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Biografia

Sophia de Mello Breyner Andresen


Sofia Melo Breyner Andresen nasceu em 1919 no Porto, com origem
dinamarquesa pelo lado paterno. Cresceu em uma família aristocrática e foi
educada nos valores da moral cristã. Iniciou seus estudos no Colégio Sagrado
Coração de Jesus, em Lisboa, mas não chegou a concluir a faculdade de
Filologia Clássica.
Colaborou na revista "Cadernos de Poesia" e se tornou uma figura
representativa na política liberal, apoiando o movimento monárquico e
criticando o regime salazarista. Sua "Cantata da Paz" ficou célebre como uma
canção de intervenção dos Católicos Progressistas.

Sophia de Mello Breyner destacou-se como contista e autora de livros infantis,


traduziu obras de Dante Alighieri e Shakespeare, sendo membro da Academia
das Ciências de Lisboa. Recebeu Prémio Camões, Doutoramento Honoris
Causa em 1998 e Prémio Rainha Sofia em 2003.

Caracterização da obra
Recordando sua infância e juventude, a autora destaca a importância das casas em
sua vida, um tema que terá grande impacto em sua obra ao descrever detalhadamente
as casas e objetos nelas presentes. Ela explica que tem uma memória visual forte e
lembra-se de cada detalhe das casas que já não fazem parte de sua vida, buscando
representar e manter presente essas memórias.
Além disso, Sophia de Mello Breyner Andresen tinha uma visão da poesia como um
valor transformador fundamental. Sua produção poética seguia ciclos específicos, com
o ápice da atividade de escrita durante a noite, pois necessitava de uma concentração
especial que se desenvolvia ao longo da noite. A autora admitia que sua poesia
acontecia naturalmente, sem um esforço consciente, sendo influenciada por suas
próprias vivências e lembranças. Através de sua poesia, Sophia de Mello Breyner
Andresen expressava sua própria vida e experiências, comunicando-se com o leitor
por meio de sua obra.
Sophia de Mello Breyner Andresen, uma admiradora da literatura clássica, incorporou
palavras antigas em seus poemas, refletindo seu culto pela arte e tradição da
civilização grega. Sua obra apresenta influências de Fernando Pessoa, destacando-se
o apelo ao infinito, memórias de infância, sebastianismo e messianismo. A busca da
justiça, equilíbrio e harmonia, a consciência do tempo, a natureza e o mar, o tema da
casa, o amor e a vida em oposição à morte são alguns dos temas abordados por
Sophia. Seus escritos também refletem valores da antiguidade clássica, naturalismo
helênico, idealismo, individualismo e humanismo cristão. Acreditava em valores
messiânicos e sebastianistas, retratando o poeta como um guardião do absoluto.
A Nau Catrineta" pela sua ama Laura

Havia em minha casa uma criada, chamada Laura, de quem eu gostava muito. Era
uma mulher jovem, loira, muito bonita. A Laura ensinou-me a "Nau Catrineta" porque
havia um primo meu mais velho a quem tinham feito aprender um poema para dizer no
Natal e ela não quis que eu ficasse atrás… Fui um fenómeno, a recitar a "Nau
Catrineta", toda. Mas há mais encontros, encontros fundamentais com a poesia: a
recitação da "Magnífica", nas noites de trovoada, por exemplo. Quando éramos um
pouco mais velhos, tínhamos uma governanta que nessas noites queimava alecrim,
acendia uma vela e rezava. Era um ambiente misto de religião e magia… E de certa
forma nessas noites de temporal nasceram muitas coisas. Inclusivamente, uma certa
preocupação social e humana ou a minha primeira consciência da dureza da vida dos
outros, porque essa governanta dizia: «Agora andam os pescadores no mar, vamos
rezar para que eles cheguem a terra» (…).

https://pt.wikipedia.org/wiki/
Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen
feito por Leonor Fernandes

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