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ATIVIDADE

1. Compare estes períodos:

I - Os investidores que temiam ser vítimas da crise global financeira abandonaram o mercado de
ações.
II - Os investidores, que temiam ser vítimas da crise global financeira, abandonaram o mercado
de ações.

A respeito do emprego de vírgulas, é CORRETO afirmar:


a) Em I, a ausência de vírgulas cria o pressuposto de que ainda há pessoas investindo na Bolsa
de Valores.
b) Em II, a presença de vírgulas indica que somente alguns investidores temiam ser vítimas da
crise financeira.
c) A análise dos períodos permite afirmar que as vírgulas têm apenas a função de demarcar
pausas na leitura.
d) Em I, subentende-se que todos os investidores deixaram de aplicar seu dinheiro no mercado
de ações.
e) Em II, as vírgulas foram usadas para destacar a ideia de explicação, presente na oração
subordinada adjetiva.

2. Leia o texto.

Amorim, pede pra sair

O fracasso das negociações comerciais de Doha ecoa a falência verbal que levou o
ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a entrar nas reuniões com o pé esquerdo e a
sair delas com a autoridade destroçada por duas declarações de natureza intrinsecamente
perversa.
("Veja", 06.08.2008)

a) Explique o título do texto, associando-o às informações apresentadas.


b) Se fosse retirada a vírgula do título do texto, haveria alteração de sentido? Justifique a sua
resposta.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.

No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou


condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o
iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono.
Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a
menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o
adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à
moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:

Ah! enquanto os destinos impiedosos


não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos.

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3. Em - "Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova
de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. - a vírgula separa orações
coordenadas com sujeitos gramaticais __________.

O espaço deve ser preenchido com:


a) indeterminados
b) idênticos
c) inexistentes
d) distintos
e) ocultos

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


PRIMEIRO ATO

Amelinha - (Virando-se para a mãe) 6Edmundo está inocente. Sem culpa.


Valdelice - (Fazendo-a calar) Não repita 30essa asneira. (Pausa) 13Temos de pressioná-lo, minha
filha. 14Você não tem idade para perceber a ruindade dos homens. Você foi 12se-du-zi-da.
Amelinha - (Sentando-se) 3Seduzida?! Mas eu sei que não é verdade!
Valdelice - A história tem de ser diferente... Trate de se convencer 31disso.
[...]
Amelinha - 9Não me sinto bem em dizer o que não fiz...
Agente - Aprenda 21a primeira lição: 2às vezes a verdade não é a que se conhece, mas a outra...
(Pausa) É ir por mim. (Notando o laço de fita da moça) Pra que este laço?
Amelinha - Foi ideia da mamãe.
Valdelice - Não a quero desgraciosa diante da autoridade.
Agente - (Compenetrado) Nada de 1lacinho de fita! Você não é anjo de procissão. (Tom) Quem
perde a honra não se interessa por enfeite. (Ríspido) 15Tire-o.
Amelinha - (Indecisa) 10Mas eu... eu...
Agente - (Arrebata-lhe o laço) Bobagem! (Pausa). 22Retire também 35o ruge, o batom...
28
Tenho de prepará-la para impressionar o delegado, o juiz, todo mundo. Do contrário,
ninguém defenderá você. (Tom) Assanhe os cabelos.

