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Introdução

A bromidrose é o mau cheiro no corpo, geralmente nas axilas, pés, couro


cabeludo, virilha ou ao redor dos mamilos, onde se concentram as glândulas
apócrinas, responsáveis pela produção de suor nessas regiões, contendo
água, sais minerais e restos de células, que são degradados por bactérias ou
fungos, resultando no odor desagradável.

Estas glândulas não são ativas até a puberdade, por isso, a bromidrose
geralmente surge no início da adolescência devido às alterações hormonais
comuns nessa fase, mas também pode surgir em adultos, devido a má higiene,
uso de remédios, consumo de alimentos como alho ou cebola, ou condições de
saúde, como diabetes ou problemas no fígado, por exemplo.

O tratamento da bromidrose deve ser feito pelo dermatologista ou clínico geral,


de acordo com sua causa, podendo ser recomendado o uso usar desodorantes
antitranspirantes, pomadas de antibióticos, ou até o tratamento com cirurgia ou
laser para diminuir as glândulas apócrinas.

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A Bromidrose

Sintomas de bromidrose

Os principais sintomas da bromidrose são:

 Mau cheiro, mesmo que a higienização adequada do local seja


realizada;
 Suor excessivo na região;
 Mau cheiro que pode piorar após atividades físicas;
 Descamação da pele.

Além disso, o mau odor da bromidrose, pode causar constrangimento,


ansiedade, baixa autoestima, e afetar a qualidade de vida.

A bromidrose pode surgir em diferentes regiões do corpo onde as glândulas


apócrinas estão mais concentradas, e o diagnóstico deve ser feito pelo
dermatologista ou clínico geral, que podem indicar o melhor tratamento de
acordo com o tipo de bromidrose.

Causas

A bromidrose acontece principalmente como consequência da alteração da


microbiota da pele, em que as bactérias e fungos presentes no local passam a
proliferar de forma desordenada e promovem a decomposição das secreções
liberadas pelas glândulas e da queratina presente na pele, resultando no mau
odor.

Algumas condições podem favorecer o desenvolvimento da bromidrose, como:

 Obesidade ou sobrepeso;
 Diabetes;
 Consumo excessivo e/ou frequente de bebidas alcoólicas;
 Consumo de alimentos, como alho, cebola ou aspargo;
 Alterações hormonais;
 Insuficiência hepática ou renal;
 Fenilcetonúria;
 Trimetilaminúria;

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 Uso de medicamentos, como dupilumabe ou penicilinas;
 Infecções de pele, como eritrasma ou tricomicose;

Além disso, a má higiene da pele e/ou das roupas, pode favorecer o


crescimento de bactérias ou fungos e causar a bromidrose.

Tratamento

A bromidrose tem cura, e para tratar de forma eficaz, é necessário reduzir a


quantidade de bactérias na pele, podendo ser indicado para isso:

 Uso de sabonetes antissépticos ou antibacterianos, principalmente nas


áreas do corpo em que é notado cheiro mais forte;
 Uso de desodorizantes antitranspirantes ou antiperspirantes, como os
que contêm alumínio, para diminuir a produção de suor pelas glândulas
e evitar o mau cheiro;
 Uso de antibióticos em pomadas, como clindamicina ou eritromicina, que
podem diminuir a população de bactérias da região afetada. O uso de
antibióticos só deve ser indicado em último caso, pois pode favorecer o
desenvolvimento de resistência pelas bactérias presentes na região,
tornando-as mais difíceis de serem eliminadas.

Outra boa opção para pessoas que suam muito é a realização de


procedimentos que podem diminuir o funcionamento ou o número de glândulas
de suor, como o botox, a cirurgia de remoção de glândulas ou o tratamento a
laser, que devem ser indicados pelo dermatologista após as alternativas
anteriores não terem sido eficazes.

Prevenção

Algumas formas simples de controlar a bromidrose são utilizar técnicas naturais


que diminuem as bactérias nas zonas de maior produção de suor, como:

 Lavar a pele diariamente, ensaboando bem a região dos pés, axilas ou


virilhas;
 Secar bem a pele após o banho, especialmente entre os dedos e
debaixo das dobras de pele;
 Sempre lavar bem as roupas e evitar repeti-las;

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 Remover os pelos das regiões como axilas e virilhas, pois são
responsáveis por acumular sujeira e suor;
 Preferir utilizar roupas de algodão, mais fresca e pouco apertada;
 Trocar diariamente as meias e a roupa interior;
 Usar sprays ou talcos antitranspirantes ou antibacterianos para os pés;
 Usar calçado abertos, sempre que possível.

