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Sedução a Meia-noite

All Hallows Eve


Michelle M. Pillow

Disponibilização: Dark Hunter Love


Tradução: Gisa
Revisão/Fomatação: Joelma
Revisão Final: Sky
PROJETO REVISORAS TRADUÇÕES

Após a morte da sua mãe, há três anos, Audrey Hayes administra o herbário no
lugar dela. Ela tem uma boa vida, mas está sozinha. Então, no Dia de todos os Santos
(Halloween), um homem entra na loja procurando por sua mãe, Clara.
Porter é um verdadeiro lycan, enviado para pegar Clara e levá-la de volta ao
Reino Escuro para junto do pai de Audrey, um vampiro. Eles terão que conceber uma
criança até a meia-noite, de acordo com a profecia dos elfos, ou ambos os mundos
serão perdidos para os demônios para sempre. Mas, em vez disso, ele descobre que
Clara está morta e que deve levar sua filha, uma mulher que não tem nem idéia que
descende do sobrenatural. Conseguir levar Audrey para Reino é a parte mais fácil, mas
convencê-la a uni-se a ele e cumprir a profecia será um desafio.
Michelle M. Pillow Sedução a meia noite

Capítulo 1

—Truque ou trato, pés de gato! —cantou a voz de um menino. Audrey Hayes olhou do
balcão e sorriu. A cara redonda de querubim de um menino de quatro anos estava
pintada de vermelho como se fosse um demônio, mas os grandes olhos castanhos eram
mais apropriados a um rebento muito bonito.

—Aggg — Audrey estremeceu, movendo a cabeça e enrugando o nariz como se


estivesse zangada—. Não quero cheirar seus pés fedorentos. Que nojo!

O menino riu entre dentes e Audrey encheu o pote de plástico até a borda com
caramelos. O pai do pirralho era um cliente e sorriu com amabilidade, pedindo ao
menino que agradecesse.

—Obrigado! —gorjeou como um passarinho antes de lembrar-se de que era um


demônio aterrador. Levantou as mãos pondo os dedos como garras e grunhiu.

Audrey se jogou para trás de um salto e fingiu estar assustada.

—Ai, não! Não me faça mal!

O pirralho riu e partiram. Ao olhar ao redor sua loja, suspirou. Era a proprietária do
Herbanário Dorian desde que sua mãe morreu há três anos atrás, deixando o herbanário
para ela. Sua mãe era uma bruxa, bom, uma “naturista”. Audrey sempre tirou o sarro
dela dizendo que era uma bruxa. Ela sorria e respondia:

—Nunca se sabe, meu bem, nunca se sabe.

Audrey era muito unida a sua mãe. Clara tinha dezoito anos quando ficou grávida dela
graças ao capitão de uma equipe de futebol. Nunca conheceu seu pai.

Sorriu quando outro grupo de monstros e uma solitária princesa bailarina entraram
por caramelos. Gostava de deixar o herbanário aberto até tarde no Halloween para seus
clientes infantis. Afinal, era sua festa favorita. As crianças desfrutavam passeando pelo
interior do herbanário cenário de forma horripilante. Tinha contratado alguns estudantes
do instituto para vigiá-los e assegurar-se de que nada nem ninguém sofressem danos,
como seu inventário de raízes. Também faziam ruídos com as folhas para assustar as
crianças.

Tudo sem más intenções.

Lá fora estava anoitecendo. O sol acabava de se por e em uma hora fecharia. Poucos
pirralhos ficariam depois do crepúsculo pedindo caramelos. Não podia culpar aos pais.
Não era como quando ela era pequena. Os vizinhos conheciam uns aos outros e não

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havia “lâminas de barbear dentro dos caramelos” com as quais se preocuparem. Audrey
não estava segura de se era uma lenda urbana ou se de verdade tinha acontecido com
alguém, mas caso se tratasse de seus filhos, não se arriscaria.

Franzindo o cenho, suspirou enquanto uma quebra de onda de solidão a percorria. Foi
preencher a terrina de caramelos com coisas que produziam cárie. No que estava
pensando? Nunca seria mãe a menos que conhecesse um homem que já tivesse família ou
adotasse. Uma parte dela desejava desesperadamente um bebê, mas uma infecção muito
grave quando era pequena a deixou estéril, assim sabia que não era possível. Em
qualquer caso, sem um homem em perspectiva em sua vida e com uma vida sem amor
nem sexo, por assim dizer, a idéia de uma família nunca pareceu tão longínqua.

