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RVERAARTIGO
Esporte Med 2010; 40 (3): 189-206
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ª2010 Adis Data Information BV. Todos os direitos reservados.

Novos Horizontes para a Metodologia e


Fisiologia da Periodização do Treinamento
Vladimir B. Issurin
Departamento de Esportes de Elite, Instituto Wingate, Netanya, Israel

Conteúdo
Abstrato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 1. Modelo
Tradicional de Periodização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
1.1 História da Periodização do Treinamento como Problema Científico e Conceito de Coaching. . . . . . . . . . . . 191
1.1.1 Precursores do Treinamento de Periodização na Roma Antiga e na Grécia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
1.1.2 Estágio Contemporâneo de Desenvolvimento da Periodização do Treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
1.2 Posições Básicas do Modelo Tradicional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
1.2.1 Conceito Generalizado de Interação 'Carga-Recuperação' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
1.2.2 Princípios do Treinamento Periodizado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
1.2.3 Hierarquia dos Ciclos de Treinamento Periodizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
1.2.4 Variações do Modelo Tradicional de Ciclo Anual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
1.3 Principais Limitações da Periodização Tradicional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
2. Modelos Alternativos de Periodização. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194
2.1 Fatores que Afetam a Revisão da Periodização Tradicional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
2.2 Tabelas de Periodização em Esportes Coletivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
2.3 Periodização Linear e Não Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
2.4 Modelos Não Tradicionais de Design de Treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
2.4.1 Tendências Anuais de Desempenho de Grandes Atletas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
2.4.2 Planos de Treinamento Unidirecionais Concentrados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
3. Periodização em bloco como abordagem alternativa ao treinamento de alto desempenho. . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
3.1 Primeiros esforços para implementar a periodização em bloco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
3.2 Conceitos Científicos que Afetam o Modelo Periodizado em Blocos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
3.2.1 Efeito Cumulativo de Treinamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
3.2.2 Efeito de Treinamento Residual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
3.3 Posições Básicas do Treinamento Periodizado em Bloco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
3.3.1 Princípios Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
3.3.2 Taxonomia de Blocos de Mesociclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201
3.3.3 Compilando um Ciclo Anual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202
4. Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203

Abstrato A teoria do treinamento foi estabelecida há cerca de cinco décadas, quando o


conhecimento da preparação dos atletas estava longe de ser completo e a base
biológica era baseada em uma quantidade relativamente pequena de resultados de
pesquisas objetivas. Naquela época, a tradicional 'periodização do treinamento', uma
divisão de todo o programa sazonal em períodos menores e unidades de treinamento,
foi proposta e elucidada. Desde então, o desporto internacional e a ciência do desporto
passaram por mudanças tremendas, enquanto o treino tradicional
190 Issurin

a periodização permaneceu mais ou menos no mesmo nível dos estudos publicados nas
publicações iniciais. Sendo um dos componentes da teoria mais orientados para a prática, a
periodização do treino pretende oferecer aos treinadores orientações básicas para a
estruturação e planeamento do treino. No entanto, durante as últimas décadas,
desenvolveram-se inevitavelmente contradições entre o modelo tradicional de periodização e
as exigências da prática desportiva de alto rendimento. As principais limitações da
periodização tradicional decorrem de: (i) respostas fisiológicas conflitantes produzidas pelo
treinamento “misto” direcionado a muitas habilidades atléticas; (ii) fadiga excessiva
provocada por períodos prolongados de treinamento multidirecionado; (iii) estimulação
insuficiente do treinamento induzida por cargas horárias de média e baixa concentração
típicas de treinamento 'misto'; e (iv) a incapacidade de fornecer desempenhos de vários picos
ao longo da temporada. As tentativas de superar essas limitações levaram ao
desenvolvimento de conceitos alternativos de periodização. O modelo de periodização em
bloco recentemente desenvolvido oferece uma abordagem alternativa renovada para o
planejamento do treinamento de atletas de alto desempenho. Sua ideia geral propõe o
sequenciamento de ciclos de formação especializada, ou seja, blocos, que contêm cargas
horárias altamente concentradas e direcionadas a um número mínimo de competências
visadas. Ao contrário do modelo tradicional, em que predomina o desenvolvimento
simultâneo de muitas habilidades atléticas, o treinamento periodizado em blocos pressupõe
o desenvolvimento consecutivo de habilidades-alvo razoavelmente selecionadas. O conteúdo
do treinamento periodizado em blocos está estabelecido em seus princípios gerais, uma
taxonomia de blocos de mesociclo e diretrizes para a elaboração de um plano anual.

A ciência do desporto é amplamente considerada o Durante este período, e especialmente nos últimos
principal contribuinte para o progresso no desporto e, anos, surgiram abordagens alternativas à concepção
em particular, para a melhoria do treino atlético. A sua do treino, principalmente em relatórios profissionais e
teoria geral estabelece e resume os pressupostos revistas de treinadores, e foram sujeitas a pouca ou
básicos mais significativos relativamente à essência, nenhuma consideração científica séria. O objetivo
terminologia, principais efeitos e base científica para o deste artigo é revisar a periodização do treinamento à
treino de atletas. luz dos resultados de estudos anteriores e recentes do
A periodização do treinamento é definitivamente um modelo tradicional e de versões atualizadas do design
dos ramos da teoria do treinamento mais orientados para do treinamento.
a prática. Foi estabelecido em geral na década de 1960 e
foi inicialmente baseado na experiência do esporte de alto 1. Modelo Tradicional de Periodização
rendimento na ex-URSS e em pesquisas fisiológicas
publicadas por proeminentes cientistas soviéticos da À medida que o treino atlético se torna mais
época.[1-4]Um pouco mais tarde, foi conceituada a extenuante e profissional, a necessidade de uma base
periodização do treinamento,[5]republicado em muitos científica para um planeamento consciente torna-se mais
países[6-9]e assumiu o estatuto de pano de fundo universal desejável. Assim, a 'periodização do treinamento' atendeu
e monopolista para o planeamento e análise da formação. às expectativas da prática: foi descrita como a sequência
proposital de diferentes unidades de treinamento (ciclos e
Certamente, a evolução contínua do desporto e sessões de treinamento de longa, média e curta duração)
da ciência do desporto contribuiu para uma enorme para que os atletas pudessem atingir o estado desejado e
acumulação de conhecimento, evidências e os resultados planejados. Esta seção apresenta uma breve
tecnologias de formação. No entanto, o modelo história da periodização do treinamento e seus princípios
tradicional de periodização estabelecido há cerca de básicos, que fundamentam o modelo tradicional popular
cinco décadas não mudou muito desde então. utilizado em todo o mundo.

