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27/03/2024

Imposto de Selo
Introdução
É regulado pela A Lei nº 13/14 de 21 de outubro de 2021, originalmente proveniente
do período colonial, foi republicada como parte da reforma tributária. Profundas
alterações foram feitas no regime do imposto de selo, com o objetivo de simplificar o
sistema. Este imposto incide sobre Despesas/Consumo
Sujeitos:

SEALTIELA BAMBA
2.1 Activo: O Estado é o sujeito activo porque ele tem o
poder de instituir e cobrar impostos. Ele delegou este
poder a AGT.

2.2 Passivo (art n°2 e n°3 do CIS): Os sujeitos passivos


do imposto de selo abrangem Notários, Conservadores
De Registos, Entidades Financeiras, Locadores,
Seguradoras, Emitentes De Títulos, Locatários,
Trespassantes, Subconcedestes, Representantes
Designados Por Instituições Estrangeiras Em Angola e
outras entidades envolvidas em atos ou contratos
sujeitos a este imposto.
O responsável para fazer a retenção do imposto e pagar será
sempre o Notário, ele acaba sendo o sujeito passivo, mas
como responsável porque o pagamento vai ser feito por
terceiro.

FACTO gerador:
3.1 Hipótese de Incidência (art n°1 do CIS): Estão
sujeitos a imposto de selo todos os actos, contratos,
documentos, títulos, operações e outros factos.
3.2 Facto Gerador internamente (art n°5 do CIS): A
obrigação tributária considera-se constituída:
3.2.1 Nas aquisições onerosas de bens imóveis, na data da
celebração da escritura notarial.
3.2.2 Nos outros atos e contratos, no momento da assinatura pelas
partes envolvidas.
3.2.3 Nos documentos expedidos ou passados fora do país, no
momento em que forem apresentados em Angola.
3.2.4 Nas operações de crédito, no momento da realização ou, se for
uma conta corrente ou outro tipo sem prazo determinado, no
último dia de cada mês.
3.2.5 Nas operações de locação financeira e arrendamento, no
momento do recebimento da renda.
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3.2.6 Nas garantias, no momento da sua constituição ou exibição
perante qualquer entidade.
3.2.7 Nas operações de angariação de crédito ou garantias, no
momento do recebimento da comissão ou contraprestação.
3.2.8 Nas demais operações intermediadas por instituições
financeiras, no momento do recebimento dos juros, prémios,
comissões e outras contraprestações.
3.2.9 Nos cheques emitidos por instituições financeiras locais, no
momento da receção de cada impressão.
3.2.10 Nas letras emitidas no estrangeiro, no momento do aceite,
endosso ou apresentação em Angola para pagamento.
3.2.11 Nas letras e livranças em branco, no momento em que podem
ser preenchidas.
3.2.12 No saque, emissão de guias ou venda de ouro, fundo público ou
títulos negociáveis, na data da efetivação.
3.2.13 Nas apólices de seguros, no momento do recebimento dos
prémios.
3.2.14 Nos testamentos públicos, no momento da sua efetuação, e nos
testamentos cerrados ou internacionais, no momento da
aprovação e abertura.
3.2.15 Nos empréstimos feitos pelos sócios às sociedades com prazo
superior a um ano e reembolsados antecipadamente, no
momento do reembolso.
3.2.16 Nos demais casos, na data da emissão dos documentos, títulos
ou ocorrência dos fatos, ou quando apresentados perante
entidades públicas.
3.2.17 Nos atos relativos a entradas de capital, conforme descritos na
tabela anexa ao código, no momento da celebração da escritura
pública.
3.2.18 Nas matrículas de veículos sujeitos a registro, no momento da
requisição.
3.2.19 Nas ações de usucapião1, na data da sentença transitada em julgado ou
da celebração da escritura de justificação notarial.

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Usucapião é quando alguém se torna proprietário de um bem simplesmente por tê-lo utilizado de
forma contínua e pacífica por um período de tempo determinado pela lei, mesmo que não seja o
dono original do bem.
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3.3 Facto Gerador externamente (art n°4 do CIS):
3.3.1 Documentos ou contratos feitos fora do país serão
tributados no país se forem utilizados legalmente
aqui, seguindo as mesmas regras que se aplicariam se
fossem feitos localmente.
3.3.2 Se uma instituição estrangeira emprestar dinheiro ou
fornecer garantias para alguém aqui no país, isso será
tributado aqui, mesmo que a instituição esteja fora.
3.3.3 Juros, comissões e outras taxas cobradas por
instituições financeiras estrangeiras de clientes aqui
no país, mesmo que a instituição esteja fora, serão
tributados aqui.
3.3.4 Se alguém fizer um seguro fora do país, mas o risco
estiver relacionado a algo que acontece aqui no país,
então será tributado aqui.

Isenções:
4.1 Subjectivo (n°1 e 2 do art n°6 do CIS): incide sobre o
sujeito. O Estado e e quaisquer dos seus serviços,
estabelecimentos e O organismos, ainda que
personalizados, excepto as empresas públicas2 quando
actuem no âmbito do desenvolvimento de actividades
económicas de natureza empresarial.