A campainha da porta soou e Audrey voltou para o balcão com os caramelos. Um


homem estava de pé justamente atrás da vitrine da frente com um aspecto de desgosto
no bonito rosto. O cabelo castanho se estendia em cachos suaves pelos ombros,
emoldurando o semblante moreno. Sentiu que seu coração se acelerava. Seu perfil ficou
visível ao olhar ao seu redor, o nariz europeu imponente, lábios atraentes e traços
perfeitamente cinzelados. Seu corpo esquentou e teve que apoiar-se no balcão para que
seus joelhos não se dobrassem.

Droga! Estava como um cara, que era um deus grego enviado para atormentar os
mortais com sua mera presença. Todo seu corpo despertou apenas por olhá-lo. Era raro
ela reagir de forma tão intensa ante um homem, mas se sentiu instantaneamente atraída
por ele.

Audrey respirou fundo tentando acalmar as sensações completamente lascivas que


faziam que se umedecesse entre as pernas. Fechou os olhos e teve uma espécie de visão
na qual se recostava sobre o balcão e ele transava com ela por detrás. Era tão real que
quase podia sentir seu pênis dentro dela.

Estremeceu. O que estava fazendo? O homem certamente tinha saído com seus filhos e
sua esposa. Em qualquer momento a família feliz entraria pela porta e a esposa seria uma
supermodelo espetacular e ambos falariam italiano e…

Deixou de pensar quando se virou e o olhar dele se encontrou com o seus. A faísca de
seu interior continuou crescendo com seu olhar e sentiu uma intensa necessidade de
saltar sobre o balcão e o rodear com os braços. Ele piscou, sorriu levemente e seus lábios
firmes se curvaram nas extremidades.

Ao aproximar-se por trás da vitrine viu que vestia calças de couro negro justas.
Moldavam-no como uma segunda pele. Tinha as panturrilhas tensas e as coxas fortes
com um vulto grande entre elas. Usava uma camisa escura igualmente justa e Audrey se
perguntou como seria arrancá-la dele nesse mesmo momento.

O que estar acontecendo comigo? Diga algo inteligente, gritou sua cabeça, no entanto
sua garganta ficou seca.

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Diga algo! O que seja! Deixa de olhar para ele e imaginá-lo nu.

—É um pouco grandinha para brincar de doce ou travessura, não?

Audrey forçou uma gargalhada e continuou olhando ao bonito homem. Sua voz não era
tão forte como tinha querido, mas ao menos as palavras eram suaves.

—Estou procurando clara — disse o homem espetacular.

Audrey estava decepcionada de que sua voz só tivesse um ligeiro sotaque. Maldita seja.
Estava tão segura de que teria um sotaque muito marcado. Embora a voz fosse
perversamente baixa e suave o suficiente para causar calafrios nela. Alterando a fantasia
que rondava sua cabeça, sentiu uma quebra de onda de desejo assaltando-a. Sim, sua voz
era única.

—Sinto muito — respondeu Audrey fazendo todo o possível para manter o sorriso
educado que tinha posto. Era difícil falar com o coração na garganta. Sua mente se
enfocou no que havia dito e finalmente respondeu—. Clara não está.

O homem avançou e notou um toque de desespero em seus olhos.

—Devo falar com ela. Esta noite. Por favor, me diga onde posso encontrá-la. Está me…
esperando.

—Olhe, sinto muito. Clara era minha mãe. Morreu faz três anos em um acidente de
trânsito — disse Audrey mantendo a voz suave. Santo Deus, como era possível que este
homem conhecesse sua mãe? Clara parecia jovem, embora este ano teria completado
trinta e nove.

—Não — disse como para si mesmo e ela não pôde menos que perguntar-se. Olhou ao
seu redor e depois voltou a estudá-la—. É a proprietária da loja?

—Sim — disse Audrey com um assentimento de cabeça. A campainha da porta soou e


um grupo de crianças entrou. Audrey sorriu para eles e olhou ao bonito estranho—.
Desculpe-me um momento.

—É… é como sua mãe? —perguntou ignorando o fato de que ela estava se afastando
dele.

Audrey suspirou. Genial. Que boa sorte. Quando por fim sentia uma faísca de desejo
abrasador por um homem, ele só queria falar de sua mãe. Não era a primeira vez que isso
acontecia. Sua mãe sempre chamou atenção. Este cara não podia simplesmente ser
casado? Ignorou a pergunta, aporrinhando com educação as crianças. Olhando pelo
canto do olho, viu que parecia muito zangado pela interação.

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—Clara nunca teria dado caramelos ou se disfarçaria para a Véspera de Todos os
Santos. A verdade é que não há nada para celebrar — disse quando os meninos partiram.

Audrey piscou surpresa, olhando sua indumentária.

—Como sabe? Exatamente onde conheceu minha mãe? Quem é você?

Abriu a boca para responder e parecia incômodo. Apartou o olhar antes de pôr as
palmas das mãos sobre o balcão.

