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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

Gestão do Desporto e das Atividades Físicas


3º Ano
Parte II

Apontamentos

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GDAF – ISCE João Pedro Ferreira
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO
Índice
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DAS ACTIVIDADES FÍSICAS - OGAF ...................................................... 6
1. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DESPORTIVO ...................................................................... 6
 Âmbito dos Conteúdos..................................................................................................... 6
 Objetivos de Aprendizagem ............................................................................................. 6
2. Conceitos Estruturantes ................................................................................................... 6
 Objeto/Matéria ................................................................................................................ 6
 Competências ................................................................................................................... 7
O Desporto Profissional................................................................................................................. 7
O VALOR DOS DESPORTOS COMO MEIO DE RECREAÇÃO E DE EDUCAÇÃO PERMANENTE
NO QUADRO DA EVOLUÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO E DOS SECTORES PROFISSIONAIS .. 7
3. Desporto de Lazer ............................................................................................................ 7
4. OPORTUNIDADES PROFISSIONAIS NO DESPORTO ........................................................... 8
As Profissões Associadas ao Desporto .................................................................................... 8
Diversidade da intervenção profissional ................................................................................ 8
5. Profissões Associadas ao Desporto .................................................................................. 8
Enquadramento Profissional do Desporto ............................................................................. 9
6. Desporto Profissional ....................................................................................................... 9
O Praticante Profissional de Desporto ................................................................................... 9
7. A Profissão no âmbito Desportivo ................................................................................. 10
Enquadramento normativo do técnico da AFD em Portugal ...................................................... 12
8. TITULO PROFISSIONAL DE TREINADOR DE DESPORTO - TPTD ....................................... 12
REGIME TRANSITÓRIO - TPTD............................................................................................... 12
9. TÍTULO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE EXERCÍCIO FÍSICO - TEF.................................... 12
10. TÍTULO PROFISSIONAL DE DIRETOR TÉCNICO - TPDT .................................................... 14
FORMAÇÃO CONTÍNUA DT E TEF ......................................................................................... 16
O CONTRATO DE TRABALHO PROFISSIONAL NO DESPORTO ...................................................... 17
11. Regime Jurídico CTPD ..................................................................................................... 17
Perspetiva histórica .............................................................................................................. 17
12. Características do contrato de trabalho de Praticante Desportivo ............................... 17
13. Lei n.º 54/2017 de 14 de julho ....................................................................................... 17
CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 17
CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 17

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CAPÍTULO III - Direitos, deveres e garantias das partes ....................................................... 18
CAPÍTULO IV - Cedência e transferência de praticantes desportivos ................................... 18
CAPÍTULO V - Cessação do contrato de trabalho desportivo ............................................... 18
CAPÍTULO VI - Contrato de formação desportiva ................................................................. 18
CAPÍTULO VII - Dos empresários desportivos ....................................................................... 19
Capítulo VIII - Regime sancionatório .................................................................................... 19
14. Contrato de trabalho desportivo ................................................................................... 19
Características do contrato de trabalho do praticante desportivo ...................................... 19
Artigo 5.º Capacidade ........................................................................................................... 20
Artigo 6.º Forma e conteúdo ................................................................................................ 20
Artigo 7.º Registo .................................................................................................................. 20
Artigo 9.° Duração do contrato............................................................................................. 21
15. A Cessação do Contrato de Trabalho Desportivo .......................................................... 21
A Revogação ......................................................................................................................... 22
A Resolução por Iniciativa do Trabalhador/Atleta Profissional ............................................ 22
As Cláusulas de Rescisão....................................................................................................... 23
Artigo 10.° Direito de Imagem .............................................................................................. 23
Artigo 18.° Liberdade de Trabalho ........................................................................................ 23
16. O CONTRATO DE FORMAÇÃO DESPORTIVA................................................................... 24
Contrato de Formação Desportiva - CFD .............................................................................. 24
Formação do atleta ............................................................................................................... 24
Renovação do contrato especial........................................................................................... 26
17. Regime específico relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de
trabalho dos praticantes desportivos profissionais ....................................................... 26
Artigo 1.º Âmbito .................................................................................................................. 27
Artigo 2.º Pensões por morte ............................................................................................... 27
Artigo 3.º Pensões por incapacidade permanente absoluta ................................................ 27
Artigo 7.º Acompanhamento clínico e reabilitação do sinistrado ........................................ 27
Artigo 8.º Boletins de exame e alta ...................................................................................... 28
Artigo 9.º Contrato de seguro .............................................................................................. 28
Artigo 10.º Direito subsidiário .............................................................................................. 28
Artigo 13.º Entrada em vigor ................................................................................................ 29
18. Direitos desportivos (“federativos”) .............................................................................. 29

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Os direitos desportivos: ........................................................................................................ 29
Direitos económicos ............................................................................................................. 29
Diferentes formas de adquirir os direitos desportivos dos jogadores ................................. 30
Cedência temporária ou empréstimo................................................................................... 30
O Clube Cessionário .............................................................................................................. 31
O Clube Cedente ................................................................................................................... 31
Transferência definitiva entre clubes ................................................................................... 31
Aquisição com pagamento da cláusula de rescisão; ............................................................ 31
Aquisição de jogador em formação ...................................................................................... 32
Aquisição de jogador livre .................................................................................................... 32
Manutenção dos jogadores da formação interna ................................................................ 32
19. Reconhecimento dos direitos desportivos dos jogadores de futebol ........................... 32
Benefícios económicos futuros............................................................................................. 33
Direitos Desportivos Identificáveis ....................................................................................... 33
20. Regulamento para Compensação pela Formação ......................................................... 33
Compensação por Formação (FPF) ....................................................................................... 34
Artigo 38.º Cálculo e forma de pagamento .......................................................................... 35
Mecanismo de Solidariedade ............................................................................................... 35
FINANCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES DO SISTEMA DESPORTIVO ........................................... 35
21. Sponsoring...................................................................................................................... 36
Para uma Visão Global .......................................................................................................... 36
Empresas versus Desporto - Parcerias.................................................................................. 37
Mecenato x Patrocínio/"Sponsoring" ................................................................................... 37
22. Mecenato ....................................................................................................................... 38
Perspetiva Histórica do “Mecenato” .................................................................................... 38
Patrocínio /”Sponsoring” ...................................................................................................... 39
Contrapartidas ...................................................................................................................... 41
Diferenças entre Mecenato e “Sponsoring” ......................................................................... 41
Objetivos do "sponsoring". ................................................................................................... 42
"sponsoring" de notoriedade ............................................................................................... 42
"sponsoring" de imagem ...................................................................................................... 42
"sponsoring" de credibilidade .............................................................................................. 43
Estratégias e Opções............................................................................................................. 43

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Donativos a clubes desportivos e federações ...................................................................... 45
23. LEGISLAÇÃO DOS ESPAÇOS ESPECÍFICOS DAS AFD ........................................................ 46
3 Situações a registar num Licenciamento ........................................................................... 46
PROCESSO DE LICENCIAMENTO ........................................................................................... 46
LICENCIAMENTO DO FUNCIONAMENTO .............................................................................. 46
24. Bibliografia ..................................................................................................................... 48
Links ...................................................................................................................................... 48

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ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DAS ACTIVIDADES FÍSICAS - OGAF

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DESPORTIVO


Parte II - B

 Âmbito dos Conteúdos


 Ferramentas de análise do Desenvolvimento e Crescimento Desportivo
 As tipologias de Instituições e Organismos Promotores e Reguladores de Atividades
Físicas Desportivas
 Documentos reguladores
 Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (LBAFD)
 Regulamentação da LBAFD
 Legislação complementar
 Instrumentos de financiamento ao desporto
 Planeamento e Execução de Projetos no Desporto

 Objetivos de Aprendizagem
 1. Caracterizar o Desporto numa perspetiva sistémica e organizacional
 2. Identificar relações de influência entre a mudança social e a organização do desporto
 3. Caracterizar a organização do sistema desportivo português, bem como as relações
com organizações desportivas internacionais, nomeadamente do espaço geográfico
europeu
 4. Descrever o conceito de desporto face à existência de múltiplos sectores da prática
desportiva e de diferentes regimes de relação do indivíduo com a prática desportiva
 5. Identificar as principais características da organização do desporto na Europa e na
União Europeia
 6. Reconhecer o contexto de aplicação dos principais instrumentos de financiamento do
desporto nomeadamente os contratos-programa de desenvolvimento desportivo, o
mecenato e o patrocínio, considerando os regimes de direitos e deveres associados das
entidades envolvidas.

Conceitos Estruturantes

 Objeto/Matéria
 Competições profissionais e não profissionais, suas características e formas particulares
de organização.
 O praticante profissional de Desporto – sua relação com as competições profissionais e
não profissionais.

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 As profissões associadas ao Desporto, quer as decorrentes de uma intervenção direta,
quer as que estabelecem pontos de contacto e encontram no fenómeno desportivo
importante campo de aplicação.

 Competências
 Explicar em linguagem própria, o conceito de Desporto, apresentando aspetos que o
aproximam e distinguem de outras modalidades.
 Identificar na realidade desportiva, espaço para o mundo do trabalho, caracterizando
os aspetos profissionais inerentes ao próprio Desporto, bem como o conjunto de
atividades com ele relacionadas.

O Desporto Profissional

O VALOR DOS DESPORTOS COMO MEIO DE RECREAÇÃO E DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NO


QUADRO DA EVOLUÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO E DOS SECTORES PROFISSIONAIS
 Em pouco tempo o mundo mudou!
 Alteraram-se os hábitos, costumes e estilos de vida das sociedades!
 Atualmente, trabalha-se menos e produz-se mais; a parcela do tempo é superior à do
tempo de trabalho!
 A revolução cientifica e tecnológica perspetiva operar milagres, disponibilizando-nos
mais tempo livre, melhor nível de vida e maiores possibilidades culturais.
 Atualmente “o tempo livre ”constitui-se já como um problema sério das sociedades
modernas.
 Perante este enquadramento no qual o desporto é igualmente um interveniente) Bento,
J., considera a existência de duas vertentes, baseadas:
o “Numa estrutura original de valores do desporto, inspirada no trabalho e
caracterizada por treino, exercitação, esforço, competição e rendimento e que
tende a ser invadida por valores ligados a uma forte acentuação de
comportamentos hedonistas*”
o “Numa congregação de fatores favorecedores do aumento da prática
desportiva e do aumento da sua importância económica (o desporto parece
destinado a ser vendido e consumido como um produto com elevado teor de
entretenimento – comercialização e profissionalização).”
 *Hedonismo: tendência para agir de maneira a evitar o que é desagradável e atingir o
que é agradável

Desporto de Lazer
 Não existe a obrigação da prática, nem superação, nem rígida codificação;
 Tem como objetivo uma melhor qualidade de vida;

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 Atualmente, existe um aumento na oferta de serviços ligados ao lazer,
 A ocupação do tempo de lazer com AFD proporciona momentos de prazer, de convívio,
quebra de rotinas, liberta as tensões do quotidiano, diminuí fatores de risco e valoriza o
corpo.

OPORTUNIDADES PROFISSIONAIS NO DESPORTO

As Profissões Associadas ao Desporto


 No campo específico da Profissão Desportiva, a sociedade necessita cada vez mais de
profissionais capazes de resolver questões do:
o Movimento, stress, lazer, obesidade, bem-estar físico e mental, estética,
recurso humanos, materiais financeiros, de informação e temporais...,
o Não se centrando apenas na busca incessante de bons resultados desportivos
no âmbito da competição desportiva.

Diversidade da intervenção profissional


o Estruturas estatais descentralizadas segundo uma dinâmica territorial mais ou
menos orgânica;
o Estruturas profissionais de acolhimento tanto a nível internacional como
nacional;
o Estruturas de poder local com capacidade de intervenção no mundo do
desporto;
o Um crescente número de federações desportivas internacionais, nacionais e
regionais;
o Um número indeterminável de associações de modalidades;
o Milhares de clubes, grandes, médios e pequenos;
o Ginásios e centros de “fitness”;
o Empresas de serviços desportivos;
o Empresas de marketing e publicidade interessadas em integrarem a ideia e o
produto desporto nos seus projetos;
o Grandes e médias empresas a considerarem o desporto nas suas políticas de
recursos humanos;
o Milhares de instalações desportivas de diversos tipos que têm de ser geridas por
profissionais com formação especializada.
 Por aqui podemos avaliar as possibilidades que, quer direta quer indiretamente o
desporto está a abrir.

Profissões Associadas ao Desporto


 Profissões Associadas ao Desporto - INTERVENÇÃO INDIRECTA

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Enquadramento Profissional do Desporto
 Desporto Espetáculo
 Movimento financeiro suscetível de o sustentar
 A sua evolução é natural e imprescindível para a sua continuidade
 É a maior empresa mundial de espetáculos que se conhece

Desporto Profissional
o Desporto-Espetáculo
o Financiamento sustentado
o Promoção
o Rentabilização
o Recursos Humanos Profissionais
 O conceito de desporto sofre assim, as alterações quase de modo instantâneo, na
medida em que a sociedade evolui no redimensionamento dos seus princípios e dos
seus valores
 Desporto profissional como fenómeno de grande impacto,
 Renúncia da Carta Olímpica ao Amadorismo;
 Carta Europeia do Desporto consagra no seu artigo 8º, o desporto profissional como
realidade autónoma.
 Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (LBAFD) salvaguarda o estatuto de
praticante desportivo profissional como sendo:
o Aquele que exerce a sua atividade desportiva como profissão exclusiva ou
principal.
 O sector profissional no fenómeno desportivo reflete-se assim no seio de cada
Federação que inclua competições de carácter profissional, devendo ser constituído um
organismo dotado de autonomia administrativa, técnica e financeira, integrado,
obrigatória e exclusivamente, pelos clubes ou sociedades com fins desportivos que
participem em tais competições.

