuming nitric acid (RFNA)
Existiam vários tipos de misturas de ácido
nítrico usados entre os anos de 1940 e 1965 como
oxidantes e que atualmente não são amplamente
usuais nos Estados Unidos. O mais usual naquela
época era conhecido como fumaça vermelha de ácido
nítrico, sigla em inglês RFNA, a composição continha
ácido nítrico concentrado (NH3) com 5 e 27% de
dióxido de nitrogênio dissolvido (NO2). Em
comparação com RFNA que demonstrou ser mais
Fonte: https://www.clickestudante.com/acido-
energético, mais estável em armazenamento, e levemente menos corrosivo
nitrico.html
com material do taque (DENNIS et al., 2015).

O armazenamento desse oxidante concentrado é requerido alguns


tipos de aço inoxidável, ouro e outros materiais apropriados para tubulação e
depósitos. Para ajudar na inibição da corrosão pelo ácido nítrico, são
adicionadas pequenas quantidade de íon fluoreto (menos de 1% de ácido
fluorídrico ou HF), gerando proteção de flúor na parede e minimiza ação
corrosiva nos metais. Com relação a reação com outros compostos e a
combustão espontânea no caso de algumas aminas, gasolina, hidrazina e
álcoois (KUBAL, et al.,2010)

A gravidade específica de o ácido nítrico varia de 1,5 a 1,6, em


conformidade das porcentagens de dióxido de nitrogênio, água e impurezas.
Essa densidade alta implica na fabricação de veículos lançadores mais
compactos. Quanto a exposição com ar, o RFNA libera vapores de marrom-
avermelhados demasiadamente tóxicos e para neutralizá-los, usa hidróxidos
de metal alcalino e carbonatos (SUTTON & BIBLARZ, 2017).
 Combustíveis de Hidrocarbonetos

Os originários de derivados do petróleo integram diversos produtos


químicos de hidrocarbonetos que são aplicados como combustíveis para
foguetes. Os tipos mais usuais empregues em motores como querosene, óleo
diesel, gasolina e combustível de aviação. Os parâmetros das propriedades
físico-químicas variam pelo refino do petróleo bruto, o tipo de processo
adotado na produção e controle de qualidade durante a fabricação.

Os propelentes levam denominação de RP-1 ou -2, ou seja, propelente


de foguete número 1 ou 2, os quais são mistura de combustível como o
querosene pertencente a faixa específica de pressão de vapor e densidade.
Em condições particulares, esses combustíveis geram sedimentos de carbono
no interior das passagens de resfriamento, dificultando a troca de calor, que
implica no aumento nas paredes da temperatura. Tudo isso ocorre por uma
série de fatores, principalmente do material da parede da câmara. A vantagem
do RP-1 que na composição possui baixa quantidade de olefinas e
aromáticos, grande causador depósitos carbonáceos sólidos dentro das
passagens de resfriamento nos combustíveis (LIANG et al., 1998;
ABDULAGATOV, 2012).

O RP-1 tem sido usado com oxigênio líquido em muitos motores de


foguetes. Um combustível similar ao querosene é utilizado na atualmente na
Rússia. No início deste século, o RP-2 foi substituído pelo RP-1 em foguetes
dos Estados Unidos, a diferença provocada pela redução de enxofre em
função das impurezas que aceleravam o processo de corrosão no sistema de
encamisamento no resfriamento (BROMAGHIM. et al., 2002).

 Hidrogênio Líquido
O hidrogênio líquido é um ótimo Figura 5 – Hidrogênio Líquido

combustível refrigerante, sendo o mais leve


e mais frio atua na gravidade específica de
0,07 e um ponto de ebulição de cerca de 20
K (-253,15 °C). A baixa densidade exige que
os tanques de combustível sejam muito grandes e volumosos. As extremas
temperaturas baixas também reduzem os tipos de materiais para diversos fins
que abrigam ou passam esse propelente (BIN, 2021).
A técnica de fabricação do hidrogênio líquido derive dos gasosos
contínuos processos de compressão, resfriamento abruptos e expansão. A
composição química possui dois isômeros, ortohidrogênio e parahidrogênio, que
diferem na orientação de rotação. A liquefação e o resfriamento em baixas
temperaturas com a formação de equilíbrio, na qual muda orto e para-hidrogênio essa
transformação é exotérmica e o para-hidrogênio é a única forma estável de hidrogênio
líquido (YANXING et al., 2019).

O gás hidrogênio é extremamente inflamável e explosivo por meio de uma


ampla faixa de intervalo de proporções de misturas. Para minimizar os riscos, o
excesso de gás é constantemente de forma intencional inflamado ou liberado
para queimar no ar. Hidrogênio líquido é largamente utilizado com oxigênio
líquido nos veículos de lançamento Delta IV, Ariane V e -HII, no estágio superior do
Centauro superior estágio, e motores espaciais de estágio superior produzidos no
Japão, Rússia, Europa, Índia e China (XIAO, 2011; SUTTON & BIBLARZ, 2017).

 Hidrazina (N2H4)
A Hidrazina, monometilhidrazina (MMH), e dimetilhidrazina assimétrica
(UDMH) possuem características físicas e propriedades termoquímicas que os
tornam bastante utilizados como combustíveis monopropelente e
biopropelente. As características é um líquido tóxico e incolor com alto índice
de congelamento ponto (275,16 K ou 2 ºC), além de apresentar um curto
“delay” na ignição e combustão espontânea com peróxido de hidrogênio
concentrado, tetróxido de nitrogênio e ácido nitroso (SCHMIDT, 2001).
O propelente de hidrazina anidra pura é um líquido estável, podendo
ser aquecido em uma faixa de segurança próximo de 415 K e sobre pressão
seja por ondas de choque ou pressão adiabática, produzem vapores de
hidrazina que decompõem em temperaturas abaixo de 367 K. O
armazenamento dessas substâncias pode passar mais de 15 anos, em
viagens espaciais aplicados em sondas com monopropelente tem operado por
cerca de 40 anos (SUTTON & BIBLARZ, 2017).
Quando adicionado a catalisadores sólidos como o alumínio,
desempenho na grande parte das vezes necessitam de aquecimento para
partidas instantâneas. Elevadas temperaturas atuando nos catalisadores,
maiores que 450 K, aceleram a decomposição da hidrazina como ferro, níquel
e cobalto. Normalmente, usa o catalisador S-405, licenciado pela empresa
Aerojet Rocketdyne desde o ano de 2003 no mercado estadunidense, sendo
composto com 32% de irídio suportado com alumínio Al 2O3 (WILFRIED et al.,
2009 VIEIRA et al., 2003).
Existem muitos outros tipos de oxidantes com produtos químicos diferentes
foram analisados e testados como propelentes. Alguns combustíveis líquidos
aplicados em motores de foguete em projetos experimentais como anilina, álcool
furfurílico, xilidina, gasolina, hidrato de hidrazina, borohidretos, álcool metílico e / ou
etílico, amônia e algumas misturas.

REFERÊNCIAS

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https://www.aeroflap.com.br/vergeltungswaffe-v2-o-foguete-da-vinganca.
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BIN, Wan Muhammad Amir. Design of a spacecraft prototype for interstellar
travel using existing methods of propulsion. Trabalho de Conclusão de
Curso. Universitat Politècnica de Catalunya. 2021.
BLACK ARROW. https://www.gov.uk/government/news/50-years-since-black-
arrow-launched-the-uk-into-space. Acessado em: 24 de nov. de 2021
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2002.

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HAIDN, Oskar; LUX, Johannes. Flame stabilization in high-pressure liquid
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SCHMIDT, Eckart Walter. Hydrazine and Its Derivatives: Preparation,


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16840, 2019.

Astronáutica

Ciência que se dedica à exploração do espaço cósmico, a história da


astronáutica no século XX pode ser dividida em três períodos: o das
descobertas realizadas até o fim da II Guerra Mundial, o da corrida espacial
entre EUA e URSS e o dos projetos pós-Guerra Fria.

Entre as descobertas realizadas até 1945 destacam-se as primeiras tentativas


de fazer voar foguetes espaciais. Esses aparelhos experimentais foram criados
com base na ideia de atacar adversários com mísseis, como os famosos V-1 e
V-2 alemães. É assim que nascem os lançadores de satélites e de naves
espaciais de hoje.

Durante a corrida espacial, a longa disputa entre EUA e URSS resulta em


grandes avanços científicos e tecnológicos, especialmente nas áreas da
aeronáutica, de telecomunicações e de produção de armamentos.

A disputa começa de fato em 1957, ano em que os soviéticos lançam o Sputnik


1, primeiro satélite artificial a entrar em órbita. Um mês depois sobe o primeiro
ser vivo, a cadela Laika, a bordo do Sputnik 2.

A reação dos EUA vem em 1958, com a criação da Nasa, responsável pelo
programa espacial norte-americano. No mesmo ano ela lança seu primeiro
satélite artificial, o Explorer 1.

Nos anos seguintes, as duas potências investem em projetos pioneiros de


exploração da Lua (pela nave russa Luna) e de reconhecimento dos planetas
Vênus (pela russa Venera e pela norte-americana Mariner), Marte e Mercúrio
(pela norte-americana Mariner).

Conquista da Lua – A década de 60 começa com um novo objetivo – o de


colocar o homem no espaço. A URSS sai novamente na frente. Faz a primeira
viagem tripulada, a de Iuri Gagárin, em 1961, e seis anos depois lança a Soyuz
1, um projeto experimental para levar um homem à Lua. Mas a conquista da
Lua, ponto culminante da corrida espacial, é realizada pelos EUA em 1969.

No dia 20 de julho, o módulo lunar Eagle, da nave Apollo 11, pousa no satélite
e o astronauta Neil Armstrong (1930-) torna-se o primeiro homem a pisar em
outro corpo celeste. A bandeira dos EUA é fincada no solo lunar, simbolizando
esse importantíssimo passo norte-americano na corrida espacial.

Após a conquista da Lua, a prioridade da exploração do espaço passa a ser a


pesquisa científica e tecnológica, viabilizada com a construção de estações e
ônibus espaciais e com o lançamento de sondas espaciais.

Estações espaciais – Em 19 de abril de 1971, os soviéticos lançam sua


primeira estação orbital, a Salyut, na qual são realizados vários tipos de
pesquisa científica na ausência da gravidade. A contrapartida norte-americana
é a Skylab, lançada em maio de 1973 e desativada em 1979.

Em 1986, os soviéticos realizam o mais sério esforço, e o único até agora, para
efetivamente estabelecer grupos de homens no espaço: colocam em órbita a
estação orbital permanente Mir. Ela continua no espaço até hoje, viabilizando
nesses 12 anos de operação a permanência de diversos astronautas em órbita
por períodos longos, de até um ano, e supera inúmeros acidentes.

Em junho de 1997 acontece o décimo e mais grave acidente na estação, então


ocupada por dois astronautas russos e um norte-americano. A nave de
suprimentos não tripulada Progress choca-se com a Mir durante manobras de
acoplamento. O acidente provoca 10% de despressurização, reduz em 50% o
fornecimento de energia e dificulta a comunicação com a Terra

Ônibus espaciais – Na década de 70, os projetos mais importantes têm a ver


com a exploração dos grandes planetas externos do sistema solar. Um por um,
os mundos distantes são esquadrinhados espetacularmente pelas sondas
norte-americanas Voyager.

A Voyager 1, lançada em 1977, visitou Júpiter e Saturno, e a Voyager 2, que


partiu no mesmo ano, atingiu Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Atualmente,
ambas se encontram fora do sistema solar.

No início da década de 80, os EUA desenvolvem seu projeto de ônibus


espacial, o Space Shuttle, idealizado para facilitar as viagens tripuladas entre a
Terra e as estações orbitais, para missões de lançamento, reparo e remoção
de satélites artificiais e para pesquisas científicas.

O programa é inaugurado em abril de 1981, com o lançamento do Columbia, e


interrompido em 1986, por causa de um acidente com o segundo ônibus da
série, o Challenger. Ele explode tragicamente ao partir para a décima missão e
leva à morte os sete tripulantes. Dois anos e meio depois, o programa é
retomado com o ônibus espacial Discovery.

Sondas espaciais – PROJETOS PÓS-GUERRA FRIA – Os anos após o fim


da Guerra Fria foram pouco produtivos para a astronáutica. As potências
mundiais sofreram com a recessão econômica e, na redefinição os objetivos
estratégicos, a competição espacial ficou em segundo plano.
Apesar disso, há alguns projetos de grande porte, com destaque para o
telescópio espacial Hubble, a nave Galileu, a Estação Espacial Internacional
Alpha, a exploração de Marte e o Neat.

Telescópio espacial Hubble – É lançado pelos EUA em 1990 para observar e


fotografar objetos astronômicos jamais vistos, como estrelas em formação e
novas galáxias. Tem alcance de 14 bilhões de anos-luz (1 ano-luz equivale a 
9,5 trilhões de km).

Em 1997 sofre sua segunda reforma (a primeira foi em 1993), que o coloca em
uma órbita 15 km mais alta, a 625 km da Terra. Ganha maior precisão, sendo
capaz de captar imagens de objetos mais distantes e de observar melhor um
buraco negro.

Nave Galileu – A exploração do sistema solar entra em nova era com o


lançamento da nave Galileu em 1989. Com 2,5 t, ela percorre a órbita da Terra,
da Lua e de Vênus até chegar a Júpiter, em dezembro de 1995. Para vencer os
780 milhões de km que separam este planeta da Terra, a nave aproveita a
força gravitacional de outros astros. Ao chegar a Júpiter, ela penetra a
atmosfera do planeta e lança a sonda Galileu, de 355 kg.

Durante 75 minutos, a Nasa recebe informações sobre a estrutura e a


composição da atmosfera até a sonda ser destruída pela enorme pressão
atmosférica. A nave, porém, continua a pesquisa dos satélites de Júpiter – Io,
Ganimedes, Calisto e Europa. Um dos resultados, divulgado em 1997, confirma
a existência de um imenso oceano debaixo da superfície congelada de Europa.

Estação Espacial Internacional Alpha (Issa) – Com o envelhecimento da


estação russa Mir, surgiu a ideia de estabelecer uma segunda base
permanente de pesquisa no espaço. Começou assim o esforço para montar a
Issa, que é um programa coletivo, envolvendo a Federação Russa, os EUA, o
Canadá, a Europa e o Japão. O Brasil e outros países pobres também
participam.

A primeira etapa dessa cooperação começou em 1995, com o acoplamento do


ônibus espacial norte-americano Atlantis à Mir, formando o maior complexo
espacial já colocado em órbita.

Exploração de Marte – Em julho de 1997, a sonda Mars Pathfinder pousa em


Marte. Lançada pela Nasa, tem o objetivo principal de pesquisar a atmosfera e
o solo do planeta, além de verificar se existiu água na forma líquida, uma das
condições para a vida em Marte.

A sonda leva consigo um pequeno robô, o Sojourner, uma espécie de triciclo


movido a luz solar e equipado com uma câmera de televisão, seis rodas, garras
metálicas e suspensão adaptável a qualquer tipo de terreno. Manobrado da
Terra, a mais de 190 milhões de km, recolhe amostras do solo e envia os
dados de volta à Terra. Essa missão deve estender-se até 2005. Em setembro
de 1997, a sonda Mars Global Surveyor entra na órbita de Marte para realizar a
cartografia de todo o planeta e um estudo do clima.
Neat – Sigla em inglês para Programas de Rastreamento de Asteroides
Próximos da Terra. O projeto pretende estudar as órbitas de cometas e
asteroides que apresentam risco de colisão com a Terra. Entre os
observatórios envolvidos destacam-se o de Steward, no sul do Arizona, desde
1989, e o da ilha de Maui, no Havaí, instalado em 1995.
Foguetes

Gênero de motor capaz de gerar maior potência em proporção ao seu tamanho


do que qualquer outro tipo de motor conhecido. Um foguete pode produzir
cerca de 3 mil vezes mais potência do que um motor de automóvel do mesmo
tamanho. O nome foguete é empregado também para indicar o veículo
impulsionado por um motor a foguete.

O homem utiliza foguetes de dimensões variadas. Foguetes de 15 a 30 m


transportam gigantescos mísseis para atingir alvos inimigos distantes.
Foguetes maiores e mais possantes colocam ônibus espaciais, sondas e
satélites feitos pelo homem em órbita ao redor da Terra. O foguete Saturno V,
que levou a nave Apolo XI com os astronautas que pisaram pela primeira vez
na Lua, possuía mais de 110 m de altura na posição vertical.

Como os foguetes funcionam


Uma lei fundamental do movimento, descoberta no séc. XVII pelo cientista
inglês Isaac Newton, explica como os foguetes funcionam. Essa lei, da ação e
reação, determina que a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido
contrário. Ela explica, por exemplo, porque quando o ar escapa de uma bexiga
de borracha pelo bocal, ela sai voando no sentido contrário. Um poderoso
foguete funciona mais ou menos da mesma forma.

Um foguete queima combustível especial em uma câmara de combustão


(queimação) e gera um gás que se expande rapidamente. O gás sai pela parte
de baixo do foguete por um tubo, o ejetor, que o impulsiona para cima. Essa
força que lança o foguete é chamada empuxo.

Propelente dos Foguetes

Os foguetes queimam uma combinação de substâncias químicas denominada


propelente. Este consiste de um combustível, como gasolina, querosene ou
hidrogênio líquido; e um oxidante (substância que fornece oxigênio), como
tetróxido de nitrogênio ou oxigênio líquido. O oxidante fornece o oxigênio
necessário ao combustível para inflamar. Esse suprimento possibilita ao
foguete funcionar no espaço onde não há oxigênio.

A maior parte do propelente é consumida durante os primeiros minutos de voo.


Durante esse período, a velocidade do foguete é reduzida pelo atrito do ar, pela
gravidade e pelo peso do propelente. No espaço, nenhum atrito do ar age
sobre o foguete, que é atraído para a Terra pela gravidade. Mas à medida que
ele se afasta do chão, essa atração decresce. E quanto mais ele queima o
propelente, mais o peso que carrega se torna menor.

Foguetes de Multiestágios

Consistem de duas ou mais seções denominadas estágios. Cada estágio é um


motor-foguete com propelente. Os engenheiros criaram foguetes de
multiestágios para voos de longa duração no espaço.

Um foguete de multiestágios alcança velocidades superiores porque se desfaz


dos estágios cujo propelente já foi consumido. O primeiro estágio, chamado
booster (partida), lança o foguete. Após o primeiro estágio ter consumido seu
propelente, o veículo deixa cair essa seção e aciona automaticamente o motor
do segundo estágio. O foguete prossegue usando um estágio após o outro. Os
estágios que se desprendem caem no mar, em um local previamente
calculado.

Lançamento de um Foguete.

Foguetes espaciais exigem locais de lançamento especialmente equipados e


preparados. Toda a atividade de lançamento concentra-se em torno da
plataforma de lançamento.

Tipos de foguete
Há quatro espécies fundamentais de foguetes: foguetes de propelente sólido,
de propelente líquido, elétricos e nucleares.

Foguetes de Propelente Sólido

Queimam um combustível e um oxidante em forma sólida. Ao contrário de


alguns propelentes líquidos, o combustível e o oxidante de um propelente
sólido não inflamam em contato um com o outro. O propelente tem de ser
inflamado pela combustão de uma pequena carga de pólvora, ou pela reação
química de um composto líquido de cloro espalhado na mistura.

Os propelentes sólidos queimam mais depressa que os demais, mas produzem


menos força de impulsão. Eles permanecem eficazes durante longos períodos
de armazenagem e apresentam menor perigo de explosão antes de
inflamados. Não exigem o equipamento para bombear e misturar, utilizado para
os propelentes líquidos. Por outro lado, uma vez que a queima de um
propelente sólido começa, é difícil detê-la. Eles são usados principalmente por
foguetes das forças armadas.

Foguetes de Propelente Líquido

Queimam uma mistura de combustível e oxidante sob forma líquida,


transportados em tanques separados. Um sistema de canalização e válvulas
alimenta a câmara de combustão com os dois elementos propelentes. O
combustível ou o oxidante corre por fora da câmara antes de se misturar com o
outro elemento. Esse fluxo esfria a câmara de combustão e pré-aquece o
elemento propelente para facilitar sua combustão.

Métodos de alimentação da câmara de combustão pelo combustível e o


oxidante compreendem o emprego de bombas ou gás sob alta pressão. O
método mais comum utiliza bombas. O gás produzido pela queima de uma
pequena porção do propelente aciona as bombas, o que obriga o combustível e
o oxidante a entrarem na câmara. Pelo outro método, o gás altamente
comprimido força o combustível e o oxidante para dentro da câmara.

Alguns propelentes líquidos são auto-inflamáveis quando o combustível e o


oxidante entram em contato. A maior parte dos propelentes líquidos, contudo,
exige um sistema de ignição. Uma centelha elétrica ou a queima de uma
pequena quantidade de propelente sólido na câmara de combustão pode dar
início ao processo. Propelentes líquidos continuam a queimar enquanto a
mistura de combustível e oxidante flui para o interior da câmara de combustão.

Os propelentes líquidos queimam mais devagar do que os sólidos e produzem


maior impulsão. Também é mais fácil iniciar e deter a queima dos propelentes
líquidos do que a dos sólidos. A queima pode ser controlada pela abertura ou
fechamento de válvulas. Mas os propelentes líquidos são de difícil manuseio e
armazenagem. Se os elementos propelentes se misturam sem se inflamar,
pode haver uma explosão. Propelentes líquidos também impõem uma
construção mais complexa do foguete do que os propelentes sólidos. Os
cientistas utilizam foguetes de propelente líquido na maior parte dos veículos
de lançamento espacial. O oxigênio e o hidrogênio liquefeitos são os
combustíveis líquidos mais comuns.

Foguetes Elétricos

Usam força elétrica para produzir impulso. Podem funcionar durante muito mais
tempo do que outros foguetes, mas produzem menos força de impulsão.

Foguetes Nucleares

Aquecem o combustível com um reator nuclear, máquina que gera energia


desintegrando os átomos. O combustível aquecido torna-se um gás quente em
rápida expansão. Esses foguetes podem produzir o dobro ou o triplo da
potência de um foguete que queima propelente sólido ou líquido. Mas
problemas relacionados à segurança ainda não permitiram seu total
desenvolvimento.
Novo Combustível para Foguetes
Postado 12 anos atrás
por em Ciência

Combustível Sólido
Os primeiros foguetes usavam combustível sólido e tinham como principal
característica usar um propulsor sólido com óleo combustível oxidante. Nesses
foguetes o combustível funcionava junto com pólvora que já foi muito usada
pelos chineses nas guerras do século XIII.

Até o século XX todos os foguetes utilizavam algum tipo de enchimento ou


propelente sólido. Teve um momento em que se descobriu que o combustível
líquido e o híbrido eram mais eficientes do que o sólido. Essas opções eram
mais controláveis, contudo, os foguetes sólidos ainda são muito usados no
modelismo e em aplicações maiores em que oferecem mais facilidade.

Foguetes de Combustível Sólido na Exploração


do Espaço
Ainda são usados foguetes de combustível sólido na exploração espacial
moderna, no entanto, devido a características como poder ficar armazenados
por um longo período e serem lançados sem muita preparação também são
usados para fins militares como mísseis, por exemplo. Hoje em dia os foguetes
de combustível sólido não são usados como propulsor principal para realização
de exploração do espaço, contudo, podem ser utilizados como foguetes
reforçadores (booster rockets).

Trinitramida – Novo Combustível Para Foguetes


A molécula Trinitramida foi descoberta recentemente e tem se mostrado uma
excelente opção de componente para o combustível de uma nova e
reformulada geração de foguetes que oferece muito mais eficiência. A
revolução proporcionada por essa molécula fica mais clara quando ficamos a
par da regra da indústria aeroespacial de que a cada 10% de melhoria que é
feita na eficácia do combustível a carga útil dos foguetes é dobrada. Dessa
forma os foguetes passam a poder levar o dobro de carga para o espaço.
Conforme avaliações preliminares é possível que um combustível que use a
Trinitramida como base se mostre de 20 a 30% mais eficaz do que os
combustíveis que são usados nos foguetes disponíveis atualmente. A
descoberta da Trinitramida se deu no Instituto Real de Tecnologia (KTH) que
fica localizado na Suécia.

Óxidos de Nitrogênio
Devemos ainda levar em consideração que não é sempre que cientistas
descobrem uma nova molécula dentre os óxidos de nitrogênio. A descoberta
aconteceu de uma forma um tanto casual já que se deu durante um
experimento em que os cientistas estavam usando cálculos de química
quântica para estudar a quebra de um composto quando encontraram essa
molécula que poderia ser estável.
Essa molécula é quimicamente especial porque é composta somente de
nitrogênio e oxigênio. Até hoje somente oito compostos assim se tornaram
conhecidos e grande parte deles tinha sido descoberta no século XVIII. Além
disso, a Trinitramida é o maior de todos os óxidos de nitrogênio. A fórmula
molecular é N(NO2)3 e sua forma lembra uma hélice.

Combustível Verde
Além de tudo o que já destacamos de interessante a respeito do combustível
feito a base de Trinitramida ainda tem o detalhe de que ele é bem menos
danoso ao meio ambiente uma vez que tem apenas oxigênio e nitrogênio. Para
se ter uma ideia em cada lançamento de ônibus espaciais os seus dois
foguetes laterais (que fazem uso de combustível sólido) fazem a liberação de
550 toneladas de ácido clorídrico na atmosfera.
No entanto, há que se ter calma já que os cientistas conseguiram produzir
somente uma quantidade bem pequena desse novo composto e dentro de um
tubo de ensaio. A quantidade foi o bastante somente para uma análise
completa. Para os cientistas ainda existe a dúvida se o composto pode se
manter na forma estável.

Combustível Revolucionário Brasileiro


No dia 1º de setembro de 2015 às 23h foi feito o lançamento do primeiro
foguete brasileiro usando combustível líquido. O lançamento foi feito no Centro
de Lançamento de Alcântara (CLA). A objetivo principal dessa missão era fazer
o teste do motor L5 que foi desenvolvimento completamente no Brasil e
também do seu combustível que é composto de etanol e oxigênio líquido para
dar propulsão.
Esse foguete é de sondagem suborbital o que significa que ele não ultrapassa
a atmosfera da Terra. O voo teve um período total de três minutos e 34
segundos em que o VS-30 fez um movimento de parábola até que culminou
caindo no mar como havia sido previsto.