SEGUNDO ATO

Benedito - 29(À Amelinha, que continua assustada, mas impressionada com a situação que vive).
Então, você acabou sendo enganada? (Ela aquiesce) 11Levou-a no caminhão da entrega
sistemática, não foi? (Ela confirma) Vá ver que era um caminhão Ford. (Ao Permanente) Ford! A
influência nefasta do capitalismo internacional! (Pausa) E os botijões? Balançavam? Sacudiam?
(Pausa) Estavam cheios... ou vazios?
Amelinha - (Num sopro) Vazios...
Benedito - (Eufórico) Vazio! (Pausa, em explosão) Vibravam, não? (Dramatizando) Imagino como
não eram ruidosos! (T) Tática de cinema americano, "noir", de péssima qualidade. (Pausa) E o
carro? Corria veloz? E você, gritava?
Amelinha - (Voz débil, a confirmar) Gritava.
[...]
Benedito - (A Amelinha) Então estavam vazios os botijões (Ela concorda) Vazios... E o carro
corria, em disparada, não? (Ela aquiesce) E fazia aquele ruído...
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Amelinha - (Que vai aderindo, qual participasse de um jogo...) 4Um ruído terrível...
Benedito - Ah, eu imagino! (T.) 26E o seu desespero? Hem, moça?
Amelinha - Ah, como eu sofri dentro do caminhão...
Valdelice - (Surpresa, à filha) Você nunca me falou antes em caminhão. Que carro é esse?
Amelinha - (Indiferente) O caminhão, mãe... Caminhão Ford.
[...]
Benedito - 25E depois? Hem? Depois?
Amelinha - (Enlevada, mais fantasiosa) Ele me apertava em seus braços fortes, sem mais querer
me soltar. (Tom) Meu Deus, era bom, mas eu sofria. (Pausa) Eu me sentia tonta, desfalecida,
principalmente pelo som infernal dos botijões... E por cima de tudo, eu tinha medo de morrer.
Benedito - (Animando-a) Mais, mais, vai para a primeira página.
Amelinha - Paramos num lugar distante, como se diz mesmo? ... ermo... (Pausa) Onde era?
Onde? Ainda hoje me pergunto, sem resposta... (Pausa. T.) Nem sei direito. 23Mas sei que havia
uma árvore muito frondosa, e tinha um rio largo, perto... e... acho que havia também uma cabana.
Um velho pescador estava sentado, longe, longe, numa pedra...
Valdelice - 17Minha filha, você está descrevendo o calendário da sala de jantar!
[...]
Benedito - E depois, e depois?
Amelinha - 7Ele começou a puxar o zíper do meu vestido.
Valdelice - 18Mas você não tem vestido de zíper!!!
Benedito - Vá contando, me agrada! É matéria de primeira página.
Amelinha - 8Por fim, rasgou minha combinação de "nylon".
Valdelice - "Nylon"?! Você nunca usou 32isso!
[...]
Valdelice - (Como se tudo fosse um sonho) Agora que você está mais calma, me diga mesmo
como é a história do caminhão, dos botijões vazios... Onde você conseguiu 33tudo isso?
Amelinha - E eu sei, mamãe?! 27Simpatizei com o moço, e dei de imaginar tudo. (Pausa. T) Será
que o meu retrato vai sair bonito no jornal?
[...]
Edmundo - (Principia a falar com indecisão, procurando achar as palavras) 24Amelinha, eu...
queria que você compreendesse... Por favor, 16conte ao Delegado o que em verdade se passou
19
entre nós dois... Sei que você é direita... (Pausa) Fale.
Amelinha - (Em tom indefinido, como se na verdade vivesse outro personagem) 5Será que você já
esqueceu?
Edmundo - Esqueceu o quê? Não compreendo.
Amelinha - Oh, Edmundo... Vocês, homens, esquecem tão ligeiro!
Edmundo - 20Mas não esqueci nada! Lembro que você me chamou à sua casa. E me abraçava,
me queria... E eu então não pude resistir.
[...]
Amelinha - Oh, ao menos hoje, não seja cínico! O caminhão, os botijões vazios! Vamos, não diga
que não se lembra! Você me carregou, eu não queria... Me convidou para ver os enfeites da
boleia, e, de repente, acionou o motor, partiu veloz. Ah. Foi quando eu gritei, gritei: 34Não faça
isso. Edmundo! Pare! Pare! E você correndo, nem me deu atenção!
Edmundo - (Ao Delegado) Isso não! Ao menos a verdade!

CAMPOS, Eduardo. A donzela desprezada. In:________. Três peças escolhidas. Fortaleza: Edições UFC, 2007, p.187-221.

4. A VÍRGULA também é empregada para isolar adjuntos adverbiais. Com base nesse
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conhecimento, transcreva, da fala de Benedito, uma frase em que a vírgula está empregada para
isolar um adjunto adverbial de modo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


TEXTO 1
A primeira vez que vim ao Rio de Janeiro foi em 1855.
Poucos dias depois da minha chegada, um amigo e companheiro de infância, o Dr. Sá,
levou-me à festa da Glória; uma das poucas festas populares da corte. Conforme o costume, a
grande romaria desfilando pela Rua da Lapa e ao longo do cais serpejava nas faldas do outeiro e
apinhava-se em torno da poética ermida, cujo âmbito regurgitava com a multidão do povo.
Era ave-maria quando chegamos ao adro; perdida a esperança de romper a mole de gente
que murava cada uma das portas da igreja, nos resignamos a gozar da fresca viração que vinha
do mar, contemplando o delicioso panorama da baía e admirando ou criticando as devotas que
também tinham chegado tarde e pareciam satisfeitas com a exibição de seus adornos.
Enquanto Sá era disputado pelos numerosos amigos e conhecidos, gozava eu da minha
tranquila e independente obscuridade, sentado comodamente sobre a pequena muralha e
resolvido a estabelecer ali o meu observatório. Para um provinciano lançado recém-lançado-
chegado à corte, que melhor festa do que ver passar-lhe pelos olhos, à doce luz da tarde, uma
parte da população desta grande cidade, com os seus vários matizes e infinitas gradações?
Todas as raças, desde o caucasiano sem mescla até o africano puro; todas as posições,
desde as ilustrações da política, da fortuna ou do talento, até o proletário humilde e
desconhecido; todas as profissões, desde o banqueiro até o mendigo; finalmente, todos os tipos
grotescos da sociedade brasileira, desde a arrogante nulidade até a vil lisonja, desfilaram em face
de mim, roçando a seda e a casimira pela baeta ou pelo algodão, misturando os perfumes
delicados às impuras exalações, o fumo aromático do havana às acres baforadas do cigarro de
palha.
ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Editora Ática, 1988, p. 12.