O Praticante Profissional de Desporto


 Sua relação com as competições profissionais e não profissionais.
o As profissões associadas ao Desporto decorrentes de uma intervenção Direta e
Indireta.
 PROFISSIONAIS DO DESPORTO, (...) aqueles que exercem a atividade desportiva como
profissão exclusiva ou principal.
 DO MUNDO DESPORTIVO SURGEM 3 RAMOS:
o Profissionalização
o Mercantilismo
o Mediatização

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 Profissionalização – Decorrente das relações profissionalizadas, particularmente entre
o Atleta e o Clube ou o Atleta e a Sociedade Desportiva ou Clube – Empresa.
 Mercantilismo – Representada pelos negócios produzidos pelo fenómeno desportivo
enquanto lucros a serem alcançados pelos contratos de patrocínios, contratos de
publicidade, licenciamento de marcas, parcerias clubes e empresas, etc.
 Mediatização – Representada pela interface desporto – meios de comunicação social,
em especial a televisão, mas também a rádio e a imprensa, assim como nas plataformas
online através da internet, destacando os contratos de cessão de direitos de imagem, a
partir dos espetáculos desportivos
 “ O crescente intuito lucrativo dos eventos desportivos envolvem o perigo de se atribuir
aos interesses comerciais uma maior importância, relegando para segundo plano
princípios como Fair-play e igualdade de competições competitivas.”
o Este sistema prejudica os jovens com talento desportivo
o Desporto de alta competição precoce
o Não possuem formação profissional adicional

A Profissão no âmbito Desportivo


 O Observatório Nacional das Profissões do Desporto considera que existe um conjunto
de atividades económicas específicas do desporto.
 Estas por comparação a outras atividades económicas, que embora se relacionem com
o desporto em termos de apoio e suporte, apresentam uma atividade cuja natureza
principal se situa fora do âmbito das práticas desportivas, mesmo que por elas possa ser
condicionada.
 A Classificação das Atividades Económicas - CAE
 Classificação das Atividades Económicas (CAE – Rev. 2)
o Quais as atividades do desporto identificadas,
o Como se distribuem pelos vários de níveis de desagregação da classificação
o Como poderiam ajudar a delimitar os sectores de atividade do desporto.
 Em termos de grandes famílias de empregos específicos é possível identificar os
seguintes grandes grupos de empregos
o Atletas profissionais;
o Treinadores desportivos;
o Animadores desportivos;
o Preparadores físicos;
o Diretores técnicos desportivos
o Coordenadores desportivos;
o Árbitros desportivo;
o Observadores/Avaliadores dos árbitros;

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o Gestores de desporto;
o Gestores de instalações desportivas
o Seccionistas/Secretários técnicos;
o Técnicos de equipamentos desportivos
 As tarefas a realizar neste nível de empregos estão relacionadas com os seguintes
aspetos:
o Preparação e manutenção das instalações e equipamentos desportivos,
necessários para a realização dos treinos e competições;
o Treinar os atletas desenvolvendo as suas qualidades e capacidades físicas,
técnico/táticas e psicológicas/comportamentais;
o Formação de atletas, treinadores e árbitros no conhecimento das técnicas,
táticas, regras e aspetos disciplinares de determinada modalidade desportiva;
o Verificar as condições para a realização de provas e competições e aplicar as leis
respetivas durante o desenrolar das mesmas;
o Preparação das condições técnicas/administrativas necessárias à inscrição dos
atletas e treinadores e da sua participação oficial em provas e competições
desportivas se for caso disso;
o Planeamento, organização, acompanhamento e coordenação da atividade
técnica e desportiva de atletas, treinadores, preparadores físicos e animadores
desportivos;
o Participação em treinos e/ou competições desportivas;
o Observar e avaliar o desempenho de atletas, treinadores e árbitros;
o Executar outras tarefas similares;
 Por sua vez, os empregos comuns englobam um conjunto de profissões com alguma
especificidade, no que diz respeito à sua natureza no seio das organizações desportivas,
como é o caso dos dirigentes
 Outros empregos onde a especialização desportiva é fundamental:
o Técnicos de saúde, onde verificamos a existência de:
 Médicos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e massagistas, todos
eles especializados na área do desporto.
o Promotor de eventos desportivos
o Agente/representante de atletas e treinadores.
o Rececionistas de estruturas e serviços desportivos, bilheteiros e porteiros de
espetáculos desportivos.
o Em algumas tipologias de instalações desportivas ao ar livre:
 Técnicos de jardinagem especializados em instalações e recintos
desportivos.

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Enquadramento normativo do técnico da AFD em Portugal

TITULO PROFISSIONAL DE TREINADOR DE DESPORTO - TPTD


 O Título Profissional de Treinador/a de Desporto (TPTD) é o documento oficial que
habilita e regula o exercício das funções de Treinador/a.
 A responsabilidade da emissão da TPTD é do Instituto Português do Desporto e
Juventude, I.P. (IPDJ, IP).
 A TPTD tem uma validade de 3 anos, possui um caráter virtual (em formato digital)
sendo emitida através da utilização de uma plataforma online denominada
PRODesporto.

REGIME TRANSITÓRIO - TPTD


 Este enquadramento beneficiou de um Regime Transitório ao abrigo do artigo 26º
do Decreto-Lei. n.º 248-A/2008, de 31 de dezembro que previa a existência de um
Período de Transição permitindo a necessária adaptação ao PNFT dos treinadores com
qualificações conferidas anteriormente pelas respetivas federações desportivas.
 Até aqui eram as federações desportivas as únicas entidades certificadoras, contudo
serão elas quem vai confirmar os pedidos apresentados pelos treinadores na
plataforma PRODesporto, seguindo a tabela de correspondência definida pela própria
lei (artigo 25.º do Decreto-Lei 248-A/2008, de 31 de dezembro) cabendo ao IPDJ, IP,
enquanto entidade certificadora, validar essa informação e emitir a CTD
Fonte IDPJ
 O Regime Transitório teve início a 1 de Junho de 2011 e concluiu-se a 31 de Maio de
2012.
 Após este período os indivíduos com qualificações obtidas no passado não mais poderão
requerer o TPTD pela via da equivalência a acreditações federativas anteriores ao PNFT.
 Apenas os pedidos de equiparação das anteriores acreditações federativas são
considerados ao abrigo do Regime Transitório.
 Os pedidos realizados ao abrigo da Equivalência à Formação Académica, da Equivalência
à Formação no Estrangeiro e a Equivalência à Experiência Profissional são alvo de
análise, tal como exposto no ponto dedicado às Equivalências.
Fonte IDPJ

TÍTULO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE EXERCÍCIO FÍSICO - TEF


 Publicação de novo enquadramento legal - Entrada em vigor no dia 26 de novembro
de 2012
 Dada a importância que a prática de atividade física e desportiva tem na construção de
uma sociedade cada vez melhor e mais capacitada para fazer face aos desafios presentes
e futuros, torna-se fundamental criar condições que promovam o incremento da
qualidade dos serviços prestados neste âmbito.

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 De entre os vários elementos que condicionam a concretização deste objetivo, a
competência e a qualidade técnica dos recursos humanos, designadamente daqueles
que enquadram e supervisionam a prática de atividades físicas, assume um lugar de
relevo.
Fonte IDPJ
 De forma a dar sentido à evidência da importância distinta da promoção da AFD que foi
publicada a Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto (Responsabilidade técnica pela direção e
orientação de atividades físicas e desportivas) que aprova o regime da responsabilidade
técnica pela direção e orientação das atividades desportivas desenvolvidas nas
instalações desportivas que prestam serviços desportivos na área da manutenção da
condição física (fitness), designadamente aos ginásios, academias ou clubes de saúde,
independentemente da designação adotada e forma de exploração.
 Estão fora da aplicação do presente regime jurídico as seguintes atividades:
o Atividades enquadradas pela Lei n.º 40/2012, de 28 de agosto, vulgarmente,
designadas por atividades no âmbito das modalidades desportivas (cujo o
enquadramento e orientação técnica é da responsabilidade da figura “Treinador
de Desporto”)
o Atividades de desporto de aventura
o Atividades de Yoga
o Atividades de dança (nos estilos/variantes que estejam fora da intervenção da
Federação Portuguesa de Dança Desportiva)
o Atividades de reabilitação ou terapêuticas
 Atividades desenvolvidas nos seguintes contextos de prática:
o No âmbito do sistema educativo, curricular e de complemento curricular;
o Que se destinem exclusivamente aos membros das Forças Armadas e das forças
de segurança;
o Em instalações desportivas de base recreativas e sem enquadramento técnico;
o No âmbito do sistema prisional;
o Em estabelecimentos termais e unidades de saúde e de reabilitação, utilizados
sob supervisão médico -sanitária;
o Que por vontade expressa dos praticantes desportivos federados, sejam
realizadas sem enquadramento técnico;
o Que decorram em instalações desportivas integradas em unidades hoteleiras
ou em empreendimentos turísticos, desde que a sua frequência seja reservada,
em exclusivo, aos utentes dessas unidades
 O reconhecimento e comprovação das competências mínimas para o exercício da
função de Técnico/a de Exercício Físico é efetuado através de um Título Profissional,
documento individual (em formato digital) requisitado pelos técnicos em questão junto

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do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., com a designação de Título
Profissional de Técnico/a de Exercício Físico.
o Licenciatura na área da Educação Física ou do Desporto
o Curso de Técnico/a Especialista de Exercício Físico
o Reconhecimento de qualificações obtidas no estrangeiro, nos termos da Lei n.º
9/2009, de 4 de março*
 *Lei que transpôs para o ordenamento jurídico interno a Diretiva n.º 2005/36/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de setembro, relativa ao reconhecimento das
qualificações profissionais obtidas no estrangeiro.
 REVALIDAÇÃO DO TÍTULO PROFISSIONAL DE TÉCNICO DE EXERCÍCIO FÍSICO
 Conforme o estabelecido pela Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto em conjugação com
a Portaria n.º 36/2014, de 14 de fevereiro, o Título Profissional de Técnico/a de Exercício
Físico tem a validade de 5 anos;
 Pode ser revalidado por igual período, desde que sejam cumpridas 5 Unidades de
Crédito (correspondentes a 25 horas de formação presencial ou 50 horas de formação
à distância) em ações de formação contínua devidamente certificadas pelo IPDJ, IP e
realizadas no período de vigência do Título em questão.

TÍTULO PROFISSIONAL DE DIRETOR TÉCNICO - TPDT


 Publicação de novo enquadramento legal - Entrada em vigor no dia 26 de novembro de
2012
 Responsabilidade técnica pela direção e orientação de atividades físicas e desportivas
(Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto)
o A presente lei define o regime jurídico da responsabilidade técnica pela direção
e orientação das atividades desportivas desenvolvidas nas instalações
desportivas que prestam serviços desportivos na área da manutenção da
condição física (fitness), designadamente os ginásios, academias ou clubes de
saúde (healthclubs), independentemente da designação adotada e forma de
exploração, bem como determinadas regras sobre o seu funcionamento.
 Nos termos da nova legislação, cada instalação desportiva deve dispor de pelo menos
um diretor técnico que assuma a direção e responsabilidade pelas atividades
desportivas que decorrem na instalação.
 ENQUADRAMENTO
 O aumento exponencial da oferta de atividades físicas e desportivas prestadas em
ginásios, clubes de saúde e academias, faz aumentar a necessidade de garantir a saúde
e a segurança dos cidadãos que usufruem dos serviços que lhes são facultados naqueles
locais e que os utilizam maioritariamente tendo em vista a melhoria da sua condição
física.
o De entre os vários elementos que condicionam a concretização deste objetivo,
a competência e a qualidade manifestadas pelos respetivos técnicos assume um
lugar de relevo, seja aqueles que possuem tarefas de coordenação e supervisão