—Sou Porter. Está segura de que foi um acidente de trânsito o que a matou?

Audrey assentiu. A lembrança lhe produziu dor e teve que esforçar-se para reter as
lágrimas.

—Sim. Foi estranho, mas o gravou uma equipe de filmagem de uma feira local. Um
motorista bêbado a atropelou em plena luz do dia. Foi muito de repente.

—Sinto ouvir isso — respondeu Porter—. Sinto muito.

—Obrigado — assentiu Audrey. Todo o assunto era um borrão. Quase não recordava
do funeral, exceto como um sonho ruim—. De onde mesmo disse que conhecia minha
mãe?

—Não disse — replicou Porter. Começou a afastar-se dela, estirando o pescoço


enquanto olhava ao redor da loja.

—Diga-me, sabe por que a loja se chama o Herbanário de Dorian?

—Por causa do “Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde. Era seu livro favorito. Isso
foi o que me contou — respondeu Audrey—. Era excêntrica.

—Não — disse Porter, rindo brandamente—. O chamou assim por causa de seu pai,
Dorian Risdon. Lorde Dorian Risdon.

—Pois acredito que se equivoca, senhor — Audrey riu entre dentes—. Meu pai se
chamava Rodger Hayes. Era o quarterback da equipe de rúgbi do instituto. Mamãe era
animadora. Saíam, eu cheguei, fim da história.

—Não — disse de forma quase ausente enquanto parava para olhar o desenho de tom
mais escuro na parede de tijolo. Formava um círculo com um ponto no meio. Um sorriso
lento curvou um extremo de sua boca e de novo sentiu a louca urgência de beijá-lo.
Passou diante dela detendo-se quando ficou perto. Cheirou-a de verdade inclinando-se
sobre ela. As pálpebras baixaram sobre os olhos escuros e murmurou de forma
sonhadora.

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—Cheira muito bem.

—Como?

Ficou sem palavras. O prazer a percorreu e escolheu a forma mais antiga de


demonstrá-lo, umedecendo suas coxas. Ele também cheirava muito bem, muito
masculino, quase a enjoava.

Começou a fazer um som com a garganta e se inclinou mais, respirando fundo. Audrey
ficou muito quieta, com os olhos completamente abertos, enquanto o calor irradiava da
face dele para a sua. Com os olhos fechados, disse devagar.

—Lavanda.

—Ah, tenho sementes ali — respondeu, muito assombrada pelo que estava sentindo
para afastar-se. Cada fibra de seu íntimo clamava por ele, como se o conhecesse. Não se
moveu.

Porter esclareceu a garganta e se afastou enquanto se aproximava da parede. Falando


como se nada tivesse acontecido, disse:

—Seu pai não era quarterback. É Lorde Dorian Risdon, um mestre vampiro.

Disse com tanta seriedade e Audrey tinha os sentidos ainda dando voltas pela força
potente de sua proximidade que ficou em silêncio. De repente, começou a rir.

—Sim, certo. Isso explicaria a obsessão de minha mãe que odiava os filmes de
Hollywood sobre vampiros por ser pouco fidedignos com a espécie vampírica.

—Não acredita em mim? —disse mais que perguntou.

—Não. Não acredito em você.

Audrey se aproximou de onde ele estava. Adotando um tom profissional em seu


aborrecimento com ele e muito irritada consigo mesma por sentir uma atração tão forte
por desde o primeiro momento, perguntou.

—Gostaria de ver a lavanda, senhor?

—Sim — disse lançando um olhar quente descendo por seu corpo para suas coxas—. Eu
também adoraria provar sua lavanda.

Audrey ofegou sem saber se o rubor cobriria sua face ou a deixaria branca ante as
atrevidas palavras. Lançou sobre ela a força total de seu sorriso e o viu estender a mão
para a parede.

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—Mas, infelizmente, não temos tempo para isso agora. Deixamos isso para outro
momento?

Porter sorriu enquanto passava a mão pelo desenho do tijolo.

—E muito em breve vai acreditar no que disse a você sobre seu pai. Ele ficará encantado
ao vê-la de novo.

A parede sob sua mão começou a girar e a mover-se, apagando-se enquanto o retrato
começava a retorcer-se. Audrey se afastou, piscando de incredulidade. Abriu a boca, mas
dela não saiu nenhuma palavra.

—Sinto muito — disse ele sem parecer senti-lo absolutamente. Agarrou a mão dela —.
Mas se Clara morreu, terá que ser você.

Capítulo 2

—Clara está morta? Tem certeza?

Porter elevou o olhar e assentiu para Lorde Dorian Risdon. O velho vampiro tinha o
cabelo negro, curto e caminhava com o régio ar aristocrático dos nobres que morreram há
muito tempo. Os olhos negros pareciam quase exóticos em contraste com a pele branca.
Tinha o eterno aspecto de alguém de não mais de vinte anos, embora estivesse aí tanto
tempo quanto Porter tinha estado… desde antes do começo do tempo, ou assim parecia.