TEXTO 2

Quando a manhã chuvosa nasceu, as pessoas que passavam para o trabalho se


aproximavam dos corpos para ver se eram conhecidos, seguiam em frente. Lá pelas nove horas,
Cabeça de Nós Todo, que entrara de serviço às sete e trinta, foi ver o corpo do ladrão. Ao retirar
o lençol de cima do cadáver, concluiu: "É bandido". O defunto tinha duas tatuagens, a do braço
esquerdo era uma mulher de pernas abertas e olhos fechados, a do direito, são Jorge guerreiro.
E, ainda, calçava chinelo Charlote, vestia calça boquinha, camiseta de linha colorida
confeccionada por presidiários. Porém, quando apontou na extremidade direita da praça da
Quadra Quinze, em seu coração de policial, nos passos que lhe apresentavam a imagem do
corpo de Francisco, um nervosismo brando foi num crescente ininterrupto até virar desespero
absoluto. O presunto era de um trabalhador.
LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 55-56.

5. Reescreva o período a seguir, pontuando-o corretamente.

É fato conhecido por muitos que Paulo Lins escritor carioca viveu na Cidade de Deus onde se
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desenrola a trama de seu famoso livro.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


DUPLA DINÂMICA

No dicionário, a Sociologia está definida como uma ciência que pretende pesquisar e
estudar a organização e funcionamento das sociedades humanas e as leis fundamentais que
regem as relações sociais. Já a Economia se preocupa em estudar os fenômenos relacionados
com a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários a uma população. Embora o
campo de estudos de ambas as disciplinas seja parecido, na prática há um abismo separando as
duas áreas. Filhas da mesma mãe, a Filosofia, as duas disciplinas vieram ao mundo praticamente
na mesma época. Em razão de algumas diferenças, porém, estão sem dialogar entre si há quase
três séculos.
(...)
Em meados dos anos 1970, porém, uma leve brisa dissipou as nuvens que acobertavam
esse cenário sombrio entre as áreas. Alguns temas, como a construção social do mercado, o
papel das instituições e das redes sociais no funcionamento da vida econômica, revigoraram o
debate entre a Sociologia e a Economia. Surgiram os primeiros vislumbres da chamada Nova
Sociologia Econômica cujo precursor foi o sociólogo norte-americano Mark Granovetter. Em um
de seus estudos mais célebres, o Getting a Job, de 1973, Granovetter demonstrou que as
pessoas estão ligadas às outras por laços fortes (pais, filhos e amigos) e laços fracos (colegas de
trabalho, professores e alunos).
(Sociologia, ciência & vida, 2007)

6. Em - Filhas da mesma mãe, a Filosofia, as duas disciplinas vieram ao mundo praticamente na


mesma época. - justifica-se o emprego da vírgula por
a) haver uma expressão com valor explicativo.
b) separar corretamente o sujeito do predicado.
c) haver a anteposição de expressão com valor de correção.
d) se tratar de um período composto com oração adjetiva.
e) haver o emprego de um vocativo.

7. Observe a pontuação do seguinte texto: Nesta eleição, pela última vez, vigora a verticalização
das candidaturas e, pela primeira vez, os partidos pequenos jogam seu futuro na exigência de
fazer um mínimo de 3% da votação nacional, na chamada cláusula de barreira.

Para se adequar às exigências de pontuação da norma culta, seria necessário o emprego de uma
vírgula para
a) separar local e data.
b) isolar adjunto adverbial deslocado.
c) separar orações adjetivas explicativas.
d) separar orações coordenadas assindéticas.
e) separar orações coordenadas iniciadas por "e", com sujeitos diferentes.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos,
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são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma
máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo
na visão que não pertence à física.
William Blake* sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o
tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés
diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da
minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o
chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo
uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
(Rubem Alves, "A complicada arte de ver". Folha de S. Paulo, 26.10.2004)

*William Blake (1757-1827) foi poeta romântico, pintor e gravador inglês. Autor dos livros de poemas Song of Innocence e Gates
of Paradise.

8. Assinale a alternativa em que as vírgulas estão sendo usadas pelas mesmas razões que são
empregadas no trecho: "Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça
ardente".
a) Se entramos em conflito, lutamos contra nossa consciência.
b) O pródigo pode ser lastimado, mas o avarento é quase sempre aborrecido.
c) A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra.
d) Os grandes e os sábios sorriem, os pequenos e os néscios gargalham.
e) O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.

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