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CONCURSO PÚBLICO
1° SIMULADO

PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SERGIPE

S I M U L A D O P R E PA R AT Ó R I O
PA R A C O N C U R S O P Ú B L I C O

L E I A C O M AT E N Ç Ã O A S I N S T R U Ç Õ E S A B A I XO .

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MP SE – 1° SIMULADO PARA O CARGO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA
SUBSTITUTO (PÓS-EDITAL)
Direito Constitucional
Fabrício Rodrigues
Questão 1
Assinale a opção que apresenta o princípio em que a interpretação
de uma norma constitucional exige a harmonização dos bens e va-
lores jurídicos colidentes em um dado caso concreto, de forma a se
evitar o sacrifício total de um em relação a outro:
A da concordância prática ou harmonização.
B da justeza ou conformidade funcional.
C do efeito integrador.
D da unidade da constituição.
E da máxima efetividade.
Questão 2
Assinale a alternativa correta, com fulcro no entendimento atual
do Supremo Tribunal Federal, na ADPF 279, que julgou a possibi-
lidade de os municípios criarem serviços de atendimento judiciá-
rio a pessoas carentes:
A A previsão de assistência judiciária pelo município aumenta os
meios de efetividade ao dever constitucional do ente de prestar
assistência aos necessitados, por meio de mais um espaço para
garantia de acesso ao direito e à jurisdição.
B A existência de uma defensoria municipal é compatível com a
Constituição.
C Os serviços de assistência judiciária podem substituir a ativida-
de prestada pela Defensoria Pública.
D Houve violação do pacto federativo.
E O serviço prestado pelo município às pessoas necessitadas
amplia o acesso à justiça e fere a autonomia das defenso-
rias públicas.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 3
Com fundamento na repartição de competências na República
Federativa do Brasil e no entendimento consolidado do Supremo
Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
A Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo
ramo em determinada área.
B É competente o Município para fixar o horário de funciona-
mento de estabelecimento comercial.
C O Município não é competente para legislar sobre meio am-
biente com União e Estado, no limite de seu interesse local
e ainda que tal regramento seja harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados.
D Não é atribuição do Município legislar em matéria de seguran-
ça em estabelecimentos financeiros.
E É constitucional decisão judicial que, sem considerar as cir-
cunstâncias fáticas efetivamente demonstradas, deixa de sope-
sar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais,
e determina a concessão de descontos lineares em mensalida-
des de cursos prestados por instituições de ensino superior.
Questão 4
À luz dos enunciados de súmula vinculante do Supremo Tribunal
Federal, marque a opção correta:
A É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive
bingos e loterias.
B O direito ao auxílio-alimentação estende-se aos servido-
res inativos.
C A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas
não viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
D Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamen-
to de isonomia.
E Não viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a de-
cisão de órgão fracionário de Tribunal que embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

Questão 5
A respeito dos direitos e garantias individuais e coletivas, assinale
a alternativa correta.
A É inconstitucional a lei de proteção animal que, a fim de res-
guardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de ani-
mais em cultos de religiões de matriz africana.
B Não viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de
discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária.
C Ante conflito entre a liberdade de expressão de agente político,
na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de prevalecer
o interesse individual.
D É inconstitucional o compartilhamento dos relatórios de in-
teligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento
fiscalizatório da Receita Federal do Brasil com os órgãos de
persecução penal para fins criminais sem prévia autorização
judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em
procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior
controle jurisdicional.
E A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao
direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se
dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no
mesmo local.
Questão 6
Conforme o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, a
atribuição para solucionar conflitos de atribuição entre ramos do
Ministério Público é:
A Procuradoria-Geral da República.
B Supremo Tribunal Federal.
C Conselho Nacional do Ministério Público.
D Conselho Nacional de Justiça.
E Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF.
Questão 7
A respeito do sistema brasileiro de controle de constitucionalida-
de, assinale a alternativa correta.
A Os legitimados ativos para a propositura das ações de contro-
le concentrado de constitucionalidade estão arrolados no art.
103 da Constituição da República, e todos são considerados
universais.
B Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito
Federal derivada da sua competência legislativa municipal.
C Para a aplicação da técnica da interpretação conforme à Cons-
tituição, a norma impugnada não precisa ser polissêmica.
D O Poder Legislativo detém o monopólio da função normativa.
E Lei ou norma de caráter ou efeito já exaurido pode ser objeto
de controle abstrato de constitucionalidade, em ação direta de
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inconstitucionalidade.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 8
Assinale a opção correta, quanto aos remédios constitucionais:
A Caberá ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional que
ofender ao princípio da moralidade.
B O instrumento do habeas-data não constitui remédio hábil a
reparar lesão consistente na recusa ao acesso de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes nos registros
ou banco de dados de entidades governamentais ou de cará-
ter público.
C Se a recusa for com relação ao pedido de certidão, fica con-
substanciada a lesão ao direito líquido e certo do requisitante
que deve ser manejado através do habeas-data.
D Conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
E São gratuitas as ações de habeas-corpus e o mandado de se-
gurança e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania.
Questão 9
Assinale a alternativa correta, com fulcro no entendimento recente
do Supremo Tribunal Federal:
A O direito à saúde coletiva, particularmente das crianças e dos
adolescentes, deve prevalecer sobre a liberdade de consciência
e de convicção filosófica.
B O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a
obrigatoriedade da vacinação é inconstitucional.
C De acordo com o STF, os estados, o Distrito Federal e os mu-
nicípios não têm autonomia para realizar campanhas locais de
imunização.
D Segundo o STF, o Estado pode impor aos cidadãos que recu-
sem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa,
impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrí-
cula em escola), inclusive pode fazer a imunização à força.
E O Poder Público não pode determinar a vacinação compulsória
contra a Covid-19.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Questão 10 Questão 12
Considerando o texto constitucional de 1988, marque a alternati- No que se refere à proteção ao meio ambiente conferida pela Cons-
va correta: tituição Federal, assinale a alternativa correta:
A O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão pos- A Aquele que explorar recursos minerais não é obrigado a re-
se em sessão do Senado Federal, prestando o compromisso de cuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a B As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
integridade e a independência do Brasil. biente sujeitarão somente pessoas físicas a sanções penais e
B Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden- administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente danos causados.
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara C O estabelecimento de procedimento de licenciamento ambien-
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribu- tal estadual que torne menos eficiente a proteção do meio am-
nal Federal. biente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o
C Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli- caput do art. 225 da Constituição da República.
ca, far-se-á eleição trinta dias depois de aberta a última vaga. D Não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem
D O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e animais, desde que sejam manifestações culturais registradas
terá início em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cul-
E O Presidente e o Vice-Presidente da República poderão, sem li- tural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
cença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
superior a quinze dias. E As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua lo-
Questão 11 calização definida em lei estadual, sem a qual não poderão ser
No que diz respeito ao estatuto constitucional do Ministério Públi- instaladas.
co, é correto afirmar:
A O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-
ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indi-
viduais disponíveis.
B Por força do princípio da indivisibilidade do Ministério Públi-
co, os membros do Ministério Público integram um só órgão
sob a direção única de um só Procurador-Geral.
C São princípios institucionais do Ministério Público a unidade,
a indivisibilidade e a independência funcional.
D O Supremo Tribunal não reconheceu a legitimidade ativa autô-
noma do Ministério Público estadual para ajuizar reclamação
no Supremo Tribunal, sempre exigindo a ratificação da ini-
cial pelo PGR.
E A iniciativa legislativa prevista no art. 127, § 2º, da Constitui-
ção para a criação de cargos e serviços auxiliares, a política
remuneratória e os planos de carreira do Ministério Público é
concorrente.

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Direito Penal
Rodrigo Pardal
Questão 13
Pablo, estudante de Administração, viaja com o centro acadêmico
de sua universidade para festividades na capital do Estado. Em
meio às confraternizações, substância entorpecente é oferecida a
Pablo por seus colegas. A fim de superar sua timidez, o agente
aceita consumir as referidas drogas, atingindo embriaguez com-
pleta. Ao recobrar os sentidos, Pablo tinha em sua posse um ce-
lular que furtou naquela noite, tendo os colegas lhe contado que
havia também agredido alunos da universidade rival, invadido do-
micílio e praticado crime de dano aos pertences dos citados alunos.
Acerca da culpabilidade e da teoria da actio libera in causa, é cor-
reto afirmar que:
A a embriaguez por caso fortuito ou força maior não atenua nem
isenta o réu de pena.
B ao passo que a embriaguez voluntária agrava a pena do agen-
te, a embriaguez preordenada apenas justifica a imposição de
pena criminal.
C Pablo não poderá ser responsabilizado criminalmente, posto
que ausente vontade livre e consciente, em razão da embria-
guez completa.
D o direito penal brasileiro apenas autoriza a punição do agente
quando a embriaguez é preordenada, assim entendida a condu-
ta do agente que se utiliza da substância para praticar o crime.
E tratando-se de embriaguez voluntária, culposa ou preordenada,
o agente poderá ser responsabilizado pelas ações praticadas no
contexto de embriaguez, fixando-se como parâmetro para afe-
rição da culpabilidade o momento de consumo da substância.
Questão 14
Durante uma reunião de família, Sandro, de 46 anos de idade, após
comer um doce, começou a ficar bravo e a ameaçar de morte seu
irmão, João. Com medo, este acionou a polícia, que prendeu San-
dro e o conduziu à delegacia de polícia, onde a vítima o represen-
tou pelo crime de ameaça, com incidência da Lei n. 11.340/2006.
Devidamente processado, constatou-se que o réu, no momento
dos fatos, pela primeira vez na vida, tivera hiperglicemia, que lhe
causara confusão mental e lhe diminuíra a capacidade de enten-
dimento. Devido a esse episódio, Sandro descobriu ser diabético.
Todas essas circunstâncias restaram devidamente provadas no
bojo dos autos.
Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Penal, na sen-
tença penal de Sandro, o juiz deve:
A absolver o réu, aplicando-lhe medida de segurança, em razão
dos efeitos análogos à embriaguez patológica.
B absolver o réu, aplicando-lhe medida de segurança, em razão
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dos efeitos análogos à embriaguez culposa.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C condenar o réu, aplicando-lhe pena diminuída, em razão dos
efeitos análogos à embriaguez acidental.
D absolver o réu, isentando-o de pena e de medida de segurança,
em razão da embriaguez decorrente de força maior.
E condenar o réu, agravando-lhe a pena, em razão dos efeitos
análogos à embriaguez preordenada.
Questão 15
Maria presta serviços de limpeza em serventia extrajudicial loca-
lizada na cidade de São Paulo. Certo dia, Maria foi abordada na
saída de sua residência por pessoas ligadas ao tráfico dominante
na localidade, que determinaram que ela transportasse e guardasse
arma de fogo em seu trabalho, pois terceiro iria no dia seguinte ao
local para buscar o material bélico. Os traficantes afirmaram que
se Maria não atendesse àquela determinação, seria expulsa de sua
casa, não tendo mais onde morar, bem como que sua mãe tam-
bém sofreria as consequências. Em razão disso, Maria transpor-
tou uma arma, de calibre de uso permitido, mas com numeração
de série raspada, para o trabalho, escondendo o material em uma
lata de tinta.
Após receber denúncia, a autoridade policial determinou a reali-
zação de diligência no local. Com autorização dos responsáveis,
os policiais civis apreenderam a arma guardada por Maria, que
esclareceu o ocorrido.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar
que Maria agiu:
A sob coação moral resistível, devendo ser reconhecida a prática
do crime de porte de arma de fogo de uso permitido, com causa
de diminuição de pena.
B sob coação física irresistível, afastando-se a culpabilidade de
sua conduta.
C sob coação moral irresistível, afastando-se a culpabilidade de
sua conduta.
D sob coação moral irresistível, afastando-se a ilicitude de
sua conduta.
E em legítima defesa, afastando-se a ilicitude de sua conduta.

Questão 16
Ivan sofre de sonambulismo desde que possui 5 anos de idade.
Certa noite, durante o sono, Ivan, em estado de inconsciência, se
levanta, se dirige até o escritório de sua casa e pega uma faca na
gaveta. Nesse momento, sua esposa toca em seu ombro para levá-
-lo de volta à cama, ocasião em que Ivan, ainda sonâmbulo, se vira
e desfere 7 golpes com a faca em sua esposa, na altura da barriga.
Ato contínuo, Ivan retorna para o quarto e continua seu sono, en-
quanto sua esposa cai inconsciente e morre minutos depois em
virtude da excessiva perda de sangue.
Nessa hipótese, é correto afirmar que Ivan:
A deve responder por delito de homicídio culposo.
B deve responder por delito de homicídio doloso, praticado com
dolo eventual.
C não praticou crime, pois o estado de inconsciência exclui a cul-
pabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa.
D não praticou crime, pois o estado de inconsciência exclui a
conduta, por ausência de voluntariedade no movimento.
E deve responder por delito de homicídio preterdoloso.
Questão 17
Mário, funcionário da loja XPTO, tem sua atenção chamada para
um telefone celular de última geração, exibido por Paula, outra
funcionária do estabelecimento. Ciente de que o salário que ambos
recebem não permitiria a aquisição do referido aparelho, Mário
passa a questionar a origem do bem, sendo informado que Paula o
havia recebido de presente de João, seu namorado. Mário, então,
monta uma estratégia para furtar o aparelho, aproveitando o fim
do seu expediente para levar a bolsa de Paula. Chegando em casa,
constata que no interior da bolsa havia uma carteira de identidade,
máscara e uma embalagem com chicletes, vindo a descobrir, por
terceiros, que o telefone estava em poder de Paula, permanecendo
o tempo todo no bolso traseiro da sua calça.
Diante do narrado, Mário:
A responderá por furto, por erro acidental.
B responderá por furto, por erro na execução do crime.
C não responderá por furto, por erro acidental.
D não responderá por furto, por erro na execução do crime.
E não responderá por furto, por erro de proibição.
Questão 18
Rodrigo, funcionário da loja Olimpo, insatisfeito com seu empre-
gador e querendo causar-lhe prejuízo, devidamente uniformizado
e identificado, entrega a Pedro, cliente da loja, um aparelho celu-
lar que estava exposto à venda, dizendo tratar-se de uma amostra
grátis. Pedro, então, pega o aparelho e vai saindo da loja, quando
é abordado por seguranças do local, que encontram o objeto em
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
sua posse e o levam à delegacia de polícia, onde foi indiciado pelo
crime de furto.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar
que Pedro:
A poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas com
causa de diminuição de pena, pois agiu em erro de proibi-
ção evitável.
B poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas apenas
na modalidade culposa, pois agiu em erro de tipo acidental.
C não poderá ser punido pelo crime imputado, pois estará isento
de pena em razão de erro de proibição inevitável.
D não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo pro-
vocado por terceiro.
E não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo
acidental.
Questão 19
Durante operação da polícia em local com presença de criminosos
armados, o policial Marcos, temendo pela sua integridade física,
se assusta ao ver sair de uma casa um homem segurando um guar-
da-chuva preto.
Por pensar tratar-se de uma arma de fogo, Marcos atira e vem a
matar a vítima, Carlos, que saía de casa em direção ao bar.
Acerca do erro praticado por Marcos, assinale a opção que indica a
tese de direito material que poderia ser usada em sua defesa.
A Erro de proibição, que, se for entendido como inevitável, isenta
de pena e se for evitável poderá reduzi-la de um sexto a um
terço, nos termos do Art. 21 do CP.
B Erro de tipo incriminador, na medida em que errou sobre um
elemento constitutivo do crime, o que poderia, nos termos do
Art. 20, caput, do CP, afastar o dolo e permitir a punição por
crime culposo, que existe no caso do homicídio.
C Erro na execução, na medida em que pensou que Carlos esti-
vesse portando uma arma de fogo, o que faz com que ele seja
isento de pena, nos termos do Art. 73 do CP.
D Erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na
medida em que acreditava estar diante de uma situação fática
que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido
como justificável, ficará isento de pena. Caso se entenda como
evitável, responderá pelo crime na modalidade culposa, legal-
mente prevista no caso do homicídio.
E Erro sobre o objeto, modalidade de erro acidental na qual o
agente confunde um objeto com outro, o que poderá isentar o
réu de pena.

Questão 20
Ana é empregada rural no interior do cerrado brasileiro e, já sendo
mãe solo de 2 filhos, todos menores de 5 anos de idade, um deles
portador de microcefalia, descobre que está grávida pela terceira
vez. Não bastasse isso, Ana ainda descobre que o bebê dessa gesta-
ção também tem microcefalia. Com medo, pois já vive na linha da
pobreza, Ana percebe que não terá como sustentar e dar a atenção
necessária à outra criança que vai nascer, razão pela qual pratica
um aborto.
Nessa hipótese, a respeito da situação de Ana, é correto afirmar
que é possível alegar:
A que Ana agiu no exercício regular de um direito, o que exclui a
ilicitude da conduta.
B a tese de que Ana agiu em legítima defesa, o que exclui a ilici-
tude da conduta.
C que não houve dolo na conduta de Ana, o que exclui a tipicida-
de da conduta.
D uma causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, o
que exclui a culpabilidade.
E o perdão judicial, que vai isentar Ana de pena.
Questão 21
Durante uma discussão verbal, Paulo percebeu que Joca estava
prestes a lhe desferir um golpe com um taco, razão pela qual pegou
uma pedra no chão, seu único meio de defesa disponível, e a jogou
em direção à cabeça do rival para se proteger. Ocorre que, mes-
mo após Joca já estar caído em razão da pedrada, Paulo persistiu
desferindo chutes em Joca. Joca pegou então uma faca que tinha
no bolso e golpeou a perna de Paulo para que cessassem aque-
las agressões. Joca apresentou lesões graves em razão dos chutes
recebidos por Paulo após a pedrada. Já Paulo ficou apenas com
lesões de natureza leve em razão do golpe recebido com a faca.
Descobertos os fatos em investigação, os autos são encaminha-
dos ao Ministério Público. Por ocasião da análise, deverá ser con-
cluído que:
A Paulo agiu em legítima defesa a todo momento, logo a conduta
de Joca ao desferir golpe com faca não pode ser considerada
amparada pela excludente de ilicitude, de forma que este pode-
rá ser responsabilizado criminalmente pelo ato.
B Paulo agiu, inicialmente, amparado pela legítima defesa, mas
houve excesso, possibilitando sua responsabilização pelo re-
sultado causado em razão deste, bem como a legítima defesa
de Joca ao desferir o golpe com faca.
C Paulo não agiu amparado por qualquer excludente de ilicitude,
podendo responder pelo crime de lesão corporal dolosa, em
razão da pedrada e chutes, enquanto Joca agia em legítima de-
fesa, afastando a sua responsabilidade penal.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D Paulo e Joca não agiram amparados por qualquer causa exclu-
dente da ilicitude, podendo ambos ser responsabilizados pelas
lesões causadas.
E Paulo e Joca agiram em legítima defesa durante todo o tempo,
de modo que nenhum dos dois poderia ser responsabilizado
criminalmente.
Questão 22
Durante uma partida de vôlei, Marlon agrediu Juca com um soco,
que lhe causou um leve ferimento na parte esquerda do rosto.
No dia seguinte, Juca vai tirar satisfação com Marlon e, no meio
da discussão, tira uma arma de fogo na calça e parte na direção de
Marlon, que, então, retira de sua mochila um revólver que carrega-
va legalmente e dispara contra Juca, causando sua morte.
Considerando a situação apresentada, com relação à morte
de Juca, Marlon:
A responderá por homicídio, ficando, porém, isento de pena por
ter atuado no exercício regular de direito.
B responderá por homicídio, pois provocou a situação em que se
encontrava, afastando eventual excludente de ilicitude.
C não responderá por homicídio, considerando que agiu em legí-
tima defesa, que é causa de exclusão da culpabilidade.
D responderá por homicídio culposo, pois agiu em excesso de le-
gítima defesa.
E não responderá por homicídio, pois agiu em legítima defesa, o
que afasta a ilicitude de sua conduta.
Questão 23
Durante um acalorado debate motivado por questões políticas,
Yves afirmou que Caio era um “tremendo corrupto metido a santo,
um baita de um hipócrita!”. Com base no exposto, é correto afir-
mar que Yves cometeu o crime de:
A injúria preconceituosa.
B injúria na forma simples.
C difamação.
D calúnia.
E injúria real.

Questão 24
Muito decepcionado com o comportamento de seu chefe Joaquim,
Cássio escreve uma carta para os familiares daquele, afirmando que
Joaquim seria um estelionatário, torturador e bandido. Entrega a
carta no correio, adotando todas as medidas para que chegasse aos
destinatários. No dia seguinte, porém, Cássio se arrepende de seu
comportamento e passa a adotar conduta para evitar que a carta fosse
lida por qualquer pessoa e o crime consumado. Cássio vai até a casa
de Joaquim, tenta retirar a carta da caixa do correio, mas vê o mo-
mento em que Joaquim e seu filho pegam o envelope e leem todo o
escrito. Ofendido, Joaquim procura seu advogado e narra o ocorrido.
Considerando a situação apresentada, o advogado de Joaquim de-
verá esclarecer que a conduta de Cássio configura crime de:
A injúria, consumado.
B tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
C tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
D tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
E calúnia, consumado.
Questão 25
Safira possui perfil em rede social com finalidade ilícita: ela anun-
cia a venda de produtos eletrônicos, promete entregá-los aos clien-
tes após o pagamento e, mesmo tendo recebido o dinheiro, não
cumpre com o acordado. Dessa forma, induzida em erro por Safira,
Paula, jornalista de 21 anos, acorda a compra de um aparelho para
ouvir música. Safira, por sua vez, mesmo tendo recebido a quantia,
não envia o produto e bloqueia Paula nas redes sociais tão logo
recebe o dinheiro. Nessa hipótese, assinale a alternativa correta.
A Trata-se de delito de estelionato, não há a necessidade de exa-
me pericial e a ação penal é pública, mas condicionada à re-
presentação.
B Trata-se de delito de estelionato e o exame de corpo de delito é
obrigatório, sendo que a ação penal é privada.
C Trata-se de delito de estelionato, não há necessidade de exame
de corpo de delito e a ação penal será pública incondicionada.
D A conduta não configura crime enquanto não houver lesão sig-
nificativa ao patrimônio da vítima e, para a comprovação da
lesão, será necessário exame pericial. A ação penal é privada.
E A conduta não configura crime enquanto não houver lesão sig-
nificativa ao patrimônio da vítima. Para a comprovação da le-
são, não será necessário exame de corpo de delito e, no caso, a
ação penal será pública incondicionada.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 26
Hugo convence Bianca a aplicarem um golpe no casal de noi-
vos Mateus e Fernanda, apresentando-se como organizadores
de casamento. Após receberem do casal a quantia para a organi-
zação das bodas, Hugo e Bianca mudaram de cidade e trocaram
de telefone. Percebendo que haviam sido vítimas de um golpe,
Mateus e Fernanda registraram os fatos na delegacia, demons-
trando interesse em ver os autores responsabilizados pelo crime
de estelionato. Após o registro da ocorrência, Bianca, arrependi-
da, por conta própria efetuou a devolução ao casal de parte do
dinheiro que havia recebido. Considerando que houve reparação
parcial do dano:
A a conduta de Hugo e Bianca tornou-se atípica, tratando-se de
mero ilícito civil.
B Hugo responderá por estelionato consumado, enquanto Bianca
terá sua tipicidade afastada pela reparação parcial do dano.
C Hugo e Bianca responderão por estelionato, devendo Bian-
ca ter sua pena diminuída pelo arrependimento posterior.
D Hugo responderá por estelionato tentado, enquanto Bianca terá
sua tipicidade afastada pela reparação parcial do dano.
E Hugo e Bianca responderão por estelionato, sem a causa de di-
minuição da pena pelo arrependimento posterior.
Questão 27
Cátia, sob influência do estado puerperal, querendo matar seu filho
Guto, recém-nascido que estava em uma incubadora no hospital,
levanta-se de sua cama e vai até o berçário. Chegando no local,
Cátia pega sua arma de fogo, aponta na direção da incubadora de
seu filho e, no momento do disparo, devido ao deslocamento da
arma, acerta a incubadora ao lado da do seu filho, matando Jair,
filho de Patrícia, outra paciente do hospital.
Diante do caso narrado é correto afirmar que Cátia responderá
pelo crime de
A infanticídio por erro sobre a pessoa, nos termos do Art. 20, § 3º,
do Código Penal.
B homicídio, uma vez que só poderia haver infanticídio se tivesse
acertado o próprio filho.
C infanticídio por erro na execução, nos termos do Art. 73 do
Código Penal.
D infanticídio em razão da incidência do Art. 74 do Código Pe-
nal, que trata do resultado diverso do pretendido.
E homicídio em razão do erro na execução, nos termos do Art. 73
do Código Penal.

Direito Processual Penal
Danielle Rolim
Questão 28
Segundo previsão expressa da Lei de Execuções Penais, são atribui-
ções do Ministério Público em sede de execução penal, EXCETO:
A fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de
internamento.
B requerer a instauração dos incidentes de excesso ou desvio ou
excesso de execução.
C representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
para instauração de sindicância ou procedimento administrati-
vo em caso de violação das normas referentes à execução penal.
D inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos prisionais, re-
gistrando a presença em livro próprio.
E requerer a conversão de penas, a progressão ou regressão de
regime e a revogação da suspensão condicional da pena e do
livramento condicional.
Questão 29
Assinale a alternativa correta.
A A completa qualificação do acusado é requisito indispensável
da denúncia, sob pena de inépcia.
B A denúncia deve trazer, obrigatoriamente, a classificação do
crime, à qual ficará vinculado o julgador, o que decorre do
princípio da correlação ou da adstrição.
C O rol de testemunhas, requisito indispensável da denúncia,
deve acompanhá-la, sob pena de preclusão, que, contudo, não
impede que o juiz as ouça como testemunhas do juízo, segundo
a jurisprudência do STJ.
D A denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, escla-
recendo a conduta que se atribui ao acusado ou a cada um dos
acusados. Contudo, segundo a jurisprudência do STJ, nos cri-
mes de autoria coletiva, é prescindível que a denúncia descre-
va, pormenorizadamente, a conduta de cada corréu.
E Nos crimes tributários praticados em coautoria, é necessário,
segundo o STJ, que a denúncia contenha a descrição porme-
norizada da conduta que se atribui a cada acusado, sob pena
de inépcia e afronta aos princípios do contraditório e da am-
pla defesa.
Questão 30
Barnabé, reincidente comum, condenado a uma pena de 30 anos
por triplo homicídio cometido em 2002, pleiteou a concessão de E Consoante compreensão firmada no âmbito do STJ, antes da
livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena. Ao
longo da expiação da reprimenda, cometeu duas faltas graves,
consubstanciadas na prática de crimes de tráfico e de roubo no
curso da instrução. Analisando o pleito, o magistrado o indeferiu,
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valendo-se dosreprodução,
a sua seguintes fundamentos:
cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
I – o homicídio qualificado, ainda que tentado, é crime grave, o
que inviabiliza a concessão do benefício;
II – com o advento da Lei n. 13.964/2019, vedou-se o livramen-
to condicional para crimes pelos quais condenado o reedu-
cando, que, portanto, não pode dele se beneficiar;
III – o sentenciado não preenche o requisito subjetivo, uma vez
que não revelou bom comportamento ao longo da execu-
ção da pena, ainda que as transgressões tenham ocorrido há
mais de 12 meses;
IV – não foi preenchido o requisito objetivo para o livramento
condicional, uma vez que as faltas graves cometidas inter-
romperam a contagem do prazo, que recomeçou a contar a
partir da última transgressão grave reconhecida.
Dentre os fundamentos invocados, encontram respaldo nas leis de
regência e na jurisprudência do STJ o(s) fundamento(s):
A I e III.
B II e IV.
C II, apenas.
D III e IV.
E III, apenas.
Questão 31
A Lei n. 13.964/2019 trouxe importantes modificações acerca das
cautelares pessoais. A respeito do tema, e considerando o regra-
mento legal em vigor, assinale a alternativa incorreta:
A A invocação de enunciado sumular, dada a força dos preceden-
tes que resultaram em sua edição, é fundamentação suficiente
para justificar a decretação de cautelar pessoal.
B Com a edição da Lei n. 13.964/2019, passou-se a prever, no art.
316, parágrafo único, do CPP, que “decretada a prisão preven-
tiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade
de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
Segundo a jurisprudência dominante no STJ, a inobservância
de tal prazo deve resultar na imediata soltura do custodiado.
C Colhe-se da jurisprudência do STJ que, pleiteando o Parquet a
decretação de cautelar pessoal distinta da prisão, pode o magis-
trado decretar a cautelar máxima sem que, com isso, se cogite
de atuação de ofício e, pois, de violação ao sistema acusatório.
D Com as inovações trazidas pela Lei n. 13.964/2019, positivou-
-se o requisito da contemporaneidade, segundo o qual, para
que se possa justificar a prisão cautelar, o periculum libertatis
precisa ser atual ou contemporâneo.
entrada em vigor do Pacote Anticrime, não é ilegal a decre-
tação de prisão preventiva de ofício, ainda que decorrente de
conversão da prisão em flagrante, pois as normas de natureza
processual sujeitam-se ao princípio tempus regit actum, e não
retroagem
para atingir atos civil
à responsabilização praticados antes da sua vigência.
e criminal.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Questão 32 D Como há, na espécie, a imputação de crimes sujeitos aos ritos

Sobre as questões e processos incidentes, é correto asseverar: comum e especial, prevalece o rito comum, não se cogitando,
A Havendo questão prejudicial heterogênea, jurisdicional ou per- pois, de nulidade. Contudo, caso Danyelle se visse processa-
feita que diga respeito ao estado civil das pessoas, o juiz deverá da apenas pelo crime de tráfico de drogas, seu interrogatório
suspender o curso da ação penal até que a questão seja definiti- deveria inaugurar a audiência de instrução e julgamento, em
vamente decidida pelo juízo cível competente. obediência ao rito legal específico da Lei de Drogas – Lei n.
B Quando pretender a parte recusar o juiz por reputá-lo suspeito, 11.343/2006.
deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por meio E Nulo é o feito a partir da audiência de instrução e julgamento,
de pessoa a quem passar procuração simples, aduzindo as suas na medida em que, segundo previsão expressa contida no CPP,
razões e juntando documentos ou arrolando testemunhas. a oitiva das testemunhas de acusação deve preceder à das de
C Sendo arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, defesa. Trata-se, porém, de nulidade relativa, a ser declarada
ao próprio Promotor de Justiça ou Procurador caberá analisar apenas se comprovado prejuízo.
as razões invocadas e, caso as rejeite, dever-se-á providenciar
a remessa dos autos ao Procurador Geral, nos termos do art. Questão 34
28 do CPP. Acerca da prova pericial, analise as seguintes assertivas:
D Caberá recurso em sentido estrito da decisão do juiz que apre-
I – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por have-
ciar arguição de suspeição do órgão do Ministério Público.
rem desaparecido os vestígios, a confissão poderá suprir-
E As partes poderão também arguir a suspeição de peritos, in-
-lhe a falta.
térpretes, autoridades policiais e serventuários ou funcionários
II – A regularidade formal do auto de prisão em flagrante re-
de justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da
clama a juntada do laudo de exame químico definitivo, sob
matéria alegada e prova imediata.
pena de ilegalidade da constrição, com o consequente rela-
xamento, ainda que se possa decretar a prisão preventiva em
Questão 33
ato contínuo.
Danyelle foi denunciada e está sendo processada pelo crime de
III – Para fazer prova da materialidade do crime de tráfico de
tráfico de drogas e de roubo. Durante a audiência de instrução e
drogas é necessária a realização de exame químico definiti-
julgamento, foram ouvidas duas testemunhas de acusação e duas
vo. Contudo, relativiza-se a exigência, no STJ, para aqueles
testemunhas de defesa. Após, acostou-se aos autos termo de depoi-
casos em que, na realização do exame preliminar em subs-
mento de uma terceira testemunha de acusação, cuja oitiva se deu
tância, tiver sido empregada a mesma técnica utilizada para
por meio de carta precatória. Considerando o cenário em questão,
a elaboração do exame definitivo.
é correto afirmar:
IV – No crime de furto, pode ser dispensada, em determinados ca-
A Não há qualquer nulidade em virtude da vinda de depoimento
sos, a realização de perícia técnica com o fim de comprovar
de testemunha de acusação após a oitiva das testemunhas de
as qualificadoras do rompimento de obstáculo e da escalada.
defesa, uma vez que a expedição de carta precatória não sus-
V – Tratando-se de imputação de crime de violação de direito
pende o curso do feito ou a instrução criminal.
autoral, todo o produto apreendido deve ser periciado, de
B Há nulidade relativa no caso em apreço, na medida em que,
modo a que se possa identificar os titulares dos direitos au-
havendo conexão entre crimes sujeitos aos ritos comum e espe-
torais violados ou aqueles que os representem, sem o que
cial, prevalecerá este último, por força do princípio da especia-
não se pode cogitar de condenação do agente.
lidade. Assim, prevendo a Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006)
que o interrogatório inaugurará a audiência de instrução e jul- Está correto o que se afirma em:
gamento, há nulidade na espécie, que, contudo, reclama a pro- A III, IV e V.
va de prejuízo para ser declarada. B I e IV.
C Há nulidade absoluta no caso em apreço, na medida em que, C I e III.
havendo conexão entre crimes sujeitos aos ritos comum e espe- D III e IV.
cial, prevalecerá este último, por força do princípio da especia- E IV e V.
lidade. Assim, prevendo a Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006)
que o interrogatório inaugurará a audiência de instrução e jul-
gamento, há nulidade na espécie, sendo presumido o prejuízo
imposto ao acusado.
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Questão 35
A Lei n. 13.964/2019 fez inserir no ordenamento pátrio o insti-
tuto do acordo de não persecução penal. A seu respeito, é corre-
to afirmar:
A A previsão legal atinente ao acordo de não persecução penal,
porque revestida de natureza mista, vale dizer, por se tratar de
norma de direito processual e material, deverá ser aplicada re-
troativamente, segundo o STJ, em relação aos fatos que lhe
forem anteriores, enquanto não proferida sentença.
B O acordo de não persecução penal firmado com investigado
por crimes praticados no âmbito de violência doméstica contra
a mulher deverá contemplar, obrigatoriamente, a imposição de
participação do agressor em atividades ressocializadoras para
evitar a recidiva criminosa.
C Descabe interferência judicial quanto aos termos do acordo en-
tabulado entre o investigado e o Ministério Público.
D O acordo de não persecução penal não configura direito subje-
tivo do investigado, consoante reiterada jurisprudência do STJ.
E Para a aferição do atendimento ao requisito objetivo para o ca-
bimento do acordo de não persecução penal, não devem ser
consideradas as causas de aumento ou de diminuição da pena.
Questão 36
Assinale a alternativa que está em conformidade com a lei e com a
jurisprudência dominante das Cortes Superiores a respeito do júri.
A Ao interpretar o §4º do art. 492 do CPP, segundo o qual “A
apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal
do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de
reclusão não terá efeito suspensivo”, as Cortes Superiores têm
entendido que, em cenário tal, a prisão do réu decorre como
efeito imediato da condenação.
B É relativa a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de que-
sito obrigatório.
C Não poderão ser exibidos, durante o julgamento em plenário,
objetos ou documentos que não tenham sido juntados aos autos
com antecedência de 3 dias úteis, dando-se ciência à parte ad-
versa, excetuando-se da proibição, contudo, a leitura de jornais
ou a exibição de matérias jornalísticas, pois já de ampla divul-
gação e conhecimento público.
D Havendo excesso de linguagem em parte da sentença de pro-
núncia, admite-se, no STJ, a supressão apenas da parte ma-
culada, preservando-se as demais, em nome da celeridade
processual.
E Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição não serão
computados para a integralização do número mínimo necessá-
rio para que possam ser declarados instalados os trabalhos na
sessão plenária.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 37
Acerca da sistemática recursal no âmbito do direito processual pe-
nal, é incorreto afirmar:
A Contra a decisão que recebe a denúncia ou queixa, não
cabe recurso.
B O recurso de apelação é dotado de efeito iterativo, também dito
regressivo ou diferido.
C A apelação contra sentença absolutória é dotada de efeito sus-
pensivo, de modo que permanecem em vigor as cautelares pes-
soais anteriormente decretadas em desfavor do réu.
D Da decisão que conceder ou negar habeas-corpus, porque com
força de definitiva, caberá recurso de apelação.
E O princípio da vedação à reformatio in pejus torna incabível a
realização de emendatio libelli pelo tribunal ad quem.
Questão 38
A respeito da Lei n. 9.296/1996, que disciplina a interceptação te-
lefônica e a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos, assinale a alternativa que corresponde ao regramento
legal e/ou à jurisprudência dominante no STJ.
A Decorre da Lei n. 9.296/1996, com as inovações trazidas pelo
Pacote Anticrime, que a captação ambiental feita por um dos
interlocutores pode ser utilizada tanto em matéria de defesa
quanto de acusação, ainda que sem o prévio conhecimento da
autoridade policial ou do Ministério Público.
B Para o deferimento da captação de sinais eletromagnéticos,
ópticos ou acústicos, são requisitos cumulativos que a prova
não possa ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes, bem como que haja elementos probatórios razoáveis
de autoria e participação em infrações criminais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, excluídas as in-
frações penais conexas.
C A decisão por meio da qual se opere a continuidade da inter-
ceptação telefônica deverá ser minudente e indicar fatos novos
que justifiquem a medida, sob pena de ilegalidade.
D Por força da Teoria do Juízo Aparente, não se reputa ilícita a
interceptação telefônica decretada por juiz estadual na hipótese
de, após a colheita da prova, descobrir-se se ele incompetente
para o processamento e julgamento do feito.
E Ainda que haja outros elementos que confirmem a necessidade
da medida excepcional, é impossível a determinação de inter-
ceptação telefônica com base em denúncia anônima.