—Falei com Clara faz cinco anos. Estava bem — sussurrou Dorian.

Porter viu um relâmpago de dor cruzando as feições do vampiro, um brilho tão


diminuto para alguém que só sabia quão profundamente o sentia. Dorian amava Clara,
mais do que ele a amou. Era a única que deu um filho a ele em todos seus anos. E embora
Dorian quisesse criar a criança como dele, Clara o persuadiu a dar à menina uma infância
normal. A própria Clara era meio fada, meio humana e conhecia os perigos do reino
escuro. Dorian aceitou a contra gosto. O mundo sobrenatural não era lugar para criar
uma criança.

—Se tivesse sido assassinada por um sobrenatural, teríamos sabido, não? —perguntou
Dorian.

—Foi um acidente humano — respondeu Porter com suavidade, sentindo a tristeza de


seu amigo.

Sabia que o homem choraria por Clara quando não houvesse ninguém a seu redor.
Respeitava ao seu velho amigo e não aumentaria sua dor, não daria as condolências a ele.
Mas, também tinha a vaga sensação de que Dorian estava ocultando algo dele. Ambos se

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conheciam a bastante tempo de forma que não necessitava de palavras. Porter gostava de
Clara e também se lamentava por ela em silêncio. Dorian sabia.

—E a menina? —perguntou Dorian.

—Sua filha está dormindo. Desmaiou ao atravessar o portal.

Dorian assentiu. Estavam em seu escritório, uma velha parte do antigo castelo… oculto
mais à além do alcance de um humano normal. O reino escuro estava cheio com o
sobrenatural, separado para evitar que as raças se mesclassem. Os humanos temiam o
sobre-humano, e os sobrenaturais eram cautelosos com os humanos.

—Está aqui? Trouxe para minha filha para cá?

—É a véspera da Noite de Finados no reino mortal. Se for a última de sua linhagem,


então os demônios sairão para procurá-la no reino mortal. O que se supõe que tinha que
fazer? Necessitamos de sua linha de sangue. Tem que ficar grávida esta noite. — Porter
esboçou um enorme sorriso—. Suponho que isso fará você avô.

Dorian franziu o cenho ante isso.

—Isso não muda as coisas. Estava esperando Clara. Mas, não posso engravidar minha
própria filha. Alguém terá que fazê-lo. Se não conceber…

—Sei — disse Porter, assentindo com a cabeça e ficando mais sério.

—É bonita? —Perguntou Dorian—. Parece-se com Clara?

—Ela é bonita… com cabelos avermelhados e escuros olhos azuis, igual a sua mãe. É
alta e embora lembre Clara, seu rosto é diferente — assentiu Porter. Clara era
pequenininha igual ao restante das fadas—. Estaria orgulhosa.

Dorian voltou os escuros olhos sobre ele.

—Seu bebê será meio humano, meio sobrenatural.

—Sei — repetiu Porter. Recostou-se em uma macia cadeira vermelha, dando leves
toques com os dedos ao longo do braço da cadeira. Lentamente, os olhos vagaram sobre a
enorme lareira de mármore onde pendurava um gigante retrato de Dorian e Clara—. A
quem tem em mente?

—O sangue sobrenatural deve ser puro, nascido do poder, não transferido — insistiu
Dorian. Porter perdeu a expressão do rosto, não gostava da maneira que seu velho amigo
o olhava. Essa vez, quando perguntou, as palavras foram breves, sussurradas através dos
lábios.

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—A quem tem em mente?

—Disse que era bonita — disse Dorian—. E você é um Lycan de sangue puro.

—Não, absolutamente não! —Negou Porter—. De forma alguma vou dormir com uma
humana.

—Tem a metade de meu sangue. Tudo que tenho que fazer é despertar seus poderes —
disse Dorian—. Então não será completamente humana. Já tem uma quarta parte de fada
por sua mãe.

—Não — Porter se levantou, negando com a cabeça—. Não vou dormir com uma
humana. Eles são… frágeis. Mataria a ela. Por que não Evan ou Lucien?

—Evan tem companheira e Lucien é um trol de 60 cm de altura — respondeu Dorian


com ironia.

—Ah, mas é um trol de sangue puro — disse Porter, quase desesperadamente.

—Não darei minha filha a um trol — sentenciou Dorian, olhando zangado só de pensar.

—Minha espécie não se emparelha com fadas — insistiu Porter.

—Mas ela é apenas uma quarta parte de fada e você mesmo disse que não é exatamente
igual à Clara fisicamente. —Dorian sorriu—. Somos velhos amigos. Confio a você minha
vida e minha filha.