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Novos Horizontes para Periodização de Treinamento 191

1.1 História da Periodização do Treinamento como a coordenação e as habilidades atléticas básicas e a


Problema Científico e Conceito de Coaching preparação especializada com foco nas características
1.1.1 Precursores do Treinamento de Periodização na específicas do esporte permanecem até agora. Esta
Roma Antiga e na Grécia abordagem geral foi adotada na maioria dos esportes
A história da medicina e da filosofia antigas nos e nos livros didáticos anteriores sobre esqui,[14]natação
[15]e atletismo[16]foram escritos com base nessas
fornece marcos memoráveis na teoria do
treinamento. Essas peças da criação humana incluem abordagens comumente aceitas. Na década de 1950,
os nomes de grandes pensadores antigos, como uma série de pesquisas fisiológicas foram publicadas.
[1-4]Ao mesmo tempo, os estudos forneceram um sério
Galeno e Filóstrato. O famoso médico e filósofo
romano Galeno (Claudius Aelius Galenus, século II DC) apoio biológico e uma base científica para as
em seu tratado Preservação da Saúdepropuseram a directrizes. Contudo o primeiro resumo sério de
categorização original dos exercícios, que pode ser conceitos científicos e empíricos atualizados foi
qualificada como precursora da periodização compilado por Lev P. Matveyev[5]tornando-o o
contemporânea para o treinamento de força.[10]Seus reconhecido fundador da teoria tradicional da
exercícios com sequências que vão desde “exercícios periodização do treinamento. Na verdade, a
com força mas sem velocidade” até o desenvolvimento periodização do treino – significando “a subdivisão do
de “velocidade separada da força e da força” e, por fim, programa sazonal em períodos e ciclos de treino mais
até “exercícios intensos combinando força e pequenos” – parece ser uma parte importante e
velocidade”,[11]surpreendem-nos pela sua lógica e indispensável da teoria do treino.
criatividade, embora possam ser questionados à luz do
conhecimento contemporâneo. Outro exemplo de 1.2 Posições Básicas do Modelo Tradicional
periodização anual pode ser encontrado no ensaio
As posições básicas da teoria tradicional de
Ginásticado proeminente cientista grego antigo
periodização do treinamento incluem: (i) uma
Filóstrato, 'o ateniense', que também viveu no século II
elucidação geral de carga e recuperação tendo em
DC.[12]Sua descrição da preparação pré-olímpica
vista o conceito de supercompensação; (ii) princípios
contém um período obrigatório de 10 meses de
gerais de treinamento periodizado; (iii) a hierarquia dos
treinamento proposital, seguido de 1 mês de
ciclos de treinamento periodizados; e (iv) propostas de
preparação centralizada na cidade de Elis, antes dos
variações do ciclo anual. Consideremos cada uma
Jogos Olímpicos. Esta parte final do ciclo anual se
dessas posições.
assemelha aos campos de treinamento pré-olímpicos
praticados hoje por qualquer seleção nacional. As
1.2.1 Conceito Generalizado de Interação 'Carga-
diretrizes estabelecidas por Philostratus, que
Recuperação'
sequenciam cargas de trabalho pequenas, médias e
Talvez a primeira explicação cientificamente fundamentada
grandes num ciclo de formação de 4 dias, podem servir
para a melhoria do condicionamento físico tenha sido oferecida em
como uma ilustração brilhante da antiga abordagem
meados da década de 1950 pelo bioquímico soviético Yakovlev,[2,17]
ao planeamento a curto prazo.
que relataram o ciclo de supercompensação
após um único treino. O fenômeno da
1.1.2 Estágio Contemporâneo de Desenvolvimento da Periodização do supercompensação baseia-se na interação entre
Treinamento carga e recuperação (figura 1).
Os fundamentos da teoria contemporânea da O ciclo de supercompensação é induzido pela
periodização foram propostos pela primeira vez na ex- carga física, que serve de estímulo para reações
URSS, onde os livros didáticos para treinadores e posteriores. A carga única, considerada a primeira
estudantes de educação física previam a divisão de todo o fase do ciclo, provoca fadiga e redução aguda da
processo de preparação em períodos separados de capacidade de trabalho do atleta. A segunda fase é
treinamento geral e mais especializado.[13]Esta separação caracterizada por fadiga acentuada e um processo
em preparação geral, abrangendo treinamento para de recuperação pronunciado; consequentemente,
aptidão cardiorrespiratória, treinamento geral no final desta fase, o

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Trabalhar e retornar periodicamente. As justificações para esta


capacidade
abordagem dizem respeito a: umaritmo habitualde dias
Carregar
úteis e férias; ocaráter cíclico de adaptaçãoisso pressupõe
regeneração periódica da adaptabilidade; opartilha de
tarefas principaisque permite o desenvolvimento de
capacidades motoras gerais e específicas do desporto,
competências técnicas e tácticas; e acronograma de
competição,o que determina fortemente os ápices da
Fases
preparação dos atletas e as mudanças periódicas no
programa de treinamento.
Fadiga e Super- Voltar ao pré-carregamento O princípio da 'unidade de preparação geral e
recuperação compensação nível
especializada' enfatizou a importância de cargas de
trabalho específicas durante um longo período de
Figura 1.O ciclo de supercompensação, mostrando a tendência da capacidade
de trabalho após uma única carga.[2]
treinamento no início da temporada e a necessidade de
treinos de condicionamento geral durante o período de
competições frequentes. É digno de nota que este
a capacidade de trabalho do atleta aumenta e
princípio foi reivindicado numa altura em que os
atinge níveis de pré-carga. Durante a terceira fase, a
impactos “sazonais” eram muito mais fortes do que são
capacidade de trabalho continua a aumentar,
hoje. Esportes como esqui, patinação, remo, hóquei no
ultrapassando o nível anterior e atingindo o clímax,
gelo e futebol eram estritamente determinados pelas
que corresponde à fase de supercompensação. Na
condições sazonais. Da mesma forma, foi necessário
quarta fase, a capacidade de trabalho retorna ao
sublinhar a ligação entre a preparação geral e a
nível de pré-carga.
especializada, tanto por razões metódicas como
Este padrão de recuperação de carga foi
organizacionais.
comprovado através do esgotamento e restauração de
Outro princípio significativo denominado “projeto
substâncias bioquímicas como o fosfato de creatina
em forma de onda das cargas de trabalho de
[18,19]ou glicogênio.[20,21]Uma tendência semelhante foi
treinamento” foi postulado durante a década de 1950
observada usando várias estimativas fisiológicas[22]e
para o projeto de planejamento de curto prazo
testes esportivos específicos.[23,24]Com base na teoria
(programa semanal) e de longo prazo (ciclo anual). Esse
da supercompensação, Matveyev[25]propôs um
princípio proclamava a necessidade de alternar dias de
esquema geral de soma de várias cargas. De acordo
carga alta e de carga menor, sequenciando cargas de
com este esquema, vários treinos podem ser realizados
trabalho grandes, médias e pequenas. O sentido
enquanto o atleta ainda está cansado, e o efeito de
fisiológico deste princípio foi apoiado pelos resultados
supercompensação pode ser induzido após um ciclo de
de estudos bioquímicos e fisiológicos realizados
treino específico, mas não um único treino. Esta
naquela época.[1-4]Os achados da recuperação pós-
posição serviu de base para a compilação de pequenos
exercício mostraram que tal sequenciamento de cargas
ciclos de treino (microciclos) e para a concepção do
de trabalho facilita a probabilidade de respostas
treino pré-competição.
favoráveis ao treinamento e a prevenção do acúmulo
excessivo de fadiga. Da mesma forma, as ondas
1.2.2 Princípios do Treinamento Periodizado médias no treino mensal e as ondas grandes no plano
Vários princípios especializados foram propostos por anual de treino tinham como objetivo refrescar a
Matveyev[25]e popularizado em outras publicações sobre adaptabilidade dos atletas e evitar a monotonia das
teoria de treinamento. Um dos princípios básicos que rotinas repetitivas de treino.
determinam o conceito geral de treino periodizado é o O “princípio da continuidade” foi postulado numa época
“princípio da concepção de treino cíclico”. Este princípio se em que as interrupções na formação eram relativamente
aplica a ciclos periódicos de treinamento atlético. Durante frequentes e desculpáveis. O princípio afirmava que tais
um longo período, os muitos componentes do interrupções são muito prejudiciais do ponto de vista
treinamento de longo prazo se repetem biológico, pedagógico e organizacional.