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das atividades ali desenvolvidas (Diretores Técnicos), seja os que têm funções
de orientação direta e condução dos exercícios realizados.
o A publicação da Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto, vem estabelecer um quadro
regulamentador nesta matéria, definindo as qualificações necessárias para o
exercício daquelas funções.
o O/A Diretor/a Técnico/a é a pessoa singular que assume a direção e a
responsabilidade pelas atividades desportivas que decorrem nas instalações
desportivas que prestam serviços desportivos na área da manutenção da
condição física (fitness), designadamente os ginásios, academias ou clubes de
saúde (healthclubs), independentemente da designação adotada e forma de
exploração.
o Considerando a especificidade das atividades proporcionadas e as
características das tarefas de que vão ser responsáveis, a Lei n.º 39/2012, de 28
de agosto, determina como qualificação mínima para o exercício da atividade
de Diretor Técnico a licenciatura na área da Educação Física ou do Desporto,
ou qualificações profissionais reconhecidas nos termos da Lei n.º 9/2009, de 4
de março*
Fonte IDPJ
 O reconhecimento e comprovação das competências mínimas para o exercício da
função de Diretor/a Técnico/a é efetuado através de um Título Profissional, documento
individual (em formato digital) requisitado pelos técnicos em questão junto do Instituto
Português do Desporto e Juventude, I.P., com a designação de Título Profissional de
Diretor/a Técnico/a.
 O TPDT tem a validade de 5 anos, devendo ao fim desse prazo ser revalidado. Para o
efeito terá de ser cumprido um programa de formação continua nos termos da Portaria
n.º 36/2014, de 14 de fevereiro.
 Pedidos de emissão do Título Profissional de Diretor Técnico (TPDT)
 A emissão e revalidação (processo correspondente à validação de unidades de crédito
de formação contínua homologada) do TPDT, bem como o acesso a um conjunto de
outras funcionalidades associados a estes processos é efetuado através de uma
ferramenta eletrónica disponível em ambiente web, denominada Plataforma
PRODesporto.
 Vias de acesso ao TPDT
o Licenciatura na área da Educação Física ou do Desporto, tal como identificada
pela DGES.
o Reconhecimento de qualificações obtidas no estrangeiro, nos termos da Lei n.º
9/2009, de 4 de março*.
 *Lei que transpôs para o ordenamento jurídico interno a Diretiva n.º 2005/36/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de setembro, relativa ao reconhecimento das
qualificações profissionais obtidas no estrangeiro.
 REVALIDAÇÃO DE TÍTULO PROFISSIONAL DE DIRETOR TÉCNICO - TPDT

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 Conforme o estabelecido pela Lei n.º 39/2012, de 28 de agosto em conjugação com a
Portaria n.º 36/2014, de 14 de fevereiro, o Título Profissional de Diretor Técnico tem a
validade de 5 anos,
 Pode ser revalidado por igual período, desde que sejam cumpridas 5 Unidades de
Crédito (correspondentes a 25 horas de formação presencial ou 50 horas de formação
à distância) em ações de formação contínua devidamente certificadas pelo IPDJ, IP e
realizadas no período de vigência do Título em questão.
 COMUNICAÇÃO/CERTIFICAÇÃO DE FORMAÇÃO DT E TEF

FORMAÇÃO CONTÍNUA DT E TEF


 Dando cumprimento ao disposto no n.º 2 do artigo 14.º da Lei n.º 39/2012, de 28 de
agosto, referente à revogação e caducidade dos títulos profissionais de Técnicos de
Exercício Físico e Diretor Técnico, foi publicada a Portaria n.º 36/2014, de 14 de
fevereiro, que estabelece as regras e os procedimentos relativos à
comunicação/certificação de ações de formação contínua, e à atribuição e
contabilização de Unidades de Crédito para fim de revalidação dos títulos profissionais
em apreço.

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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

O CONTRATO DE TRABALHO PROFISSIONAL NO DESPORTO

Regime Jurídico CTPD


• Regime jurídico do contrato de trabalho do praticante desportivo, do contrato de
formação desportiva e do contrato de representação ou intermediação

Perspetiva histórica
– Decreto-Lei n.o 305/95, de 18 de Novembro
– Lei n.o 28/98 de 26 de Junho Estabelece um novo regime jurídico do contrato de
trabalho do praticante desportivo e do contrato de formação desportiva e
revoga o Decreto-Lei n.o 305/95, de 18 de Novembro.
– Lei n.º 54/2017 de 14 de julho – que revoga a LEI 28/98, de 26 de junho e aprova
o regime jurídico do contrato de trabalho do praticante desportivo e do contrato
de formação desportiva.

Características do contrato de trabalho de Praticante Desportivo


• “A atividade do atleta/profissional, em todas as modalidades desportivas, é
caracterizada por remuneração pactuada em contrato formal de trabalho firmado com
entidade de prática desportiva, pessoa jurídica de direito privado, que deverá conter,
obrigatoriamente, cláusula penal para as hipóteses de descumprimento, rompimento
ou rescisão unilateral, além de outras características específicas para a atividade
desportiva.”

Lei n.º 54/2017 de 14 de julho


CAPÍTULO I
• Disposições gerais
• Artigo 1.º
– Objeto
• Artigo 2.º
– Definições
• Artigo 3.°
– Direito subsidiário e relação entre fontes
• Artigo 4.º
– Arbitragem voluntária

CAPÍTULO II
• Formação do contrato de trabalho desportivo
• Artigo 5.º
– Capacidade
• Artigo 6.º
– Forma e conteúdo
• Artigo 7.º
– Registo
• Artigo 8.°
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– Promessa de contrato de trabalho
• Artigo 9.°
– Duração do contrato
• Artigo 10.°
– Período experimental
• Lei n.º 54/2017 de 14 de julho

CAPÍTULO III - Direitos, deveres e garantias das partes


• Artigo 11.º
– Deveres da entidade empregadora desportiva
• Artigo 12.º
– Direitos de personalidade e assédio
• Artigo 13.º
– Deveres do praticante desportivo
• Artigo 14.º
– Direito de imagem
• Artigo 15.º
– Retribuição
• Artigo 16.º
– Período normal de trabalho
• Artigo 17.º
– Férias, feriados e descanso semanal
• Artigo 18.°
– Poder disciplinar

CAPÍTULO IV - Cedência e transferência de praticantes desportivos


• Artigo 19.º
– Liberdade de trabalho
• Artigo 20.º
– Cedência do praticante desportivo
• Artigo 21.°
– Contrato de cedência
• Artigo 22.°
– Transferência de praticantes desportivos
• Lei n.º 54/2017 de 14 de julho

CAPÍTULO V - Cessação do contrato de trabalho desportivo


• Artigo 23.°
– Formas de cessação
• Artigo 24.°
– Responsabilidade das partes pela cessação do contrato
• Artigo 25.°
– Denúncia por iniciativa do praticante
• Artigo 26.º
– Responsabilidade solidária
• Artigo 27.°
– Comunicação da cessação do contrato

CAPÍTULO VI - Contrato de formação desportiva


• Artigo 28.º
– Capacidade

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• Artigo 29.º
– Forma
• Artigo 30.°
– Duração
• Artigo 31.º
– Tempo de trabalho
• Artigo 32.º
– Deveres da entidade formadora
• Artigo 33.º
– Deveres do formando
• Artigo 34.º
– Compensação por formação
• Artigo 35.º
– Cessação do contrato
• Lei n.º 54/2017 de 14 de julho

CAPÍTULO VII - Dos empresários desportivos


• Artigo 36.º
– Exercício da atividade de empresário desportivo
• Artigo 37.°
– Registo dos empresários desportivos
• Artigo 38.°
– Contrato de representação ou intermediação
• Artigo 39.°
– Limitações ao exercício da atividade de empresário

Capítulo VIII - Regime sancionatório


• Artigo 40.º
– Contraordenações
• Capítulo IX
– Disposições Finais
• Artigo 41.º
– Modalidade contratual intermédia
• Artigo 42.º
– Nulidade
• Artigo 43.º
– Norma Revogatória
É revogada a Lei n.º 28/98, de 26 de junho, alterada pela Lei n.º 114/99, de 3 de agosto.
Palácio de S. Bento, 1 de junho de 2016

Contrato de trabalho desportivo


• “Contrato de trabalho desportivo, aquele pelo qual o praticante desportivo se obriga,
mediante retribuição, a prestar atividade desportiva a uma pessoa singular ou coletiva
que promova ou participe em atividades desportivas, no âmbito de organização e sob a
autoridade desta.”
– PROJETO de LEI N.º 168/XIII/1ª; Artigo 2.º; Definições; alínea a)

Características do contrato de trabalho do praticante desportivo


• Segundo a legislação em vigor relativa ao contrato de trabalho do praticante desportivo:
– O contrato de trabalho do praticante desportivo é um contrato formal

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– Só é válido se for celebrado por escrito e assinado por ambas as partes, nos
termos do n.º 2 do artigo 5.º da LCTD. (…)
– A violação desta formalidade constitui uma contra-ordenação leve, nos termos
do n.º 3 do artigo 42.º da LCTD (…).
– A falta de observância desta formalidade é geradora de nulidade, nos termos
do artigo 220.º do Código Civil, do artigo 3.º da LCTD;

Artigo 5.º Capacidade


– 1- Só podem celebrar contratos de trabalho desportivo os menores que hajam
completado 16 anos de idade e que reúnam os requisitos exigidos pela lei geral
do trabalho.
– 2- O contrato de trabalho desportivo celebrado por menor deve ser igualmente
subscrito pelo seu representante legal.
– 3- É anulável o contrato de trabalho celebrado com violação do disposto no
número anterior.

Artigo 6.º Forma e conteúdo


• 1– Sem prejuízo do disposto em outras normas legais, na regulamentação desportiva ou
em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, o contrato de trabalho
desportivo é lavrado em duplicado, ficando cada uma das partes com um exemplar.
• 2- O contrato de trabalho desportivo só é válido se for celebrado por escrito e assinado
por ambas as partes.
• 3- Do contrato de trabalho desportivo deve constar:
a) A identificação das partes, incluindo a nacionalidade e a data de nascimento
do praticante;
b) A identificação do empresário desportivo que tenha intervenção no contrato,
com indicação da parte que representa, ou a menção expressa de que o
contrato foi celebrado sem intervenção de empresário desportivo;
c) A atividade desportiva que o praticante se obriga a prestar;
d) O montante e a data de vencimento da retribuição;
e) A data de início de produção de efeitos do contrato;
f) O termo de vigência do contrato;
g) A data de celebração.

Artigo 7.º Registo


• 1- A participação do praticante desportivo em competições promovidas por uma
federação dotada de utilidade pública desportiva depende de prévio registo do contrato
de trabalho desportivo na respetiva federação.
• 2- O registo é efetuado nos termos que forem estabelecidos por regulamento
federativo.
• 3- O disposto nos números anteriores é aplicável às modificações que as partes
introduzam no contrato.
• 4- No ato do registo do contrato de trabalho desportivo a entidade empregadora
desportiva deve fazer prova da aptidão médico-desportiva do praticante, bem como de

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ter efetuado o correspondente seguro de acidentes de trabalho, sob pena de recusa do
mesmo.

Artigo 9.° Duração do contrato


• 1- O contrato de trabalho desportivo não pode ter duração inferior a uma época
desportiva nem superior a cinco épocas.
– Três épocas desportivas no caso de atleta menor de idade (ponto 4 do Artigo
9º)
– Sendo que a duração de uma época nunca poderá ser superior a doze (12)
meses
• 2- Sem prejuízo do disposto no número anterior, podem ser celebrados por período
inferior a uma época desportiva:
– a) Contratos de trabalho celebrados após o início de uma época desportiva para
vigorarem até ao fim desta;
– b) Contratos de trabalho pelos quais o praticante desportivo seja contratado
para participar numa competição ou em determinado número de prestações
que constituam uma unidade identificável no âmbito da respetiva modalidade
desportiva.
• 5- Considera-se celebrado por uma época desportiva, ou para a época desportiva no
decurso da qual for celebrado, o contrato em que falte a indicação do respetivo termo.
• 6- Entende-se por época desportiva o período de tempo, nunca superior a 12 meses,
durante o qual decorre a atividade desportiva, a fixar para cada modalidade pela
respetiva federação dotada de utilidade pública desportiva.
• 7- A violação do disposto nos n.ºs 1 e 4 determina a aplicação ao contrato em causa dos
prazos mínimos ou máximos admitidos.
• Contingências
– Tendo em conta a duração máxima do contrato desportivo em Portugal e o facto
da vida ativa do praticante desportivo ser em geral de curta duração.
– Este procedimento (contratos com duração máxima) poderá originar
impedimento da liberdade, pessoal e de trabalho do praticante desportivo.
– Esta situação poderá condicionar o atleta/profissional que durante a duração
do termo máximo do contrato for aumentando as suas performances e
consequentemente a sua cotação no mercado, a ficar “refém” ao valor inicial
pré-estabelecido.

A Cessação do Contrato de Trabalho Desportivo


• No contrato de trabalho desportivo, o praticante/trabalhador não pode romper o
contrato (…).
– A rescisão, ou melhor, a demissão terá de ser com justa causa para o efeito, nos
termos do artigo 26.º, n.º 1, alínea d) da LCTD.
– Contrariamente ao que sucede nas relações laborais comuns, o trabalhador
poderá rescindir o contrato com ou sem justa causa.

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– A justa causa, no contrato de trabalho comum, legitima o trabalhador a fazer
cessar, imediatamente, o contrato, sendo dispensado o correspondente aviso
prévio à entidade empregadora (artigo 441.º, n.º 1 do CT);
– no contrato de trabalho desportivo, a justa causa habilita o praticante
desportivo a fazer cessar, licitamente, o contrato (artigo 26.º, n.º 1, alínea d) da
LCTD).
• O contrato de trabalho do praticante desportivo é um contrato sujeito a termo
estabilizador, o que obsta à faculdade de denúncia antecipada do mesmo, sendo ilícita
caso aconteça.
– No entanto, o direito laboral desportivo permite a demissão do praticante
desportivo com justa causa, independentemente do termo do contrato – artigo
26.º, n.º 1, alínea d) da LCTD.”