4.2 Objectivo( n°3 do art n°6 do CIS): incide sobre a coisa,


documentos, actos contratos, etc.
4.2.1 Microcréditos e créditos limitados mensais estão
isentos.

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As empresas públicas devem pagar porque assim estariam em vantagem com relação as empresas
que desempenham a mesma actividade económica.
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4.2.2 Créditos relacionados com exportações, desde que
devidamente documentados, são isentos.
4.2.3 Juros, comissões e contraprestações em contratos de
financiamento para habitação estão isentos.
4.2.4 Depósitos-caução para o Estado e outros organismos
públicos estão isentos.
4.2.5 Garantias e escrituras de contratos registrados estão
isentas.
4.2.6 Juros provenientes de Bilhetes do Tesouro e Títulos do
Banco Central estão isentos.
4.2.7 Comissões relacionadas com fundos de investimento e
contas de poupança são isentas.
4.2.8 Operações financeiras com prazo de até um ano,
destinadas a cobrir carências de tesouraria, realizadas
por detentores de participações em empresas onde
possuam pelo menos 10% do capital social por um
período mínimo de um ano, estão isentas.
4.2.9 Empréstimos com características de suprimentos, feitos
por sócios a sociedades com prazo inicial não inferior a
um ano e não reembolsados antes desse prazo, estão
isentos.
4.2.10 O reporte de valores mobiliários e outros
instrumentos financeiros em mercado regulamentado
está isento.
4.2.11 Prêmios de resseguros tomados por empresas
operando legalmente em Angola estão isentos.
4.2.12 Prêmios e comissões relativos a seguros de vida,
acidentes de trabalho, saúde e seguros agrícolas ou
pecuários estão isentos.

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4.2.13 Operações de gestão de tesouraria entre sociedades
em relação de grupo estão isentas.
4.2.14 Documentos de representação forense, como
procurações forenses, estão isentos.
4.2.15 Títulos negociáveis vendidos em mercado
regulamentado estão isentos.
4.2.16 Transmissão de imóveis no contexto de fusão, cisão
ou incorporação de empresas, autorizados previamente
pela Direcção Nacional dos Impostos, está isenta.
4.2.17 Contratos de trabalho estão isentos.
4.2.18 Operações de exportação, excluindo certos bens,
estão isentas.
4.2.19 Transmissões gratuitas de direitos de propriedade
entre pais e filhos estão isentas.

ALÍQUOTAS
(Art n°12 do CIS).Sobre as taxas elas podem ser percentuais ou Ad valorem(Kz).
Anexadas no CIS. O maior valor vai ser a alíquota.

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LIQUIDAÇÃO
Ela pode ser (art n°13 do CIS):
6.1 Por meio de guia: é um documento que indica o
valor do imposto a ser pago e os detalhes sobre como
efetuar o pagamento.
6.2 Aplicação da verba: A liquidação é feita aplicando a
verba correspondente ao tipo de operação ou documento
sujeito ao imposto de selo, conforme estabelecido na
legislação tributária. Cada tipo de operação ou documento
tem uma verba específica associada, que determina a
alíquota ou o valor a ser pago.

PAGAMENTO:

7.1 O pagamento pode ser feito pelo responsável pela


liquidação do imposto, até ao final do mês seguinte.
7.2 Pelo contribuinte, porque ele vai desembolsar.
Sempre que o responsável tributário for uma entidade que recebe verba no OGE, ele
vai pagar até o dia 15 do mês seguinte.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS:
Elas são (art n°19 e 21):
8.1 Sujeitos passivos devem apresentar anualmente uma declaração do imposto de
selo.
8.2 A declaração deve ser entregue até março do ano seguinte à realização das
operações sujeitas ao imposto.
8.3 Se houver dúvidas sobre as informações na declaração, os sujeitos passivos podem
ser solicitados a fornecer esclarecimentos por escrito
8.4 As declarações podem ser submetidas eletronicamente, conforme regulamentado.

PENALIDADES:
Quanto as penalidades, encontramos no CGT:

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9.1 Penas principais dos crimes tributários (art 154° do CGT):
9.1.1 São puníveis com as penas principais de prisão ou de multa.
9.1.2 A pena é convertida em multa em casos e condições que a lei penal permitir.
Quando for até 3 meses ou inferior de prisão.
9.1.3 Cada dia de multa criminal corresponde a uma sanção de 500,00kz e
50.000,00kz de acordo com o art 162° do CGT.
9.2 Penas principais das transgressões tributárias( art 155° do CGT):
9.2.1 São puníveis com penas de multa.
9.2.2 Só existe a aplicação de multa, e não prisão.
9.2.3 As multas são elevadas ao dobro quando tiver sido praticada por pessoas
colectivas ou entidades fiscalmente equiparadas .
9.2.4 Além dos juros que o contribuinte terá que pegar pela transgressão, ele vai
pagar também uma multa de 25% correspondente ao imposto.

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