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Propôs também que as pausas na formação para (ciclos de formação de pequena dimensão); a parte inferior
recuperação e necessidades sociais fossem pertence aos treinos e exercícios, que são os blocos de
cuidadosamente planeadas, enquanto as pausas construção de todo o sistema de treinamento.
esporádicas deveriam ser totalmente excluídas. Hoje Como os períodos são os componentes mais
em dia, com a maioria dos atletas de alto rendimento significativos da teoria tradicional, suas
treinando em níveis profissionais e semiprofissionais, a particularidades e conteúdo são claramente prescritos.
importância deste princípio ainda é relevante, embora O programa do período preparatório deve conter
agora pareça bastante trivial. exercícios extensos, de alto volume e diversificados
para desenvolver principalmente habilidades físicas e
técnicas gerais, enquanto o período competitivo deve
1.2.3 Hierarquia dos Ciclos de Treinamento Periodizados
ser focado em exercícios especializados mais
Conforme afirmado na introdução, o conceito
intensificados e de volume reduzido, incluindo a
geral de treinamento periodizado foi proposto na
participação em competições. A base biológica de tal
década de 1960 e tem sido adotado por muitas
projeto pressupõe um aumento gradual da
gerações de analistas e treinadores (tabela I).
adaptabilidade dos atletas, induzido pelo aumento da
O nível superior do sistema periodizado hierárquico
estimulação do treinamento.
pertence à preparação plurianual, onde o ciclo olímpico
quadrienal é de particular importância. O próximo nível 1.2.4 Variações do Modelo Tradicional de
da hierarquia é representado pelos macrociclos, que Ciclo Anual
geralmente duram 1 ano, mas podem ser reduzidos As versões anteriores dos planos periodizados eram
para meio ano ou até menos. Os macrociclos estão orientadas para macrociclos que duravam uma
divididos em períodos de treino, que cumprem uma temporada inteira. Esta abordagem de planeamento
função fundamental na teoria tradicional: dividem o pode ser definida como um “plano anual de um pico”.
macrociclo em duas partes principais, a primeira para No início da década de 1960, esse projeto correspondia
trabalhos mais generalizados e preliminares (período a muitos esportes sazonais, como remo, ciclismo,
preparatório), e a segunda para trabalhos e patinação e esqui. O aparecimento de diversas
competições mais específicos de eventos. (período de instalações desportivas e o progresso geral do
competição). Além disso, um terceiro e mais curto desporto tornaram necessária a expansão da prática
período é reservado para recuperação e reabilitação competitiva. Assim, o modelo anual de um pico tornou-
activas. Os próximos dois níveis da hierarquia são se insuficiente e foram introduzidos “planos anuais de
reservados para os mesociclos (ciclos de treinamento dois picos”. Contudo, novos progressos nas instalações
de médio porte) e microciclos desportivas, a diversificação das competições e o
aumento do profissionalismo do treino levaram à
elaboração de “modelos de preparação de três picos”,
Tabela I.A estrutura hierárquica e o conteúdo dos ciclos de treinamento
[26,27]que se tornou a última modificação comumente
periodizados[5,6]
reconhecida da periodização tradicional (figura 2).
Componente de preparação Contente
e sua duração
1.3 Principais Limitações da Periodização
Preparação plurianual Treinamento sistemático e duradouro do atleta,
Tradicional
(anos) composto por períodos de 2 ou 4 anos
ciclos (quadrienais)
Embora o modelo tradicional proponha uma sequência
Macrociclo (meses) Ciclo de treinamento de grande porte
de diferentes objectivos (do geral ao específico; do
(frequentemente ciclo anual) que inclui períodos
preparatórios, de competição e de transição trabalho extensivo ao mais intensivo, etc.), a abordagem
Mesociclo (semanas) Ciclo de treinamento de tamanho médio metódica predominante baseia-se no desenvolvimento
composto por vários microciclos simultâneo de muitas capacidades específicas. Por
Microciclo (dias) Ciclo de treinamento de pequeno porte composto exemplo, o período preparatório de treinamento para
por vários dias; frequentemente 1 semana
atletas de alto rendimento em resistência, esportes de
Treino (h/min) Uma única sessão de treinamento
combate, jogos com bola e esportes estéticos geralmente
realizada individualmente ou em grupo
contém um programa de

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Período de transição
Período de competição
Período preparatório
100

98
Resultado atlético relacionado ao melhor da temporada (%)

96

100

98

96

100

98

96

Figura 2.Ciclos anuais de um pico, dois picos e três picos, exibindo a tendência anual dos resultados atléticos relacionados à melhor
conquista sazonal.

o desenvolvimento da capacidade aeróbica geral, participar com sucesso em muitas competições. A


força muscular e resistência de força, melhoria periodização tradicional propõe desenhos de um,
da coordenação geral, capacidade explosiva dois e três picos, onde o ciclo anual consiste em um,
geral e velocidade geral, preparação mental e dois ou três macrociclos.[24-26]No entanto, mesmo o
técnica básica, domínio do repertório tático, design de três picos não satisfaz a tendência
tratamento de lesões anteriores, etc. adaptação desportiva internacional para competições ao longo
fisiológica, morfológica e psicológica, e muitas do ano. A tendência multipico do desporto moderno
dessas cargas de trabalho não são compatíveis, de alto nível está em óbvia contradição com a
causando respostas conflitantes. Estas periodização tradicional.[28]Todas estas
desvantagens do modelo tradicional podem ser circunstâncias e factores contribuíram para a
insignificantes para atletas de baixo nível, onde procura de abordagens de formação alternativas,
um programa misto complexo torna o treino que foram oferecidas por treinadores e cientistas
mais atraente e divertido. No entanto, para criativos e são consideradas abaixo.
atletas de alto rendimento, as limitações da
periodização tradicional levantam sérios 2. Modelos Alternativos de Periodização
obstáculos ao progresso (tabela II).
Obviamente, estas limitações diminuem substancialmente O impulso inicial para reformar a periodização tradicional
a qualidade da formação. Ao contrário dos atletas novatos e de começou entre treinadores proeminentes em diferentes
nível médio, que necessitam de estimulação de treino desportos, quando perceberam que as instruções para a
relativamente baixa para progredir, os atletas de alto gestão do treino restringiam a sua criatividade e não
desempenho melhoram a sua preparação e desempenho permitiam que os seus atletas alcançassem as suas maiores
através de grandes quantidades de estímulos de treino que conquistas. As tentativas de melhorar o modelo tradicional
dificilmente podem ser obtidos utilizando o treino misto foram inicialmente de caráter cosmético; no entanto, no início
tradicional multi-direcionado. da década de 1980, as tendências de reforma tornaram-se
Uma desvantagem adicional do modelo tradicional é a mais fortes. Os factores mais influentes que evidenciaram esta
sua incapacidade de permitir que os atletas participem. revisão foram os substanciais