Para garantir total segurança dessa missão a Marinha coordenou o isolamento


do tráfego marítimo e fez a comunicação com os navegantes. Essa missão foi
muito importante porque o combustível líquido que é usado por boa parte dos
programas espaciais do mundo acabará substituindo com diversas vantagens
os propulsores sólidos que são usados até hoje no VLS-1 (Veículo Lançador de
Satélites) que faz parte do Programa Espacial Brasileiro.

O Brasil no Desenvolvimento de Combustível


Quando observamos os programas espaciais de países como China e Índia
percebemos que o Brasil está apenas no início do caminho para a criação de
propulsão líquida para os seus foguetes. Para se ter uma ideia os maiores
satélites são postos em órbita usando motores de combustível líquido.

O Motor L5
A criação desse motor resultou de anos de muito trabalho no Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) que tem ligação com o comando da
Aeronáutica. O teste do primeiro motor L5 no Brasil foi bom já que usou
condições de pressão e temperatura condizentes com a realidade.

Propulsão Líquida
A busca pela propulsão líquida se justifica pelo fato de que acarreta em
inúmeras vantagens como a melhoria de precisão da inserção em órbita de
maneira que libera mais energia de impulsão e assim as câmaras de
combustão se tornam mais leves o que dá mais força para o foguete reduzindo
então o seu peso.

Em teoria acredita-se que será possível substituir o combustível sólido de


maneira que seja possível dobrar então a carga útil do lançador VLS-1. Isso
significa poder aumentar o conjunto de módulo e satélite. A decolagem do VS-
30 V13 aconteceu através de um propulsor de combustível sólido que estava
programado para desprender do foguete em 124 segundos.

Depois disso uma carga composta de nitrogênio gasoso acionou o estágio


propulsor de combustível líquido (EPL) de maneira a enviar o etanol e o
oxigênio líquido para o motor L5 de maneira a converter a energia química para
força de propulsão.

Pum, o combustível para Foguete 100% natural!


Novo Combustível para Foguete

https://www.culturamix.com/cultura/ciencia/novo-combustivel-para-foguetes/
Como os foguetes são usados
O homem utiliza foguetes com o objetivo principal de obter transporte de alta
velocidade dentro da atmosfera terrestre e no espaço. Os foguetes são
especialmente valiosos para utilização militar, para pesquisas atmosféricas,
para lançamento de sondas e de satélites e para viagens espaciais.

Emprego Militar

Os foguetes usados pelos militares variam em dimensão, desde os pequenos


rojões de campanha a gigantescos mísseis capazes de atravessar oceanos.
Bazuca é o nome dado a um pequeno lança-rojão levado por soldados e
empregado contra viaturas blindadas. Um homem portando uma bazuca tem
tanto poder ofensivo quanto um pequeno carro-de-combate. Os exércitos
empregam foguetes maiores para lançar explosivos contra as linhas inimigas e
para abater aeronaves.

Aviões de caça transportam mísseis dirigidos para abater aviões e alvos no


chão. Navios de guerra usam mísseis dirigidos para atacar navios, alvos
terrestres e aviões. Um dos mais importantes empregos militares dos foguetes
é a propulsão de mísseis de grande alcance, que podem percorrer milhares de
quilômetros até bombardear um alvo inimigo com explosivos.

Pesquisa Atmosférica

Cientistas utilizam foguetes para explorar a atmosfera terrestre. Foguetes-


meteorológicos transportam equipamentos, como barômetros, termômetros e
câmaras, a grandes altitudes na atmosfera. Esses instrumentos colhem
informações sobre a atmosfera e enviam-nas por rádio para aparelhos
receptores na Terra.

Lançamento de Sondas e Satélites

Foguetes transportam equipamentos de pesquisa, chamados sondas, em


longas viagens destinadas a explorar o sistema solar. As sondas podem reunir
informações sobre a lua e os planetas, descrevendo uma órbita em torno deles
ou pousando em sua superfície.

Os foguetes também colocam satélites artificiais em órbita ao redor da Terra.


Alguns deles reúnem informações para pesquisa científica. Outros servem para
as telecomunicações, retransmitindo imagens e sons de um ponto da Terra
para o outro. As forças armadas empregam satélites para comunicações e para
defesa contra eventuais ataques de surpresa por mísseis. Elas também
utilizam satélites para observar e fotografar o lançamento de mísseis em
posições inimigas.
Viagens Espaciais

Os foguetes proporcionam potência para as espaçonaves que entram em órbita


ao redor da Terra e viajam até a Lua e outros planetas. Os primeiros veículos
de lançamento espacial foram foguetes militares ou de sondagem que os
engenheiros modificaram ligeiramente a fim de transportar uma espaçonave.

Curiosidades
Embora um foguete possa produzir grande potência, queima combustível muito
rapidamente. Por isso, precisa dispor de uma enorme quantidade de
combustível para funcionar, mesmo que por pouco tempo. O Saturno V, por
exemplo, queimou mais de 2.120.000 litros de combustível durante os
primeiros 2min45s de voo.

Os foguetes ficam muito aquecidos ao queimarem o combustível. As


temperaturas de alguns ultrapassam 3.300°C, cerca do dobro da temperatura a
que o aço é fundido. Por isso, a pesquisa por materiais mais resistentes é
incessante.

O homem vem usando foguetes há centenas de anos. No séc. XIII, soldados


chineses dispararam foguetes rudimentares, feitos com pedaços de bambus e
impulsionados por pólvora, contra exércitos inimigos. Na Segunda Guerra
Mundial, a Alemanha atacou Londres com foguetes revolucionários, os V-2. O
desenvolvimento desse modelo pelos norte-americanos deu origem aos
foguetes espaciais e aos modernos mísseis que atingem velocidades muito
superiores à do som.

Os cientistas empregam foguetes para explorar e pesquisar a atmosfera e o


espaço. Desde 1957, esses artefatos têm colocado em órbita centenas de
satélites, que tiram fotografias e recolhem dados para estudo científico. Os
foguetes proporcionam a força para os voos espaciais do homem, iniciados em
1961.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

https://www.coladaweb.com/curiosidades/foguetes
Das armas às viagens espaciais: a evolução do foguete

A evolução do foguete tornou-o uma ferramenta indispensável na exploração


do espaço. Durante séculos, os foguetes forneceram usos cerimoniais e de
guerra, começando com os antigos chineses , os primeiros a criar foguetes. O
foguete aparentemente fez sua estreia nas páginas da história como uma
flecha de fogo usada pelos Tártaros Chin em 1232 DC para lutar contra um
ataque mongol a Kai-feng-fu.

A linhagem dos foguetes imensamente maiores agora usados como veículos


de lançamento espacial é inconfundível. Mas, durante séculos, os foguetes
foram em sua maioria bastante pequenos e seu uso se restringiu
principalmente a armamentos, a projeção de cordas salva-vidas em
salvamentos marítimos, sinalização e exibição de fogos de artifício. Somente
no século 20 surgiu uma compreensão clara dos princípios dos foguetes, e só
então a tecnologia dos grandes foguetes começou a evoluir. Assim, no que diz
respeito aos voos espaciais e às ciências espaciais, a história dos foguetes até
o início do século 20 foi em grande parte um prólogo.

Experiências iniciais
Durante todo o século 13 ao 18, houve relatos de muitos experimentos com
foguetes. Por exemplo, Joanes de Fontana da Itália projetou um torpedo
movido a foguete de superfície para colocar fogo em navios inimigos. Em 1650,
um especialista em artilharia polonês, Kazimierz Siemienowicz, publicou uma
série de desenhos de um foguete encenado. Em 1696, Robert Anderson, um
inglês, publicou um tratado em duas partes sobre como fazer moldes para
foguetes, preparar os propelentes e realizar os cálculos.

Sir William Congreve


Durante a introdução inicial dos foguetes na Europa, eles eram usados apenas
como armas. As tropas inimigas na Índia repeliram os britânicos com foguetes.
Mais tarde, na Grã-Bretanha, Sir William Congreve desenvolveu um foguete
que podia disparar a cerca de 2.700 metros. Os britânicos dispararam foguetes
Congreve contra os Estados Unidos na Guerra de 1812. Francis Scott Key
cunhou a frase "o brilho vermelho do foguete depois que os britânicos
dispararam foguetes Congreve contra os Estados Unidos. O foguete
incendiário de William Congreve usava pólvora negra, uma caixa de ferro e um
bastão guia de 5 metros. Congreve usou um bastão guia de 5 metros para
ajudar a estabilizar seu foguete. William Hale, outro inventor britânico, inventou
o foguete sem bastão em 1846. O exército dos EUA usou o foguete Hale há
mais de 100 anos no guerra com o México. Os foguetes também foram usados
de forma limitada na Guerra Civil.

Durante o século 19, entusiastas e inventores de foguetes começaram a


aparecer em quase todos os países. Algumas pessoas pensaram que esses
primeiros pioneiros dos foguetes eram gênios, e outras pensaram que eles
eram loucos. Claude Ruggieri, um italiano que mora em Paris, aparentemente
lançou pequenos animais para o espaço já em 1806. As cargas foram
recuperadas por paraquedas. Já em 1821, os marinheiros caçavam baleias
usando arpões propelidos por foguetes. Esses arpões de foguete foram
lançados de um tubo de ombro equipado com um escudo de explosão circular.

Alcançando as estrelas
No final do século 19, soldados, marinheiros, inventores práticos e não tão
práticos desenvolveram uma aposta em foguetes. Teóricos habilidosos, como
Konstantian Tsiolkovsky na Rússia, estavam examinando as teorias científicas
fundamentais por trás dos foguetes. Eles estavam começando a considerar a
possibilidade de viagens espaciais. Quatro pessoas foram particularmente
significativas na transição dos pequenos foguetes do século 19 para os
colossos da era espacial: Konstantin Tsiolkovsky na Rússia, Robert Goddard
nos Estados Unidos e Hermann Oberth e Wernher von Braun na Alemanha.

Preparação e tecnologia de foguetes


Os primeiros foguetes tinham um único motor, que funcionava até ficar sem
combustível. A melhor maneira de alcançar grande velocidade, entretanto, é
colocar um pequeno foguete em cima de um grande e dispará-lo após o
primeiro ter queimado. O exército dos Estados Unidos, que depois da guerra
utilizou V-2 capturados para voos experimentais na alta atmosfera, substituiu a
carga por outro foguete, neste caso, um "WAC Corporal", que foi lançado do
topo da órbita. Agora o V-2 queimado, pesando 3 toneladas, poderia ser
lançado e, usando o foguete menor, a carga alcançou uma altitude muito maior.
Hoje, é claro, quase todos os foguetes espaciais usam vários estágios,
descartando cada estágio vazio queimado e continuando com um booster
menor e mais leve. Explorador 1, o primeiro satélite artificial dos Estados
Unidos lançado em janeiro de 1958, usava um foguete de 4 estágios. Até o
ônibus espacial usa dois grandes propulsores de combustível sólido que são
lançados depois de queimados.

A história do foguete V-2 e Wernher Von Braun


07 Nov, 2020
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Foguetes e mísseis podem servir como sistemas de armas que lançam ogivas
explosivas aos alvos por meio de propulsão de foguetes. "Foguete" é um termo
geral que descreve qualquer míssil de propulsão a jato que é empurrado para a
frente a partir da ejeção de matéria para trás, como gases quentes.

Foguetes foi originalmente desenvolvido na China quando fogos de artifício e


pólvora foram inventados. Hyder Ali, príncipe de Mysore, na Índia, desenvolveu
os primeiros foguetes de guerra na 18 ª século, utilizando cilindros de metal
para segurar o pó de combustão necessária para a propulsão.

O primeiro foguete A-4 


Então, finalmente, veio o foguete A-4. Mais tarde chamado de V-2, o A-4 era
um foguete de estágio único desenvolvido pelos alemães e movido a álcool e
oxigênio líquido. Ele tinha 46,1 pés de altura e um empuxo de 56.000 libras. O
A-4 tinha capacidade de carga útil de 2.200 libras e podia atingir a velocidade
de 3.500 milhas por hora.

O primeiro A-4 foi lançado de Peenemunde, Alemanha, em 3 de outubro de


1942. Ele atingiu uma altitude de 60 milhas, quebrando a barreira do som. Foi o
primeiro lançamento mundial de um míssil balístico e o primeiro foguete a ir
para as periferias do espaço.

O início do foguete
Clubes de foguetes surgiram por toda a Alemanha no início dos anos 1930. Um
jovem engenheiro chamado Wernher von Braun juntou-se a uma delas, a
Verein fur Raumschiffarht ou Rocket Society.

Os militares alemães estavam procurando por uma arma que não violasse o
Tratado de Versalhes da Primeira Guerra Mundial, mas defenderia seu país. O
capitão da artilharia  Walter Dornberger  foi designado para investigar a
viabilidade do uso de foguetes. Dornberger visitou a Rocket Society.
Impressionado com o entusiasmo do clube, ele ofereceu a seus membros o
equivalente a US $ 400 para construir um foguete. 

Von Braun trabalhou no projeto durante a primavera e o verão de 1932, mas o


foguete falhou quando foi testado pelos militares. Mas Dornberger ficou
impressionado com von Braun e o contratou para liderar a unidade militar de
artilharia de foguetes. Os talentos naturais de Von Braun como líder brilharam,
bem como sua capacidade de assimilar grandes quantidades de dados,
mantendo o panorama geral em mente. Em 1934, von Braun e Dornberger
tinham uma equipe de 80 engenheiros no local, construindo foguetes em
Kummersdorf, cerca de 60 milhas ao sul de Berlim. 

Uma nova instalação


Com o sucesso do lançamento de dois foguetes, Max e Moritz, em 1934, a
proposta de von Braun de trabalhar em um dispositivo de decolagem assistida
a jato para bombardeiros pesados e caças totalmente foguetes foi concedida.
Mas Kummersdorf era pequeno demais para a tarefa. Uma nova instalação
teve que ser construída.

Peenemunde, localizada na costa do Báltico, foi escolhida como o novo local.


Peenemunde era grande o suficiente para lançar e monitorar foguetes em
alcances de até cerca de 200 milhas com instrumentos de observação óticos e
elétricos ao longo da trajetória. Sua localização não oferecia risco de ferir
pessoas ou bens.

O A-4 se torna o A-2


A essa altura, Hitler havia assumido o controle da Alemanha e Herman Goering
governava a Luftwaffe. Dornberger realizou um teste público do A-2 e foi bem-
sucedido. O financiamento continuou a fluir para a equipe de von Braun, que
passou a desenvolver o A-3 e, finalmente, o A-4.

Hitler decidiu usar o A-4 como uma "arma de vingança" em 1943, e o grupo se
viu desenvolvendo o A-4 para fazer chover explosivos em Londres. Quatorze
meses depois que Hitler ordenou a produção, em 7 de setembro de 1944, o
primeiro A-4 de combate - agora chamado de V-2 - foi lançado na Europa
Ocidental. Quando o primeiro V-2 atingiu Londres, von Braun comentou com
seus colegas: "O foguete funcionou perfeitamente, exceto por pousar no
planeta errado."

O destino da equipe
A SS e a Gestapo acabaram prendendo von Braun por crimes contra o estado
porque ele insistiu em falar sobre a construção de foguetes que orbitariam a
Terra e talvez até iriam à lua. Seu crime foi ceder a sonhos frívolos, quando
deveria estar se concentrando na construção de foguetes-bomba maiores para
a máquina de guerra nazista. Dornberger convenceu a SS e a Gestapo a
libertar von Braun porque não haveria V-2 sem ele e Hitler mandaria fuzilar
todos eles.

Quando voltou a Peenemunde, von Braun imediatamente reuniu sua equipe de


planejamento. Ele pediu que decidissem como e a quem deveriam se render. A
maioria dos cientistas tinha medo dos russos. Eles achavam que os franceses
os tratariam como escravos e os britânicos não tinham dinheiro suficiente para
financiar um programa de foguetes. Restavam os americanos.

Von Braun roubou um trem com documentos falsos e acabou levando 500
pessoas através da Alemanha dilacerada pela guerra para se renderem aos
americanos. As SS receberam ordens para matar os engenheiros alemães, que
esconderam suas notas em um poço de mina e fugiram de seu próprio exército
enquanto procuravam pelos americanos. Finalmente, a equipe encontrou um
soldado americano e se rendeu a ele.

Os americanos foram imediatamente para Peenemunde e Nordhausen e


capturaram todas as partes V-2 e V-2 restantes. Eles destruíram os dois
lugares com explosivos. Os americanos trouxeram mais de 300 vagões
carregados com peças de reposição V-2 para os EUA

Muitos membros da equipe de produção de von Braun foram capturados pelos


russos.

Fogos de artifício chineses


Desenvolvido no segundo século AEC, pelos antigos chineses, fogos de
artifício são a forma mais antiga de foguete e o modelo mais simplista de
foguete. Preliminando o foguete de combustível líquido, os foguetes de
propelente sólido começaram com contribuições para o campo de cientistas
como Zasiadko, Constantinov e Congreve. Embora atualmente em um estado
mais avançado, foguetes de propelente sólido permanecem em uso
generalizado hoje, como visto em foguetes, incluindo os motores de reforço
duplo do ônibus espacial e os estágios de reforço da série Delta. Foguetes
movidos a líquido foram teorizados pela primeira vez por Tsiolkozski em 1896.
A HISTÓRIA SECRETA DO HOMEM QUE INVENTOU O
FOGUETE ESPACIAL
13 de agosto de 2017
2 Min Read
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Até pouco tempo, acreditava-se que o conceito científico de “viagens espaciais


propulsionadas por foguetes” tinha sido criado pelo russo Konstantin Tsiolkovsky e
pelo americano Robert Goddard entre o final do século XIX e início do século XX, que,
por sua vez, teriam se inspirado na obra de ficção científica “Da Terra à Lua”, do
escritor Júlio Verne.

Entretanto, um artigo recente, publicado pelo historiador espacial Robert


Godwin, afirma que em 1861, três décadas antes dos estudos de Tsiolkovsky e
Goddard, canadense-escocês William Leitch já teria aplicado corretamente os
princípios científicos para voos espaciais em um ensaio intitulado “Uma Viagem
Através do Espaço”.

O ensaio foi publicado em um jornal de Edimburgo, na Escócia, e,


posteriormente, passou a fazer parte do livro do mesmo autor “Glória de Deus
nos Céus”. Godwin observa que Leitch não apenas entendia a lei da ação e
reação de Newton, mas também como um foguete funcionaria de modo
eficiente no vácuo espacial; um fato que, inclusive, quase seis décadas depois,
foi motivo de ridicularização para Goddard entre os céticos.

Os estudos de Leitch caíram no esquecimento depois da morte do cientista,


ainda muito jovem, e a falência do jornal que havia publicado seu estudo, em
1878. Com o resgate recente de Godwin, o nome de Leitch volta a ocupar o
lugar que merece na história dos voos espaciais.

Fonte: https://seuhistory.com/noticias/historia-secreta-do-homem-que-inventou-
o-foguete-espacial
Como funciona um foguete propelente sólido
04 Feb, 2019
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Foguetes de propelente sólido incluem todos os foguetes de fogos de artifício


mais antigos, no entanto, agora existem combustíveis, designs e funções mais
avançados com propelentes sólidos.

Os foguetes de propelente sólido foram inventados antes dos foguetes de


combustível líquido. O tipo de propelente sólido começou com contribuições
dos cientistas Zasiadko, Constantinov e Congreve . Agora em um estado
avançado, foguetes de propelente sólido permanecem em uso generalizado
hoje, incluindo os motores de reforço duplo do ônibus espacial e os estágios de
reforço da série Delta.

Como funciona um propelente sólido

A área de superfície é a quantidade de propelente exposta às chamas de


combustão interna, existindo em uma relação direta com o empuxo. Um
aumento na área de superfície aumentará o empuxo, mas reduzirá o tempo de
queima, uma vez que o propelente está sendo consumido em uma taxa
acelerada. O impulso ideal é normalmente constante, o que pode ser
alcançado mantendo uma área de superfície constante durante toda a queima.
Exemplos de projetos de grãos de área de superfície constante incluem:
queima de extremidade, queima de núcleo interno e núcleo externo e queima
de núcleo interno de estrela.

Vários formatos são usados para a otimização das relações de empuxo de


grãos, uma vez que alguns foguetes podem exigir um componente de empuxo
inicialmente alto para a decolagem, enquanto um empuxo inferior será
suficiente para seus requisitos de empuxo regressivo pós-lançamento. Padrões
complicados de núcleos de grãos, no controle da área exposta da superfície do
combustível do foguete, geralmente têm partes revestidas com um plástico não
inflamável (como o acetato de celulose). Este revestimento evita que as
chamas de combustão interna acendam aquela parte do combustível,
acendendo-se somente mais tarde, quando a queima atinge o combustível
diretamente.

Impulso Específico
Ao projetar o impulso específico do grão de propelente do foguete deve ser
levado em consideração, uma vez que pode ser a falha de diferença (explosão)
e um foguete de produção de empuxo otimizado com sucesso.

Foguetes modernos alimentados por sólidos


Vantagens desvantagens
 Uma vez que um foguete sólido é aceso, ele consumirá todo o seu
combustível, sem qualquer opção de desligamento ou ajuste de empuxo.
O foguete lunar Saturn V usou quase 8 milhões de libras de empuxo que
não seria viável com o uso de propelente sólido, exigindo um propelente
líquido de alto impulso específico.
 O perigo envolvido nos combustíveis pré-misturados de foguetes
monopropelentes, ou seja, às vezes, a nitroglicerina é um ingrediente.

Uma vantagem é a facilidade de armazenamento de foguetes de propelente


sólido. Alguns desses foguetes são pequenos mísseis, como Honest John e
Nike Hercules; outros são grandes mísseis balísticos, como Polaris, Sergeant e
Vanguard. Os propelentes líquidos podem oferecer melhor desempenho, mas
as dificuldades no armazenamento de propelentes e no manuseio de líquidos
perto do zero absoluto (0 graus Kelvin ) limitaram seu uso, incapaz de atender
às rigorosas demandas que os militares exigem de seu poder de fogo.

Foguetes alimentados por líquido foram teorizados pela primeira vez por
Tsiolkozski em sua "Investigação do Espaço Interplanetário por Meio de
Dispositivos Reativos", publicado em 1896. Sua ideia foi realizada 27 anos
depois, quando Robert Goddard lançou o primeiro foguete movido por líquido.

Foguetes movidos a líquido impulsionaram os russos e americanos na era


espacial com os poderosos foguetes Energiya SL-17 e Saturn V. As altas
capacidades de empuxo desses foguetes possibilitaram nossas primeiras
viagens ao espaço. O "passo gigante para a humanidade" que ocorreu em 21
de julho de 1969, quando Armstrong pisou na lua, foi possível graças ao
impulso de 3,6 milhões de quilos do foguete Saturno V.

Como funciona um propelente líquido


Dois tanques de metal mantêm o combustível e o oxidante, respectivamente.
Devido às propriedades desses dois líquidos, eles são normalmente
carregados em seus tanques antes do lançamento. Os tanques separados são
necessários, pois muitos combustíveis líquidos queimam ao entrar em contato.
Após uma sequência de lançamento definida, duas válvulas se abrem,
permitindo que o líquido flua pela tubulação. Se essas válvulas simplesmente
se abrissem, permitindo que os propelentes líquidos fluíssem para a câmara de
combustão, uma taxa de empuxo fraca e instável ocorreria, então uma
alimentação de gás pressurizado ou uma alimentação de turbobomba é usada.

O mais simples dos dois, a alimentação de gás pressurizado, adiciona um


tanque de gás de alta pressão ao sistema de propulsão. O gás, um gás não
reativo, inerte e leve (como o hélio), é mantido e regulado, sob intensa pressão,
por uma válvula / regulador.

A segunda solução, muitas vezes preferida, para o problema de transferência


de combustível é uma turbobomba. Uma bomba turbo é o mesmo que uma
bomba regular em função e desvia de um sistema pressurizado de gás
sugando os propelentes e acelerando-os para a câmara de combustão.

O oxidante e o combustível são misturados e inflamados dentro da câmara de


combustão e o empuxo é criado.

Oxidantes e combustíveis
Vantagens desvantagens
Infelizmente, o último ponto torna os foguetes de propelente líquido intrincados
e complexos. Um motor bipropelente líquido realmente moderno tem milhares
de conexões de tubulação que transportam vários fluidos de refrigeração,
abastecimento ou lubrificação. Além disso, as várias sub-partes, como a
turbobomba ou regulador, consistem em vertigens separadas de tubos, fios,
válvulas de controle, medidores de temperatura e suportes de suporte. Dadas
as muitas partes, a chance de uma função integral falhar é grande.

Como observado antes, o oxigênio líquido é o oxidante mais comumente


usado, mas também tem suas desvantagens. Para atingir o estado líquido
deste elemento, uma temperatura de -183 graus Celsius deve ser obtida -
condições nas quais o oxigênio evapora prontamente, perdendo uma grande
quantidade de oxidante apenas durante o carregamento. O ácido nítrico, outro
oxidante poderoso, contém 76% de oxigênio, está em seu estado líquido em
STP e tem um peso específico alto - todas as grandes vantagens. O último
ponto é uma medida semelhante à densidade e, à medida que aumenta,
aumenta também o desempenho do propelente. Porém, o ácido nítrico é
perigoso no manuseio (a mistura com água produz um ácido forte) e produz
subprodutos prejudiciais na combustão com combustível, portanto seu uso é
limitado.

Desenvolvidos no século II aC, pelos antigos chineses, os fogos de artifício são


a forma de foguete mais antiga e a mais simplista. Originalmente, os fogos de
artifício tinham fins religiosos, mas foram posteriormente adaptados para uso
militar durante a Idade Média na forma de "flechas flamejantes".

Durante os séculos X e XIII, os mongóis e os árabes trouxeram o principal


componente desses primeiros foguetes para o Ocidente: a pólvora . Embora o
canhão e a arma tenham se tornado os principais desenvolvimentos a partir da
introdução oriental da pólvora, também surgiram foguetes. Esses foguetes
eram essencialmente fogos de artifício aumentados que propeliam, além do
arco longo ou do canhão, pacotes de pólvora explosiva.

Durante as guerras imperialistas do final do século XVIII, o Coronel Congreve


desenvolveu seus famosos foguetes, que percorrem distâncias de quatro
milhas. O "brilho vermelho dos foguetes" (American Anthem) registra o uso da
guerra de foguetes, em sua forma inicial de estratégia militar, durante a batalha
inspiradora do Forte McHenry .