Questão 39
Corresponde a entendimento consolidado no STJ e no STF a res-
peito de nulidade o que se afirma na alternativa:
A É causa de nulidade a realização do interrogatório do acusado
antes da oitiva de testemunha ou da vítima, a serem inquiridas
por meio da expedição de carta precatória.
B No processo penal, a falta de defesa técnica ou sua deficiência
são causas de nulidade absoluta.
C É absoluta a nulidade decorrente da ausência de intimação da
defesa acerca da expedição de carta precatória para inquirição
de testemunha, já que inviabiliza o acompanhamento de sua
tramitação pela parte.
D Merece a pecha de nulidade a citação feita por edital que indica
o dispositivo da lei penal, mas não transcreve a denúncia ou a
queixa, ou, ainda, que não resume os fatos em que se lastreia.
E É nulo o julgamento de recurso criminal ou de habeas-cor-
pus, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publica-
ção da pauta.
Direito Administrativo
Luciana Lima
Questão 40
Fábio encontrava-se internado no Hospital público estadual Saúde
Viva. No entanto, enquanto estava na internação do nosocômio,
dormindo, em estado estável, foi subitamente atingido por dispa-
ros de arma de fogo, fato que levou o paciente a óbito, em razão
da inexistência de vigilância e cuidados mínimos de segurança por
parte da instituição. Nesse caso, segundo a jurisprudência do Su-
premo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
A Não há que se falar em responsabilidade do Estado, uma vez
que incide a excludente de ilicitude fato de terceiro.
B Trata-se de hipótese de responsabilidade por omissão, que exi-
ge a comprovação de dolo ou culpa, o que não ocorreu no caso.
C O Estado responde de forma subjetiva por atos omissivos,
quando constatada a precariedade/vício no serviço decorrente
da falha no dever legal e específico de agir.
D O hospital não possui o dever específico de zelar pela incolu-
midade física dos pacientes, razão pela qual não há que se falar
em responsabilidade do Estado.
E O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de seguran-
ça, contribuindo de forma determinante e específica para homi-
cídio praticado em suas dependências, responde objetivamente
pela conduta omissiva, em razão da precariedade/vício no ser-
viço decorrente da falha no dever legal e específico de agir.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 41
Assinale a opção correta com base nas regras relativas à cognição
e coisa julgada na ação de desapropriação, prevista no Decreto-lei
n. 3.365/1941.
A Na ação de desapropriação, não há limitação cognitiva, sendo
permitido discutir o mérito do decreto expropriatório e, inclusi-
ve, investigar se há realmente necessidade ou utilidade pública.
B Segundo o STF, o ajuizamento de Ação Civil Pública para dis-
cussão da titularidade de imóvel não ofende a coisa julgada
decorrente de ação de desapropriação, mesmo após o prazo de
dois anos para propositura de ação rescisória.
C A contestação só poderá versar sobre vício do processo judi-
cial, impugnação do preço e verificação da incidência dos ca-
sos de utilidade pública.
D Segundo o STF, a definição da titularidade do bem expropria-
do é alcançada pela imutabilidade da coisa julgada na ação de
desapropriação por utilidade pública. Desse modo, eventual
discussão sobre o domínio do bem expropriado em Ação Civil
Pública ofenderia a coisa julgada.
E Na ação de desapropriação, a cognição, tanto no plano vertical,
quanto no plano horizontal, é exauriente, sendo apta a produzir
coisa julgada material.
Questão 42
Sobre o sujeito ativo do ato de improbidade administrativa, assi-
nale a opção correta:
A Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o pro-
cesso e o julgamento de prefeito municipal por crime de res-
ponsabilidade (Decreto-lei n. 201/1967) impede sua responsa-
bilização por atos de improbidade administrativa previstos na
Lei n. 8.429/1992.
B As disposições da Lei de Improbidade Administrativa não são
aplicáveis a agentes políticos.
C O Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento no sen-
tido de que os agentes políticos, com exceção do Presidente da
República, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancio-
natório, de modo que sobre eles podem recair sanções tanto
em decorrência de sua responsabilização no âmbito civil, com
base na lei de improbidade administrativa, quanto na esfera po-
lítico-administrativa, pelo crime de responsabilidade, previsto
na Lei n. 1.079/1950.
D Os terceiros que atuem como sócios, cotistas, diretores e cola-
boradores de pessoa jurídica de direito privado respondem de
forma direta pelo ato de improbidade que venha a ser imputado
à pessoa jurídica.
E Não se sujeitam às sanções previstas na LIA as pessoas físicas
ou jurídicas que celebram com a administração pública contra-
to de gestão, uma vez que as aludidas penalidades são apenas
para agentes públicos.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Questão 43 E A inexistência dos motivos se verifica apenas quando a matéria

No que se refere aos atos de improbidade administrativa que aten- de fato, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexis-
tam contra os Princípios da Administração Pública, assinale a al- tente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.
ternativa correta:
A O enquadramento de conduta funcional como ato de improbi- Questão 45
dade administrativa que atenta contra os Princípios da Admi- No que diz respeito ao tema licitações e inovações, trazido pela
nistração Pública pressupõe a demonstração objetiva da prática Lei n. 14.133/2021, assinale a opção incorreta.
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação A Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo obje-
das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. to não seja rotineiramente contratado pela Administração, po-
B Os atos de improbidade que atentam contra os Princípios da derá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa
Administração Pública exigem lesividade relevante ao bem ou de profissional especializado para assessorar os agentes pú-
jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento, e de- blicos responsáveis pela condução da licitação.
pendem do reconhecimento da produção de danos ao erário e B Entre os regimes de execução do contrato foi incluído o da
de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. contratação integrada e semi-integrada, em que o contratado
C Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra elabora e desenvolve o projeto básico executivo, tendo sido
os princípios da administração pública a ação ou omissão cul- vedados o fornecimento e a prestação de serviço associado.
posa que permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se C Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização da
enriqueça ilicitamente. Administração, o projeto básico poderá ser alterado, desde que
D A frustração da licitude de procedimento licitatório ou de pro- demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo con-
cesso seletivo para celebração de parcerias com entidades sem tratado em termos de redução de custos, de aumento da qualida-
fins lucrativos, ou a sua dispensa indevida, são enquadradas de, de redução do prazo de execução ou de facilidade de manu-
como atos que atentam contra os princípios da Administra- tenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade
ção Pública. integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico.
E Configura-se conduta que atenta contra os princípios da Admi- D Existe a previsão da criação do Portal Nacional de Contrata-
nistração Pública negar a publicidade aos atos oficiais, inclu- ções Públicas (PNCP) para divulgação centralizada e obrigató-
sive, em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da ria dos atos exigidos por lei.
sociedade e do Estado. E A previsão da alocação de riscos poderá ser contemplada no
instrumento convocatório e no contrato.
Questão 44
No direito administrativo, os vícios podem atingir os cinco ele- Questão 46
mentos do ato, caracterizando os vícios quanto à competência, à Em matéria da modalidade de licitação pregão, assinale a op-
forma, ao objeto, ao motivo e à finalidade. A respeito dos vícios do ção correta.
ato administrativo, assinale a alternativa incorreta. A Trata-se de modalidade de licitação para alienação de bens
A Tendo em vista que a competência vem sempre definida em lei, imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreen-
o que constitui garantia para o administrado, será ilegal o ato didos a quem oferecer o maior lance.
praticado por quem não seja detentor das atribuições fixadas na B O pregão admite apenas a disputa aberta, com propostas transmitidas
lei e quando o sujeito pratica exorbitando de suas atribuições. por lances públicos e sucessivos, sendo vedada a disputa fechada.
B Quando a autoridade, competente para aplicar a penalidade C A modalidade de licitação pregão enseja maior celeridade, na
apenas de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é medida em que apresenta fase em que são feitos lances verbais
da sua atribuição, ocorre excesso de poder. ou de forma eletrônica.
C Tanto o excesso de poder quanto o desvio de poder podem con- D Com o advento da Lei n. 14.133/2021, passou a ser possível a
figurar crime de abuso de autoridade, quando o agente público criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, como a
incidir numa das infrações da Lei n. 13.869/2019, hipótese em combinação do pregão com o diálogo competitivo.
que ficará sujeito à responsabilidade administrativa e à penal, E De acordo com a Lei n. 10.520/2002, na fase externa do pre-
podendo ainda responder civilmente, se de seu ato resultarem gão, será vencedor o autor da oferta de menor valor, porém,
danos patrimoniais. ainda no curso da sessão, todos os concorrentes que tenham
D O vício de forma consiste na omissão ou na observância in- oferecido preços até 10% superiores à oferta vencedora pode-
completa ou irregular de formalidades indispensáveis à exis- rão oferecer novos lances, desde que o valor desses novos lan-
tência ou seriedade do ato.
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quaisquer oferta.e a qualquer título,
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Questão 47
Em relação aos poderes da Administração Pública, assinale a al-
ternativa correta:
A O poder disciplinar decorre do poder hierárquico e pode al-
cançar tanto agentes públicos quanto outras entidades sujei-
tas à disciplina da administração pública, como, por exemplo,
uma empresa privada que celebre contrato de concessão com
Ente Público.
B Os atos pelos quais a Administração exerce seu poder regula-
mentar têm em comum com a lei o fato de emanarem normas,
ou seja, atos com efeitos gerais e abstratos.
C O regulamento de execução pode inovar na ordem jurídica.
D Em relação aos membros do Ministério Público, tendo em
vista que não há hierarquia quanto ao exercício das funções
institucionais, não há que se falar em implementação do poder
disciplinar.
E O poder de controlar a atividade de órgãos inferiores, para ve-
rificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obri-
gações, decorre do poder de polícia da Administração.
Questão 48
No tocante às restrições do Estado na propriedade privada, assina-
le a alternativa correta:
A O tombamento é sempre uma restrição parcial.
B Nos termos da Constituição Federal, a requisição de bens par-
ticulares pode ocorrer ainda que não haja perigo iminente, as-
segurada ao proprietário indenização ulterior, mesmo se não
houver dano.
C Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até quinze anos, a partir do segundo
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
D É facultado ao Poder Público estadual, mediante lei específi-
ca para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, su-
butilizado ou não utilizado, que promova seu adequado apro-
veitamento.
E As limitações administrativas à propriedade não se confundem
com a servidão administrativa, uma vez que incidem sobre pro-
priedades determinadas e ensejam indenização.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 49
No que se refere à organização administrativa, em especial a Ad-
ministração Indireta e as paraestatais, assinale a opção incorreta:
A A ação popular é cabível contra entidades da Administra-
ção indireta.
B Os conselhos de fiscalização de atividade profissional, segundo
o Supremo Tribunal Federal, detêm natureza jurídica de autar-
quias, sendo, portanto, pessoas jurídicas de direito público.
C A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabili-
dade do regime de precatório às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza
não concorrencial.
D As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OS-
CIPs) e as Organizações Sociais (OS) possuem procedimentos
e características bastante semelhantes, podendo ser distingui-
das, todavia, pelo seu ato de qualificação, pois enquanto o da
primeira é de natureza vinculada, o da segunda seguirá crité-
rios discricionários.
E As entidades da Administração Indireta não têm legitimação
para propor ação civil pública.
Direito Civil
Carlos Elias
Questão 50
Assinale a opção correta:
A Cessada a eficácia de uma lei temporária que havia revogado
uma lei anterior, ocorre a repristinação automática desta última
lei, salvo disposição em contrário.
B Os direitos sob condição suspensiva só passam a ser protegi-
dos como direitos adquiridos após o implemento da condição
suspensiva.
C O regime de bens do casamento obedece à lei do país em que
houver a celebração do casamento.
D O direito de propriedade que um brasileiro possui sobre
um imóvel situado em Miami não será disciplinado pela lei
brasileira.
E A antinomia de segundo grau é sempre uma antinomia real.

Questão 51
Assinale a alternativa INCORRETA.
A Na união estável, a alteração do regime de bens pode ser retro-
ativa, desde que feita por escritura pública pelos conviventes.
B As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmen-
te responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade
causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo con-
tra os causadores do dano, se houver, por parte destes, cul-
pa ou dolo.
C A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio ju-
rídico se for relativa ou se cessar antes de realizada a condição
a que ele estiver subordinado.
D Em se tratando de obrigação de dar coisa certa, se para o me-
lhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas do Código Civil
atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé
ou de má-fé.
E Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimen-
tante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a
compensação e a repetibilidade.
Questão 52
Assinale a alternativa INCORRETA.
A O agente público responderá pessoalmente por suas decisões
ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
B Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão con-
siderados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as
exigências das políticas públicas a seu cargo, ainda que em pre-
juízo dos direitos dos administrados.
C Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão con-
sideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
limitado ou condicionado a ação do agente.
D Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do agente.
E A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabe-
lecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conte-
údo indeterminado, impondo novo dever ou novo condiciona-
mento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime, efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 53
Assinale a alternativa INCORRETA:
A A ocupação indevida de bem público por pessoa de boa-fé au-
toriza a retenção ou a indenização por acessões e benfeitoria.
B Os registros de propriedade particular de imóveis situados em
terrenos de marinha não são oponíveis à União.
C É admissível a oposição de embargos de terceiro fundada em
alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda
de imóvel, ainda que desprovido do registro.
D A falta de registro do compromisso de compra e venda não dis-
pensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor.
E São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais
e materiais decorrentes de atos de perseguição política com
violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regi-
me militar.
Questão 54
Assinale a alternativa correta:
A Considera-se imóvel, para os efeitos legais, o direito à suces-
são aberta, e móveis os materiais provisoriamente separados de
um prédio, para nele se reempregarem.
B Constitui universalidade de fato o complexo de relações jurídi-
cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
C São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, se
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao afor-
moseamento de outro.
D O bem integrante de herança jacente só passa a ser de pro-
priedade do Poder Público com a sentença de declaração da
vacância, podendo, até ali, ser adquirido por usucapião.
E Aquele que possuir, como sua, área urbana de até quinhentos
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, ad-
quirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
Questão 55
A perda do bem adquirido em contrato oneroso, em função de sen-
tença que atribui a titularidade deste a terceiro, acarreta:
A Vício redibitório.
B Vício do produto.
C Evicção.
D Exceção de contrato não cumprido.
E Cláusula solve et repete.

Questão 56
Assinale a alternativa INCORRETA.
A O testamento público precisa de três testemunhas.
B Ao cego só se permite o testamento público.
C São nulos os fideicomissos além do segundo grau.
D Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existi-
rem outros herdeiros necessários.
E Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Questão 57
Assinale a alternativa INCORRETA.
A A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de pres-
crição da pretensão.
B O dolo de aproveitamento é requisito da lesão.
C O devedor somente pode compensar com o credor o que este
lhe dever, mas o fiador pode compensar sua dívida com a de
seu credor ao afiançado.
D Não pode o adquirente demandar pela evicção se sabia que a
coisa era alheia ou litigiosa.
E Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e si-
métricos até a presença de elementos concretos que justifiquem
o afastamento dessa presunção.
Questão 58
Assinale a opção correta:
A Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por
perdas e danos, quando este o não executar.
B É admissível oferecer, como garantia do pagamento de uma dí-
vida, o direito hereditário que vier a surgir com a futura morte
de um parente.
C De acordo com o Código Civil, não se aplica a garantia da
evicção no caso de aquisição de bem em hasta pública.
D A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou im-
plicitamente o permita, só é admitida por meio de interpela-
ção judicial.
E Assalto à mão armada em transporte coletivo não exime o
transportador do dever de indenizar os consumidores que fo-
ram vítimas.
Questão 59
Assinale a opção correta:
A A hipoteca só incide sobre bens imóveis.
B No regime da separação legal de bens, os bens adquiridos one-
rosamente ao longo do casamento se comunicam apenas se
houver prova de esforço comum.
C No caso de o segurado falecer em acidente de carro provocado
única e exclusivamente pela embriaguez do segurado na con-
dução do veículo, a seguradora fica isenta de pagar a cobertura
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do seguro
a suade vida.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D No caso de ação envolvendo a cobrança de contribuições de
condomínio edilício, é cabível a penhora do imóvel do condô-
mino inadimplente para a satisfação não apenas dessa dívida
propter rem, mas também dos honorários sucumbenciais devi-
dos pelo condômino inadimplente ao advogado do condomínio
nessa ação.
E É pacífico que o companheiro é herdeiro necessário.
Direito Processual Civil
Lídia Marangon
Questão 60
Assinale a alternativa correta acerca do entendimento jurispruden-
cial do STJ.
A A prisão civil do devedor de alimentos pode ser excepcio-
nalmente afastada, quando a técnica de coerção não se mos-
trar a mais adequada e eficaz para obrigá-lo a cumprir suas
obrigações.
B Fundo de investimento não pode sofrer os efeitos da aplicação
do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
C O Ministério Público possui legitimidade para promover a exe-
cução coletiva do art. 98 do Código de Defesa do Consumidor.
D É penhorável o bem de família oferecido como caução em con-
trato de locação comercial.
E O erro do sistema eletrônico do Tribunal de origem na indica-
ção do término do prazo recursal não é apto a configurar justa
causa para afastar a intempestividade do recurso.
Questão 61
Assinale a alternativa incorreta acerca do entendimento jurispru-
dencial do STJ.
A Compete à Justiça da Infância e da Juventude processar e jul-
gar causas envolvendo reformas de estabelecimento de ensino
de crianças e adolescentes.
B Não tem legitimidade ativa para propor ação indenizatória por
danos morais a mãe de pessoa impossibilitada de usar cartão de
crédito em viagem internacional.
C É possível a desconsideração da personalidade jurídica inci-
dentalmente no processo falimentar, independentemente de
ação própria, verificada a fraude e a confusão patrimonial entre
a falida e outras empresas.
D O incidente de desconsideração da personalidade jurídica po-
derá ser instaurado de ofício pelo magistrado, pois revela exce-
ção ao princípio da inércia.
E Segundo o STJ, cabe ao magistrado determinar o regime fe-
chado para cumprimento da prisão civil de acordo com o caso
específico e a observância do contexto epidemiológico local.

Questão 62
Assinale a alternativa incorreta sobre a intervenção de terceiros.
A Não cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocu-
tórias que versarem sobre admissão ou inadmissão de interven-
ção de terceiros.
B Havendo intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará
proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
C Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro eco-
nomicamente interessado em que a sentença seja favorável a
uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
D O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,
exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus
processuais que o assistido.
E A assistência simples não obsta que a parte principal reconheça
a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direi-
to sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos con-
trovertidos.
Questão 63
Sobre os prazos, assinale a alternativa correta.
A Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado,
pode o juiz exceder, pelo triplo do tempo, os prazos a que está
submetido.
B O juiz proferirá as sentenças no prazo de 15 (quinze) dias.
C O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a De-
fensoria Pública e o Ministério Público será contado da cita-
ção, da intimação ou da notificação.
D O STJ entende que o prazo em dobro para o Ministério Público
afronta o princípio da isonomia processual.
E Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendi-
dos entre 20 de dezembro e 06 de janeiro, inclusive.
Questão 64
Sobre competência e o entendimento jurisprudencial do STJ, assi-
nale a alternativa incorreta:
A Compete à Justiça Comum julgar a participação de trabalha-
dores ativos e aposentados no conselho de administração de
sociedades anônimas.
B Compete ao árbitro julgar a ação de despejo apesar da cláusula
compromissória no contrato de locação.
C Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm compe-
tência para o julgamento de ações decorrentes de acidente de
trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro Social figure
como parte.
D O juízo deprecante é o competente para a degravação de depoi-
mento colhido por carta precatória.
E Compete ao juízo da execução realizar a alienação judicial ele-
trônica, ainda que o bem esteja situado em comarca diversa.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 65
A interdição não pode ser promovida:
A pelo cônjuge.
B pelo companheiro.
C pelo tutor.
D pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o
interditando.
E pelo Ministério Público em caso de doença mental leve.
Questão 66
Sobre o procedimento da tutela e curatela, assinale a alternativa
incorreta:
A A curatela é levantada quando cessa a causa que a determinou.
B O pedido de levantamento da curatela não poderá ser feito pelo
próprio interdito.
C Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legítimo inte-
resse requerer, nos casos previstos em lei, a remoção do tutor
ou do curador.
D Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender o tutor
ou o curador do exercício de suas funções, nomeando substitu-
to interino.
E Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de
contas pelo tutor ou pelo curador.
Questão 67
Sobre o procedimento da organização e fiscalização das funda-
ções, assinale a alternativa correta:
A Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá
em juízo a extinção da fundação quando se tornar ilícito o
seu objeto.
B Somente o Ministério Público promoverá em juízo a extinção
da fundação quando for impossível a sua manutenção.
C Qualquer interessado, com exceção do Ministério Público,
promoverá em juízo a extinção da fundação quando vencer o
prazo de sua existência.
D O Ministério Público não pode exigir modificações no estatuto
das fundações.
E O Ministério Público não pode elaborar o estatuto das
fundações.

Questão 68
Sobre as ações possessórias, assinale a alternativa correta.
A Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou
de ato por ambos praticado.
B O valor da causa nas ações fundadas em posse, tais como as
ações possessórias, os embargos de terceiro e a oposição, deve
coincidir obrigatoriamente com o valor da propriedade.
C Não há fungibilidade entre as ações possessórias.
D Não é permitida a cumulação pelo autor de pedido posses-
sório com o de condenação em perdas e danos e indenização
dos frutos.
E Na pendência de ação possessória é vedado, apenas ao réu,
propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pre-
tensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Questão 69
Sobre o entendimento sumulado do STJ, assinale a alternati-
va correta.
A A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança
quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a)
existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que pres-
tou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado;
b) manifestação a respeito do mérito nas informações presta-
das; e c) ausência de modificação de competência estabelecida
na Constituição Federal.
B O Ministério Público não tem legitimidade ativa para atuar na
defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos
dos consumidores.
C O ente público não detém legitimidade e interesse para intervir,
incidentalmente, na ação possessória entre particulares.
D Cabe o habeas-data ainda que haja recusa de informações por
parte da autoridade administrativa.
E É penhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, ainda que a renda obtida com a locação seja
revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Direito Eleitoral
Weslei Machado
Questão 70
A partir das disposições contidas no Código Eleitoral e na Lei n.
9.504/1997, pode-se afirmar que constitui hipótese para a reali-
zação de revisão de eleitorado de ofício pelo Tribunal Superior
Eleitoral:
A quando o número de transferências eleitorais do ano em curso
superar em vinte por cento ao do ano anterior.
B quando o número de eleitores superar em sessenta e cinco por
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cento aa sua
população projetada para aquele ano pelo IBGE.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C quando o número de eleitores superar o número de pessoas en-
tre dez e quinze anos somada ao número daqueles com mais de
setenta anos de um município.
D quando houve denúncia fundamentada de fraude no alistamen-
to eleitoral em uma zona ou em um município.
E quando houver provas de fraude comprometedora no alista-
mento eleitoral em uma zona ou em um município.
Questão 71
Conforme o entendimento jurisprudencial firmado pelo Tribunal
Superior Eleitoral e as disposições do Código Eleitoral sobre o
crime de corrupção eleitoral, assinale a alternativa correta:
A não há a configuração do crime de corrupção eleitoral em caso
de oferta ou promessa de vantagem que se dê em troca da abs-
tenção do voto.
B em caso de oferta ou promessa de dinheiro em troca do voto, se
a oferta não for aceita, tem-se a prática da corrupção eleitoral,
na forma tentada.
C a configuração do crime de corrupção eleitoral prescinde de
pedido explícito de votos.
D ao crime de corrupção eleitoral, admite-se a aplicação do prin-
cípio da insignificância.
E a configuração do crime de corrupção eleitoral dispensa a com-
provação de dolo específico.
Questão 72
Sobre as disposições contidas na Lei das Eleições sobre a propa-
ganda eleitoral, assinale a alternativa correta:
A admite-se a realização de propaganda eleitoral a partir do dia
15 de agosto do ano das eleições.
B nas dependências do Poder Legislativo, bem público, proíbe-se
a realização de propaganda eleitoral.
C ao longo de vias públicas, entre às 8h e 22h, admite-se a colo-
cação de mesas de distribuição de material de campanha.
D a realização de comícios e a utilização de aparelhagens de so-
norização fixas são permitidas no horário compreendido entre
às 8h e 24h.
E não há a proibição de realização de lives eleitorais, ainda que
contem com a participação de artistas.

Tutela dos Direitos Difusos, Coletivos e
Individuais Homogêneos
Nilton Carlos
Questão 73
Preocupado com a manutenção dos ecossistemas livres de altera-
ções causadas por interferência humana em áreas do município, o
prefeito resolve criar uma unidade de conservação.
Nesta hipótese, tendo em vista que o objetivo é preservar a natu-
reza, assinale a alternativa que contempla a espécie de unidade de
conservação mais adequada para a situação apresentada.
A Área de Proteção Ambiental.
B Área de Relevante Interesse Ecológico.
C Floresta Nacional.
D Reserva Biológica.
E Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
Questão 74
A ação popular é um importante instrumento para proteção de in-
teresses transindividuais. Deste modo, no tocante ao referido ins-
trumento, assinale a alternativa incorreta:
A Conforme a origem do ato impugnado, é competente para co-
nhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo
com a organização judiciária de cada Estado, o for para as cau-
sas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou
ao Município.
B Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Dis-
trito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas
criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito pú-
blico, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acio-
nistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas
ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
C Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qual-
quer outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das cau-
sas da União, se houver; quando interessar simultaneamente ao
Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do
Estado, se houver.
D A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para to-
das as ações que forem posteriormente intentadas contra as
mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
E Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão do ato
lesivo impugnado, desde que tenha havido apresentação de de-
fesa pelo causador do ato lesivo ou o decurso do seu prazo.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 75
Com base na Lei n. 7.347/1985, assinale a alternativa incorreta:
A Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitima-
das habilitarem-se como litisconsortes de qualquer das partes.
B Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por as-
sociação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
assumirá a titularidade ativa.
C O requisito da pré-constituição (no caso das associações) po-
derá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
D Admitir-se-á o litisconsórcio passivo facultativo entre os Mi-
nistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
E Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessa-
dos compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências
legais, mediante cominações, que terá eficácia de título execu-
tivo extrajudicial.
Questão 76
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz em seu texto um capí-
tulo específico abordando a Proteção Judicial dos Interesses Indi-
viduais, Difusos e Coletivos.
Assinale o ente/órgão que não está expressamente elencado no rol
de legitimados para ações cíveis fundadas em interesses coletivos
ou difusos de crianças e adolescentes:
A a defensoria Pública.
B o Ministério Público.
C a União.
D os municípios.
E os territórios.
Questão 77
A Justiça da Infância e da Juventude não é competente para:
A conhecer de representações promovidas pelo Ministério Pú-
blico, para apuração de ato infracional atribuído à criança ou
adolescente, aplicando as medidas cabíveis.
B conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes.
C conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, di-
fusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado
o disposto no art. 209.
D conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades
de atendimento, aplicando as medidas cabíveis.
E conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, apli-
cando as medidas cabíveis.

Questão 78
Segundo o código de defesa do consumidor, são direitos básicos
do consumidor, EXCETO:
A a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos pro-
dutos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
dade nas contratações.
B a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
e serviços.
C a modificação das cláusulas contratuais ou sua revisão.
D a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e mo-
rais, individuais, coletivos e difusos.
E a garantia de práticas de crédito responsável, de educação fi-
nanceira e de prevenção e tratamento de situações de superen-
dividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívi-
da, entre outras medidas.
Questão 79
O Estatuto do Idoso menciona a possibilidade de aplicação de medi-
das de proteção ao idoso sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado; por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
entidade de atendimento; ou em razão de sua condição pessoal.
Neste caso é incorreto afirmar que, verificada qualquer das hipó-
teses acima descritas, o Ministério Público poderá determinar a
seguinte medida:
A encaminhamento à família ou curador, mediante termo de res-
ponsabilidade.
B orientação, apoio e acompanhamento perpétuos.
C requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulato-
rial, hospitalar ou domiciliar.
D inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orien-
tação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou
ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que
lhe cause perturbação.
E abrigo em entidade.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 80
No tocante à responsabilidade na área ambiental, assinale a alter-
nativa correta:
A A doutrina e jurisprudência não admitem o dano moral am-
biental difuso.
B A Lei n. 6.938/1981 fez menção ao princípio do poluidor-paga-
dor, mas não abordou o tema responsabilidade civil, cujos parâ-
metros foram estabelecidos pela Constituição Federal de 1988.
C A Lei n. 6.938/1981 estabeleceu que o poluidor é obrigado, in-
dependentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por
sua atividade.
D A responsabilidade civil na área ambiental rege-se pela teoria
do risco administrativo.
E A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera penal e civil
possui expressa previsão na Constituição Federal, a qual atri-
buiu responsabilidade subjetiva ao causador do dano.
Questão 81
O embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas é uma
sanção administrativa que tem por objetivo impedir a continuidade
do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar
viabilidade à recuperação da área degradada, devendo restringir-se
exclusivamente ao local onde verificou-se a prática do ilícito.
Caso haja o descumprimento ou violação do embargo:
A a autoridade competente deverá comunicar imediatamente ao
Ministério Público para que seja apurado o cometimento de
infração penal.
B a autoridade competente deverá comunicar imediatamente ao
Ministério Público para que seja apurada a responsabilidade
administrativa.
C a autoridade competente deverá comunicar ao Ministério Pú-
blico, no prazo máximo de setenta e duas horas, para que seja
apurado o cometimento de infração penal.
D a autoridade competente deverá comunicar o fato à autoridade
policial para instauração de inquérito policial por crime de de-
sobediência.
E a autoridade competente deverá comunicar ao Ministério Pú-
blico, no prazo de cinco dias, para que seja instaurado inqué-
rito civil.

Questão 82
No tocante à proteção da probidade administrativa, assinale a al-
ternativa correta:
A Na ação por improbidade administrativa, o pedido de indis-
ponibilidade de bens dos réus poderá ser feito somente após o
ajuizamento da ação principal.
B Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens in-
cluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
C O pedido de indisponibilidade de bens poderá ser deferido caso
haja demonstração no caso concreto de perigo de dano irrepa-
rável ou de risco ao resultado útil do processo, não sendo ne-
cessário que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência
dos atos descritos na petição inicial.
D Em nenhuma hipótese a indisponibilidade de bens poderá ser
decretada sem a oitiva prévia do réu.
E O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano
indicada na petição inicial, sendo proibida a sua substituição
por caução.
Questão 83
Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de ato de
improbidade administrativa que viola princípios da Administra-
ção Pública:
A deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, des-
de que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
irregularidades.
B realizar operação financeira sem observância das normas legais
e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea.
C conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
D frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seleti-
vo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patri-
monial efetiva.
E ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas
em lei ou regulamento.
Questão 84
Com base no disposto no CDC, assinale a alternativa incorreta:
Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quanti-
dade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente
e à sua escolha:
A o abatimento proporcional do preço.
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B complementação do peso ou medida.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca
ou modelo, sem os aludidos vícios.
D a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atuali-
zada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
E a reexecução dos serviços, com custo adicional.
Questão 85
Segundo estabelece o estatuto da pessoa com deficiência, nos pro-
cessos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes
medidas, EXCETO:
A disponibilização de formulário de inscrição de exames com
campos específicos para que o candidato com deficiência in-
forme os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação.
B disponibilização de provas em formatos acessíveis para
atendimento às necessidades específicas do candidato com
deficiência.
C dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candi-
dato com deficiência, tanto na realização de exame para seleção
quanto nas atividades acadêmicas, independentemente de pré-
via solicitação, mas desde que comprovada sua necessidade.
D adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursi-
vas ou de redação que considerem a singularidade linguística
da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita
da língua portuguesa.
E tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.
Questão 86
O Estudo de Impacto de Vizinhança será executado de forma a
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente
na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das
seguintes questões, EXCETO:
A adensamento populacional.
B desvalorização imobiliária.
C geração de tráfego e demanda por transporte público.
D ventilação e iluminação.
E paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Direitos Humanos
Alice Rocha
Questão 87
O Brasil adotou uma sistemática diferenciada para o processo de
internalização de tratados em direitos humanos. Nesse sentido, foi
aprovado com quórum de emenda constitucional, adquirindo, por-
tanto, hierarquia constitucional:
A Acordo de Marraquexe, para a criação da Organização Mun-
dial do Comércio (OMC).
B Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
C Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de
San José da Costa Rica.
D Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher
E Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação
Racial e outras formas Correlatas de Intolerância.
Questão 88
A Política Nacional de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e
suas interseccionalidades, instituída pela Resolução n. 425/2021 do
Conselho Nacional de Justiça, estabelece como objetivos, exceto:
A assegurar o amplo acesso à justiça às pessoas em situação de
rua, de forma célere e simplificada.
B monitorar o andamento e a solução das ações judiciais envol-
vendo a temática.
C estimular a adoção de medidas preventivas de litígios que en-
volvam as pessoas em situação de rua no âmbito do sistema
multiportas.
D assegurar o acesso das pessoas em situação de rua à identifica-
ção civil básica e ao alistamento eleitoral obrigatório.
E fomentar e realizar processos de formação continuada de
magistrados e servidores judiciários e demais órgãos do Po-
der Público.
Questão 89
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um plano
de ação para o fortalecimento da paz universal com mais liberda-
de. Essa agenda está baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimen-
to Sustentável (ODS), com 169 metas. Não constitui um desses
objetivos:
A emprego digno e crescimento econômico.
B paz, justiça e instituições fortes.
C educação de qualidade.
D água potável e saneamento.
E erradicação das armas de destruição em massa.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 90
A recomendação CNMP n. 61/2017 recomenda às unidades e aos
ramos do Ministério Público brasileiro a realização de encontros
com os movimentos sociais. De acordo com esta recomendação,
tais encontros devem ter por objetivo:
A aproximar os membros do Ministério Público das demandas
da sociedade por meio do diálogo aberto, informal, leal e
transparente.
B identificar demandas e tendências na defesa dos Direitos Hu-
manos de indivíduos vulneráveis.
C auxiliar os membros do Ministério Público e dos demais po-
deres a tomar conhecimento de eventuais ameaças a Direitos
Fundamentais.
D contribuir para o aprofundamento da democracia e da parti-
cipação social, capacitação das lideranças dos movimentos
sindicais sobre os serviços prestados pelo MP na defesa dos
direitos e sobre o modo de acessá-los.
E estabelecer as metas institucionais e orçamentárias em temas
de reconhecida relevância social e estrutural, a fim de garantir
o alcance de objetivos pré-definidos.
Legislação Institucional do Ministério
Público
Marcelo Ribeiro
Questão 91
Sobre os deveres e as vedações do membro do Ministério Público,
assinale a alternativa incorreta:
É vedado ao membro do Ministério Público:
A receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais.
B exercer a advocacia.
C exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério.
D participar de sociedade comercial, incluindo-se a condição
de cotista.
E exercer atividade político-partidária, sobretudo, após a Emen-
da Constitucional n. 45.