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mudanças ocorridas naquela época no esporte mundial e no frequência cardíaca, lactato sanguíneo, frequência de
treinamento atlético. movimento, etc.;[35,46]melhoria dos métodos de
acompanhamento médico;[47,48]e elaboração de equipamentos
2.1 Fatores que Afetam a Revisão da avançados de treinamento e novos materiais.[49-51]
Periodização Tradicional Estes avanços, combinados com uma maior partilha de
abordagens de planeamento bem-sucedidas entre os
Vários factores efectuaram uma reforma do sistema
treinadores, estimularam um enorme progresso na
de formação tradicional e incentivaram a procura de
metodologia de treino.
abordagens alternativas. Estes factores incluíram
limitações da periodização tradicional em termos do
2.2 Gráficos de Periodização em Esportes Coletivos
desenvolvimento simultâneo de diversas capacidades
motoras e técnicas (tabela II), e mudanças dramáticas Já há algum tempo é amplamente reconhecido que o
no desporto mundial nas últimas décadas. planejamento da preparação em esportes coletivos difere
Evidentemente, as tremendas mudanças no drasticamente do planejamento de rotinas em disciplinas
desporto mundial nas últimas décadas tiveram uma atléticas individuais. Diversas pesquisas sobre esportes
forte influência na evolução do processo de treino. coletivos relatam a adoção de modelos periodizados do
Apesar da singularidade de cada desporto, estas conceito tradicional.[52,53]Contudo, muitas publicações
mudanças parecem ter uma tendência global em todo recentes declaram que basear os programas de treino no
o mundo, com uma série de características principais. “modelo clássico” de periodização é contraproducente para
- Um aumento no número total de competições:[24,44] a maioria dos desportos colectivos.[54-56]A temporada de
correspondentemente, a sua contribuição para os esportes coletivos como futebol, rugby, basquete, hóquei
estímulos de treino aumentou dramaticamente. no gelo, etc. dura de 20 a 35 semanas na Europa e na
- Motivação financeirade atletas de ponta, que se América do Norte.[56,57]
tornaram muito mais fortes do que antes. Foi demonstrado que um desenho de treinamento
- Cooperação e partilha mais estreitasentre os seguindo os preceitos tradicionais de planejamento leva a
treinadores mundiais, o que levou à melhoria da reduções dramáticas na massa corporal magra,[42]força
qualidade do treino e do nível de desempenho atlético. máxima de grupos musculares relevantes,[58,59]potência
- A luta contra intervenções farmacológicas anaeróbica máxima[60]e até velocidade máxima.[61]
ilegais,que afetaram e que levaram à A aplicação do modelo tradicional ainda é realista para
prevenção de tais tecnologias nocivas no atletas juniores e de baixo nível, cujas fases de competição
desporto de alto rendimento.[45] são relativamente curtas e podem ser consideradas
- Implementação de tecnologias esportivas avançadas e semelhantes às dos desportos individuais. No entanto,
métodos de treinamento, como monitoramento de para considerar a temporada de jogo

Tabela II.Principais limitações da periodização tradicional no treinamento de atletas de alto rendimento

Fator Limitações
Fornecimento de energia Falta de fornecimento de energia suficiente para desempenho simultâneo de cargas de trabalho diversificadas[28-30]

Adaptação celular As consequências do treinamento, como a biogênese mitocondrial, a síntese de proteínas miofibrilares e a síntese de
enzimas anaeróbicas, pressupõem caminhos separados de adaptação biológica[31-33]

Recuperação pós-exercício Como diferentes sistemas fisiológicos requerem diferentes períodos de recuperação, os atletas não obtêm
recuperação suficiente[34-36]
Compatibilidade de várias cargas Exercícios que combinam diversas modalidades muitas vezes interagem negativamente devido ao déficit energético, complexidade
de trabalho técnica e/ou fadiga neuromuscular[37-39]

Concentração mental O desempenho de cargas de trabalho estressantes exige altos níveis de concentração mental que não podem ser direcionados a muitos
objetivos simultaneamente[40,41]

Suficiência de estímulos de treinamento para O progresso específico do esporte de atletas de alto nível exige grandes quantidades de estímulos de treinamento que não podem ser obtidos por
progresso meio de treinamento simultâneo para muitos alvos.[24,42]

Atividade competitiva Incapacidade de fornecer preparação multipico e desempenhos bem-sucedidos durante todo o ciclo anual[37,43]

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196 Issurin

um número limitado de dias, enquanto o planeamento racional


da preparação nos desportos coletivos pressupõe a
Fases

Publicar-
Desligado-
Pré-temporada Em temporada temporada
temporada manutenção da preparação específica do desporto durante
quebrar
períodos de 4 a 8 meses.
PT Do ponto de vista fisiológico, a importância do treino
RA MC
SSSP RA
Alvos

MC TTS periodizado racionalmente nos desportos coletivos não


EM RP
GS SSE pode ser subestimada. A longa temporada de jogos com
SSE
seu grande número de jogos estressantes frequentemente
Carga de duração

Baixo a Médio Alto leva a consequências prejudiciais, como respostas


Baixo
médio para alto muito alto
catabólicas pronunciadas,[61,63]
distúrbios musculoesqueléticos e alta incidência de
3-4 6-20 1-4
15 a 35 semanas lesões.[56]O treino razoavelmente estruturado que
semanas semanas semanas
evita respostas fisiológicas conflituantes facilita a
manutenção benéfica da preparação específica para
Figura 3.Apresentação esquemática de um gráfico anual de preparação
o desporto e evita um declínio nas capacidades e
em desportos coletivos.[40,41,49]AR =recuperação ativa;GS =força geral; MC =
condicionamento metabólico;EM =velocidade máxima;RP=recuperação características fisiológicas relevantes.[62,64,65]
psicológica;SSE =resistência específica do esporte;SSSP =força e potência
específicas do esporte;TP=perfeição técnica;TTS =habilidades técnico-
táticas. 2.3 Periodização Linear e Não Linear