Como o Fireworks funciona


Um estopim (fio de algodão revestido com pólvora) é aceso por um fósforo ou
por um "punk" (uma vara de madeira com uma ponta incandescente
semelhante ao carvão). Este fusível queima rapidamente no núcleo do foguete,
onde incendeia as paredes de pólvora do núcleo interno. Como mencionado
antes, um dos produtos químicos da pólvora é o nitrato de potássio, o
ingrediente mais importante. A estrutura molecular deste produto químico,
KNO3, contém três átomos de oxigênio (O3), um átomo de nitrogênio (N) e um
átomo de potássio (K). Os três átomos de oxigênio presos nessa molécula
fornecem o "ar" que o fusível e o foguete usaram para queimar os outros dois
ingredientes, carbono e enxofre. Assim, o nitrato de potássio oxida a reação
química ao liberar facilmente seu oxigênio. Essa reação não é espontânea,
porém, e deve ser iniciada por calor, como a partida ou "punk".

Foguete

Você pode não reconhecer o nome dele, mas Jack Parsons teve um grande
papel em levar a humanidade ao espaço. Parsons foi um cientista de foguetes
que inventou o primeiro combustível de foguete de estado sólido fundido em
1942. Ele abriu o caminho para a produção em massa dos dispositivos que
lançariam seres humanos nas estrelas e abasteceriam as armas de guerra.
Juntamente com associados do Instituto de Tecnologia da Califórnia, ele fundou
o Jet Propulsion Laboratory, uma organização que abriu o caminho para a
NASA.

Velocidade de um Foguete Espacial é inacreditável

Eduard Mascarenhas 2 meses atrás 0 Comments 1.7 K

Foguete Espacial possui uma das mais altas tecnologias disponíveis pelo
homem, são centenas de profissionais da área de física, química, matemática
entre outras, tudo isso em uma só companhia trabalhando com cálculos que
precisam ser muito precisos além de pensar em muitas variáveis, possíveis
problemas e soluções rápidas, Foguete Espacial requer muita engenharia
envolvida além de um orçamento extremamente alto.

Todos os anos são gastos bilhões de dólares em tecnologia e estudos


espaciais, sondas, naves, engenheiros tudo para entender mais sobre nosso
planeta e fora dele, sabemos que o universo é imenso, formado por trilhões de
planetas, apesar do tamanho investimento pelo homem em exploração
espacial, nosso conhecimento do mundo fora da Terra ainda é bem precário,
infelizmente ainda não temos tecnologia capaz de vagar pelo Universo a fora
afim de pesquisas, além do custo ser extremamente caro.

Foguete Espacial como funciona


Basicamente seu funcionamento é obedecendo as Leis de Newton, empuxo
também conhecido por propulsão na qual a força aerodinâmica gerado pela
turbina faz com que a massa é acelerada em uma só direção, porém esse é o
básico de uma nave espacial, ainda requer respeitar outras naturezas, já dizia
Newton para toda Ação existe uma Reação como vamos explicar agora.

O Foguete Espacial é dividido em camadas, para entender melhor a figura


abaixo, o foguete leva combustível líquido ou sólido e a queima do mesmo na
câmara de combustão geram gases quentes que se dilatam, o gás por sua vez
é liberado por uma abertura na traseira do foguete, no momento que todo
aquela pressão gerada pela combustão é eliminada pelo bocal do foguete o
mesmo o empurra para cima na qual chamamos de “empuxo”.
Velocidade de um Foguete Espacial

Para um foguete conseguir sair da Órbita da Terra ele precisa vencer a


gravidade, a força de atração do núcleo da Terra, sabemos que tudo é puxado
para baixo daí o motivo dos foguetes extremamente pesados precisam de uma
enorme quantidade de combustível para vencer as leis que o faz ficar no solo.

Sendo assim um foguete precisa atingir cerca de 28 mil km/h para conseguir
entrar em órbita e escapar da força gravitacional do planeta, ao atingir essa
velocidade o foguete consegue entrar em órbita e entrar no tão esperado
espaço livre da atração da Terra.
Saturno 5 – O Foguete mais veloz já feito pelo homem atingia incrivelmente
28.440 km/h

Lançamento de um Foguete

Para um foguete espacial entrar em órbita sabemos que precisa de muito poder
de combustão, aerodinâmica e o mais leve possível, agora como podemos
fazer um objeto de toneladas de metal, além de equipamentos e tripulação ficar
leve? a solução é bem simples, a quantidade de combustível a ser queimado
deve ser considerado o peso bruto, além do mais pode ser dizer que são um
conjunto de foguetes.

No primeiro estágio,
o primeiro foguete carrega a maior parte do combustível já que quanto mais
perto do chão mais densa é a atmosfera e necessita de mais energia, quando o
foguete sobe e consome todo combustível daquele compartimento o mesmo
automaticamente se desacopla, afim de ficar mais leve e aproveitar ao máximo
o impulso, a  partir do momento que aquele compartimento está vazio é
considerado inútil, “peso morto” para o restante da nave, desta forma ele se
desprende da parte principal que imediatamente continua propulsão de queima
de combustível de um outro compartimento do foguete, assim ele faz até entrar
em Órbita, quando finalmente chega ao espaço apenas a nave espacial é
mantida já que está fora da força gravitacional o uso de combustível é
relativamente menor.

Direção e estabilidade: O controle


direcional dos foguetes
Luís Fábio Pucci, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
4-5 minutos

 Motores de foguetes
 Astronáutica - Reação de empuxo
 Astronáutica - Dinâmica de foguetes

No espaço exterior, um

foguete

não pode utilizar um leme convencional, como os usados para o controle de


direção em aviões. Um leme assim simplesmente não funcionaria, pois ele
trabalha apenas onde existe ar. E os foguetes e naves espaciais movimentam-
se essencialmente em regiões de vácuo ou de atmosfera muito rarefeita.

O controle direcional dos foguetes é feito defletindo-se o jato de escape, seja


através de abas móveis instaladas nos bocais de saída dos gases, seja
através da rotação de toda a câmara de combustão.

Alterando o posicionamento das abas ou da câmara de combustão com os


tubos de escape, altera-se a direção da reação e, consequentemente, a
direção de movimento do foguete.

O controle das abas (ou defletores de jato) e da câmara pode ser feito com um
controle remoto, via rádio, ou automático (baseado num computador interno do
veículo). Qualquer que seja o tipo adotado, ele é geralmente auxiliado por um
ou mais computadores, que avaliam e monitoram ininterruptamente todas as
variáveis envolvidas: peso, resistência externa, composição da mistura, etc.

O controle remoto funciona com o rastreamento do foguete por via visual - ou


por radar ou rádio. Comparando-se o curso previsto com os acontecimentos
reais durante o movimento, procede-se ao envio de sinais por rádio, para uma
correção constante na trajetória.

Devido ao alcance das ondas de rádio, este sistema tem a desvantagem de


sofrer interferências e se tornar problemático para foguetes que percorrem uma
grande distância horizontal.
Sistema inercial e giroscópio

Também é usual o sistema automático de bordo, conhecido como direção


inercial. É um sistema mais eficiente. O sistema inercial baseia-se na medição
contínua das acelerações em três dimensões, por meio de acelerômetros.
Monitorando os dados, um computador de bordo vai fazendo constantemente
as correções necessárias para manter o foguete no curso previsto.

Um giroscópio pode controlar o movimento do projétil, como é feito na maioria


dos mísseis e pequenos foguetes. Em voos tripulados, o piloto pode fazer
manobras especiais ou de emergência, passando o controle da nave para o
manual.

Motores de combustível sólido, por não possuírem câmaras de impulsão


separadas, são construídos com tubos de escapamento orientáveis, paralelos e
giratórios. Movimentando apenas os tubos de escape para os lados, para cima
e para baixo, ou rotacionando-os, consegue-se o controle tridimensional da
direção de movimento.

Existem sistemas alternativos de propulsão, que podem ser muito eficientes


para a propulsão das sondas ou naves no espaço exterior. Os motores
nucleares já existem há muitos anos e foram usados nas naves Voyager.

A sonda Deep Space 1, exploradora de asteroides e cometas, usou pela


primeira vez a chamada propulsão iônica. Seu combustível é o gás xenônio (o
mesmo usado nos flashes de máquinas fotográficas), que é carregado
eletricamente, a fim de se criar partículas de alta velocidade que fornecem
impulsão para a sonda.

Essas partículas são ejetadas da parte traseira do motor, a cerca de 109 mil
quilômetros por hora. Mas, por serem muito leves, geram um impulso muito
pequeno quando comparado com o dos foguetes clássicos: cerca de 9 gramas,
equivalente a uma folha de papel pesando sobre a nossa mão. No entanto,
como no espaço não há resistência ao movimento, aos poucos o foguete vai
ganhando uma boa velocidade.

Dinâmica de foguetes: A Segunda Lei de Newton


Luís Fábio Pucci, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
3-4 minutos

A resultante de forças que atuam em um foguete é calculada pela diferença


entre o empuxo (direcionado para cima) e o peso do foguete (direcionado para
baixo). Para um foguete conseguir subir é preciso que o empuxo gerado por
seus motores seja maior do que a força peso que atua nele.

Se considerarmos a segunda Lei de Newton, que diz que a força atuante


sobre um sistema é dada pelo produto entre a sua massa e a aceleração
desenvolvida, poderemos escrever, em relação a um foguete em movimento
de subida:

Onde: E é o empuxo; P é o peso do foguete; m é a massa total do foguete,


incluindo o combustível; e a é a aceleração do foguete no momento em que
este possui massa m.

Princípio da conservação da quantidade de movimento

Para determinar o empuxo (E), que é gerado pelos gases de combustão


expulsos através dos bocais do foguete, precisamos pensar que o empuxo é
função da relação entre a massa de combustível ejetada por unidade de
tempo (que chamaremos de T) e da velocidade com que se dá essa ejeção
em relação ao foguete (que chamaremos de V).

É o princípio da conservação da quantidade de movimento:

E = T.V

Equação básica para o estudo de foguetes lançadores.

Como exemplificação, consideremos um foguete com massa inicial (antes de


iniciar a queima de combustível) igual a 710 kg, que consome combustível na
taxa de 2,5 kg/s e expele os gases de combustão com velocidade relativa de
3.300 m/s.

Podemos calcular o valor do empuxo assim:

E = T.V = 2,5 . 3300 = 8250 N

A aceleração inicial imposta ao foguete pelo empuxo também pode ser


calculada, pois já sabemos que:

E = m . a ou a = E m = 8 2 5 0 7 1 0 = 1 1 , 6 m / s 2

Note que o valor da aceleração inicial do foguete deve ser maior que a
aceleração gravitacional da Terra, que vale 9,8 m/s² (na superfície), pois, do
contrário, o foguete não subiria.

Como melhorar isso? Seria preciso mexer com os valores do projeto: peso do
foguete, taxa de queima do combustível ou velocidade de escape dos gases.
Para reduzir o peso, seria necessário escolher materiais de construção mais
leves e adotar o funcionamento por estágios.

Quanto à velocidade de ejeção dos gases de combustão, trata-se de função


inversa da massa molecular dos gases envolvidos e direta da temperatura de
combustão. Para alterá-la, deve-se mudar o combustível utilizado, dando
preferência àqueles que geram produtos de combustão mais leves.
Uma mistura de álcool e oxigênio líquido, como a usada nos foguetes V-2 (da
Segunda Guerra Mundial), produzia gases de escape com velocidade de 2.900
m/s. Uma combinação mais eficiente é dada pela mistura de hidrogênio e
oxigênio líquidos: os gases são ejetados a cerca de 3.900 m/s.

Reação de empuxo: Como os


foguetes se locomovem?
Luís Fábio Pucci, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
4-6 minutos

Os foguetes funcionam baseados na Lei de Newton, a lei da ação e reação.


Eles consistem, basicamente, em um projétil que leva combustível - sólido ou
líquido - no seu interior. Esse combustível é queimado progressivamente na
câmara de combustão, gerando gases quentes que se expandem.

Os gases, por sua vez, são expelidos para trás por um bocal (abertura na
traseira) e, ao mesmo tempo, ocorre uma reação na parede interna da câmara
oposta ao bocal (veja a imagem abaixo). Essa reação - à qual damos o nome
de empuxo - e a expulsão dos gases empurram o foguete para frente.

Os foguetes de combustível líquido geralmente usam hidrogênio e oxigênio


líquidos como comburentes, para permitir a queima do combustível, pois no
espaço exterior não há oxigênio.

Comburente é a substância que, ao combinar-se com outra, permite a


combustão desta (muitas vezes utiliza-se, como sinônimo, o termo oxidante).
A mistura é dosada por válvulas e feita na câmara de combustão.

Para poder entrar em órbita, é preciso que um foguete possa atingir cerca de
28.440 km/h, a fim de escapar da gravidade terrestre, que o puxa sempre para
baixo. Essa é a velocidade necessária para que um corpo fique em órbita da
Terra: cerca de 7,9 km/s (ou 28.440 km/h). Por conta disso, os satélites
artificiais são colocados em órbita com uma velocidade suficiente para
compensar a força de atração terrestre.

Quando, contudo, o objetivo é lançar uma nave no espaço, ela deve escapar
em definitivo da atração da Terra e entrar no espaço exterior. Para tanto,
precisa de uma velocidade maior do que a utilizada nos satélites: 11,2 km/s de
velocidade (o que chamamos de velocidade de escape).

Para conseguir essas altas velocidades, o foguete deve ser o mais leve
possível. Mas, como os foguetes levam toneladas de estruturas metálicas,
combustível e equipamentos adicionais, seus planejadores utilizam uma
solução adicional: a construção em vários estágios.

Foguete Saturn V, que levou as naves Apollo até a Lua. Eram foguetes
maiores que os atuais ônibus espaciais e operavam com três estágios.
Os motores do primeiro estágio podem ser vistos aqui. Através do
controle dos 5 bocais, podemos direcionar o movimento do foguete,
obtendo um vetor resultante na direção do movimento desejado.

Estágios

Os estágios se resumem a, basicamente, dois ou mais foguetes, colocados um


em cima do outro. Assim, quando o foguete do estágio inferior queima todo o
seu combustível, ele se desacopla do conjunto e aciona o segundo estágio,
permitindo que o corpo restante do foguete aproveite o impulso obtido e alivie o
peso considerado "peso morto", a fim de ganhar mais velocidade na subida.

O primeiro estágio é o que carrega, geralmente, a maior parte do combustível,


pois os instantes iniciais da subida são os que exigem maior dispêndio de
energia: a atmosfera é mais densa perto do solo (há mais atrito do foguete com
o ar); a gravidade (g) é maior na região próxima à superfície terrestre; e o peso
do foguete é ainda grande (pois nenhum estágio se desacoplou e ele ainda
carrega todo o combustível que vai ser queimado).
Esse é o sistema usado para os grandes foguetes lançadores atuais. O foguete
Saturn V (na foto acima) era um lançador de três estágios, sendo o primeiro
impulsionado por querosene e os demais por hidrogênio líquido.

Outras tecnologias

Uma tecnologia mais simples - e que é vantajosa para uso militar - é a dos
foguetes movidos a combustível sólido: seu funcionamento é mais simples e
não demanda tempo exagerado para se preparar o lançamento.

Já as naves do tipo ônibus espacial são colocadas e mantidas em órbita com


o auxílio de um conjunto misto de foguetes: foguetes externos, movidos a
combustível sólido (combustível e comburentes na forma de pó, aglutinados
numa pasta com um catalisador), auxiliados por motores próprios e
alimentados por um tanque de combustível líquido de hidrogênio.

Direção e estabilidade: O controle


direcional dos foguetes
Luís Fábio Pucci, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
4-5 minutos

 Motores de foguetes
 Astronáutica - Reação de empuxo
 Astronáutica - Dinâmica de foguetes

No espaço exterior, um

foguete

não pode utilizar um leme convencional, como os usados para o controle de


direção em aviões. Um leme assim simplesmente não funcionaria, pois ele
trabalha apenas onde existe ar. E os foguetes e naves espaciais movimentam-
se essencialmente em regiões de vácuo ou de atmosfera muito rarefeita.

O controle direcional dos foguetes é feito defletindo-se o jato de escape, seja


através de abas móveis instaladas nos bocais de saída dos gases, seja
através da rotação de toda a câmara de combustão.

Alterando o posicionamento das abas ou da câmara de combustão com os


tubos de escape, altera-se a direção da reação e, consequentemente, a
direção de movimento do foguete.

O controle das abas (ou defletores de jato) e da câmara pode ser feito com um
controle remoto, via rádio, ou automático (baseado num computador interno do
veículo). Qualquer que seja o tipo adotado, ele é geralmente auxiliado por um
ou mais computadores, que avaliam e monitoram ininterruptamente todas as
variáveis envolvidas: peso, resistência externa, composição da mistura, etc.

O controle remoto funciona com o rastreamento do foguete por via visual - ou


por radar ou rádio. Comparando-se o curso previsto com os acontecimentos
reais durante o movimento, procede-se ao envio de sinais por rádio, para uma
correção constante na trajetória.

Devido ao alcance das ondas de rádio, este sistema tem a desvantagem de


sofrer interferências e se tornar problemático para foguetes que percorrem uma
grande distância horizontal.

Sistema inercial e giroscópio

Também é usual o sistema automático de bordo, conhecido como direção


inercial. É um sistema mais eficiente. O sistema inercial baseia-se na medição
contínua das acelerações em três dimensões, por meio de acelerômetros.
Monitorando os dados, um computador de bordo vai fazendo constantemente
as correções necessárias para manter o foguete no curso previsto.

Um giroscópio pode controlar o movimento do projétil, como é feito na maioria


dos mísseis e pequenos foguetes. Em voos tripulados, o piloto pode fazer
manobras especiais ou de emergência, passando o controle da nave para o
manual.

Motores de combustível sólido, por não possuírem câmaras de impulsão


separadas, são construídos com tubos de escapamento orientáveis, paralelos e
giratórios. Movimentando apenas os tubos de escape para os lados, para cima
e para baixo, ou rotacionando-os, consegue-se o controle tridimensional da
direção de movimento.

Existem sistemas alternativos de propulsão, que podem ser muito eficientes


para a propulsão das sondas ou naves no espaço exterior. Os motores
nucleares já existem há muitos anos e foram usados nas naves Voyager.

A sonda Deep Space 1, exploradora de asteroides e cometas, usou pela


primeira vez a chamada propulsão iônica. Seu combustível é o gás xenônio (o
mesmo usado nos flashes de máquinas fotográficas), que é carregado
eletricamente, a fim de se criar partículas de alta velocidade que fornecem
impulsão para a sonda.

Essas partículas são ejetadas da parte traseira do motor, a cerca de 109 mil
quilômetros por hora. Mas, por serem muito leves, geram um impulso muito
pequeno quando comparado com o dos foguetes clássicos: cerca de 9 gramas,
equivalente a uma folha de papel pesando sobre a nossa mão. No entanto,
como no espaço não há resistência ao movimento, aos poucos o foguete vai
ganhando uma boa velocidade.
Estudantes desenvolvem o primeiro foguete a propelente
sólido da UNILA
publicado: 03/09/2019 19h21, última modificação: 09/09/2019 15h22
8-11 minutos

Na construção do foguete, os alunos estão unindo a teoria à prática e


aprendendo a importância do trabalho em equipe

O foguete Saturno V foi lançado do Centro Espacial John F. Kennedy, na


Flórida, às 13h32, de 16 de julho de 1969, para levar, pela primeira vez, o
homem à Lua. Esse talvez seja o foguete mais emblemático da história. Desde
então, foguetes nunca deixaram de povoar a imaginação das pessoas e de
fazer parte do planejamento de governos mundo a fora. São objeto de pesquisa
e para o desenvolvimento de novas tecnologias. Um grupo de 26 alunos está
dedicando meses de pesquisa e trabalho para montar o primeiro foguete a
propelente sólido da UNILA para também ficar na história - a de sua formação
superior.

A missão Capivara (Construção de Aparato de Pesquisa e Inovação de


Veículos Aeroespaciais com Recuperação Autônoma), desenvolvida pelo
Grupo de Sistemas Aeroespaciais (GSA), tem por objetivo lançar o foguete e
recuperá-lo com segurança e com a carga útil íntegra. A data para isso ainda
não está definida. “A gente está trabalhando muito para isso. Tudo tem de
acontecer dentro dos parâmetros esperados: o foguete subir estável, abrir o
sistema de recuperação, pousar em segurança e a gente achá-lo”, comenta
Romildo da Cruz Marques, aluno de Engenharia Física.

A missão é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional para os


estudantes que compõem o GSA e são orientados pelos professores Oswaldo
Loureda e Abraão Jesse de Souza. Eles estão em diferentes semestres e
cursos – Engenharia Física, Engenharia Química e Engenharia de Materiais –,
mas sabem que é somente com o esforço de todos que o projeto vai atingir o
seu objetivo.

 “Acho que o principal aprendizado de todo mundo no grupo vai ser ter
confiança, o trabalho em grupo – que é um desafio e tanto, e o pessoal vai
treinando com a prática – e a experiência com os equipamentos e solução de
problemas”, resume Romildo, que é o líder do grupo. O trabalho vai permitir
aos estudantes adquirir a capacidade de projetar e construir sistemas com
tecnologias críticas: motores de foguetes, sistemas de controle e telemetria,
interfaces para carga útil e sistema de recuperação.

De tudo um pouco

Cortar alumínio, soldar peças, buscar os materiais corretos e cálculos, muitos


cálculos, estão na rotina destes jovens desde março. Tudo isso para fazer, do
zero, um foguete com motor a propelente sólido, apto a alcançar 3 mil metros
de altura, levando a bordo até 4 kg de carga útil.

Os estudantes dividem-se em diferentes tarefas, mas todos colocam a “mão na


massa” e fazem questão de dizer que todas as equipes têm igual relevância no
projeto. “Todas têm a mesma importância. Sem um, a gente não consegue
nada”, enfatiza Gustavo Soares Pinto, aluno de Engenharia Física e projetista
do foguete.

Uma das fases mais críticas da construção do foguete é a dos projetos de


aerodinâmica e estabilidade. Um pequeno desvio numa das aletas, e o foguete
pode atingir uma área não prevista e causar um grave acidente. “Além de fazer
o estudo aerodinâmico do foguete, a gente é quem vai fazer as partes do
foguete, aletas, ogiva”, explica Gabriele Thamires Muller, do segundo ano de
Engenharia Física e que, a exemplo de outros colegas, teve de aprender a lidar
com os softwares necessários para o projeto, mas também a cortar alumínio e
a soldar materiais. “Tivemos de aprender a fazer as coisas na hora. Tem aluno
que nunca fez soldagem, e a gente teve que aprender a soldar. Eu nunca tinha
mexido muito com materiais de laboratório, corte de alumínio, tive que
aprender. Fomos aprendendo e fazendo”, comenta.

“Às vezes é coisa simples que na faculdade você não vê. Quando você é
formado engenheiro, todo mundo imagina que você saiba mexer numa
máquina de solda, mas às vezes não é assim. A faculdade, às vezes, não dá a
possibilidade para usar essas ferramentas tão simples. Você acaba
aprendendo uma coisa supercomplexa da Engenharia, mas não sabe usar uma
máquina de solda, não sabe cortar um pedaço de alumínio, não sabe
parafusar", comenta Viktor Gabriel Borba da Silva.
     
    

 Os alunos de Engenharia Química estão desenvolvendo o propelente sólido


que será usado no motor do foguete a partir do KNSu, à base de nitrato de
potássio – usado em fertilizantes agrícolas – e açúcar. Ambos, “materiais de
prateleira”, como comentam, ou seja, materiais de fácil acesso. “O nitrato de
potássio tem uma potência relativamente boa para ser usado como oxidante e
o açúcar, como combustível. Mas são muito básicos”, explica Igor Willis. Por
isso, eles estão buscando alternativas e acreditam que podem ter chegado a
uma combinação inédita para esse fim. “Vimos a dificuldade que têm outros
grupos do mundo todo que fazem foguetes universitários”, completa Romildo.

Enquanto o propelente está sendo desenvolvido com materiais “de prateleira”,


outras matérias-primas exigiram mais esforço do grupo. O alumínio é uma
delas. Viktor lembra que, em Foz do Iguaçu, as empresas não trabalham com
alumínio de diâmetros maiores. Nesse caso, a sorte também ajudou: um dos
tubos de alumínio usados no foguete estava abandonado numa empresa.
Para o alto e... de volta para o chão

Encontrados em Foz ou trazidos de outros locais, todos os materiais tiveram de


ser testados para verificar se as especificações são as descritas pelos
fornecedores. “Como é que a gente vai confiar naquele material que o
fornecedor entregou? Porque a gente vai usar no motor e, se não for [o
correto], o tubo não vai suportar a pressão interna e vai explodir”, explica
Romildo.

 “A gente adquire muito conhecimento: projetar um motor, fazer cálculo de


propelentes; coisas que podem até ter em uma disciplina específica, mas a prática
acrescenta muito" 

Igor Willis

Trazer o foguete “são e salvo” de volta para a área de lançamento também é


fundamental. A preocupação justifica-se: o foguete, que tem 2,80 m e 18 kg,
deve subir a uma velocidade de 1.300 km/h. Por isso, o principal trabalho do
pessoal responsável pela etapa de recuperação é desenvolver um sistema de
paraquedas para que o foguete possa aterrissar sem o risco de danos a
pessoas e a edificações próximas ao local do lançamento. “E para preservar o
próprio foguete”, salienta Oliver Godoi, aluno de Engenharia Física. A intenção
é utilizar o mesmo foguete para outros projetos, sem ter de partir do zero
novamente.

Para Igor Willis, a parte prática do projeto tem sido um dos principais
aprendizados. “A gente adquire muito conhecimento: projetar um motor, fazer
cálculo de propelentes; coisas que podem até ter em uma disciplina específica,
mas a prática acrescenta muito", comenta. “E acrescenta uma grande
responsabilidade”, diz Viktor.

Gabriele vê no projeto o aprendizado do trabalho em equipe. “Nenhuma equipe


é mais ou menos importante do que a outra ou consegue fazer o trabalho
individualmente. A aerodinâmica depende das outras equipes, como as outras
dependem completamente da aerodinâmica. Eu dependo dos colegas da
minha equipe, o líder do grupo depende dos outros integrantes, a gente
depende muito dele. Então, aprender a trabalhar em equipe é um dos maiores
aprendizados”, aponta.
     