A Revogação
• A possibilidade de cessar o contrato de trabalho desportivo por esta forma está prevista
no artigo 26.º alínea b) da Lei 28/98.
• Tal como o contrato de trabalho, o contrato de trabalho desportivo, é um negócio
jurídico bilateral e por isso para que opere a revogação terá de existir um acordo entre
empregador e trabalhador para a extinção do contrato, como resulta do artigo 406.º in
fine do Código Civil.
• Para que exista revogação de um contrato de trabalho, seja ele desportivo ou não, terá
o acordo atrás referido, ser reduzido a escrito.
• A revogação, contudo, ganha muita importância no contrato de trabalho desportivo
porque é o primeiro passo em qualquer transferência do Atleta/profissional.
• Nas transferências, existe uma coligação de três contratos: o distrate, o contrato de
transferência stricto sensu, celebrado entre os clubes que estipula o montante a pagar
em contrapartida pela dissolução prematura do contrato laboral e, por último, o
contrato de trabalho desportivo celebrado entre praticante e clube comprador.

A Resolução por Iniciativa do Trabalhador/Atleta Profissional


• A alínea d) do artigo 26.º do CT prevê como forma de cessação do contrato de trabalho
desportivo, a rescisão com justa causa por iniciativa do praticante desportivo.
– Esta rescisão, não é mais do que uma forma de resolução do contrato terá de
se fundar em justa causa - que pode ser subjetiva, se existir incumprimento
culposo de Empregador,
– no artigo 441.º n.º2 do CT, estando previstos, a títulos exemplificativos, alguns
comportamentos que podem originar a resolução do contrato por parte do
trabalhador, ou objetiva, caso a resolução seja apoiada num comportamento
não culposo do empregador ou na alteração das circunstâncias do contrato
(artigo 441.º n.º 3 do CT).
• O trabalhador desportivo que pretende resolver o contrato terá de o fazer por escrito e
num prazo máximo de 30 dias após o conhecimento, pelo menos dos factos que
consubstanciam a justa causa (artigo 442.º do CT).

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– O trabalhador poderá, então, avançar para a rescisão do contrato caso exista
uma violação por parte do clube empregador, dos deveres contratuais que
sobre ele impendem, sendo que esta violação terá de ser suficientemente
gravosa de forma a gerar a impossibilidade de manutenção do vínculo
desportivo ou caso exista uma justa causa objetiva que terá de
obrigatoriamente integrar uma das hipóteses legais, previstas nas alíneas do
artigo 441.º n.º3 do CT.

As Cláusulas de Rescisão
• As cláusulas de rescisão consistem na pré-fixação do montante da indemnização que o
praticante/trabalhador deve pagar ao clube/empregador pela cessação do contrato
antes do término fixado (art.46.º da CCT) e ou vice versa.
– Para a maioria dos autores e jurisprudência, estas cláusulas têm a natureza de
cláusulas penais (art.º 810.º do CC) e, portanto, em virtude da imperatividade,
da norma expressa no artigo 27.º n.º1 da Lei 28/98, não podem ser superiores
ao limite máximo que aí está fixado.
– Existem autores que procuram emendar a decorrência desta solução legal,
afirmando que são cláusulas liberatórias, que consistem na “compra” pelo
praticante/trabalhador do seu direito de denúncia do contrato, considerando
que não existe qualquer incumprimento, o que impossibilita a recondução
destas cláusulas à modalidade de cláusulas penais.
• Esta é a interpretação que o sistema jurídico impõe, porque resulta do artigo 26.º da Lei
28/98, que a denúncia como forma de cessação do contrato de trabalho desportivo, e
só pode ser permitida durante o período experimental, logo qualquer outra forma de
cessação, antes do término estabelecido, que não se apoie numa justa causa, terá de
ser considerada uma resolução ilícita do contrato, o que, por sua vez, obriga a considerar
que qualquer cláusula rescisão seja considerada uma verdadeira cláusula penal.

Artigo 10.° Direito de Imagem


• O direito de imagem é um direito pessoal mas que pode ser negociado diretamente
entre o jogador (ou a empresa que o detém) com a entidade desportiva (clube), por
meio de valores e regras livremente estipulados entre as partes.
• Embora seja cada vez mais comum os atletas venderem a sua imagem a patrocinadores
e a marcas, importa ressaltar as implicações legais deste tipo de contrato.
• 1 — Todo o praticante desportivo profissional tem direito a utilizar a sua imagem pública
ligada à prática desportiva e a opor-se a que outrem a use ilicitamente para exploração
comercial ou para outros fins económicos.
• 2 — Fica ressalvado o direito de uso de imagem do colectivo dos praticantes, o qual
poderá ser objecto de regulamentação em sede de contratação colectiva.

Artigo 18.° Liberdade de Trabalho


• 1 — São nulas as cláusulas inseridas em contrato de trabalho desportivo visando
condicionar ou limitar a liberdade de trabalho do praticante desportivo após o termo do
vínculo contratual.

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• 2 — Pode ser estabelecida por convenção colectiva a obrigação de pagamento de uma
justa indemnização, a título de promoção ou valorização do praticante desportivo, à
anterior entidade empregadora por parte da entidade empregadora desportiva que
com esse praticante desportivo celebre, após a cessação do anterior, um contrato de
trabalho desportivo.
• 3 — A convenção colectiva referida no número anterior é aplicável apenas em relação
às transferências de praticantes que ocorram entre clubes portugueses com sede em
território nacional.
• 4 — O valor da compensação referida no n.o 2 não poderá, em caso algum, afectar de
forma desproporcionada, na prática, a liberdade de contratar do praticante.
• 5 — A validade e a eficácia do novo contrato não estão dependentes do pagamento de
compensação devida nos termos do n.o 2.
• 6 — A compensação a que se refere o n.o 2 pode ser satisfeita pelo praticante
desportivo.

O CONTRATO DE FORMAÇÃO DESPORTIVA


Contrato de Formação Desportiva - CFD
• A formação desportiva tem como finalidade desenvolver o conhecimento e as
capacidades técnicas dos atletas no desempenho de uma modalidade desportiva.
• A formação de um atleta num clube pode ser formalizado através de um contrato de
formação, ficando a cargo da entidade formadora a responsabilidade de disponibilizar
ao formando meios técnicos e humanos indispensáveis para uma formação de
qualidade.
• Contrato de formação desportiva, o contrato celebrado entre uma entidade formadora
e um formando, nos termos do qual aquela se obriga a prestar a este a formação
adequada ao desenvolvimento da sua capacidade técnica e à aquisição de
conhecimentos necessários à prática de uma modalidade desportiva, ficando o
formando obrigado a executar as tarefas inerentes a essa formação;
– Lei n.º 54/2017 de 14 de julho

Formação do atleta
• A entidade de prática desportiva, que visa a formação do atleta, tem o direito de assinar
com esse, a partir de 16 (dezasseis) anos de idade, o primeiro contrato de trabalho
profissional, cujo prazo não poderá ser superior a 3 (três) anos.
• A entidade de prática desportiva formadora detentora do primeiro contrato de trabalho
com o atleta por ela profissionalizado terá o direito de preferência para a primeira
renovação deste contrato, cujo prazo não poderá ser superior a 2 (dois) anos.
Capitulo V – Artigo 28º Contrato de Formação Desportiva - CFD
• A formalização de um contrato de formação desportiva, só é possível se:
1 — Podem celebrar contrato de formação desportiva os jovens que tenham
idade compreendida entre 14 e 18 anos.
2 — Podem celebrar contratos de formação como entidades formadoras as
entidades desportivas que garantam um ambiente de trabalho e meios
humanos e técnicos adequados à formação desportiva a ministrar.

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3 — A verificação do disposto no número anterior é certificada mediante
documento comprovativo a emitir pela respetiva federação dotada de utilidade
pública desportiva e pode ser reapreciada a todo o tempo.
4 — A celebração do contrato depende da realização de exame médico, a
promover pela entidade formadora, que certifique a capacidade física e psíquica
adequada ao desempenho da atividade.
5 — O incumprimento dos requisitos previstos no presente artigo determina a
nulidade do contrato.
• Um contrato de formação para se considerar válido deve incluir alguns requisitos, tais
como:
– a identificação dos contraentes, a data de nascimento do formando, atividade
que é objeto de formação, duração e horário da formação, local em que é
ministrada a formação e caso exista, uma referência ao montante a receber e
de que forma o recebe e caso o formando seja menor de idade a identificação
dos pais.
• Um clube, de acordo com Contrato Coletivo de Trabalho celebrado entre a *LPFP e o
*SJFP, só pode formalizar um contrato de formação com um atleta se o clube possuir
um certificado emitido pela Federação Portuguesa de Futebol ou Liga Portuguesa de
Futebol Profissional que comprove a condição de clube formador – CEF (Certificação de
Entidade Formadora)
*LPFP – Liga Portuguesa de Futebol Profissional
*SJFP – Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol
• Um contrato de formação desportiva pode ter uma duração que varia entre uma a três
épocas desportivas, podendo ser prorrogado de acordo ao que está estipulado no artigo
6.º do *CCT e ou por mutuo acordo de ambas as partes.
– Deve ser assinado em triplicado
– O contrato de formação desportiva caduca, em qualquer caso, no final da época
em que o formando desportivo completa 18 anos, podendo ser prorrogado, por
acordo entre as partes, por mais uma época desportiva.
Artigo 30.º Duração, Lei n.º 54/2017 de 14 de julho
• O contrato de formação, de acordo com o artigo 18.º do *CCT, pode ser cessado pelas
seguintes formas:
 Por mútuo acordo;
 Caducidade;
 Por rescisão.
*CCT-Contrato Coletivo de Trabalho
• Renovação do contrato especial
• A entidade de prática desportiva formadora e detentora do primeiro contrato especial
de trabalho desportivo com o atleta por ela profissionalizado terá o direito de
preferência para a primeira renovação deste contrato, cujo prazo não poderá ser
superior a três anos, salvo se para equiparação de proposta de terceiro.
• Para assegurar seu direito de preferência, a entidade de prática desportiva formadora e
detentora do primeiro contrato especial de trabalho desportivo deverá apresentar, até
45 dias antes do término do contrato em curso, proposta ao atleta, de cujo teor deverá

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CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO
ser cientificada a correspondente entidade regional de administração do desporto,
indicando as novas condições contratuais e os salários ofertados, devendo o atleta
apresentar resposta à entidade de prática desportiva formadora, de cujo teor deverá
ser notificada a referida entidade de administração, no prazo de 15 dias contado da data
do recebimento da proposta, sob pena de aceitação tácita.
• Na hipótese de outra entidade de prática desportiva resolver oferecer proposta mais
vantajosa ao atleta vinculado à entidade de prática desportiva que o formou, deve-se
observar o seguinte:
a) a entidade proponente deverá apresentar à entidade de prática desportiva
formadora proposta, fazendo dela constar todas as condições remuneratórias;
b) a entidade proponente deverá dar conhecimento da proposta à
correspondente entidade regional de administração; e
c) a entidade de prática desportiva formadora poderá, no prazo máximo de 15
dias, a contar do recebimento da proposta, comunicar se exercerá o direito de
preferência, nas mesmas condições oferecidas.

Renovação do contrato especial


• A entidade de administração do desporto deverá publicar o recebimento das propostas,
nos seus meios oficiais de divulgação, no prazo de cinco dias contado da data do
recebimento.
• Caso a entidade de prática desportiva formadora oferte as mesmas condições, e, ainda
assim, o atleta se oponha à renovação do primeiro contrato especial de trabalho
desportivo, ela poderá exigir da nova entidade de prática desportiva contratante, o valor
indemnizatório correspondente a, no máximo, 200 vezes o valor do salário mensal
constante da proposta.
• A contratação do atleta em formação será feita diretamente pela entidade de prática
desportiva formadora, sendo vedada a sua realização por meio de terceiros.
• A entidade de prática desportiva formadora deverá registrar o contrato de formação
desportiva do atleta em formação na entidade de administração da respectiva
modalidade desportiva.

Regime específico relativo à reparação dos danos emergentes de


acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais
• A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da
Constituição, para valer como lei geral da República que estabelece um regime
específico de reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes
desportivos profissionais.
– Lei n.º 8/2003, de 12 de Maio
– Lei n.º 27/2011, de 16 de junho - Diário da República n.º 115, Série I,
de 16.06.2011 – que revoga a lei anterior
• Artigo 1.º - Âmbito
• Artigo 2.º - Pensões por morte
• Artigo 3.º - Pensões por incapacidade permanente absoluta
• Artigo 4.º - Pensões por incapacidade permanente parcial

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• Artigo 5.º - Tabela de incapacidades específicas
• Artigo 6.º - Incapacidades temporárias
• Artigo 7.º - Acompanhamento clínico e reabilitação do sinistrado
• Artigo 8.º - Boletins de exame e alta
• Artigo 9.º - Contrato de seguro
• Artigo 10.º - Direito subsidiário
• Artigo 11.º - Norma revogatória
• Artigo 12.º - Aplicação da lei no tempo
• Artigo 13.º - Entrada em vigor

Artigo 1.º Âmbito


• A presente lei prevê o regime específico relativo à reparação dos danos emergentes de
acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais.