Tentativas de reformar e racionalizar a


O número de atletas qualificados do ponto de vista da periodização tradicional foram empreendidas por
periodização tradicional leva a uma situação absurda em vários pesquisadores e analistas de formação. A sua
que a fase culminante da preparação anual consiste em 20 intenção era atualizar o modelo tradicional e
a 30 microciclos competitivos. Nesta situação, os conceitos distinguir entre a chamada periodização “linear” e
generalizados de pico e redução gradual não fazem “não linear”.[66,67]Os proponentes da versão revisada
sentido. Talvez esta seja uma das razões pelas quais partiram do pressuposto de que a periodização
muitos especialistas em esportes coletivos evitam utilizar tradicional postula um aumento gradual e
termos tradicionais, como períodos preparatórios e de progressivo na intensidade e pode, portanto, ser
competição, e usam termos específicos do esporte denominado um modelo linear. Em contraste, o
coletivo, como treinamento “fora de temporada”, “pré- modelo não linear oferece variações drásticas de
temporada” e “dentro da temporada”.[56,62] intensidade dentro do programa semanal e diário.
Uma apresentação geral do ciclo anual para jogadores Este 'fator de variação' foi especialmente enfatizado
qualificados especifica as fases relevantes da sua no termo 'periodização ondulante'[66]que foi
preparação em termos de duração, objetivos de treino anexado ao modelo não linear. Na realidade, a
dominantes e nível de carga (figura 3). É claro que, devido periodização tradicional não ignora – e até exige
à variação entre os esportes coletivos, os calendários de – flutuações em forma de onda nas cargas de trabalho
competições nacionais e as particularidades do nos micro e mesociclos de um único dia; também não
treinamento para as diferentes faixas etárias, é impossível restringe a amplitude dessas variações. Além disso, o
compilar um modelo de gráfico universal. Pode-se sugerir princípio do desenho do treino em forma de onda
que o treinamento nas fases de entressafra e pré- enfatiza a importância deste factor de variação (ver
temporada pode se assemelhar ao treino na abordagem secção 1.2.2). Esta inconsistência do conceito proposto
tradicional de periodização.[56]Uma inspeção cuidadosa dos foi notada por Stone e coautores.[68,69]Aparentemente,
programas de preparação propostos para jogadores de o modelo tradicional é ao mesmo tempo “não-linear” e
alto rendimento revela que mesmo estes são altamente “ondulante”, enquanto o “modelo linear” parece
restritos. Na verdade, o modelo tradicional facilita a extremamente artificial e contradiz as exigências
aquisição de uma combinação óptima de todas as fisiológicas e metódicas gerais. Os oponentes deste
capacidades desportivas específicas para garantir conceito declararam corretamente que o uso da
desempenhos máximos para terminologia

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Novos Horizontes para Periodização de Treinamento 197

como 'linear' e 'não linear' é enganosa.[70]O O gráfico indica seis picos onde o atleta
autor apoia totalmente esta posição e assume obteve 12 resultados superiores a 590 cm que
que tal é o caso quando se tenta associar corresponde ao resultado do vencedor no
termos não tradicionais a abordagens de Mundial de 2009. Uma breve análise da
formação tradicionais bem conhecidas. tendência anual de desempenho deste atleta
revela as seguintes características sobre o seu
modelo pessoal de treinamento periodizado.
Durante um período de cerca de 250 dias, Sergei
2.4 Modelos Não Tradicionais de Design de Treinamento
Bubka participou de uma longa série de competições;
Conforme observado nas seções 2.1, 2.2 e 2.3, as este período foi precedido de uma preparação de pré-
alternativas aos modelos tradicionais de periodização temporada que durou cerca de 3 meses, período
foram criadas tanto por praticantes (treinadores e durante o qual não participou em torneios oficiais.
atletas proeminentes) quanto por cientistas. Esta seção Durante um período de 9 meses o atleta participou de
apresenta exemplos de tais alternativas. diversas competições e seus resultados variaram de
92% a 100% do seu recorde pessoal; essa extensa
prática competitiva proporcionou ao atleta estímulos
2.4.1 Tendências Anuais de Desempenho de Grandes Atletas
de treinamento muito fortes. Os intervalos entre os
Uma das características típicas do esporte
picos de desempenho variaram de 12 a 43 dias
contemporâneo de alto rendimento é a preparação em
(geralmente 22–27); este intervalo de tempo foi
múltiplos picos para obtenção de excelentes resultados
suficiente para a recuperação ativa, mas
ao longo de uma temporada, e não duas a três vezes
absolutamente irrealista para cumprir quaisquer
como na periodização tradicional. Os exemplos de
períodos de preparação generalizada propostos na
atletas líderes mundiais em desportos individuais
periodização tradicional.[24-27]É óbvio que este longo
demonstram uma estabilidade incrível no desempenho
período de tempo (9 meses) durante o qual o atleta
máximo em intervalos relativamente curtos (14–43
competiu com sucesso a nível mundial não pode ser
dias) entre os picos.[44,71]O diagrama da figura 4 mostra
subdividido nos tradicionais períodos preparatórios e
a tendência anual de desempenho de um dos maiores
de competição. Por outro lado, as capacidades básicas
atletas de atletismo, Sergei Bubka (URSS [desde 1991,
do atleta (força máxima, capacidade de regeneração
Ucrânia]), que ganhou uma medalha de ouro olímpica
aeróbica) precisavam ser mantidas num nível
em 1988 e cinco medalhas de ouro no Campeonato
suficiente. Portanto, os ciclos apropriados de
Mundial de salto com vara. Seu recorde mundial (614
treinamento de curto prazo para habilidades básicas e
cm) permanece até hoje.
recuperação foram incorporados ao seu programa.

620 É claro que Sergei Bubka é um atleta único, mas o


exemplo de sua preparação é típico do esporte
610 contemporâneo de alto rendimento, como pode ser visto
em exemplos semelhantes de outros grandes atletas.[44,71]
600 Obviamente, o esquema tradicional não proporciona um
Resultado (cm)

design de preparação de múltiplos picos, e os grandes


590
atletas e os seus treinadores tiveram que encontrar os
seus próprios modelos de periodização como alternativas
580
à abordagem tradicional.

570
2.4.2 Planos de treinamento unidirecionais concentrados

560 O conceito de treinamento unidirecional


janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto Setembro concentrado foi proposto por Verchoshansky[72]
Figura 4.A tendência anual de desempenho no salto com vara de Sergei Bubka na
para preparação nas disciplinas de poder. Este projeto
temporada de 1991.[28] de treinamento foi testado durante a preparação do