Futuro

Concluir o foguete é uma das preocupações do GSA, mas não a única. O


grupo tem um olhar para o futuro, não somente relacionado às carreiras dos
estudantes, mas ao desenvolvimento de Foz do Iguaçu e da região Oeste do
Paraná.

“A região tem uma grande produção agrícola, depende muito de [informação]


aeroespacial: imagens de satélites, previsão meteorológica, as máquinas todas
têm GPS, drones estão sendo utilizados. Depende muito dessa tecnologia, mas
não há muitas empresas que fazem isso no Brasil”, descreve Romildo. “A ideia
desse grupo é pegar o pessoal na universidade, capacitar para seguir na área
aeroespacial. Quem sabe a gente possa ter uma indústria aeroespacial na
nossa região?”, almeja. “A gente está falando de uma indústria de alto valor
agregado, alta tecnologia. Pode causar um impacto muito grande na nossa
região. Não é algo impossível”, aposta.

https://portal.unila.edu.br/noticias/grupo-de-estudantes-leva-foguete-para-
competicao-latino-americana
Biocombustíveis podem ser a chave para viagens espaciais
mais ecológicas
5-6 minutos

Viagens espaciais sempre estiveram na fronteira da ciência. Não apenas isso,


mas também sempre estiveram entre as áreas de maior interesse fora do meio
científico. Seja para a realização de obras de ficção, seja por motivos
geopolíticos, como durante a corrida espacial. Assim, aliás, chamou-se a
disputa entre as duas maiores potências do século XX, os Estados Unidos e a
União Soviética. Essa época, a despeito das instabilidades e do espectro
sempre a pairar de uma guerra nuclear, marcou um rápido desenvolvimento do
campo da astronáutica. Isto é, a área da ciência que lida com máquinas e
operações fora da atmosfera terrestre.

De fato, já fizemos muito fora de nosso planeta. Em um exemplo mais direto,


temos redes de satélites operando e ajudando a moldar a vida na sociedade
moderna. Temos também, contudo, grandes marcos na exploração espacial
como a chegada do homem à Lua e a chegada de robôs e sondas a planetas
como Vênus e Marte. Ou mesmo, a lugares mais distantes, como no caso das
sondas Voyager. Para todas essas iniciativas, deve haver um processo
planejado de saída (e dependendo, retorno) da atmosfera. Em alguns casos,
também da órbita terrestre. O que nem sempre nos lembramos, porém, é que
as viagens espaciais necessitam de algo que toda viagem necessita. Isto é,
combustível.

Rumo ao espaço
Imagem: U.S. Air Force/Joe Davila 

Um nome mais técnico para os combustíveis de foguete é propelente. A


palavra é diretamente ligada à ideia de propulsão. Ou então, à chamada massa
de reação do foguete. Essa é, simplesmente, a massa expelida em sentido
contrário ao do foguete no processo de impulso. No espaço, ainda, não há
pressão externa no motor. Assim, a propulsão decorrente do processo de
combustão do propelente é mais eficiente. Esse processo, por sua vez, é
químico e é um processo de óxido-redução. Ou seja, há transferência de
elétrons entre os reagentes, sendo esses um oxidante e um redutor. Ademais,
os propelentes também podem ser agrupados por sua fase. Isto é, pode estar
em fase sólida, líquida, gasosa ou híbrida, combinando combustível sólido e
líquido.

Matematicamente, podemos entender a relação entre propulsão e queima de


combustível pela equação de Tsiolkovsky. Desenvolvida pelo grande cientista
soviético que dá nome à fórmula, ela relaciona variação de velocidade com a
relação entre massa do foguete antes e depois da queima do propelente. Há
outras soluções modernas, que usam fontes externas para adicionar energia ao
propelente. Por exemplo, com propulsores de íons ou usando fontes
termonucleares. De qualquer forma, dependendo do propelente utilizado, as
viagens espaciais podem ter uma consequência negativa. Podem ser deixados
vestígios da combustão (fuligem) que afetam a temperatura da região superior
da atmosfera. E mesmo utilizando reagentes considerados “limpos”, como o
hidrogênio, ainda pode haver impacto ambiental pela produção do combustível.

Duas startups britânicas pretendem fazer diferente a respeito das viagens


espaciais. A Skyrora, de Edimburgo, Escócia, tem em seus planos o uso de
plástico não-reciclável. Já para a Orbex, também em solo escocês, o caminho
está no uso de biopropano, um subproduto da geração de biodiesel. A
empresa, aliás, parece tem um futuro brilhante pela frente. Isso porque um
estudo recente da Universidade de Exeter diz que seu foguete Prime, que usa
biopropano, deve produzir 86% menos emissões do que um foguete comum de
mesmo tamanho. Como o número de lançamentos de foguetes ainda não está
minimamente próximo, por exemplo, dos números da aeronáutica, emissões de
carbono ainda não são grande problema. Contudo, o Prime, aparentemente,
deve também zerar as emissões de fuligem.

Imagem: Skyrora

No caso da Skyrora, enquanto isso, já foram feitos vários testes de seu míssil
Skylark Micro. O foguete chegou a 27 quilômetros de altitude. De acordo com a
companhia, ainda, seu combustível Ecosene já é tido como mais ecológico e
barato do que os mais comuns. Isso porque além de reduzir as emissões de
gases em 40%, usa como material gerador plástico descartado como lixo. Os
planos incluem lançar um protótipo de foguete em 2022 de uma base no norte
da Escócia. No mesmo ano, e a partir da mesma região, a Orbex planeja lançar
seu Prime. Além de tudo, aliás, o foguete é produzido com impressão 3D.
Enfim, em meio a uma possível nova corrida espacial, faz sentido que o setor
também se adapte às demandas do nosso tempo. E hoje, não se fala de futuro
sem falar de preservação do meio-ambiente.

https://socientifica.com.br/biocombustiveis-podem-ser-a-chave-para-viagens-
espaciais-mais-ecologicas/
Como Funciona o Foguete
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O termo foguete aplica-se a um motor que impulsiona um veículo expelindo


gases de combustão por queimadores situados em sua parte traseira. Difere de
um motor a jato por transportar seu próprio oxidante, o que lhe permite operar
na ausência de um suprimento de ar. Os motores de foguetes vêm sendo
utilizados amplamente em vôos espaciais, nos quais sua grande potência e
capacidade de operar no vácuo são essenciais, mas também podem ser
empregados para movimentar mísseis, aeroplanos e automóveis.
O princípio básico para a propulsão de foguetes é a terceira lei de Newton –
para cada ação há uma reação igual e oposta -, cujo efeito pode ser observado
em uma mangueira de água: quando a água escapa com força pelo bocal, a
mangueira é impulsionada para trás. Reduzindo-se o diâmetro de saída, esse
empuxo será ainda mais forte. No foguete, quando os gases queimados
escapam em um jato forte através de um bocal comprimido, o engenho é
impulsionado na direção oposta. A magnitude do empuxo depende da massa e
da velocidade dos gases expelidos.

Os motores de foguetes podem utilizar combustível sólido ou líquido. Os


combustíveis sólidos contém um oxidante intimamente misturado. O motor
consiste em um invólucro e no combustível, com um sistema de ignição para
dar início à combustão e uma cavidade central para assegurar uma queima
completa e por igual. Os motores de combustível líquido são mais complexos,
já que o combustível e o oxidante são armazenados separadamente e depois
misturados na câmara de combustão, mas são mais controláveis do que os
motores de combustível sólido. O oxigênio e o hidrogênio liqüefeitos são os
combustíveis líquidos mais comuns.
O foguete de vários estágios
A maior parte da estrutura dos veículos espaciais é destinada ao transporte de
combustível e oxidante. Acontece que uma boa quantidade desse propelente é
consumida no menor trecho da viagem: aquele feito dentro dos limites da
atmosfera terrestre. De fato, é durante esse percurso que é consumida
considerável quantidade de energia, principalmente para levantar do solo um
veículo com o peso de milhares de toneladas.

Assim, vencido esse trecho, o foguete passa a carregar um peso inútil


correspondente à estrutura destinada, no início, ao transporte daquele
combustível. Este fato faz logo pensar num sistema que permita abandonar
parte dessa estrutura. Recorre-se então ao sistema de foguete de vários
estágios: o veículo é subdividido em dois, três e até quatro elementos, tendo
cada um a propriedade de se destacar do restante do foguete assim que o
combustível por ele armazenado chega ao fim.
 

Princípio de Funcionamento de Veículos Propulsados a Motor Foguete

Os veículos propulsados a motor foguete, baseiam-se no princípio da ação e


reação, para movimentar-se.

O motor foguete gera uma força reatora devido à expulsão de gases em altas
velocidades e perda de massa, gerando uma variação de sua quantidade de
movimento traduzida na forma desta força reatora denominada empuxo.

Esta força é, para um motor foguete representada pela seguinte equação:

O motor foguete gera uma força reatora devido à expulsão de gases em altas
velocidades e perda de massa, gerando uma variação de sua quantidade de
movimento traduzida na forma desta força reatora denominada empuxo.

Esta força é, para um motor foguete representada pela seguinte equação:

onde:

F – Empuxo (N)
Ve – Velocidade de ejeção dos gases (m/s)

dm/dm – Vazão mássica dos gases de combustão (Kg/s)

Pe Pressão na saída do motor (N/m2)

Pa Pressão ambiente (N/m2)

Ae Área da secção transversal na saída do motor (m2)

A performance de um motor foguete é medida por um parâmetro denominado


impulso específico e é definido pela seguinte equação:

onde

Isp – Impulso específico (s)

g0 – Aceleração gravitacional ( 9,81 m/s2)

A tabela abaixo apresenta alguns valores típico de impulsos específicos


para alguns tipos de motores:

TIPO DE MOTOR IMPULSO


APLICAÇÃO “STATUS”
FOGUETE ESPECÍFICO (S)

motor com propelente Fogos de artifício, Operacional


60 a 100
sólido (pólvora negra) espaçomodelismo (arcaico)

motor com propelente mísseis, veículos


sólido compósito ou 150 a 280 lançadores, foguetes Operacional
base dupla experimentais

mísseis, veículos
motor com propelente lançadores, foguetes
250 a 350 Operacional
líquido experimentais e
espaçonaves

motor com propelente mísseis, veículos


híbrido lançadores, foguetes
200 a 300 Experimental
experimentais e
(sólido + líquido) espaçonaves

motor nuclear 600 a 1000 espaçonaves Experimental


(reator de fissão)

Baseado no princípio da conservação da quantidade de movimento, a equação


da velocidade de um veículo propulsado a motor foguete, livre de qualquer
ação de força externa (arrasto aerodinâmico, forças gravitacionais, etc), é
representada por:

onde:

V – Velocidade do veículo (m/s)

m0 – massa inicial do veículo (Kg)

mf – massa final do veículo (Kg)

obs.: ln ( ) é o logarítimo natural

Outro parâmetro importante neste estudo é o impulso total fornecido por um


motor foguete. O impulso total é representado pel seguinte equação:

onde:

IT – Impulso total (N.s)

tq – Tempo de funcionamento do motor foguete

Elementos Básicos de um Foguete

Um foguete é constituído básicamente pelos seguintes elementos básicos:

 Carga Útil;
 Reservatório de Propelente;
 Câmara de Combustão;
 Tubeira (Bocal DeLaval).

Carga Útil
A carga útil é o elemento pelo qual o foguete é lançado, pode ser por exemplo
um experimento científico, cargas militares (explosivos, etc) e tripulantes
humanos ou animais. Esta carga útil pode ser lançada em trajetória balística,
ou pode ser lançada para entrar em órbita da terra ou num trajetória
interplanetária, conforme as necessidades da missão.

Reservatório de Propelente

O reservatório de propelente tem por objetivo armazenamento do propelente a


ser convertido em gases de combustão. Normalmente o reservatório de
propelente se confunde com a fuselagem do foguete.

Convém ressaltar que num motor foguete a propelente líquido temos distinção
entre os reservatórios de propelente e câmara de combustão enquanto que
num motor foguete a propelente sólido a câmara de combustão e o reservatório
de propelente se confundem.

Câmara de Combustão

Na câmara de combustão temos a conversão do propelente, normalmente


sólido ou líquido, em gases, por uma reação de combustão. O propelente é
formado por substâncias oxidantes e redutoras. Numa câmara de combustão
temos gases formados à elevadas pressões e elevadas temperaturas e baixas
velocidades subsônicas, por exemplo nos motores do ônibus espacial mais
especificamente nos SSME, cujo propelente é o oxigênio líquido e hidrogênio
líquido, temos uma pressão da ordem de 200 atm e temperatura de 3500 oC .

Tubeira (Bocal DeLaval)

A tubeira converte e direciona os gases de combustão gerados à uma alta


temperatura, alta pressão e baixa velocidade, através de uma expansão
isoentrópica, num fluxo de gases à temperatura e pressão mais baixa e à
elevadas velocidades supersônicas.

Na entrada da tubeira, região convergente, temos os gases de combustão


numa condição próxima da estagnação, na região denominada garganta, onde
temos a menor área de secção transversal, os gases atingem velocidade
sônica local, número de Mach igual a um, e na região divergente temos
escoamento supersônico com número de Mach maior que um.
Região Convergente Garganta Divergente

Número de Mach <1 =1 >1

Escoamento Subsônico Sônico Supersônico


COMO FUNCIONA UM FOGUETE? COMO UMA NAVE ESPACIAL FAZ CURVA?

De uma maneira bem simples e fácil de entender, vamos explicar quais são os
princípios básicos de um foguete.

Imagine uma bexiga cheia de ar e de repente soltamos o ar que esta dentro


dela. Você deve ter percebido que este ar que esta dentro da bexiga sai com
uma certa força e essa mesma força empurra a bexiga para o sentido contrario
ao ar que esta saindo.

Bom, isso é exatamente o que ocorre com o foguete no espaço, com mísseis,
aviões, etc. É o que diz a 3ª lei de Newton, a Lei da Ação e Reação. Só que no
caso do foguete, ele expele os gases da combustão situados na parte traseira
do mesmo que saem com uma velocidade enorme, empurrando-o para frente
enquanto os gases saem para trás.

E como que uma nave espacial faz curva no espaço, já que lá não possui
atmosfera para gerar atrito? Bom, aqui na terra, os aviões só conseguem fazer
curva, subir e descer, porque tem varias partículas dentro da atmosfera que
fornecem atrito ao avião permitindo-o fazer curvas conforme sua necessidade
através de pás chamadas Aileron e Flaps (que ficam na asa do avião),
Estabilizador Vertical ou Leme (que fica na parte traseira do avião) e alguns
outros sistemas.

No espaço não tem atrito, então as naves espaciais precisam utilizar outro
sistema para “fazer curvas” e “subir e descer”. O sistema utilizado é
praticamente o mesmo que vemos em foguetes. As naves espaciais possuem
grandes foguetes chamados de Sistema de Manobra Orbital (ver foto), e a
partir do momento que estão no espaço e precisam fazer uma curva, eles
liberam os gases que estão dentro do foguete com uma velocidade muito
grande, por exemplo, se for preciso fazer uma curva para a esquerda, ela
liberará gás do foguete do lado direito e vice-versa, é o que os físicos chamam
de “mudança da conservação do momento”.

Diego Galeano
Maísa Caldas

Fonte: br.geocities.com/www.foguete.org/curiofisica.com.br
Programa Espacial Brasileiro: história, foguetes e missões

 PorLucas Gonçalves

 23 de setembro de 2021
 Última atualização: 23.09.2021 às 14:00

 7 minutos de leitura

Você sabe o que é o Programa Espacial Brasileiro? O desenvolvimento do


setor espacial no Brasil é importantíssimo para a ciência, a comunicação e
a tecnologia, por isso o Estratégia Militares preparou um artigo que te conta
tudo sobre a história do setor aeroespacial no Brasil!

Navegue pelo conteúdo

 O que é o Programa Espacial Brasileiro? 


 Histórico do Programa Espacial Brasileiro 
 Foguetes Brasileiros
 Agência Espacial Brasileira – AEB  
 Campo de Lançamentos de Foguetes 
 Missão Espacial Completa Brasileira
 Acidente do Programa Espacial Brasileiro
 O Programa Espacial Brasileiro nos dias atuais

O que é o Programa Espacial Brasileiro? 


A atividade espacial é um setor extremamente lucrativo, tendo em vista que
poucos países no mundo o dominam. A demanda do setor é alta, já que os
principais meios de comunicação, por exemplo, necessitam de satélites
capazes de trazer e transportar informações com muita precisão e qualidade. 

Ao perceber essas vantagens, o Brasil decidiu se aprofundar nas pesquisas


e dar início ao investimento no setor a nível nacional, sendo um dos
pioneiros no cenário mundial. Em 1960, o presidente Jânios Quadros iniciou
o Programa Espacial Brasileiro. A intenção foi desenvolver pesquisas e
explorar o setor aeroespacial brasileiro. 

A época foi marcada pela corrida espacial entre as potências mundiais


daquele período: Estados Unidos e União Soviética (URSS). 

Histórico do Programa Espacial Brasileiro 


Desde o início do Programa Espacial Brasileiro, foram criados alguns órgãos
responsáveis por pesquisas, formação de pessoas especializadas,
construção e montagens de satélites e foguetes para o setor. 
O passo mais importante, após a criação do Programa Espacial Brasileiro, foi
quando o presidente instituiu a criação do Grupo de Organização da
Comissão Nacional das Atividades Espaciais (GOCNAE), por meio de um
decreto em 1961.

O GOCNAE foi extinto em 1970 e, a partir dele, foi criado o Instituto de


Pesquisas Espaciais (INPE). Como o próprio nome sugere, o Instituto tem
foco em pesquisas espaciais.

Em 1971, foi criada a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais


(COBAE). O COBAE era vinculado ao Estado-Maior das Forças Armadas
(EMFA) e era o responsável pelo setor espacial no Brasil.

Em 1991, após uma fusão entre o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento


(IPED) e o Instituto de Atividades Espaciais (IAE), houve a criação do Instituto
de Aeronáutica e Espaço (IAE), responsável pela criação de foguetes e
satélites, bem como a realização de pesquisas na área aeroespacial. 

Outro órgão importante para o Programa Espacial Brasileiro, e que também faz
parte do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), é o
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O ITA, que começou a funcionar em
1950, tem a função de formar engenheiros de alto nível que podem
trabalhar no setor espacial. 

Além desses, outro órgão crucial para o Programa Espacial Brasileiro foi a
Agência Espacial Brasileira (AEB), criada em 1994. Desde sua inauguração,
a Agência é responsável pelo setor espacial no Brasil. Antes de sua criação,
quem detinha esse controle eram os militares. 

Foguetes Brasileiros
Você sabia que o Brasil conta com seus próprios foguetes? O Estratégia
Militares separou alguns do que foram desenvolvidos em território nacional
para você conhecer!

Sonda I

Foi o primeiro foguete desenvolvido no Brasil. Com o lançamento inaugural


em 1967, o Sonda I foi feito para realizar pesquisas meteorológicas. Pesando
59 quilos, é capaz de transportar 4 quilos e atingir 65 quilômetros de altura.
Usado entre os anos de 1967 e 1977, teve um total de 226 lançamentos. 

Sonda II

Apesar do nome, o Sonda II não é uma evolução do Sonda I, mas, sim, um


projeto novo inspirado em foguetes canadenses. Tem capacidade de
transportar carga de até 70 quilos a uma altura de até 100 quilômetros. Teve
seus primeiros lançamentos em 1969 e, durante a sua utilização, atingiu o
número de 61 lançamentos. 

Sonda III

O Sonda III foi um grande avanço em relação aos seus antecessores. Esse
foguete é capaz de transportar 140 quilos de carga a uma altura de até 650
quilômetros. Começou a ser desenvolvido em 1969, teve seu primeiro
lançamento no ano de 1976 e um total de 31 lançamentos durante a sua
utilização. 

Sonda IV

O Sonda IV foi o primeiro foguete nacional a ter tecnologia controlada, o que


possibilitou manobrar na atmosfera. Com seu primeiro lançamento em 1984,
o foguete conseguia transportar uma carga de até 500 quilos a uma altura de
1000 quilômetros. Durante sua utilização, teve um total de quatro
lançamentos. 

VLS – 1

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) é um foguete que tem a função de


colocar satélites na órbita terrestre. Começou a ser desenvolvido em 1985 e,
uma década depois, aconteceram as primeiras tentativas de lançamento.
Infelizmente, nenhuma das três tentativas de lançamento do foguete deu
certo, devido a explosões em algumas partes do foguete. 

Agência Espacial Brasileira – AEB  


A Agência Espacial Brasileira (AEB) tem como finalidade, junto ao Ministério da
Ciência, buscar o desenvolvimento e autonomia do setor espacial
brasileiro por meio de pesquisas e projetos. 
Apesar de ser destaque na América do Sul, o Brasil depende de outros
países para lançar satélites e está longe de conquistar sua autonomia, devido
ao investimento bilionário que o setor exige. Atualmente, esse setor
espacial é dominado por poucos países ao redor do mundo, como: EUA,
China e Rússia.

Campo de Lançamentos de Foguetes 


O Brasil possui uma das melhores condições possíveis no mundo para o
lançamento de foguetes, tanto em condições climáticas quanto geográficas.
Atualmente, contamos com dois centros de lançamento.

CLBI – Centro de Lançamento da Barreira do Inferno

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno é uma base pertencente à


Força Aérea Brasileira, localizada no município de Parnamirim, Rio Grande do
Norte. Sua localização foi escolhida estrategicamente, pois trata-se de um
excelente lugar para lançamentos de foguetes, uma vez que, por ser perto
da linha do Equador, há uma economia de combustível considerável.   

CLA – Centro de Lançamento de Alcântara

O Centro de Lançamento de Alcântara também pertence à Força Aérea e foi


fundado em 1985 no município de Alcântara, no estado do Maranhão. Como na
CLBI, a CLA possui uma localização muito favorável ao lançamento de
foguetes e é considerada um das melhores lugares do mundo para essa
atividade. 

A expectativa é que a base se torne cada vez mais operacional. Nos últimos
anos, o Governo tem feito parcerias com empresas privadas para o
lançamento de satélites civis no Centro de Lançamento de Alcântara.  

Missão Espacial Completa Brasileira


A Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) iniciou-se em 1979, após o
governo aceitar a proposta feita pela COBAE para a criação desta missão. Ela
foi o primeiro grande projeto desenvolvido depois do início do Programa
Espacial Brasileiro. 
O objetivo da MECB era bem ousado para a época e dependia de muito
investimento. A intenção era criar no Brasil uma rede espacial completa e
independente. Segundo a ideia, todos os órgãos criados até a época no setor
trabalhariam em conjunto no desenvolvimento de satélites, na pesquisa
espacial e no aperfeiçoamento de técnicas, entre outras atividades.  

O projeto nunca atingiu os resultados que foram traçados quando foi


idealizado. Um dos principais motivos do fracasso foi a falta de investimentos
que o setor tem no Brasil. 

Acidente do Programa Espacial Brasileiro


A atividade espacial no Brasil também contou com alguns acidentes em sua
história. O mais trágico deles ocorreu em 22 de agosto de 2003, no Centro de
Lançamento de Alcântara. 

Faltavam três dias para a terceira tentativa de lançamento do VLS – 1, que


colocaria em órbita dois satélites, e 21 técnicos trabalhavam fazendo ajustes
no foguete. Após o acionamento de um propulsor de forma indevida, o
foguete explodiu matando os 21 civis. 

Esse acidente demonstrou várias falhas do Programa Espacial Brasileiro. A


falta de recursos e de investimento fez com que, dentre vários outros
fatores, houvesse uma redução de pessoal e, consequentemente, sobrecarga
de trabalho e falta de procedimentos padrões. 

O Programa Espacial Brasileiro nos dias atuais


Atualmente, o Programa Espacial Brasileiro conta com os mesmos problemas
que o impediram de crescer anteriormente: falta de investimentos. Porém,
o principal foco da Agência Espacial Brasileira é criar autossuficiência e não
depender mais de outros países para trabalhar nesse setor. 

Além disso, a AEB tem a intenção de, nos próximos anos, atualizar e criar
regulamentos para o setor espacial brasileiro. A grande inspiração do Brasil
é a Índia,  um país de destaque no setor atualmente e que teve um crescimento
significativo nas últimas décadas, mesmo passando pelas mesmas dificuldades
do Brasil. 

https://blog.estrategiamilitares.com.br/guias/aeronautica/programa-espacial-
brasileiro/
Desde a invenção da pólvora na China, há mais de sete séculos, os seres
humanos têm enviado cilindros aos céus com a ajuda de explosões
controladas. Essas máquinas gigantes, denominadas foguetes, têm
desempenhado muitos papéis de grande importância tecnológica ao longo da
história.
Evolução dos Foguetes

A evolução dos foguetes

Segundo a própria Nasa, foram os chineses os primeiros a criar os foguetes da


maneira como conhecemos. Usando a pólvora, bem conhecida no país devido
aos fogos de artifício, o povo oriental usou "flechas de fogo" durante a batalha
de Kai-Keng, em 1232, contra os mongóis. Era basicamente um tubo aberto em
uma ponta e recheado de pólvora. Desde então, a evolução desse sistema só
continuou. Por um lado, pela guerra, mas, por outro, a ciência deu alguns dos
maiores impulsos dos foguetes.

Veja a seguir a evolução dos foguetes com uso científico e algumas das
principais evoluções desde sua criação até os equipamentos utilizados nos dias
de hoje.

Ilustrações: Arte / Terra

Fontes: Nasa ESA Centro Espacial de Samara China Great Wall Industry Russian
Space Web

Anos 20 e 30 - Goddard
O americano Robert H. Goddard (que dá nome a um dos principais centros de
pesquisa da Nasa) é um dos pioneiros na criação de foguetes. Ele que introduziu o
uso de combustível líquido e o uso de estágios durante os lançamentos. Na imagem,
ele aparece ao lado do primeiro foguete com combustível líquido, nos anos 20.