—Não se preocupe, encontrarei alguém para sua filha. Isto… é só que não pode ser eu
— disse Porter lentamente.

—Há algo entre você? —Perguntou Dorian—. Meus olhos se enganaram quando vi
faíscas em você por ela?

Porter suspirou. Sim, havia sentido uma faísca, um faiscante calor líquido do qual não
gostou nem um pouco. O desejo tinha cheirado a lavanda, com um leve rastro de hortelã.
Um licántropo acabaria com exércitos, conquistaria mundos, só por enterrar o rosto entre
suas coxas. Ele era um sangue puro, nascido licántropo. Com um aroma como esse,
despedaçaria seu corpo antes que saciasse seus desejos. E havia mais. Sentia o corpo
sendo empurrado para ela. Este via algo nela e queria emparelhar-se com ela. A idéia o
aterrava.

—Não me peça isso.

—Só temos quatro horas e meia até a meia-noite. Isso não nos dá muito tempo para
nada — disse Dorian.

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—Bom, então suponho que será melhor que vá despertar e dizer olá a sua filha. —Porter
se virou—. Imagino que vai estar muito zangada quando despertar.

—Sim, suponho que não digam a ela todos os dias que tem que conceber o futuro
salvador da humanidade — disse Dorian.

—Ah, criou-se como uma humana, meu lorde. Nem todos os dias se dão conta que
existem criaturas como nós. Eu primeiro começaria com um pouco de tato e trabalharia
meu caminho até chegar a todo esse assunto de bebê. —Porter se levantou para partir—.
Mostre a ela a verdade de seu passado. Possivelmente isso ajude.

—Espere, aonde vai? —exigiu Dorian.

—Encontrar um amante para sua filha — Porter se virou—, porque esse, não vou ser eu.

Audrey respirou profundamente, olhando ao redor da câmara de pedra. Os cabelos


castanhos avermelhados caíam ao redor dos ombros em suaves ondas quando se movia.
O quarto era um pouco estéril, à exceção de um baú em um canto, uma lareira e a enorme
cama coberta com lençóis de seda e uma grossa colcha vermelha sobre a qual estava
sentava. Os jeans azuis e a camiseta com suspensórios pareciam realmente deslocados.

De algum modo, não estava exatamente tão assustada como estava preocupada. Era o
mesmo sentimento que tinha quando era criança. Sempre que sentia que o homem do
saco1 estava em sua porta, nunca teve medo dele, e sim uma estranha urgência de
convidá-lo a entrar.

Sua mãe tinha falado desse quarto quando era pequena. Audrey pensou que eram
contos de fadas com castelos medievais. Agora que pensava sobre isso, o herói dos contos
de Clara não tinham o nome de Risdon?

—Dorian Risdon — sussurrou.

Uma suave batida soou e Audrey se levantou rapidamente da cama. Permaneceu na


expectativa de ver o bonito estranho da casa de campo, esperando vê-lo. Em vez disso,
era um jovem cavalheiro, aparentando ser de sua idade, com espesso cabelo negro.
Audrey tremeu, voltando a afastar mentalmente o olhar dos olhos escuros do homem.

—Vi você — sussurrou—, em meus sonhos quando era criança. Você… você me
dominava. Minha mãe dizia que só eram pesadelos.

—Estava amarrando suas habilidades — respondeu o homem—. Alegro-me por ver que
funcionou, de outra maneira teria mostrando sinais de magia no mundo dos humanos.

1
“O Homem do Saco”. É uma forma de dar nome aos temores infantis do subconsciente.

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—Mas, você… você parece o mesmo. Quem é? Onde estou? —exigiu Audrey.

—Tem os olhos de sua mãe, não é mesmo? —murmurou—. Mas tem minha força.
Alegra-me ver que não se desvaneceu.

Desvanecer-se? Pensou Audrey. Quem usava a palavra desvanecer-se?

O homem começou a rir.

—Quem na realidade? Sinto muito, devo estar mostrando minha idade.

—Não disse nada — disse Audrey, as palavras tremiam ligeiramente quando se virou
para partir.

Você é de meu sangue.

Ouviu claramente a voz em sua cabeça. Ofegou surpresa. Havia dito que não estava
assustada? OH, claro, isso estava errado. Definitivamente começava a ficar um pouco
aterrada. Em voz alta, sussurrou.

—Dorian?

—Recorda-se de mim? —inquiriu, Sorrindo ante o pensamento.

—Esse… esse homem, Porter — Audrey vacilou, detendo-se no ato de dizer o


desconhecido incrivelmente bonito —. Disse que meu pai se chamava Dorian. Diz que
sou de seu você sangue. Mas é muito jovem para ser meu pai.