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saltadores em altura, que executaram um mesociclo de solo durante fases de carga prolongadas pode
4 semanas de treinamento de força altamente ter um efeito deletério na preparação específica
concentrado seguido de um mesociclo de restituição do esporte e reduzir a eficácia da prática da
com duração de 2 semanas, durante o qual os atletas equipe.
se concentraram no aperfeiçoamento de habilidades Concluindo, vale ressaltar que o desempenho na
técnicas, exercícios de velocidade e treinamento físico maioria dos esportes exige manifestações de
geral. Durante o primeiro mesociclo de carregamento, múltiplas capacidades físicas e técnicas. Isto
os indicadores de resistência relevantes diminuíram restringe definitivamente a aplicação do conceito de
gradualmente; no entanto, durante o mesociclo de formação unidirecional à concepção real dos
restituição subsequente, estes índices aumentaram programas de preparação.
para um nível mais elevado do que o registado antes
do programa de formação. O autor recomenda repetir
3. Bloquear a periodização como uma abordagem
esta combinação de mesociclos de carga e restituição
alternativa para treinamento de alto desempenho
durante o ciclo anual. Os ganhos obtidos em força e
potência podem ser explicados como parte do efeito No início da década de 1980, o termo “blocos de
retardado de longa duração (LLDE), assunto que treinamento” tornou-se popular e amplamente utilizado
merece atenção especial. O autor afirma que o LLDE é entre treinadores de alto desempenho. É claro que não foi
condicionado por cargas de trabalho altamente conceituado inicialmente e foi encontrado principalmente
concentradas e de grande volume durante a primeira no jargão dos treinadores. No entanto, na sua conotação
fase, e cargas de trabalho reduzidas na segunda fase. mais abrangente referia-se a “um ciclo de formação com
[73]O conceito pressupõe que quanto menor for a
cargas de trabalho especializadas altamente
diminuição dos índices funcionais na primeira fase, concentradas”.[37]Tais ciclos contêm um grande volume de
maior será o seu aumento na segunda fase; a duração exercícios direcionados a um número mínimo de
da primeira fase varia de 4 a 12 semanas. Da mesma habilidades específicas. Como abordagem de
forma, espera-se um intervalo de tempo semelhante planeamento, os blocos de treino pareciam uma
para efeitos posteriores positivos após este alternativa ao tradicional treino misto multi-direcionado,
treinamento concentrado. que foi alvo de extensas críticas por parte de treinadores e
A ideia de treinamento unidirecional concentrado investigadores criativos. Gradualmente, tentativas bem-
tem sido amplamente discutida na literatura,[74-76]e foi sucedidas de implementar blocos de treinamento levaram
transferido das disciplinas de força para outros ao surgimento de um sistema de preparação denominado
esportes, especificamente em um estudo de longo “periodização em bloco”. Como uma nova abordagem
prazo com jogadores adultos qualificados de basquete. metodológica, a periodização em blocos tem sido tratada
[76]O ciclo anual foi subdividido em dois macrociclos
em diversas publicações, que são consideradas a seguir.
com duração de 23 e 19 semanas. Cada macrociclo
consistiu em três etapas: (i) uma fase de carga de
3.1 Primeiros esforços para implementar a
cargas de força e potência (8 e 3 semanas,
periodização em bloco
respectivamente); (ii) uma fase de restituição (2 e 3
semanas, respetivamente); e (iii) uma etapa de Pode-se sugerir que as primeiras tentativas de
competição, onde os jogadores participaram de implementar blocos de treinamento na prática não foram
campeonatos regionais (13 semanas em ambos os documentadas e sobreviveram principalmente de relatos
casos). O grupo experimental, que não teve anedóticos. Contudo, pelo menos três experiências bem-
contrapartida controle, melhorou significativamente os sucedidas de treinamento periodizado em blocos foram
resultados nos testes de potência, e sua dinâmica sistematizadas e publicadas.
correspondeu à tendência proposta pelo conceito Um dos pioneiros na reforma da periodização
LLDE. Infelizmente, os autores não divulgaram os tradicional foi o Dr. Anatoly Bondarchuk, que treinou os
resultados dos atletas no torneio de basquete, que era vencedores das medalhas de ouro, prata e bronze no
definitivamente a primeira prioridade do time. Pode-se lançamento do martelo nos Jogos Olímpicos de 1988 e
sugerir que uma redução do atraso funcional 1992 e em muitos outros atletas de alto nível.

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Novos Horizontes para Periodização de Treinamento 199

atletas. O sistema que ele criou compreendia três tipos de sequência:preparação, geral, específicoe competitivo.
blocos de mesociclo devidamente especializados: blocos de [81]Maistarde, o autor modificou esta taxonomia e
desenvolvimento,em que os níveis de carga de trabalho chamou-as debloco geral, que se concentrava em
aumentam gradualmente até ao máximo;blocos cargas de trabalho aeróbicas e coordenativas variadas,
competitivos,em que o nível de carga é estabilizado e os obloco específico,que foi dedicado ao desenvolvimento
atletas se concentram no desempenho competitivo; e de mecanismos energéticos específicos para eventos e
blocos de restauração,em que os atletas utilizam a velocidade competitiva, e obloco competitivo,que
recuperação ativa e se preparam para o próximo corresponde ao que hoje é comumente chamado de
programa de desenvolvimento. A sequência e o tempo 'tapering' e culmina com a concorrência.[82]Esta fase é
destes bloqueios dependem do calendário da competição geralmente seguida por um curto ciclo de recuperação.
e das respostas individuais do atleta.[77,78]
Um modelo similar periodizado em blocos foi proposto Apesar da óbvia singularidade de cada desporto
e implementado na preparação de remadores de em que estas experiências foram realizadas, as
canoagem e caiaque de alto nível.[79]Três tipos de blocos de principais exigências metodológicas do treino eram
mesociclo foram elucidados:acumulação, que se dedicava quase idênticas:
ao desenvolvimento de habilidades básicas, como - Os autores criaram blocos de treinamento nos quais as
resistência aeróbica geral, força muscular e técnicas gerais cargas de trabalho se concentram em um número mínimo
de movimento;transformação,que se concentrou no de alvos.
desenvolvimento de habilidades mais específicas, como - O número total de blocos propostos é
resistência combinada aeróbica-anaeróbica ou anaeróbica, relativamente pequeno (três a quatro). Isto
resistência muscular especializada e técnica adequada contrasta com a teoria tradicional, na qual a
específica para cada evento; erealização,que foi concebido taxonomia do mesociclo inclui 9–11 tipos.[6,24-27]
como uma fase de treinamento pré-competitivo e focado - A duração de um único bloqueio do mesociclo
principalmente na modelagem da corrida, obtendo varia de 2 a 4 semanas, o que permite que
velocidade e recuperação máximas antes da próxima ocorram as alterações bioquímicas,
competição. Esses três mesociclos foram combinados em morfológicas e coordenativas desejadas sem
um estágio de treinamento separado, com duração de 6 a acúmulo excessivo de fadiga.
10 semanas, que terminou com competição; várias etapas - A união de mesociclos únicos constitui uma etapa
de treinamento formaram o macrociclo anual. Os de treinamento: seu sequenciamento correto é
programas de preparação radicalmente reformados benéfico para o desempenho competitivo, ou seja, o
resultaram em desempenhos excepcionais da equipe pico.
nacional de canoagem e caiaque da URSS, que conquistou
três medalhas de ouro e três de prata nos Jogos Olímpicos 3.2 Conceitos Científicos que Afetam o
de Seul em 1988 e oito e nove medalhas de ouro nos Modelo Periodizado em Bloco
Campeonatos Mundiais de 1989 e 1990, respectivamente.
Pelo menos dois conceitos científicos contemporâneos
[80]
tiveram um impacto distinto no estabelecimento do
sistema de preparação da periodização em bloco: oefeito
Mais uma experiência bem-sucedida com esta
de treinamento cumulativoe aefeito de treinamento
abordagem foi conduzida pelo renomado
residual.
especialista em natação Gennadi Touretski, que
treinou Alexander Popov (Rússia) – pentacampeão 3.2.1 Efeito Cumulativo de Treinamento
olímpico e múltiplo campeão mundial e europeu – e Em termos de desporto competitivo, o efeito
Michael Klim (Austrália) – bicampeão olímpico , cumulativo do treino a longo prazo é o principal factor
múltiplo campeão mundial e vencedor de medalhas. que, em grande medida, determina o sucesso de um
Touretski subdividiu o ciclo anual em uma série de atleta. O efeito cumulativo do treinamento pode ser
etapas com duração de 6 a 12 semanas, onde cada expresso como “mudanças nas capacidades fisiológicas
uma compreendia quatro blocos de treinamento e no nível de habilidades físicas/técnicas resultantes de
nas etapas seguintes. uma preparação atlética duradoura”.[37]

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Correspondentemente, pode ser refletido por dois O sistema com sua preparação multipico permite que os
grupos de indicadores: (i) variáveis fisiológicas e atletas mantenham as habilidades básicas e específicas do
bioquímicas, que caracterizam alterações no estado esporte em uma faixa relativamente estreita durante toda
biológico do atleta; e (ii) variáveis de habilidades a temporada.[71,77]
específicas do esporte e desempenho atlético, que
caracterizam mudanças na preparação do atleta. 3.2.2 Efeito de treinamento residual