Questão 92
Sobre a prerrogativa da vitaliciedade do membro do Ministério
Público, assinale a alternativa correta:
A A vitaliciedade somente é obtida após dois anos de exercício,
não se podendo perder o cargo nem mesmo por sentença judi-
cial transitada em julgado.
B A vitaliciedade é obtida após um ano de exercício ininterrupto
no cargo, não se podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado.
C A vitaliciedade é obtida após dois anos de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada
em julgado.
D A vitaliciedade é obtida após dois anos de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por decisão por maioria qualifi-
cada, do Conselho Nacional do Ministério Público, transitada
em julgado.
E A vitaliciedade é obtida após um ano de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por decisão por maioria sim-
ples, do Conselho Nacional do Ministério Público, transitada
em julgado.
Questão 93
De acordo com a Lei n. 8.625/1993, no exercício de suas funções,
nomeadamente para instaurar inquéritos civis e outras medidas e
procedimentos administrativos pertinentes, bem como instruí-los,
o Ministério Público poderá exercer as seguintes medidas, exceto:
A expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimen-
tos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar,
ressalvadas as prerrogativas previstas em lei.
B requisitar informações e documentos a entidades privadas para
instruir procedimentos ou processo em que oficie.
C requisitar à autoridade competente a instauração de sindicância
ou procedimento administrativo cabível.
D dar publicidade dos procedimentos administrativos não disci-
plinares que instaurar e das medidas adotadas.
E praticar atos administrativos executórios, de caráter preparató-
rio, incluindo afastamento de sigilos bursátil e telemático.
Questão 94
Sobre a regulação do inquérito civil público na Resolução CNMP
n. 23/2007 e suas alterações, é incorreto afirmar que:
A a instauração deve exigir formalidade mínima, não poden-
do ser iniciado por informações verbais, reduzirá a termo as
declarações.
B sua instauração pode se dar por designação do Procurador-
-Geral de Justiça, do Conselho Superior do Ministério Público,
Câmaras de Coordenação e Revisão e demais órgãos superio-
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res daaInstituição.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C sua instauração pode ser feita em face de requerimento ou re-
presentação formulada por qualquer pessoa ou comunicação
de outro órgão do Ministério Público, ou qualquer autoridade,
desde que forneça, por qualquer meio legalmente permitido,
informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qua-
lificação mínima que permita sua identificação e localização.
D sua instauração pode ser feita de ofício.
E o conhecimento por manifestação anônima, justificada, não
implicará ausência de providências, desde que obedecidos os
mesmos requisitos para as representações em geral.
Questão 95
A respeito da normatização do inquérito civil público é corre-
to afirmar:
A O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano,
prorrogável pelo mesmo prazo, por uma única vez, se neces-
sário, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da
imprescindibilidade da realização ou conclusão de diligências,
dando-se ciência ao Conselho Superior do Ministério Público,
à Câmara de Coordenação e Revisão ou à Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão.
B Em cumprimento ao princípio da publicidade das investiga-
ções, o membro do Ministério Público poderá prestar informa-
ções, inclusive aos meios de comunicação social, a respeito das
providências adotadas para apuração de fatos em tese ilícitos,
abstendo-se, contudo, de externar ou antecipar juízos de valor
a respeito de apurações ainda não concluídas.
C Em atenção ao Enunciado n. 14, da Súmula Vinculante do Su-
premo Tribunal Federal, o presidente do inquérito civil não
poderá delimitar o acesso do defensor à identificação do(s)
representante(s) e aos elementos de prova relacionados a dili-
gências em andamento e ainda não documentados nos autos.
D O defensor não poderá, sem procuração, examinar autos de in-
vestigações findas ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, a fim de preservar a privacidade das partes relacio-
nadas ao procedimento.
E A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão mo-
tivada, para fins do interesse público, e deverá implicar a opção
binária (público/restrito), sendo vedada a limitação parcial de
publicidade, limitada a determinadas pessoas, provas, informa-
ções, dados, períodos ou fases, sob pena de ofensa à isonomia.

Questão 96
Sobre o arquivamento do inquérito civil público, assinale a alter-
nativa incorreta:
A O desarquivamento do inquérito civil, diante de novas provas
ou para investigar fato novo relevante, poderá ocorrer no prazo
máximo de seis meses após o arquivamento. Transcorrido esse
lapso, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo das
provas já colhidas.
B O desarquivamento de inquérito civil para a investigação de
fato novo, não sendo caso de ajuizamento de ação civil pública,
implicará novo arquivamento e remessa ao órgão competente,
para os mesmos fins de homologação, como se fosse instaura-
ção original.
C Em caso de não homologação de arquivamento, o órgão revi-
sor poderá converter o julgamento em diligência para a reali-
zação de atos imprescindíveis à sua decisão, especificando-os
e remetendo os autos ao membro do Ministério Público que de-
terminou seu arquivamento e, no caso de recusa fundamentada,
ao órgão competente para designar o membro que irá atuar.
D Em caso de não homologação de arquivamento, o órgão re-
visor poderá deliberar pelo prosseguimento do inquérito civil
ou do procedimento preparatório, indicando os fundamentos
de fato e de direito de sua decisão, adotando as providências
relativas à designação, em qualquer hipótese, de outro membro
do Ministério Público para atuação.
E Não oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento pre-
paratório ou da ação civil pública o órgão responsável pela pro-
moção de arquivamento não homologado pelo Conselho Supe-
rior do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e
Revisão, ressalvada a possibilidade de o órgão a quo afirmar
seu interesse em prosseguir com a questão.
Questão 97
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 02/1990, os mem-
bros do Ministério Público do Estado de Sergipe são passíveis das
seguintes sanções disciplinares, exceto:
A advertência.
B censura.
C suspensão, por até 90 (noventa) dias.
D remoção compulsória.
E demissão, enquanto não decorrido o prazo de estágio
probatório.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 98
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 02/1990, são atri-
buições do Corregedor-Geral do Ministério Público, exceto:
A fazer recomendações, em caráter vinculativo, a órgão de exe-
cução, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento dos servi-
ços do Ministério Público, nos limites de suas atribuições.
B realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, remetendo
relatório, de natureza reservada, ao Colégio de Procuradores
de Justiça.
C trazer atualizados os prontuários da vida funcional dos Promo-
tores de Justiça e coligir os elementos necessários à apreciação
de seu merecimento.
D propor ao Conselho Superior do Ministério Público o não vita-
liciamento de membro do Ministério Público.
E instaurar, de ofício ou por provocação dos demais órgãos da
Administração Superior do Ministério Público, processo disci-
plinar contra membro da instituição, precedido ou não de sin-
dicância, presidindo-o e aplicando as sanções cabíveis de sua
atribuição, ou encaminhá-lo ao Procurador-Geral de Justiça,
quando necessário.
Questão 99
Sobre a prescrição da punibilidade administrativa da falta discipli-
nar, prevista na Lei Complementar Estadual n. 02/1990, é incor-
reto afirmar que:
A Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com advertência e censura, em 01 (um) ano.
B Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com suspensão, em 03 (três) anos.
C Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com disponibilidade, por interesse do serviço pú-
blico, demissão e perda do cargo de membro vitalício, em 04
(quatro) anos.
D A falta, também definida como crime, prescreve com a
ação penal.
E Operar-se-á a reabilitação, após 02 (dois) anos, contados do dia
em que for extinta, por qualquer modo, a sanção administrati-
va, ou exaurir sua execução.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Questão 100
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 03/1990, que cui-
da do controle externo da atividade policial, são prerrogativas mi-
nisteriais as abaixo listadas, à exceção de uma. Qual é a alternativa
que não está contemplada na referida norma?
A Ingressar livremente nas delegacias de polícia, estabeleci-
mentos prisionais e aquartelamentos ou repartições da polí-
cia militar.
B Ingressar livremente em qualquer local de funcionamento de
repartição policial onde deva praticar ato ou colher prova ou
informação relevante ao exercício de suas funções, dentro ou
fora do expediente regular.
C Examinar, em qualquer repartição policial, autos de flagrantes
ou inquéritos, findos ou em andamento, ainda que conclusos a
autoridade, podendo copiar delas, tomar apontamentos e ado-
tar outras providências.
D Requisitar providências para sanar omissão que entenda inde-
vida ou para prevenir e corrigir ilegalidade ou abuso de poder.
E Ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento, salvo
quando decretada a sua incomunicabilidade.

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Questão Discursiva – Direitos Difusos, Coletivos e Individuais

Nilton Carlos

Promotor de justiça recebe denúncia anônima, informando que uma instituição privada destinada à moradia e ao atendimento ao idoso
não tem fornecido condições para uma vida digna aos idosos lá residentes.
A referida carta vem acompanhada de fotos, que mostram que a instituição não possuía padrões de habitação compatíveis com as neces-
sidades dos idosos, além de não fornecer vestuário adequado, alimentação regular e produtos para higiene pessoal.
Do mesmo modo, não havia atividades educacionais, esportivas, culturais ou de lazer para os idosos, os quais passavam o dia assistindo
TV na sala da instituição.
Segundo a referida denúncia, a instituição não possui placa indicativa de que seja uma instituição destinada a idosos, sendo certo que o
diretor da instituição, Sr. Aderbal, tinha pleno conhecimento da situação vivenciada pelos idosos lá internados.
Considerando a situação apresentada, pergunta-se: o que o Ministério Público poderia fazer para proteger os interesses dos idosos?
Justifique a sua resposta apresentando fundamentos legais e/ou doutrinários e jurisprudenciais para tal atuação.

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Questão Discursiva – Direitos Humanos

Alice Rocha

“A temática carcerária no Brasil tem sido objeto de preocupação e atenção nos debates mais recentes nos temas de direitos humanos,
segurança pública, política criminal e alocação do Estado brasileiro no contexto internacional. A questão carcerária revela paradoxo que
chama a atenção: de um lado, a dramática situação estrutural das prisões brasileiras tem sido iterativamente destacada pelos atores do
sistema de justiça criminal, com especial destaque ao Ministério Público, a quem incumbe a árdua tarefa de fiscalizar a execução penal;
de outro lado, essa iterativa chamada para o tema não tem conduzido a efetivação de políticas de Estado hábeis a mudar esse contexto
com a urgência e profundidade desejadas.”

(CNMP. A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/publicacoes/11797-avisaodosiste-
maprisionalbrasileiro )

O Ministério Público possui uma importância crescente no contexto de implementação de políticas públicas que possam assegurar a
segurança dos indivíduos privados de liberdade, de modo especial os que se encontram em situação de vulnerabilidade agravada, como
no caso de deficientes auditivos e visuais, assim como o caso da população LGBTQIA+ encarcerada.
Considerando o extrato do texto apresentado e as Recomendações e Resoluções do CNJ e do CNMP sobre esses dois grupos inseridos
na população carcerária, discorra de que forma o Ministério Público pode atuar para assegurar a dignidade humana destes em situação
de encarceramento.

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Questão Discursiva – Direito Constitucional

Fabrício Rodrigues

Mesmo diante do princípio da unidade do Ministério Público (CF, 127, § 1º), sempre houve desconforto a respeito de quem teria a atri-
buição para dirimir conflito de atribuições entre membros do Ministério Público vinculados a órgãos diversos do Ministério Público
(MPF e MP estadual). O Supremo Tribunal Federal já mudou de posicionamento diversas vezes, gerando insegurança jurídica quanto
a esse tema.
Considerando a temática do conflito de atribuições entre membros do MP de ramos distintos, apresente, em até 15 linhas, o histórico do
entendimento do STF (desde o posicionamento inicial até o atual) quanto a quem caberia a atribuição de resolver esse conflito.

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Questão Discursiva – Direito Penal

Rodrigo Pardal

Disserte sobre o funcionalismo redutor abordando, necessariamente, os seguintes tópicos:

1. Sistema penal paralelo e subterrâneo;

2. Teoria agnóstica;
3. Teorias do conflito.

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Questão Discursiva – Direito Processual Civil

Lídia Marangon

Esclareça as principais diferenças entre recursos, ações autônomas de impugnação e sucedâneos recursais. Dê exemplos.

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Questão Discursiva – Direito Eleitoral

Weslei Machado

Theodore Robert Bundy foi eleito para exercer o mandato de prefeito, no Município de Maceió/AL, no período compreendido entre
2013 e 2016. Em 2014, entretanto, diante da prática de abuso de poder econômico, abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio,
foi cassado pela Justiça Eleitoral e afastado do cargo. Nas eleições de 2016, seu filho, Butch Cassidy, foi eleito prefeito, no Município
de Maceió/AL, para o exercício do mandato no período compreendido entre 2017 e 2020. Em 2020, Butch Cassidy pretende concorrer
à reeleição. Considerada essa situação, discorra:
A sobre a razão para a autorização da reeleição para a chefia do Poder Executivo.
B sobre o exercício do direito à elegibilidade por chefes do Poder Executivo para um terceiro mandato consecutivo.
C sobre a possibilidade de parentes do chefe do Poder Executivo participarem das eleições logo após o exercício do segundo mandato
para o mesmo cargo por ele ocupado.
D sobre a possibilidade de Butch Cassidy participar das eleições a serem realizadas no ano de 2020.

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 SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SERGIPE
PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO

GABARITO

Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Gabarito A A B D E C B D A B

Item 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Gabarito C D E C C D A D D D

Item 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Gabarito B E B A A E C C D E

Item 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
Gabarito A A A D D D A D A E

Item 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Gabarito B C A E B C B A E D

Item 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Gabarito A B A D C A B A B A

Item 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
Gabarito D C C B E B A A A B

Item 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
Gabarito C D D E D A A C B C

Item 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
Gabarito C B A E C B E D E A

Item 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
Gabarito D C E A B E D A A E

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MP SE – 1° SIMULADO PARA O CARGO DE PROMOTOR DE JUSTIÇA
SUBSTITUTO (PÓS-EDITAL)
Direito Constitucional
Fabrício Rodrigues
Questão 1
Assinale a opção que apresenta o princípio em que a interpretação
de uma norma constitucional exige a harmonização dos bens e va-
lores jurídicos colidentes em um dado caso concreto, de forma a se
evitar o sacrifício total de um em relação a outro:
A da concordância prática ou harmonização.
B da justeza ou conformidade funcional.
C do efeito integrador.
D da unidade da constituição.
E da máxima efetividade.
Letra a.
A) Certo. Conforme lição do professor Gomes Canotilho, pelo
princípio da concordância prática ou harmonização, os bens ju-
rídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmô-
nica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles.
Busca-se evitar o sacrifício total de um princípio em relação a
outro em choque.
B) Errado. Pelo princípio da justeza ou conformidade funcio-
nal, o intérprete não pode chegar a um resultado que subverta
ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucio-
nalmente estabelecido. Dessa forma, o respeito pela esfera de
competência dos demais órgãos estatais assume dimensão de
um imperativo constitucional, em observância ao princípio da
separação dos poderes.
C) Errado. Na resolução dos problemas jurídico-constitucio-
nais, deve-se dar primazia aos critérios ou pontos de vista que
favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade
política. É o que se denomina de princípio do efeito integrador.
D) Errado. Pelo princípio da unidade da constituição, a Consti-
tuição deve ser interpretada em sua globalidade como um todo
e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas.
E) Errado. A norma constitucional deve ter a mais ampla efeti-
vidade social, especialmente invocando os direitos e garantias
fundamentais.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 2
Assinale a alternativa correta, com fulcro no entendimento atual
do Supremo Tribunal Federal, na ADPF 279, que julgou a possibi-
lidade de os municípios criarem serviços de atendimento judiciá-
rio a pessoas carentes:
A A previsão de assistência judiciária pelo município aumenta os
meios de efetividade ao dever constitucional do ente de prestar
assistência aos necessitados, por meio de mais um espaço para
garantia de acesso ao direito e à jurisdição.
B A existência de uma defensoria municipal é compatível com a
Constituição.
C Os serviços de assistência judiciária podem substituir a ativida-
de prestada pela Defensoria Pública.
D Houve violação do pacto federativo.
E O serviço prestado pelo município às pessoas necessitadas
amplia o acesso à justiça e fere a autonomia das defenso-
rias públicas.
Letra a.
A) Certo. De acordo com o STF, na ADPF 279, a previsão de
assistência judiciária pelo município aumenta os meios de efe-
tividade ao dever constitucional do ente de prestar assistência
aos necessitados, por meio de mais um espaço para garantia de
acesso ao direito e à jurisdição.
B) Errado. Segundo o STF, o Município não dispõe de compe-
tência legislativa e administrativa em matéria de assistência ju-
rídica e defensoria pública municipal, conforme o art. 24, inciso
XIII, da CF/1988.
C) Errado. Conforme o entendimento do STF, houve a institui-
ção de um serviço público para auxílio da população econo-
micamente vulnerável do Município, facilitando a cada pessoa
o acesso à jurisdição. Dessa forma, os serviços de assistência
judiciária não podem substituir a atividade prestada pela Defen-
soria Pública.
D) Errado. Não houve violação do pacto federativo, tendo em
vista que, segundo o STF, o município não legislou sobre as-
sistência jurídica e Defensoria Pública, mas sobre o serviço pú-
blico local.
E) Errado. O STF decidiu que o serviço prestado pelo municí-
pio às pessoas necessitadas amplia o acesso à justiça e não fere
a autonomia das defensorias públicas.

Questão 3
Com fundamento na repartição de competências na República
Federativa do Brasil e no entendimento consolidado do Supremo
Tribunal Federal, assinale a alternativa correta:
A Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo
ramo em determinada área.
B É competente o Município para fixar o horário de funciona-
mento de estabelecimento comercial.
C O Município não é competente para legislar sobre meio am-
biente com União e Estado, no limite de seu interesse local
e ainda que tal regramento seja harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados.
D Não é atribuição do Município legislar em matéria de seguran-
ça em estabelecimentos financeiros.
E É constitucional decisão judicial que, sem considerar as cir-
cunstâncias fáticas efetivamente demonstradas, deixa de sope-
sar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais,
e determina a concessão de descontos lineares em mensalida-
des de cursos prestados por instituições de ensino superior.
Letra b.
A) Errado. Ofende o princípio da livre concorrência lei munici-
pal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área (Súmula Vinculante n.49).
B) Certo. É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial (Súmula Vincu-
lante n. 38).
C) Errado. O Município é competente para legislar sobre meio
ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse local e
desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina esta-
belecida pelos demais entes federados, nos termos dos arts. 24,
VI, c/c 30, I e II, da CRFB (RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, j.
5-3-2015, P, DJE de 8-5-2015, Tema n. 145).
D) Errado. Competência do Município para legislar em ma-
téria de segurança em estabelecimentos financeiros (ARE
784.981 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 17-3-2015, 1ª T, DJE de
7-4-2015).
E) Errado. É inconstitucional decisão judicial que, sem consi-
derar as circunstâncias fáticas efetivamente demonstradas, dei-
xa de sopesar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes
contratuais, e determina a concessão de descontos lineares em
mensalidades de cursos prestados por instituições de ensino su-
perior (ADPF 706/DF e ADPF 713/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 17 e 18/11/2021, Info 1038).
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Questão 4
À luz dos enunciados de súmula vinculante do Supremo Tribunal
Federal, marque a opção correta:
A É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive
bingos e loterias.
B O direito ao auxílio-alimentação estende-se aos servido-
res inativos.
C A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas
não viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
D Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamen-
to de isonomia.
E Não viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a de-
cisão de órgão fracionário de Tribunal que embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Letra d.
A) Errado. É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou
distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios,
inclusive bingos e loterias (Súmula Vinculante n. 2).
B) Errado. O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos
servidores inativos (Súmula Vinculante n. 55).
C) Errado. A cobrança de taxa de matrícula nas universidades
públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Fede-
ral (Súmula Vinculante n. 12).
D) Certo. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia (Súmula Vinculante n. 37).
E) Errado. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo
97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que embora não
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
mativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte. (Súmula Vinculante n. 10).

Questão 5
A respeito dos direitos e garantias individuais e coletivas, assinale
a alternativa correta.
A É inconstitucional a lei de proteção animal que, a fim de res-
guardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de ani-
mais em cultos de religiões de matriz africana.
B Não viola a Constituição Federal a proibição de veiculação de
discurso proselitista em serviço de radiodifusão comunitária.
C Ante conflito entre a liberdade de expressão de agente político,
na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de prevalecer
o interesse individual.
D É inconstitucional o compartilhamento dos relatórios de in-
teligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento
fiscalizatório da Receita Federal do Brasil com os órgãos de
persecução penal para fins criminais sem prévia autorização
judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em
procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior
controle jurisdicional.
E A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao
direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se
dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no
mesmo local.
Letra e.
A) Errado. É constitucional a lei de proteção animal que, a fim
de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritu-
al de animais em cultos de religiões de matriz africana (RE
494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE
de 19-11-2019).
B) Errado. Viola a Constituição Federal a proibição de veicula-
ção de discurso proselitista em serviço de radiodifusão comuni-
tária (ADI 2.566, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 16-5-2018,
P, DJE de 23-10-2018).
C) Errado. Ante conflito entre a liberdade de expressão de agen-
te político, na defesa da coisa pública, e honra de terceiro, há de
prevalecer o interesse coletivo, da sociedade, não cabendo po-
tencializar o individual (RE 685.493, rel. min. Marco Aurélio,
j. 22-5-2020, P, DJE de 17-8-2020, Tema 562).
D) Errado. É constitucional o compartilhamento dos relatórios
de inteligência financeira da UIF e da íntegra do procedimento
fiscalizatório da Receita Federal do Brasil – em que se define
o lançamento do tributo – com os órgãos de persecução penal
para fins criminais sem prévia autorização judicial, devendo ser
resguardado o sigilo das informações em procedimentos for-
malmente instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicio-
nal. O compartilhamento pela UIF e pela RFB referido no item
anterior deve ser feito unicamente por meio de comunicações
formais,
O conteúdocom
destegarantia de sigilo,
livro eletrônico certificação
é licenciado do destinatário
para LORENA
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
estabelecimento de instrumentos efetivos de apuração e corre-
ção de eventuais desvios (RE 1.055.941, rel. min. Dias Toffoli,
j. 4-12-2109, P, DJE de 6-10-2020, Tema 990).
E) Certo. A exigência constitucional de aviso prévio relativa-
mente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu
exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre ou-
tra reunião no mesmo local. (RE 806339/SE, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
14/12/2020, Repercussão Geral – Tema 855, Info 1003)
Questão 6
Conforme o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, a
atribuição para solucionar conflitos de atribuição entre ramos do
Ministério Público é:
A Procuradoria-Geral da República.
B Supremo Tribunal Federal.
C Conselho Nacional do Ministério Público.
D Conselho Nacional de Justiça.
E Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF.
Letra c.
A) Errado. É do Conselho Nacional do Ministério Público
(ACO n. 843).
B) Errado. É do Conselho Nacional do Ministério Público
(ACO n. 843).
C) Certo. O Supremo Tribunal Federal (STF), na sessão virtu-
al finalizada em 15/6, alterou sua jurisprudência e decidiu que
cabe ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) so-
lucionar conflitos de atribuições entre os diversos ramos dos
Ministérios Públicos. Prevaleceu entendimento de que o CNMP
é o órgão mais adequado para decidir, em razão da previsão
constitucional que lhe atribui o controle da legalidade das ações
administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos mi-
nisteriais, sem ingressar ou ferir a independência funcional
(ACO n. 843).
D) Errado. É do Conselho Nacional do Ministério Público
(ACO n. 843).
E) Errado. É do Conselho Nacional do Ministério Público
(ACO n. 843).
e

Questão 7
A respeito do sistema brasileiro de controle de constitucionalida-
de, assinale a alternativa correta.
A Os legitimados ativos para a propositura das ações de contro-
le concentrado de constitucionalidade estão arrolados no art.
103 da Constituição da República, e todos são considerados
universais.
B Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito
Federal derivada da sua competência legislativa municipal.
C Para a aplicação da técnica da interpretação conforme à Cons-
tituição, a norma impugnada não precisa ser polissêmica.
D O Poder Legislativo detém o monopólio da função normativa.
E Lei ou norma de caráter ou efeito já exaurido pode ser objeto
de controle abstrato de constitucionalidade, em ação direta de
inconstitucionalidade.
Letra b.
A) Errado. Os legitimados ativos para a propositura das ações
de controle concentrado de constitucionalidade estão arrolados
no art. 103 da Constituição da República. Todavia, alguns são
considerados universais, ou seja, podem propor a ação sem de-
monstração de qualquer interesse específico, e outros são cha-
mados de legitimados interessados ou especiais, porquanto de-
vem comprovar pertinência temática.
B) Certo. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei
do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa mu-
nicipal (Súmula n. 642).
C) Errado. Para a aplicação da técnica da interpretação confor-
me à Constituição, a norma impugnada precisa ser polissêmica
ou de plurissignificatividade (ADI n. 3.510).
D) Errado. O Poder Legislativo não detém o monopólio da fun-
ção normativa, mas apenas de uma parcela dela, a função legis-
lativa (ADI n. 2.950).
E) Errado. Lei ou norma de caráter ou efeito já exaurido não
pode ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade, em
ação direta de inconstitucionalidade (ADI n. 2980).
Questão 8
Assinale a opção correta, quanto aos remédios constitucionais:
A Caberá ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional que
ofender ao princípio da moralidade.
B O instrumento do habeas-data não constitui remédio hábil a
reparar lesão consistente na recusa ao acesso de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes nos registros
ou banco de dados de entidades governamentais ou de cará-
ter público.
C Se a recusa for com relação ao pedido de certidão, fica con-
substanciada a lesão ao direito líquido e certo do requisitante
que devedeste
O conteúdo ser manejado através
livro eletrônico do habeas-data.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D Conceder-se-á habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
E São gratuitas as ações de habeas-corpus e o mandado de se-
gurança e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania.
Letra d.
A) Errado. Os atos de conteúdo jurisdicional – precisamente por
não se revestirem de caráter administrativo – estão excluídos do
âmbito de incidência da ação popular (STF, PET 2018).
B) Errado. Nos termos do art. 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da
CF/1988, o instrumento do habeas-data constitui remédio há-
bil a reparar lesão consistente na recusa ao acesso de informa-
ções relativas à pessoa do impetrante, constantes nos registros
ou banco de dados de entidades governamentais ou de cará-
ter público.
C) Errado. Se a recusa for com relação ao pedido de certidão,
fica consubstanciada a lesão ao direito líquido e certo do requi-
sitante que deve ser manejado através do mandado de seguran-
ça (STF, RE 167118).
D) Certo. Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder,
nos termos do art. 5º, inciso LXVIII, da CF/1988.
E) Errado. São gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habe-
as-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania, conforme o art. 5º, LXXVII, da CF/1988.
Questão 9
Assinale a alternativa correta, com fulcro no entendimento recente
do Supremo Tribunal Federal:
A O direito à saúde coletiva, particularmente das crianças e dos
adolescentes, deve prevalecer sobre a liberdade de consciência
e de convicção filosófica.
B O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a
obrigatoriedade da vacinação é inconstitucional.
C De acordo com o STF, os estados, o Distrito Federal e os mu-
nicípios não têm autonomia para realizar campanhas locais de
imunização.
D Segundo o STF, o Estado pode impor aos cidadãos que recu-
sem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa,
impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrí-
cula em escola), inclusive pode fazer a imunização à força.
E O Poder Público não pode determinar a vacinação compulsória
contra a Covid-19.

Letra a.
A) Certo. Em dezembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal
realizou o julgamento conjunto das Ações Diretas de Inconsti-
tucionalidade (ADIs) n. 6.586 e 6.587, que tratam unicamente
de vacinação contra a Covid-19, e do Recurso Extraordinário
com Agravo (ARE) 1267879. A tese de repercussão geral fixada
no aludido recurso extraordinário foi a seguinte: “É constitucio-
nal a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, re-
gistrada em órgão de vigilância sanitária, tenha sido incluída no
plano nacional de imunizações; ou tenha sua aplicação obriga-
tória decretada em lei; ou seja objeto de determinação da União,
dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios com base em
consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza
violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica
dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar”.
B) Errado. É constitucional a obrigatoriedade de imunização
por meio de vacina que esteja registrada em órgão de vigilância
sanitária, segundo o STF.
C) Errado. Nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs)
n. 6.586 e 6.587, foi fixada a seguinte tese: (I) A vacinação
compulsória não significa vacinação forçada, facultada a recu-
sa do usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio
de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a
restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de
determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela de-
correntes, e tenham como base evidências científicas e análi-
ses estratégicas pertinentes, venham acompanhadas de ampla
informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos
imunizantes, respeitem a dignidade humana e os direitos fun-
damentais das pessoas; atendam aos critérios de razoabilidade
e proporcionalidade; e sejam as vacinas distribuídas universal
e gratuitamente. (II) Tais medidas, com as limitações expostas,
podem ser implementadas tanto pela União como pelos estados,
pelo Distrito Federal e pelos municípios, respeitadas as respec-
tivas esferas de competência.
D) Errado. De acordo com o entendimento atual do STF, o Esta-
do pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medi-
das restritivas previstas em lei (multa, impedimento de frequen-
tar determinados lugares, fazer matrícula em escola), exceto
pode fazer a imunização à força.
E) Errado. É constitucional a obrigatoriedade de imunização
por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sani-
tária, tenha sido incluída no plano nacional de imunizações; ou
tenha sua aplicação obrigatória decretada em lei; ou seja objeto
de determinação da União, dos estados, do Distrito Federal ou
dos municípios com base em consenso médico-científico. Des-
sa forma, o Poder Público pode determinar a vacinação compul-
sória contra a Covid-19, que é diferente de vacinação forçada.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 10
Considerando o texto constitucional de 1988, marque a alternati-
va correta:
A O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão pos-
se em sessão do Senado Federal, prestando o compromisso de
manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.
B Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden-
te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribu-
nal Federal.
C Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
ca, far-se-á eleição trinta dias depois de aberta a última vaga.
D O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e
terá início em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.
E O Presidente e o Vice-Presidente da República poderão, sem li-
cença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período
superior a quinze dias.
Letra b.
A) Errado. O Presidente e o Vice-Presidente da República toma-
rão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o com-
promisso de manter, defender e cumprir a Constituição, obser-
var as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a
união, a integridade e a independência do Brasil, nos termos do
art. 78 da Constituição Federal de 1988.
B) Certo. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessi-
vamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da
Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo
Tribunal Federal, consoante o art. 80 da CF/1988.
C) Errado. De acordo com o art. 81 da CF/1988, vagando os
cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á
eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
D) Errado. O mandato do Presidente da República é de 4 (qua-
tro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua
eleição, conforme o art. 82 da CF/1988.
E) Errado. Nos termos do art. 83 da Constituição Federal de
1988, o Presidente e o Vice-Presidente da República não po-
derão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País
por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Questão 11
No que diz respeito ao estatuto constitucional do Ministério Públi-
co, é correto afirmar:
A O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-
ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indi-
viduais disponíveis.
B Por força do princípio da indivisibilidade do Ministério Públi-
co, os membros do Ministério Público integram um só órgão
sob a direção única de um só Procurador-Geral.
C São princípios institucionais do Ministério Público a unidade,
a indivisibilidade e a independência funcional.
D O Supremo Tribunal não reconheceu a legitimidade ativa autô-
noma do Ministério Público estadual para ajuizar reclamação
no Supremo Tribunal, sempre exigindo a ratificação da ini-
cial pelo PGR.
E A iniciativa legislativa prevista no art. 127, § 2º, da Constitui-
ção para a criação de cargos e serviços auxiliares, a política
remuneratória e os planos de carreira do Ministério Público é
concorrente.
Letra c.
A) Errado. O Ministério Público é instituição permanente, es-
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a de-
fesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis, nos termos do art. 127, ca-
put, da CF/1988.
B) Errado. Por força do princípio da unidade do Ministério Pú-
blico (art. 127, § 1º, da CF), os membros do Ministério Público
integram um só órgão sob a direção única de um só Procurador-
-Geral. Só existe unidade dentro de cada Ministério Público,
não havendo unidade entre o Ministério Público de um Estado
e o de outro, nem entre esses e os diversos ramos do Ministério
Público da União. (ADPF n. 482, rel. min. Alexandre de Mora-
es, j. 3-3-2020, P, DJE de 12-3-2020).
C) Certo. São princípios institucionais do Ministério Público a
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, conso-
ante §1º do art. 127 da CF/1988.
D) Errado. O Supremo Tribunal reconheceu a legitimidade ati-
va autônoma do Ministério Público estadual para ajuizar recla-
mação no Supremo Tribunal, sem que se exija a ratificação da
inicial pelo PGR. (Rcl 7.101, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-2-
2011, P, DJE de 9-8-2011).
E) Errado. A iniciativa legislativa prevista no art. 127, § 2º, da
Constituição para a criação de cargos e serviços auxiliares, a
política remuneratória e os planos de carreira do Ministério
Público é privativa do procurador-geral de justiça, no âmbito
estadual, e do PGR, na esfera federal. (ADI n. 1.757, rel. min.
Alexandre
O de Moraes,
conteúdo deste j. 20-9-2018,
livro eletrônico P, DJE
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 12
No que se refere à proteção ao meio ambiente conferida pela Cons-
tituição Federal, assinale a alternativa correta:
A Aquele que explorar recursos minerais não é obrigado a re-
cuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
B As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio am-
biente sujeitarão somente pessoas físicas a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
C O estabelecimento de procedimento de licenciamento ambien-
tal estadual que torne menos eficiente a proteção do meio am-
biente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o
caput do art. 225 da Constituição da República.
D Não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem
animais, desde que sejam manifestações culturais registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cul-
tural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
E As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua lo-
calização definida em lei estadual, sem a qual não poderão ser
instaladas.
Letra d.
A) Errado. Nos termos do art. 225, §2º, da CF/1988, aquele que
explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio am-
biente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
B) Errado. As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou ju-
rídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados, conforme disposto
no art. 225, §3º, da CF/1988.
C) Errado. O estabelecimento de procedimento de licenciamen-
to ambiental estadual que torne menos eficiente a proteção do
meio ambiente equilibrado quanto às atividades de mineração
afronta o caput do art. 225 da Constituição da República por
inobservar o princípio da prevenção. [ADI n. 6.650, rel. min.
Cármen Lúcia, j. 27-4-2021, P, DJE de 5-5-2021.]
D) Certo. Dispõe o art. 225, §7º, da CF/1988, incluído pela EC
n. 96/2017, que para fins do disposto na parte final do inciso VII
do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas des-
portivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações
culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Fede-
ral, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.