—Assim pensa que Porter é bonito? Ele disse o mesmo a respeito de você. —Dorian se
deteve, fazendo uma careta.

—Fez isso? —Audrey ofegou de prazer, antes de conter-se—. Ei, fora de minha cabeça!
Dorian riu.
—Então evite me deixar entrar.

Não deixei você entrar, pensou com um grunhido. Dorian riu ainda mais forte. Ela fez
uma careta.

—Eu gosto de seu espírito. Desafiante igual a sua mãe. —Dorian assentiu em aprovação
—. Fez-me cortejá-la durante trinta anos antes que decidisse me ver.

—Sim, claro. Acredito que você errou de menina. Minha mãe só tinha dezoito quando
me teve — disse Audrey.

—Tenta acrescentar oitocentos anos a isso — pediu Dorian.

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—De acordo, então — sussurrou com incredulidade—. Agora, todo este assunto de
reunião familiar foi divertido e tudo, mas estou pronta para ir para casa. Se for tão
amável… — A expressão dele se tornou dolorosa, cortando suas palavras—. O quê?

—Não pode ir — respondeu Dorian—. Sou seu pai e amei sua mãe.

—OH, assim é por isso que recordo de você conosco nos churrascos dos domingos —
disse ela.

—Foi desejo de Clara que crescesse no mundo humano. Não podia deixar meus deveres
aqui e o sol humano não é precisamente bom para os de minha espécie. Queria tê-la aqui
comigo, a ambas, mas sabia que ela tinha razão. Esta noite, vocês iam vir para casa
comigo.

Audrey sentiu a sinceridade nas palavras.

—Recorda de quando vinha para cá quando era um bebê? Sentava-se em meus joelhos
quando estavam as duas? Quando ficou maior, ficava do lado de fora de sua porta e
sentia sua presença. — respondeu.

—Era você? —respondeu ela. Dorian assentiu.

—Não se perguntou por que não está assustada neste lugar? Isso é porque o conhece.
Em seu coração, conhece-o. Passou a noite neste mesmo quarto quando era um bebê.
Quando cresceu, ficou muito perigoso para Clara trazer você de volta. Suas irmãs foram
assassinadas e as pessoas responsáveis insistiam em vir atrás dela. Por sua segurança,
pela sua, nunca disse a você quem era e nunca voltou aqui. Nós amarramos seus poderes
e ontem à noite…

Suas palavras se desvaneceram e se virou com rigidez.

—Esta noite ambas deveria ter voltado para casa comigo — sussurrou.

Audrey sentiu a verdade das palavras em seu íntimo. Aqueles não foram contos de
fadas sobre um castelo, aconteceram de verdade. Lentamente, caminhou para o baú.
Estava fechado.

—Dentro há uma boneca, seu rosto está quebrado — sussurrou—, tentei esconder isso
de você e a escondi aí e pus a chave…

Audrey parou e olhou ao redor. Como se estivesse aturdida, foi à lareira e se estirou
para as chamas. Eram quentes contra sua mão, mas não queimavam. Apalpando sob o
suporte, tirou a chave. Então caminhou de volta ao baú, abrindo-o. No interior estava a
boneca, o rosto de porcelana rachado. Suas mãos tremiam e não pôde tocá-la.

—Recorda-o. Era tão jovem, não estava seguro de que o fizesse — disse.

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—Minha mãe, ela… converteu as lembranças em contos — assentiu Audrey—. Assim, o


que vai acontecer agora?

—Agora, filha — disse Dorian, parecendo tão jovem que era quase impossível para ela
vê-lo como seu pai—. Agora desejo que se case.

Capítulo 3

—Perdão? — replicou Audrey, um pouco mais alto do que queria.

—Agora, deve se casar. É a última de sua linhagem. Supunha-se que Clara voltaria para
que assim pudéssemos completar a profecia de conceber um filho que…

—Espera! Pare! Mais devagar. —Audrey elevou as mãos para deter o falatório—.
Profecia? Só retrocedamos um pequeno passo aqui, papai. Não vou me casar. Nem
sequer tenho um namorado. De fato, nem sequer tive sexo em minha vida. Assim
realmente, não há maneira de que me case.

—De verdade? — disparou Dorian surpreso—, mas com o sangue de fada deveria ter
urgência de copular…

Audrey empalideceu. O que acabava de dizer ao homem que tecnicamente era seu pai?
Não ajudava que parecesse ser igual a ela.

—Eh, não. Para. Não posso discutir isto contigo.

—Mas…

—Não, não vou falar de sexo contigo. Está… errado. —Audrey enrugou o rosto.

—Muito bem — disse seu pai.

Seu pai? Audrey nunca quis uma bebida com tanta urgência na vida.