Artigo 2.º Pensões por morte


• 1 - Para efeitos de reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos
praticantes desportivos profissionais dos quais resulte a morte, as pensões anuais
calculadas nos termos da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, têm como limite global
máximo o valor de 14 vezes o montante correspondente a 15 vezes a remuneração
mínima mensal garantida em vigor à data da fixação da pensão, até à data em que o
sinistrado completaria 35 anos de idade.
• 2 - Após a data em que o sinistrado completaria 35 anos de idade, o limite global máximo
previsto no número anterior passa a ser de 14 vezes o montante correspondente a 8
vezes a retribuição mínima mensal garantida em vigor à data da alteração da pensão.
• 3 - Se não houver beneficiários com direito a pensão, reverte para o Fundo de Acidentes
de Trabalho uma importância igual ao triplo do limite máximo previsto nos números
anteriores.

Artigo 3.º Pensões por incapacidade permanente absoluta


1- Podem ser celebrados acordos e protocolos entre as empresas de seguros e as
entidades empregadoras dos sinistrados, no sentido de serem estas a conduzir o
processo clínico, terapêutico e medicamentoso de recuperação destes, através dos seus
departamentos especializados.
2- A entidade seguradora pode, sempre que entenda, incumbir um consultor ou um seu
representante para acompanhar o processo de recuperação do sinistrado junto dos
departamentos referidos no número anterior.
3- Em caso de discordância sobre o diagnóstico da lesão ou sobre a adequação das
técnicas ou meios empregues no processo de recuperação do sinistrado, prevalece o
parecer clínico emitido por um médico indicado pela federação desportiva da
modalidade praticada pelo sinistrado, cabendo, no entanto, à entidade empregadora a
continuidade.

Artigo 7.º Acompanhamento clínico e reabilitação do sinistrado


• 1 - Podem ser celebrados acordos e protocolos entre as entidades seguradoras e as
entidades empregadoras dos sinistrados para que estas possam conduzir o processo

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clínico, terapêutico e medicamentoso de recuperação dos sinistrados, através dos seus
departamentos especializados.
• 2 - A entidade seguradora pode, sempre que entenda, incumbir um médico de
acompanhar o processo de recuperação do sinistrado junto dos departamentos
referidos no número anterior.
• 3 - Para efeitos do acompanhamento previsto no número anterior, pode igualmente
prever-se no contrato de seguro, ou no protocolo, a obrigação de a entidade
empregadora enviar ao departamento clínico da entidade seguradora os elementos
clínicos pertinentes, designadamente relatórios médicos, exames complementares de
diagnóstico, protocolos cirúrgicos e boletins de exame e de alta.
• 4 - Em caso de discordância sobre o diagnóstico da lesão ou sobre a adequação das
técnicas ou meios empregues no processo de recuperação do sinistrado, prevalece o
parecer clínico emitido por um médico indicado pela federação desportiva da
modalidade praticada pelo sinistrado, cabendo, no entanto, à entidade empregadora a
continuidade de todos os tratamentos e demais prestações que sejam necessárias.

Artigo 8.º Boletins de exame e alta


• 1 - No caso previsto no n.º 1 do artigo anterior, a entidade empregadora, através do
respectivo departamento médico, é responsável pelo cumprimento das obrigações
constantes do artigo 35.º da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, designadamente
garantindo a entrega ao sinistrado dos boletins de exame e de alta clínica.
• 2 - O sinistrado, ao receber o boletim de alta, deve declarar que tomou conhecimento
do respectivo conteúdo, assinando dois exemplares do mesmo, que entrega à entidade
empregadora.
• 3 - A entidade empregadora deve entregar um dos exemplares do boletim de alta,
assinado pelo sinistrado, à entidade seguradora, nos termos previstos no n.º 3 do artigo
anterior, e remeter o outro à federação desportiva da modalidade praticada pelo
sinistrado.
• 4 - No caso de o sinistrado se recusar a assinar o boletim de alta nos termos previstos
no n.º 2, o clube informa de imediato a federação, não sendo permitida a inscrição do
sinistrado em qualquer competição oficial enquanto permanecer essa recusa.

Artigo 9.º Contrato de seguro


• 1 - No acto do registo do contrato de trabalho desportivo, em conformidade com o
disposto no n.º 4 do artigo 6.º da Lei n.º 28/98, de 26 de Junho, é exigida prova da
celebração do seguro de acidentes de trabalho.
• 2 - A celebração de um contrato de seguro de acidentes de trabalho, em relação ao
praticante desportivo profissional, dispensa a respectiva cobertura por um seguro de
acidentes pessoais ou de grupo.

Artigo 10.º Direito subsidiário


• À reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes
desportivos profissionais são aplicáveis as normas do regime jurídico geral dos acidentes
de trabalho, aprovado pela Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro, bem como toda a

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legislação regulamentar, em tudo o que não estiver especialmente regulado na presente
lei.

Artigo 13.º Entrada em vigor


• A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
– Aprovada em 6 de Abril de 2011.
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
– Promulgada em 18 de Maio de 2011.
• Publique-se.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
• Referendada em 19 de Maio de 2011.
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Enquadramento Regulamentar da Vinculação dos Direitos Desportivos
• Direitos desportivos dos jogadores de futebol;
• Direitos desportivos (“federativos”);
• Direitos económicos;
• Contrato de formação desportiva;
• Diferentes formas de adquirir os direitos desportivos dos jogadores;
• Reconhecimento dos direitos desportivos dos jogadores de futebol;
• Regulamento para compensação pela formação;
• Conceito de Direitos Desportivos
• Direito Desportivo é um direito regulatório social especial porque é constituído por um
conjunto de normas que regulam a atividade desportiva organizada, profissional ou
amadora, a nível internacional e estatal, e que exclui das competições quem não o
cumpre, podendo ser o procedimento jurídico e disciplinar objeto de tribunais ou
instâncias arbitrais próprias.

Direitos desportivos (“federativos”)


• Os direitos desportivos e os direitos económicos dos jogadores são dois conceitos que
estão relacionados entre si mas que são distintos.

Os direitos desportivos:
– “são os direitos que emergem na esfera de um Clube/Sociedade Anónima
Desportiva (SAD) em resultado da celebração de um contrato de trabalho
desportivo com um jogador e que permite a esse Clube/SAD inscrevê-lo numa
federação desportiva ou numa liga profissional, para o poder utilizar nas
competições em que participa” (Circular nº 18/2011, de 19 de Maio).
• A inscrição dos jogadores nas respetivas federações é fundamental para evitar que os
jogadores compitam em várias equipas simultaneamente, colocando em causa a
verdade desportiva.
– Deste modo, cada jogador só poderá estar inscrito pelo clube detentor dos seus
direitos desportivos.

Direitos económicos
• Os direitos económicos:

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– “dão o direito à compensação exigida por um Clube/SAD que detém um
contrato de trabalho desportivo com um jogador, para que prescinda desse
jogador em favor de outro Clube/SAD, permitindo assim a sua transferência
para essa outra entidade desportiva com a qual vai ser celebrado um novo
contrato de trabalho desportivo” (Circular nº 18/2011, de 19 de Maio).
• Os direitos económicos dos jogadores podem ser negociados na totalidade ou
parcialmente com uma terceira entidade em troca de uma contra prestação acordada
pelas partes intervenientes do negócio.
– A cedência dos direitos económicos a uma terceira entidade não significa
obrigatoriamente a transferência dos direitos desportivos (“federativos”) dos
jogadores.
• A venda parcial ou total dos direitos económicos dos jogadores de futebol poderá
realizar-se pelo interesse das partes em partilhar os riscos ou benefícios de uma futura
venda (Circular nº 18/2011, de 19 de Maio).

Diferentes formas de adquirir os direitos desportivos dos jogadores


• Os jogadores de futebol são a principal fonte de receita para os clubes, porém, os
direitos desportivos dos jogadores nem sempre estão devidamente refletidos nas
demonstrações financeiras.
• As transferências internacionais dos direitos desportivos dos jogadores de futebol são
regulamentadas pela FIFA, por intermédio do Regulamento sobre o Estatuto e
Transferência dos Jogadores (RETJ).
• As transferências dos direitos desportivos realizadas internamente são regulamentadas
pelas associações federativas nacionais, contudo com algumas limitações impostas pela
FIFA:
– Cedência temporária ou empréstimo;
– Transferência definitiva entre clubes;
– Aquisição com pagamento da cláusula de rescisão;
– Aquisição de jogador em formação;
– Aquisição de jogador livre;
– Manutenção dos jogadores da formação interna;

Cedência temporária ou empréstimo


• A cedência temporária de um jogador realiza-se quando há interesse das três partes
intervenientes no processo de empréstimo:
– o jogador;
– o clube cessionário;
– o clube cedente;
• O jogador de futebol é uma das partes intervenientes no processo de empréstimo e
depende do seu consentimento para a concretização de uma cedência temporária.
• É com regularidade que se assiste a empréstimos dos jogadores durante o mercado das
transferências porque é de facto umas das formas possíveis de relançar a carreira
profissional de um jogador de futebol num outro clube que lhe conceda melhores
condições desportivas e/ou financeiras.

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O Clube Cessionário
• O clube cessionário é o clube que recebe o jogador de futebol emprestado.
• O empréstimo é uma das formas possíveis de obter os serviços de jogadores de futebol
sem recorrer a gastos avultados, uma vez que a aquisição em definitivo dos direitos
desportivos dos jogadores poderá ser uma opção bastante onerosa.

O Clube Cedente
• O clube cedente é o clube que empresta o jogador ao clube cessionário, com o objetivo
de potenciar ou valorizar o jogador num outro clube de futebol interessado nos serviços
do jogador, ao mesmo tempo que liberta recursos e possibilita a redução de custos com
pessoal.
Cedência a titúlo:
• Cedência a titulo gratuito
– A cedência temporária a titulo gratuito significa que o clube que recebe o
jogador a titulo de empréstimo não tem a responsabilidade de pagar as
remunerações ao jogador e qualquer tipo de contra prestação ao clube cedente.
• Cedência a titulo oneroso;
– Na cedência temporária a titulo oneroso, o clube que recebe o jogador por
empréstimo tem para si a responsabilidade de pagar total ou parcialmente as
remunerações do jogador ou qualquer tipo de contra prestação ao clube
cedente.

Transferência definitiva entre clubes


• A transferência definitiva dos direitos desportivos de um jogador de futebol consiste na
transferência do jogador para um outro clube, com o acordo de todas as partes
intervenientes no negócio, incluindo o consentimento do jogador de futebol que se
pretende transferir.
• A transferência é acordada entre o clube vendedor e o clube comprador, mediante o
pagamento de um determinado valor monetário designado por preço de transferência,
a ser pago pelo clube comprador.
• A transferência é efetiva a partir do momento em que o jogador celebra um contrato
profissional com o novo clube, deixando assim de vigorar o anterior contrato
profissional.

Aquisição com pagamento da cláusula de rescisão;


• Os contratos desportivos profissionais podem incluir uma cláusula contratual que fixam
um determinado preço de transferência, com o objetivo de salvaguardar durante a
vigência do contrato, a aquisição hostil por terceiros dos direitos desportivos dos
jogadores por um preço de transferência inferior à estipulada na cláusula de rescisão.
• Os clubes detentores de contratos profissionais com cláusula de rescisão são livres de
aceitar a transferência dos direitos desportivos abaixo do valor da cláusula.
• No entanto, é comum identificar no mercado das transferências a venda dos direitos
desportivos pelo valor da cláusula, obrigando neste caso um maior esforço financeiro
do clube que pretende adquirir os direitos desportivos de um jogador.

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Aquisição de jogador em formação
• A aquisição dos direitos desportivos de um jogador em formação é uma forma de
contratar jogadores de futebol por um valor mais económico.
• A aquisição de jogadores de futebol ainda em formação desportiva implica sempre um
maior risco porque existe a incerteza quanto à capacidade do jogador em se afirmar
numa equipa principal e gerar benefícios económicos futuros para o clube (Hernández,
2006).
• A aquisição de um jogador em formação ocorre quando se transfere um jogador até aos
23 anos de idade, mediante o pagamento de uma indemnização ao clube formador pela
formação prestada.
• O jogador celebra um contrato com o clube que paga a referida indemnização.

Aquisição de jogador livre


• A aquisição de um jogador “livre” entende-se como a aquisição dos direitos desportivos
de um jogador de futebol sem um contrato desportivo profissional a vigorar ou a seis
meses de expirar.
– O clube contratante não tem que pagar um preço de transferência, contudo, o
clube que pretende contratar o jogador “livre” precisa de alcançar
obrigatoriamente um acordo com o jogador sobre as condições a incluir no
contrato desportivo profissional.
• A contratação de um jogador “livre” poderá ser uma opção económica, uma vez que os
clubes não necessitam de pagar qualquer preço de transferência.
• No entanto, a contratação de jogadores nestas condições nem sempre são uma grande
oportunidade de negócio para os clubes porque o jogador “livre” exige normalmente
um salário mais elevado, prémio de assinatura e porventura uma percentagem dos
direitos económicos.

