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Agrupamento de Escolas Eng.

Fernando Pinto de Oliveira

FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS – 7º Ano


1º Período – dezembro

GRUPO I

Lê, atentamente, o texto apresentado.


TEXTO

O cavaleiro é um símbolo de triunfo, poder e glória e, por essa razão, é a forma escolhida para representar através de
estátuas ou pinturas os reis, os imperadores e os heróis reais ou mitológicos. A posição de cavaleiro simboliza um plano
superior e divino, uma espécie de elite a que poucos têm acesso.
Dominando a sua montada, o cavaleiro triunfa sobre o mundo exterior e ao mesmo tempo consegue controlar o seu
mundo interior e os seus instintos. O cavalo, como animal nobre, inteligente e corajoso que é, simboliza o acesso ao mundo
sobrenatural e mágico. Maomé é representado a montar a sua égua Boraq, conduzido pelo anjo Gabriel a Alá e
acompanhado por um cortejo de anjos, num simbolismo óbvio de um acesso a uma posição só possível aos perfeitos e
divinizados.
Jung atribui um significado diferente ao cavaleiro, associando-o à perda de controlo, à intranquilidade, ao medo e à
angústia. É este sentimento que está presente também nos cavaleiros do Apocalipse que surgiram nas visões de Ezequiel. Os
quatro cavaleiros do Apocalipse significam os quatro terrores de Israel que iriam castigar o Império Romano, sendo eles a
peste, a fome, a guerra e os animais selvagens. O cavaleiro do cavalo branco, com o seu arco e flecha, simboliza os animais
selvagens e enquanto vencedor é também uma representação de Cristo e do triunfo da palavra divina. O cavaleiro do cavalo
vermelho cor de fogo que empunha uma espada representa a guerra. O cavaleiro do cavalo negro que transporta uma
balança é a fome, enquanto que o cavaleiro que monta um cavalo esverdeado é a peste e as doenças mortais.
O cavaleiro é a figura mais importante da literatura e do imaginário da Europa medieval, quer através dos Cavaleiros da
Távola Redonda, dos Cruzados ou dos Templários e na mitológica busca do Santo
Graal. Esta importância dada ao cavaleiro é também encontrada na Ásia e em todo o
mundo árabe. Em muitas destas histórias, o ideal da cavalaria simboliza a busca e a
evolução espiritual, a conquista dos reinos superiores da Imortalidade, do Amor e
da Espiritualidade. Aqui, o cavaleiro deixa de ser o herói e o governante para ser o
servidor humilde que luta por uma causa mais elevada. Em D. Quixote de la
Mancha, de Cervantes, o cavaleiro simboliza o sonhador mas também o
desesperado irrealista.
O cavaleiro é também o guerreiro, tanto entre os celtas como entre os hindus,
onde representa uma casta elevada: os kshattiyas. No mundo ocidental, o patrono
dos cavaleiros é o arcanjo São Miguel, que tem o seu cavalo como a montada contra
as forças do Mal. São Jorge também é representado no seu cavalo matando o
dragão.

cavaleiro (simbologia). In Infopédia [Em linha].


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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Os tópicos apresentados (de A a F ) sintetizam as diferentes simbologias atribuídas ao cavaleiro, ao longo do


texto, mas encontram-se desordenados. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual são
referidos no texto. Começa pela letra B.

A. O cavaleiro, ao dominar a sua montada, triunfa sobre o mundo exterior, controlando os seus instintos.
B. O cavaleiro é símbolo do triunfo, poder e glória.
C. Para os hindus e os celtas, o cavaleiro é um guerreiro, representando uma casta elevada.
D. O cavaleiro surge como símbolo das angústias mais profundas do ser humano.
E. O cavaleiro simboliza o sonhador e o irrealista.
F. O cavaleiro simboliza a busca da espiritualidadel, lutando por uma causa elevada.

2. Para cada item que se segue (2.1. a 2.3.), assinala a opção que permite obter uma afirmação adequada ao
sentido do texto.

