Você está na página 1de 5

ANO LETIVO 2013-2014

3ª FICHA DE AVALIAÇÃO ESCRITA DE PORTUGUESA- 7º ANO


PROFESSORA: HELENA RODRIGUES

_________________________________________________________________________

GRUPO I

PARTE A

Lê este texto.
PARTE B

Lê o seguinte excerto do conto estudado.

A Dinamarca fica no Norte da Europa. Ali os Invernos são longos e rigorosos com
noites muito compridas e dias curtos, pálidos e gelados. A neve cobre a terra e os
telhados, os rios gelam, os pássaros emigram para os países do Sul à procura de sol, as
árvores perdem as suas folhas. Só os pinheiros continuam verdes no meio das florestas
geladas e despidas. Só eles, com os seus ramos cobertos por finas agulhas duras e
brilhantes, parecem vivos no meio do grande silêncio imóvel e branco.
Há muitos anos, há dezenas e centenas de anos, havia em certo lugar da
Dinamarca, no extremo Norte do país, perto do mar, uma grande floresta de pinheiros,
tílias, abetos e carvalhos. Nessa floresta morava com a sua família um Cavaleiro. Viviam
numa casa construída numa clareira rodeada de bétulas. E em frente da porta da casa
havia um grande pinheiro que era a árvore mais alta da floresta.
Na Primavera as bétulas cobriam-se de jovens folhas, leves e claras, que
estremeciam à menor aragem. Então a neve desaparecia e o degelo soltava as águas do
rio que corria ali perto e cuja corrente recomeçava a cantar noite e dia entre ervas,
musgos e pedras. Depois a floresta enchia-se de cogumelos e morangos selvagens. Então
os pássaros voltavam do Sul, o chão cobria-se de flores e os esquilos saltavam de árvore
em árvore. O ar povoava-se de vozes e de abelhas e a brisa sussurrava nas ramagens. Nas
manhãs de Verão verdes e doiradas, as crianças saíam muito cedo, com um cesto de vime
enfiado no braço esquerdo e iam colher flores, morangos, amoras, cogumelos. Teciam
grinaldas que poisavam nos cabelos ou que punham a flutuar no rio. E dançavam e
cantavam nas relvas finas sob a sombra luminosa e trémula dos carvalhos e das tílias.
Passado o Verão, o vento de Outubro despia os arvoredos, voltava o Inverno, e de
novo a floresta ficava imóvel e muda, presa em seus vestidos de neve e gelo.
No entanto, a maior festa do ano, a maior alegria, era no Inverno, no centro do Inverno,
na noite comprida e fria do Natal.
Então havia sempre grande azáfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a família e
vinham amigos e parentes, criados da casa e servos da floresta. E muitos dias antes já o
cozinheiro amassava os bolos de mel e trigo, os criados varriam os corredores, e as
escadas e todas as coisas eram lavadas, enceradas e polidas. Em cima das portas eram
penduradas grandes coroas de azevinho e tudo ficava enfeitado e brilhante. As crianças
corriam agitadas de quarto em quarto, subiam e desciam a correr as escadas, faziam
recados, ajudavam nos preparativos. Ou então ficavam caladas e, cismando, olhavam
pelas janelas a floresta enorme e pensavam na história maravilhosa dos três reis do
Oriente que vinham a caminho do presépio de Belém.
Lá fora havia gelo, vento, neve. Mas em casa do Cavaleiro havia calor e luz, riso
e alegria.
E na noite de Natal, em frente da enorme lareira, armava-se uma mesa muito
comprida onde se sentavam o Cavaleiro, a sua mulher, os seus filhos, os seus parentes e
os seus criados.
Os moços da cozinha traziam as grandes peças de carne assada e todos comiam,
riam e bebiam vinho quente e cerveja com mel.
Terminada a ceia começava a narração das histórias. Um contava histórias de lobos e
ursos, outro contava histórias de gnomos e anões. Uma mulher contava a lenda de Tristão
e Isolda e um velho de barbas brancas contava a lenda de Alf, rei da Dinamarca, e de
Sigurd. Mas as mais belas histórias eram as histórias do Natal, as histórias dos Reis Magos,
dos pastores e dos Anjos.
A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma
ceia, sempre as grandes coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas
histórias. Mas as coisas tantas vezes repetidas, e as histórias tantas vezes ouvidas
pareciam cada ano mais belo e mais misteriosos.
Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois
terminada a ceia o Cavaleiro voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os
seus criados, e disse:
— Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem
sido para nós cheia de paz e alegria. Mas de hoje a um ano não estarei aqui.
— Porquê? — perguntaram os outros todos com grande espanto.
— Vou partir — respondeu ele. — Vou em peregrinação à Terra Santa e quero
passar o próximo Natal na gruta onde Cristo nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis
Magos e os Anjos. Também eu quero rezar ali. Partirei na próxima Primavera. De hoje a
um ano estarei em Belém. Mas passado o Natal regressarei aqui e de hoje a dois anos
estaremos, se Deus quiser, reunidos de novo.
Naquele tempo as viagens eram longas, perigosas e difíceis, e ir da Dinamarca à
Palestina era uma grande aventura. Quem partia poucas notícias podia mandar e, muitas
vezes, não voltava. Por isso a mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notícia.
Mas não tentou convencer o marido a ficar, pois ninguém deve impedir um peregrino de
partir.