1944 - V2
Tamanho: 14 m Criado com fins militares pelos cientistas do exército alemão, o V2
aterrorizou muitos ingleses no final da Segunda Guerra. Contudo, com o fim do
conflito, americanos e soviéticos investigaram o projeto alemão e os foguetes de
ambos os lados começaram a se basear no avanço feito pelos alemães - e levaram os
cientistas junto para ajudar na criação de novos equipamentos.
1945 - Wac Corporal
Tamanho: 5 m Antes de usarem os V2 e a receberam ajuda dos cientistas alemães, os
americanos já estudavam a criação de outro foguete. O Wac Corporal (segundo a
Nasa, o primeiro foguete para pesquisa científica) foi lançado em 1945 para estudos
meteorológicos. O desenvolvimento dele e o conhecimento gerado pelo V2 levaram à
criação dos demais foguetes americanos.
1957 R-7 (Sputnik)
Tamanho: 31,07 m Os soviéticos também se aproveitaram do V2 e dos cientistas
alemães e passaram à frente dos americanos. O primeiro foguete a levar uma carga
ao espaço pertencia à família R-7 (que até hoje vive). O lançamento foi responsável
por colocar o Sputnik em órbita, o primeiro satélite feito pelo homem no espaço.
1959 - R-7 8K72 (SS-6 Sapwood)
Tamanho: 31 m Os soviéticos novamente impressionaram ao levaram pela primeira
vez uma sonda à Lua. A espaçonave Luna foi impulsionada por mais um foguete da
família R-7 (o 8K72, conhecido no ocidente como SS-6 Sapwood) e passou pelo nosso
satélite natural em 1959. No mesmo ano, a Luna 2 colidiu contra o solo da Lua, após
ser lançada por um foguete do mesmo modelo
1961 - Vostok 1
Tamanho: 38,36 m Este foguete é derivado do mesmo que levou a primeira sonda à
Lua, mas carregava uma carga bem mais simbólica: Yuri Gagarin, o primeiro homem a
ir ao espaço. O foguete e a espaçonave tinham o mesmo nome e o voo durou uma
hora e quarente e oito minutos.
1962 - Atlas-Agena
Tamanho: 36,6 m O foguete foi responsável Atlas e o veículo Agena foram
responsáveis pelo lançamento de muitas sondas à Lua, das missões Gemini (que
serviram como preparação para as Apollo), mas foram marcados pela Mariner 2 - a
primeira espaçonave a chegar a outra planeta (Vênus), em 1962.
1969 - Saturn V
Tamanho: 111 m (o equivalente a um prédio de 36 andares) Para ir à Lua, os Estados
Unidos precisaram do maior foguete de todos os tempos, maior que a Estátua da
Liberdade. Totalmente carregado e abastecido, o Saturn V tinha 2,8 milhões de kg.
Com a quantidade de combustível que o foguete gastava durante um lançamento, um
carro poderia dar a volta no planeta 800 vezes. Foi responsável pelo lançamento da
Apollo 11 (1969) e de todas as missões tripuladas à Lua
1969 - N1
Tamanho: 105 m A tentativa da União Soviética de bater os Estados Unidos na corrida
até a Lua não deu em nada. Os testes do N1 entre 1969 e 1972 foram desastrosos. O
programa para o desenvolvimento total do gigante soviético foi, então, cancelado.
1981 - Ônibus espacial
Tamanho: 37,1 m Após ir à Lua, o objetivo da Nasa era criar um foguete
reaproveitável. Até os ônibus espaciais, os foguetes viravam lixo espacial ou eram
desintegrados na reentrada. Além do próprio ônibus, dois foguetes auxiliares - que se
soltavam durante o lançamento - caíam no Atlântico, desacelerados por paraquedas, e
eram recuperados por barcos. Contudo, o tanque de combustível ainda era destruído
na reentrada.
1988 - Buran
Tamanho: 36,37 m Em 1976, a União Soviética decidiu responder ao projeto de
criação dos ônibus espaciais. O desenvolvimento do Buran, do ponto de visto técnico,
deu certo e ele fez seu primeiro voo - e único voo - em 1988. Mas logo após essa
decolagem, o programa ficou sem dinheiro e o governo viu que era caro demais para
continuar recebendo recursos. Apesar disso, o Buran só foi oficialmente cancelado em
1993.
Atualidade:
Ariane 5 ECA Tamanho 53 m O modelo de foguete utilizado pela Agência Espacial
Europeia (ESA) é capaz de levar 9,6 t de equipamento ao espaço e pesa 780 t. Essa
família de foguetes começou em 1979, com o Ariane 1, que tinha uma capacidade de
1,83 t.
Souyz
Tamanho: 47 m O foguete russo é atualmente o único capaz de levar astronautas à
Estação Espacial Internacional (ISS), já que os ônibus espaciais foram aposentados. É
o irmão mais novo da família R-7 de foguetes, aquela desenvolvida nos anos 50.
Atlas V
Tamanho: 26,5 m Sem possibilidade de mandar astronautas ao espaço, a Nasa conta
com cinco modelos para enviar cargas ao espaço - Delta II e IV, Pegasus, o Taurus e
o Atlas V. O último, um dos mais importantes, é o último modelo da clássica família de
foguetes e é responsável pelo lançamento de algumas das mais importantes sondas
da agência. A última delas foi a Curiosity, com destino a Marte.
LM-3A
Tamanho: 52,5 m,

Despontando como possível nova potência espacial, a China tem vários


modelos de foguete em funcionamento - e planeja muitos outros. Daqueles em
utilização, o LM-3A tem uma das maiores capacidades de carga: 2,6 t. Além
disso, já participou de 16 missões com sucesso.
Unha-3
Foguete de longo alcance norte-coreano de trêss estágios, 91 toneladas e 30
m de longitude. Esse será o terceiro lançamento ao espaço de um foguete de
longo alcance norte-coreano - os dois anteriores aconteceram em 1998 e 2009
- viola a resolução 1718 do Conselho de Segurança da ONU, que proíbe o país
comunista de realizar testes balísticos.
Percorrendo enormes distâncias para garantir o progresso tecnológico, os
foguetes melhoraram nossas vidas de maneiras do que você talvez nem
imagine. Dito isto, prepare-se para iniciar a nossa jornada rumo a uma
compilação de fatos pra lá de interessantes sobre os foguetes. Confira:

1. Em sua forma mais simples, um foguete é simplesmente uma câmara que se


desloca expelindo atrás de si um fluxo de gás. Curiosamente, se seguirmos
essa linha de pensamento, podemos dizer que um balão é, na verdade, um
foguete. Embora haja variações, um foguete moderno é tipicamente uma pilha
de componentes em forma de tubo que carregam propelentes (combustível e
um oxidante) e um ou mais motores equipados com dispositivos de
estabilização, além de um bico para aceleração e expansão de gases. Simples,
não?
Foto: Pixabay

2. O desenvolvimento de foguetes surgiu na China em 1232 d.C., quando os


chineses decidiram usar projéteis de pólvora em batalha. No entanto, há
evidências que sugerem que eles estavam fazendo experiências com
prototípicos de foguetes já em 995 d.C.

3. O uso de artilharia de foguetes de cilindro metálico surgiu em 1792, quando


os governantes de Mysore, na Índia, desenvolveram a tecnologia.
Eventualmente, os indianos foram derrotados pela Grã-Bretanha, e os
britânicos aprimoraram o desenvolvimento dos foguetes ao longo do século
XIX.

4. Para ser capaz de atravessar a gravidade da Terra, um foguete precisa


viajar a uma velocidade de 11,2 quilômetros por segundo. Nem é preciso ser
um cientista para saber que essa coisa viaja muito rápido, não é mesmo?
Foto: Pixabay

5. O físico Robert H. Goddard é muitas vezes considerado o pai da ciência


moderna dos foguetes, já que ele desenvolveu um foguete de propelente
líquido em 1926, que acabou por ser o progenitor do foguete Saturn V, lançado
43 anos depois.

6. Em 1881, a história dos foguetes deu uma guinada para um lado mais
obscuro quando Nikolai Ivanovich Kibalchich, um dos pioneiros dos foguetes da
Rússia, participou do assassinato do czar Alexandre II. Como um grande
especialista em explosivos, Kibalchich atirou quatro projéteis no czar e o
matou. O gênio de 27 anos seria preso e executado tempos depois, mas ele
ainda trabalharia duro em equações matemáticas durante seu tempo na prisão.

7. A Alemanha foi o primeiro país a produzir um foguete capaz de cruzar as


fronteiras do espaço. O famoso foguete V2 da Segunda Guerra Mundial foi um
míssil balístico lançado pelos nazistas na Inglaterra e na Bélgica.
Foto: Pixabay

8. O icônico foguete Saturn V, de 111 metros de altura, foi desenvolvido


especialmente para lançar os astronautas da missão Apollo e usou 1,2 milhão
de litros de oxigênio líquido para entrar em combustão.

9. Os foguetes modernos usam os tipos de combustível sólido e líquido. Os


ônibus espaciais são equipados com dois propulsores de combustível sólido e
três motores de combustível líquido para se propelirem.

10. Já houve mais de 5 mil lançamentos de foguetes ou satélites em todo o


mundo até agora, com mais de 500 deles saindo do Cabo Canaveral da NASA.
Foto: Pixabay

11. Os países mais avançados em termos de tecnologia de foguetes usam a


tecnologia de combustível criogênico. Isso significa que os propelentes dos
foguetes são resfriados, de modo que H2 e O2 podem ser usados como
combustível e oxidante.

12. A mais nova aventura no mundo dos foguetes é o desenvolvimento do


veículo de lançamento Heavy-lift, que é um veículo com capacidade para
transportar cargas massivas e grandes quantidades de pessoas para o espaço
de forma econômica e eficiente. Com o desenvolvimento de veículos de
lançamento desse tipo, a exploração interplanetária poderá se desenvolver
rapidamente.
Introdução
Os foguetes são máquinas que produzem a força ou o impulso necessário para
empurrar um objeto para a frente. Eles são usados para lançar naves
espaciais, além de servir para disparar mísseis e fogos de artifício.

Os foguetes são máquinas que produzem o impulso necessário para empurrar objetos
para a frente.
NASA

Como funcionam os foguetes 


Os foguetes carregam combustível, que é queimado dentro de uma câmara. O
combustível queima quando é misturado ao gás oxigênio e acendido. Quando o
combustível queima, ele emite gás quente, que sai por uma abertura na parte
traseira da câmara. A força do gás, movendo-se para trás, empurra o foguete
para a frente. Essa ação é conhecida como propulsão a jato.
Lançamento de um foguete da empresa SpaceX no Centro Espacial John F. Kennedy,
na Flórida, Estados Unidos, em 2018.
Kennedy Space Center/NASA

Os motores de um avião a jato também empregam a propulsão a jato. Mas,


diferentemente de um motor a jato, os foguetes carregam seu próprio
suprimento de oxigênio. Por causa disso, eles podem ser usados no espaço,
onde não existe oxigênio.

Este vídeo da NASA mostra a decolagem e o pouso de um ônibus espacial. A nave


utilizou foguetes de combustível líquido e sólido.
NASA
O combustível de foguetes pode ser líquido ou sólido. Os ônibus espaciais dos
Estados Unidos, por exemplo, usavam foguetes de combustível líquido e
sólido. Dois foguetes propulsores movidos a combustível sólido lançavam o
ônibus no espaço. Três foguetes com motores movidos a combustível líquido
permitiam que o ônibus espacial saísse da órbita da Terra e depois reentrasse
nela. (A NASA encerrou seu programa de ônibus espaciais em 2011.)

Next
Quando o combustível de um foguete queima, ele emite gás quente, que sai por uma
abertura na parte traseira. A força do gás, movendo-se para trás, empurra o foguete
para a frente.
NASA

História 
Os foguetes provavelmente foram inventados no século XIII pelos chineses.
Eles montavam foguetes enchendo invólucros de bambu com pólvora. Esses
foguetes eram usados em cerimônias religiosas e como armas. No século
XVIII, os foguetes foram aprimorados, passando a ser feitos de metal. Depois,
foram empregados como armas em muitas guerras dos séculos XIX e XX,
especialmente a Segunda Guerra Mundial (1939–45).

No final do século XIX, um cientista russo chamado Konstantin E. Tsiolkovski


teve a ideia de usar foguetes em viagens espaciais. Ele não construiu nenhum
foguete, mas suas ideias foram aproveitadas mais tarde. O engenheiro
americano Robert H. Goddard construiu o primeiro foguete movido a
combustível líquido em 1925. Em outubro de 1957, a União Soviética usou um
foguete para lançar a primeira nave espacial, o satélite Sputnik 1, em órbita em
torno da Terra. Desde então, os foguetes foram empregados para lançar
milhares de outras espaçonaves.
O engenheiro americano Robert H. Goddard construiu o primeiro foguete movido a
combustível líquido em 1925.
NASA
Uma breve história dos foguetes e do início das
viagens espaciais
fevereiro 16, 2016 | Historikerin

“Um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a


humanidade”. A famosa frase do astronauta Neil Armstrong, ao descrever sua
caminhada em solo lunar, dá uma boa dimensão das conquistas humanas no
século XX. A corrida espacial travada entre Estados Unidos e União Soviética,
que culminou na chegada da humanidade à lua em 1969, é uma história bem
conhecida de todos. O que muita gente não sabe, no entanto, é que o início da
atividade espacial é bem menos glamoroso e ocorreu, por vezes, de forma
amadora, apenas pouco antes.

Os avanços da ciência do fim do século XIX e início do XX criaram em


entusiastas um sentimento de que havia muito ainda a ser conquistado e que
era apenas questão de tempo. Nas décadas de 1920 e 1930 diversos grupos
amadores de foguetismo foram criados mundo afora. Em Nova Iorque,
escritores de ficção científica e entusiastas se uniram no American
Interplanetary Society, cujo objetivo era descobrir meios para chegar a outros
planetas. O grupo foi fundado em 1930 por onze homens e uma mulher e, em
um ano, já tinha mais de cem membros. Eles conseguiram, em 1933, lançar um
fogute que atingiu pouco mais de setenta metros de altitude antes de explodir
no ar. Eles ainda fizeram mais algumas tentativas, e uma delas acabou ferindo
uma mulher que estava tentando fotografar o foguete. Em 1934, o grupo
mudou seu nome para American Rocket Society e passou a concentrar os
esforços mais em estudos do que em testes. Eles também mantinham bom
relacionamento com outros grupos de foguetismo da época, em especial o
britânico e o alemão, e trocavam informações e ideias.

Paralelo ao esforço de entusiastas amadores, cientistas também procuravam


descobrir as fórmulas que levariam o ser humano para além da estratosfera. O
cientista Robert H. Goddard vinha trabalhando com o tema desde a década de
10 e, em 1926, lançou o primeiro foguete movido a combustível líquido do
mundo. Após um acidente em 1929 com um de seus protótipos, ele se mudou
para o Novo México, onde continuou pesquisando.
Imagem 01: Goddard e seu foguete
Fonte: Wikipedia

Goddard também se envolveu em uma polêmica bastante curiosa. Após a


publicação de um artigo em 1919, no qual discutia a forma de alcançar altitudes
extremas e chegar até mesmo à lua, um editorial no jornal The New York
Times o acusou de não conhecer a lei de ação e reação, e que, no vácuo, uma
reação não ocorreria. O editorial ainda afirmou que lhe faltava conhecimento
dado no ensino médio. O jornal The New York Times se retratou em 1969,
após a caminhada de Neil Armstrong na lua.

Um estudo pioneiro para o desenvolvimento dos foguetes foi publicado pelo


russo Konstantin Tsiolkovsky, em 1903. Nele, Tsiolkovsky calculou que a
velocidade horizontal necessária para a órbita mínima ao redor da Terra seria
8000 m/s, e que isso seria possível com um foguete movido a oxigênio e
hidrogênio líquidos. Seu trabalho influenciou as conquistas do foguetismo não
apenas na Rússia (depois de 1917 União Soviética), mas também na
Alemanha e Estados Unidos.

Na Alemanha, um estudo importante para o foguetismo foi lançado em 1923


por Hermann Oberth. Isso impulsionou a criação de uma associação amadora
de foguetismo, chamada Verein für Raumschiffahrt, em 1927. O grupo
conseguiu lançar um protótipo de foguete com combustível líquido em 1930.
Poucos meses depois, em um teste com álcool um foguete explodiu e matou
um dos fundadores do grupo, Max Valier. Em 1932 o governo alemão propôs
um contrato ao grupo. As divergências sobre o contrato (que foi rejeitado)
enfraqueceram o grupo, que acabou no ano seguinte. O jovem Wernher von
Braun, integrante do Verein für Raumschiffahrt, foi trabalhar no Departamento
de Armas do Exército.

Com a ascenção do nazismo, as pesquisas sobre foguetes ganharam força na


Alemanha. Isso porque o governo pretendia usá-los para fins militares. Em
1937 foi fundado o Centro de Pesquisas do Exército de Peenemünde. Lá,
foram desenvolvidos foguetes e mísseis usados na Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). O mais famoso deles, o V-2, matou milhares de pessoas – mais
em sua produção que em explosões. Estima-se que 9 mil pessoas, entre civis e
militares, morreram em decorrência dos ataques de V-2s na guerra, e pelo
menos 12 mil pessoas morreram em decorrência de sua produção –
prisioneiros de campos de concentração usados em trabalhos forçados. O V-2
também foi o primeiro foguete a cruzar a atmosfera e atingir o espaço, em
1944.

Nos Estados Unidos, alguns membros da American Rocket Society fundaram,


no final de 1941, a empresa Reaction Motors, Incorporated. Ao final da guerra,
ela era a maior fabricante de foguetes movidos a combustível líquido no país. A
empresa também ajudou a construir o Bell X-1, o primeiro avião a quebrar a
barreira do som, em 1947. Muitos cientistas alemães que trabalharam em
projetos aéreos migraram para os Estados Unidos após a guerra, incluindo
Wernher von Braun, e continuaram a desenvolver o foguetismo. A corrida
espacial, travada entre Estados Unidos e União Soviética a partir da década de
1950 deu um grande impulso no desenvolvimento de novas tecnologias.

Em 1957 a União Soviética lançou o Sputnik, o primeiro satélite artificial a


orbitar a Terra. A URSS também foi pioneira no envio de uma pessoa ao
espaço: o cosmonauta Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a ver a Terra de
longe, em 1961. Dois anos depois, foi a vez da Valentina Tereshkova orbitar a
Terra. Ela foi a primeira civil e também a primeira mulher a ir para o espaço.
Valentina tinha apenas 26 anos à época, e passou quase 3 dias ao redor da
Terra (mais do que a soma dos tempos de todos os americanos que tinham ido
para o espaço até então). Ao todo, ela orbitou a Terra 48 vezes.
Imagem 02: a cosmonauta Valentina Tereshkova
Fonte: BBC

A conquista de Valentina e da União Soviética foi tanto tecnológica quanto


social:

“Em 1963, a russa Valentina Tereshkova orbitou a Terra; do ponto de vista da


liberação das mulheres no Ocidente a vergonha do programa dos EUA não era
tanto que uma mulher pilota não duplicou o feito como que a nossa sociedade
não sentia que esse passo era sequer imaginável. Este tipo específico de
história social era algo que revistas de ficção científica da década de 1930 e
1940 raramente, ou nunca, previram” (CARTER, 1977, p. 51 tradução própria).

De fato, levou vinte anos para que os Estados Unidos levassem uma mulher ao
espaço. Entretanto Valentina foi – e continua sendo! – a única mulher a fazer
uma missão sozinha no espaço. Uma pena que a igualdade de gênero não
avance na mesma velocidade das conquistas espaciais.

Fontes: CHENG, John. “We want to play with Spaceships”: Popular Rocket
Science in Action. In: Astounding Wonder: Imagining Science and Science
Fiction in Interwar America. Philadelphia: University of Pennsylvania Press,
2012 (p. 251-300).

CARTER, Paul A. The creation of tomorrow: Fifty years of magazine science


fiction. New York: Columbia University Press, 1977.

Foguetes: a origem chinesa e a história milenar


Julio Cezar de Araujo
4-5 minutos

Em 1955, em meio a tensão da Guerra Fria, e um dos períodos mais atômicos


da humanidade, começou a tão disputada Corrida Espacial entre os Estados
Unidos e a União Soviética, para determinar qual país alcançaria primeiro o
espaço.

Apesar de nessa época ter surgido tantas revoluções tecnológicas, como


máquinas e equipamentos espaciais, os foguetes — responsáveis por levar os
astronautas para fora da Terra — são mais antigos do que qualquer disputa.

China: mirando para o espaço

(Fonte: Mert Mekatronik/Reprodução)

Em meados de 400 d.C., um filósofo e matemático grego chamado Arquitas


exibiu uma experiência com um pombo de madeira suspenso por fios e
empurrado no ar pelo vapor que soltava.

Mais de 300 anos depois, o matemático Heron de Alexandria inventou a


Eolípila, também conhecida como Máquina Térmica de Heron, que consistia
em uma esfera oca em cima de uma piscina de água quente, abastecida por
uma bacia com água. Quando o vapor da água entrava na esfera e escapava
por dois tubos em formato de L em lados opostos da esfera, o impulso criado
pelo vapor a fazia girar.

Contudo, as origens reais do primeiro protótipo do foguete aconteceram na


China durante a dinastia Sung, entre 960 e 1279 d.C., desenvolvido por
alquimistas chineses que ficaram perplexos com um truque que deu muito
errado: o fogo de artifício.

O ti lao shu (“rato terrestre” em português) era um fogo de artifício feito a partir
de um tubo de bambu cheio de pólvora que disparava por todas as direções
pelo chão. Ele apareceu pela primeira vez em livros do final do século XII,
como no intitulado Rustic Tales in Eastern Ch’i, em que o escritor descreveu o
dispositivo incendiário como um “verdadeiro foguete” — fazendo alusão às
lanças voadoras com fogo atiradas contra os mongóis que cercavam a cidade
de Kai-feng-fu em 1232.

 Máquina Térmica de Heron. (Fonte: Glenn Research Center/Reprodução)

Os foguetes a propulsão surgiram quando os alquimistas taoistas descobriram


a receita da pólvora enquanto procuravam pela fórmula da imortalidade. Nos
anos seguintes, eles criaram foguetes de dois estágios, lançadores de foguetes
e foguetes que explodiam com o impacto. 

O rato terrestre foi incluso ao ser colocado no campo de batalha para assustar
a cavalaria inimiga.

Rompendo barreiras

(Fonte: Tecnoblog/Reprodução)
Na modernidade, perto da Era da corrida pelo poderio do espaço, o físico
americano Robert Goddard lançou o primeiro foguete de combustível líquido
em Auburn, Massachusetts, em 16 de março de 1926.

Isso só foi possível, porém, com a equação do foguete criada em 1803 pelo
russo Konstantin E. Tsiolkovsky. A equação resolvia as relações entre a
velocidade e a massa de um foguete.

Já o cientista romeno Hermann Oberth, aos 14 anos, idealizou o próprio


foguete de recuo, que poderia se mover pelo espaço usando apenas seu
próprio escapamento. As contribuições de Oberth foram manchadas na História
quando ele ajudou a desenvolver o foguete V-2 para a Alemanha nazista
durante a Segunda Guerra Mundial, usado para os bombardeios destruidores
em Londres.

Yuri Gagarin. (Fonte: VEJA/Reprodução)

A Segunda Guerra Mundial serviu para que esses e tantos outros cientistas
alemães emigrassem para a União Soviética e os Estados Unidos para
ajudarem na corrida de qual país se vangloriaria primeiro em ter alcançado a
superioridade tecnológica e militar.

Em 12 de abril de 1961, a bordo do foguete Vostok-K, Yuri Gagarin se tornou o


primeiro ser humano a sair da Terra — e a União Soviética a primeira a quebrar
a fronteira espacial.
Uma Breve História dos Foguetes
Cortesia KSC/NASA.

O primeiro combustível sólido para os foguetes era uma espécie de pólvora, e


a referência registada mais antiga sobre a pólvora vem da China do final do
terceiro século antes de Cristo. Tubos de bambu cheios com salitre, enxofre e
carvão eram atirados em fogos cerimoniais durante festivais religiosos, na
esperança que o barulho da explosão afugentasse os espíritos malignos.

É provável que mais do que alguns destes tubos de bambu estivessem mal
selados e, em vez de rebentarem com uma explosão, simplesmente saltassem
do fogo, disparados pela pólvora que ardia rapidamente. Alguns observadores
mais espertos, cujos nomes ficaram perdidos na história, terão iniciado
experiências para produzirem deliberadamente o mesmo resultado que tinham
observado nos tubos de bambu que derramavam fogo.

Certamente por volta do ano 1045 d.C. -- 21 anos antes de Guilherme o


Conquistador ter chegado às praias de Inglaterra -- o uso de pólvora e de
foguetes formaram um aspecto integral das tácticas militares chinesas.

Chegamos a um ponto confuso se tentarmos traçar a história dos foguetes


antes de 1045. Os documentos chineses registam o uso de "setas de fogo", um
termo que tanto pode designar foguetes como uma seta com uma substância
inflamável.

No início do séc. XIII, a dinastia Sung chinesa, debaixo da pressão das


crescentes hostes mongóis, viu-se forçada a depender cada vez mais da
tecnologia para conter a ameaça. Os especialistas da artilharia chinesa
introduziram e aperfeiçoaram muitos tipos de projécteis, incluindo granadas
explosivas e canhões.

As setas com foguetes foram decerto usadas para repelir os invasores mongóis
na batalha de Kai-fung-fu em 1232 d.C.

Os foguetes eram enormes e aparentemente bastante potentes. De acordo


com um relatório: "Quando um foguete era disparado, fazia um barulho
semelhante a um trovão que podia ser ouvido a cinco léguas -- cerca de 15
milhas (24 km). Quando caía na Terra, o ponto de impacto era devastado até
uma extensão de 2,000 pés (600 metros) em todas as direcções."
Aparentemente estes grandes foguetes militares levavam material incendiário e
metralha de ferro. Estes foguetes podem ter incluído a primeira câmara de
combustão, porque algumas fontes descreviam o dispositivo como
incorporando um "pote de ferro" para conter e dirigir o impulso do propulsor de
pólvora.
Os foguetes parecem ter chegado à Europa por volta de 1241 d.C. Escritos
contemporâneos descrevem armas semelhantes a foguetes como sendo
usadas pelos mongóis contra as forças húngaras na batalha de Sejo, que
precedeu a captura de Buda (agora conhecida por Budapeste) em 25 de
Dezembro de 1241.

Os mesmos escritos também descrevem o uso pelos mongóis de uma cortina


de fumo nocivo -- possivelmente a primeira versão de armas químicas.

Os foguetes aparecem na literatura árabe em 1258 d.C., descrevendo o uso


deles pelos invasores mongóis em 15 de Fevereiro para capturar a cidade de
Bagdad.