2.1. Embora tradicionalmente o cavaleiro consiga controlar os seus instintos, a noção de que este representa a perda de
controlo e o medo é da autoria de …
a. Maomé
b. Boraq
c. Ezequiel
d. Jung

2.2. Dos quatro cavaleiros do Apocalipse, o do cavalo branco representa, enquanto vencedor…
a. a carnificina e a guerra
b. a bondade e a esperança
c. o triunfa da divina palavra de Cristo
d. a peste e as doenças mortais.

2.3. O patrono dos cavaleiros do mundo ocidental é …


a. S. Jorge.
b. S. Miguel.
c. S. Gabriel.
d. S. Rafael.

3. O texto faz referência aos quatro cavaleiros do Apocalipse que surgiram nas visões de Ezequiel.
3.1. Associa cada cavalo à sua simbologia.
a. cavalo branco 1. peste
b. cavalo negro 2. guerra
c. cavalo verde 3. animais selvagens
d.cavalo vermelho 4. fome

4. Indica a expressão do texto a que se refere o pronome “que” (linha


15).
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GRUPO II

Procede, agora, à leitura atenta do excerto do conto estudado


na aula de Português.

TEXTO

Há muitos anos, há dezenas de anos e centenas de anos, havia em


certo lugar da Dinamarca, no extremo Norte do país, perto do mar, uma
grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos. Nessa floresta morava com a sua família um Cavaleiro. Viviam numa
casa construída numa clareira rodeada de bétulas. E em frente da porta da casa havia um grande pinheiro que era a árvore
mais alta da floresta.
Na Primavera as bétulas cobriam-se de jovens folhas, leves e claras, que estremeciam à menor aragem. Então a neve
desaparecia e o degelo soltava as águas do rio que corria ali perto e cuja corrente recomeçava a cantar noite e dia entre
ervas, musgos e pedras. Depois a floresta enchia-se de cogumelos e morangos selvagens. Então os pássaros voltavam do
Sul, o chão cobria-se de flores e os esquilos saltavam de árvore em árvore. O ar povoava-se de vozes e de abelhas e a brisa
sussurrava nas ramagens.
Nas manhãs de Verão verdes e doiradas, as crianças saíam muito cedo, com um cesto de vime enfiado no braço
esquerdo e iam colher flores, morangos, amoras, cogumelos. Teciam grinaldas que poisavam nos cabelos ou que punham a
flutuar no rio. E dançavam e cantavam nas relvas finas sob a sombra luminosa e trémulas dos carvalhos e das tílias. Passado
o Verão o vento de Outubro despia os arvoredos, voltava o Inverno, e de novo a floresta ficava imóvel e muda e presa em
seus vestidos de neve e gelo.
No entanto, a maior festa do ano, a maior alegria, era no Inverno, no centro do Inverno, na noite comprida e fria do
Natal.
Então havia sempre grande azáfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a família e vinham amigos e parentes, criados da
casa e servos da floresta. E muitos dias antes já o cozinheiro amassava os bolos de mel e trigo, os criados varriam os
corredores, e as escadas e todas as coisas eram lavadas, enceradas e polidas. Em cima das portas eram penduradas grandes
coroas de azevinho e tudo ficava enfeitado e brilhante. As crianças corriam agitadas de quarto em quarto, subiam e desciam
a correr as escadas, faziam recados, ajudavam nos preparativos. Ou então ficavam caladas e, cismando, olhavam pelas
janelas a floresta enorme e pensavam na história maravilhosa dos três reis do Oriente que vinham a caminho do presépio de
Belém.
Lá fora havia gelo, vento, neve. Mas em casa do Cavaleiro havia calor e luz, riso e alegria.
E na noite de Natal, em frente da enorme lareira, armava-se uma mesa muito comprida onde se sentavam o Cavaleiro, a
sua mulher, os seus filhos, os seus parentes e os seus criados.
Os moços da cozinha traziam as grandes peças de carne assada e todos comiam, riam e bebiam vinho quente e cerveja
com mel.
Terminada a ceia começava a narração das histórias. Um contava histórias de lobos e ursos, outro contava histórias de
gnomos e anões. Uma mulher contava a lenda de Tristão e Isolda e um velho de barbas brancas contava a lenda de Alf, rei
da Dinamarca, e de Sigurd. Mas as mais belas histórias eram as histórias do Natal, as histórias dos Reis Magos, dos pastores
e dos Anjos.
A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma ceia,
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sempre as grandes coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas histórias. Mas as coisas tantas vezes
repetidas, e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e misteriosas.
Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois terminada a ceia o Cavaleiro
voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os seus criados, e disse:
- Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem sido para nós cheia de paz e alegria. Mas de
hoje a um ano não estarei aqui.
- Porquê? - perguntaram os outros todos com grande espanto.
- Vou partir - respondeu ele. - Vou em peregrinação à Terra Santa e quero passar o próximo Natal na gruta onde Cristo
nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis Magos e os Anjos. Também eu quero rezar ali. Partirei na próxima Primavera.
De hoje a um ano estarei em Belém. Mas passado o Natal regressarei aqui e, de hoje a dois anos estaremos, se Deus quiser,
reunidos de novo.
Naquele tempo as viagens eram longas, perigosas e difíceis, e ir da Dinamarca à Palestina era uma grande aventura.
Quem partia poucas notícias podia mandar e, muitas vezes, não voltava. Por isso a mulher do Cavaleiro ficou aflita e
inquieta com a notícia. Mas não tentou convencer o marido a ficar, pois ninguém deve impedir um peregrino de partir.