E) Errado. Conforme disposto no art. 225, §6º, da CF/1988,
as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua lo-
calização definida em lei federal, sem a qual não poderão ser
instaladas.
Direito Penal
Rodrigo Pardal
Questão 13
Pablo, estudante de Administração, viaja com o centro acadêmico
de sua universidade para festividades na capital do Estado. Em
meio às confraternizações, substância entorpecente é oferecida a
Pablo por seus colegas. A fim de superar sua timidez, o agente
aceita consumir as referidas drogas, atingindo embriaguez com-
pleta. Ao recobrar os sentidos, Pablo tinha em sua posse um ce-
lular que furtou naquela noite, tendo os colegas lhe contado que
havia também agredido alunos da universidade rival, invadido do-
micílio e praticado crime de dano aos pertences dos citados alunos.
Acerca da culpabilidade e da teoria da actio libera in causa, é cor-
reto afirmar que:
A a embriaguez por caso fortuito ou força maior não atenua nem
isenta o réu de pena.
B ao passo que a embriaguez voluntária agrava a pena do agen-
te, a embriaguez preordenada apenas justifica a imposição de
pena criminal.
C Pablo não poderá ser responsabilizado criminalmente, posto
que ausente vontade livre e consciente, em razão da embria-
guez completa.
D o direito penal brasileiro apenas autoriza a punição do agente
quando a embriaguez é preordenada, assim entendida a condu-
ta do agente que se utiliza da substância para praticar o crime.
E tratando-se de embriaguez voluntária, culposa ou preordenada,
o agente poderá ser responsabilizado pelas ações praticadas no
contexto de embriaguez, fixando-se como parâmetro para afe-
rição da culpabilidade o momento de consumo da substância.
Letra e.
A) Errada. A embriaguez completa por caso fortuito ou força
maior exclui a imputabilidade do agente.
B) Errada. A embriaguez preordenada agrava a pena do agente.
C) Errada. A embriaguez completa, quando não é proveniente
de caso fortuito ou força maior, não exclui a imputabilidade.
D) Errada. O Código Penal também pune o agente no caso de
cometer o crime em caso de embriaguez culposa.
E) Certa. A assertiva apresenta corretamente a consequência ju-
rídica para o caso apresentado no enunciado, tratando sobre a
punibilidade nos casos de embriaguez voluntária e preordenada.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 14
Durante uma reunião de família, Sandro, de 46 anos de idade, após
comer um doce, começou a ficar bravo e a ameaçar de morte seu
irmão, João. Com medo, este acionou a polícia, que prendeu San-
dro e o conduziu à delegacia de polícia, onde a vítima o represen-
tou pelo crime de ameaça, com incidência da Lei n. 11.340/2006.
Devidamente processado, constatou-se que o réu, no momento
dos fatos, pela primeira vez na vida, tivera hiperglicemia, que lhe
causara confusão mental e lhe diminuíra a capacidade de enten-
dimento. Devido a esse episódio, Sandro descobriu ser diabético.
Todas essas circunstâncias restaram devidamente provadas no
bojo dos autos.
Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Penal, na sen-
tença penal de Sandro, o juiz deve:
A absolver o réu, aplicando-lhe medida de segurança, em razão
dos efeitos análogos à embriaguez patológica.
B absolver o réu, aplicando-lhe medida de segurança, em razão
dos efeitos análogos à embriaguez culposa.
C condenar o réu, aplicando-lhe pena diminuída, em razão dos
efeitos análogos à embriaguez acidental.
D absolver o réu, isentando-o de pena e de medida de segurança,
em razão da embriaguez decorrente de força maior.
E condenar o réu, agravando-lhe a pena, em razão dos efeitos
análogos à embriaguez preordenada.
Letra c.
A) Errada. Dos elementos do enunciado não é possível afirmar
que o agente possui embriaguez patológica.
B) Errada. A embriaguez culposa não é causa de absolvi-
ção do réu.
C) Certa. No caso descrito, é correta a condenação do réu, com
redução da pena por conta da embriaguez acidental.
D) Errada. No caso ora analisado, o réu deve ser condenado,
pois a embriaguez acidental não é causa de absolvição.
E) Errada. A embriaguez do agente, narrada no enunciado, não
é preordenada.
Questão 15
Maria presta serviços de limpeza em serventia extrajudicial loca-
lizada na cidade de São Paulo. Certo dia, Maria foi abordada na
saída de sua residência por pessoas ligadas ao tráfico dominante
na localidade, que determinaram que ela transportasse e guardasse
arma de fogo em seu trabalho, pois terceiro iria no dia seguinte ao
local para buscar o material bélico. Os traficantes afirmaram que
se Maria não atendesse àquela determinação, seria expulsa de sua
casa, não tendo mais onde morar, bem como que sua mãe tam-
bém sofreria as consequências. Em razão disso, Maria transpor-
tou uma arma, de calibre de uso permitido, mas com numeração

de série raspada, para o trabalho, escondendo o material em uma
lata de tinta.
Após receber denúncia, a autoridade policial determinou a reali-
zação de diligência no local. Com autorização dos responsáveis,
os policiais civis apreenderam a arma guardada por Maria, que
esclareceu o ocorrido.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar
que Maria agiu:
A sob coação moral resistível, devendo ser reconhecida a prática
do crime de porte de arma de fogo de uso permitido, com causa
de diminuição de pena.
B sob coação física irresistível, afastando-se a culpabilidade de
sua conduta.
C sob coação moral irresistível, afastando-se a culpabilidade de
sua conduta.
D sob coação moral irresistível, afastando-se a ilicitude de
sua conduta.
E em legítima defesa, afastando-se a ilicitude de sua conduta.
Letra c.
A) Errada. A coação moral exercida no caso ora analisado foi
irresistível, afastando a culpabilidade da agente.
B) Errada. A coação moral irresistível, nos termos do art. 22 do
Código Penal, exclui a culpabilidade e não a ilicitude da condu-
ta, e não a coação física irresistível.
C) Certa. A assertiva está em perfeita conformidade com o art.
22 do CP, pois há exclusão da culpabilidade nesse caso.
D) Errada. A coação moral irresistível, nos termos do art.
22 do Código Penal, exclui a culpabilidade e não a ilicitude
da conduta.
E) Errada. No caso ora analisado, não houve legítima defesa,
nos termos do art. 25 do CP, mas coação moral irresistível.
Questão 16
Ivan sofre de sonambulismo desde que possui 5 anos de idade.
Certa noite, durante o sono, Ivan, em estado de inconsciência, se
levanta, se dirige até o escritório de sua casa e pega uma faca na
gaveta. Nesse momento, sua esposa toca em seu ombro para levá-
-lo de volta à cama, ocasião em que Ivan, ainda sonâmbulo, se vira
e desfere 7 golpes com a faca em sua esposa, na altura da barriga.
Ato contínuo, Ivan retorna para o quarto e continua seu sono, en-
quanto sua esposa cai inconsciente e morre minutos depois em
virtude da excessiva perda de sangue.
Nessa hipótese, é correto afirmar que Ivan:
A deve responder por delito de homicídio culposo.
B deve responder por delito de homicídio doloso, praticado com
dolo eventual.
C não praticou crime, pois o estado de inconsciência exclui a cul-
pabilidade
O conteúdo pela
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D não praticou crime, pois o estado de inconsciência exclui a
conduta, por ausência de voluntariedade no movimento.
E deve responder por delito de homicídio preterdoloso.
Letra d.
A) Errada. O sonambulismo, gerador de estado de inconsciên-
cia, exclui a conduta.
B) Errada. O sonambulismo, gerador de estado de inconsciên-
cia, exclui a conduta.
C) Errada. O sonambulismo, gerador de estado de inconsciên-
cia, exclui a conduta e não a culpabilidade.
D) Certa. O sonambulismo, gerador de estado de inconsciência,
exclui a conduta. Não há dolo ou culpa.
E) Errada. O sonambulismo, gerador de estado de inconsciên-
cia, exclui a conduta.
Questão 17
Mário, funcionário da loja XPTO, tem sua atenção chamada para
um telefone celular de última geração, exibido por Paula, outra
funcionária do estabelecimento. Ciente de que o salário que ambos
recebem não permitiria a aquisição do referido aparelho, Mário
passa a questionar a origem do bem, sendo informado que Paula o
havia recebido de presente de João, seu namorado. Mário, então,
monta uma estratégia para furtar o aparelho, aproveitando o fim
do seu expediente para levar a bolsa de Paula. Chegando em casa,
constata que no interior da bolsa havia uma carteira de identidade,
máscara e uma embalagem com chicletes, vindo a descobrir, por
terceiros, que o telefone estava em poder de Paula, permanecendo
o tempo todo no bolso traseiro da sua calça.
Diante do narrado, Mário:
A responderá por furto, por erro acidental.
B responderá por furto, por erro na execução do crime.
C não responderá por furto, por erro acidental.
D não responderá por furto, por erro na execução do crime.
E não responderá por furto, por erro de proibição.
Letra a.
A) Certa. A assertiva está correta, pois Mário agiu em erro aci-
dental, devendo responder pelo crime de furto.
B) Errada. Não houve erro na execução do crime, mas erro
acidental.
C) Errada. Por conta da ocorrência do erro acidental, Mário
deve responder pelo furto.
D) Errada. Não houve erro na execução do crime, mas erro
acidental.
E) Errada. Mário deve responder por furto, pois o que houve
nesse caso foi erro acidental.

Questão 18
Rodrigo, funcionário da loja Olimpo, insatisfeito com seu empre-
gador e querendo causar-lhe prejuízo, devidamente uniformizado
e identificado, entrega a Pedro, cliente da loja, um aparelho celu-
lar que estava exposto à venda, dizendo tratar-se de uma amostra
grátis. Pedro, então, pega o aparelho e vai saindo da loja, quando
é abordado por seguranças do local, que encontram o objeto em
sua posse e o levam à delegacia de polícia, onde foi indiciado pelo
crime de furto.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar
que Pedro:
A poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas com
causa de diminuição de pena, pois agiu em erro de proibi-
ção evitável.
B poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas apenas
na modalidade culposa, pois agiu em erro de tipo acidental.
C não poderá ser punido pelo crime imputado, pois estará isento
de pena em razão de erro de proibição inevitável.
D não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo pro-
vocado por terceiro.
E não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo
acidental.
Letra d.
A) Errada. O agente não pode ser responsabilizado, pois agiu
em erro de tipo provocado por terceiro.
B) Errada. O erro foi erro de tipo provocado por terceiro, e não
erro de tipo acidental.
C) Errada. Não houve erro de proibição inevitável, mas erro de
tipo provocado por terceiro.
D) Certa. Por conta da ocorrência de erro de tipo provocado por
terceiro, Pedro não poderá ser responsabilizado.
E) Errada. O erro foi erro de tipo provocado por terceiro, e não
erro de tipo acidental.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 19
Durante operação da polícia em local com presença de criminosos
armados, o policial Marcos, temendo pela sua integridade física,
se assusta ao ver sair de uma casa um homem segurando um guar-
da-chuva preto.
Por pensar tratar-se de uma arma de fogo, Marcos atira e vem a
matar a vítima, Carlos, que saía de casa em direção ao bar.
Acerca do erro praticado por Marcos, assinale a opção que indica a
tese de direito material que poderia ser usada em sua defesa.
A Erro de proibição, que, se for entendido como inevitável, isenta
de pena e se for evitável poderá reduzi-la de um sexto a um
terço, nos termos do Art. 21 do CP.
B Erro de tipo incriminador, na medida em que errou sobre um
elemento constitutivo do crime, o que poderia, nos termos do
Art. 20, caput, do CP, afastar o dolo e permitir a punição por
crime culposo, que existe no caso do homicídio.
C Erro na execução, na medida em que pensou que Carlos esti-
vesse portando uma arma de fogo, o que faz com que ele seja
isento de pena, nos termos do Art. 73 do CP.
D Erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na
medida em que acreditava estar diante de uma situação fática
que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido
como justificável, ficará isento de pena. Caso se entenda como
evitável, responderá pelo crime na modalidade culposa, legal-
mente prevista no caso do homicídio.
E Erro sobre o objeto, modalidade de erro acidental na qual o
agente confunde um objeto com outro, o que poderá isentar o
réu de pena.
Letra d.
A) Errada. Na verdade não há erro de proibição, mas erro de
tipo, nos termos do art. 20 do CP.
B) Errada. Caso o erro de tipo seja inevitável, nem na modalida-
de culposa o agente vai responder pelo crime.
C) Errada. Não houve erro na execução do crime praticado
por Marcos.
D) Certa. A assertiva está em perfeita conformidade com os di-
tames do art. 20 do CP.
E) Errada. O erro não recaiu sobre o objeto do crime praticado
por Marcos.

Questão 20
Ana é empregada rural no interior do cerrado brasileiro e, já sendo
mãe solo de 2 filhos, todos menores de 5 anos de idade, um deles
portador de microcefalia, descobre que está grávida pela terceira
vez. Não bastasse isso, Ana ainda descobre que o bebê dessa gesta-
ção também tem microcefalia. Com medo, pois já vive na linha da
pobreza, Ana percebe que não terá como sustentar e dar a atenção
necessária à outra criança que vai nascer, razão pela qual pratica
um aborto.
Nessa hipótese, a respeito da situação de Ana, é correto afirmar
que é possível alegar:
A que Ana agiu no exercício regular de um direito, o que exclui a
ilicitude da conduta.
B a tese de que Ana agiu em legítima defesa, o que exclui a ilici-
tude da conduta.
C que não houve dolo na conduta de Ana, o que exclui a tipicida-
de da conduta.
D uma causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, o
que exclui a culpabilidade.
E o perdão judicial, que vai isentar Ana de pena.
Letra d.
A) Errada. Rita não agiu em exercício regular de direito, nos
termos do art. 23 do Código Penal.
B) Errada. Rita não agiu em legítima defesa, nos termos do art.
25 do Código Penal.
C) Errada. Houve dolo na conduta de Rita, nos termos do
enunciado.
D) Certa. A conduta de Rita está abarcada por causa suprale-
gal de inexigibilidade de conduta diversa, o que exclui a cul-
pabilidade.
E) Errada. Rita não recebeu perdão judicial, ficando afastada
essa assertiva.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 21
Durante uma discussão verbal, Paulo percebeu que Joca estava
prestes a lhe desferir um golpe com um taco, razão pela qual pegou
uma pedra no chão, seu único meio de defesa disponível, e a jogou
em direção à cabeça do rival para se proteger. Ocorre que, mes-
mo após Joca já estar caído em razão da pedrada, Paulo persistiu
desferindo chutes em Joca. Joca pegou então uma faca que tinha
no bolso e golpeou a perna de Paulo para que cessassem aque-
las agressões. Joca apresentou lesões graves em razão dos chutes
recebidos por Paulo após a pedrada. Já Paulo ficou apenas com
lesões de natureza leve em razão do golpe recebido com a faca.
Descobertos os fatos em investigação, os autos são encaminha-
dos ao Ministério Público. Por ocasião da análise, deverá ser con-
cluído que:
A Paulo agiu em legítima defesa a todo momento, logo a conduta
de Joca ao desferir golpe com faca não pode ser considerada
amparada pela excludente de ilicitude, de forma que este pode-
rá ser responsabilizado criminalmente pelo ato.
B Paulo agiu, inicialmente, amparado pela legítima defesa, mas
houve excesso, possibilitando sua responsabilização pelo re-
sultado causado em razão deste, bem como a legítima defesa
de Joca ao desferir o golpe com faca.
C Paulo não agiu amparado por qualquer excludente de ilicitude,
podendo responder pelo crime de lesão corporal dolosa, em
razão da pedrada e chutes, enquanto Joca agia em legítima de-
fesa, afastando a sua responsabilidade penal.
D Paulo e Joca não agiram amparados por qualquer causa exclu-
dente da ilicitude, podendo ambos ser responsabilizados pelas
lesões causadas.
E Paulo e Joca agiram em legítima defesa durante todo o tempo,
de modo que nenhum dos dois poderia ser responsabilizado
criminalmente.
Letra b.
A) Errada. Ainda que Paulo tenha agido em legítima defesa,
esse praticou excesso. Portanto, deve ser responsabilizado.
B) Certa. Nos termos do art. 25 do Código Penal, Paulo agiu
em legítima defesa, mas deve ser responsabilizado pelo exces-
so cometido.
C) Errada. Nos termos do art. 25 do Código Penal, Paulo agiu
em legítima defesa.
D) Errada. Paulo agiu em legítima defesa e só deve ser respon-
sabilizado pelo excesso cometido.
E) Errada. Nada obstante Paulo ter agido em legítima defesa,
houve excesso. Fato esse que pode gerar sua responsabilização.

Questão 22
Durante uma partida de vôlei, Marlon agrediu Juca com um soco,
que lhe causou um leve ferimento na parte esquerda do rosto.
No dia seguinte, Juca vai tirar satisfação com Marlon e, no meio
da discussão, tira uma arma de fogo na calça e parte na direção de
Marlon, que, então, retira de sua mochila um revólver que carrega-
va legalmente e dispara contra Juca, causando sua morte.
Considerando a situação apresentada, com relação à morte
de Juca, Marlon:
A responderá por homicídio, ficando, porém, isento de pena por
ter atuado no exercício regular de direito.
B responderá por homicídio, pois provocou a situação em que se
encontrava, afastando eventual excludente de ilicitude.
C não responderá por homicídio, considerando que agiu em legí-
tima defesa, que é causa de exclusão da culpabilidade.
D responderá por homicídio culposo, pois agiu em excesso de le-
gítima defesa.
E não responderá por homicídio, pois agiu em legítima defesa, o
que afasta a ilicitude de sua conduta.
Letra e.
A) Errada. Marlon não poderá responder pelo crime de homicí-
dio, pois sua conduta se enquadra no art. 25 do Código Penal
– legítima defesa.
B) Errada. A conduta de Marlon está abarcada pela excludente
de ilicitude de legítima defesa.
C) Errada. A legítima defesa é causa de exclusão de ilicitude, e
não de culpabilidade, nos termos do art. 23 do CP.
D) Errada. A legítima defesa ocorreu moderadamente, sem que
tenha havido excesso culposo de Marlon.
E) Certa. A assertiva descreve corretamente o que ocorreu no
caso: Marlon agiu em legítima defesa, ficando afastada a ilici-
tude da conduta.
Questão 23
Durante um acalorado debate motivado por questões políticas,
Yves afirmou que Caio era um “tremendo corrupto metido a santo,
um baita de um hipócrita!”. Com base no exposto, é correto afir-
mar que Yves cometeu o crime de:
A injúria preconceituosa.
B injúria na forma simples.
C difamação.
D calúnia.
E injúria real.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra b.
A) Errada. A injúria preconceituosa está prevista no art. 140,
parágrafo 3°, do Código Penal. Ocorre nas hipóteses em que a
injúria consiste na utilização de elementos referentes à(a) raça,
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência. No caso analisado, a injúria não é pre-
conceituosa, pois não foram mencionados elementos relaciona-
dos a cor, raça, etnia, religião, origem ou condição da vítima.
B) Certa. A conduta de Yves se amolda ao tipo penal do art. 140
do CP (injúria simples), pois ofendeu a dignidade de Caio ao
atribuir a ele características negativas.
C) Errada. Yves não imputou nenhum fato específico ao seu
oponente Caio, houve apenas menção aos seus atributos pesso-
ais, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro. Sendo assim, não se
pode afirmar que houve difamação.
D) Errada. Yves não imputou falsamente fato definido como cri-
me. Sendo assim, não se pode afirmar que houve calúnia.
E) Errada. A injúria real, prevista no art. 140, parágrafo 2°, do
Código Penal, ocorre nas hipóteses em que a injúria consiste em
violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes. Não foi o caso analisado,
porquanto não tenha havido violência ou vias de fato.
Questão 24
Muito decepcionado com o comportamento de seu chefe Joaquim,
Cássio escreve uma carta para os familiares daquele, afirmando que
Joaquim seria um estelionatário, torturador e bandido. Entrega a
carta no correio, adotando todas as medidas para que chegasse aos
destinatários. No dia seguinte, porém, Cássio se arrepende de seu
comportamento e passa a adotar conduta para evitar que a carta fosse
lida por qualquer pessoa e o crime consumado. Cássio vai até a casa
de Joaquim, tenta retirar a carta da caixa do correio, mas vê o mo-
mento em que Joaquim e seu filho pegam o envelope e leem todo o
escrito. Ofendido, Joaquim procura seu advogado e narra o ocorrido.
Considerando a situação apresentada, o advogado de Joaquim de-
verá esclarecer que a conduta de Cássio configura crime de:
A injúria, consumado.
B tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
C tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
D tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, deven-
do Cássio responder apenas pelos atos já praticados.
E calúnia, consumado.

Letra a.
A) Certa. O crime de injúria se consuma no momento em que a
ofensa chega ao conhecimento da vítima, ofendendo sua honra
subjetiva. Foi o que ocorreu no caso, a carta chegou até as mãos
do empregador, configurando crime de injúria consumado.
B) Errada. Nada obstante ter ocorrido o arrependimento de Cás-
sio, esse não foi eficaz. Apesar dos seus esforços em retirar a
carta da caixa de correio do destinatário, o autor do crime não
teve sucesso nesse intento e a carta injuriosa foi lida.
C) Errada. Não houve desistência voluntária de Cássio. Os
atos executórios já tinham sido encerrados quando Cássio ten-
tou interceptar a carta. O crime de injúria foi consumado, pois
a ofensa ao decoro/dignidade de Joaquim foi levada a efeito
por Cássio.
D) Errada. O arrependimento de Cássio não foi eficaz, pois não
conseguiu fazer com que a carta fosse interceptada no caminho.
O enunciado menciona que a carta foi lida por Joaquim, apesar
do esforço e do arrependimento de Cássio.
E) Errada. No caso ora analisado, não houve o crime de calú-
nia, pois Cássio não imputou falsamente ao empregador fato
definido como crime. O que houve foi injúria de Cássio ao em-
pregador, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. A conduta se
amolda ao art. 140 do Código Penal.
Questão 25
Safira possui perfil em rede social com finalidade ilícita: ela anun-
cia a venda de produtos eletrônicos, promete entregá-los aos clien-
tes após o pagamento e, mesmo tendo recebido o dinheiro, não
cumpre com o acordado. Dessa forma, induzida em erro por Safira,
Paula, jornalista de 21 anos, acorda a compra de um aparelho para
ouvir música. Safira, por sua vez, mesmo tendo recebido a quantia,
não envia o produto e bloqueia Paula nas redes sociais tão logo
recebe o dinheiro. Nessa hipótese, assinale a alternativa correta.
A Trata-se de delito de estelionato, não há a necessidade de exa-
me pericial e a ação penal é pública, mas condicionada à re-
presentação.
B Trata-se de delito de estelionato e o exame de corpo de delito é
obrigatório, sendo que a ação penal é privada.
C Trata-se de delito de estelionato, não há necessidade de exame
de corpo de delito e a ação penal será pública incondicionada.
D A conduta não configura crime enquanto não houver lesão sig-
nificativa ao patrimônio da vítima e, para a comprovação da
lesão, será necessário exame pericial. A ação penal é privada.
E A conduta não configura crime enquanto não houver lesão sig-
nificativa ao patrimônio da vítima. Para a comprovação da le-
são, não será necessário exame de corpo de delito e, no caso, a
ação penal será pública incondicionada.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra a.
A) Certa. A conduta praticada por Safira se amolda ao crime
de estelionato tipificado no art. 171 do Código Penal, não se
exigindo prova pericial para a sua caracterização. Ademais, o
art. 171, parágrafo 5°, do CP, dispõe ser a ação penal pública
condicionada à representação.
B) Errada. A assertiva apresenta corretamente a tipificação da
conduta de Safira. Porém, a ação penal do crime de estelionato
nesse caso é pública condicionada, nos termos do art. 171, pa-
rágrafo 5°, do Código Penal.
C) Errada. A assertiva apresenta corretamente a tipificação da
conduta de Safira. Porém, a ação penal do crime de estelionato
nesse caso é pública condicionada, nos termos do art. 171, pa-
rágrafo 5° do Código Penal.
D) Errada. A ação penal no crime de estelionato, nos termos em
que foi narrado o caso, é pública condicionada à representação.
Não se trata de ação penal privada.
E) Errada. Considerando os termos do enunciado, o crime do
art. 171 do Código Penal já está consumado. Sendo assim, há
crime de estelionato. Além disso, nos termos do art. 171, pará-
grafo 5°, do CP, nesse caso a ação penal é pública condicionada.
Questão 26
Hugo convence Bianca a aplicarem um golpe no casal de noi-
vos Mateus e Fernanda, apresentando-se como organizadores
de casamento. Após receberem do casal a quantia para a organi-
zação das bodas, Hugo e Bianca mudaram de cidade e trocaram
de telefone. Percebendo que haviam sido vítimas de um golpe,
Mateus e Fernanda registraram os fatos na delegacia, demons-
trando interesse em ver os autores responsabilizados pelo crime
de estelionato. Após o registro da ocorrência, Bianca, arrependi-
da, por conta própria efetuou a devolução ao casal de parte do
dinheiro que havia recebido. Considerando que houve reparação
parcial do dano:
A a conduta de Hugo e Bianca tornou-se atípica, tratando-se de
mero ilícito civil.
B Hugo responderá por estelionato consumado, enquanto Bianca
terá sua tipicidade afastada pela reparação parcial do dano.
C Hugo e Bianca responderão por estelionato, devendo Bian-
ca ter sua pena diminuída pelo arrependimento posterior.
D Hugo responderá por estelionato tentado, enquanto Bianca terá
sua tipicidade afastada pela reparação parcial do dano.
E Hugo e Bianca responderão por estelionato, sem a causa de di-
minuição da pena pelo arrependimento posterior.

Letra e.
A) Errada. A devolução de parte do dinheiro não é apontada
pelo Código Penal como causa excludente da tipicidade do cri-
me de estelionato.
B) Errada. A reparação parcial do dano efetuada por Bianca não
está prevista no Código Penal como sendo causa excludente de
tipicidade do crime do art. 171.
C) Errada. A incidência do arrependimento posterior exige a re-
paração integral do dano. Considerando que nesse caso a repa-
ração foi apenas parcial, não há redução da pena.
D) Errada. A reparação parcial do dano não gera exclusão da
tipicidade do crime de estelionato. Além disso, o crime do art.
171 foi consumado, não havendo tentativa.
E) Certa. Hugo e Bianca praticaram no crime de estelionato e
atingiram a consumação. Além disso, não há causa de diminui-
ção de pena pelo arrependimento posterior, pois a reparação do
dano foi parcial.
Questão 27
Cátia, sob influência do estado puerperal, querendo matar seu filho
Guto, recém-nascido que estava em uma incubadora no hospital,
levanta-se de sua cama e vai até o berçário. Chegando no local,
Cátia pega sua arma de fogo, aponta na direção da incubadora de
seu filho e, no momento do disparo, devido ao deslocamento da
arma, acerta a incubadora ao lado da do seu filho, matando Jair,
filho de Patrícia, outra paciente do hospital.
Diante do caso narrado é correto afirmar que Cátia responderá
pelo crime de
A infanticídio por erro sobre a pessoa, nos termos do Art. 20, § 3º,
do Código Penal.
B homicídio, uma vez que só poderia haver infanticídio se tivesse
acertado o próprio filho.
C infanticídio por erro na execução, nos termos do Art. 73 do
Código Penal.
D infanticídio em razão da incidência do Art. 74 do Código Pe-
nal, que trata do resultado diverso do pretendido.
E homicídio em razão do erro na execução, nos termos do Art. 73
do Código Penal.
Letra c.
A) Errada. No caso, a tipificação dada está correta, infanticídio.
Porém, não há erro sobre a pessoa. A mãe não confunde o pró-
prio filho com o bebê que está na incubadora ao lado. O que há
é erro na execução, nos termos do art. 73 do Código Penal.
B) Errada. A tipificação para a conduta da mãe é aquela prevista
no art. 123 do Código Penal, crime de infanticídio. Chega-se a
essa conclusão pela leitura do instituto do erro na execução (art.
73 do CP), que determina a responsabilização penal do agente
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
pelo crime que queria praticar e contra a pessoa em relação a
qual o crime é praticado, nesse caso o infanticídio, ainda que
por erro na execução venha a atingir pessoa diversa.
C) Certa. Alternativa correta, pois, ainda que por erro na execu-
ção a mãe tenha atingido pessoa que não era o seu filho, respon-
de por infanticídio nos termos do art. 73 do Código Penal.
D) Errada. O art. 74 aponta para aquelas hipóteses em que o re-
sultado pretendido pelo agente não é atingido, mas é alcançado
resultado diverso, contra a mesma pessoa. No caso ora anali-
sado, aplica-se o erro na execução do art. 73, pois foi atingida
pessoa diversa da pretendida.
E) Errada. A mãe responde por infanticídio, que possui elemen-
tos especializantes em relação ao homicídio, dentre eles: o esta-
do puerperal. Além disso, ainda que tenha sido atingida pessoa
diversa da pretendida por erro na execução, o art. 73 do Código
Penal enuncia ser a mãe responsável pelo crime que pretendida
praticar, o infanticídio.
Direito Processual Penal
Danielle Rolim
Questão 28
Segundo previsão expressa da Lei de Execuções Penais, são atribui-
ções do Ministério Público em sede de execução penal, EXCETO:
A fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de
internamento.
B requerer a instauração dos incidentes de excesso ou desvio ou
excesso de execução.
C representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
para instauração de sindicância ou procedimento administrati-
vo em caso de violação das normas referentes à execução penal.
D inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos prisionais, re-
gistrando a presença em livro próprio.
E requerer a conversão de penas, a progressão ou regressão de
regime e a revogação da suspensão condicional da pena e do
livramento condicional.
Letra c.
Deve ser assinalada a alternativa c, na medida em que se trata,
dentre as atribuições indicadas na questão, da única que não
figura entre aquelas elencadas no art. 68 da LEP, cuja memori-
zação é fortemente recomendada. As alternativas a (inciso I), b
(inciso II, alínea b), d (parágrafo único) e e (inciso II, alínea e)
encontram previsão no já mencionado artigo de lei. Confira-se:
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento
e de internamento;
II – requerer:
vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do
processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substi-
tuição da pena por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos re-
gimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do
livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da si-
tuação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
judiciária, durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará
mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua
presença em livro próprio.
A alternativa c, por outro lado, traz atribuição conferida por lei
à Defensoria Pública. Veja-se:
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade admi-
nistrativa para instauração de sindicância ou procedimento
administrativo em caso de violação das normas referentes à
execução penal.
Questão 29
Assinale a alternativa correta.
A A completa qualificação do acusado é requisito indispensável
da denúncia, sob pena de inépcia.
B A denúncia deve trazer, obrigatoriamente, a classificação do
crime, à qual ficará vinculado o julgador, o que decorre do
princípio da correlação ou da adstrição.
C O rol de testemunhas, requisito indispensável da denúncia,
deve acompanhá-la, sob pena de preclusão, que, contudo, não
impede que o juiz as ouça como testemunhas do juízo, segundo
a jurisprudência do STJ.
D A denúncia deve conter a exposição do fato criminoso, escla-
recendo a conduta que se atribui ao acusado ou a cada um dos
acusados. Contudo, segundo a jurisprudência do STJ, nos cri-
mes de autoria coletiva, é prescindível que a denúncia descre-
va, pormenorizadamente, a conduta de cada corréu.
E Nos crimes tributários praticados em coautoria, é necessário,
segundo o STJ, que a denúncia contenha a descrição porme-
norizada da conduta que se atribui a cada acusado, sob pena
de inépcia e afronta aos princípios do contraditório e da am-
pla defesa.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra d.
A) Errada. Nota-se, pela própria dicção do art. 41 do CPP, que,
em caso de impossibilidade de qualificação do réu, a denún-
cia deverá contemplar os “esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo”.
B) Errada. Ainda que o art. 41 do CPP exija que a denúncia
contenha “a classificação do crime”, tem-se que, pelo princí-
pio da correlação entre a acusação e a sentença, o julgador fica
vinculado aos fatos descritos na denúncia, e não à classifica-
ção jurídica que lhe foi atribuída pelo acusador. Como decor-
rência, tem-se a previsão legal da emendatio libelli, como se
vê no CPP:
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida
na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica
diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena
mais grave.
C) Errada. Uma vez que contraria a dicção do art. 41 do CPP.
Confira-se:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identi-
ficá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol
das testemunhas.
Contudo, a segunda parte da assertiva está correta, como se vê
na seguinte ementa:
1. Consoante disposto no art. 209 do Código de Processo
Penal – CPP, ocorrendo a preclusão no tocante ao arrola-
mento de testemunhas, é permitido ao magistrado, uma vez
entendendo serem imprescindíveis à busca da verdade real,
proceder à oitiva como testemunhas do juízo, contudo, tal
providência não constitui direito subjetivo da parte.
Precedente.
(AgRg no REsp n. 1.854.704/CE, relator Ministro Joel Ilan
Paciornik, Quinta Turma, julgado em 10/3/2020, DJe de
24/3/2020).
D) Certa. A alternativa está em conformidade com a jurispru-
dência do STJ. De fato, já se decidiu na Corte que “nos crimes
de autoria coletiva não é necessária a individualização meti-
culosa da conduta de cada corréu, sendo que no decurso da
instrução será apurada a atuação de cada agente na empreitada
delituosa” (AgRg no RHC n. 141.541/SP, relator Ministro Joel
Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 24/5/2022, DJe de
- 10592264483, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,