Rápidos a aprender, os árabes adoptaram os foguetes nas suas próprias


armas e, durante a Sétima Cruzada, usaram-nos contra a Armada Francesa do
rei Luis IX em 1268.

É certo que, antes do ano 1300, os foguetes encontraram o seu caminho nos
arsenais europeus, e atingiram a Itália por volta do ano 1500, a Alemanha
pouco depois e, mais tarde, a Inglaterra. Um estudo de 1647 da "Arte das
Armas de Fogo" ("Art of Gunnery") publicado em Londres, contém um
segmento de 43 páginas sobre os foguetes. A propósito, os italianos têm o
crédito de adoptarem foguetes militares para uso em fogo-de-artifício --
completando o ciclo, por assim dizer, dos bambus explosivos usados nos
festivais chineses 1700 anos antes.

A Armada Francesa tradicionalmente esteve entre as maiores armadas da


Europa, se não A MAIOR, e foi rápida a adoptar os foguetes em operações
militares. Registos de 1429 mostram os foguetes em uso no cerco de Orleans
durante a Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra.

Os foguetes militares holandeses apareceram em 1650 e as primeiras


experiências militares alemãs iniciaram em 1668. Por volta de 1730, um
coronel da artilharia de campo alemão, Christoph Fredrich von Geissler,
fabricava foguetes que pesavam entre 25 e 54 quilogramas (55 a 120 libras).

No final do século XVIII, os especialistas militares europeus começaram a ter


um verdadeiro interesse nos foguetes -- porque eles, tal como tinha acontecido
com os húngaros 500 anos antes, se viram no ponto atingido pelas armas de
foguetes.

Os franceses e os ingleses, durante o séc. XVIII, iniciaram uma luta pelo


controlo das riquezas da Índia. Além de terem que lutar uns contra os outros,
também se viram muitas vezes envolvidos contra as forças Mogol do Sultão
Tippoo de Mysore. Durante as duas batalhas de Seringapatam em 1792 e
1799, os foguetes foram usados contra os ingleses. Um dos foguetes do Sultão
Tippoo está agora em exposição no Royal Ordnance Museum no Arsenal
Woolwich, perto de Londres.
O pai do Sultão Tippoo, Hyder Ally, incorporou um contingente de 1,200
homens de lançadores de foguetes na sua armada em 1788. O Sultão Tippoo
aumentou esta força para cerca de 5,000 homens, cerca de um sétimo das
forças totais da sua armada.

Aproveitando da sua experiência na índia, os ingleses, comandados por Sir


William Congrieve, iniciaram o desenvolvimento de uma série de foguetes de
barragem, que variavam desde 8 até 136 quilogramas (18 a 300 libras). Os
foguetes criados por Congrieve foram utilizados contra Napoleão.

É surpreendente que Napoleão aparentemente não tenha utilizado os foguetes


da Armada Francesa, mas devemo-nos recordar que Napoleão era um oficial
da artilharia e pode ter sido simplesmente um obstinado tradicionalista e daí
não favorecer os novos modelos de foguetes acima dos canhões mais
familiares.

O propósito do uso pelos ingleses dos foguetes de Congrieve pode ser


confirmado pelo ataque a Copenhaga em 1807. Os dinamarqueses foram
sujeitos a uma barragem de 25,000 foguetes que queimaram muitas casas e
armazéns.

Uma brigada oficial de foguetes foi criada na Armada Inglesa em 1818.

Os foguetes chegaram ao Novo Mundo durante a guerra de 1812.

Durante a Batalha de Bladensburg, em 24 de Agosto de 1814, a 85 a Infantaria


Ligeira Inglesa utilizou os foguetes contra um batalhão americano, de
espigardas, comandado pelo Procurador Geral dos E.U., William Pickney. O
Tenente Inglês George R. Gleig testemunhou a resposta americana ao novo
ataque. Ele escreveu "Nunca os homens com armas nas mãos tinham feito
tanto uso das pernas".

Em 4 de Dezembro de 1846, uma brigada de foguetes foi autorizada a


acompanhar a expedição do Maj. Gen. Winfield Scott's contra o México. O
primeiro batalhão da armada -- consistindo em cerca de 150 homens e armado
com 50 foguetes -- foi posto sob o comando do Primeiro Tenente George H.
Talcott.

A bateria de foguetes foi usada em 24 de Março de 1847 contra as forças


mexicanas no cerco de Veracruz.

Em 8 de Abril os operadores de foguetes mudaram de posição, tendo sido


colocados nas suas novas posições pelo Capitão Robert E. Lee (que mais
tarde foi comandar a Armada Confederada da Virgínia do Norte na Guerra
Entre os Estados). Cerca de 30 foguetes foram lançados durante a batalha de
Telegraph Hill. Mais tarde, os foguetes foram usados na captura do forte de
Chapultepec, que forçou a rendição da Cidade do México.
Numa previsão típica, assim que terminou a guerra com o México, terminou
também o batalhão de foguetes e os foguetes que restaram foram guardados
em armazém.

Permaneceram guardados durante cerca de 13 anos -- até 1861 em que foram


levados para serem utilizados na Guerra Civil. Os foguetes foram encontrados
num estado deteriorado, por isso foram feitos novos.

Foi feito o primeiro uso registado dos foguetes na Guerra Civil em 3 de Julho
de 1862, quando a Cavalaria Confederada do Maj. Gen. J.E.B. Stuart lançou
foguetes contra as tropas da União do Maj. Gen. George B. McClellan em
Harrison's Landing, Virgínia. Não existem registos da opinião dos nortenhos
desta demonstração prematura de fogo de artifício do "Quatro de Julho".

Mais tarde, ainda em 1862, foi feita uma tentativa pelo Batalhão de Nova Iorque
da Armada da União -- 160 homens sob o comando do Major inglês Thomas
W. Lion -- para usar os foguetes contra os Confederados na defesa de
Richmond e Yorktown, Virgínia. Não foi um grande sucesso. Quando
disparados, os foguetes dirigiam-se aleatoriamente pelo chão, passando entre
as pernas dos animais. Um detonou por baixo de uma das montadas, fazendo
levantar o animal a alguns metros e precipitando a imediata deserção da
Armada Confederada.

O único uso documentado restante de foguetes foi em Charleston, S.C., em


1864. As tropas da União, sob o comando do Maj. Gen. Alexander
Schimmelfennig, acharam os foguetes "especialmente práticos para a
condução das vedetas da Confederação, especialmente à noite."

É interessante salientar que o autor Burke Davis, no seu livro "A Nossa Incrível
Guerra Civil", conta uma história de um Confederado que tentou disparar um
míssil balístico em Washington, D.C., de um ponto fora de Richmond, Va.

De acordo com o autor, o Presidente Confederado Jefferson Davis


testemunhou o evento em que um foguete de combustível sólido de 3.7 metros
(12 pés), transportando uma ogiva de pólvora de 4.5 quilos (10 libras) com um
invólucro onde estavam inscritas as letras C.S.A., foi disparado e visto a voar
rapidamente para dentro e para fora do campo de visão. Ninguém viu o foguete
aterrar. É interessante especular porque é que, quase 100 anos antes do
Sputnik, um satélite marcado com as iniciais da Confederação dos Estados
Unidos da América (C.S.A. = Confederate States of America) terá sido lançado
em órbita.

O exército parece ter ficado pouco impressionado com o potencial dos


foguetes. Foram empregues no início de muitas das escaramuças que
marcaram os últimos dias tipicamente calmos do final da Era Victoriana. Se o
exército era indiferente aos foguetes, outros ramos acolhê-los-iam de braços
abertos.
A indústria da pesca da baleia desenvolveu harpões propulsionados a
foguetes, com pontas explosivas, que eram mais efectivos contra os monstros
marinhos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os foguetes eram primeiro lançados de


aviões na tentativa de destruir balões de observação inimigos cheios de
hidrogénio. O sucesso era raro e os pilotos resistiam aos pedidos para
lançarem foguetes das asas dos seus biplanos, altamente inflamáveis por
serem cobertas de pano e verniz. Os franceses eram os principais utilizadores
de foguetes aéreos, utilizando um modelo desenvolvido pelo Tenente Naval
Y.P.G. LePrieur.

A principal dificuldade dos foguetes durante este período de desenvolvimento


era o tipo de combustível. Tanto aqui como no estrangeiro, faziam-se
experiências para desenvolver foguetes mais potentes com combustível
líquido. Dois jovens evidenciavam-se neste esforço -- um era americano,
Robert H. Goddard -- o outro alemão, Wernher von Braun.

O comentador de rádio Paul Harvey conta uma história em que o interesse do


jovem von Braun nos foguetes quase o etiquetou de delinquente juvenil. Com a
idade de 13 anos, von Braun mostrou um interesse em explosivos e fogos de
artifício. O pai não conseguia entender o seu grande interesse num
passatempo tão perigoso. Ele tinha medo que o seu filho se tornasse num
assaltante. Um dia o jovem adolescente conseguiu obter seis foguetes,
prendeu-os a um vagão vermelho de brinquedo e acendeu-os. Com grandes
chamas e uma longa cauda de fumo, o vagão rugiu ao longo de cinco
quarteirões em direcção ao centro da cidade da família von Braun, onde os
foguetes finalmente explodiram.

Quando o fumo se dissipou, o vagão de brinquedo emergiu como um destroço.


O jovem von Braun emergiu bem seguro por um polícia. Apesar de
severamente reprimido pelo pai, o interesse do jovem não seria negado. Com a
idade de 22, recebeu o seu doutoramento em física. Dois anos mais tarde
dirigia o programa de desenvolvimento dos foguetes militares da Alemanha.

Von Braun e os seus colegas produziram alguns aparelhos experimentais, dos


quais o mais famoso era um foguete A-4, que ganhou uma distinção na história
sob outro nome -- a arma da vingança número 2 -- abreviado para V-2
(Vengeance 2). A V-2 foi o primeiro míssil balístico de longa distância bem
sucedido, e von Braun foi creditado como o seu principal autor.

Quando a Segunda Guerra Mundial se aproximou do fim, von Braun dirigiu o


seu contingente de diversas centenas de cientistas e engenheiros de foguetes
-- todos marcados para a morte pelos Nazis para prevenir a sua captura pelos
Aliados -- nas linhas americanas.

Em 1946, von Braun e a sua equipa chegaram a White Sands, N.M., onde, pela
primeira vez, von Braun ouviu falar do trabalho feito pelo pioneiro americano
dos foguetes Robert Goddard.
O interesse de Goddard nos foguetes começou em 1898 quando, com 16 anos,
leu as últimas publicações daquele antigo escritor de ficção científica e
novelista inglês H.G. Wells. O livro que tanto excitou Goddard foi mais tarde,
em 1938, transformado num programa de rádio que quase provocou o pânico
em toda a nossa nação (E.U.A.) quando foi emitido. A versão demasiado
realista de Orson Wells da "Guerra dos Mundos" ainda causa o
estremecimento de muitos.

No início do séc. XX, Wilbur e Orville Wright prepararam-se para serem os


primeiros homens a voar. Goddard, no entanto, já estava a criar foguetes para
sondar a atmosfera superior e penetrar no espaço. A meio mundo de distância
-- no desconhecimento de Goddard -- um professor escolar russo, Konstantin
Tsiolkovsky, pensava mais ou menos no mesmo. Ambos chegaram
independentemente à conclusão de que, para um foguete se portar como eles
sonharam, teria que ser propulsionado por combustíveis líquidos. Os
combustíveis sólidos daquele tempo simplesmente não tinham potência
suficiente. Tsiolkovsky não tinha o sentido prático de Goddard. Apesar de
Tsiolkovsky trabalhar em muitos princípios da astronáutica e desenhar foguetes
capazes, nunca os construiu. Por contraste, Goddard era um homem técnico.
Podia e construiu foguetes. Quando morreu, em 1945, Goddard tinha 214
patentes neste tema -- patentes que ainda dão rendimentos para o seu estado.

Goddard iniciou as suas experiências quando estudava para o seu


doutoramento na Universidade Clark em Worcester, Massachussets.

Ele atraíu em primeiro lugar as atenções em 1919 quando publicou um jornal


com o título "Um Método Para Atingir Altitudes Extremas". Neste jornal delineou
as suas ideias na técnica de criação de foguetes e sugeriu, não muito
seriamente, que um foguete de demonstração seria enviado para a Lua.

O público ignorou o mérito científico deste jornal -- pegando-se em vez disso à


proposta de Goddard do foguete para a Lua. Nesta altura, este esforço era
absurdo e muitos despediram Goddard como um "excêntrico".

A experiência deu a Goddard uma grande lição -- que provocou o seu


afastamento tímido de oportunidades futuras para publicar o seu trabalho. A
publicidade estava longe das ideias de Goddard na manhã do dia 16 de Março
de 1926. Nesse dia, cerca de um ano depois do fiasco do vagão do foguete de
Wernher von Braun, Goddard lançou um foguete com combustível líquido que
ele próprio criou e construiu num campo coberto de neve da quinta da sua tia
Effie Goddard em Auburn, Massachussets. O foguete voou apenas 46 metros
(152 pés) -- aproximadamente a mesma distância do primeiro vôo tripulado dos
irmãos Wright -- mas voou! Foi o primeiro vôo na história de um foguete com
combustível líquido.

Quando Goddard foi contactado pela Sociedade Interplanetária Americana em


1930 para publicar o seu trabalho, Goddard recusou. A sociedade, ao descobrir
que ninguém nos Estados Unidos, além de Goddard, trabalhava com foguetes,
virou a sua atenção para a pesquisa no mesmo tema que estava a ser
desenvolvida na Europa.
Na Primavera de 1931, dois membros fundadores da sociedade Americana, o
casal Edward e Lee Pendray, foram de férias para a Alemanha onde
contactaram com a Sociedade de Foguetes Alemã, que tinha sido formada em
1927. Deram aos visitantes americanos uma previsão do futuro quando um
membro da Sociedade Alemã de Foguetes -- Prof. Willy Ley -- levou o casal à
base de testes de foguetes alemã nos subúrbios de Berlim.

De regresso a casa, os Pendrays fizeram um relatório entusiástico da sua


visita, instigando a sociedade americana a construir o seu primeiro foguete. A
primeira tentativa de um vôo de teste em Novembro de 1932 terminou com a
criação americana firmemente no chão. Infelizmente os Pendray nunca
conheceram um outro futuro especialista em foguetes que era também membro
da sociedade alemã. O romeno Hermann Oberth escreveu, em 1923, um livro
altamente profético: "Os Foguetes no Espaço Interplanetário". O livro encantou
muitos que tinham sonhos de voar pelo espaço, incluindo o precoce jovem
alemão, Wernher von Braun, que leu o livro em 1925. Cinco anos mais tarde,
von Braun juntou-se a Oberth e auxiliou-o nas experiências com foguetes.

Por volta de 1932, a Armada Alemã começou a mostrar interesse nos esforços
da Sociedade Alemã de Foguetes, e em Julho do mesmo ano, em foguete
"Mirak" foi lançado como demonstração para o chefe do grupo recém-formado
de pesquisas sobre foguetes da Armada Alemã, Capitão (mais tarde Major
General) Walter Dornberger.

O Mirak não conseguiu impressionar Dornberger.

Mas Von Braun conseguiu-o.

Três meses depois do vôo de demonstração, von Braun foi contratado para
trabalhar com foguetes com combustível líquido para a Armada. Uma grande
parte da Sociedade Alemã de Foguetes seguiu von Braun para o serviço
nacional, e a sociedade desfez-se.

Por volta de Dezembro de 1934, von Braun conseguiu o seu primeiro sucesso
com um foguete A2 cujo combustível era etanol e oxigénio líquido. Dois anos
mais tarde, quando os planos para o foguete A3, que sucedeu o A2, estavam a
ser finalizados, iniciaram os primeiros planos para o A4, -- um foguete que
seria, segundo as palavras de Dornberger, uma arma prática e não uma
ferramenta de pesquisa. Conforme referido anteriormente, muitos conhecem o
A4 por outro nome -- o V-2.

Os pesquisadores depressa excederam as suas capacidades em


Kummersdorf, nos arredores de Berlim, e em 1936 as operações foram
transferidas para uma ilha remota na costa báltica alemã -- Peenemuende.

Entre 1937 e 1941, o grupo de von Braun lançou cerca de 70 foguetes A3 e A5,
cada um com componentes de teste para uso nos propostos foguetes A4.
O primeiro foguete A4 foi lançado em Março de 1942. O foguete apenas atingiu
algumas nuvens baixas antes de se despenhar no mar a meia milha do ponto
de lançamento.

O segundo lançamento foi em Agosto de 1942 e viu o A4 subir a uma altitude


de 11 quilómetros (7 milhas) antes de explodir.

O terceiro foi um sucesso! Em 3 de Outubro de 1942, outro foguete A4 saiu de


Peenemuende, seguiu a sua trajectória pré-definida na perfeição, e aterrou no
alvo a 193 quilómetros (120 milhas) de distância. Pode-se dizer que este
lançamento marcou o início da era espacial. O A4, o primeiro foguete balístico
com sucesso, é o antecedente de praticamente todos os foguetes lançados
actualmente no mundo.

O produção do A4 começou em 1943 e os primeiros A4, agora chamados de


V2, foram lançados contra Londres em Setembro de 1944.

A ofensiva V-2 chegou tarde demais para afectar o curso da guerra. Por volta
de Abril de 1945, a Armada Alemã estava em completa retirada por toda a
parte, e Hitler tinha-se suicidado no seu "bunker" em Berlim.

Numa estalagem perto de Oberjoch, Haus Ingeburg, von Braun e mais de 100
dos seus especialistas em foguetes esperavam um fim. Tinha sido dada a
ordem por Hitler para executar toda a equipa para evitar a sua captura. O irmão
de Wernher von Braun, Magnus, no entanto, conseguiu contactar as forças
americanas que estavam perto antes dos seguidores SS de Hitler conseguirem
chegar à equipa dos foguetes. Em 2 de Maio, o mesmo dia em que Berlim caiu
sob a Armada Soviética, von Braun e a sua equipa entraram nas linhas
americanas e na liberdade.

Quando a guerra terminou, von Braun e a sua equipa foram fortemente


interrogados e protegidos dos agentes russos, numa forma ciumenta. Os
foguetes V2 e os respectivos componentes foram montados. Os técnicos
alemães foram cercados. Em Junho, o General Eisenhower sancionou a última
série de lançamentos V2 na Europa. Observando cada um dos três V2 que
levantaram da base em Cuxhaven, estava um coronel da Armada Russa,
Sergei Korolev. Dez anos mais tarde, Korolev seria aclamado como o
desenhador-chefe das naves espaciais na União Soviética, e o responsável
pela criação das naves espaciais Vostok, Voshkod e Soyuz que, desde 1961,
transportaram os cosmonautas soviéticos para órbita.

Poucos membros da equipa de von Braun participaram nos lançamentos de


Cuxhaven. Muitos tinham já começado a instalar estabelecimentos em Fort
Bliss, perto de El Paso, Texas. Empilhados no deserto perto de Las Cruces,
Novo México, estavam componentes suficientes para construir 100 V2. Von
Braun e a sua equipa depressa se mudaram para perto de White Sands
Proving Ground, onde começaram a montar e lançar os V2. Por volta de
Fevereiro de 1946, já se tinha reunido toda a equipa de von Braun de
Peenemuende em White Sands e, em 16 de Abril, o primeiro V2 foi lançado
nos Estados Unidos. O programa espacial dos E.U. estava a começar!
Até 1952, foram lançados 64 V2 em White Sands. Instrumentos, e não
explosivos, ocupavam os cones dos mísseis. Uma variante do V2 viu o míssil
tornar-se no primeiro dos dois andares de um foguetão denominado Bumper. A
metade superior era um foguetão WAC Corporal. A necessidade de mais
espaço para disparar rapidamente os foguetões depressa se tornou evidente e,
em 1949, o Joint Long Range Proving Ground foi estabelecido no remoto e
deserto Cabo Canaveral, Florida. Em 24 de Julho de 1950, um foguetão
Bumper de dois andares tornou-se no primeiro de centenas a serem lançados
do "Cabo".

A transferência das operações de lançamento para o Cabo coincidiram com a


transferência do programa dos mísseis da Armada de White Sands para um
posto próximo da cidade do norte do Alabama, chamada Huntsville. Von Braun
e a sua equipa chegaram em Abril de 1950. Tornou-se na sua casa para os 20
anos seguintes, um período durante o qual a população da cidade aumentou
10 vezes.

A equipa de von Braun trabalhou no desenvolvimento do que era


essencialmente um foguetão super-V2, denominado segundo o arsenal da
Armada dos E.U. onde estava a ser criado -- o Redstone (Pedra Vermelha).

Em 1956, A Agência de Mísseis Balísticos da Armada (Army Ballistic Missile


Agency) foi estabelecida no Arsenal de Redstone, sob o comando de von
Braun para desenvolver o míssil balístico Júpiter de alcance intermédio. Uma
versão do foguetão de Redstone, denominado de Júpiter C, foi utilizado em 31
de Janeiro de 1958 para lançar o primeiro satélite americano, Explorer I
(Explorador 1). Três anos mais tarde, o Mercury de Redstone lançava Alan
Shepard e Virgil I. "Gus" Grissom num vôo espacial suborbital, abrindo o
caminho para o primeiro vôo orbital de John Glenn.

Em 1958, foi criada a NASA e, dois anos mais tarde, von Braun, a sua equipa e
toda a Agência de Mísseis Balísticos da Armada (ABMA) foram transferidos
para a NASA para formarem o núcleo do programa espacial da agência.

O Comando dos Mísseis da Armada (Army Missile Command), a que pertence


o Arsenal Redstone, continuou a sua missão vital de defesa nacional após a
transferência da ABMA para a NASA, marcando um grande número de
programas bem sucedidos para aumentar o poder terrestre dos americanos. Os
sucessos de MICOM incluem os Pershing II, os sistemas de armas NIKE, os
sistemas HAWK, HAWK Melhorado, Corporal, Sergeant, Lance e Chaparral,
para referir apenas alguns.

Seguindo um caminho diferente -- o do desenvolvimento dos foguetões para


exploração espacial -- o último quarto de século do Centro de Vôo Espacial
Marshall (Marshall Space Flight Center) tornou-se uma época de superlativos.

Em 1961, quando Alan Shepard ainda se estava a secar de ter caido no


Oceano Atlântico após ter conduzido um foguete Redstone do Marshall num
vôo suborbital que o tornou no primeiro americano no espaço, o Presidente
Kennedy encarregou esta nação para ser a primeira na Lua. O Centro Marshall
da NASA foi encarregada de desenvolver a família de foguetões gigantes que
lá nos iria levar.

Os foguetões Saturno criados no Marshall para suportar o programa Apollo e


para honrar a promessa do President Kennedy foram, na altura, os veículos de
lançamento para o espaço mais potentes que algumas foram inventados.

Engenheiros, cientistas, empreiteiros e outro pessoal de suporte trabalharam


bem. Em 20 de Julho de 1969, uma transmissão do Mar da Tranquilidade, na
Lua, informou: "A Águia (Eagle) poisou."

Os foguetões Saturno do Marshall levaram-nos primeiro à volta da Lua, depois


para a sua superfície de crateras. Os veículos de excursão lunar desenvolvidos
pelo Marshall -- os toscos Rovers Lunares (Moon Buggies) -- levaram os
astronautas em excursões de longa distância na procura de amostras do solo e
rochas lunares.

Mais próximo de casa, a equipa do Marshall desenvolveu a primeira estação


espacial americana -- o Skylab. Criada para substituir o andar superior do
foguetão lunar Saturn V, o módulo Skylab foi posto em órbita, com sucesso, no
início do dia 14 de Maio de 1973.

Pôr o Skylab em órbita marcou uma grande transição na história da indústria


dos foguetões. Antes do Skylab, o foguetão era uma estrela -- a atracção. O
foco estava apontado para a subida e para a descida -- lançamento e
recuperação. O Skylab roubou o espectáculo. Pela primeira vez, o espaço
tornou-se num local para viver e trabalhar. Voar a bordo de um foguetão era
aproximadamente o equivalente terrestre de conduzir um carro para o trabalho.
Tal como ter que conduzir o carro era um incidente necessário para o trabalho
-- voar a bordo de um foguetão tornou-se secundário para o trabalho realizado
quando o Skylab era atingido. O foguetão, falando num modo simples, tornou-
se num meio para atingir um fim -- sendo o fim neste caso a oportunidade de
aprender a viver e a trabalhar no espaço.

Uma quantidade de avarias atacaram os primeiros dias do Skylab -- problemas


que testaram os recursos de toda a equipa da NASA. Os problemas foram
solucionados, no entanto, e o Skylab continuou até se tornar um dos
empreendimentos mais orgulhosos do Marshall.

O Saturno I-B, desenvolvido pelo Marshall, também levou a metade americana


do primeiro empenho espacial E.U.-Soviético, o projecto Apollo-Soyuz.

Depois de Apollo, a equipa no Marshall começou a trabalhar na criação de um


sistema nacional de transporte espacial, que veio a ser conhecido
simplesmente por "O Vai-vem Espacial" (The Space Shuttle).

É tudo menos simples!

Os principais motores do vai-vem espacial estão entre os dispositivos mais


potentes e mais sofisticados alguma vez inventados. Representam um salto
quantitativo no avanço da tecnologia sobre os motores que propulsionaram o
Saturno V. Cada um dos três motores principais na cauda do vai-vem tem
capacidade para quase meio milhão de libras de potência de aceleração, uma
potência igual à produzida por todos os oito motores do primeiro andar do
Saturno I. Ao contrário de muitos dos motores prévios de foguetões, que foram
desenhados para serem utilizados apenas uma vez -- e apenas por alguns
minutos -- os motores principais do vai-vem espacial são desenhados para
serem usados várias vezes seguidas, até 7.5 horas. A razão peso-potência
destes motores é a melhor do mundo -- cada motor pesa menos de 7,000 libras
mas produz a potência equivalente a sete grandes barragens!

Vinte e quatro vôos bem sucedidos do vai-vem fizeram acalmar a América para
uma forma de condescendência. Os lançamentos do vai-vem tornaram-se em
rotina -- um simples acontecimento rotineiro que não merece mais do que uma
notícia com 10 cm de altura na página 2 de uma publicação.

Então chegou o desastre do Challenger....