Manutenção dos jogadores da formação interna


• Os clubes normalmente têm uma estrutura de formação interna com capacidade para
desenvolver as aptidões técnicas dos jogadores jovens nos mais diversos escalões da
formação.
• O principal objetivo da formação é formar os jogadores jovens para os integrar no futuro
plantel da equipa principal.
• O aproveitamento dos jogadores da formação é uma forma de obter proveito ou
retorno dos avultados investimentos aplicados na formação e com a vantagem de obter
jogadores na equipa que são conhecedores do projeto e da cultura do clube formador.

Reconhecimento dos direitos desportivos dos jogadores de futebol


• A IAS 38 define o conceito “ativo” de uma forma mais clara do que a antiga legislação
portuguesa (Plano Oficial de Contabilidade).
– Define o ativo como “um recurso controlado por uma entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios
económicos no futuro”.
– Entende que um ativo intangível tanto pode ser gerado internamente como
pode ser adquirido externamente.

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• Em ambas as situações, o reconhecimento só deverá ser possível se, cumulativamente,
o ativo em causa seja capaz de gerar benefícios económicos futuros, controlado pela
entidade e identificável.
• Na opinião de Brommer , um ativo intangível para ser reconhecido como tal, deve
cumprir os todos os critérios que estão definidos na *IAS 38.
• Os critérios são os seguintes:
– Benefícios económicos futuros;
– Identificável.

Benefícios económicos futuros


• Uma sociedade desportiva que seja detentora dos direitos desportivos de um jogador,
tem o direito de usufruir dos serviços do atleta com o objetivo de alcançar o sucesso
desportivo e obter as receitas indispensáveis para a sobrevivência do clube.
• As transferências dos direitos desportivos dos jogadores de futebol são, por sinal, uma
boa fonte de receita para os clubes, permitindo muitas das vezes obter ganhos
consideráveis e equilibrar as suas contas.
• Os passes dos jogadores detidos pelos clubes de futebol “são a base de todas as receitas
futuras da organização”
• Os jogadores de futebol de qualidade reconhecida, contribuem substancialmente para
a reputação e imagem dos clubes, crescimento das vendas, crescimento nos patrocínios,
resumindo, uma maior capacidade para gerar benefícios económicos futuros para os
clubes.
• Só assim se justifica as somas astronómicas que são pagas pelas transferências dos
direitos desportivos dos jogadores que competem nos principais campeonatos de
futebol.

Direitos Desportivos Identificáveis


• Os direitos desportivos dos jogadores de futebol são perfeitamente identificáveis e
separáveis dos restantes ativos intangíveis.
• É possível vender ou ceder os direitos desportivos individualmente.
– Os direitos desportivos dos jogadores são valorizados pelo custo de aquisição,
ou seja, a soma dos custos com a aquisição do “passe”, prémio de assinatura,
custos de intermediação, entre outros.

Regulamento para Compensação pela Formação


• Os direitos desportivos dos jogadores da formação podem ser valorizados pelo método
de cálculo da compensação pela formação, proposto pela FIFA.
• Esta metodologia não é todo consensual entre os investigadores, uma vez que o custo
histórico é relegado para segundo plano e pode promover uma valorização incorreta
dos direitos desportivos dos jogadores da formação.
• O Regulamento do Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA regula diversas
matérias relacionadas com as transferências de jogadores, indemnizações pela
formação dos jogadores, incluindo a forma de como calcular as indemnizações a pagar
pela formação dos jogadores.

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Compensação por Formação (FPF)
• Pontos relacionados com a contabilização dos jogadores de futebol.
– O Regulamento no seu artigo n.º 1 estabelece normas gerais e obrigatórias
relativamente “ao estatuto dos jogadores, à sua habilitação para participar no
futebol federado e à sua transferência entre clubes filiados em federações
diferentes (...) deve ainda estabelecer um sistema para compensar os clubes
que invistam na formação e educação de jovens jogadores”
– O Regulamento contempla vários artigos com as “disposições relacionadas com
as transferências de jogadores, inscrições, estabilidade contratual entre
jogadores profissionais e clubes e transferências internacionais de menores de
idade”
• Com base no Regulamento da FIFA, são as seguintes as questões relacionadas com a
compensação pela formação dos jogadores de futebol:
– O artigo 37.º do Regulamento, estabelece as regras para a compensação a ser
paga aos clubes formadores pela formação prestada aos jogadores.
– Os clubes formadores têm o direito de receber a compensação nos seguintes
termos:
• “quando o jogador celebra o seu primeiro contrato como profissional;
• em cada transferência do jogador profissional até ao final da época do
seu 23ºaniversário”.
• O direito de receber uma compensação pela formação é legítimo quando os jogadores
jovens em formação são transferidos para outro clube no decorrer ou no final do
contrato do jogador.
• O regulamento estabelece que a compensação a ser paga pela formação dos jogadores
corresponde à formação prestada na idade compreendida entre os 12 e os 23 anos de
idade.
– “A compensação por formação aos jogadores deve ser paga até aos 23 anos de
idade pela formação que recebida até aos 21 anos, a não ser que seja evidente
que o jogador tenha terminado o seu período de formação antes dos 21 anos
de idade”
• De modo a facilitar o cálculo da compensação pela formação prestada pelos clubes
formadores, os clubes tem instruções para classificar a formação em quatro categorias,
de acordo com os investimentos financeiros realizados na formação dos seus jogadores.
• Os custos de formação são atribuídos por cada uma das quatro categorias e são
atualizados anualmente pelas federações nacionais.
• Os custos a incluir na indemnização a pagar pela formação de um jogador da formação
são os seguintes:
 Custos necessários para a formação de um jogador;
 O “fator jogador” como uma variável do cálculo, que corresponde ao número
de jogadores que são necessários formar e educar para que seja possível obter
um jogador profissional.

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Artigo 38.º Cálculo e forma de pagamento
1. O pagamento da compensação de formação deve ser efetuado pelo Clube que
profissionalizou o jogador, no prazo de trinta dias contados da data da sua inscrição.
2. O valor da compensação a pagar pelo Clube que profissionalize o jogador aos
Clubes
formandos não pode exceder os valores estabelecidos na tabela publicada no
Comunicado Oficial N.º 1.
3. Para apuramento do valor devido, sobre os valores estabelecidos na tabela
referida no número anterior são aplicáveis as seguintes percentagens, acumuladas
desde a décima segunda época de aniversário do jogador até à época de aniversário
da sua profissionalização geradora de pagamento:
• Entre o [ 12º - 15º] Aniversário => valor correspondente a 5 %
• Entre o [ 16º - 21º] Aniversário => valor correspondente a 10 %
• Entre o [ 22º - 23º] Aniversário => valor correspondente a 10 % para
casos justificados de prolongamento do período de formação previstos
no CO1.

Mecanismo de Solidariedade
• Secção III| Contribuição de solidariedade
– Artigo 45.º Direito a contribuição
– 1. Sempre que um jogador profissional for transferido antes do termo do seu
contrato, os Clubes que hajam contribuído para a sua formação têm direito a
receber uma percentagem correspondente a 5% do valor da transferência.
– 2. A contribuição referida no número anterior é paga pelo Clube que regista o
jogador, no prazo máximo de trinta dias a contar da data da transferência,
sendo calculada em função do número de anos de inscrição ou proporcional,
em conformidade com a seguinte tabela:
• Entre o [ 12º - 15º] Aniversário => valor correspondente a 0,25 %
• Entre o [ 16º - 18º] Aniversário => valor correspondente a 0,50 %
• Entre o [ 19º - 23º] Aniversário => valor correspondente a 0,50 %
• Bibliografa
• Dissertação de Mestrado em Contabilidade e Controlo de Gestão ; Tratamento
contabilístico dos direitos desportivos dos jogadores de futebol da formação nas
sociedades desportivas; Silva, Orlando Pacheco; FEP – UP, 2015
• COMUNICADO OFICIAL N.: 370 DATA: 2017.06.30 REGULAMENTO DO ESTATUTO, DA
CATEGORIA, DA INSCRIÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE JOGADORES

FINANCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES DO SISTEMA DESPORTIVO


 A Lei de Bases do Sistema Desportivo – Lei n.º 1/90, de 13 de janeiro – veio obrigar a
que os apoios e comparticipações financeiras atribuídas pelas autarquias locais às
entidades que integram o sistema desportivo, sejam titulados por contratos-programa
de desenvolvimento desportivo (CPDD).

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 Tal princípio veio a ser mantido pela Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto,
aprovada pela Lei n.º 5/2007, de 16 de janeiro e regulamentada pelo Decreto-Lei n.º
273/2009, de 1 de outubro que consagrou novas exigências em matéria de
financiamento público.

Sponsoring
 Independentemente de estarem ou não integrados num plano de marketing, as
organizações desportivas há longos anos que vêm a estabelecer relações de cooperação
com organizações comerciais ou industriais.
 Deste binómio "promoção da imagem / recursos financeiros” resulta uma palavra que
entrou no léxico desportivo português: “Sponsoring”.
 Contudo este tem sido utilizado duma forma pouco esclarecida, não só no que diz
respeito às empresas comerciais como em relação às organizações desportivas. Gustavo
Pires

Para uma Visão Global


 O desporto aparece, naturalmente, como um veículo privilegiado para fazer passar
mensagens para públicos específicos, usufruindo, por isso, de apoios que cada vez mais
determinam a sua própria capacidade de desenvolvimento.
 Portanto, as relações entre as empresas económicas e o mundo do desporto embora
tenha vindo a processar-se de há uns anos a esta parte, todavia, não deixou de ser
pontual e sem a força que se verifica nos países desenvolvidos da Europa.
 Como exemplo:
o Na Holanda, no ano de 1975, (há mais de trinta anos), já o mercado apoiava o
desporto com cerca de 15 milhões de florins obtidos junto de 100 "sponsors";
o Na Suíça, a Fundação para a Ajuda Desportiva, fundada em 1970, foi financiada,
no ano de 1981, num montante de mais de 2 milhões FS, sem qualquer ajuda
da parte do Estado;
o No ano de 1987, os patrocinadores contribuíram para o desporto italiano com
cerca de 108 milhões de contos. Tudo isto para além das enormes verbas do
CONI;
o Nos Estados Unidos, as empresas "sponsorizaram" o desporto no ano de 1989
com 1375 milhões de dólares e no de 1991 com 1870 milhões de dólares;
o O mercado europeu no ano de 1989, "sponsorizou" o desporto com uma verba
compreendida entre os 2300 a 2500 milhões de dólares;
o Portugal gastou na década de oitenta em publicidade 68% dos valores gastos
pela Holanda.

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Empresas versus Desporto - Parcerias


 Empresas ► Desporto
o As organizações comerciais ligam-se ao desporto para daí colherem benefícios
de notoriedade, de imagem ou de credibilidade, através duma associação de
ideias entre um produto ou uma organização por um lado e um evento ou
modalidade desportiva por outro.
 Desporto ► Empresas
o O desporto liga-se às empresas com o propósito de beneficiar de apoios
financeiros ou de produtos fornecidos pela empresa e colher simultaneamente
o prestígio direto da marca ou empresa em causa.
 As empresas procuram conquistar e afirmar espaços de atuação e desenvolvimento
através de políticas de comunicação com o exterior que passam por uma relação com
organizações ou entidades desportivas.
o Veja-se o caso da Caixa geral de Depósitos que vai buscar na sua relação para já
com o Benfica e o Campus no Seixal, uma estratégia de comunicação com os
mais diversos portugueses não só no país como no estrangeiro que se
interessam por futebol.
 Pelo seu lado um evento desportivo que consegue um bom patrocínio de uma marca
com forte implantação obtém à partida, só por isso, um significativo prestígio para além
de outros apoios em produtos ou dinheiro.
o Veja-se o caso do Lisboa Dakar e o patrocínio conseguido do "Euro Milhões"
 O sucesso das organizações públicas ou privadas com ou sem fins lucrativos depende da
capacidade de estabelecerem linhas de comunicação com os grupos e segmentos sociais
que desejam atingir.
 Devem desenvolver, para tal, uma estratégia de comunicação com o exterior que tem
de utilizar os instrumentos específicos e apropriados aos objetivos que pretendem
atingir.
 Surgem assim, as ideias de:
o Mecenato;
o Patrocínio / “Sponsoring".

Mecenato x Patrocínio/"Sponsoring"
 Tanto o mecenato como o patrocínio são técnicas de comunicação que visam
estabelecer uma relação entre as organizações e o seu ambiente através de um agente
transmissor que pode ser o desporto em geral, uma organização ou evento desportivo
ou qualquer outra atividade humana de carácter filantrópico, científico ou cultural.
 Procura-se assim estabelecer uma dada relação estratégica de efeito positivo.

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 De uma maneira geral existe uma grande confusão entre os conceitos de patrocínio ou
“sponsoring” e o de mecenato. Vejamos o que é que se passa relativamente a cada um
deles.