E) Errada. Contraria a jurisprudência do STJ. Veja-se:
1. Nos crimes tributários praticados em coautoria, a denúncia
pode ser oferecida sem a atribuição pormenorizada e exau-
riente de cada ação ou omissão delituosa imputada aos acu-
sados. É imprescindível a demonstração, em linhas gerais,
do vínculo entre a posição do agente na empresa e o crime
imputado, de forma a propiciar o conhecimento da acusação
e o exercício da ampla defesa. [...]. Em crime contra a ordem
tributária, cometida supostamente por sócios-administrado-
res de empresa, por período considerável de tempo, a inicial
acusatória é idônea se, como na espécie, descreve o nexo
entre os poderes de administração dos investigados na es-
trutura societária e os fatos delitivos (RHC 76.487/SP, Rel.
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 09/10/2018, DJe 18/10/2018)" (AgRg no RHC
121.853/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TUR-
MA, DJe 23/6/2020).
2. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no RHC n. 151.599/MT, relator Ministro Joel Ilan
Paciornik, Quinta Turma, julgado em 8/2/2022, DJe de
14/2/2022).
Questão 30
Barnabé, reincidente comum, condenado a uma pena de 30 anos
por triplo homicídio cometido em 2002, pleiteou a concessão de
livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena. Ao
longo da expiação da reprimenda, cometeu duas faltas graves,
consubstanciadas na prática de crimes de tráfico e de roubo no
curso da instrução. Analisando o pleito, o magistrado o indeferiu,
valendo-se dos seguintes fundamentos:
I – o homicídio qualificado, ainda que tentado, é crime grave, o
que inviabiliza a concessão do benefício;
II – com o advento da Lei n. 13.964/2019, vedou-se o livramen-
to condicional para crimes pelos quais condenado o reedu-
cando, que, portanto, não pode dele se beneficiar;
III – o sentenciado não preenche o requisito subjetivo, uma vez
que não revelou bom comportamento ao longo da execu-
ção da pena, ainda que as transgressões tenham ocorrido há
mais de 12 meses;
IV – não foi preenchido o requisito objetivo para o livramento
condicional, uma vez que as faltas graves cometidas inter-
romperam a contagem do prazo, que recomeçou a contar a
partir da última transgressão grave reconhecida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LORENA GAMA PEREIRAmento do benefício,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Dentre os fundamentos invocados, encontram respaldo nas leis de
regência e na jurisprudência do STJ o(s) fundamento(s):
A I e III.
B II e IV.
C II, apenas.
D III e IV.
E III, apenas.
Letra e.
Vamos aos fundamentos invocados pelo magistrado.
I. Errado. Tal fundamento não prevalece, na medida em que,
segundo jurisprudência do STJ, a gravidade abstrata do crime
pelo qual condenado o reeducando não é fundamento suficiente
para o indeferimento do benefício. Nesse sentido, confira-se o
decidido no julgamento do AgRg no HC n. 737.756/PB:
A gravidade em abstrato dos delitos pelos quais foi condena-
do o paciente, bem como a longa pena a cumprir, sem maio-
res detalhamentos, não justificam a negativa da benesse ou
a produção de prova pericial, uma vez que não refletem a
avaliação do efetivo cumprimento da pena pelo condenado.
II. Errado. O fundamento está igualmente equivocado, na medi-
da em que a vedação ao livramento condicional para reinciden-
tes não específicos em crime hediondo condenados por delito
hediondo com resultado morte foi introduzida somente pela Lei
n. 13.964/2019, que, por ser prejudicial ao reeducando no pon-
to, não poderá retroagir para atingir fato que lhe é anterior.
III. Certo o fundamento, que está em conformidade com a ju-
risprudência do STJ e com o regramento do art. 83, III, do CP.
Confiram-se a previsão legal e excerto jurisprudencial:
Art. 83 – O juiz poderá conceder livramento condicional ao
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a
2 (dois) anos, desde que:
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12
(doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante tra-
balho honesto;
O requisito previsto no art. 83, III, b, do Código Penal, inserido
pela Lei n. 13.964/2019, consistente no fato de o sentenciado
não ter cometido falta grave nos últimos 12 meses, é pressupos-
to objetivo para a concessão do livramento condicional e não
limita a valoração do requisito subjetivo necessário ao deferi-
- 10592264483, inclusive
vedada, quantomeios
por quaisquer a fatos
e a ocorridos antes da
qualquer título,

entrada em vigor da Lei Anticrime (AgRg no HC n. 718.066/
RS, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julga-
do em 3/5/2022, DJe de 9/5/2022).
IV. Errado. O fundamento está incorreto, na medida em que
contraria a Súmula n. 441 do STJ: “A falta grave não interrom-
pe o prazo para obtenção de livramento condicional”.
Questão 31
A Lei n. 13.964/2019 trouxe importantes modificações acerca das
cautelares pessoais. A respeito do tema, e considerando o regra-
mento legal em vigor, assinale a alternativa incorreta:
A A invocação de enunciado sumular, dada a força dos preceden-
tes que resultaram em sua edição, é fundamentação suficiente
para justificar a decretação de cautelar pessoal.
B Com a edição da Lei n. 13.964/2019, passou-se a prever, no art.
316, parágrafo único, do CPP, que “decretada a prisão preven-
tiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade
de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão
fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal”.
Segundo a jurisprudência dominante no STJ, a inobservância
de tal prazo deve resultar na imediata soltura do custodiado.
C Colhe-se da jurisprudência do STJ que, pleiteando o Parquet a
decretação de cautelar pessoal distinta da prisão, pode o magis-
trado decretar a cautelar máxima sem que, com isso, se cogite
de atuação de ofício e, pois, de violação ao sistema acusatório.
D Com as inovações trazidas pela Lei n. 13.964/2019, positivou-
-se o requisito da contemporaneidade, segundo o qual, para
que se possa justificar a prisão cautelar, o periculum libertatis
precisa ser atual ou contemporâneo.
E Consoante compreensão firmada no âmbito do STJ, antes da
entrada em vigor do Pacote Anticrime, não é ilegal a decre-
tação de prisão preventiva de ofício, ainda que decorrente de
conversão da prisão em flagrante, pois as normas de natureza
processual sujeitam-se ao princípio tempus regit actum, e não
retroagem para atingir atos praticados antes da sua vigência.
Letra a.
A) Errada. A assertiva contraria o disposto no CPP, art. 315:
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judi-
cial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmu-
la, sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos.
B) Certa. Isso porque assentou-se no STJ a compreensão de que:
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
(...) o prazo estabelecido na redação do art. 316, parágra-
fo único, do CPP, para revisão da custódia cautelar a cada
90 dias, não é peremptório, de modo que eventual atraso na
execução do ato não implica reconhecimento automático
da ilegalidade da prisão, tampouco a imediata colocação do
custodiado cautelar em liberdade (AgRg no HC n. 697.019/
MG, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quinta Tur-
ma, julgado em 26/10/2021, DJe de 3/11/2021).
C) Certa. Segundo noticiado no Informativo de Jurisprudên-
cia n. 725:
A determinação do magistrado pela cautelar máxima, em
sentido diverso do requerido pelo Ministério Público, pela
autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser conside-
rada como atuação ex officio (RHC 145.225-RO).
D) Certa, porque a lei em questão fez incluir no CPP o §1º do
art. 315, segundo o qual “na motivação da decretação da prisão
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar
concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada”.
E) Certa, pois em conformidade com a jurisprudência do STJ
(AgRg no RHC 151084/RS).
Questão 32
Sobre as questões e processos incidentes, é correto asseverar:
A Havendo questão prejudicial heterogênea, jurisdicional ou per-
feita que diga respeito ao estado civil das pessoas, o juiz deverá
suspender o curso da ação penal até que a questão seja definiti-
vamente decidida pelo juízo cível competente.
B Quando pretender a parte recusar o juiz por reputá-lo suspeito,
deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por meio
de pessoa a quem passar procuração simples, aduzindo as suas
razões e juntando documentos ou arrolando testemunhas.
C Sendo arguida a suspeição do órgão do Ministério Público,
ao próprio Promotor de Justiça ou Procurador caberá analisar
as razões invocadas e, caso as rejeite, dever-se-á providenciar
a remessa dos autos ao Procurador Geral, nos termos do art.
28 do CPP.
D Caberá recurso em sentido estrito da decisão do juiz que apre-
ciar arguição de suspeição do órgão do Ministério Público.
E As partes poderão também arguir a suspeição de peritos, in-
térpretes, autoridades policiais e serventuários ou funcionários
de justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da
matéria alegada e prova imediata.

Letra a.
A) Certa. A assertiva está em conformidade com o CPP:
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender
da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada,
sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida
por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto,
da inquirição das testemunhas e de outras provas de nature-
za urgente.
É importante rememorar que, se se tratar de questão diversa da
atinente ao estado civil das pessoas, a suspensão do processo
crime será facultativa, nos termos do art. 93 do CPP.
B) Errada, pois vai ao encontro da disciplina legal, em que se
exige a outorga de procuração com poderes especiais. Nesses
termos, o CPP:
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o
juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou
por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas
razões acompanhadas de prova documental ou do rol de
testemunhas.
C) e d) Erradas, pois afrontam o CPP:
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministé-
rio Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recur-
so, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de
três dias.
E) Errada, uma vez que as autoridades policiais não podem ser
arguidas de suspeitas. Confira-se, a propósito, o CPP:
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os
peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de
justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da
matéria alegada e prova imediata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades po-
liciais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 33
Danyelle foi denunciada e está sendo processada pelo crime de
tráfico de drogas e de roubo. Durante a audiência de instrução e
julgamento, foram ouvidas duas testemunhas de acusação e duas
testemunhas de defesa. Após, acostou-se aos autos termo de depoi-
mento de uma terceira testemunha de acusação, cuja oitiva se deu
por meio de carta precatória. Considerando o cenário em questão,
é correto afirmar:
A Não há qualquer nulidade em virtude da vinda de depoimento
de testemunha de acusação após a oitiva das testemunhas de
defesa, uma vez que a expedição de carta precatória não sus-
pende o curso do feito ou a instrução criminal.
B Há nulidade relativa no caso em apreço, na medida em que,
havendo conexão entre crimes sujeitos aos ritos comum e espe-
cial, prevalecerá este último, por força do princípio da especia-
lidade. Assim, prevendo a Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006)
que o interrogatório inaugurará a audiência de instrução e jul-
gamento, há nulidade na espécie, que, contudo, reclama a pro-
va de prejuízo para ser declarada.
C Há nulidade absoluta no caso em apreço, na medida em que,
havendo conexão entre crimes sujeitos aos ritos comum e espe-
cial, prevalecerá este último, por força do princípio da especia-
lidade. Assim, prevendo a Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006)
que o interrogatório inaugurará a audiência de instrução e jul-
gamento, há nulidade na espécie, sendo presumido o prejuízo
imposto ao acusado.
D Como há, na espécie, a imputação de crimes sujeitos aos ritos
comum e especial, prevalece o rito comum, não se cogitando,
pois, de nulidade. Contudo, caso Danyelle se visse processa-
da apenas pelo crime de tráfico de drogas, seu interrogatório
deveria inaugurar a audiência de instrução e julgamento, em
obediência ao rito legal específico da Lei de Drogas – Lei n.
11.343/2006.
E Nulo é o feito a partir da audiência de instrução e julgamento,
na medida em que, segundo previsão expressa contida no CPP,
a oitiva das testemunhas de acusação deve preceder à das de
defesa. Trata-se, porém, de nulidade relativa, a ser declarada
apenas se comprovado prejuízo.
Letra a.
A) Certa, pois em conformidade com o CPP:
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz
será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedin-
do-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável,
intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instru-
ção criminal.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Assim, não há macula processual quando o magistrado ouve as as qualificadoras do rompimento de obstáculo e da escalada.
testemunhas de defesa, ainda que não tenha ocorrido a oitiva V – Tratando-se de imputação de crime de violação de direito
requestada por meio de precatória. autoral, todo o produto apreendido deve ser periciado, de
B) e c) Erradas. Segundo a jurisprudência do STJ (HC 667432 modo a que se possa identificar os titulares dos direitos au-
/ SC), que acompanha, no ponto, o decidido pelo STF no julga- torais violados ou aqueles que os representem, sem o que
mento do HC 127900-AM, a ordem de inquirições prevista no não se pode cogitar de condenação do agente.
art. 400 do CPP deve ser observada em todos os feitos, inclusive
Está correto o que se afirma em:
naqueles sujeitos a rito especial. Assim, não há a propalada nu-
A III, IV e V.
lidade, na medida em que a ordem do art. 400 do CPP prestigia,
B I e IV.
com ainda mais largueza, o contraditório e ampla defesa, pois
C I e III.
permitem que o réu escolha a melhor estratégia para a sua de-
D III e IV.
fesa depois de já ter conhecimento de toda a prova existente a
E IV e V.
respeito do fato que se lhe imputa.
D) Errada. Como já mencionado a respeito de ambas as alterna-
Letra d.
tivas precedentes, o STJ segue o entendimento do STF no sen-
I. Errada, pois não condiz com o CPP:
tido de que, mesmo nos processos alusivos a crimes sujeitos a
rito especial, o interrogatório deve ser o último ato da audiência
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito,
de instrução e julgamento.
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
E) Errada, à luz do já explicitado quanto à alternativa ‘a’. Em
poderá suprir-lhe a falta.
adição, é de se considerar que, no próprio art. 400 do CPP, há
ressalva atinente à expedição de precatória. Veja-se:
II. Errada. Para fins de regularidade da prisão em flagrante, bas-
ta que o respectivo auto seja integrado pelo laudo de exame
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser reali-
preliminar, nos termos da Lei n. 11.343/2006, art. 50:
zada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à
tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemu-
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante
nhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, res-
e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o
salvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos es-
laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, fir-
clarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento
mado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

III. Certa. Com efeito, no âmbito do STJ:

Questão 34
Acerca da prova pericial, analise as seguintes assertivas:
I – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por have-
rem desaparecido os vestígios, a confissão poderá suprir-
-lhe a falta.
II – A regularidade formal do auto de prisão em flagrante re-
clama a juntada do laudo de exame químico definitivo, sob
pena de ilegalidade da constrição, com o consequente rela-
xamento, ainda que se possa decretar a prisão preventiva em
ato contínuo.
III – Para fazer prova da materialidade do crime de tráfico de
drogas é necessária a realização de exame químico definiti-
vo. Contudo, relativiza-se a exigência, no STJ, para aqueles
casos em que, na realização do exame preliminar em subs-
tância, tiver sido empregada a mesma técnica utilizada para
a elaboração do exame definitivo.
IV – No crime de furto, pode ser dispensada, em determinados ca-
sos, a realização de perícia técnica com o fim de comprovar
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(...) a jurisprudência desta Corte Superior de Justiça entende
que, embora o laudo toxicológico definitivo, via de regra, seja
imprescindível para provar a materialidade do delito de trá-
fico de drogas, a ausência da mencionada prova técnica não
afasta a possibilidade de que, em casos excepcionais, essa
comprovação se dê "[...] pelo próprio laudo de constatação
provisório, quando ele permita grau de certeza idêntico ao do
laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em proce-
dimento e com conclusões equivalentes", pois "a depender
do grau de complexidade e de novidade da droga apreendi-
da, sua identificação precisa como entorpecente pode exigir,
ou não, a realização de exame mais complexo que somente
é efetuado no laudo definitivo" (EREsp 1.544.057/RJ, Rel.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TER-
CEIRA SEÇÃO, julgado em 26/10/2016, DJe 09/11/2016)
(AgRg no HC n. 669.046/SC, relatora Ministra Laurita Vaz,
Sexta Turma, julgado em 22/2/2022, DJe de 3/3/2022).

IV. Certa. Consoante já se decidiu no STJ:
(...) o rompimento de obstáculo deve ser demonstrado me-
diante exame pericial, podendo ser a prova dispensada nas
justificadas hipóteses de ausência de vestígios ou de impos-
sibilidade de confecção do laudo (AgRg no HC n. 707.294/
SC, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quinta Turma,
julgado em 10/5/2022, DJe de 13/5/2022).
O mesmo raciocínio é empregado em relação à qualificadora
da escalada (AgRg no HC n. 691.823/SC, relator Ministro Se-
bastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 28/9/2021, DJe
de 30/9/2021).
V. Errada, uma vez que a afirmação contraria frontalmente o
enunciado da Súmula n. 574 do STJ:
Para a configuração do delito de violação de direito autoral
e a comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia
realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspec-
tos externos do material, e é desnecessária a identificação
dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que
os representem.
Questão 35
A Lei n. 13.964/2019 fez inserir no ordenamento pátrio o insti-
tuto do acordo de não persecução penal. A seu respeito, é corre-
to afirmar:
A A previsão legal atinente ao acordo de não persecução penal,
porque revestida de natureza mista, vale dizer, por se tratar de
norma de direito processual e material, deverá ser aplicada re-
troativamente, segundo o STJ, em relação aos fatos que lhe
forem anteriores, enquanto não proferida sentença.
B O acordo de não persecução penal firmado com investigado
por crimes praticados no âmbito de violência doméstica contra
a mulher deverá contemplar, obrigatoriamente, a imposição de
participação do agressor em atividades ressocializadoras para
evitar a recidiva criminosa.
C Descabe interferência judicial quanto aos termos do acordo en-
tabulado entre o investigado e o Ministério Público.
D O acordo de não persecução penal não configura direito subje-
tivo do investigado, consoante reiterada jurisprudência do STJ.
E Para a aferição do atendimento ao requisito objetivo para o ca-
bimento do acordo de não persecução penal, não devem ser
consideradas as causas de aumento ou de diminuição da pena.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra d.
A) Errada. Firmou o STJ a compreensão de que é retroativa a
previsão do art. 28-A do CPP, desde que, quanto aos fatos ante-
riores ao seu advento, ainda não tenha sido recebida a denúncia.
Esse, portanto, o marco definidor da (ir)retroatividade. Nesse
sentido, HC 615113/SP.
B) Errada. Isso porque, nos termos do CPP, art. 28-A:
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas se-
guintes hipóteses:
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica
ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da con-
dição de sexo feminino, em favor do agressor.
C) Errada, pois afronta o CPP, art. 28-A:
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abu-
sivas as condições dispostas no acordo de não persecução
penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do in-
vestigado e seu defensor.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não
atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a
adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
D) Certa, pois, segundo o STJ, o:
(...) acordo de não persecução penal não constitui direito sub-
jetivo do investigado, podendo ser proposto pelo Ministério
Público conforme as peculiaridades do caso concreto e quan-
do considerado necessário e suficiente para a reprovação e a
prevenção da infração penal (AgRg no REsp n. 1.948.350/
RS, relator Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador Con-
vocado do Tjdft), Quinta Turma, julgado em 9/11/2021, DJe
de 17/11/2021).
E) Errada, pois contraria o CPP, art. 28-A:
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que
se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas
de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

Questão 36 dão Ministro João Otávio de Noronha, Quinta Turma, julga-

Assinale a alternativa que está em conformidade com a lei e com a
jurisprudência dominante das Cortes Superiores a respeito do júri.
A Ao interpretar o §4º do art. 492 do CPP, segundo o qual “A
apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal
do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de
reclusão não terá efeito suspensivo”, as Cortes Superiores têm
entendido que, em cenário tal, a prisão do réu decorre como
efeito imediato da condenação.
B É relativa a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de que-
sito obrigatório.
C Não poderão ser exibidos, durante o julgamento em plenário,
objetos ou documentos que não tenham sido juntados aos autos
com antecedência de 3 dias úteis, dando-se ciência à parte ad-
versa, excetuando-se da proibição, contudo, a leitura de jornais
ou a exibição de matérias jornalísticas, pois já de ampla divul-
gação e conhecimento público.
D Havendo excesso de linguagem em parte da sentença de pro-
núncia, admite-se, no STJ, a supressão apenas da parte ma-
culada, preservando-se as demais, em nome da celeridade
processual.
E Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição não serão
computados para a integralização do número mínimo necessá-
rio para que possam ser declarados instalados os trabalhos na
sessão plenária.
Letra d.
A) Errada, pois afasta-se da compreensão que vem sendo adota-
da a respeito no âmbito do STJ. Veja-se:
do em 15/3/2022, DJe de 24/3/2022.)
B) Errada, pois contraria o enunciado da Súmula n. 156 do STF:
“É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de
quesito obrigatório”.
C) Errada, pois a segunda parte contraria previsão legal ex-
pressa do CPP:
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitu-
ra de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido
juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias
úteis, dando-se ciência à outra parte.
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo
a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a
exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros,
croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo
versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e jul-
gamento dos jurados.
D) Certa. Assim já se decidiu no STJ:
Dessa forma, tendo em vista que há excesso de linguagem
em pequeno trecho da sentença de pronúncia, essa Corte Su-
perior, diante do princípio da celeridade processual, admite
que se proceda à rasura do trecho maculado, sem a neces-
sidade de se anular todo o decisum. Precedentes (AgRg no
AREsp n. 1.452.839/GO, relator Ministro Ribeiro Dantas,
Quinta Turma, julgado em 2/6/2020, DJe de 15/6/2020).

AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. HOMI- E) Errada, pois contraria o CPP, art. 463:
CÍDIO QUALIFICADO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA
PENA. PENA IGUAL OU SUPERIOR A 15 ANOS DE RE- § 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição se-
CLUSÃO. ART. 492, I, DO CPP. PRISÃO AUTOMÁTICA. rão computados para a constituição do número legal.
ILEGALIDADE. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA N. 1.068
PENDENTE DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA DE ELE- Questão 37
MENTOS DE CAUTELARIDADE. AGRAVO PROVIDO. Acerca da sistemática recursal no âmbito do direito processual pe-
1. O STF, no julgamento das ADCs n. 43, 44 e 54, assentou a nal, é incorreto afirmar:
ilegalidade da execução provisória da pena quando ausentes A Contra a decisão que recebe a denúncia ou queixa, não
elementos de cautelaridade, previstos no art. 312 do CPP. cabe recurso.
2. Estando pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, B O recurso de apelação é dotado de efeito iterativo, também dito
em que se discute a constitucionalidade do art. 492, I, do regressivo ou diferido.
CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impos- C A apelação contra sentença absolutória é dotada de efeito sus-
sibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso pensivo, de modo que permanecem em vigor as cautelares pes-
de condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou soais anteriormente decretadas em desfavor do réu.
superior a 15 anos de reclusão. D Da decisão que conceder ou negar habeas-corpus, porque com
3. Agravo regimental provido para conceder a ordem pleiteada. força de definitiva, caberá recurso de apelação.
(AgRg no HC n. 714.884/SP, relator Ministro Jesuíno Rissa- E O princípio da vedação à reformatio in pejus torna incabível a
to (Desembargador
O conteúdo Convocado
deste livro eletrônico do Tjdft),
é licenciado relator GAMA
para LORENA para acór- realização de vedada,
PEREIRA - 10592264483, emendatio libelli pelo
por quaisquer tribunal
meios ad quem.
e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Letra a.
A) Certa. Apenas a decisão que não receber a denúncia ou quei-
xa será impugnável pela via recursal do recurso em sentido es-
trito (CPP, art. 581, I). A decisão em que se recebe a denúncia
ou queixa pode ser atacada por habeas-corpus, que, contudo, é
ação autônoma de impugnação.
B) Errada. Efeito iterativo, regressivo ou diferido é aquele que
permite ao prolator da decisão impugnada o exercício de re-
tratação, reajustando o entendimento anteriormente adotado.
Diferentemente do que ocorre com o recurso em sentido estrito
e com o agravo em execução (CPP, “Art. 589. Com a resposta
do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que,
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho,
mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parece-
rem necessários”), não se prevê a possibilidade de retratação
diante do manejo do recurso de apelação.
C) Errada, pois contraria o CPP:
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá
que o réu seja posto imediatamente em liberdade.
D) Errada, pois contraria o CPP:
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, des-
pacho ou sentença:
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus.
E) Errada. Veja que em sentido diverso se decide no STJ:
É cabível a emendatio libelli em segundo grau de jurisdição,
ainda que sem recurso ministerial, desde que o Tribunal se
atenha aos fatos declinados na sentença e não haja piora da
situação do réu. Observados esses requisitos, não há refor-
matio in pejus. Precedentes (AgRg no AREsp n. 2.010.255/
PR, relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado
em 3/5/2022, DJe de 10/5/2022).
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 38
A respeito da Lei n. 9.296/1996, que disciplina a interceptação te-
lefônica e a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos, assinale a alternativa que corresponde ao regramento
legal e/ou à jurisprudência dominante no STJ.
A Decorre da Lei n. 9.296/1996, com as inovações trazidas pelo
Pacote Anticrime, que a captação ambiental feita por um dos
interlocutores pode ser utilizada tanto em matéria de defesa
quanto de acusação, ainda que sem o prévio conhecimento da
autoridade policial ou do Ministério Público.
B Para o deferimento da captação de sinais eletromagnéticos,
ópticos ou acústicos, são requisitos cumulativos que a prova
não possa ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes, bem como que haja elementos probatórios razoáveis
de autoria e participação em infrações criminais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, excluídas as in-
frações penais conexas.
C A decisão por meio da qual se opere a continuidade da inter-
ceptação telefônica deverá ser minudente e indicar fatos novos
que justifiquem a medida, sob pena de ilegalidade.
D Por força da Teoria do Juízo Aparente, não se reputa ilícita a
interceptação telefônica decretada por juiz estadual na hipótese
de, após a colheita da prova, descobrir-se se ele incompetente
para o processamento e julgamento do feito.
E Ainda que haja outros elementos que confirmem a necessidade
da medida excepcional, é impossível a determinação de inter-
ceptação telefônica com base em denúncia anônima.
Letra d.
A) Errada, pois a dicção do art. 8º-A, §4º, da Lei n. 9.296/1996,
restringe a utilização da gravação ambiental (captação realizada
por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro) à ma-
téria de defesa. Veja-se:
A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o
prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério
Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando
demonstrada a integridade da gravação.
B) Errada. Confira-se, a propósito, a disciplina legal pertinente
contida na lei em questão:
Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá
ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade poli-
cial ou do Ministério Público, a captação ambiental de sinais
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis
e igualmente eficazes; e

II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e par-
ticipação em infrações criminais cujas penas máximas sejam
superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais cone-
xas (grifei).
C) Errada. Diversamente do que asseverado na alternativa, im-
pera no STJ a compreensão:
(...) de que não é necessário que 'cada sucessiva autorização
judicial de interceptação telefônica apresente inéditos funda-
mentos motivadores da continuidade das investigações, bas-
tando que estejam mantidos os pressupostos que autorizaram
a decretação da interceptação originária' (HC n. 360.349/SP,
relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado
em 16/3/2021, DJe de 23/3/2021).
D) Certa. Já se decidiu no STJ que o:
(...) fato de, posteriormente à colheita de elementos durante
a realização da interceptação telefônica, ter sido constatada
a incompetência da Justiça Estadual, não é suficiente para
invalidar os elementos probatórios colhidos, considerando
que este era o juízo aparentemente competente para o pro-
cessamento e julgamento do feito, considerando os elemen-
tos carreados aos autos até aquele momento (AgRg no HC n.
510.231/RS, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca,
Quinta Turma, julgado em 17/12/2019, DJe de 19/12/2019).
E) Errada. Colhe-se da jurisprudência do STJ:
Ao contrário do alegado pela defesa, as interceptações tele-
fônicas que culminaram com o processamento e condena-
ção do ora recorrente não foram decorrentes, diretamente,
de denúncia anônima, tendo o eg. Tribunal a quo esclare-
cido que a denúncia anônima veio a somar à percepção dos
primeiros indícios de prática criminosa levantados com os
depoimentos obtidos em setembro de 2007, antes mesmo da
denúncia anônima, em outubro do mesmo ano. E consoan-
te entendimento desta Corte: "a denúncia anônima pode dar
início à investigação, desde que corroborada por elementos
informativos prévios que denotem a verossimilhança da co-
municação" (RHC n. 59.542/PE, Sexta Turma, Rel. Min. Ro-
gerio Schietti Cruz, DJe de 14/11/2016) (AgRg no AREsp n.
988.527/RS, relator Ministro Felix Fischer, Quinta Turma,
julgado em 20/9/2018, DJe de 28/9/2018).
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Questão 39
Corresponde a entendimento consolidado no STJ e no STF a res-
peito de nulidade o que se afirma na alternativa:
A É causa de nulidade a realização do interrogatório do acusado
antes da oitiva de testemunha ou da vítima, a serem inquiridas
por meio da expedição de carta precatória.
B No processo penal, a falta de defesa técnica ou sua deficiência
são causas de nulidade absoluta.
C É absoluta a nulidade decorrente da ausência de intimação da
defesa acerca da expedição de carta precatória para inquirição
de testemunha, já que inviabiliza o acompanhamento de sua
tramitação pela parte.
D Merece a pecha de nulidade a citação feita por edital que indica
o dispositivo da lei penal, mas não transcreve a denúncia ou a
queixa, ou, ainda, que não resume os fatos em que se lastreia.
E É nulo o julgamento de recurso criminal ou de habeas-cor-
pus, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publica-
ção da pauta.
Letra a.
A) Certa. Entende-se, no STJ, que o interrogatório deve ser o
ato final da instrução, o que não se excepciona quando a oitiva
de parte das testemunhas/vítimas se dá por meio de carta preca-
tória. Assim, sedimentou-se, por decisão da 3ª Seção da Corte,
a seguinte compreensão:
É certo que existe jurisprudência nesta Corte que, partindo
da interpretação dos arts. 400 e 222 do Código de Processo
Penal, considera válido o interrogatório do acusado quan-
do pendente de cumprimento carta precatória expedida para
oitiva de testemunhas e do ofendido. No entanto, existem
também precedentes neste STJ, contemporâneos aos citados,
e outros mais recentes, que firmam posição diversa, baseada
na orientação do Supremo Tribunal Federal, qual seja, a de
que a concretização do interrogatório do réu antes da oiti-
va das testemunhas e da vítima lhe priva do acesso à infor-
mação, promovendo nítido enfraquecimento dos princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa, concluin-
do que a regra do § 1º, do art. 222, do CPP não autorizaria
a realização de interrogatório do réu em momento diverso
do disposto no art. 400 do CPP, vale dizer, antes do final da
instrução.
B) Errada, pois contraria a Súmula n. 523 do STF:
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta,
mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo
para o réu.

C) Errada, pois não está em consonância com a Súmula n.
155 do STF:
É relativa a nulidade do processo criminal por falta de in-
timação da expedição da precatória para inquirição de
testemunha.
D) Errada, pois vai de encontro à Súmula n. 366 do STF:
Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei
penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não
resuma os fatos em que se baseia.
E) Errada, pois vai de encontro à Súmula n. 431 do STF:
É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instân-
cia, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em
habeas-corpus.
Direito Administrativo
Luciana Lima
Questão 40
Fábio encontrava-se internado no Hospital público estadual Saúde
Viva. No entanto, enquanto estava na internação do nosocômio,
dormindo, em estado estável, foi subitamente atingido por dispa-
ros de arma de fogo, fato que levou o paciente a óbito, em razão
da inexistência de vigilância e cuidados mínimos de segurança por
parte da instituição. Nesse caso, segundo a jurisprudência do Su-
premo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
A Não há que se falar em responsabilidade do Estado, uma vez
que incide a excludente de ilicitude fato de terceiro.
B Trata-se de hipótese de responsabilidade por omissão, que exi-
ge a comprovação de dolo ou culpa, o que não ocorreu no caso.
C O Estado responde de forma subjetiva por atos omissivos,
quando constatada a precariedade/vício no serviço decorrente
da falha no dever legal e específico de agir.
D O hospital não possui o dever específico de zelar pela incolu-
midade física dos pacientes, razão pela qual não há que se falar
em responsabilidade do Estado.
E O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de seguran-
ça, contribuindo de forma determinante e específica para homi-
cídio praticado em suas dependências, responde objetivamente
pela conduta omissiva, em razão da precariedade/vício no ser-
viço decorrente da falha no dever legal e específico de agir.
Letra e.
Consoante posição doutrinária tradicional, a responsabilidade
civil
O do Estado
conteúdo por eletrônico
deste livro atos omissivos serápara
é licenciado subjetiva,
LORENA baseada
GAMA PEREIRA
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Teoria da Culpa Administrativa. No entanto, para o STF, caso
a omissão seja específica do dever de agir da Administração
Pública, a responsabilidade será objetiva, seguindo a norma do
artigo 37, §6º, CF/1988 (RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 30/3/2016, repercussão geral).
O STJ, alinhando-se ao entendimento do Excelso Pretório,
firmou compreensão de que o Poder Público, inclusive por
atos omissivos, responde de forma objetiva quando consta-
tada a precariedade/vício no serviço decorrente da falha no
dever legal e específico de agir. Confira o recente julgado:
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPON-
SABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO.
MORTE EM DECORRÊNCIA DE DISPARO DE ARMA
DE FOGO NO INTERIOR DE HOSPITAL PÚBLICO.
AUSÊNCIA DE VIGILÂNCIA. FALHA ESPECÍFICA NO
DEVER DE AGIR. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. NÃO
OCORRÊNCIA.
1.A responsabilidade civil estatal é, em regra, objetiva, uma
vez que decorre do risco administrativo, em que não se exige
perquirir sobre existência de culpa, conforme disciplinado
pelos arts. 14 do Código de Defesa do Consumidor; 186, 192
e 927 do Código Civil; e 37, § 6º, da Constituição Federal.
2. O Superior Tribunal de Justiça, alinhando-se ao entendi-
mento do Excelso Pretório, firmou compreensão de que o Po-
der Público, inclusive por atos omissivos, responde de forma
objetiva quando constatada a precariedade/vício no serviço
decorrente da falha no dever legal e específico de agir.
3. A atividade exercida pelos hospitais, por sua natureza,
inclui, além do serviço técnico-médico, o serviço auxiliar
de estadia e, por tal razão, está o ente público obrigado a
disponibilizar equipe/pessoal e equipamentos necessários e
eficazes para o alcance dessa finalidade.
4. A análise da responsabilidade civil, no contexto desafiador
dos tempos modernos, em que se colocam a julgamento as
consequências impactantes das omissões estatais, impõe ao
julgador o ônus preponderante de examinar os dispositivos
civis referidos, sob o olhar dos direitos e garantias funda-
mentais do cidadão.
5. Logo, é de se concluir que a conduta do hospital que dei-
xa de fornecer o mínimo serviço de segurança e, por conse-
guinte, despreza o dever de zelar pela incolumidade física
dos pacientes, contribuiu de forma determinante e específica
para o homicídio praticado em suas dependências, afastan-
do-se a alegação da excludente de ilicitude, qual seja, fato
de terceiro.
6. Recurso especial provido para restabelecer a indenização,
pelos danos morais e materiais, fixada na sentença.
(REsp n. 1.708.325/RS, relator Ministro Og Fernandes, Se-
na
- 10592264483, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
gunda àTurma,
julgado emcivil
responsabilização 24/5/2022,
e criminal.DJe de 24/6/2022.)