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca


Este excerto corresponde ao início do conto. Responde às questões de forma cuidada.

1. O conto inicia-se com a descrição do inverno na Dinamarca.


1.1 A imagem que nos é transmitida é de que quase toda a natureza parece morta. Por
que ficamos com essa impressão?
1.2 Há uma exceção nessa natureza “morta”. Qual?
1.3 Tendo em conta a leitura integral da obra, qual a importância deste elemento da
natureza no momento final do conto?

2. Especifica o espaço em que se situa a casa do Cavaleiro.

3. Apesar da natureza estar “presa em seus vestidos de neve e de gelo” era no inverno
que se vivia “a maior alegria”. Por que razão isso acontecia?

4. São várias as personagens intervenientes na cção que o excerto relata.

4.1. Identifica-as.
9.2. Refere qual é a principal.

5. O que se fazia todos os anos na noite de Natal, em casa do Cavaleiro?

6. O último Natal referido neste excerto trouxe uma surpresa.

6.1. Explica qual foi.

6.2. O que sentiu e como reagiu a mulher do Cavaleiro?

7. O Cavaleiro concretizou o seu desejo, no entanto, foram vários os obstáculos que teve
que transpor. Refere dois desses obstáculos e sumariamente explica por que se tornaram
obstáculos.

8. Este excerto enquadra-se na ação principal do conto, no entanto, existem ações


secundárias.
8.1. Nomeia uma dessas ações e refere o seu respetivo narrador.
8.2. Explica a relação que estabelece entre estas ações e a ação principal.

9. Classifica o narrador deste excerto quanto à presença. Justifica devidamente a tua resposta.

PARTE C

Elabora um comentário, que tenha entre 50 a 70 palavras, tendo em conta a seguinte


afirmação: O Cavaleiro demonstrou ser um homem de palavra.
O teu texto deverá ter três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) e ter em
conta os seguintes tópicos:
 Opinião pessoal sobre a afirmação.
 Justificação da opinião pessoal com base numa situação textual.
 Referência a duas características do Cavaleiro que comprovem a tua opinião.
GRUPO II

GRAMÁTICA

1. Atenta nas frases apresentadas e indica a classe e a subclasse das palavras


sublinhadas.

a) O Cavaleiro cumpriu o seu desejo.


b) Ele teve que passar por muitos obstáculos.
c) Foi uma viagem longa que demorou dois anos.
d) De regresso a casa, o Cavaleiro recordou todas aquelas histórias, especialmente a
sua.
e) O Mercador de Veneza foi a primeira personagem que o Cavaleiro conheceu, mas
não a única.
f) O peregrino perdeu-se na floresta.
g) O pinheiro cuja luz se via indicava-lhe o caminho para casa.
h) O Cavaleiro tinha um diário, escreveu-o ao longo da sua viagem.
i) Onde fica a Dinamarca?

2. Atenta na primeira frase, coloca o verbo nos seguintes tempos:

a) Pretérito imperfeito do indicativo


b) Mais que perfeito composto do indicativo
c) Futuro do indicativo
d) Condicional
e) Presente do conjuntivo
f) Imperativo

3. Identifica as funções sintáticas dos constituintes sublinhados.

a) O Cavaleiro partiu sozinho.


b) Ele vivia numa floresta.
c) Ele fez uma viagem longa e por isso ficou muito cansado.
d) Várias pessoas lhe deram ajuda.
e) Nada o fez parar.
f) Cavaleiro, foste muito corajoso.

GRUPO III

O Cavaleiro fez uma viagem que o enriqueceu de várias maneiras.


Também tu já tiveste, certamente, oportunidade de viajar. Conta uma das tuas viagens
reais, ou imagina uma que gostarias de fazer, e num texto que contenha entre 160 a 200
palavras, narra uma história interessante e emocionante.

Boa avaliação. Helena Rodrigues

Você também pode gostar