Mecenato
 Em Portugal, a lei define o espaço e os objetivos de intervenção do mecenato.
 Este diploma legal (Lei do Mecenato) destina-se exclusivamente à cultura.
 No entanto, o mundo do desporto reivindica o direito ao mecenato, ou pelo menos, o
direito a um estatuto semelhante para as empresas que patrocinam o desporto, tal
como acontece quando apoiam a cultura.
 Será que existe alguma lógica nesta reivindicação?

Perspetiva Histórica do “Mecenato”


 Mecenas Gaius (74-8 aC)
 Mecenas Gaius (74-8 aC) foi um estadista romano patrono das artes.
 Foi amigo e conselheiro do Imperador Augusto que representava em missões
diplomáticas.
 Mecenas serviu-se da sua amizade e prestígio junto do imperador para incrementar as
artes e as letras.
 Por isto, numa perspetiva etimológica, a palavra mecenas tornou-se sinónimo de
protetor das letras e das artes.
 Devido à tradição cultural latina a palavra mecenato tem tido uma utilização mais
comum nos países latinos.
 Até à revolução francesa o mecenato fazia parte das obrigações morais da nobreza.
 Hoje, um mecenas pode ser considerado uma pessoa ou uma organização que realiza
um certo número de dádivas financeiras com vista ao desenvolvimento das artes e das
letras.
 Um dos aspetos que, imediatamente, resulta da análise etimológica da palavra é o
desinteresse material que envolve aquele que dá o apoio.
 Este apoio encontra-se, isso sim, relacionado com a importância pessoal e social
conseguida através da ligação a um empreendimento de elevado nível cultural.
 O mecenato configura uma relação de prestígio que se estabelece entre aquele que dá
o apoio e aquele que o recebe.
 O mecenas, organização ou pessoa, não espera nem quer obter um lucro nem imediato,
nem monetário, do apoio que dá.
 É um apoio de prestígio, discreto, que joga no longo prazo e na construção duma
imagem (porque a notoriedade já existe) associada a uma ideia de valor social ou
cultural (credibilidade) e não no imediatismo, na maioria das vezes reduzido a uma
perspetiva simplesmente monetária.

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 Segundo Eduardo Vera Cruz, jurista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa,
a lei do mecenato é uma ficção. E diz:
o “Não há uma lei do mecenato cultural a lei que existe é uma ficção do
legislador”.
o Ainda segundo as palavras do jurista:
o “O mecenato é um ato livre que não pode ser regulado pelo legislador (…) ”.
Não há um critério para estabelecer quais os atos culturais aos quais o Estado
deve conceder uma isenção tributária.
 (Seminário "Empresa e Cultura", Padrão das Descobertas, 28/10/95).
 Nesta perspetiva, não são todos os projetos que podem ser objeto de um apoio em
regime de "sponsoring".
 Existem empresas que não estão interessadas em associar o seu nome a uma atividade
desportiva em que a probabilidade de se perder o controlo é muito grande (caso de
agressões, doping, corrupção e violência).
 Por muita notoriedade que essa atividade desportiva lhes possa trazer, não é essa a
ideia que desejam associar à sua marca.
 Qualquer imagem sua associada a um evento desse tipo acabaria por a prejudicar.
o Veja-se, por exemplo, o que aconteceu com o mais recente caso de Lance
Armstrong e a US Postal e a Nike.
o Portanto, o mecenato no quadro da comunicação externa das empresas tem
características próprias que é necessário respeitar sob pena de se estarem a
cometer erros para ambos os lados.
o A própria Caixa Geral de Depósitos com o tipo de ligação que está a fazer, devido
ao estado calamitoso em que o futebol se encontra, corre riscos que devem ter
sido muito bem ponderados.

Patrocínio /”Sponsoring”
 Outra das palavras que também envolve a dinâmica de comunicação das empresas com
o exterior é a palavra "sponsorismo", patrocínio ("sponsoring"; "sponsorship").
 Esta ideia representa toda uma outra perspetiva de comunicação com o sistema social,
utilizada pelas organizações.
 Sahnoun (1989) define “sponsoring” como:
o Um instrumento de comunicação que possibilita a ligação direta de uma marca
ou de uma empresa a um acontecimento atrativo para um dado público.
 Este conceito proveniente da cultura organizacional anglo-saxónica nasceu em
Inglaterra onde se desenvolveu, sobretudo associado ao desporto. Daí que tenha uma
perspetiva completamente diferente da de mecenato.
 O primeiro objetivo do patrocinador é:
o Divulgar a marca do seu produto para daí conseguir um lucro imediato.

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o Obtenção de um impacto rápido de efeitos imediatamente visíveis e contáveis
ou contabilizáveis a curto prazo.
o Desde há cerca de 25 anos a esta parte a sponsorização do desporto tem sido a
palavra de ordem relacionada com as práticas desportivas.
 A Coca-cola foi uma das primeiras, bem como a marca Adidas.
 Patrick Nally conjuntamente com Horst Dassler foram os homens que através da Adidas
transformaram o mundo do "sponsoring" desportivo a partir dos finais dos anos
sessenta, fazendo com que grandes companhias começassem a aplicar dinheiro no
desporto.
o Em 1987 a Adidas tinha:
 Um volume mundial de mais de 260 milhões de contos (1300 milhões
de euros);
 Empregava mais de 12000 pessoas;
 Fabricava mais de 400 artigos desportivos diferentes;
 As fábricas produziam mais de 250.000 pares de sapatos desportivos
por semana.
 Tinha um lucro de 2.19 biliões de francos;
 Aplicava 8% do lucro na comunicação global da empresa;
 Destinava 50% da verba de comunicação à promoção desportiva
através da ajuda às federações (16 das 20 equipas de futebol da 1ª
divisão, eram calçadas com Adidas);
 Os restantes 50% eram aplicados em ações de comunicação:
publicidade e "sponsoring";
 Recebia uma média anual de 2000 pedidos de patrocínio.
 Jogos Olímpicos
o Desde 1960 em Roma até ao ano 2000 em Sidney as estações americanas de
televisão pagaram verbas absolutamente inacreditáveis pelos direitos de
transmissão dos Jogos Olímpicos de Verão. Olhemos para os dados disponíveis:
 1960, Roma, ABC, 667,967 US$;
 1964, Tóquio, ND;
 1968, México, ABC, 4,500,000 US$;
 1972, Munique, ABC, 13,500,000 US$;
 1976, Montreal, ABC, 25,000,000 US$;
 1980, Moscovo, NBC 72,333,333 US$;
 1984, Seul, NBC, 300,000,000 US$;
 1992, Barcelona, NBC, 401,000,000 US$;
 1996, Atlanta NBC 456,000,000 US$;
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 2000, Sidney 715,000,000 US$.
("SMN - Sports Marketing & Media News, 12/8/95)
 Ultimamente a "guerra" pelos direitos de transmissão dos jogos tem
colocado numa situação de confronto as grandes cadeias de televisão
que lutam entre si pela transmissão dos jogos.

Contrapartidas
 Um patrocínio faz-se a partir de um relação de troca biunívoca em que cada uma das
partes procura ter um rendimento imediato.
 Em conformidade, os benefícios fiscais não se colocam da mesma maneira que no
mecenato, a menos que se queira premiar a empresa e fazê-la ganhar duas vezes pelo
mesmo patrocínio.
 Quando uma marca de automóveis ou de relógios apoia um torneio de golfe ou ténis,
embora tenha escolhido uma modalidade com características específicas, está numa
dimensão de patrocínio.
 Por isso, não pode esperar receber outros apoios para além daqueles que já recebe
diretamente, através do apoio contratual com uma dada organização desportiva.
 O seu benefício está no eventual aumento de vendas que, logicamente, procura
conseguir.
 Todavia, nada impede e até seria aconselhável, que o Estado legislasse no sentido de
garantir benefícios adicionais para as empresas que patrocinam o desporto, sobretudo
se os projetos em causa tivessem um significativo valor social.
 Desta forma, seriam introduzidas correções no sistema de patrocínios, já que o critério
que move o apoio das empresas não é necessariamente o de "valor social“, mas sim o
económico.

Diferenças entre Mecenato e “Sponsoring”


 As diferenças, entre mecenato e "sponsoring", ao SE analisar mais em pormenor, são
significativas:
 O mecenato procura uma imagem de prestígio através da inserção social,
 O mecenato tem uma política de ajuda a longo prazo, por vezes até de tempo indefinido,
 Através do mecenato uma empresa procura o prestígio
 O mecenato liga-se, de uma forma discreta, a projetos de desenvolvimento,
o O patrocínio ("sponsoring") aparece ligado à ideia de contrato publicitário.
o O patrocínio tem como primeira preocupação a notoriedade imediata.
o Enquanto através do patrocínio procura vender.
o O patrocínio procura, através da publicidade, a maior notoriedade possível.

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Objetivos do "sponsoring".
 Existe sempre uma lógica para a aplicação dos recursos financeiros orçamentados por
uma empresa para serem aplicados no "sponsoring".
o Não serve de nada a uma empresa ou produto pagar um "paralítico" (anúncio
estático) num jogo de futebol mesmo que transmitido até pela televisão,
quando ninguém sabe o que é que lá está.
 As marcas e os produtos são diversos.
o Cada um está implantado num determinado mercado duma maneira específica
que é necessário avaliar.
o Tem, ainda, determinadas características que é fundamental entender quando
se avança para uma política de "sponsoring".
 O "sponsoring" não deve ser aplicado duma forma generalista e uniforme a qualquer
empresa, produto ou serviço que, na sua política de comunicação com o exterior, quer
estabelecer, através dum patrocínio, uma via de contacto com um determinado público-
alvo.
 Assim sendo, segundo Sahnoun (1989) os objetivos do "sponsoring" podem ser três:
o Notoriedade;
o Imagem;
o Credibilidade.
 O "sponsoring" de notoriedade procura fazer com que uma dada marca ou produto seja
conhecida por um público determinado.
 O "sponsoring" de imagem, por seu lado, visa fazer com que uma dada empresa, marca
ou produto promovam a sua imagem junto dum determinado público.
 O "sponsoring" de credibilidade tem por objetivo conseguir com que uma dada marca,
produto ou serviço obtenham credibilidade.

"sponsoring" de notoriedade
 O "sponsoring" de notoriedade visa fazer com que uma dada marca, produto ou serviço
se torne, simplesmente, conhecido.

 Não vale a pena fazer a promoção da imagem dum dado produto ou serviço se, de facto,
esse produto ou serviço não tem à partida um grau de notoriedade que o justifique.

"sponsoring" de imagem
 O "sponsoring" de imagem visa associar imagens entre uma marca consagrada, que já
conseguiu a notoriedade e uma atividade, projeto ou atleta que consegue despertar o
interesse ou, pelo menos, a curiosidade das pessoas.
o Quando os estrategas da Nike decidiram segmentar o mercado através de
"jogadores símbolos", tais como:

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 Agassi e as suas “roupas coloridas" para jovens irreverentes;
 O "trabalhador do ténis" Jim Courier para os viciados do treino e da
competição;
 Pete Sampras e a sua "técnica de professor" para os jogadores de clube
de fim-de-semana.
 (ver "Público" 26/7/95)
o Mais não estava a apostar do que no "sponsoring" de imagem.
o De facto, a empresa pretendeu atingir determinados grupos alvo, ou segmentos
de mercado através de alguém com uma imagem que estivesse de acordo com
esses públicos.
o Aqui, já não se trata de notoriedade, na medida em que toda a gente conhece
a Nike.
 Trata-se, isso sim, de cultivar uma imagem junto de determinados grupos alvo,
previamente definidos que se desejam atingir com estratégias específicas a fim de se
fazerem passar produtos, ideias ou serviços, considerados apetecíveis por aqueles
segmentos de mercado.

"sponsoring" de credibilidade
 O "sponsoring" de credibilidade visa fazer com que através da associação da sua imagem
a um dado acontecimento ou até projeto credível e de prestígio, uma determinada
empresa ou produto consiga, de alguma forma, "limpar" ou atenuar alguns aspetos
nocivos ou menos aceitáveis do ponto de vista social que lhes estão associados.
o É o caso da associação de determinadas marcas de tabaco e de bebidas
alcoólicas ao desporto e às atividades desportivas de aventura, ou até o caso da
Coca-Cola que já não necessita de notoriedade nem de imagem pois é uma
marca perfeitamente conhecida a nível do Globo, mas tem necessidade de
credibilidade.
 Riscos
 Pode-se neste caso, colocar a questão de saber se é possível patrocinar um perdedor,
pois não está garantido à partida que qualquer equipa ganhe um campeonato nacional
ou qualquer outra prova desportiva.
 De facto, a "sponsorização" pode acentuar aspetos secundários do acontecimento, pelo
que os patrocinadores nestas situações terão de ter soluções (ou até justificações)
alternativas que justifiquem os investimentos realizados.