Questão 41
Assinale a opção correta com base nas regras relativas à cognição
e coisa julgada na ação de desapropriação, prevista no Decreto-lei
n. 3.365/1941.
A Na ação de desapropriação, não há limitação cognitiva, sendo
permitido discutir o mérito do decreto expropriatório e, inclusi-
ve, investigar se há realmente necessidade ou utilidade pública.
B Segundo o STF, o ajuizamento de Ação Civil Pública para dis-
cussão da titularidade de imóvel não ofende a coisa julgada
decorrente de ação de desapropriação, mesmo após o prazo de
dois anos para propositura de ação rescisória.
C A contestação só poderá versar sobre vício do processo judi-
cial, impugnação do preço e verificação da incidência dos ca-
sos de utilidade pública.
D Segundo o STF, a definição da titularidade do bem expropria-
do é alcançada pela imutabilidade da coisa julgada na ação de
desapropriação por utilidade pública. Desse modo, eventual
discussão sobre o domínio do bem expropriado em Ação Civil
Pública ofenderia a coisa julgada.
E Na ação de desapropriação, a cognição, tanto no plano vertical,
quanto no plano horizontal, é exauriente, sendo apta a produzir
coisa julgada material.
Letra b.
A) Errada. Conforme definido no art. 9º do Decreto-lei n.
3.365/1941:
Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapro-
priação, decidir se se verificam ou não os casos de utilida-
de pública.
B) Certa. Conforme a jurisprudência do STF, o ajuizamento de
Ação Civil Pública para discussão da titularidade de imóvel não
ofende a coisa julgada decorrente de ação de desapropriação,
mesmo após o prazo de dois anos para propositura de ação res-
cisória. Com efeito, diante da impossibilidade de discussão de
matérias de alta indagação no âmbito das ações de desapropria-
ção, o que inclui o debate a respeito da dominialidade do bem
expropriado, eventual trânsito em julgado de decisão judicial
proferida em ação de desapropriação, limitada à análise do de-
creto expropriatório e do valor de indenização, é incapaz de im-
pedir a discussão jurídica dominial em ação civil pública. (RE
1010819/PR, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão
Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 26.5.2021).
C) Errada. Nos termos do art. 20 do Decreto-lei n. 3.365/1941:
Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do pro-
cesso judicial ou impugnação do preço; qualquer outra ques-
tão deverá
O conteúdo desteser
livrodecidida
eletrônicopor ação direta.
é licenciado para LORENA GAMA PEREIRASupremo
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D) Errada. Na desapropriação, não há coisa julgada sobre o do-
mínio do bem expropriado. Isso porque o objeto litigioso da
desapropriação é a certificação do valor, e não o acertamento ou
definição do domínio (CUNHA, 2021, p. 763). Como vimos, a
defesa somente pode versar sobre vícios no processo judicial e
discutir o preço.
E) Errada. Na ação de desapropriação, a cognição no plano ver-
tical é exauriente, sendo apta a produzir coisa julgada material.
No plano horizontal, no entanto, é limitada, conforme definido
no art. 9º do Decreto-lei n. 3.365/1941:
Art. 9o Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desa-
propriação, decidir se se verificam ou não os casos de utili-
dade pública.
Desse modo, o controle judicial dos atos públicos relacionados
à desapropriação é remetido às vias ordinárias, em procedimen-
to que contenha cognição ampla no plano horizontal.
Questão 42
Sobre o sujeito ativo do ato de improbidade administrativa, assi-
nale a opção correta:
A Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o pro-
cesso e o julgamento de prefeito municipal por crime de res-
ponsabilidade (Decreto-lei n. 201/1967) impede sua responsa-
bilização por atos de improbidade administrativa previstos na
Lei n. 8.429/1992.
B As disposições da Lei de Improbidade Administrativa não são
aplicáveis a agentes políticos.
C O Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento no sen-
tido de que os agentes políticos, com exceção do Presidente da
República, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancio-
natório, de modo que sobre eles podem recair sanções tanto
em decorrência de sua responsabilização no âmbito civil, com
base na lei de improbidade administrativa, quanto na esfera po-
lítico-administrativa, pelo crime de responsabilidade, previsto
na Lei n. 1.079/1950.
D Os terceiros que atuem como sócios, cotistas, diretores e cola-
boradores de pessoa jurídica de direito privado respondem de
forma direta pelo ato de improbidade que venha a ser imputado
à pessoa jurídica.
E Não se sujeitam às sanções previstas na LIA as pessoas físicas
ou jurídicas que celebram com a administração pública contra-
to de gestão, uma vez que as aludidas penalidades são apenas
para agentes públicos.
Letra c.
A) Errada. Ao apreciar o Tema n. 576 de repercussão geral, o
Tribunal
- 10592264483, Federal
vedada, fixou a tese
por quaisquer no esentido
meios de que:
a qualquer título,

(...) o processo e julgamento de prefeito municipal por cri-
me de responsabilidade (Decreto-lei 201/67) não impede sua
responsabilização por atos de improbidade administrativa
previstos na Lei 8.429/1992, em virtude da autonomia das
instâncias. (RE 976566, Relator(a): ALEXANDRE DE MO-
RAES, Tribunal Pleno, julgado em 13/09/2019, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-
210 DIVULG 25-09-2019 PUBLIC 26-09-2019).
B) Errada. Conforme a literalidade do art. 2º da LIA, com reda-
ção dada pela Lei n. 14.230/2021:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente pú-
blico o agente político, o servidor público e todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer ou-
tra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.
C) Certa. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal assentou o
entendimento no sentido de que o fato de um agente estar su-
jeito a crime por responsabilidade não exclui a sua responsa-
bilização também por improbidade administrativa, com exce-
ção do Presidente da República, conforme previsão expressa
do art. 85, inciso V, da CRFB/1988. (Cf. STF, Pet 3.240 AgR/
DF, Plenário, da relatoria do ministro Teori Zavascki, relatoria
para o Acórdão do ministro Roberto Barroso, DJe-171; Public.
22-08-2018).
D) Errada. Os sócios não respondem de forma direta, mas ape-
nas se, comprovadamente, houver participação e benefícios di-
retos, caso em que responderão nos limites da participação. Nos
termos do art. 3º, §1°, da LIA:
Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato
de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídi-
ca, salvo se, comprovadamente, houver participação e be-
nefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua
participação.
E) Errada. Nos termos do art. 2º, Parágrafo único, da LIA:
No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às
sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou ju-
rídica, que celebra com a administração pública convênio,
contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria,
termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 43
No que se refere aos atos de improbidade administrativa que aten-
tam contra os Princípios da Administração Pública, assinale a al-
ternativa correta:
A O enquadramento de conduta funcional como ato de improbi-
dade administrativa que atenta contra os Princípios da Admi-
nistração Pública pressupõe a demonstração objetiva da prática
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação
das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas.
B Os atos de improbidade que atentam contra os Princípios da
Administração Pública exigem lesividade relevante ao bem
jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento, e de-
pendem do reconhecimento da produção de danos ao erário e
de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
C Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública a ação ou omissão cul-
posa que permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
enriqueça ilicitamente.
D A frustração da licitude de procedimento licitatório ou de pro-
cesso seletivo para celebração de parcerias com entidades sem
fins lucrativos, ou a sua dispensa indevida, são enquadradas
como atos que atentam contra os princípios da Administra-
ção Pública.
E Configura-se conduta que atenta contra os princípios da Admi-
nistração Pública negar a publicidade aos atos oficiais, inclu-
sive, em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado.
Letra a.
A) Certa. Conforme a literalidade do art. 11, § 3º, da LIA, inclu-
ído pela Lei n. 14.230, de 2021:
O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da
prática de ilegalidade no exercício da função pública, com
a indicação das normas constitucionais, legais ou infrale-
gais violadas.
B) Errada. Conforme dispõe o art. 11, §4º, da LIA, os atos de
improbidade que atentam contra os Princípios da Administra-
ção Pública independem do reconhecimento da produção de da-
nos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
C) Errada. A Lei n. 14.230/2021, ao alterar a LIA, além de ter
suprimido a hipótese de configuração de ato de improbidade
administrativa culposo que se observava até então quanto aos
atos lesivos ao erário, tornou mais rigorosos os critérios neces-
sários à aferição do dolo por parte do sujeito ativo do ato de
improbidade. Assim, a voluntariedade do agente público, quan-
- 10592264483, vedada, de
por dolo específico
quaisquer meios e–aconsiderado
qualquer título,como

a vontade livre e consciente de alcançar os resultados ilícitos
tipificados na Lei – não será suficiente à tipificação do ato ím-
probo. Ademais, importante observar que o art. 11, ao enumerar
as condutas que atentam contra os princípios da Administração
Pública, utiliza a seguinte expressão “caracterizada por uma das
seguintes condutas:”. A referida locução indica que o legislador
dispôs de forma taxativa a respeito de tais hipóteses de ato de
improbidade.
D) Errada. Trata-se de ato que causa prejuízo ao erário, confor-
me art. 10, VIII, da LIA: “frustrar a licitude de processo licita-
tório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente,
acarretando perda patrimonial efetiva” (Redação dada pela Lei
n. 14.230, de 2021). Importante atentar que, enquanto a frus-
tração da licitude de procedimento licitatório ou de processo
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins
lucrativos, ou a sua dispensa indevida, são enquadradas como
atos que causam lesão ao erário, a frustração da licitude de con-
cursos públicos é ato que atenta contra os princípios da Admi-
nistração Pública.
E) Errada. Configura-se conduta que atenta contra os princípios
da Administração Pública negar publicidade aos atos oficiais,
exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei,
conforme art. 11, IV, da LIA.
Questão 44
No direito administrativo, os vícios podem atingir os cinco ele-
mentos do ato, caracterizando os vícios quanto à competência, à
forma, ao objeto, ao motivo e à finalidade. A respeito dos vícios do
ato administrativo, assinale a alternativa incorreta.
A Tendo em vista que a competência vem sempre definida em lei,
o que constitui garantia para o administrado, será ilegal o ato
praticado por quem não seja detentor das atribuições fixadas na
lei e quando o sujeito pratica exorbitando de suas atribuições.
B Quando a autoridade, competente para aplicar a penalidade
apenas de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é
da sua atribuição, ocorre excesso de poder.
C Tanto o excesso de poder quanto o desvio de poder podem con-
figurar crime de abuso de autoridade, quando o agente público
incidir numa das infrações da Lei n. 13.869/2019, hipótese em
que ficará sujeito à responsabilidade administrativa e à penal,
podendo ainda responder civilmente, se de seu ato resultarem
danos patrimoniais.
D O vício de forma consiste na omissão ou na observância in-
completa ou irregular de formalidades indispensáveis à exis-
tência ou seriedade do ato.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
E A inexistência dos motivos se verifica apenas quando a matéria
de fato, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexis-
tente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.
Letra e.
A) Certa. Nos termos do art. 2º da Lei n. 4.717/1965, a incom-
petência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atri-
buições legais do agente que o praticou.
B) Certa. O excesso de poder ocorre quando o agente público
excede os limites de sua competência.
C) Certa. A Lei n. 13.869/2019 define os crimes de abuso de
autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que,
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse
do poder que lhe tenha sido atribuído. Nos termos do seu art.
6º, as penas previstas serão aplicadas independentemente das
sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
D) Certa. Nos termos do art. 2°, parágrafo único, “b”, da Lei n.
4.717/1965, “o vício de forma consiste na omissão ou na obser-
vância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis
à existência ou seriedade do ato”.
E) Errada. Nos termos do art. 2°, parágrafo único, “d”, da Lei n.
4.717/1965:
A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de
fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é material-
mente inexistente ou juridicamente inadequada ao resul-
tado obtido.
Questão 45
No que diz respeito ao tema licitações e inovações, trazido pela
Lei n. 14.133/2021, assinale a opção incorreta.
A Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo obje-
to não seja rotineiramente contratado pela Administração, po-
derá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa
ou de profissional especializado para assessorar os agentes pú-
blicos responsáveis pela condução da licitação.
B Entre os regimes de execução do contrato foi incluído o da
contratação integrada e semi-integrada, em que o contratado
elabora e desenvolve o projeto básico executivo, tendo sido
vedados o fornecimento e a prestação de serviço associado.
C Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização
da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, des-
de que demonstrada a superioridade das inovações propostas
pelo contratado em termos de redução de custos, de aumento
da qualidade, de redução do prazo de execução ou de facili-
dade de manutenção ou operação, assumindo o contratado a
responsabilidade integral pelos riscos associados à alteração
do projeto básico.

D Existe a previsão da criação do Portal Nacional de Contrata-
ções Públicas (PNCP) para divulgação centralizada e obrigató-
ria dos atos exigidos por lei.
E A previsão da alocação de riscos poderá ser contemplada no
instrumento convocatório e no contrato.
Letra b.
A) Certa. Nos termos do art. 7º, §4º, da Lei n. 14.133/2021.
Art. 7º (...) § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços
especiais cujo objeto não seja rotineiramente contratado pela
Administração, poderá ser contratado, por prazo determina-
do, serviço de empresa ou de profissional especializado para
assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução
da licitação.
B) Errada. Nos regimes de contratação integrada e semi-inte-
grada, o contratado entrega o projeto executivo, diferenciando-
-se pelo fato de que, no regime integrado, o contratado também
realiza o projeto básico, não se repetindo na semi-integrada.
C) Certa. Nos termos do art. 46, §5º, da Lei n. 14.133/2021.
Art. 46 (...)
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia auto-
rização da Administração, o projeto básico poderá ser alte-
rado, desde que demonstrada a superioridade das inovações
propostas pelo contratado em termos de redução de custos,
de aumento da qualidade, de redução do prazo de execução
ou de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o
contratado a responsabilidade integral pelos riscos associa-
dos à alteração do projeto básico.
D) Certa. Art. 87 da Lei n. 14.133/2021:
Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administra-
ção Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral
unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Pú-
blicas (PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitan-
tes, na forma disposta em regulamento.
E) Certa. Art. 22 da Lei n. 14.133/2021:
O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos en-
tre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo
do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de
risco compatível com o objeto da licitação e com os riscos
atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia prede-
finida pelo ente federativo.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 46
Em matéria da modalidade de licitação pregão, assinale a op-
ção correta.
A Trata-se de modalidade de licitação para alienação de bens
imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreen-
didos a quem oferecer o maior lance.
B O pregão admite apenas a disputa aberta, com propostas trans-
mitidas por lances públicos e sucessivos, sendo vedada a dis-
puta fechada.
C A modalidade de licitação pregão enseja maior celeridade, na
medida em que apresenta fase em que são feitos lances verbais
ou de forma eletrônica.
D Com o advento da Lei n. 14.133/2021, passou a ser possível a
criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, como a
combinação do pregão com o diálogo competitivo.
E De acordo com a Lei n. 10.520/2002, na fase externa do pre-
gão, será vencedor o autor da oferta de menor valor, porém,
ainda no curso da sessão, todos os concorrentes que tenham
oferecido preços até 10% superiores à oferta vencedora pode-
rão oferecer novos lances, desde que o valor desses novos lan-
ces seja inferior a 10% da melhor oferta.
Letra c.
A) Errada. O leilão constitui modalidade de licitação para alie-
nação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legal-
mente apreendidos a quem oferecer o maior lance. O pregão
trata-se de modalidade de licitação obrigatória para aquisição
de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá
ser o de menor preço ou o de maior desconto. Art. 6º, XL e XLI
da Lei n. 14.133/2021.
B) Errada. Admite-se a modalidade de disputa aberta e fechada.
Lei n. 14.133/2021 Art. 56. O modo de disputa poderá ser,
isolada ou conjuntamente:
I – aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas
propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescen-
tes ou decrescentes;
II – fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em
sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação.
C) Certa. O pregão apresenta maior celeridade. Um dos motivos
é pelo fato de a habilitação ser feita apenas do licitante vence-
dor. Ademais, o pregão apresenta fase em que são feitos lances
verbais ou de forma eletrônica.
D) Errada. Nos termos do art. 28, §2º, “é vedada a criação de ou-
tras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação daquelas
referidas no caput deste artigo.”
E) Errada. Nos termos do art. 4º, VIII, da Lei n. 10.520/2002:

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca-
ção dos interessados e observará as seguintes regras:
(...) VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais
baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e su-
cessivos, até a proclamação do vencedor;
Questão 47
Em relação aos poderes da Administração Pública, assinale a al-
ternativa correta:
A O poder disciplinar decorre do poder hierárquico e pode al-
cançar tanto agentes públicos quanto outras entidades sujei-
tas à disciplina da administração pública, como, por exemplo,
uma empresa privada que celebre contrato de concessão com
Ente Público.
B Os atos pelos quais a Administração exerce seu poder regula-
mentar têm em comum com a lei o fato de emanarem normas,
ou seja, atos com efeitos gerais e abstratos.
C O regulamento de execução pode inovar na ordem jurídica.
D Em relação aos membros do Ministério Público, tendo em
vista que não há hierarquia quanto ao exercício das funções
institucionais, não há que se falar em implementação do poder
disciplinar.
E O poder de controlar a atividade de órgãos inferiores, para ve-
rificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obri-
gações, decorre do poder de polícia da Administração.
Letra b.
A) Errada. O poder disciplinar pressupõe uma subordinação,
uma vez que é o poder que cabe à Administração para apurar
infrações e aplicar penalidades a servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Assim, para ser
aplicado à pessoa jurídica, esta deve ter um vínculo com su-
bordinação especial, não sendo assim aplicado a qualquer em-
presa privada que celebre contrato administrativo (DI PIETRO,
2021, p. 123).
B) Certa. O poder regulamentar é uma das formas pelas quais se
expressa a função normativa do Poder Executivo.
C) Errada. O regulamento de execução é subordinado a uma lei
prévia e visa regulamentá-la.
D) Errada. O poder disciplinar é uma decorrência da hierarquia,
mesmo no Ministério Público, onde não há hierarquia quanto
ao exercício das funções institucionais, há implementação do
poder disciplinar, ficando seus membros sujeitos à disciplina
interna da instituição (DI PIETRO, 2021. p. 124).
E) Errada. O poder de controlar a atividade de órgãos inferiores,
para verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas
obrigações, decorre do poder hierárquico da Administração (DI
PIETRO,
O conteúdo 2021. p. 124).
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 48
No tocante às restrições do Estado na propriedade privada, assina-
le a alternativa correta:
A O tombamento é sempre uma restrição parcial.
B Nos termos da Constituição Federal, a requisição de bens par-
ticulares pode ocorrer ainda que não haja perigo iminente, as-
segurada ao proprietário indenização ulterior, mesmo se não
houver dano.
C Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até quinze anos, a partir do segundo
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
D É facultado ao Poder Público estadual, mediante lei específi-
ca para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, su-
butilizado ou não utilizado, que promova seu adequado apro-
veitamento.
E As limitações administrativas à propriedade não se confundem
com a servidão administrativa, uma vez que incidem sobre pro-
priedades determinadas e ensejam indenização.
Letra a.
A) Certa. O tombamento é conceituado por Di Pietro como o
procedimento administrativo pelo qual o poder público sujei-
ta a restrições parciais os bens de qualquer natureza cuja con-
servação seja de interesse público, por sua vinculação a fatos
memoráveis da história ou por seu excepcional valor arqueo-
lógico ou etnológico, bibliográfico ou artístico (DI PIETRO,
2021, p. 229).
B) Errada. A requisição constitui ato administrativo unilateral,
autoexecutório e oneroso, consistente na utilização de bens ou
serviços particulares pela Administração Pública, para atender a
necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de imi-
nente perigo público, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano. Art. 5º, XXV, da CF/1988: “no caso de
iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeniza-
ção ulterior, se houver dano”
C) Errada. Nos termos do art. 184 da CF/1988:
Compete à União desapropriar por interesse social, para fins
de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em tí-
tulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segun-
do ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

D) Errada. Compete ao poder público municipal, nos termos do
art. 182, §4º, da CF/1988:
Art. 182 (...) §4º É facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo ur-
bano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que pro-
mova seu adequado aproveitamento (...).
E) Errada. As limitações administrativas à propriedade incidem
sobre propriedades indeterminadas e não ensejam indenização
(DI PIETRO, 2021, p. 227).
Questão 49
No que se refere à organização administrativa, em especial a Ad-
ministração Indireta e as paraestatais, assinale a opção incorreta:
A A ação popular é cabível contra entidades da Administra-
ção indireta.
B Os conselhos de fiscalização de atividade profissional, segundo
o Supremo Tribunal Federal, detêm natureza jurídica de autar-
quias, sendo, portanto, pessoas jurídicas de direito público.
C A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabili-
dade do regime de precatório às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza
não concorrencial.
D As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OS-
CIPs) e as Organizações Sociais (OS) possuem procedimentos
e características bastante semelhantes, podendo ser distingui-
das, todavia, pelo seu ato de qualificação, pois enquanto o da
primeira é de natureza vinculada, o da segunda seguirá crité-
rios discricionários.
E As entidades da Administração Indireta não têm legitimação
para propor ação civil pública.
Letra e.
A) Certa. A ação popular, prevista no art. 5º, LXXIII, da
CF/1988, visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de en-
tidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Dessa
feita, é cabível contra as entidades da administração indireta,
seja pela abrangência do art. 4º do Decreto n. 200/1967, seja
pelo teor pelo art. 37 da CF/1988 (DI PIETRO, 2021, p. 588) e,
ainda, pela própria literalidade do art. 1º da Lei n. 4.717/1965:
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a
anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patri-
mônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Muni-
cípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes,
de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de ins-
tituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro
público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas in-
corporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
B) Certa. Os conselhos de fiscalização de atividade profissional,
segundo o STF (RE 683010 AgR, Relator: Min. Roberto Bar-
roso, Primeira Turma, julgado em 12/08/2014, Processo Eletrô-
nico DJE 165, public. 27/08/2014), detêm natureza jurídica de
autarquias, sendo, portanto, pessoas jurídicas de direito público.
C) Certa. É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público próprio do Es-
tado e de natureza não concorrencial. STF. (ADPF 387/PI, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017, Info 858).
D) Certa. De acordo com o art. 1º, §2º, da Lei n. 9.790/1999,
que regula as OSCIPs:
§2º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vincu-
lado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
Já a Lei n. 9.637/1998, que trata das OS, traz as seguintes dis-
posições nos seus art. 1º e 2º, II:
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organi-
zações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pes-
quisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção
e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendi-
dos aos requisitos previstos nesta Lei.
Art. 2º São requisitos específicos para que as entidades pri-
vadas referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação
como organização social:
(...)
II – haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade
de sua qualificação como organização social, do Ministro ou
titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade
correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado
da Administração Federal e Reforma do Estado.

E) Errada. Nos termos do art. 5º da Lei n. 7.347/1985, as entida-
des da Administração Indireta têm legitimação para propor ação
civil pública.
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a
ação cautelar: (...)
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de
economia mista;
Direito Civil
Carlos Elias
Questão 50
Assinale a opção correta:
A Cessada a eficácia de uma lei temporária que havia revogado
uma lei anterior, ocorre a repristinação automática desta última
lei, salvo disposição em contrário.
B Os direitos sob condição suspensiva só passam a ser protegi-
dos como direitos adquiridos após o implemento da condição
suspensiva.
C O regime de bens do casamento obedece à lei do país em que
houver a celebração do casamento.
D O direito de propriedade que um brasileiro possui sobre
um imóvel situado em Miami não será disciplinado pela lei
brasileira.
E A antinomia de segundo grau é sempre uma antinomia real.
Letra d.
A) Errado. A repristinação de leis revogadas em razão da revo-
gação de lei posterior sempre depende de previsão expressa,
mesmo no caso de leis temporárias.
B) Errado. O art. 6º, § 2º, da LINDB, protege o direito sob con-
dição suspensiva (= condição pré-estabelecida) como direito
adquirido. Lei nova não pode atingi-lo. O direito sob condição
suspensiva é um direito a obter algo após a ocorrência de um
evento futuro e incerto. Isso é protegido diante de leis novas.
C) Errado. Art. 7º, § 4º, LINDB (O regime de bens, legal ou
convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nuben-
tes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio
conjugal).
D) Certo. Aplica-se a lei do país do imóvel (art. 8º, LINDB)
E) Errado. Será uma antinomia aparente se envolver conflito
entre o critério cronológico e um dos outros dois critérios nor-
mativos (especialidade ou hierárquico).
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 51
Assinale a alternativa INCORRETA.
A Na união estável, a alteração do regime de bens pode ser retro-
ativa, desde que feita por escritura pública pelos conviventes.
B As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmen-
te responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade
causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo con-
tra os causadores do dano, se houver, por parte destes, cul-
pa ou dolo.
C A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio ju-
rídico se for relativa ou se cessar antes de realizada a condição
a que ele estiver subordinado.
D Em se tratando de obrigação de dar coisa certa, se para o me-
lhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas do Código Civil
atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé
ou de má-fé.
E Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimen-
tante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a
compensação e a repetibilidade.
Letra a.
A) Errado. Alteração de regime de bens não pode retroagir, con-
forme STJ. Os demais itens estão de acordo com a jurispru-
dência. Veja:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA
E DAS SUCESSÕES. (...) CELEBRAÇÃO DE ESCRI-
TURA PÚBLICA DE INCOMUNICABILIDADE PA-
TRIMONIAL COM EFICÁCIA RETROATIVA. IMPOS-
SIBILIDADE, POIS CONFIGURADA A ALTERAÇÃO
DE REGIME COM EFICÁCIA EX-TUNC, AINDA QUE
SOB O RÓTULO DE MERA DECLARAÇÃO DE FATO
PRÉ-EXISTENTE.
(...)”
(STJ, REsp 1845416/MS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRI-
GHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/08/2021, DJe
24/08/2021)
B) Certo. É o art. 43, CC:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito re-
gressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
destes, culpa ou dolo.
Certo. Veja art.
- 10592264483, 106 do
vedada, por CC:
quaisquer meios e a qualquer título,

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realiza-
da a condição a que ele estiver subordinado.
D) Certo. É o art. 242, CC:
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o
devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas nor-
mas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo
possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-
-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do pos-
suidor de boa-fé ou de má-fé.
E) Certo. É a Súmula n. 621/STJ:
Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o ali-
mentante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas
a compensação e a repetibilidade.
Questão 52
Assinale a alternativa INCORRETA.
A O agente público responderá pessoalmente por suas decisões
ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
B Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão con-
siderados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as
exigências das políticas públicas a seu cargo, ainda que em pre-
juízo dos direitos dos administrados.
C Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão con-
sideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
limitado ou condicionado a ação do agente.
D Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do agente.
E A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabe-
lecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conte-
údo indeterminado, impondo novo dever ou novo condiciona-
mento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime, efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Letra b.
É a alternativa condizente com os seguintes artigos da LINDB:
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, contro-
ladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de
modo expresso suas consequências jurídicas e administra-
tivas. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste arti-
go deverá, quando for o caso, indicar as condições para que
a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e
sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das pecu-
liaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,
serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem
prejuízo dos direitos dos administrados. (Regulamento)
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem
imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela pro-
vierem para a administração pública, as circunstâncias agra-
vantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta
na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e rela-
tivas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre nor-
ma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de
transição quando indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo propor-
cional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses
gerais. (Regulamento)
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
situação contenciosa na aplicação do direito público, inclu-
sive no caso de expedição de licença, a autoridade adminis-
trativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for
o caso, após realização de consulta pública, e presentes ra-
zões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com
os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído
pela Lei n. vedada,
13.655,por
de quaisquer
2018) (Regulamento)
meios e a qualquer título,

§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
I – buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficien-
te e compatível com os interesses gerais; (Incluído pela Lei
n. 13.655, de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
III – não poderá conferir desoneração permanente de dever
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação
geral; (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
IV – deverá prever com clareza as obrigações das partes, o
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso
de descumprimento. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por
suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro
grosseiro.
Questão 53
Assinale a alternativa INCORRETA:
A A ocupação indevida de bem público por pessoa de boa-fé au-
toriza a retenção ou a indenização por acessões e benfeitoria.
B Os registros de propriedade particular de imóveis situados em
terrenos de marinha não são oponíveis à União.
C É admissível a oposição de embargos de terceiro fundada em
alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda
de imóvel, ainda que desprovido do registro.
D A falta de registro do compromisso de compra e venda não dis-
pensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor.
E São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais
e materiais decorrentes de atos de perseguição política com
violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regi-
me militar.
Letra a.
É a alternativa condizente com as seguintes súmulas:
Súmula n. 619/STJ: A ocupação indevida de bem público
configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível
de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Súmula n. 496/STJ: Os registros de propriedade particular
de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponí-
veis à União.
Súmula n. 84/STJ: É admissível a oposição de embargos de
terceiro fundados em alegação de posse advinda do compro-
misso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido
do registro.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Súmula n. 647/STJ: São imprescritíveis as ações indeniza-
tórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de
perseguição política com violação de direitos fundamentais
ocorridos durante o regime militar.
Súmula n. 76/STJ: A falta de registro do compromisso de
compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação
para constituir em mora o devedor.
Questão 54
Assinale a alternativa correta:
A Considera-se imóvel, para os efeitos legais, o direito à suces-
são aberta, e móveis os materiais provisoriamente separados de
um prédio, para nele se reempregarem.
B Constitui universalidade de fato o complexo de relações jurídi-
cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
C São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, se
destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao afor-
moseamento de outro.
D O bem integrante de herança jacente só passa a ser de pro-
priedade do Poder Público com a sentença de declaração da
vacância, podendo, até ali, ser adquirido por usucapião.
E Aquele que possuir, como sua, área urbana de até quinhentos
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, ad-
quirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
Letra d.
É a alternativa condizente com os seguintes artigos do CC e
precedente do STJ:
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações cor-
respondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respec-
tivas ações.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de
bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham
destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade
podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao ser-
viço ou ao aformoseamento de outro.

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao ser-
viço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de
até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua mo-
radia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferi-
dos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente
do estado civil.
§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será re-
conhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMEN-
TO. HERANÇA JACENTE. USUCAPIÃO. FALTA DE
ARGUMENTOS NOVOS, MANTIDA A DECISÃO AN-
TERIOR. MATÉRIA JÁ PACIFICADA NESTA CORTE.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83.
(...)
II – O bem integrante de herança jacente só é devolvido ao
Estado com a sentença de declaração da vacância, podendo,
até ali, ser possuído ad usucapionem. Incidência da Súmula
83/STJ. Agravo improvido. (AgRg no Ag 1212745/RJ, Rel.
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 19/10/2010, DJe 03/11/2010)
Questão 55
A perda do bem adquirido em contrato oneroso, em função de sen-
tença que atribui a titularidade deste a terceiro, acarreta:
A Vício redibitório.
B Vício do produto.
C Evicção.
D Exceção de contrato não cumprido.
E Cláusula solve et repete.
Letra c.
Questão define evicção, que é disciplinada no art. 447 do CC:
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha
realizado em hasta pública.
Questão 56
Assinale a alternativa INCORRETA.
A O testamento público precisa de três testemunhas.
B Ao cego só se permite o testamento público.
C São nulos
O conteúdo os fideicomissos
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existi-
rem outros herdeiros necessários.
E Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Letra a.
Ao contrário do dito na alternativa “A”, o testamento públi-
co precisa de duas testemunhas (art. 1.864, II, CC). As demais
questões condizem com o texto legal. Veja os dispositivos:
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no
ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público:
I – ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em
seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador,
podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos;
II – lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião
ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo
testador, se o quiser, na presença destas e do oficial;
III – ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo
testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.
Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que
lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou
por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas,
designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada
menção no testamento.
Art. 1.959. São nulos os fideicomissos além do segundo grau.
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na igno-
rância de existirem outros herdeiros necessários.
Questão 57
Assinale a alternativa INCORRETA.
A A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de pres-
crição da pretensão.
B O dolo de aproveitamento é requisito da lesão.
C O devedor somente pode compensar com o credor o que este
lhe dever, mas o fiador pode compensar sua dívida com a de
seu credor ao afiançado.
D Não pode o adquirente demandar pela evicção se sabia que a
coisa era alheia ou litigiosa.
E Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e si-
métricos até a presença de elementos concretos que justifiquem
o afastamento dessa presunção.

Letra b.
A lesão não exige dolo de aproveitamento, ou seja, a ciência da
situação de premente necessidade ou de inexperiência (art. 157,
CC). Isso faz a alternativa “B” o gabarito. As demais alternati-
vas condizem com o texto legal. Veja:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação ma-
nifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os
valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negó-
cio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for ofereci-
do suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar
com a redução do proveito.
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo
prazo de prescrição da pretensão.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor
o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida
com a de seu credor ao afiançado.
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se
paritários e simétricos até a presença de elementos concretos
que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados
os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido
também que: (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
I – as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros ob-
jetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus
pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei
n. 13.874, de 2019)
II – a alocação de riscos definida pelas partes deve ser res-
peitada e observada; e (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – a revisão contratual somente ocorrerá de maneira ex-
cepcional e limitada.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se
sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Questão 58
Assinale a opção correta:
A Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por
perdas e danos, quando este o não executar.
B É admissível oferecer, como garantia do pagamento de uma dí-
vida, o direito hereditário que vier a surgir com a futura morte
de um parente.
C De acordo com o Código Civil, não se aplica a garantia da
evicção no
O conteúdo caso
deste livrodeeletrônico
aquisição de bem em
é licenciado hasta
para pública.
LORENA GAMA PEREIRA - 10592264483, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou im-
plicitamente o permita, só é admitida por meio de interpela-
ção judicial.
E Assalto à mão armada em transporte coletivo não exime o
transportador do dever de indenizar os consumidores que fo-
ram vítimas.
Letra a.
A) Certo. Art. 439, CC (“Aquele que tiver prometido fato de
terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não
executar”).
B) Errado. Art. 426, CC (“Não pode ser objeto de contrato a
herança de pessoa viva”).
C) Errado. Art. 447, CC (“Nos contratos onerosos, o alienante
responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aqui-
sição se tenha realizado em hasta pública”).
D) Errado. Basta notificação, ainda que extrajudicial
(art. 473, CC).
E) Errado. É o entendimento do STJ:
1. A Segunda Seção desta Corte Superior firmou entendi-
mento de que, não obstante a habitualidade da ocorrência
de assaltos em determinadas linhas, é de ser afastada a res-
ponsabilidade da empresa transportadora por se tratar de fato
inteiramente estranho à atividade de transporte (fortuito ex-
terno), acobertado pelo caráter da inevitabilidade (AgRg no
REsp 823.101/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe
28/06/2013).
Questão 59
Assinale a opção correta:
A A hipoteca só incide sobre bens imóveis.
B No regime da separação legal de bens, os bens adquiridos one-
rosamente ao longo do casamento se comunicam apenas se
houver prova de esforço comum.
C No caso de o segurado falecer em acidente de carro provocado
única e exclusivamente pela embriaguez do segurado na con-
dução do veículo, a seguradora fica isenta de pagar a cobertura
do seguro de vida.
D No caso de ação envolvendo a cobrança de contribuições de
condomínio edilício, é cabível a penhora do imóvel do condô-
mino inadimplente para a satisfação não apenas dessa dívida
propter rem, mas também dos honorários sucumbenciais devi-
dos pelo condômino inadimplente ao advogado do condomínio
nessa ação.
E É pacífico que o companheiro é herdeiro necessário.

Letra b.
A) Errado. Navios e aeronaves são bens móveis, mas podem ser
hipotecados (art. 1.473, CC).
B) Certo. STJ flexibilizou a Súmula n. 377/STF para exigir a
prova do esforço comum na comunicação dos aquestos (STJ,
EREsp 1623858/MG, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 23/05/2018, DJe 30/05/2018)
C) Errado. No caso de seguro de VIDA, não há exclusão por
embriaguez. A exclusão só acontece no caso de suicídio no pri-
meiro biênio (Súmula n. 620/STJ: “A embriaguez do segurado
não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista
em contrato de seguro de vida”).
D) Errado. Embora as contribuições (cotas) condominiais te-
nham natureza propter rem, não sucede o mesmo em relação
aos honorários de sucumbência devidos ao advogado do condo-
mínio na ação de cobrança de cotas condominiais. Como conse-
quência, não pode o advogado, com o objetivo de ver satisfeitos
os seus honorários sucumbenciais, pleitear a expropriação do
imóvel se este já não pertence mais ao réu da ação de cobrança
condominial (REsp 1730651/SP, Rel. Ministra NANCY AN-
DRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe
12/04/2019).
E) Errado. O tema ainda é controverso na doutrina.
Direito Processual Civil
Lídia Marangon
Questão 60
Assinale a alternativa correta acerca do entendimento jurispruden-
cial do STJ.
A A prisão civil do devedor de alimentos pode ser excepcio-
nalmente afastada, quando a técnica de coerção não se mos-
trar a mais adequada e eficaz para obrigá-lo a cumprir suas
obrigações.
B Fundo de investimento não pode sofrer os efeitos da aplicação
do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
C O Ministério Público possui legitimidade para promover a exe-
cução coletiva do art. 98 do Código de Defesa do Consumidor.
D É penhorável o bem de família oferecido como caução em con-
trato de locação comercial.
E O erro do sistema eletrônico do Tribunal de origem na indica-
ção do término do prazo recursal não é apto a configurar justa
causa para afastar a intempestividade do recurso.
Letra a.
A) Certo. A prisão civil do devedor de alimentos pode ser ex-
cepcionalmente afastada, quando a técnica de coerção não se
mostrar
O a mais
conteúdo deste adequada e eficaz
livro eletrônico para obrigá-lo
é licenciado a cumprir
para LORENA GAMAsuas
PEREIRA - 10592264483, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
obrigações. RHC 160.368-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, Ter-
ceira Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe
18/04/2022. (Informativo n. 733).
B) Errado. Fundo de investimento pode sofrer os efeitos da apli-
cação do instituto da desconsideração da personalidade jurídi-
ca. REsp 1.965.982-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe
08/04/2022. (Informativo n. 733).
C) Errado. O Ministério Público não possui legitimidade para
promover a execução coletiva do art. 98 do Código de Defesa
do Consumidor por ausência de interesse público ou social a
justificar sua atuação. REsp 1.801.518-RJ, Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado
em 14/12/2021, DJe 16/12/2021. (Informativo n. 722).
D) Errado. É impenhorável o bem de família oferecido como
caução em contrato de locação comercial. REsp 1.789.505-SP,
Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade, julga-
do em 22/03/2022, DJe 07/04/2022. (Informativo n. 732).
E) Errado. O erro do sistema eletrônico do Tribunal de origem
na indicação do término do prazo recursal é apto a configurar
justa causa para afastar a intempestividade do recurso. A falha
induzida por informação equivocada prestada por sistema ele-
trônico de tribunal deve ser levada em consideração, em ho-
menagem aos princípios da boa-fé e da confiança, para a aferi-
ção da tempestividade do recurso. EAREsp 1.759.860-PI, Rel.
Min. Laurita Vaz, Corte Especial, por unanimidade, julgado em
16/03/2022, DJe 21/03/2022 (Informativo n. 730).
Questão 61
Assinale a alternativa incorreta acerca do entendimento jurispru-
dencial do STJ.
A Compete à Justiça da Infância e da Juventude processar e jul-
gar causas envolvendo reformas de estabelecimento de ensino
de crianças e adolescentes.
B Não tem legitimidade ativa para propor ação indenizatória por
danos morais a mãe de pessoa impossibilitada de usar cartão de
crédito em viagem internacional.
C É possível a desconsideração da personalidade jurídica inci-
dentalmente no processo falimentar, independentemente de
ação própria, verificada a fraude e a confusão patrimonial entre
a falida e outras empresas.
D O incidente de desconsideração da personalidade jurídica po-
derá ser instaurado de ofício pelo magistrado, pois revela exce-
ção ao princípio da inércia.
E Segundo o STJ, cabe ao magistrado determinar o regime fe-
chado para cumprimento da prisão civil de acordo com o caso
específico e a observância do contexto epidemiológico local.