Além disso, outra dica muito importante é manter as regiões com pior cheiro
livre de pelos, pois os pelos facilitam o acúmulo de sujeira e bactérias,
intensificando o cheiro. Porém, caso estas técnicas não melhorem o cheiro do
suor, é recomendado consultar um dermatologista para começar o uso de
alguns produtos que ajudam a reduzir a quantidade de suor e,
consequentemente, evitar o cheiro desagradável.

Cuidados de enfermagem

Na avaliação inicial, deve-se certificar que o paciente apresenta bromidrose


verdadeira. Se não for identificado odor corporal desagradável ao exame físico
ou o odor desagradável não for percebido por outras pessoas próximas ao
paciente, deve-se avaliar a possibilidade de outros diagnósticos, como a
síndrome de referência olfativa, transtorno delirante do tipo somático ou ainda
alucinações olfativas.

Como a bromidrose geralmente resulta da decomposição bacteriana do suor e


da queratina, o tratamento consiste principalmente em reduzir a proliferação
das bactérias e/ou diminuir a quantidade de suor das áreas afetadas.

Medidas gerais:

 Otimizar a higiene: as axilas devem ser lavadas com água e sabão


diariamente. No entanto, a higiene excessiva deve ser desencorajada
pelo risco de irritação da pele. Se houver presença de dermatoses
concomitantes (por exemplo: intertrigo micótico, eritrasma), devem ser
adequadamente tratadas, pois podem contribuir para o agravamento do
quadro;

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 Dar preferência ao uso de roupas e meias de tecidos que mantenham a
umidade longe da pele, tais como o algodão ou outros tecidos
absorventes;
 Trocar as roupas e meias diariamente e evitar permanecer com as
meias suadas por período prolongado;
 Usar sabonetes antissépticos nas axilas ou pés durante o banho (por
exemplo: sabonete com triclosan 1% ou a base de iodo).
 Evitar ingesta de alho;
 Na bromidrose nos pés, é importante adotar medidas para remover o
estrato córneo excessivo, orientando a esfoliação suave das áreas
hiperceratóticas (por exemplo: lixar suavemente as áreas de pele
espessada, após o banho, uma vez por semana);
 Na bromidrose axilar, realizar a remoção dos pelos da axila, já que
podem ajudar a acumular bactérias e odores;
 Uso de antitranspirantes, especialmente naqueles pacientes que
apresentam hiperidrose associada. Por exemplo: cloreto de alumínio
hexahidratado a 6,25% a 20% em solução alcoólica, dependendo da
gravidade do caso e conforme a tolerância do paciente. A medicação
pode ser manipulada e existem formulações comercialmente
disponíveis. Orientar a aplicação de pequena quantidade do produto,
com a pele bem seca, à noite (esperar secar ou utilizar secador com ar
frio). Aplicar por três a cinco noites consecutivas e, após, manter o uso
uma a duas vezes por semana, de maneira contínua. A pele tratada
deve ser lavada na manhã seguinte para retirada do produto.

Se as medidas acima não forem suficientes, podem ser utilizados:

 Clindamicina 1% ou eritromicina 2%, sob manipulação em creme, loção


ou gel, aplicar duas vezes ao dia, até melhora do odor. Pode ser
necessário repetir o curso ou até mesmo manter o uso contínuo da
medicação para manutenção da resposta.

Em casos graves de bromidrose axilar, resistentes aos tratamentos acima,


deve-se considerar o encaminhamento para atenção especializada, para

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avaliar a possibilidade de tratamentos mais invasivos, tais como aplicação de
toxina botulínica e simpatectomia.

Conclusão

A bromidrose surge graças à produção de suor pelas glândulas apócrinas,


muito concentradas em regiões específicas (axilas, pés e virilha), que favorece
a multiplicação de bactérias e causa um cheiro desagradável. Essas glândulas
que produzem odor mais forte surgem, geralmente, no início da adolescência,
por volta dos 8 aos 14 anos de idade.

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Referências Bibliográficas

NIDIRECT GOVERNMENT SERVICES. Body odour (bromhidrosis). Disponível


em: https://www.nidirect.gov.uk/conditions/body-odour-bromhidrosis. Acesso
em 03 nov 2023

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Bromidrose. Disponível em:


https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/bromidrose/76/.
Acesso em 22 abr 2021

KATAOKA, Alexandre. Tratamento cirúrgico da bromidrose. Ver. Bras. Cir.


Plást. Vol 32. 3 ed; 377-382, 2017

https://www.ufrgs.br/telessauders/perguntas/bromidrose/

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