Estratégias e Opções
 Se o "sponsoring" está a entrar no mundo do desporto de uma forma muito incisiva,
também o mundo do desporto tem interesse em receber todo o tipo de ajudas,
sobretudo em tempo de crise económica.
 No entanto, se o mundo do desporto está interessado em receber apoios tem de
compreender, também, que a primeira regra do "sponsoring" é:

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o “Se queres que te dê alguma coisa, primeiro, tens de me dizer o que é que tens
para me dar”
 Posto isto, é necessário reconhecer que a obtenção de apoios necessários para o
desenvolvimento de práticas desportivas requer, da parte das organizações desportivas
patrocinadas e daquelas que são patrocinadoras, cuidados especiais.
 Nos tempos que correm, "ninguém dá nada a ninguém".
 O "sponsoring" reside no jogo de quatro elementos a considerar:
o Patrocinador; - "Eu pago”
o Patrocinado ou evento; - “tu fazes”
o Média; - “eles divulgam”
o População alvo. – “Eles consomem”
 Este sistema de forças tem de ser equacionado e organizado em função dos interesses
tanto das organizações que "sponsorizam", como daquelas que são "sponsorizadas".
 Um contrato ou protocolo de patrocínio, por um lado, deve estar de acordo com os
interesses estratégicos da empresa patrocinadora, mas, por outro, deve, também, ter
em conta a cultura da modalidade desportiva ou a dinâmica do evento desportivo que
estiver a ser desenvolvido, bem como o público-alvo a atingir e os Média a utilizar.
 Esta preocupação deve funcionar para ambos os lados:
o Uma modalidade desportiva pode ser prejudicada por se associar a uma marca
ou serviço;
o Uma marca ou serviço podem ser prejudicadas por se associarem a uma
modalidade.
 Não é qualquer modalidade desportiva que aceita ser patrocinada por uma marca de
tabaco ou uma bebida alcoólica.
 Temos, assim, dois ângulos a partir dos quais podemos analisar o patrocínio:
o Na lógica do praticante ou da organização desportiva que têm necessidade de
apoios para o desenvolvimento das suas atividades;
o Na lógica das empresas que desejam associar o seu nome a determinada
modalidade desportiva ou evento desportivo com o fim de obterem
notoriedade, imagem ou credibilidade.
 Cada uma das entidades referidas, em função das suas perspetivas e interesses, tem de
ser capaz de organizar um plano de argumentação que deve procurar:
o Contrariar os aspetos negativos que eventualmente possam ferir ou conflituar
com a sua filosofia de ação;
o Valorizar aqueles que se adequam com a imagem que se deseja desenvolver,
tendo em atenção quais são os veículos de divulgação dos acordos firmados e,
finalmente, qual o público que se deseja atingir.
 Quem patrocina quer que se saiba.

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 Quem é patrocinado tem de dar a conhecer.
 Em conformidade, é necessário conhecer os destinatários que devem estar de acordo
com a entidade patrocinada e os meios para os atingir.

Donativos a clubes desportivos e federações


 DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE IRS - OFÍCIO-CIRCULADO N.º 10/92 DE 14 DE MAIO
 No enquadramento fiscal dos donativos concedidos aos clubes desportivos e federações
e considerando a Lei de Bases do Sistema Desportivo (Lei n.º 1/90, de 13.1), esta prevê
no seu artigo 18.º a possibilidade de os autores de liberalidades efetuadas em benefício
daquelas entidades que gozem de estatuto de instituição de utilidade pública, possam
aproveitar do regime fiscal idêntico ao previsto para as instituições de solidariedade
social - n.ºs 2, 3 e 4 do art.º 18.º da Lei n.º 1/90 - comunicado sancionado por despacho
de 91.07.17 e de 92.03.13, dos Exmos. Subdiretores-gerais.
 1. Em sede de IRC, o artigo 40.º do CIRC prevê os limites que, a título de donativos, os
sujeitos passivos podem considerar como custos para efeitos fiscais.
 Assim, os clubes desportivos que gozem de estatuto de instituição de utilidade pública
e as federações que gozem do regime de utilidade pública desportiva gozam de regime
fiscal idêntico ao previsto para as instituições privadas de solidariedade social pelo que
os donativos concedidos pelo contribuinte a estas entidades serão considerados custos,
ou perdas do exercício até ao limite de 2 ‰ do volume das vendas e ou dos serviços
prestados no exercício.
 2 - Em sede de IRS, o regime aplicável aos donativos será o seguinte:
o 2.1 - Se forem efetuados por sujeitos passivos cujos rendimentos sejam
enquadráveis nas categorias C e D, haverá que distinguir consoante sejam
atribuídos:
 - A título particular: Ao rendimento líquido total e até 15% do valor
deste, abatem-se os donativos em dinheiro. ou em espécie (art.º 56.º
n.º 2 alínea b) do CIRS);
 - No exercício de atividade: São considerados custos ou perdas do
exercício, os donativos concedidos até ao limite de 2‰ do volume das
vendas e ou dos serviços prestados no exercício (art.º 18.º da Lei n.º
1/90, de 13.01, art.º 31.º do CIRS e art.º 40 n.º 3 do CIRC).
 2.2 - Se efetuados por sujeitos passivos cujos rendimentos se enquadrem em qualquer
das outras categorias são abatidos ao rendimento líquido total e até 15 % do valor deste
(art.º 56.º, n.º 2, alínea b) do CIRS).
 2.3 - Os donativos podem ser em dinheiro ou em espécie. Relativamente a estes, o seu
valor é determinado da seguinte forma:
o - Se forem bens mobiliários - segundo as regras constantes do art.º 23.º do CIRS.
- Se forem bens imobiliários - pelo montante que seria considerado para efeito
de liquidação do imposto sobre as sucessões e doações, se fosse devido.
Pel'O DIRECTOR-GERAL do C I R S

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LEGISLAÇÃO DOS ESPAÇOS ESPECÍFICOS DAS AFD
 A construção do edifício, a alteração ou a adaptação dos espaços que constituem as
instalações desportivas de serviço público obedece ao regime de licenciamento de obras
particulares.

3 Situações a registar num Licenciamento


 Após as fases de licenciamento, existe a Fiscalização e as Sanções.
 Fiscalização tem como objetivo verificar se há alguma infração e, caso exista, a entidade
responsável aplicará a Sanção de acordo com a infração.
 NA CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DESPORTIVOS, SÃO APLICADAS NORMAS
REGULAMENTADAS DAS CONDIÇÕES TÉCNICAS DAS INSTALAÇÕES DESPORTIVAS.

PROCESSO DE LICENCIAMENTO
 Autorização Prévia de Localização
 Os pedidos de licenciamento de instalações desportivas das categorias de base
formativa, especializadas e especiais para o espetáculo desportivo, a situar em área não
abrangida pelo plano de urbanização, devem requerer autorização prévia da comissão
de coordenação regional (CCR).
 Aprovação dos Projetos
 A aprovação pela Câmara Municipal dos projetos de arquitetura e das especialidades
relativas a instalações desportivas.
 Carece de parecer favorável do Instituto do desporto de Portugal
 As instalações desportivas de base recreativas e as de base formativas (dentro de alguns
limites) não carecem de parecer prévio do IDP
 Parecer do Instituto do Desporto de Portugal
 Destina-se a verificar a adequação das instalações e categoria tipológica prevista, bem
como as normas estabelecidas na legislação
 LICENCIAMENTO DO FUNCIONAMENTO
 Inicio das atividades
 Depende da licença de funcionamento a emitir pelo IDP.
 Não carecem de licença de funcionamento emitida pelo IDP as instalações de base
recreativas que se configurem nesse âmbito e desde que tenham o respetivo alvará de
utilização emitido pela câmara.
 Estão dispensadas da licença de funcionamento as instalações desportivas de base
formativas, denominadas sala de desporto e pavilhões polidesportivos, campos de ténis
e ringues ao ar livre, piscinas desportivas e polivalentes ao ar livre ou cobertas

LICENCIAMENTO DO FUNCIONAMENTO
 Licença de Funcionamento
 Concluída a obra, deve requerer ao IDP a emissão da licença de funcionamento.
 Esta é sempre precedida de vistoria.

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 O IDP deve solicitar a participação na vistoria da Câmara Municipal, do serviço de
Bombeiros e de um delegado de saúde.
 Vistoria
 Destina-se a verificar a adequação das instalações, bem como a observância das normas
estabelecidas legalmente.
 Da vistoria, será elaborado o respetivo auto.
 Quando o auto da vistoria é desfavorável não pode ser emitida licença de
funcionamento.
 Alvará da Licença de Funcionamento
 A licença de funcionamento é dada por alvará emitido pelo IDP, num prazo de 30 dias a
contar da data da vistoria
 Prazo de Validade da Licença
 A licença de funcionamento é válida por um período de 3 anos.
 Uma nova licença ou renovação da licença de funcionamento implica uma nova vistoria
pelo IDP.

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Bibliografia
 Lima e Silva, R. de.: Estrutura e dinâmica das organizações (escolares) Revista
Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653)
 Pires, G. (2007) Agôn, Gestão do Desporto: o jogo de Zeus, Porto, Porto Editora.
 Mintzberg, H. (1992) A Estrutura e a Dinâmica das Organizações, Lisboa, Dom Quixote.
 Dumazedier, J. et al. (1980) Olhares novos sobre o Desporto. Lisboa: Compendium.
 Mota, J. (1997) A atividade física no lazer – Reflexões sobre a sua prática, Livros
Horizonte, Lisboa.
 Romão, Paula; Pais, Silvina (2004) Organização e Desenvolvimento Desportivo – CTD 10º
ano. Porto: Porto Editora.
 Sobral, F. (1980). Introdução à Educação Física. Lisboa: Livros Horizonte.
 Cunha, L. (2007) Os Espaços do Desporto: Uma gestão para o desenvolvimento humano.
Coimbra, Edições Almedina.
 Araújo, J. M. Guia do animador e dirigente desportivo. Editora Caminho: Lisboa, 1986.
Coleção Desportos e Tempos Livres.
 Meirim, J.M. (2007) Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto, Coimbra. Coimbra
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 Legislação
 LEI DE BASES DA ACTIVIDADE FISICA E DO DESPORTO LBAFD_Lei_nº5/2007.16.01
 APD - Associações Promotoras de Desporto Decreto-Lei n.º 279/97 de 11 de Outubro
 D.L.95/91 - Educação Física e Desporto Escolar.
 Dissertação de Mestrado em Contabilidade e Controlo de Gestão ; Tratamento
contabilístico dos direitos desportivos dos jogadores de futebol da formação nas
sociedades desportivas; Silva, Orlando Pacheco; FEP – UP, 2015
 COMUNICADO OFICIAL N.: 370 DATA: 2017.06.30 REGULAMENTO DO ESTATUTO, DA
CATEGORIA, DA INSCRIÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE JOGADORES

Links
 Pareceres da PGR
o http://www.dgsi.pt/pgrp.nsf/7fc0bd52c6f5cd5a802568c0003fb410/a8678e93
e35c2b4b80256a5b0033d510?OpenDocument
 LBD_Lei_nº30_2004.21.07
o http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/Doc05_031.pdf
 LBAFD_Lei_nº5/2007.16.01
o http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Lei_5_2007.pdf
 LBSD_Lei_nº1/1990.13.01

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o http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/Doc05_077%20-
%20Lei%201_90%20de%2013%20de%20Janeiro%20-%20LBSD.pdf
 Legislação_Desportiva_Região_Autónoma_Madeira_(RAM)
o http://www1.cm-
funchal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=220&Itemid=258
 Carta_Desportiva_Nacional_ Despacho_nº1701/2012
o http://dre.pt/pdf2sdip/2012/02/026000000/0440704407.pdf
 Atividade_dos_Árbitros_e_entidades_equiparadas_Despacho_nº12691/2011
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 Visão_de_uma_Liga_Profissional_de_Clubes Congresso_Desporto;
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 Seguro_Desportivo_D-Lei_nº10/2009_12.Janeiro
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 Normas_de_certificação_técnica_agentes_promotores_de_AFD_DL 271-2009_1_Out;
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 Parecer da Procuradoria Geral da República n.º 7/2001; (Publicado no DR, IIªs, n.º 139,
de 18.06.2001); Praticante desportivo - Menor - Transferência - Compensação por
formação - Federação Portuguesa de Futebol - Utilidade pública desportiva -
Competência regulamentar
o http://www.idesporto.pt/DATA/DOCS/LEGISLACAO/doc03_009.pdf
 Estatuto_Utilidade_Publica_Decreto-Lei n.º 144/93 de 26 de Abril;
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 Formação_Treinadores_Decreto-Lei n.º 407/99 de 15 de Outubro;

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 Sociedades_Desportivas_Decreto-Lei n.º 67/97 de 3 de Abril;
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 Enquadramento_Dirigentes_Desportivos_Decreto-Lei n.º 267/95 de 18 de Outubro;
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 Requisição_e_usufruto_de_Infra-estruturas-desportivas_Decreto-Lei n.º 153-A/90 de
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 Dopagem_Decreto-Lei n.º 105/90 de 23 de Março;
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Setembro;
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 Doações_Ilegais_Desporto_Noticias_ CM;
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s
 ASSUNTO: Donativos a clubes desportivos e federações;
o http://www.igf.min-
financas.pt/inflegal/codigos_tratados_pela_igf/irs/leg_complementar/OF_CIR
CULADO_00010_92.htm
 ASSUNTO: Contrato de Trabalho do praticante desportivo e do contrato de formação
desportiva
o http://direitodesportivo.pt/publicacoes/contrato-de-trabalho-do-praticante-
desportivo-e-do-contrato-de-formacao-desportiva/
 Associativismo Desportivo
o http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=19&idMenu=5

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