Letra d.
A) Certo. Compete à Justiça da Infância e da Juventude proces-
sar e julgar causas envolvendo reformas de estabelecimento de
ensino de crianças e adolescentes. AREsp 1.840.462-SP, Rel.
Min. Francisco Falcão, Segunda Turma, por unanimidade, jul-
gado em 15/03/2022, DJe 18/03/2022. (Informativo n. 729).
B) Certo. Não tem legitimidade ativa para propor ação indeni-
zatória por danos morais a mãe de pessoa impossibilitada de
usar cartão de crédito em viagem internacional. A má prestação
de serviço consistente em bloqueio de cartão de crédito sem
notificação, impedindo a sua utilização em viagem internacio-
nal, configura apenas um vício de qualidade que torna o ser-
viço impróprio ao consumo, na forma do art. 20 do CDC, não
incidindo, assim, os arts. 17 e 29 do CDC, carecendo a mãe
da destinatária dos serviços de legitimidade ativa para propor
a respectiva ação indenizatória. REsp 1.967.728-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
22/03/2022, DJe 25/03/2022. (Informativo n. 730).
C) Certo. É possível a desconsideração da personalidade jurídi-
ca incidentalmente no processo falimentar, independentemente
de ação própria, verificada a fraude e a confusão patrimonial
entre a falida e outras empresas. REsp 1.686.123-SC, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 22/03/2022. (Informativo n. 730).
D) Errado. Art. 133 CPC. O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
E) Certo. Cabe ao magistrado determinar o regime fechado para
cumprimento da prisão civil de acordo com o caso específico e
a observância do contexto epidemiológico local. A Recomen-
dação CNJ n. 122, de 3 de novembro de 2021, trouxe novas
variáveis a serem consideradas pelo Estado-Juiz durante a aná-
lise dos pedidos de prisão civil, quais sejam: a) o contexto epi-
demiológico local e a situação concreta dos casos no município
e da população carcerária; b) o calendário vacinal do município
de residência do devedor de alimentos, em especial se já lhe foi
ofertada a dose única ou todas as doses da vacina; c) a eventual
recusa do devedor em vacinar-se como forma de postergar o
cumprimento da obrigação alimentícia. Processo sob segredo
judicial, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimida-
de, julgado em 05/04/2022. (Informativo n. 732).
Questão 62
Assinale a alternativa incorreta sobre a intervenção de terceiros.
A Não cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocu-
tórias que versarem sobre admissão ou inadmissão de interven-
ção de terceiros.
B Havendo intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará
procederdeste
O conteúdo à respectiva anotação
livro eletrônico pelo distribuidor.
é licenciado para LORENA GAMA PEREIRAos prazos a quevedada,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro eco-
nomicamente interessado em que a sentença seja favorável a
uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
D O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,
exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus
processuais que o assistido.
E A assistência simples não obsta que a parte principal reconheça
a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direi-
to sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos con-
trovertidos.
Letra c.
A) Certo. Art. 1.015 CPC. Cabe agravo de instrumento contra as
decisões interlocutórias que versarem sobre: IX – admissão ou
inadmissão de intervenção de terceiros;
B) Certo. Art. 286 CPC. Parágrafo único. Havendo intervenção
de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objeti-
va do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva
anotação pelo distribuidor.
C) Errado. Art. 119 CPC. Pendendo causa entre 2 (duas) ou
mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a
sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo
para assisti-la.
D) Certo. Art. 121 CPC. O assistente simples atuará como auxi-
liar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-
-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
E) Certo. Art. 122 CPC. A assistência simples não obsta a que
a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da
ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija
sobre direitos controvertidos.
Questão 63
Sobre os prazos, assinale a alternativa correta.
A Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado,
pode o juiz exceder, pelo triplo do tempo, os prazos a que está
submetido.
B O juiz proferirá as sentenças no prazo de 15 (quinze) dias.
C O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a De-
fensoria Pública e o Ministério Público será contado da cita-
ção, da intimação ou da notificação.
D O STJ entende que o prazo em dobro para o Ministério Público
afronta o princípio da isonomia processual.
E Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendi-
dos entre 20 de dezembro e 06 de janeiro, inclusive.
Letra c.
A) Errado. Art. 227 CPC. Em qualquer grau de jurisdição, ha-
vendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo,
- 10592264483, está submetido.
por quaisquer meios e a qualquer título,

B) Errado. Art. 226 CPC. O juiz proferirá: I – os despachos no
prazo de 5 (cinco) dias;
II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
C) Certo. Art. 230 CPC. O prazo para a parte, o procurador, a
Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Ministério Público
será contado da citação, da intimação ou da notificação.
D) Errado. Não há esse entendimento no âmbito do STJ. Art.
180 CPC. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação
pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
E) Errado. Art. 220 CPC. Suspende-se o curso do prazo pro-
cessual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro, inclusive.
Questão 64
Sobre competência e o entendimento jurisprudencial do STJ, assi-
nale a alternativa incorreta:
A Compete à Justiça Comum julgar a participação de trabalha-
dores ativos e aposentados no conselho de administração de
sociedades anônimas.
B Compete ao árbitro julgar a ação de despejo apesar da cláusula
compromissória no contrato de locação.
C Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm compe-
tência para o julgamento de ações decorrentes de acidente de
trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro Social figure
como parte.
D O juízo deprecante é o competente para a degravação de depoi-
mento colhido por carta precatória.
E Compete ao juízo da execução realizar a alienação judicial ele-
trônica, ainda que o bem esteja situado em comarca diversa.
Letra b.
A) Certo. Compete à Justiça Comum julgar a participação de
trabalhadores ativos e aposentados no conselho de adminis-
tração de sociedades anônimas. CC 164.709/MG (Informati-
vo n. 694).
B) Errado. Compete ao juiz togado julgar a ação de despejo ape-
sar da cláusula compromissória no contrato de locação. REsp
1.481.644-SP (Informativo n. 699).
C) Certo. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm
competência para o julgamento de ações decorrentes de aciden-
te de trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro Social
figure como parte. REsp 1.866.015-SP (Informativo n. 688).
D) Certo. Na vigência do CPC/2015, o juízo deprecante é o
competente para a degravação de depoimento colhido por carta
precatória. CC 150.252-SP (Informativo n. 674).
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
E) Certo. Compete ao juízo da execução realizar a alienação
judicial eletrônica, ainda que o bem esteja situado em comarca
diversa. CC 147.746-SP (Informativo n. 673).
Questão 65
A interdição não pode ser promovida:
A pelo cônjuge.
B pelo companheiro.
C pelo tutor.
D pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o
interditando.
E pelo Ministério Público em caso de doença mental leve.
Letra e.
Art. 747 CPC. A interdição pode ser promovida:
I – pelo cônjuge ou companheiro;
II – pelos parentes ou tutores;
III – pelo representante da entidade em que se encontra abriga-
do o interditando;
IV – pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por do-
cumentação que acompanhe a petição inicial.
Art. 748 CPC. O Ministério Público só promoverá interdição
em caso de doença mental grave:
I – se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não
existirem ou não promoverem a interdição;
II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos
incisos I e II do art. 747.
Questão 66
Sobre o procedimento da tutela e curatela, assinale a alternativa
incorreta:
A A curatela é levantada quando cessa a causa que a determinou.
B O pedido de levantamento da curatela não poderá ser feito pelo
próprio interdito.
C Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legítimo inte-
resse requerer, nos casos previstos em lei, a remoção do tutor
ou do curador.
D Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender o tutor
ou o curador do exercício de suas funções, nomeando substitu-
to interino.
E Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de
contas pelo tutor ou pelo curador.
Letra b.
A) Certo. Art. 756 CPC. Levantar-se-á a curatela quando cessar
a causa que a determinou.

B) Errado. Art. 756 § 1º CPC. O pedido de levantamento da
curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo curador ou pelo
Ministério Público e será apensado aos autos da interdição.
C) Certo. Art. 761 CPC. Incumbe ao Ministério Público ou a
quem tenha legítimo interesse requerer, nos casos previstos em
lei, a remoção do tutor ou do curador.
D) Certo. Art. 762 CPC. Em caso de extrema gravidade, o juiz
poderá suspender o tutor ou o curador do exercício de suas fun-
ções, nomeando substituto interino.
E) Certo. Art. 763 § 2º CPC. Cessada a tutela ou a curatela, é
indispensável a prestação de contas pelo tutor ou pelo curador,
na forma da lei civil.
Questão 67
Sobre o procedimento da organização e fiscalização das funda-
ções, assinale a alternativa correta:
A Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá
em juízo a extinção da fundação quando se tornar ilícito o
seu objeto.
B Somente o Ministério Público promoverá em juízo a extinção
da fundação quando for impossível a sua manutenção.
C Qualquer interessado, com exceção do Ministério Público,
promoverá em juízo a extinção da fundação quando vencer o
prazo de sua existência.
D O Ministério Público não pode exigir modificações no estatuto
das fundações.
E O Ministério Público não pode elaborar o estatuto das
fundações.
Letra a.
A) Certo. Art. 765 CPC. Qualquer interessado ou o Ministério
Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto; II – for impossível a sua manu-
tenção; III – vencer o prazo de sua existência.
B) Errado. Art. 765 CPC. Qualquer interessado ou o Ministério
Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto; II – for impossível a sua manu-
tenção; III – vencer o prazo de sua existência.
C) Errado. Art. 765 CPC. Qualquer interessado ou o Ministério
Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto; II – for impossível a sua manu-
tenção; III – vencer o prazo de sua existência.
D) Errado. Art. 764 CPC. O juiz decidirá sobre a aprovação do
estatuto das fundações e de suas alterações sempre que o re-
queira o interessado, quando:
I – ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por
este forem exigidas modificações com as quais o interessado
não concorde;
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
E) Errado. Art. 764 CPC. O juiz decidirá sobre a aprovação do
estatuto das fundações e de suas alterações sempre que o re-
queira o interessado, quando:
II – o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Minis-
tério Público.
Questão 68
Sobre as ações possessórias, assinale a alternativa correta.
A Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou
de ato por ambos praticado.
B O valor da causa nas ações fundadas em posse, tais como as
ações possessórias, os embargos de terceiro e a oposição, deve
coincidir obrigatoriamente com o valor da propriedade.
C Não há fungibilidade entre as ações possessórias.
D Não é permitida a cumulação pelo autor de pedido posses-
sório com o de condenação em perdas e danos e indenização
dos frutos.
E Na pendência de ação possessória é vedado, apenas ao réu,
propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pre-
tensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Letra a.
A) Certo. Art. 73, §2º CPC Nas ações possessórias, a participa-
ção do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
B) Errado. Enunciado n. 178 FPPC: O valor da causa nas ações
fundadas em posse, tais como as ações possessórias, os em-
bargos de terceiro e a oposição, deve considerar a expressão
econômica da posse, que não obrigatoriamente coincide com o
valor da propriedade.
C) Errado. Art. 554 CPC. A propositura de uma ação possessó-
ria em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido
e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressu-
postos estejam provados.
D) Errado. Art. 555 CPC. É lícito ao autor cumular ao pedido
possessório o de: I – condenação em perdas e danos; II – inde-
nização dos frutos.
E) Errado. Art. 557 CPC. Na pendência de ação possessória é
vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconheci-
mento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face
de terceira pessoa.

Questão 69
Sobre o entendimento sumulado do STJ, assinale a alternati-
va correta.
A A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança
quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a)
existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que pres-
tou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado;
b) manifestação a respeito do mérito nas informações presta-
das; e c) ausência de modificação de competência estabelecida
na Constituição Federal.
B O Ministério Público não tem legitimidade ativa para atuar na
defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos
dos consumidores.
C O ente público não detém legitimidade e interesse para intervir,
incidentalmente, na ação possessória entre particulares.
D Cabe o habeas-data ainda que haja recusa de informações por
parte da autoridade administrativa.
E É penhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, ainda que a renda obtida com a locação seja
revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Letra a.
A) Certo. Súmula n. 628 STJ – A teoria da encampação é apli-
cada no mandado de segurança quando presentes, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hie-
rárquico entre a autoridade que prestou informações e a que
ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito
do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modifica-
ção de competência estabelecida na Constituição Federal.
B) Errado. Súmula n. 601 STJ – O Ministério Público tem legi-
timidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos
e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decor-
rentes da prestação de serviço público.
C) Errado. Súmula n. 637 STJ – O ente público detém legiti-
midade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação pos-
sessória entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria
defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.
D) Errado. Súmula n. 02 STJ Não cabe o habeas data (CF, art.
5., LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por
parte da autoridade administrativa.
E) Errado. Súmula n. 486 STJ – É impenhorável o único imóvel
residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que
a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência
ou a moradia da sua família.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Direito Eleitoral
Weslei Machado
Questão 70
A partir das disposições contidas no Código Eleitoral e na Lei n.
9.504/1997, pode-se afirmar que constitui hipótese para a reali-
zação de revisão de eleitorado de ofício pelo Tribunal Superior
Eleitoral:
A quando o número de transferências eleitorais do ano em curso
superar em vinte por cento ao do ano anterior.
B quando o número de eleitores superar em sessenta e cinco por
cento a população projetada para aquele ano pelo IBGE.
C quando o número de eleitores superar o número de pessoas en-
tre dez e quinze anos somada ao número daqueles com mais de
setenta anos de um município.
D quando houve denúncia fundamentada de fraude no alistamen-
to eleitoral em uma zona ou em um município.
E quando houver provas de fraude comprometedora no alista-
mento eleitoral em uma zona ou em um município.
Letra b.
De acordo com o art. 92 da Lei n. 9.504/1997, o Tribunal Su-
perior Eleitoral, ao conduzir o processamento dos títulos elei-
torais, determinará de ofício a revisão ou correição das zonas
eleitorais sempre que:
I – o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em
curso seja dez por cento superior ao do ano anterior;
II – o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez
e quinze anos, somada à de idade superior a setenta anos do
território daquele município;
III – o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da
população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Por essa disposição, pode-se afirmar que a alternativa correta
é a letra B.

Questão 71
Conforme o entendimento jurisprudencial firmado pelo Tribunal
Superior Eleitoral e as disposições do Código Eleitoral sobre o
crime de corrupção eleitoral, assinale a alternativa correta:
A não há a configuração do crime de corrupção eleitoral em caso
de oferta ou promessa de vantagem que se dê em troca da abs-
tenção do voto.
B em caso de oferta ou promessa de dinheiro em troca do voto, se
a oferta não for aceita, tem-se a prática da corrupção eleitoral,
na forma tentada.
C a configuração do crime de corrupção eleitoral prescinde de
pedido explícito de votos.
D ao crime de corrupção eleitoral, admite-se a aplicação do prin-
cípio da insignificância.
E a configuração do crime de corrupção eleitoral dispensa a com-
provação de dolo específico.
Letra c.
De acordo com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral,
firmado no julgamento do RESPE n. 58.245, a configuração do
delito previsto neste artigo não exige pedido expresso de voto,
mas sim a comprovação da finalidade de obter ou dar voto ou
prometer abstenção.
Com isso, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra C.
As demais alternativas estão incorretas, pelas seguintes razões:
A) Errada. Segundo o art. 299 do Código Eleitoral, dar, ofere-
cer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, di-
nheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar
voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta
não seja aceita.
B) Errada. Ainda que a oferta não seja aceita, tem-se o crime
de corrupção eleitoral, na forma consumada, já que se trata de
crime formal.
D) Errada. Nos termos do entendimento do Tribunal Superior
Eleitoral, firmado no julgamento do ADI n. 106-72, ao crime de
corrupção eleitoral, não se aplica o princípio da insignificância.
E) Errada. Conforme o entendimento firmado pelo Tribunal
Superior Eleitoral, firmado no julgamento do AG n. 6.014, a
configuração do crime de corrupção eleitoral depende da com-
provação de dolo específico.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 72
Sobre as disposições contidas na Lei das Eleições sobre a propa-
ganda eleitoral, assinale a alternativa correta:
A admite-se a realização de propaganda eleitoral a partir do dia
15 de agosto do ano das eleições.
B nas dependências do Poder Legislativo, bem público, proíbe-se
a realização de propaganda eleitoral.
C ao longo de vias públicas, entre às 8h e 22h, admite-se a colo-
cação de mesas de distribuição de material de campanha.
D a realização de comícios e a utilização de aparelhagens de so-
norização fixas são permitidas no horário compreendido entre
às 8h e 24h.
E não há a proibição de realização de lives eleitorais, ainda que
contem com a participação de artistas.
Letra d.
De acordo com o art. 39, parágrafo quarto, da Lei n. 9.504/1997,
a realização de comícios e a utilização de aparelhagens de sono-
rização fixas são permitidas no horário compreendido entre às
8 (oito) e às 24 (vinte e quatro) horas, com exceção do comício
de encerramento da campanha, que poderá ser prorrogado por
mais 2 (duas) horas.
Com isso, pode-se afirmar que a alternativa correta é a letra D.
As demais alternativas estão incorretas pelas seguintes razões:
A) Errada. Segundo o art. 36 da Lei n. 9.504/1997, admite-se
a realização de propaganda eleitoral após o dia 15 de agosto
do ano da eleições, ou seja, a partir do dia 16 de agosto do ano
da eleição.
B) Errada. Nos termos do art. 37, parágrafo terceiro, da Lei n.
9.504/1997, nas dependências do Poder Legislativo, a veicula-
ção de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora.
C) Errada. Conforme o art. 37, parágrafo sexto, da Lei n.
9.504/1997, ao longo de vias públicas, entre às 6h e 22h,
admite-se a colocação de mesas de distribuição de material
de campanha.
E) Errada. Para o Tribunal Superior Eleitoral, conforme enten-
dimento firmado no julgamento da Cta n. 060124124323, “é
vedada a realização de eventos com a presença de candidatos
e de artistas em geral, transmitidos pela Internet e assim deno-
minados lives eleitorais, pois equivalem à figura do showmício,
ainda que em formato distinto”.

Tutela dos Direitos Difusos, Coletivos e
Individuais Homogêneos
Nilton Carlos
Questão 73
Preocupado com a manutenção dos ecossistemas livres de altera-
ções causadas por interferência humana em áreas do município, o
prefeito resolve criar uma unidade de conservação.
Nesta hipótese, tendo em vista que o objetivo é preservar a natu-
reza, assinale a alternativa que contempla a espécie de unidade de
conservação mais adequada para a situação apresentada.
A Área de Proteção Ambiental.
B Área de Relevante Interesse Ecológico.
C Floresta Nacional.
D Reserva Biológica.
E Reserva de Desenvolvimento Sustentável.
Letra d.
Art. 7 Lei n. 9.985: § 1º O objetivo básico das Unidades de Pro-
teção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o
uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos
previstos nesta Lei.
Art. 8º O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto
pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
I – Estação Ecológica;
II – Reserva Biológica;
III – Parque Nacional;
IV – Monumento Natural;
V – Refúgio de Vida Silvestre.
Obs.: as demais alternativas contemplam hipóteses de unidades
de conservação de USO sustentável.
Questão 74
A ação popular é um importante instrumento para proteção de in-
teresses transindividuais. Deste modo, no tocante ao referido ins-
trumento, assinale a alternativa incorreta:
A Conforme a origem do ato impugnado, é competente para co-
nhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo
com a organização judiciária de cada Estado, o for para as cau-
sas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou
ao Município.
B Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Dis-
trito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas
criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito pú-
blico, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acio-
nistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas
ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
C Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qual-
quer outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das cau-
sas da União, se houver; quando interessar simultaneamente ao
Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do
Estado, se houver.
D A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para to-
das as ações que forem posteriormente intentadas contra as
mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
E Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão do ato
lesivo impugnado, desde que tenha havido apresentação de de-
fesa pelo causador do ato lesivo ou o decurso do seu prazo.
Letra e.
A) Certa. Lei n. 4.717 – Art. 5º Conforme a origem do ato im-
pugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e
julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de
cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao
Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
B) Certa. Lei n. 4.717 – Art. 5º § 1º Para fins de competência,
equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou
dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por es-
sas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das
sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou en-
tidades por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham
interesse patrimonial.
C) Certa. Lei n. 4.717 – Art. 5º § 2º Quando o pleito interessar
simultaneamente à União e a qualquer outra pessoas ou enti-
dade, será competente o juiz das causas da União, se houver;
quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município,
será competente o juiz das causas do Estado, se houver.
D) Certa. Lei n. 4.717 – Art. 5º § 3º A propositura da ação preve-
nirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem poste-
riormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos
fundamentos.
E) Errada. Lei n. 4.717 – Art. 5º § 4º Na defesa do patrimônio
público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.

Questão 75
Com base na Lei n. 7.347/1985, assinale a alternativa incorreta:
A Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitima-
das habilitarem-se como litisconsortes de qualquer das partes.
B Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por as-
sociação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
assumirá a titularidade ativa.
C O requisito da pré-constituição (no caso das associações) po-
derá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
D Admitir-se-á o litisconsórcio passivo facultativo entre os Mi-
nistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
E Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessa-
dos compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências
legais, mediante cominações, que terá eficácia de título execu-
tivo extrajudicial.
Letra d.
A) Certa. Art. 5º, § 2º Fica facultado ao Poder Público e a ou-
tras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se
como litisconsortes de qualquer das partes.
B) Certa. Art. 5º, § 3º Em caso de desistência infundada ou
abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Pú-
blico ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
C) Certa. Art. 5º, § 4º O requisito da pré-constituição poderá
ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.
D) Errada. Facultativo entre os Ministérios Públicos da União,
do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e di-
reitos de que cuida esta lei.
E) Certa. Art. 5º, § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão
tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua
conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá
eficácia de título executivo extrajudicial.
Questão 76
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz em seu texto um capí-
tulo específico abordando a Proteção Judicial dos Interesses Indi-
viduais, Difusos e Coletivos.
Assinale o ente/órgão que não está expressamente elencado no rol
de legitimados para ações cíveis fundadas em interesses coletivos
ou difusos de crianças e adolescentes:
A a defensoria Pública.
B o Ministério Público.
C a União.
D os municípios.
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E os territórios.
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra a.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a auto-
rização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
Questão 77
A Justiça da Infância e da Juventude não é competente para:
A conhecer de representações promovidas pelo Ministério Pú-
blico, para apuração de ato infracional atribuído à criança ou
adolescente, aplicando as medidas cabíveis.
B conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes.
C conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, di-
fusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado
o disposto no art. 209.
D conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades
de atendimento, aplicando as medidas cabíveis.
E conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, apli-
cando as medidas cabíveis.
Letra a.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Pú-
blico, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção
do processo;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individu-
ais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, ob-
servado o disposto no art. 209;
V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti-
dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações
contra norma de proteção à criança ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
aplicando as medidas cabíveis.

Questão 78
Segundo o código de defesa do consumidor, são direitos básicos
do consumidor, EXCETO:
A a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos pro-
dutos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
dade nas contratações.
B a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
e serviços.
C a modificação das cláusulas contratuais ou sua revisão.
D a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e mo-
rais, individuais, coletivos e difusos.
E a garantia de práticas de crédito responsável, de educação fi-
nanceira e de prevenção e tratamento de situações de superen-
dividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívi-
da, entre outras medidas.
Letra c.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
XI – a garantia de práticas de crédito responsável, de educação
financeira e de prevenção e tratamento de situações de supe-
rendividamento, preservado o mínimo existencial, nos termos
da regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da
dívida, entre outras medidas;
Questão 79
O Estatuto do Idoso menciona a possibilidade de aplicação de medi-
das de proteção ao idoso sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado; por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
entidade de atendimento; ou em razão de sua condição pessoal.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Neste caso é incorreto afirmar que, verificada qualquer das hipó-
teses acima descritas, o Ministério Público poderá determinar a
seguinte medida:
A encaminhamento à família ou curador, mediante termo de res-
ponsabilidade.
B orientação, apoio e acompanhamento perpétuos.
C requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulato-
rial, hospitalar ou domiciliar.
D inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orien-
tação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou
ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que
lhe cause perturbação.
E abrigo em entidade.
Letra b.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43,
o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento da-
quele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambu-
latorial, hospitalar ou domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas
ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que
lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
Questão 80
No tocante à responsabilidade na área ambiental, assinale a alter-
nativa correta:
A A doutrina e jurisprudência não admitem o dano moral am-
biental difuso.
B A Lei n. 6.938/1981 fez menção ao princípio do poluidor-paga-
dor, mas não abordou o tema responsabilidade civil, cujos parâ-
metros foram estabelecidos pela Constituição Federal de 1988.
C A Lei n. 6.938/1981 estabeleceu que o poluidor é obrigado, in-
dependentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por
sua atividade.
D A responsabilidade civil na área ambiental rege-se pela teoria
do risco administrativo.
E A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera penal e civil
possui expressa previsão na Constituição Federal, a qual atri-
buiu responsabilidade subjetiva ao causador do dano.

Letra c.
Art. 14 – § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previs-
tas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos
causados ao meio ambiente.
A) Errada. A doutrina e jurisprudência admitem o dano moral
ambiental difuso.
B) Errada. A Lei n. 6.938/1981 fez menção ao princípio do po-
luidor-pagador e abordou o tema responsabilidade civil (Art.
14 – § 1º).
C) Certa. A Lei n. 6.938/1981 estabeleceu que o poluidor é obri-
gado, independentemente da existência de culpa, a indenizar
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
afetados por sua atividade. Art. 14 – § 1º.
D) Errada. A responsabilidade civil na área ambiental rege-se
pela teoria do risco integral.
E) Errada. A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera penal
e civil possui expressa previsão na Constituição Federal, a qual
atribuiu responsabilidade objetiva na esfera cível.
Questão 81
O embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas é uma
sanção administrativa que tem por objetivo impedir a continuidade
do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar
viabilidade à recuperação da área degradada, devendo restringir-se
exclusivamente ao local onde verificou-se a prática do ilícito.
Caso haja o descumprimento ou violação do embargo:
A a autoridade competente deverá comunicar imediatamente ao
Ministério Público para que seja apurado o cometimento de
infração penal.
B a autoridade competente deverá comunicar imediatamente ao
Ministério Público para que seja apurada a responsabilidade
administrativa.
C a autoridade competente deverá comunicar ao Ministério Pú-
blico, no prazo máximo de setenta e duas horas, para que seja
apurado o cometimento de infração penal.
D a autoridade competente deverá comunicar o fato à autoridade
policial para instauração de inquérito policial por crime de de-
sobediência.
E a autoridade competente deverá comunicar ao Ministério Pú-
blico, no prazo de cinco dias, para que seja instaurado inqué-
rito civil.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Letra c.
Art. 108 – Decreto n. 6.514/2008 § 1º No caso de descumpri-
mento ou violação do embargo, a autoridade competente, além
de adotar as medidas previstas nos arts. 18 e 79, deverá comu-
nicar ao Ministério Público, no prazo máximo de setenta e duas
horas, para que seja apurado o cometimento de infração penal.
Questão 82
No tocante à proteção da probidade administrativa, assinale a al-
ternativa correta:
A Na ação por improbidade administrativa, o pedido de indis-
ponibilidade de bens dos réus poderá ser feito somente após o
ajuizamento da ação principal.
B Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens in-
cluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
C O pedido de indisponibilidade de bens poderá ser deferido caso
haja demonstração no caso concreto de perigo de dano irrepa-
rável ou de risco ao resultado útil do processo, não sendo ne-
cessário que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência
dos atos descritos na petição inicial.
D Em nenhuma hipótese a indisponibilidade de bens poderá ser
decretada sem a oitiva prévia do réu.
E O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano
indicada na petição inicial, sendo proibida a sua substituição
por caução.
Letra b.
A) Errada. Art. 16. Na ação por improbidade administrativa po-
derá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente, pe-
dido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a
integral recomposição do erário ou do acréscimo patrimonial
resultante de enriquecimento ilícito.
B) Certa. Art. 16. § 2º Quando for o caso, o pedido de indispo-
nibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a
investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos
termos da lei e dos tratados internacionais.
C) Errada. Art. 16. § 3º O pedido de indisponibilidade de bens a
que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante
a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável
ou de risco ao resultado útil do processo, desde que o juiz se
convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na
petição inicial com fundamento nos respectivos elementos de
instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
D) Errada. Art. 16. § 4º A indisponibilidade de bens poderá ser
decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório

prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medi-
da ou houver outras circunstâncias que recomendem a proteção
liminar, não podendo a urgência ser presumida.
E) Errada. Art. 16. § 6º O valor da indisponibilidade considerará
a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a
sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por
seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem como a
sua readequação durante a instrução do processo.
Questão 83
Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de ato de
improbidade administrativa que viola princípios da Administra-
ção Pública:
A deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, des-
de que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
irregularidades.
B realizar operação financeira sem observância das normas legais
e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea.
C conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância
das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
D frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seleti-
vo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patri-
monial efetiva.
E ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas
em lei ou regulamento.
Letra a.
A) Certa. Art. 11, VI – deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso,
com vistas a ocultar irregularidades.
B) Errada. Art. 10, VI – realizar operação financeira sem obser-
vância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea.
C) Errada. Art. 10, VII – conceder benefício administrativo ou
fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamen-
tares aplicáveis à espécie.
D) Errada. Art. 10, VIII – frustrar a licitude de processo licita-
tório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente,
acarretando perda patrimonial efetiva; (Redação dada pela Lei
n. 14.230, de 2021).
E) Errada. Art. 10, IX – ordenar ou permitir a realização de des-
pesas não autorizadas em lei ou regulamento.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 84
Com base no disposto no CDC, assinale a alternativa incorreta:
Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quanti-
dade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente
e à sua escolha:
A o abatimento proporcional do preço.
B complementação do peso ou medida.
C a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca
ou modelo, sem os aludidos vícios.
D a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atuali-
zada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
E a reexecução dos serviços, com custo adicional.
Letra e.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví-
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as va-
riações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – o abatimento proporcional do preço;
II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie,
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível; (Art. 20. Fornecimento de serviços)

Questão 85
Segundo estabelece o estatuto da pessoa com deficiência, nos pro-
cessos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes
medidas, EXCETO:
A disponibilização de formulário de inscrição de exames com
campos específicos para que o candidato com deficiência in-
forme os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação.
B disponibilização de provas em formatos acessíveis para
atendimento às necessidades específicas do candidato com
deficiência.
C dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candi-
dato com deficiência, tanto na realização de exame para seleção
quanto nas atividades acadêmicas, independentemente de pré-
via solicitação, mas desde que comprovada sua necessidade.
D adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursi-
vas ou de redação que considerem a singularidade linguística
da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita
da língua portuguesa.
E tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.
Letra c.
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem
ser adotadas as seguintes medidas:
A) Certa. II – disponibilização de formulário de inscrição de
exames com campos específicos para que o candidato com de-
ficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia
assistiva necessários para sua participação;
B) Certa. III – disponibilização de provas em formatos acessí-
veis para atendimento às necessidades específicas do candidato
com deficiência;
C) Errada. V – dilação de tempo, conforme demanda apresenta-
da pelo candidato com deficiência, tanto na realização de exame
para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante pré-
via solicitação e comprovação da necessidade;
D) Certa. VI – adoção de critérios de avaliação das provas escri-
tas, discursivas ou de redação que considerem a singularidade
linguística da pessoa com deficiência, no domínio da modalida-
de escrita da língua portuguesa;
E) Certa. VII – tradução completa do edital e de suas retifica-
ções em Libras.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 86
O Estudo de Impacto de Vizinhança será executado de forma a
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente
na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das
seguintes questões, EXCETO:
A adensamento populacional.
B desvalorização imobiliária.
C geração de tráfego e demanda por transporte público.
D ventilação e iluminação.
E paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Letra b.
Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos
positivos e negativos do empreendimento ou atividade quan-
to à qualidade de vida da população residente na área e suas
proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguin-
tes questões:
A) I – adensamento populacional;
B) IV – valorização imobiliária;
C) V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
D) VI – ventilação e iluminação;
E) VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Direitos Humanos
Alice Rocha
Questão 87
O Brasil adotou uma sistemática diferenciada para o processo de
internalização de tratados em direitos humanos. Nesse sentido, foi
aprovado com quórum de emenda constitucional, adquirindo, por-
tanto, hierarquia constitucional:
A Acordo de Marraquexe, para a criação da Organização Mun-
dial do Comércio (OMC).
B Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
C Convenção Americana Sobre Direitos Humanos − Pacto de
San José da Costa Rica.
D Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher
E Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação
Racial e outras formas Correlatas de Intolerância.