O conceito de efeito residual de treinamento é


Os limites funcionais dos vários sistemas fisiológicos relativamente novo e menos conhecido do que outros tipos de
não podem ser aumentados na mesma medida, e os resultados de treinamento. O treinamento de longa duração
diferentes indicadores fisiológicos dos efeitos cumulativos visa desenvolver diversas habilidades motoras, que
do treino variam dentro da sua gama apropriada. As permanecem em um nível elevado por um determinado
mudanças mais pronunciadas podem ser obtidas nas período após o término do treinamento. Esta retenção
habilidades aeróbicas. Mais especificamente, o pertence a outro tipo especial de efeito de formação
treinamento de resistência proposital pode aumentar denominado “efeito de formação residual”, que pode ser
drasticamente as enzimas aeróbicas, o número de caracterizado como “a retenção de alterações induzidas por
mitocôndrias, o conteúdo de mioglobina e a capilarização cargas de trabalho sistemáticas para além de um determinado
muscular.[83,84]Ao contrário dos determinantes da período de tempo após a cessação da formação”.[37]
capacidade aeróbica, as características do metabolismo A abordagem geral dos “resíduos de treinamento”
anaeróbico podem ser melhoradas em menor grau. Isto induzidos pelos “efeitos residuais do treinamento” foi
aplica-se às enzimas anaeróbicas e particularmente ao pico conceituada inicialmente por Brian e James Counsilman,[88]
de armazenamento de lactato sanguíneo e fosfato de e concentrou-se principalmente nos aspectos de longo
creatina, com aumentos que são relativamente pequenos prazo da adaptação biológica. Eles propuseram
mesmo quando o treino é altamente intensivo.[85,86] logicamente a existência de resíduos de formação de longa
Os efeitos cumulativos do treinamento alcançados em duração como um importante elemento de base da teoria
diversas habilidades específicas do esporte dependem da formação. Do ponto de vista da adaptação geral e da
fortemente de mudanças nas variáveis fisiológicas preparação desportiva a longo prazo, os resíduos de treino
mencionadas acima. Assim, a taxa de melhoria nas a longo prazo são muito importantes. Contudo, para a
disciplinas de resistência aeróbica é muito maior do que concepção de programas de formação, os resíduos de
em eventos que exigem potência e capacidade anaeróbica formação de curto prazo são de primordial importância.
máximas. Os ganhos de força máxima são determinados
por mudanças no sistema músculo-esquelético e no A fenomenologia do efeito residual do treinamento
mecanismo de contração neural.[87] está intimamente ligada ao processo de destreinamento,
Gerenciar o efeito cumulativo do treinamento pressupõe o que pode ocorrer seletivamente de acordo com
planejamento e a regulação das cargas de trabalho em habilidades específicas quando estas não são estimuladas
períodos relativamente longos, o que envolve competência na por treinamento suficiente.[89-91]Quando o treinamento é
periodização do treinamento. O conceito de efeito cumulativo planejado da maneira tradicional e muitas habilidades são
de treinamento é extremamente importante tanto para os desenvolvidas simultaneamente, o risco de
modelos tradicionais quanto para os modelos de periodização destreinamento é insignificante porque cada alvo (dadas
em bloco, embora a tendência usual das variáveis fisiológicas as habilidades físicas ou técnicas) recebe uma parte dos
e específicas do esporte seja diferente em cada sistema estímulos. Porém, se essas habilidades forem
alternativo. O treinamento misto multidirecionado, típico do desenvolvidas consecutivamente, como propõe o sistema
modelo tradicional, provoca um aumento nas habilidades de periodização em blocos, o problema do destreinamento
atléticas básicas no período preparatório, seguido pelo seu torna-se importante. De facto, se um atleta desenvolve
declínio no período de competição subsequente, enquanto as uma capacidade e perde outra ao mesmo tempo, o
habilidades específicas do esporte são suprimidas no período treinador deve ter em conta a duração do efeito positivo
preparatório prolongado e aumentam durante o período de um determinado tipo de treino após a sua cessação e a
preparatório. período de competição. A periodização do bloco rapidez com que o atleta perderá o nível de capacidade
alcançado quando ele Ela

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Novos Horizontes para Periodização de Treinamento 201

Tabela III.Fatores que afetam a duração dos resíduos de treinamento de curto prazo[37,88,92,93]

Fator Influência

1. Duração do treinamento antes da cessação Treinamento mais longo causa resíduos mais longos

2. Nível de concentração de carga do treinamento antes da O treinamento altamente concentrado em comparação com o treinamento complexo de múltiplos componentes causa
interrupção resíduos mais curtos

3. Idade e duração da carreira desportiva dos atletas Atletas mais velhos e mais experientes têm resíduos mais longos

4. Caráter da preparação após cessação do O uso de cargas estimulatórias apropriadas permite resíduos prolongados e evita o rápido destreinamento
treinamento concentrado
5. Natureza biológica do desenvolvimento de habilidades Habilidades associadas a alterações morfológicas e bioquímicas pronunciadas, como força muscular e
resistência aeróbica, apresentam resíduos mais longos; habilidades anaeróbicas aláticas e glicolíticas têm
resíduos mais curtos

para de treinar para isso. Ou seja, o treinador habilidades dentro de um único bloco (a alternativa é o
tem que conhecer o efeito residual de cada tipo treinamento misto complexo em que muitas habilidades
de treino. A duração dos resíduos de treino varia são desenvolvidas simultaneamente). Além disso, na
em função de diversos factores metodológicos e maioria dos desportos, o número de capacidades
fisiológicos (tabela III). desportivas específicas decisivas excede o número de
Pode-se concluir que a previsão, avaliação e capacidades que podem ser treinadas simultaneamente
programação dos efeitos cumulativos e residuais do num bloco com cargas de trabalho altamente
treinamento parecem ser componentes concentradas. Assim, o terceiro princípio propõe que o
significativos e até mesmo indispensáveis da desenvolvimento consecutivo é a única abordagem
preparação periodizada em bloco. possível para o desenho do treinamento em um sistema de
periodização em blocos. Finalmente, o quarto princípio
exige a implementação de uma taxonomia adequada de
3.3 Posições Básicas do Treinamento Periodizado em Bloco
blocos de mesociclo, que permita estruturar a preparação
As posições básicas do treinamento periodizado em e compilar programas periodizados em blocos (ver secção
blocos contêm: (i) princípios gerais; (ii) uma taxonomia 3.3.2). Portanto, os ciclos de treinamento de médio porte,
de blocos de mesociclo; e (iii) diretrizes para a chamados de blocos de mesociclo, são a personificação
elaboração de um plano anual. mais proeminente do conceito de periodização em bloco
em geral.
3.3.1 Princípios Básicos
Os princípios articulam a ideia geral de 3.3.2 Taxonomia de Blocos de Mesociclo
periodização em bloco e resumem os resultados É fácil ver que os princípios gerais propostos
de estudos anteriores (tabela IV).[71,93-95] conduzem, em última análise, a uma taxonomia de blocos
O primeiro e mais crucial princípio básico exige uma de mesociclos, que serve as necessidades práticas de
elevada concentração de cargas de trabalho de formação compilação de programas de formação.
num determinado bloco. Isto significa direcionar um A 'taxonomia dos blocos do mesociclo', como já
grande número de exercícios e tarefas para habilidades- mencionado, é formada por três tipos especializados:
alvo selecionadas, enquanto outras não são submetidas à (i) acumulação, (ii) transmutação e (iii) realização. O
estimulação do treinamento. É claro que um programa de primeiro tipo é dedicado ao desenvolvimento de
treinamento tão altamente concentrado só é possível para habilidades básicas, como resistência aeróbica geral e
um número mínimo de habilidades atléticas. Na realidade, aptidão cardiorrespiratória, força muscular e
isto leva à alocação de 60-70% de todo o tempo coordenação básica. Este mesociclo é caracterizado por
orçamentado para o desenvolvimento de duas a três volume relativamente alto e intensidade reduzida de
metas, sendo o tempo restante gasto na restauração, cargas de trabalho. Sua duração varia de 2 a 6
aquecimento e arrefecimento. Esta importante semanas. O segundo tipo concentra-se em habilidades
característica é declarada no segundo princípio, que específicas do esporte, como resistência especial
postula uma minimização do número de alvos (aeróbica-anaeróbica ou glicolítica), força