O tempo desde a perda do Challenger foi o mais trabalhoso em toda a história


do Centro de Vôo Espacial de Marshall. Organizaram-se equipas de
especialistas para descobrir e corrigir os problemas que levaram ao acidente. A
investigação depressa levou a uma junta defeituosa nos motores do vai-vem
espacial. Os especialistas na propulsão dos foguetões criaram diversas
modificações no desenho do motor para remediar a falha.

Foi executado um programa de testes vigoroso para mostrar que os problemas


tinham sido resolvidos.

O hiato, forçado pelo desastre, nas operações do vai-vem deram ao Marshall --


e a outras instalações da NASA -- uma oportunidade para reverem outros
assuntos relativos ao vai-vem. Grandes passos foram dados para melhorar a
confiança e segurança nas lâminas das turbinas e nas bombas turbo dos
motores principais do vai- vem. Foi criado um sistema de escape para a
tripulação do vai-vem. Foram introduzidos melhoramentos no sistema de poiso
e nos travões.

Quando a América voltou aos vôos tripulados em 1988, fê-lo num veículo
espacial que era muito mais seguro e mais capaz.

A NASA está também a examinar a possibilidade de utilizar veículos de


lançamento caros em missões que não necessitam das capacidades únicas do
vai-vem, e está a procurar desenvolver uma nova geração de pesados veículos
de lançamento.

Este será o próximo capítulo da história dos foguetões -- uma história cujo
primeiro capítulo foi escrito há mais de 2,400 anos.

Ninguém pode dizer onde o nosso caminho nos levará ou quando -- esperemos
que nunca -- será escrito o último capítulo desta história.
Foguetes: quando foram criados e como funcionam?
12-16 minutos

Se lançamentos de foguetes são comuns e frequentes hoje em dia, é porque


eles são resultado da aplicação de princípios que foram vislumbrados, pela
primeira vez, há mais de 2.000 anos. Embora os conceitos por trás do
funcionamento dos foguetes sejam bastante antigos, foi somente cerca de 70
anos atrás que esses veículos começaram a ser usados em
aplicações focadas na exploração espacial. Mas, afinal, quando os foguetes
foram criados e como eles funcionam?

 5 tecnologias vitais para que uma nave leve humanos ao espaço


 Quem é o responsável legal caso um foguete atinja uma pessoa ou uma
propriedade?
 Essas são as naves espaciais que vêm levando humanos ao espaço há seis
décadas

Uma breve história dos foguetes


Registros antigos mostram que sistemas parecidos com aqueles dos foguetes
já eram usados em períodos remotos. Por exemplo, em 300 a.C., o filósofo e
matemático grego Arquitas criou um modelo de um pombo de madeira
suspenso por arames, que voava impulsionado por vapor — que nada mais era
do que a aplicação do princípio da ação e reação, responsável pelo movimento
dos foguetes. 

Já na história mais recente, foguetes foram usados como armas militares, até
que evoluíram a ponto de, nos tempos atuais, colocar em prática o que
inventores e escritores descreveram e propuseram durante muito tempo:
permitir a exploração do espaço, impulsionando (literalmente) satélites, sondas
e naves espaciais para a órbita da Terra e além.

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Foguete V-2, desenvolvido a partir do trabalho de Hermann Oberth (Imagem: Domínio
público)

A criação dos foguetes modernos se deve, principalmente, a três homens,


considerados os principais “pais” dos foguetes. Um deles foi o russo Konstantin
E. Tsiolkovsky, que criou uma equação complexa que revelava a força
necessária para qualquer manobra de foguete, além do empuxo específico
necessário para alcançar o espaço. Outro foi Robert Goddard, físico norte-
americano que lançou o primeiro foguete alimentado por combustível líquido,
em 1926, que atingiu altitude de 12,5 metros num voo que durou apenas 2,5
segundos, percorrendo uma distância de 56 metros até cair. O terceiro foi o
alemão Hermann Oberth, que estudou foguetes de vários estágios e analisou
como poderiam ser usados para escapar da gravidade terrestre.

O trabalho de Oberth rendeu o desenvolvimento do foguete V-2, criado pelo


engenheiro mecânico alemão Wernher von Braun em 1944 e que foi usado
em ataques da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, sendo também o
primeiro a alcançar a linha de Kárman — linha imaginária que define o início do
espaço propriamente dito. Com o fim do conflito bélico, vários foguetes e
componentes foram capturados pelos Aliados, e alguns cientistas alemães
foram para os Estados Unidos, enquanto outros rumaram à União Soviética.
Mesmo rivais, os dois países tinham algo em comum: eles perceberam o
potencial que os foguetes tinham enquanto armas militares e iniciaram
programas experimentais — e o programa espacial bebeu da fonte dos mísseis
balísticos, que deram origem aos foguetes.

Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética se


envolveram nas tensões políticas da Guerra Fria e, como consequência, da
Corrida Espacial. Embora os primeiros foguetes funcionassem bem na
atmosfera terrestre, ainda foram necessários alguns anos para que cada país
ficasse confiante o suficiente para utilizá-los em lançamentos com humanos a
bordo. Antes disso, um foguete chamado R-7 se tornou o primeiro a colocar um
objeto na órbita da Terra — o satélite soviético Sputnik-1, em 1957.

Foi somente em 12 de abril de 1961 que o cosmonauta Yuri Gagarin voou a


partir de um foguete Vostok-K para além da atmosfera, tornando-se o primeiro
ser humano a ir para o espaço. Já os Estados Unidos pavimentaram o fim do
conflito quando levaram os primeiros astronautas à superfície lunar, em 1969,
com a Apollo 11.

Como funciona um lançamento de foguete 

Lançamento do Bumper 2, um foguete experimental de dois estágios, testado na


década de 1950 (Imagem: Reprodução/NASA)

Embora os mecanismos necessários para viagens espaciais já


fossem conhecidos há muito tempo, os verdadeiros desafios por trás dessas
ambições ficaram claros somente no século 19. Naquela época, engenheiros
sabiam que dispositivos criados para se mover em um meio, como o ar,
não funcionariam no espaço, e os motores de combustão, que queimavam
combustível e oxigênio para gerar energia, também não teriam utilidade fora da
Terra.

No fim, a solução foi resolvida com empuxo — força exercida por um fluido


sobre um objeto totalmente ou parcialmente imerso nele, apresentando direção
vertical. No caso dos foguetes, são necessárias reações químicas explosivas
que expulsam compostos em alta velocidade e, como resultado, movem o
foguete independentemente do meio onde está, e tudo isso ocorre através de
um processo poderoso e extremamente delicado. 

A terceira Lei de Newton descreve que toda ação tem uma reação oposta na


mesma intensidade, então, em lançamentos de foguetes, a ação ocorre na
queima do combustível, cujos jatos de gás quente saem por um pequeno bocal
na parte de baixo do foguete, enquanto a reação é justamente o "empurrão"
para cima, direção contrária da liberação dos jatos de gás. 

Ou seja: enquanto a queima do combustível empurra compostos para baixo, o


foguete é empurrado para cima como reação — mas somente se o empuxo
gerado pelos motores for maior do que a força de seu peso. Por isso é
necessário queimar uma enorme quantidade de combustível para lançar um
foguete e, quanto mais pesado ele for, maior será a carga de combustível
necessária para que o veículo saia do chão.

Foguetes que entraram para a história


Abaixo, destacamos alguns foguetes que entraram para a história graças aos
feitos que proporcionaram na história da exploração espacial:
Saturn V, da NASA

O Saturn V tinha potência suficiente para impulsionar tanto o lander lunar quanto o
módulo de comando das missões Apollo para a órbita da Terra (Imagem:
Reprodução/NASA)
O lançamento da missão Apollo 11, a primeira a pousar humanos na Lua, foi
feito pelo foguete Saturn V, o mais famoso da agência espacial norte-
americana. Com seus 110 m de altura e três estágios, este é o foguete mais
poderoso já usado até hoje. Quando estava totalmente abastecido para o
lançamento, ele chegava aos 2,8 milhões de kg, era capaz de gerar 34,5
milhões de Newtons de empuxo e podia lançar cerca de 130 toneladas à órbita
da Terra — ou 50 toneladas à Lua. 

Os três estágiods do Saturn V eram dispensados conforme eram utilizados;


assim, cada estágio impulsionava o foguete até ficar sem combustível,
sendo descartado em seguida. Para as missões com destino à Lua, o primeiro
elevava o veículo até a altitude de 68 km, o segundo o aproximava ainda mais
da órbita, enquanto o terceiro estágio era responsável por posicionar o módulo
de serviço e comando na órbita terrestre, para seguir rumo ao nosso satélite
natural. Após a separação, os dois primeiros estágios eram direcionados para
cair no oceano, e o terceiro ficava no espaço ou atingia a superfície lunar.

A missão final do Saturn V aconteceu em 1975, quando ele foi lançado para
levar a estação Skylab à órbita. Apesar de toda a documentação de
desenvolvimento e construção do foguete estar cuidadosamente preservada, a
NASA explica que, hoje, já não é mais possível reconstruir o Saturn V porque a
infraestrutura e ferramentas necessárias foram destruídas ou enviadas a
museus. 

Falcon 9 e os foguetes reutilizáveis da SpaceX

Foguete Falcon 9 com a nave Crew Dragon no topo (Imagem: Reprodução/NASA)

Hoje, não são apenas agências espaciais que fazem lançamentos de foguetes.


Já existem empresas privadas que desenvolvem (e lançam) foguetes e naves
próprias, sendo que algumas delas têm como objetivo levar pessoas a destinos
como a órbita da Terra, a Lua e, num futuro não muito distante, a outros
planetas, como Marte — enquanto outras seguem aquecendo o mercado de
lançamentos de satélites à órbita terrestre.

Uma delas é a SpaceX, fundada por Elon Musk, que acabou revolucionando a
indústria aeroespacial ao criar o foguete reutilizável Falcon 9. Ou seja: o
foguete não é totalmente perdido após um lançamento, já que seus
impulsionadores são capazes de pousar de volta no solo para serem
recuperados e reutilizados em novos lançamentos. Isso sifgnifica que, com a
inovação da SpaceX, lançamentos espaciais ficaram muito mais acessíveis,
tanto para o envio de cargas, quanto de pessoas, e o Falcon 9 já fez muitos
lançamentos para a órbita — desde satélites até naves tripuladas,
levando astronautas à Estação Espacial Internacional — tudo isso com
transmissões ao vivo, que tornam cada lançamento um verdadeiro espetáculo,
capaz de atrair o interesse público para os lançamentos espaciais.

Conceito do Starship com o booster Super Heavy (Imagem: Reprodução/SpaceX)

Mas a empresa não vai parar por aí, já que seu grande objetivo é levar
humanos a Marte. Para isso, a SpaceX está trabalhando no sistema Starship,
formado por um veículo de mesmo nome e pelo poderoso propulsor Super
Heavy, que, juntos, serão o maior sistema de lançamentos da história,
superando o Saturn V da NASA. O sistema será capaz de levar pelo menos
100 toneladas métricas à órbita baixa da Terra e, quando estiver na
configuração completa, chegará aos 120 m de altura.

As especificações são impressionantes e vão além, já que o Starship foi


projetado para ser totalmente reutilizável e capaz de ser abastecido em
órbita, com a ajuda de outro Starship. Após cada lançamento, o booster Super
Heavy retornará para o solo, enquanto e o Starship seguirá viagem. O sistema
ainda está em fase de desenvolvimento e a SpaceX realizará um teste de voo
orbital, não tripulado, para verificar se o Starship estará mesmo pronto para
cumprir sua missão — e, possivelmente, causar mais uma revolução no
mercado espacial.
O Brasil também teve seu próprio foguete

O VLS-1 na plataforma móvel de lançamentos, no Centro de Lançamento de Alcântara


(Imagem: Reprodução/IAE/FAB)
Quando o assunto são os foguetes brasileiros, ainda há algumas lacunas que
precisam ser preenchidas — por exemplo, o lançamento do Amazonia-1, o
primeiro satélite totalmente projetado, integrado e desenvolvido no Brasil, teve
que acontecer com um foguete indiano PSLV-C51. Apesar de o nosso país
dispor de benefícios proporcionados pelo Centro de Lançamentos de Alcântara,
no Maranhão, cuja localização permite economia de até 30% em determinados
lançamentos, o Brasil não tinha um foguete com porte necessário para levar o
satélite Amazonia-1 à órbita.

Mesmo assim, vale mencionar o foguete brasileiro: o Veículo Lançador de


Satélites (VLS), formado por quatro estágios, tem 19,7 m de altura, mas o
projeto de desenvolvimento do foguete foi interrompido em função de um
acidente trágico. Em agosto de 2003, o VLS seria utilizado para lançar um
microssatélite e um nanossatélite, mas o foguete foi acionado acidentalmente
alguns dias antes do lançamento, causando um incêndio na torre.

Naquele dia, 21 funcionários morreram. O relatório final da investigação,


concluído pela Aeronáutica no ano seguinte, descartou qualquer possibilidade
de sabotagem. Após a tragédia, o Brasil segue com o desenvolvimento do
Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), pensado para ser o pioneiro do
Brasil para o lançamento de microssatélites. Um protótipo deverá ser testado
em breve e, se tudo correr bem, o VLM poderá voar dentro de três anos. É
esperar para ver — e torcer para dar certo!

Fonte: New Atlas, Space.com (1, 2), The Verge, Sociedade Planetária, NASA,
AEB
HISTÓRIA DO FOGUETE ESPACIAL
Universidade de São Paulo
Centro de Divulgação Científica e Cultural - Campus São Carlos
Setor de Astronomia
(OBSERVATÓRIO – Centro de Divulgação da Astronomia)
Série
Século XX – Astronomia e Astronáutica
Foguetes e Satélites (Breve História)
A história da astronáutica começa com o desenvolvimento dos primeiros foguetes e
satélites. Não fossem os testes do americano Robert Goddard com o primeiro foguete
de combustível líquido da história, que subiu apenas 12 metros em 16 de março de
1926, o homem nunca teria chegado a Lua, os metereologistas dificilmente teriam
emprego, e provavelmente muitas pessoas ainda acreditariam que os marcianos
poderiam invadir a Terra a qualquer momento.

Os foguetes são a peça fundamental no desenvolvimento da astronomia, pois


lançaram e ainda hoje lançam instrumentos muito poderosos ao espaço, como sondas
interplanetárias, que nos revelam os segredos dos planetas mais distantes,
telescópios espaciais, que nos revelam os segredos das estrelas e galáxias mais
distantes, e satélites voltados para a própria Terra, lembrando-nos que ainda existem
muitos segredos a serem revelados aqui mesmo. Como já foi citado, os satélites
também são de extrema importância na astronomia, pois orbitando a Terra eles
capturam dados científicos impossíveis de serem obtidos do solo

O desenvolvimento de todos esses equipamentos começou no ínicio do século XX,


que talvez ficará marcado como "o século em que o homem saiu da Terra". Já que
eles são extremamente importantes, nós vamos fazer um resumo de sua evolução ao
longo do século.

As Idéias

É óbvio que no começo do século XX já existiam alguns objetos que poderiam ser
chamados de foguetes: algumas armas militares e até os fogos de artifício. No
entanto, esses foguetes utilizavam combustível sólido (pólvora, por exemplo), e os
cientistas que começaram a pensar em utilizar os foguetes para vôos espaciais já
sabiam que esses combustíveis não eram poderosos o suficiente. Os foguetes
precisariam utilizar combustível sólido. Outro desenvolvimento importante: os foguetes
deveriam usar estágios para ir mais longe, ou seja, o foguete teria várias partes, e a
medida que ia acabando o combustível de uma parte, ela se desprenderia do conjunto,
tornando ele mais leve.

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Goddard e o seu primeiro foguete de combustível líquido

Figura-1
Três homens, Goddard, Hermann Oberth (alemão) e Kostantin Tsiolkovsky (russo)
trabalharam seriamente na idéia de desenvolver os foguetes, quando a comunidade
científica achava que não valia a pena:. Os três estudavam seriamente a viabilidade
de se construir um foguete espacial, e chegaram a conclusões bem próximas. Nunca
se encontraram e desconheciam os trabalhos individuais dos outros demais dois entre
si. Isso foi no final do século XIX e começo do século XX, mas eles começaram a
apresentar resultados entre 1903 e 1926 (data do teste do foguete de Goddard). Por
isso, os três podem ser considerados os pais da astronáutica, apesar de cada um ser
considerado pai da astronáutica em seu país.

O Desenvolvimento

Foi apenas em 30 de maio de 1942 que foi lançado o primeiro foguete com
capacidade para sair realmente da atmosfera: o V-2 alemão. Esse foguete foi
desenvolvido por um aluno de Oberth: o alemão Werhner Von Braun. O foguete foi
projetado para servir de arma na Segunda Guerra Mundial, e grande parte dos
cientistas foram obrigados a trabalhar no projeto –inclusive Von Braun, que chegou a
ser preso por estar fazendo pesquisas que se desviavam de fins militares, mas ele foi
logo solto porque os alemães perceberam que ele era essencial ao projeto.

O foguete chegou a ser usado na guerra, contra Londres e Paris, por exemplo, e
apesar de ter matado milhares de pessoas não impediu a derrota dos alemães, pois
ficou pronto muito tarde.

Com o fim da guerra, a equipe de Von Braun foi para os Estados Unidos como
priosioneira de guerra. Era isso ou ficarem na Alemanha e serem mortos, pois Hitler já
havia ordenado a execução deles, para que a tecnologia dos V-2 não se espalhasse a
outros países.

Nos Estados Unidos a equipe foi obrigada a continuar o desenvolvimento dos V-2, o
que fizeram. Eles então desenvolveram o Bumper, primeiro foguete de dois estágios a
ser lançado (em 1948), que usava o V-2 como primeiro estágio.

Enquanto isso, os russos trabalhavam no projeto de um ICBM (sigla pra míssel


balístico intercontinental, em inglês), que chamaram de R-7. Ele era bem parecido com
o V-2, pois os primeiros projetos russos eram baseados nos projetos alemães. Alguns
chegavam a ser cópia, onde os engenheiros russos trocavam apenas o texto,
deixando o desenho original alemão. Em 1957 os russos lançam com sucesso o R-7,
primeiro míssel intercontinental da história.

Os americanos, sabendo do trabalho dos russos, desenvolveram com urgência o seu


ICBM: o Atlas, lançado cerca de quatro meses depois do R-7 russo.

Esses dois foguetes resumem bem o ínicio da astronáutica: os foguetes eram


desenvolvidos como armas, e depois usados como veículos lançadores, como os
Atlas, R-7, Titan (americanos) e a série UR (Universal Rockets – foguetes universais)
russa. Todos eles passaram a ser utilizados como foguetes lançadores, e são usados
em lançamentos de naves e satélites até hoje, em versões melhoradas.

Um fato curioso é que todos os foguetes, mesmo hoje em dia, seguem os mesmos
padrões, sejam eles americanos, russos ou de outro país. Isso acontece porque os
foguetes se desenvolveram do V-2 alemão, já que as pesquisas continuaram, com a
mesma equipe, nos Estados Unidos, e já que os russos tinham bastante informações
sobre o desenvolvimento científico alemão. Esses fatos fizeram com que atualmente
os foguetes sejam bem parecidos entre si.

O ano de 1957 é um ano marcante na história da astronáutica: em outubro desse ano


foi lançado o Sputnik 1, primeiro objeto feito pelo homem colocado em órbita terrestre,
em outras palavras, o primeiro satélite artificial lançado pelo homem. O Sputnik era um
satélite russo, pesando cerca de 84 kg e feito as pressas para poder ser lançado antes
do satélite que os americanos estavam desenvolvendo. De fato os russos
conseguiram lançar o Sputnik primeiro, mas a única coisa que esse satélite fazia era
emitir sons em determinadas frequências, que podiam ser captados por rádio-
receptores aqui na Terra – apenas para provar que ele estava lá. Ainda assim o
satélite chegou a causar pânico em muitos americanos, pois eles não sabiam do que o
satélite era realmente capaz. Resumindo, apesar de o Sputnik ter colocado os russos
na frente na corrida espacial, a única coisa que ele fazia era barulho.

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O Sputnik - Primeiro Satélite Artificial

Figura-2
Cerca de três meses depois do Sptunik, os americanos lançavam seu primeiro satélite:
o Explorer 1, bem mais leve que seu concorrente (pesava apenas 14 kg) e bem mais
útil também: foi o responsável pela descoberta do Cinturão de Van Allen um cinturão
magnético que protege a Terra da radiação solar.

A largada tinha sido dada: agora americanos e russos tinham tecnologia para lançar
objetos ao espaço. A partir daí, a 1evolução da astronomia tomou uma velocidade
realmente astronômica, como lhe cabe.

Muitos satélites passaram então a ser lançados. Os primeiros a serem desenvolvidos


foram os satélites para fins militares. Existem vários tipos desses satélites: uns tiram
fotos do terreno inimigo, outros são responsáveis pela comunicação entre as tropas e
alguns até pela interceptação da comunicação entre tropas inimigas. Ainda em 1958
foi lançado o primeiro satélite espião. Vieram então os satélites metereológicos: em
1960 os americanos lançaram o primeiro desse tipo. Cada vez mais poderosos, eles
nos dão previsões de tempo cada vez mais precisas, apesar de esta ser uma área
muito complicada da ciência. Em 1962, foi lançado o primeiro satélite para transmissão
de televisão intercontinental. Os satélites de comunicação são hoje extensamente
utilizados e eles que nos permitem, por exemplo: assistirmos as Olimpíadas ao vivo,
nem que para isso tenhamos que ficar acordados a madrugada inteira.

Para que alguns satélites pudessem ser realmente eficientes, foram desenvolvidos os
satélites geoestacionários: satélites que parecem estarem parados no céu. Esses
satélites na verdade são colocado em órbitas bem altas ao redor do equador, e giram
junto com a rotação da Terra, estando então em posição fixa em relação a quem
estiver na superfície terrestre.

A intensa corrida espacial durante a Guerra Fria ajudou muito toda essa evolução, e
foi responsável pelo maior foguete já lançado: o Saturno V, com cerca de 100 metros
de comprimento. Desenvolvido pela equipe de Von Braun, ele surgiu da necessidade
de um veículo lançador poderoso o suficiente para lançar uma nave tripulada a Lua.
Foi ele quem lançou a Apollo 11 em 1969, colocando os primeiros homens na Lua. No
entanto, com o fim da Guerra Fria e da corrida espacial, o interesse em mandar
homens à Lua caiu, não sendo mais necessário um foguete tão poderoso, e por isso o
maior foguete já construído na história está aposentado.

A Atualidade

Bem mais tarde, em 1981, chegaram os "Ônibus Espaciais", ou melhor, os STS


(Sistema de Transporte Espacial). Eles surgiram da necessidade de veículos
lançadores reutilizáveis, podendo assim economizar dinheiro nos lançamentos, já que
não precisariam construir um novo foguete a cada lançamento. Apenas alguns
tanques de combustível são inutilizados a cada lançamento. Apesar de surgir como
uma boa idéia, os custos bem acima do previsto do projeto do STS tornaram ele uma
dúvida. Então, em 1986, quando um deles (Challenger) explodiu matando seus sete
tripulantes, a NASA decidiu repensar o projeto. Depois de cerca de três anos sem
lançamentos e muitos testes, o Ônibus Espacial voou de novo, e está até hoje na
ativa.

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Lançamento do Columbia em 12 de Abril de 1981 - Missão STS-1.

Figura-3
Mesmo não sendo a alternativa mais barata em todos os casos de lançamento, ele foi
responsável por colocar, continuamente e por cerca de vinte anos, americanos no
espaço, dando experiência em vôos tripulados a eles. É o veículo americano utilizado
para levar seus astronautas ao espaço, nas estações espaciais, por exemplo. Os
russos usam ainda uma nave Soyuz, que deve ser lançada de um foguete.

Apenas americanos e russos tem tecnologia para colocar um homem no espaço, mas
outros países também tem indústrias astronáuticas que merecem respeito. Talvez as
mais relevantes sejam a francesa, com seus foguetes lançadores Ariane, responsáveis
por muitos lançamentos comerciais atualmente, e a chinesa, com seus foguetes Longa
Marcha. Os chineses também tem um projeto de colocar um homem em órbita, e
estão trabalhando bastante nisso atualmente. O Brasil tem uma participação modesta
no desenvolvimento do seu Veículo Lançador de Satélites (VLS) .do Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE), do Centro Técnico Aeroespacial (CTA).

Atualmente, nós temos satélites de todo tipo orbitando a Terra, como o Telescópio
Espacial Hubble, um telescópio colocado em órbita terrestre para evitar os efeitos da
atmosfera sobre as imagens, gerando imagens muito mais nítidas.

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Terceira imagem de uma série de quatro vista a partir do Onibus Espacial Discorery
momento antes de prendê-lo ao braço do sistema manipulador remoto as
18:03:40 GMT, Dec. 21, 1999.

Figura-4
Os foguetes e satélites tiveram inevitável importância no desenvolvimento da
astronomia moderna (assim como em outras ciências), e sem dúvida continuarão a ter
por um longo tempo. Eles continuarão dominando o lançamento de objetos ao espaço
por um tempo inimaginável, pois as novas tecnologias de propulsão em
desenvolvimento se aplicam melhor a naves espaciais: objetos colocados no espaço
pelos foguetes, para de lá seguirem seu caminho pelo espaço e em conjunto com os
satélites, eles são poderosos instrumentos de observação espacial e terrestre, além de
terem muitas outras aplicações, por sua localização privilegiada. Esses objetos estão
entre as invensões mais espetaculares do século XX.

Caio B. G. Carvalho
São Carlos, 19 de janeiro de 2001
Caio B. G. Carvalho é monitor voluntário do CDCC no Setor de Astronomia e está
cursando o bacharelado de Físca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) –
USP/SC. Interessou-se por trabalhar em divulgar a Astronomia no Observatório e
atualmente está desenvolvendo um projeto do Prof. Dr. Valter Luiz Libero (IFSC) –
Multimidia na Astronomia – subvencionado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da
USP.