—Pedirei que tragam uma para você agora — disse Dorian, amavelmente.

Caminhou para a porta e deu uma curta ordem pedindo uma bebida. Quando fechou
de novo a porta, sorriu.

—Sai de minha cabeça — grunhiu ela.

—Trabalharemos sobre controlar o pensamento, mas não se preocupe, posso ler você
assim tão bem porque é de meu sangue — disse Dorian.

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—Não posso ficar aqui. Tenho um negócio para cuidar. —Audrey levou as mãos aos
quadris—. De fato, provavelmente estão preocupados comigo.

—Porter se encarregou disso. —Sorriu Dorian—. Realmente não é um homem ruim.


Conheci-o por muitos, muitos…

—É com quem quer que me case, não é mesmo? —exigiu.

—Você me leu! —disse Dorian, satisfeito—. Abri o pensamento e o leu. Vê, disse a você
que estávamos conectados.

Porter franziu o cenho, suspirando enquanto contemplava os três membros no bosque


nas cercanias do Castelo de Dorian. O vento sussurrava gentilmente através das longas
margens, quieto e pacífico à luz da lua. Tudo ao seu redor, o bosque era denso… muito
denso para ver através dele. Sendo licántropo, não necessitava dos olhos para sentir se
havia algo ao redor. Podia cheirar e ouvir facilmente algo que se aproximasse muito.

Baixou o olhar à manada a que se dirigia, só para virar-se e ficar olhando o castelo. A
lógica dizia a ele que encontrasse outro para Audrey, mas cada vez que pensava nisso seu
estômago se encolhia com possessiva raiva e sentia como se mudasse. As mãos tremiam e
não podia obrigar-se a continuar.

Sabia o quanto essa noite era importante. Sabia que se Audrey não concebesse um
menino a meia-noite, todo o reino estaria perdido. Tinha sido profetizado pelos elfos que
um de sua linhagem deveria conceber ao futuro Rei que os salvaria dos demônios que
ameaçam o reino. Se os demônios invadissem seu mundo e o destruísse, iriam para o
reino dos mortais.

Porter sabia, contudo, não podia mover-se para encontrar outro amante para ela. O
pensamento de alguém plantando sua semente em seu interior o distraía. Era uma
estranha mais não realmente. Conheceu-a quando era uma menina. Sentiu a bondade em
seu coração, viu-a com as crianças humanas. Ouviu a respeito dela através de seu pai. E o
aroma, OH seu aroma, atraía-o. Os de sua espécie aprenderam há muito tempo a confiar
nos instintos em assuntos como esse.

Mas se fosse honesto consigo mesmo, havia mais que aquilo nisso. Quando esteve de
pé perto dela, o aroma em sua cabeça, havia se sentido quase completo… como se fosse
uma parte dele que nunca tinha sabido que estava desaparecida. Teve um vislumbre do
que podia ser quando olhou nos escuros olhos azuis pela primeira vez… de um futuro,
de uma família, de séculos de felicidade. Era otimismo? Era o destino? Inclusive quando
as sensações o chamavam, assustavam-no como o inferno.

—Ah, merda! —grunhiu Porter. Seu pênis se endureceu apenas por pensar em ir para
cama com ela. Maldição, apostava que sua vagina molhada se sentiria bem ao redor dele.
Por que demônios tinha que cheirar igual à lavanda? Adorava o aroma de lavanda.

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Virou-se como um furacão para o castelo sabendo o que tinha que fazer.

—E então? —exigiu Dorian.

—Devo pedir sua… bênção — disse Porter, embora não parecesse muito feliz com a
decisão—. Para levar sua filha para minha cama.

—Não há ninguém mais disposto? —perguntou Dorian.

—Não, ninguém — mentiu Porter—. Como ela está?

—Bom. Falei com ela sobre seu destino — disse Dorian—. Ela, ah, me jogou para fora
do quarto e fechou a porta. O que quer que seja que sua mãe pôs para lacrar sua magia
de fada se foi. Realmente a usou para me jogar para fora.

—Fantástico — resmungou Porter com sarcasmo, elevando o olhar para a escada em


espiral que levava ao quarto será realmente divertido.

—Acha você atraente — insinuou Dorian—. Seduza-a. Porter grunhiu, mas não disse
uma palavra.

Audrey se sentou na cama. Estava decidida a não se assustar pela rajada de luz que saiu
da ponta de seus dedos, lançando seu pai para fora do quarto. Considerando tudo ao que
esperava adaptar-se, aquilo não era nada. Sempre tinha imaginado um pai que fizesse
coisas com ela, como jogar beisebol. Mas, seu pai não se parecia com isso. Queria que
fizesse sexo e conseguisse ficar grávida de um homem lobo, de modo que seu filho
pudesse crescer para salvar o mundo… OH, e porque os elfos disseram que seria assim.