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202 Issurin

Tabela IV.Princípios básicos do treinamento de periodização em bloco[94,95]

Princípios básicos Comentários

Alta concentração de cargas de trabalho de treinamento Fornece estimulação de treinamento suficiente para atletas de alto desempenho

Número mínimo de habilidades alvo em um Necessário para fornecer estimulação de treinamento altamente concentrada
único bloco
Desenvolvimento consecutivo de muitas Normalmente o número de habilidades decisivas excede o número de habilidades desenvolvidas dentro de um único bloco
habilidades

Compilação e uso de blocos Blocos especializados de mesociclo – ou seja, acumulação, transmutação e realização – formam o conteúdo do treinamento
mesociclos especializados de periodização de blocos

resistência, técnica e tática adequadas; este é o ciclo repetidos em cada etapa, juntamente com resultados de
de treinamento mais exaustivo e geralmente dura desempenho competitivo, ajudarão a monitorar o
cerca de 2 a 4 semanas. O terceiro tipo visa processo de treinamento e fornecerão feedback que
restaurar os atletas e prepará-los para a próxima poderá ser usado para avaliação contínua e retificação do
competição. Ele contém exercícios para modelar o programa. Por fim, o número de etapas de treino num
desempenho competitivo e um programa esportivo ciclo anual depende das particularidades de um
específico para recuperação ativa rápida. Isso varia determinado desporto, do seu calendário de competições
de 8 a 15 dias.[95] importantes, etc., e normalmente varia de quatro a sete
A união de três blocos de mesociclo forma uma única etapas. O ciclo anual típico de treinamento periodizado em
etapa de treinamento que termina com uma competição bloco é mostrado na figura 5.
específica. Diferentemente da periodização tradicional, em A estrutura temporal do plano anual é formada, em
que o programa de treinamento misto visa desenvolver primeiro lugar, pela cronologia das etapas de
diversas habilidades, o desenvolvimento consecutivo de formação. Estas etapas são determinadas pelo
habilidades direcionadas típicas da periodização em bloco calendário de competições obrigatórias e direcionadas
produz estímulos de treinamento para diversas funções, e pela duração possível de vários blocos do mesociclo.
enquanto as demais habilidades diminuem. Nesta visão, a Assim, a duração da fase de treino varia de 3 meses
duração dos efeitos residuais do treino torna-se de (geralmente no início da temporada) a 25 dias
importância primordial. A correta sequenciação dos (geralmente no final da temporada, dependendo da
mesociclos na fase de treino permite obter a frequência das competições obrigatórias). Com base
''sobreposição óptima dos efeitos residuais do treino'',[37] nas exigências gerais da cronologia da fase de
de modo a permitir um desempenho competitivo de alto treinamento, competições adicionais, campos de
nível para todas as capacidades motoras e técnicas. Esta treinamento e exames médicos podem ser iniciados.
possibilidade surge porque os resíduos de treinamento de De um modo geral, quando os treinadores
habilidades básicas duram muito mais tempo do que os elaboram planos anuais, enfrentam um dilema: o plano
resíduos de habilidades mais específicas, enquanto os liberal “fácil” não levará ao sucesso, mas o programa
resíduos de velocidade máxima e prontidão específica para ambicioso e extenuante pode gerar fadiga excessiva e
eventos são os mais curtos.[93,94]Assim, a duração total de ser seguido pelo fracasso. Visto desta forma, o design
uma única etapa de treinamento varia de 5 a 10 semanas, periodizado em blocos tem benefícios óbvios. Devido à
dependendo da frequência da competição e de fatores semelhança das etapas sequenciais, os treinadores
específicos do esporte. podem formular o plano dos blocos subsequentes com
base no feedback da etapa anterior do treinamento. As
fases mais estressantes do trabalho – ou seja, os
3.3.3 Compilando um Ciclo Anual mesociclos de transmutação – podem ser encurtadas,
Com base no que precede, a concepção de um ciclo anual alongadas ou modificadas após alterações nas
pode ser vista como uma sequência de etapas mais ou menos respostas dos atletas. Antes de uma competição
autónomas, onde objectivos semelhantes são alcançados direcionada, os treinadores podem revisar o programa
através de programas de formação parcialmente renovados e de redução gradual duas a três vezes e aprovar a
qualitativamente melhorados. Uma bateria de teste versão mais favorável.

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Novos Horizontes para Periodização de Treinamento 203

Visadas
evento
pontos de referência

5
Competições,

4
3
2
1
mesociclos
Realização
Transmutação
mesociclos
Acumulação
mesociclos

EU II III 4 V VI
Estágios

Período de competição
Período de preparação

Figura 5.Gráfico esquemático de um ciclo anual periodizado em blocos. A importância das competições é retratada em pontos de referência que variam de 1 (o nível
mais baixo) a 5 (concorrência direcionada).[94,95]

4. Conclusões treinamento (tabela II). O modelo não tradicional,


denominado 'periodização em bloco', propõe um sistema
O desafio deste artigo foi introduzir a periodização de treinamento renovado, onde o sequenciamento de
do treinamento, citando os primeiros esforços dos blocos de mesociclo explora a interação favorável dos
pioneiros e tentando apresentar suas versões mais efeitos cumulativos e residuais do treinamento.
atualizadas, resumindo conceitos e evidências
recentemente introduzidos. Parte indispensável da
teoria da preparação dos atletas, a periodização do Reconhecimentos
treino engloba tanto elementos académicos (conceitos
biológicos generalizados, antecedentes fisiológicos, Nenhuma fonte de financiamento foi utilizada para auxiliar na
preparação desta revisão. O autor não tem conflitos de interesse que
teoria do treino) como disciplinas de orientação prática sejam diretamente relevantes para o conteúdo desta revisão.
(conceitos alternativos de treino, implementação de
blocos de treino, etc.), que são igualmente importante.
A longa história da periodização do treino tradicional Referências
indica o seu poder de permanência como um dos 1. Krestovnikov AN. Levantamento de fisiologia dos
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