Imagens e Créditos:

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Figura-1:
Instituição: Goddard Space Flight Center
Goddard e o seu primeiro foguete de combustível líquido
http://pao.gsfc.nasa.gov/gsfc/service/gallery/fact_sheets/general/frocket/frocket.htm

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foguetes-e-satelites-fig-02.jpg
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Figura-2:
O Sputnik - Primeiro Satélite Artificial
Crédito: TASS
Copyright 1997 The New York Times Company
http://www.nytimes.com/partners/aol/special/sputnik/sat1.1.jpg.html
Fonte: New York Times
http://www.nytimes.com/partners/aol/special/sputnik/main.html
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Figura-3:
Lançamento do Columbia em 12 de Abril de 1981 - Missão STS-1.
Instituição: Johsson Space Center http://images.jsc.nasa.gov/
http://images.jsc.nasa.gov/images/pao/STS1/10060323.jpg
Data: 12 de abril de 1981

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foguetes-e-satelites-fig-04.jpg
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Figura-4:
S103-E-5033 (21 December 1999) ---
Terceira imagem de uma série de quatro vista a partir do Onibus Espacial Discorery
momento antes de prendê-lo ao braço do sistema manipulador remoto as
18:03:40 GMT, Dec. 21, 1999.
Instituição: Nasa Human Spaceflight http://spaceflight.nasa.gov/
http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/shuttle/sts-103/html/s103e5033.html
Foto: S103-E-5033 (21 Dezembro de 1999)
Com o final de ano chegando, sempre ficamos ansiosos para a chegada do dia
31 de Dezembro, cujas festividades de Réveillon ocorrem no mundo todo, das
mais variadas formas em que as culturas dos povos que estão comemorando
se manifestam. Apesar da diversidade dessas festas, um momento sempre é
muito esperado pela maioria delas: a chuva de fogos de artifício que ocorre à
meia noite. Pensando nisso, você já percebeu as semelhanças que esses
fogos têm com foguetes?

Os foguetes mais primitivos foram criados na Ásia com o uso de bambus e


fogueiras , há milhares de anos antes de Cristo, mesmo antes da criação da
pólvora, que ocorreu por volta de dois mil anos atrás. Nesse sentido, a
pirotecnia – uso de explosivos e fogos de artifício para entretenimento – foi
desenvolvida de forma acidental, quando esses povos pré-históricos jogaram
bambus verdes na fogueira e perceberam que havia pequenas explosões
decorrentes da dilatação da planta e de bolsas de ar e seiva armazenadas no
caule quando em contato com o calor. Dessa maneira, seu uso se tornou
cultural nas festividades, com o intuito de espantar os maus espíritos.

Fogos de Artifício e origem dos Foguetes


Com a criação da pólvora, as técnicas foram somadas e o resultado das
explosões eram ainda mais atrativos. Dessa maneira, além do barulho da
explosão, foi desenvolvida a variação das cores, dependendo do elemento
químico utilizado na queima, devido ao avanço da antiga alquimia.

Fogos de artifício no Réveillon

 Nitrato + carbonato ou sulfato de estrôncio = vermelho;


 Nitrato + clorato ou carbonato de bário = verde;
 Oxalato ou carbonato de sódio = amarelo;
 Carbonato ou sulfeto de cobre + cloreto mercuroso (calomenano) = azul.

Muita história se passou e os fogos de artifício e seus princípios físicos e


químicos foram difundidos pelo mundo. Nesse ínterim, eles foram
desenvolvidos como armamentos militares, conhecidos como precursores dos
mísseis, mas que davam grande vantagem a quem dominava a técnica. O
auge do uso desse novo armamento foi na criação do famoso míssil V2 – o
qual não foi idealizado pelo seu criador von Braun como uma arma, mas como
um dos primeiros foguetes da história –, e foi muito utilizado na II Guerra
Mundial. Mais tarde, o mesmo criador do V2 foi o engenheiro por trás do
famoso foguete Saturno V, que foi o foguete que entrou para a história ao
levar os primeiros humanos à Lua!

Mas afinal, qual a semelhança dos fogos de artifícios e dos foguetes, já que
eles se diferenciaram durantes a história e, atualmente, possuem objetivos
completamente diferentes?
Princípio Físico dos Foguetes
Primeiramente, eles possuem o mesmo princípio físico, o qual está
fundamentado na Terceira Lei de Newton – para toda ação (força) sobre um
objeto, em resposta à interação com outro objeto, existirá uma reação (força)
de mesmo valor e direção, mas com sentido oposto. Quando um pequeno fogo
de artifício começa a pegar fogo e queimar a pólvora contida nele, gases são
expelidos, produzindo uma força de reação do gás contra o corpo do fogo de
artifício, fazendo com que ele suba até cessar a combustão.

De maneira análoga, um foguete de centenas de toneladas também funciona


dessa maneira, diferindo pelo combustível, no qual chamamos de propelente
para esse segundo caso. Assim, dadas as proporções, fogos de artifício e
foguetes têm uma grande história em comum e funcionam pelas mesmas leis
físicas e químicas da natureza.

Ciência dos foguetes no Cotidiano


Dessa maneira, percebemos que a ciência está sempre envolvida no nosso
cotidiano, nas mais variadas formas. Seja num lançamento de foguete ou, até
mesmo, na famosa chuva de fogos de artifícios que encontramos todo ano no
Réveillon!! E se você gosta de foguetes, não deixe de conferir nosso texto
sobre como fazer o seu próprio foguete usando uma garrafa plástica! No mais,
nós da AEROJR. lhe desejamos um feliz ano novo!

Autor: Pedro Picanço

Como fazer um foguete de água

 outubro 12, 2018


Quem nunca ouviu aquela história animada de um amigo que escolheu carreira
por conta de um brinquedo que ganhou quando era criança?! Ou quem sabe
você mesmo é fruto de um dos brinquedos que gostava muito na infância?
Uma coisa é certa: os brinquedos nos ajudam a descobrir muitas coisas sobre
nós mesmos. Eles são grandes aliados no processo de aprendizagem infantil e
é através deles que a criança aprende e desenvolve elementos fundamentais
na formação de sua personalidade.

Além disso, eles proporcionam diversas situações interessantes para estimular


a imaginação dos pequenos, auxilia na organização de suas emoções, ajuda
na compreensão de informações, constrói autonomia de ação, dentre outros
inúmeros benefícios. Por conta de todas essas vantagens, fica mais que claro a
importância de incentivar a criatividade, raciocínio lógico e outras habilidades
nas crianças através de brinquedos e brincadeiras certas, capazes de ajudar
nesse desenvolvimento desde muito cedo.

E para que esse Dia das Crianças seja repleto de brincadeiras, nós da
AEROJR. decidimos mostrar de uma maneira muito simples como fazer um
foguete de água para que você possa se divertir e muito com a criançada em
casa nesse feriado prolongado.

Então vamos ao que interessa?

Materiais:

 Uma garrafa plástica de 2L;


 Uma rolha;
 Uma bomba para encher pneu de bicicleta ou bola;
 Água.

Procedimentos:

Passo 1: Fure a rolha com a agulha da bomba utilizada.

Passo 2: Encha a garrafa com pouco mais de um terço de água.

OBS: Não coloque muita água, isso fará com que sua garrafa fique pesada e a
pressão do ar dentro pode não ser o suficiente para fazer o foguete “voar”.

Passo 3: Tampe a garrafa plástica com a rolha.

Passo 4: Vire a garrafa de ponta-cabeça.

BASE: a base utilizada aqui será bem simples.

1- Encontre um local de apoio para o foguete, de maneira que ele não toque o
chão.

2- Para que o foguete não saia reto, incline-o um pouco e o apoie com uma
pedra.
Lançamento do Foguete de Água

Agora com o foguete na base, basta somente enchê-lo de ar, comprimindo a


bomba. E o foguete saltará por si só e pode voar a até 10 metros de altura!

É interessante ressaltar que existem várias maneiras de se fazer um foguete


d’água, desde aqueles com mais de um estágio a outros com bases mais
complexas. Esta que ensinamos neste post é uma das mais simples, e caso
você queira ver o resultado de um foguete d’água funcionando, basta clicar
aqui e acessar as fotos da ação promovida pela AEROJR. usando um foguete
muito parecido com o que ensinamos hoje. E não se esqueça de comentar aqui
caso você tenha tentado reproduzir este foguete no feriado!
A matemática nos lançamentos de foguetes
SERGIO LUIZ PANSONATTO says:
6-8 minutos

Atividade para o Ensino Médio ensina função quadrática de forma visual e


criativa

Cerca de 2,6 mil satélites trafegam na órbita de nosso planeta, mas a conquista
do espaço ainda parece distante. Para alcançar o novo sonho, importantes
passos vêm sendo tomados, como a missão da NASA para descobrir se há
vida em Marte e o lançamento do Space X, primeiro voo espacial tripulado em
parceria com uma empresa privada. Seja em antigas conquistas ou nos
próximos rumos espaciais, a matemática está presente. E este universo
encantador dos foguetes pode estimular alunos em sala de aula.

Com origem provável na China, que já manipulava a pólvora no século 13, os


foguetes foram usados para carregar bombas em guerras. O sonho de criar um
Cristóvão Colombo sideral se intensificou no início do século 20, com os
trabalhos do russo Konstantin Tsiolkovsky e o americano Robert Goddard, que
lançou o primeiro foguete com combustível líquido, um composto de petróleo e
oxigênio em 1926. Mas o espaço era inalcançável. O aparelho atingiu uma
altura de 12,5 metros, percorrendo 56 metros em um voo de 2,5 segundos.

Foi o espírito bélico dos países durante a Segunda Guerra Mundial e na Guerra
Fria que impulsionou seu desenvolvimento. O alemão Wernher von Braun,
produziu os primeiros mísseis, chamados pelos nazistas de V-1 e V-2, para
bombardear os países aliados. Mais de 8 mil unidades dessa arma caíram
sobre Londres. Esses mísseis foram fundamentais para as pesquisas sobre
foguetes espaciais para Estados Unidos e na antiga URSS, quando o mundo
se dividiu em duas ideologias e começou a corrida espacial. Por sinal, Braun
rendeu-se aos americanos, deixou a Alemanha e participou do projeto dos EUA
para chegar à Lua.

Conheça  a matemática Katherine Johnson

“Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a


humanidade.” As palavras do astronauta americano Neil Armstrong, em julho
de 1969, entraram para história e colocaram as viagens espaciais no
imaginário da população. Armstrong e Buzz Aldrin ficaram mundialmente
famosos aos serem os primeiros a pisar na Lua. Mas poucos conhecem a
história de quem trabalhava nos bastidores. Entre elas, está a matemática
negra Katherine Johnson (1918-2020), responsável por cálculos complexos
que garantiram a aterrissagem em segurança da Apollo 11 na Lua e seu
retorno à Terra. Junto com outras mulheres que eram chamadas
“computadoras”, Katherine usava apenas lápis e papel para resolver
sofisticadas equações.
Na época, as funcionárias da agência espacial tinham pouco reconhecimento e
a lei de segregação racial mantinha salas, restaurantes e banheiros separados
dos matemáticos brancos. Anos mais tarde, em 2015, como reconhecimento de
seu legado, Katherine foi agraciada com a Medalha da Liberdade, a
condecoração civil mais importante dos EUA. Para conhecer um pouco mais de
sua história e de outras matemática negras importantes na corrida espacial,
assista ao filme “Estrelas além do tempo”.

Aprenda matemática construindo um foguete em casa

Para despertar o interesse de futuros cientistas, e quem sabe, incentivar novos


visionários, campeonatos de lançamentos de foguetes são realizados em todo
mundo. No Brasil, a Mostra Brasileira de Foguetes é o principal evento,
reunindo de estudantes do Ensino Médio e Fundamental de todo país. A
competição tem três categorias: maior distância, maior altura e lançamento de
precisão. O recorde de distância é de 363 metros.

Unindo diversão e teoria, a competição trabalha com a segunda e terceira leis


de Newton e conceitos de momento linear e velocidade relativa. O professor de
Matemática do Ensino Médio pode aproveitar os lançamento para a
aprendizagem de função quadrática, fazendo com que o aluno expresse
algebricamente a trajetória de seu foguete. O estudante deve medir o ângulo
lançamento, cronometrar o tempo de voo e medir a distância atingida. Assim,
será possível descrever a parábola do foguete e calcular a altura máxima
atingida.

Uma curiosidade. Cada ângulo vai alcançar uma distância diferente? Nem
sempre, conta a professora do Colégio Sidarta Maitê Salinas, formadora do
Programa Mentalidades Matemáticas. Ângulos complementares de 90° (75° e
15°, 60° e 30°) atingem a mesma distância, desde que tenham mesma
velocidade inicial. Mas a altura é sempre diferente.

Como construir um foguete em casa? Com garrafas PET. Nem pense em usar
qualquer líquido de combustão, nosso combustível é outro: vinagre e
bicarbonato de sódio. A reação química entre eles produz gás carbônico, que
faz pressão dentro da garrafa e a lança para o céu. Há vídeos de quem já
tentou montar seu próprio foguete bastante detalhados e versões mais simples
também estão disponíveis com o Manual do Mundo.

Atividade do Youcubed
Inspirados por Katherine Johnson, vamos fazer uma atividade do Youcubed?
Se a função quadrática é uma atividade para alunos do Ensino Médio, o estudo
de padrões é um desafio para todas as idades, como na atividade Quadrados
sobre Quadrados. Mostre para os alunos as figuras abaixo e pergunte: Como
vocês veem as formas crescendo? A resposta deve ser totalmente visual, sem
contas ou os números, mas usando cores diferentes.

Assim que os alunos compartilharem suas estratégias, as perguntas numéricas


e algébricas devem ser feitas, desafiando os alunos com casos posteriores até
chegar ao centésimo e o enésimo caso. A atividade mostra como é possível ver
a matemática de forma diferente, mesmo em uma tarefa que permite apenas
um resultado. Se você aplicar em sua classe, deixe suas impressões nos
comentários. Bom desafio!
Combustíveis e impactos ambientais
BNCC.Ciencias: EF07CI05, EF07CI11
OS 5 MAIORES DESASTRES ESPACIAIS DA HISTÓRIA
No final dos anos 50 começava a corrida espacial, apesar dos benefícios que as
missões tripuladas para o espaço geraram para a humanidade, os acidentes que
ocorreram durante esses projetos também marcaram a memória mundial. Até hoje, 21
astronautas morreram dentro dos foguetes, na maioria dos casos, na partida ou
retorno à Terra.  

Listamos os 5 maiores desastres espaciais da história da humanidade: 

1. Apollo 1 (Janeiro de 1967) 

O acidente com a missão Apollo 1, dos Estados Unidos, matou três astronautas antes
mesmo da partida da espaçonave. Durante uma simulação de lançamento, o cockpit
pegou fogo, com os astronautas Virgil Grissom, Roger Chaffee e Edward White dentro.
Falhas na construção da nave espacial provocaram o início do incêndio e também
impediram os astronautas de sair pela saída de emergência. A trágica morte dos três e
os erros no projeto levaram a grandes mudanças no projeto Apollo, o mesmo que
levou o homem à Lua. 
2. Soyuz 1 (Abril de 1967) 

Esse foi o primeiro acidente da história da humanidade que ocorreu no espaço.


A Soyuz 1, missão tripulada soviética, partiu para a órbita da Terra com o
objetivo de trocar tripulação com outra nave, a Soyuz 2. Mas desde o
lançamento, o coronel Vladimir Komarov, que comandava a missão, teve
problemas técnicos com o módulo espacial. Foram tantos problemas que
decidiram abortar a missão. Quando a espaçonave entrou na atmosfera
terrestre, Komarov tentou acionar o paraquedas principal, para aliviar a queda,
mas ele não funcionou. Com isso, o foguete caiu com um impacto de 140 km/h
e o astronauta não teve a menor chance de sobreviver. 

3. Soyuz 11 (Junho de 1971) 


Pouco tempo após o acidente com a Soyuz 1, três astronautas soviéticos
retornavam para a Terra após ficarem 24 dias em órbita numa estação
espacial. A Soyuz 11 fez um pouso perfeito, mas quando abriram o foguete
encontraram Georgi Dobrovolski, Viktor Patsayev e Vladislav Volkov sentados
em suas cadeiras, mortos, com hematomas roxos e sangue vertendo de seus
narizes e ouvidos. Descobriu-se que ocorreu uma ruptura na válvula de
ventilação, o que acabou expondo a tripulação ao vácuo espacial. Esse foi o
único caso de morte de humanos no espaço – e a primeira vez que uma
pessoa teve contato com o vácuo do universo. O pouso foi realizado graças ao
piloto automático da Soyuz 11. 

4. Challenger (Janeiro de 1986) 


O ônibus espacial Challenger, dos Estados Unidos, fazia uma decolagem
televisionada ao vivo, quando explodiu, 72 segundos depois de ser lançado.
Faziam parte da tripulação 6 astronautas e uma professora do ensino médio, a
primeira civil a participar de uma missão espacial.
Greg Jarvis, Christa McAuliffe, Ronald McNair, Ellison Onizuka, Judith Resnik,
Michael J. Smith e Dick Scobee morreram diante de um público chocado. A
causa para o acidente seria o comportamento instável do anel de borracha que
vedava parte do tanque de combustível, quando exposto a temperaturas mais
frias. O acidente fez com que a NASA pausasse seu programa espacial por
cerca de 32 meses. 
5. Columbia (Fevereiro de 2003) 
O último acidente espacial da história aconteceu em 2003, quando o ônibus espacial
Columbia, que já havia sido utilizado em 27 missões, se desintegrou ao retornar para a
Terra. A espaçonave trazia 7 tripulantes: Rick D. Husband, William McCool, Michael P.
Anderson, David M. Brown, Kalpana Chawla, Laurel B. Clark e Ilan Ramon, que
haviam ficado 16 dias em órbita. Descobriu-se que a causa do acidente foi uma
ruptura no sistema de isolamento térmico na asa esquerda, que ocorreu durante a
decolagem. 
O programa de ônibus espaciais da NASA acabou sendo descontinuado depois do
acidente e os novos projetos para construções de foguetes não foram retomados na
administração do presidente Barack Obama. Existem planos para construção de novos
tipos de espaçonaves para levar o homem de volta à Lua, mas talvez somente lá
para 2030.
https://zueirachaveschapolin.wordpress.com/2017/08/27/os-5-maiores-desastres-
espaciais-da-historia/
Como é a história dos transportes?

por elevador 2e4rodas | 06,setembro ,2017 | Autocenter, Curiosidades Carros

A história dos transportes começou lá atrás, por volta de 3500 a. C, na


Suméria, com a invenção da roda feita com troncos de madeira, isto seria o
apenas o início que revolucionaria a era da mobilidade.

O tempo foi passando e a forma de transporte foi sendo aperfeiçoada, e a


barreira da distância foi sendo deixada para trás, graças à velocidade que
permitiu ao homem chegar cada vez mais longe e mais rápido!

A história dos transportes foi marcada por ideias extremamente notáveis e,


como todas merecem destaque já que de alguma forma contribuíram para o
progresso, separamos alguns tópicos somente para se ter uma ideia da
complexidade de cada feito! Confira:

 A Expansão Marítima, no século XV foi marcada pelos grandes


descobrimentos na época, inclusive do Brasil;
 A locomotiva a vapor foi inventada no século XIX por George Stephenson, que
embora nada veloz, evoluiu até o trem nos dias atuais sendo um dos meios de
transporte mais moderno, mais tarde, o sistema a vapor foi implantado também
no transporte marítimo;
 Carl Benz criou o 1º automóvel na Alemanha em 1886, hoje os carros têm
tecnologia avançada oferecendo sofisticação, designe futurístico com muita
velocidade. Carl foi o criador também do 1º automóvel de três rodas movido a
gasolina;
 O 1º avião foi criado pelo brasileiro Santos Dumont em 1906 quando
sobrevoou em Paris com o famoso 14-bis, e com sua evolução foram
inventados jatos, aviões supersônicos, ônibus espaciais e foguetes;
 O 1º barco a vapor foi criado em 1807 por Robert Fulton, essa invenção deu
origem as viagens em transatlânticos;
 O transporte ferroviário foi criado em 1830 por George Stephenson, e foi o
mesmo criador da locomotiva a vapor;
 Em 1926 surgiu a 1ª aviação comercial criada por Wilbur e Orville Wright que
revolucionaria os transportes, dessa maneira, as pessoas não seriam
obrigadas a viajar somente em navios;
 No mesmo ano foi iniciado o transporte espacial por Robert H. Gooddard,
criador dos primeiros foguetes de combustível líquido;

Conheça mais detalhes sobre a história dos transportes


George Stephenson

Engenheiro, criou a locomotiva a vapor que funcionaria em uma estrada de


ferro para substituir a puxada a cavalo, mais tarde, construiu a locomotiva
Blucher, com 6,5 toneladas para o transporte de carvão.

Em 1821, construiu a 1ª linha de Stockton a Darlington, na Inglaterra, e foi em


1825 quando o 1º trem andou em sua estrada de ferro.
Étienne Lenoir

Engenheiro que também contribuiu para a criação do automóvel, desta vez


com motor de combustão interna movido a gás, e mais tarde, Nikolaus Otto
criaria os motores a gasolina.

Karl Benz

No ano de 1886 criou um carro que podia ser movido a gás ou a petróleo, já no
final do século XIX abriu sua fábrica de carros.

Henry Ford
Em 1908 foi a vez de Henry Ford desenvolver o Modelo T movido a gasolina com
modelos mais aceitáveis, além de preços acessíveis.
Isambard Kingdom Brunel

Arquiteto e engenheiro, revolucionou a tecnologia dos transportes com a


construção de inúmeras ferrovias, trilhos de trem, além de túneis, pontes e os
navios transatlânticos.

Contribuiu muito na Revolução Industrial britânica, e como era visionário,


algumas de suas ideias só foram concretizadas anos depois, já que a
tecnologia da época era insuficiente, entre as quais podem ser destacadas:

 Great Western Railway, estrada ferroviária entre Bristol a Londres;


 The Great Steamship Company, criada para construir o maior navio de
passageiros na época;

Santos Dumont

Claro que o pioneiro de toda a história dos transportes na aviação pertence a


Santos Dumont, com a invenção do 14-Bis, idealizado através de inúmeros
projetos até atingir o sucesso!

Infelizmente ao ver seus aviões utilizados na guerra, entrou em depressão,


vindo a falecer aos 59 anos, sem dúvida foi um dos maiores feitos na história
da aviação.
Saiba na hora que um novo vídeo foi postado. Com novidades em equipamentos
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ou,no posto de combustível e pedir para trocar o óleo lubrificante 
Nota

Imagens meramente ilustrativas.

Atenção! Importante a leitura da Nota de Esclarecimento presente ao final da


página.

A história dos transportes começou lá atrás, por volta de 3500 a. C, na


Suméria, com a invenção da roda feita com troncos de madeira, isto seria o
apenas o início que revolucionaria a era da mobilidade.

O tempo foi passando e a forma de transporte foi sendo aperfeiçoada, e a


barreira da distância foi sendo deixada para trás, graças à velocidade que
permitiu ao homem chegar cada vez mais longe e mais rápido!

A história dos transportes foi marcada por ideias extremamente notáveis e,


como todas merecem destaque já que de alguma forma contribuíram para o
progresso, separamos alguns tópicos somente para se ter uma ideia da
complexidade de cada feito! Confira:
 A Expansão Marítima, no século XV foi marcada pelos grandes
descobrimentos na época, inclusive do Brasil;
 A locomotiva a vapor foi inventada no século XIX por George Stephenson, que
embora nada veloz, evoluiu até o trem nos dias atuais sendo um dos meios de
transporte mais moderno, mais tarde, o sistema a vapor foi implantado também
no transporte marítimo;
 Carl Benz criou o 1º automóvel na Alemanha em 1886, hoje os carros têm
tecnologia avançada oferecendo sofisticação, designe futurístico com muita
velocidade. Carl foi o criador também do 1º automóvel de três rodas movido a
gasolina;
 O 1º avião foi criado pelo brasileiro Santos Dumont em 1906 quando
sobrevoou em Paris com o famoso 14-bis, e com sua evolução foram
inventados jatos, aviões supersônicos, ônibus espaciais e foguetes;
 O 1º barco a vapor foi criado em 1807 por Robert Fulton, essa invenção deu
origem as viagens em transatlânticos;
 O transporte ferroviário foi criado em 1830 por George Stephenson, e foi o
mesmo criador da locomotiva a vapor;
 Em 1926 surgiu a 1ª aviação comercial criada por Wilbur e Orville Wright que
revolucionaria os transportes, dessa maneira, as pessoas não seriam
obrigadas a viajar somente em navios;
 No mesmo ano foi iniciado o transporte espacial por Robert H. Gooddard,
criador dos primeiros foguetes de combustível líquido;

Conheça mais detalhes sobre a história dos transportes


George Stephenson

Engenheiro, criou a locomotiva a vapor que funcionaria em uma estrada de


ferro para substituir a puxada a cavalo, mais tarde, construiu a locomotiva
Blucher, com 6,5 toneladas para o transporte de carvão.
Em 1821, construiu a 1ª linha de Stockton a Darlington, na Inglaterra, e foi em
1825 quando o 1º trem andou em sua estrada de ferro.

Étienne Lenoir

Engenheiro que também contribuiu para a criação do automóvel, desta vez


com motor de combustão interna movido a gás, e mais tarde, Nikolaus Otto
criaria os motores a gasolina.

Karl Benz

No ano de 1886 criou um carro que podia ser movido a gás ou a petróleo, já no
final do século XIX abriu sua fábrica de carros.

Henry Ford
Em 1908 foi a vez de Henry Ford desenvolver o Modelo T movido a gasolina com
modelos mais aceitáveis, além de preços acessíveis.
Isambard Kingdom Brunel

Arquiteto e engenheiro, revolucionou a tecnologia dos transportes com a


construção de inúmeras ferrovias, trilhos de trem, além de túneis, pontes e os
navios transatlânticos.

Contribuiu muito na Revolução Industrial britânica, e como era visionário,


algumas de suas ideias só foram concretizadas anos depois, já que a
tecnologia da época era insuficiente, entre as quais podem ser destacadas:

 Great Western Railway, estrada ferroviária entre Bristol a Londres;


 The Great Steamship Company, criada para construir o maior navio de
passageiros na época;

Santos Dumont

Claro que o pioneiro de toda a história dos transportes na aviação pertence a


Santos Dumont, com a invenção do 14-Bis, idealizado através de inúmeros
projetos até atingir o sucesso!

Infelizmente ao ver seus aviões utilizados na guerra, entrou em depressão,


vindo a falecer aos 59 anos, sem dúvida foi um dos maiores feitos na história
da aviação.

https://www.2e4rodas.com.br/site/autocenter/como-e-a-historia-dos-transportes

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