O Cavaleiro da Dinamarca, Sophia de Mello Breyner Andresen


Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem

1. Localiza no tempo e no espaço a acção narrada neste excerto.

2. No início da narrativa, a natureza aparece descrita pormenorizadamente.


2.1. Transcreve dessa passagem uma expressão evocativa de uma :
 sensação visual;
 sensação auditiva;
 sensação de movimento.

2.2. Identifica e transcreve deste segmento textual um exemplo de um recurso expressivo.

3. A noite vivida com mais alegria e calor, era a noite de Natal.


3.1. Refere o modo como era preparada e vivida esta noite na casa do Cavaleiro.

4. No texto é estabelecido o contraste entre o ambiente exterior e o interior.


4.1. Transcreve o parágrafo em que nos é apresentada essa oposição.

5. “ A noite de Natal era igual todos os anos...”.


5.1. Refere a decisão tomada pelo Cavaleiro que veio alterar esse ritual.
5.2. Indica o motivo dessa sua intenção.
5.3. Diz como reagiu a sua mulher a esta comunicação. Justifica a tua resposta.

6. O Cavaleiro é a personagem principal deste conto.


6.1. Indica três traços do seu caráter visíveis nesta passagem da narrativa.

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GRUPO III

1. Seleciona a opção em que a palavra“Cavaleiro” desempenha a função sintática de VOCATIVO.

1.1. O Cavaleiro anunciou que faria uma peregrinação à Terra Santa.


1.2. – Cuidado, Cavaleiro, é uma viagem longa e perigosa.
1.3. A mulher não convenceu o Cavaleiro a ficar.

2. Atenta na frase:
Aquela mulher contara a história de Tristão e Isolda.

2.1. Identifica a pessoa, número, tempo e modo da forma verbal evidenciada.


2.2. Reescreve, agora, a frase, a partir da expressão “ Seria bom que…”
2.3. Classifica a forma verbal destacada na frase, quanto à sua subclasse.

3. Considera a frase: O Cavaleiro deu uma notícia inquietante à sua família.


3.1. Reescreve a frase, substituindo o complemento indireto pelo pronome pessoal adequado.
3.2. Acrescenta à frase reescrita um advérbio de negação, procedendo às alterações necessárias.
4.Observa a frase seguinte:
Lá fora estava frio, mas em casa do Cavaleiro havia calor.

4.1. Divide e classifica as orações da frase complexa.

GRUPO IV

EXPRESSÃO ESCRITA
Uma das frases que encontramos no conto « O Cavaleiro da Dinamarca », de Sophia de M.Breyner Andresen, pode
ser um início de uma outra narrativa, agora, imaginada por ti.
Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras,
iniciado pelo segmento: « O Inverno tinha despido as árvores...».
Na tua narrativa, deves incluir pelo menos uma descrição de um espaço e um momento de diálogo.

A professora
Maria João Pinto
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