Letra e.
O Brasil possui somente quatro acordos com status de emenda
constitucional. Convenção da ONU sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinado em
2007, aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado e deposi-
tado em 2008, sendo promulgado na ordem interna pelo Decre-
to n. 6.949/2009.
Tratado de Marraquexe, aprovado para facilitar o acesso a obras
publicadas às pessoas cegas, com deficiência visual ou com ou-
tras dificuldades para aceder ao texto impresso. Assinado em
2013, aprovado pelo Congresso Nacional em 2015 (quórum de
EC) e promulgado em 8 de outubro de 2018.
Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação
Racial e Formas Correlatas de Intolerância, assinada em 5 de
junho de 2013. Aprovada em 19 de fevereiro de 2021 (Dec.
Legislativo n. 01/2021) e ratificada em 28 de maio de 2021,
perante a OEA. Promulgado pelo Dec. n. 10.932, de 10 de ja-
neiro de 2022.
Questão 88
A Política Nacional de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e
suas interseccionalidades, instituída pela Resolução n. 425/2021 do
Conselho Nacional de Justiça, estabelece como objetivos, exceto:
A assegurar o amplo acesso à justiça às pessoas em situação de
rua, de forma célere e simplificada.
B monitorar o andamento e a solução das ações judiciais envol-
vendo a temática.
C estimular a adoção de medidas preventivas de litígios que en-
volvam as pessoas em situação de rua no âmbito do sistema
multiportas.
D assegurar o acesso das pessoas em situação de rua à identifica-
ção civil básica e ao alistamento eleitoral obrigatório.
E fomentar e realizar processos de formação continuada de
magistrados e servidores judiciários e demais órgãos do Po-
der Público.
Letra d.
A letra D é a única alternativa que não está contemplada no
artigo 1º da Resolução n. 425/2021, do Conselho Nacional de
Justiça, tendo em vista que não é mencionada a palavra “obri-
gatório”. Veja a literalidade do inciso X:
X – assegurar o acesso das pessoas em situação de rua à
identificação civil básica e ao alistamento eleitoral.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
Questão 89
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um plano
de ação para o fortalecimento da paz universal com mais liberda-
de. Essa agenda está baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimen-
to Sustentável (ODS), com 169 metas. Não constitui um desses
objetivos:
A emprego digno e crescimento econômico.
B paz, justiça e instituições fortes.
C educação de qualidade.
D água potável e saneamento.
E erradicação das armas de destruição em massa.
Letra e.
A letra E é a única que não está contemplada entre os 17 ODS.
Os demais correspondem, respectivamente, aos seguintes ODS:
8, 16, 4 e 6.
Questão 90
A recomendação CNMP n. 61/2017 recomenda às unidades e aos
ramos do Ministério Público brasileiro a realização de encontros
com os movimentos sociais. De acordo com esta recomendação,
tais encontros devem ter por objetivo:
A aproximar os membros do Ministério Público das demandas
da sociedade por meio do diálogo aberto, informal, leal e
transparente.
B identificar demandas e tendências na defesa dos Direitos Hu-
manos de indivíduos vulneráveis.
C auxiliar os membros do Ministério Público e dos demais po-
deres a tomar conhecimento de eventuais ameaças a Direitos
Fundamentais.
D contribuir para o aprofundamento da democracia e da parti-
cipação social, capacitação das lideranças dos movimentos
sindicais sobre os serviços prestados pelo MP na defesa dos
direitos e sobre o modo de acessá-los.
E estabelecer as metas institucionais e orçamentárias em temas
de reconhecida relevância social e estrutural, a fim de garantir
o alcance de objetivos pré-definidos.
Letra a.
Os objetivos estão estabelecidos no art. 1º da Recomendação, e
somente a letra A contempla o inciso I deste artigo. As demais
alternativas estão incorretas:
Art. 1º A promoção de encontros com os movimentos sociais
pelas unidades e ramos do Ministério Público Brasileiro,
com objetivo de, notadamente:
I – aproximar os membros do Ministério Público das deman-
das da sociedade por meio do diálogo aberto, informal, leal
e transparente;

II – identificar demandas e tendências na defesa dos Direitos
Fundamentais;
III – auxiliar os membros do Ministério Público a tomar co-
nhecimento de eventuais ameaças a Direitos Fundamentais;
IV – contribuir para o aprofundamento da democracia e da
participação social, capacitação das lideranças dos movi-
mentos sociais sobre os serviços prestados pelo MP na defe-
sa dos direitos e sobre o modo de acessá-los;
V – estabelecer as metas institucionais em temas de reconhe-
cida relevância social, reunindo-se esforços orçamentários e
estruturais, tais como comissões, grupos de trabalho, forças-
-tarefa e outros, a fim de garantir o alcance de resultados.
Legislação Institucional do Ministério
Público
Marcelo Ribeiro
Questão 91
Sobre os deveres e as vedações do membro do Ministério Público,
assinale a alternativa incorreta:
É vedado ao membro do Ministério Público:
A receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais.
B exercer a advocacia.
C exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério.
D participar de sociedade comercial, incluindo-se a condição
de cotista.
E exercer atividade político-partidária, sobretudo, após a Emen-
da Constitucional n. 45.
Letra d.
Trata-se das vedações textualmente previstas na Constituição
(art. 127, § 5º, II), à exceção da letra d, já que a condição de co-
tista é uma das exceções que permite ao membro do Ministério
Público participar de sociedade comercial.
Questão 92
Sobre a prerrogativa da vitaliciedade do membro do Ministério
Público, assinale a alternativa correta:
A A vitaliciedade somente é obtida após dois anos de exercício,
não se podendo perder o cargo nem mesmo por sentença judi-
cial transitada em julgado.
B A vitaliciedade é obtida após um ano de exercício ininterrupto
no cargo, não se podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado.
C A vitaliciedade é obtida após dois anos de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada
em julgado.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
D A vitaliciedade é obtida após dois anos de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por decisão por maioria qualifi-
cada, do Conselho Nacional do Ministério Público, transitada
em julgado.
E A vitaliciedade é obtida após um ano de exercício, não se
podendo perder o cargo senão por decisão por maioria sim-
ples, do Conselho Nacional do Ministério Público, transitada
em julgado.
Letra c.
As questões trazem, com variações, o disposto no art. 127:
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto
de cada Ministério Público, observadas, relativamente a
seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não poden-
do perder o cargo senão por sentença judicial transitada
em julgado;
Questão 93
De acordo com a Lei n. 8.625/1993, no exercício de suas funções,
nomeadamente para instaurar inquéritos civis e outras medidas e
procedimentos administrativos pertinentes, bem como instruí-los,
o Ministério Público poderá exercer as seguintes medidas, exceto:
A expedir notificações para colher depoimento ou esclarecimen-
tos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar,
ressalvadas as prerrogativas previstas em lei.
B requisitar informações e documentos a entidades privadas para
instruir procedimentos ou processo em que oficie.
C requisitar à autoridade competente a instauração de sindicância
ou procedimento administrativo cabível.
D dar publicidade dos procedimentos administrativos não disci-
plinares que instaurar e das medidas adotadas.
E praticar atos administrativos executórios, de caráter preparató-
rio, incluindo afastamento de sigilos bursátil e telemático.
Letra e.
As alternativas refletem os poderes trazidos no art. 26 da Lei
n. 8.625, exceto a última alternativa, que diz respeito à matéria
sujeita à reserva de jurisdição

Questão 94
Sobre a regulação do inquérito civil público na Resolução CNMP
n. 23/2007 e suas alterações, é incorreto afirmar que:
A a instauração deve exigir formalidade mínima, não poden-
do ser iniciado por informações verbais, reduzirá a termo as
declarações.
B sua instauração pode se dar por designação do Procurador-
-Geral de Justiça, do Conselho Superior do Ministério Público,
Câmaras de Coordenação e Revisão e demais órgãos superio-
res da Instituição.
C sua instauração pode ser feita em face de requerimento ou re-
presentação formulada por qualquer pessoa ou comunicação
de outro órgão do Ministério Público, ou qualquer autoridade,
desde que forneça, por qualquer meio legalmente permitido,
informações sobre o fato e seu provável autor, bem como a qua-
lificação mínima que permita sua identificação e localização.
D sua instauração pode ser feita de ofício.
E o conhecimento por manifestação anônima, justificada, não
implicará ausência de providências, desde que obedecidos os
mesmos requisitos para as representações em geral.
Letra a.
O tema e as alternativas são tratados textualmente na resolução
em questão, que prevê a redução a termo de declarações orais,
que, portanto, se prestam a iniciar o ICP:
Art. 2º O inquérito civil poderá ser instaurado:
I – de ofício;
II – em face de requerimento ou representação formulada
por qualquer pessoa ou comunicação de outro órgão do Mi-
nistério Público, ou qualquer autoridade, desde que forneça,
por qualquer meio legalmente permitido, informações sobre
o fato e seu provável autor, bem como a qualificação mínima
que permita sua identificação e localização;
III – por designação do Procurador-Geral de Justiça, do Con-
selho Superior do Ministério Público, Câmaras de Coorde-
nação e Revisão e demais órgãos superiores da Instituição,
nos casos cabíveis.
§ 1º O Ministério Público atuará, independentemente de
provocação, em caso de conhecimento, por qualquer forma,
de fatos que, em tese, constituam lesão aos interesses ou di-
reitos mencionados no artigo 1º desta Resolução, devendo
cientificar o membro do Ministério Público que possua atri-
buição para tomar as providências respectivas, no caso de
não a possuir.
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1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
§ 2º No caso do inciso II, em sendo as informações verbais, o
Ministério Público reduzirá a termo as declarações. Da mes-
ma forma, a falta de formalidade não implica indeferimento
do pedido de instauração de inquérito civil, salvo se, desde
logo, mostrar-se improcedente a notícia, atendendo-se, na hi-
pótese, o disposto no artigo 5º desta Resolução.
§ 3º O conhecimento por manifestação anônima, justificada,
não implicará ausência de providências, desde que obedeci-
dos os mesmos requisitos para as representações em geral,
constantes no artigo 2º, inciso II, desta Resolução.
Questão 95
A respeito da normatização do inquérito civil público é corre-
to afirmar:
A O inquérito civil deverá ser concluído no prazo de um ano,
prorrogável pelo mesmo prazo, por uma única vez, se neces-
sário, por decisão fundamentada de seu presidente, à vista da
imprescindibilidade da realização ou conclusão de diligências,
dando-se ciência ao Conselho Superior do Ministério Público,
à Câmara de Coordenação e Revisão ou à Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão.
B Em cumprimento ao princípio da publicidade das investiga-
ções, o membro do Ministério Público poderá prestar informa-
ções, inclusive aos meios de comunicação social, a respeito das
providências adotadas para apuração de fatos em tese ilícitos,
abstendo-se, contudo, de externar ou antecipar juízos de valor
a respeito de apurações ainda não concluídas.
C Em atenção ao Enunciado n. 14, da Súmula Vinculante do Su-
premo Tribunal Federal, o presidente do inquérito civil não
poderá delimitar o acesso do defensor à identificação do(s)
representante(s) e aos elementos de prova relacionados a dili-
gências em andamento e ainda não documentados nos autos.
D O defensor não poderá, sem procuração, examinar autos de in-
vestigações findas ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, a fim de preservar a privacidade das partes relacio-
nadas ao procedimento.
E A restrição à publicidade deverá ser decretada em decisão mo-
tivada, para fins do interesse público, e deverá implicar a opção
binária (público/restrito), sendo vedada a limitação parcial de
publicidade, limitada a determinadas pessoas, provas, informa-
ções, dados, períodos ou fases, sob pena de ofensa à isonomia.
Letra b.
Art. 8o. da Resolução CNMP n. 23/2007.
Letra ‘a’ está errada porque pode haver prorrogações quantas
vezes necessárias (art. 9o); letra ‘c’ é o contrário do que dispõe
o art. 7o., par. 8º, e não reflete o disposto no Enunciado n. 14, da
Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, que ressalva

o acesso à defesa com relação às diligências em andamento;
letra ‘d’ é o contrário do que dispõe o art. 7o., par. 6º; letra ‘e’ é
o contrário do que dispõe o art. 7o., par. 4º.
Questão 96
Sobre o arquivamento do inquérito civil público, assinale a alter-
nativa incorreta:
A O desarquivamento do inquérito civil, diante de novas provas
ou para investigar fato novo relevante, poderá ocorrer no prazo
máximo de seis meses após o arquivamento. Transcorrido esse
lapso, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuízo das
provas já colhidas.
B O desarquivamento de inquérito civil para a investigação de
fato novo, não sendo caso de ajuizamento de ação civil pública,
implicará novo arquivamento e remessa ao órgão competente,
para os mesmos fins de homologação, como se fosse instaura-
ção original.
C Em caso de não homologação de arquivamento, o órgão revi-
sor poderá converter o julgamento em diligência para a reali-
zação de atos imprescindíveis à sua decisão, especificando-os
e remetendo os autos ao membro do Ministério Público que de-
terminou seu arquivamento e, no caso de recusa fundamentada,
ao órgão competente para designar o membro que irá atuar.
D Em caso de não homologação de arquivamento, o órgão re-
visor poderá deliberar pelo prosseguimento do inquérito civil
ou do procedimento preparatório, indicando os fundamentos
de fato e de direito de sua decisão, adotando as providências
relativas à designação, em qualquer hipótese, de outro membro
do Ministério Público para atuação.
E Não oficiará nos autos do inquérito civil, do procedimento pre-
paratório ou da ação civil pública o órgão responsável pela pro-
moção de arquivamento não homologado pelo Conselho Supe-
rior do Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação e
Revisão, ressalvada a possibilidade de o órgão a quo afirmar
seu interesse em prosseguir com a questão.
Letra e.
A disciplina abaixo trata das hipóteses, sendo que a letra ‘e’ é
incorreta, porque a possibilidade de atuação subsiste apenas nos
casos de retorno com baixa para diligência e se o membro se
sentir apto para tal fim.
§ 4º Deixando o órgão de revisão competente de homolo-
gar a promoção de arquivamento, tomará uma das seguintes
providências:
I – converterá o julgamento em diligência para a realização
de atos imprescindíveis à sua decisão, especificando-os e
remetendo os autos ao membro do Ministério Público que
determinou
O conteúdo seu eletrônico
deste livro arquivamento, e, nopara
é licenciado caso de recusa
LORENA GAMAfunda-
PEREIRA - 10592264483, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
mentada, ao órgão competente para designar o membro que
irá atuar; (Redação dada pela Resolução n. 143, de 14 de
junho de 2016)
II – deliberará pelo prosseguimento do inquérito civil ou do
procedimento preparatório,
indicando os fundamentos de fato e de direito de sua deci-
são, adotando as providências relativas à designação, em
qualquer hipótese, de outro membro do Ministério Público
para atuação.
§ 5º Será pública a sessão do órgão revisor, salvo no caso de
haver sido decretado o sigilo.
Art. 11. Não oficiará nos autos do inquérito civil, do proce-
dimento preparatório ou da
ação civil pública o órgão responsável pela promoção de ar-
quivamento não homologada pelo Conselho Superior do Mi-
nistério Público ou pela Câmara de Coordenação e Revisão,
ressalvada a hipótese do art. 10, § 4º, I, desta Resolução. (Re-
dação dada pela Resolução n. 143, de 14 de junho de 2016)
Art. 12. O desarquivamento do inquérito civil, diante de
novas provas ou para investigar fato novo relevante, poderá
ocorrer no prazo máximo de seis meses após o arquivamen-
to. Transcorrido esse lapso, será instaurado novo inquérito
civil, sem prejuízo das provas já colhidas.
Parágrafo único. O desarquivamento de inquérito civil para a
investigação de fato novo, não sendo caso de ajuizamento de
ação civil pública, implicará novo arquivamento e remessa
ao órgão competente, na forma do art. 10, desta Resolução.
Questão 97
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 02/1990, os mem-
bros do Ministério Público do Estado de Sergipe são passíveis das
seguintes sanções disciplinares, exceto:
A advertência.
B censura.
C suspensão, por até 90 (noventa) dias.
D remoção compulsória.
E demissão, enquanto não decorrido o prazo de estágio
probatório.
Letra d.
O rol em questão corresponde ao art. 128 da Lei Complemen-
tar. Sucede que a remoção compulsória, conquanto aventada na
Constituição, não consta do rol das sanções.

Questão 98
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 02/1990, são atri-
buições do Corregedor-Geral do Ministério Público, exceto:
A fazer recomendações, em caráter vinculativo, a órgão de exe-
cução, visando à regularidade e ao aperfeiçoamento dos servi-
ços do Ministério Público, nos limites de suas atribuições.
B realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, remetendo
relatório, de natureza reservada, ao Colégio de Procuradores
de Justiça.
C trazer atualizados os prontuários da vida funcional dos Promo-
tores de Justiça e coligir os elementos necessários à apreciação
de seu merecimento.
D propor ao Conselho Superior do Ministério Público o não vita-
liciamento de membro do Ministério Público.
E instaurar, de ofício ou por provocação dos demais órgãos da
Administração Superior do Ministério Público, processo disci-
plinar contra membro da instituição, precedido ou não de sin-
dicância, presidindo-o e aplicando as sanções cabíveis de sua
atribuição, ou encaminhá-lo ao Procurador-Geral de Justiça,
quando necessário.
Letra a.
As alternativas trazem as atribuições do Corregedor-Geral do
Ministério Público, abaixo também listadas. A imprecisão da
primeira diz respeito ao caráter não vinculativo da recomenda-
ção. Esse tema foi escolhido em razão do destaque que o edital
deu à corregedoria.
Art. 38. São atribuições do Corregedor-Geral do Ministé-
rio Público:
I – realizar correições e inspeções;
II – realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, remeten-
do relatório reservado ao Colégio de Procuradores de Justiça;
III – remeter ao Conselho Superior do Ministério Público
relatório circunstanciado sobre a atuação pessoal e funcional
dos Promotores de Justiça em estágio probatório;
IV – propor ao Conselho Superior do Ministério Público, na
forma desta lei, o não vitaliciamento de membro do Minis-
tério Público;
V – fazer recomendações, sem caráter vinculativo, a órgão
de execução, visando à regularidade e ao aperfeiçoamen-
to dos serviços do Ministério Público, nos limites de suas
atribuições;
VI – instaurar, de ofício ou por provocação dos demais ór-
gãos da Administração Superior do Ministério Público, pro-
cesso disciplinar contra membro da instituição, precedido ou
não de sindicância, presidindo-o e aplicando as sanções cabí-
veis de sua atribuição, ou encaminhá-lo ao Procurador-Geral
de Justiça,
O conteúdo destena forma
livro destaé Lei
eletrônico Complementar;
licenciado
para LORENA GAMA PEREIRA - 10592264483,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto
VII – encaminhar ao Procurador-Geral de Justiça os proces-
sos administrativos disciplinares que incumba a este decidir;
VIII – remeter aos demais órgãos da Administração Superior
do Ministério Público informações necessárias ao desempe-
nho de suas atribuições;
IX – fiscalizar os serviços do Ministério Público e a ativida-
de funcional de seus membros;
X – trazer atualizados os prontuários da vida funcional dos
Promotores de Justiça e coligir os elementos necessários à
apreciação de seu merecimento;
XI – elaborar o regulamento do estágio probatório e acompa-
nhar os Promotores de Justiça durante tal período;
XII – apresentar ao Procurador-Geral de Justiça, na primeira
quinzena de fevereiro, relatório com dados estatísticos sobre
as atividades das Procuradorias e Promotorias de Justiça, re-
lativas ao ano anterior;
XIII – elaborar seu regimento interno, submetendo-o à apre-
ciação do Colégio de Procuradores de Justiça;
XIV – desempenhar outras atribuições que lhe forem confe-
ridas por lei.
Questão 99
Sobre a prescrição da punibilidade administrativa da falta discipli-
nar, prevista na Lei Complementar Estadual n. 02/1990, é incor-
reto afirmar que:
A Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com advertência e censura, em 01 (um) ano.
B Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com suspensão, em 03 (três) anos.
C Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade administrativa da
falta punível com disponibilidade, por interesse do serviço pú-
blico, demissão e perda do cargo de membro vitalício, em 04
(quatro) anos.
D A falta, também definida como crime, prescreve com a
ação penal.
E Operar-se-á a reabilitação, após 02 (dois) anos, contados do dia
em que for extinta, por qualquer modo, a sanção administrati-
va, ou exaurir sua execução.
Letra a.
A prescrição é em dois anos. Para memorização, vale lembrar
que a gradação é 2, 3 e 4. Não há um… Importante aqui a letra
‘d’, que traz uma atecnia ao falar em prescrição com a ação pe-
nal, quando o certo seria dizer a prescrição igual à estabelecida
na apuração penal, pois quem prescreve é o fato, e não a ação.
Segue o dispositivo:
Art. 135. Extingue-se, pela prescrição, a punibilidade admi-
nistrativa davedada,
falta: por quaisquer meios e a qualquer título,
 1° Simulado – MP/SE – Promotor de Justiça Substituto

I – punível com advertência e censura, em 02 (dois) anos;

II – punível com suspensão, em 03 (três) anos;
III – punível com disponibilidade, por interesse do serviço
público, demissão e perda do cargo de membro vitalício, em
04 (quatro) anos.
§ 1º. A falta, também definida como crime, prescreve junta-
mente com a ação penal.
§ 2º. Operar-se-á a reabilitação, após 02 (dois) anos, conta-
dos do dia em que for extinta, por qualquer modo, a sanção
administrativa, ou exaurir sua execução.

Questão 100
De acordo com a Lei Complementar Estadual n. 03/1990, que cui-
da do controle externo da atividade policial, são prerrogativas mi-
nisteriais as abaixo listadas, à exceção de uma. Qual é a alternativa
que não está contemplada na referida norma?
A Ingressar livremente nas delegacias de polícia, estabeleci-
mentos prisionais e aquartelamentos ou repartições da polí-
cia militar.
B Ingressar livremente em qualquer local de funcionamento de
repartição policial onde deva praticar ato ou colher prova ou
informação relevante ao exercício de suas funções, dentro ou
fora do expediente regular.
C Examinar, em qualquer repartição policial, autos de flagrantes
ou inquéritos, findos ou em andamento, ainda que conclusos a
autoridade, podendo copiar delas, tomar apontamentos e ado-
tar outras providências.
D Requisitar providências para sanar omissão que entenda inde-
vida ou para prevenir e corrigir ilegalidade ou abuso de poder.
E Ter acesso ao indiciado preso, a qualquer momento, salvo
quando decretada a sua incomunicabilidade.

Letra e.
O rol corresponde a excertos do art. 3o., da Lei Complementar
Estadual n. 03/1990, salvo a letra ‘e’, que confere o acesso ao
preso mesmo se declarada a sua incomunicabilidade.

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Questão Discursiva – Direitos Difusos, Coletivos e Individuais

Nilton Carlos

Promotor de justiça recebe denúncia anônima, informando que uma instituição privada destinada à moradia e ao atendimento ao idoso
não tem fornecido condições para uma vida digna aos idosos lá residentes.
A referida carta vem acompanhada de fotos, que mostram que a instituição não possuía padrões de habitação compatíveis com as neces-
sidades dos idosos, além de não fornecer vestuário adequado, alimentação regular e produtos para higiene pessoal.
Do mesmo modo, não havia atividades educacionais, esportivas, culturais ou de lazer para os idosos, os quais passavam o dia assistindo
TV na sala da instituição.
Segundo a referida denúncia, a instituição não possui placa indicativa de que seja uma instituição destinada a idosos, sendo certo que o
diretor da instituição, Sr. Aderbal, tinha pleno conhecimento da situação vivenciada pelos idosos lá internados.
Considerando a situação apresentada, pergunta-se: o que o Ministério Público poderia fazer para proteger os interesses dos idosos?
Justifique a sua resposta apresentando fundamentos legais e/ou doutrinários e jurisprudenciais para tal atuação.

Padrão de Resposta
A resposta deveria abordar:
• Legitimidade do Ministério Público para tutelar interesses dos idosos;
• Legitimidade do MP para fiscalizar tais instituições;

Art. 52. As entidades governamentais e não governamentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso,
Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indispo-
níveis e individuais homogêneos do idoso;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
C) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas.
• A proteção dos direitos do idosos pelo Estatuto do Idoso;

Art. 37. O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando
assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

• Possibilidade de instauração de procedimento administrativo e/ou inquérito civil com base em denúncia anônima;

A pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é de que não há ilegalidade em iniciar investigações preliminares com base
em denúncia anônima a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no documento apócrifo.

• Dever da instituição de proteger os direitos dos idosos, fornecer-lhes alimentação, atividades educacionais, esportivas, culturais
ou de lazer;
• Necessidade de a instituição estar devidamente identificada;

Art. 37. § 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem
como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

• Responsabilização do dirigente da instituição;

Art. 49, Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos
que
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• Possibilidade de aplicação de sanções administrativas.

Das Infrações Administrativas – Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo
haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.

Questão Discursiva – Direitos Humanos

Alice Rocha

“A temática carcerária no Brasil tem sido objeto de preocupação e atenção nos debates mais recentes nos temas de direitos humanos,
segurança pública, política criminal e alocação do Estado brasileiro no contexto internacional. A questão carcerária revela paradoxo que
chama a atenção: de um lado, a dramática situação estrutural das prisões brasileiras tem sido iterativamente destacada pelos atores do
sistema de justiça criminal, com especial destaque ao Ministério Público, a quem incumbe a árdua tarefa de fiscalizar a execução penal;
de outro lado, essa iterativa chamada para o tema não tem conduzido a efetivação de políticas de Estado hábeis a mudar esse contexto
com a urgência e profundidade desejadas.”

(CNMP. A Visão do Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/publicacoes/11797-avisaodosiste-
maprisionalbrasileiro )

O Ministério Público possui uma importância crescente no contexto de implementação de políticas públicas que possam assegurar a
segurança dos indivíduos privados de liberdade, de modo especial os que se encontram em situação de vulnerabilidade agravada, como
no caso de deficientes auditivos e visuais, assim como o caso da população LGBTQIA+ encarcerada.
Considerando o extrato do texto apresentado e as Recomendações e Resoluções do CNJ e do CNMP sobre esses dois grupos inseridos
na população carcerária, discorra de que forma o Ministério Público pode atuar para assegurar a dignidade humana destes em situação
de encarceramento.

Padrão de Resposta
Para responder à questão, o(a) candidato(a) deveria:
1. Estabelecer a consideração da fragilidade do sistema e a importância do MP na defesa dos Direitos Humanos.
2. Apresentar a situação de vulnerabilidade específica dos grupos apontados.
3. Mencionar passagens de três documentos específicos:
- Recomendação CNJ n. 81/2020: A pessoa com deficiência auditiva ou visual em privação de liberdade;
- Resolução CNJ n. 248/2020: Direitos da população LGBTQIA+;
- Recomendação CNMP n. 85/2021: Fiscalização dos parâmetros de acolhimento das pessoas LGBTQIA+ privadas de liberdade.

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Questão Discursiva – Direito Constitucional

Fabrício Rodrigues

Mesmo diante do princípio da unidade do Ministério Público (CF, 127, § 1º), sempre houve desconforto a respeito de quem teria a atri-
buição para dirimir conflito de atribuições entre membros do Ministério Público vinculados a órgãos diversos do Ministério Público
(MPF e MP estadual). O Supremo Tribunal Federal já mudou de posicionamento diversas vezes, gerando insegurança jurídica quanto
a esse tema.
Considerando a temática do conflito de atribuições entre membros do MP de ramos distintos, apresente, em até 15 linhas, o histórico do
entendimento do STF (desde o posicionamento inicial até o atual) quanto a quem caberia a atribuição de resolver esse conflito.

Padrão de Resposta
O Supremo Tribunal Federal há muito enfrenta a temática a respeito de quem teria a atribuição para dirimir conflito de atribuições
entre membros do Ministério Público vinculados a órgãos diversos do Ministério Público.
Inicialmente, atribuiu-se essa competência ao Supremo Tribunal Federal, em razão do disposto na CF, 102, I, f (conflito federativo)
(ACO n. 889).
Depois disso, o entendimento do STF era de que caberia ao Superior Tribunal de Justiça, conforme disposto na CF 105, I, g (conflito
entre autoridades judiciárias e administrativas de estados diferentes ou da União) (Pet1503).
Posteriormente, o STF decidiu que era atribuição do Procurador Geral da República, dado que Chefe do Ministério Público da União.
Por fim, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ACO n. 843, alterou sua jurisprudência para reconhecer a atribuição do Con-
selho Nacional do Ministério Público, porquanto: a) não existe qualquer relação de hierarquia e subordinação entre o MP estadual e o
MPU (MPF, MPT, MPM e MPDFT); b) o PGR não pode dirimir conflito entre qualquer órgão do MPU e outro do MP estadual; c) o
PGR é parte interessada no conflito entre MPU e MP estadual e, portanto, é impedido de dirimir o conflito; d) CNMP tem atribuição
para dirimir esses conflitos de atribuições entre diversos órgãos do MP, dada sua competência para realizar o controle da atuação
administrativa e financeira do MP (interpretação sistemática da CF, 130-A, § 2º).

Questão Discursiva – Direito Penal

Rodrigo Pardal

Disserte sobre o funcionalismo redutor abordando, necessariamente, os seguintes tópicos:

1. Sistema penal paralelo e subterrâneo;

2. Teoria agnóstica;
3. Teorias do conflito.

Padrão de Resposta
Como ramo do saber jurídico, o Direito Penal tem um objetivo prático, qual seja, procurar o conhecimento para orientar as decisões
judiciais que devem ser racionais (não serem contraditórias, dentre outros atributos). Ademais, o sistema é construído segundo a
interpretação das leis penais e, por isso, é necessário um conceito de pena para delimitar seu universo, conceito este que deve abarcar
tanto as lícitas, quanto as ilícitas. Este sistema proposto aos juízes deve ter por objeto conter e reduzir o poder punitivo para
impulsionar o progresso do Estado de Direito. É a teoria de Eugenio Raul Zaffaroni.
Há no Direito Penal uma seletividade operacional, o que provoca uma distribuição seletiva que atinge os mais vulneráveis que estão
dentro do estereótipo e praticam condutas mais toscas (sua educação apenas lhes permite tais práticas), mais facilmente detectáveis.
Diante disso, a pessoa que se encontra nestes patamares é mais vulnerável no sentido de que não precisa fazer um esforço muito
grande para colocar-se em posição de risco criminalizante.
Ademais, Zaffaroni parte da premissa de que há em verdade uma rede de sistemas penais paralelos. Há o sistema penal formal do
Estado, que recebe a atenção discursiva, e outra parte do poder punitivo também com função de controle social.

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Todas as agências exercem algum poder punitivo à margem de qualquer legalidade ou por marcos de legalidade questionável, mas
sempre fora do poder jurídico. Este é o sistema penal subterrâneo, que institucionaliza a pena de morte (execuções sem processo),
torturas, sequestros etc. Na medida em que o discurso jurídico legitima o poder punitivo discricionário e nega qualquer esforço para
limitá-lo, amplia o espaço para o exercício do poder pelos sistemas subterrâneos.
No que tange à função da pena, Zaffaroni entende que todas as teorias existentes fracassaram por serem falsas ou não generalizáveis.
Incorpora referências ônticas e as conceitua como: “coerção que impõe uma privação de direitos ou uma dor, mas não repara, nem
restitui, não detém lesões em curso e, tampouco neutraliza perigos iminentes. A pena é um exercício de poder”.
É a chamada teoria agnóstica ou negativa da pena.
Gnóstico vem do grego “gnostos", que significa conhecimento. O prefixo “a" antes da palavra traz a ideia de negação e, portanto, de
não conhecimento. Ou seja, Zaffaroni não conhece/reconhece qualquer função à pena.

É negativo por duas razões:

1. Não concede qualquer função positiva à pena;
2. É obtido por exclusão (não entra nos modelos chamados positivos).

É agnóstico quanto à função, pois confessa não a conhecer.

Consequência deste modelo: Incorporar atos de poder ilícitos que ficam alheios a teorias tradicionais sobre as funções da pena. Não
exclui do conceito de pena torturas, ameaças, dentre outras condutas.
Desta forma, o sistema penal deve se prestar a reduzir o poder punitivo e deve partir de uma teoria do conflito, ou seja, compreendida
em uma sociedade integrada por grupos cujos interesses se chocam. Desta forma, o poder punitivo tende a intervir, quando dos con-
flitos, do lado do mais forte, como a história demonstra. Portanto, temos aqui uma teoria funcional amparada nas teorias do conflito
e na teoria negativa da pena.

Questão Discursiva – Direito Processual Civil

Lídia Marangon

Esclareça as principais diferenças entre recursos, ações autônomas de impugnação e sucedâneos recursais. Dê exemplos.

Padrão de Resposta
Recursos são remédios processuais que têm a finalidade de invalidar, reformar, esclarecer ou complementar uma decisão. É uma
forma de impugnar aquilo que foi decidido em razão do inconformismo natural do ser humano.
Assim, podemos afirmar que os recursos são os remédios processuais utilizados pelas partes, pelo Ministério Público e eventuais
terceiros prejudicados para fazer com que a decisão judicial passe por uma nova apreciação.
Essa nova apreciação, em regra, é feita por um órgão diferente daquele que proferiu a decisão. No entanto, há exceções a essa regra,
pois existem recursos que são apreciados pelo mesmo órgão que proferiu a decisão, tais como os embargos de declaração.
Os recursos são um dos meios de impugnação das decisões judiciais.
São exemplos de recursos: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordiná-
rio, embargos de declaração.
As ações autônomas de impugnação dão origem a um novo processo. Não são veiculadas no mesmo processo da decisão que se
visam impugnar. Exemplos: ação rescisória, querela nullitatis, embargos de terceiro, mandado de segurança, habeas-corpus contra
ato judicial, reclamação.
Os sucedâneos recusais, por sua vez, pertencem a uma categoria residual, ou seja, o que não for recurso, nem ação autônoma de
impugnação, será um sucedâneo recursal. Exemplos: pedido de reconsideração, pedido de suspensão da segurança, correição parcial.

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Questão Discursiva – Direito Eleitoral

Weslei Machado

Theodore Robert Bundy foi eleito para exercer o mandato de prefeito, no Município de Maceió/AL, no período compreendido entre
2013 e 2016. Em 2014, entretanto, diante da prática de abuso de poder econômico, abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio,
foi cassado pela Justiça Eleitoral e afastado do cargo. Nas eleições de 2016, seu filho, Butch Cassidy, foi eleito prefeito, no Município
de Maceió/AL, para o exercício do mandato no período compreendido entre 2017 e 2020. Em 2020, Butch Cassidy pretende concorrer
à reeleição. Considerada essa situação, discorra:
A sobre a razão para a autorização da reeleição para a chefia do Poder Executivo.
B sobre o exercício do direito à elegibilidade por chefes do Poder Executivo para um terceiro mandato consecutivo.
C sobre a possibilidade de parentes do chefe do Poder Executivo participarem das eleições logo após o exercício do segundo mandato
para o mesmo cargo por ele ocupado.
D sobre a possibilidade de Butch Cassidy participar das eleições a serem realizadas no ano de 2020.

Padrão de Resposta
A) Discorrer sobre o princípio da continuidade político-administrativa;
B) Discorrer sobre a inelegibilidade prevista no art. 14, parágrafo quinto, da Constituição Federal;
c e d) Falar sobre o entendimento jurisprudencial firmado pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 1128439, com o
seguinte teor:
“– As formações oligárquicas constituem grave deformação do processo democrático. A busca do poder não pode limitar-se à esfera
reservada de grupos privados, notadamente de índole familiar, sob pena de frustrar-se o princípio do acesso universal às instâncias
governamentais. – Legitimar-se o controle monopolístico do poder por núcleos de pessoas unidas por vínculos de ordem familiar
equivaleria a ensejar, em última análise, o domínio do próprio Estado por grupos privados. Não se pode perder de perspectiva, neste
ponto, que a questão do Estado é, por essência, a questão do poder. A patrimonialização do poder constitui situação de inquestionável
anomalia a que esta Suprema Corte não pode permanecer indiferente. A consagração de práticas hegemônicas na esfera institucional
do poder político conduzirá o processo de governo a verdadeiro retrocesso histórico, o que constituirá, na perspectiva da atualização e
modernização do aparelho de Estado, situação de todo inaceitável. Precedentes. Diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Fe-
deral firmou na matéria ora em exame que incide sobre a situação versada nos autos, eis que, mesmo na hipótese de mandato-tampão,
inexiste tratamento diferenciado em relação ao mandato regular, de tal modo que o recorrente, embora pudesse validamente eleger-se
(como se elegeu) Prefeito Municipal em sucessão ao seu cunhado, não podia disputar a reeleição, em virtude da inelegibilidade por
parentesco (CF, art. 14, §§ 5º e 7º), em face do descabimento do exercício da Chefia do Poder Executivo local, pela terceira vez con-
secutiva, por membros integrantes do mesmo grupo familiar. Decisão do Tribunal Superior Eleitoral, reconhecendo a inelegibilidade
do ora recorrente, que se mantém”.

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