Audrey bufou2 e riu, absolutamente convencida de que se não estivesse louca e isso era
algum tipo de sonho de um desequilibrado.

Suspirou com força, tentando raciocinar. Algo tinha acontecido quando a luz veio a ela.
Sentiu sua mãe em seu interior, falando com ela. Sentiu a verdade das palavras de
Dorian. Audrey negou com a cabeça. Tudo a respeito de sua vida começava a ter
sentido… as histórias que sua mãe contava, os sonhos que sempre tinha e acabava de
descobrir que eram reais, os fortes pressentimentos e intuição que nunca permitiram que
ela se equivocasse.

Quando disse a seu pai que não podia ter filhos, ele apenas riu. Aparentemente podia,
só que não crianças humanas. As notícias deram a ela uma sensação de prazer. Sempre
desejou ter um bebê… sob circunstancias diferentes. Então aí estava Porter. Seu pai
finalmente admitiu que tecnicamente não tinha que se casar com ele, mas que ficaria
encantado se o fizesse.

Porter era bonito e definitivamente a deixava molhada de desejo apenas por pensar
2
Bufar = expelir o ar com força pelo nariz e/ ou boca (Aurélio)

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nele. Teve amantes, mas nenhum que fizesse seu sangue ferver igual ele fazia apenas com
um olhar. No passado, depois do sexo, sempre ficou com a sensação de algo incompleto.
Era como um buraco que ainda estava vazio. Havia suposto que era porque não amava
ao homem em sua cama.

Baixou o olhar para sua roupa e resmungou:

—Desejaria ter um vestido bonito, alguma outra coisa que esta estúpida camisa.

Audrey ofegou ao ver que a roupa se transformava em um brilhante vestido. As


mangas eram soltas e a cintura apertada… tanto, de fato, que não podia respirar. Esse ela
nunca usaria.

—Desejo que desapareça — disse, com pressa para liberar-se da apertada cintura. O
vestido desapareceu e se sentou nua sobre a cama. Mordendo o lábio, disse—. Dê-me
algo sexy.

Lingerie negra apareceu sobre seu corpo e ela se ruborizou. Não quis dizer isso. Quis
dizer uma bonita blusa ou algo parecido. Embora esse fosse um truque muito útil. Sorriu,
pensando no dinheiro que economizaria em roupas. A boca se abriu para mudar de traje
quando a porta se abriu de repente.

Porter entrou, ficando com a boca aberta ao vê-la.

—Uh, uau.

—Não — ofegou Audrey. Porter fez uma careta.

—Não ofereci meus serviços e já diz não? Dê-me ao menos uma oportunidade.

—Ah, não, eu… falava deste… vestido… — Audrey indicou a indumentária, ou a falta
dela e ruborizou.

Agarrou a colcha e a puxou para esconder seu corpo. Os olhos dele se entrecerraram
decepcionados.

—Deveria deixar a porta aberta? —perguntou Porter, os escuros olhos castanhos


ardendo—. Se for me jogar para fora com magia, pelo menos não me estatelaria nela.

Audrey empalideceu e olhou para as mãos.

—Não sei como fiz aquilo. Ele está bem?

—Requer muito mais que um pouco de magia élfica para matar um vampiro. Sua mãe
costumava dirigir-se a ele dessa maneira a maioria das vezes que insistia em zangá-la —
disse Porter, passando a mão pelos cabelos.

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Audrey abraçou a colcha mais perto de seu peito. Os olhos baixaram sobre ele,
percorrendo a calça apertada. Viu o vulto de seu pênis e tremeu. A sua boca secou e
sentiu uma corrente de eletricidade mover-se através dela, quase a empurrando para
frente com o desejo de ir a ele e o tomar entre os lábios.
Porter esclareceu a garganta, e Audrey ficou mortificada ao descobrir que ficou olhando
fixamente sua entreperna. Sua boca se abriu, mas não saiu nenhuma palavra. Ele
retrocedeu e com um suave movimento fechou a porta atrás dele.

Porter fez um movimento para ela e Audrey se retesou. Dizendo a primeira coisa que
veio a sua mente, perguntou.

—Assim, é um homem lobo? Porter fez uma careta.


—Licántropo.

—OH, sinto muito. Não me dei conta que havia uma diferença — disse Audrey,
baixando o olhar.

Viu que a colcha tinha caído para mostrar uma indecente quantidade de pele. Com um
rápido puxão voltou a pô-la em seu lugar.

Porter fez um pequeno som de desgosto.

—Por que se esconde? Ambos sabemos que vou saborear você por completo muito em
breve.

—Saborear-me? —Audrey engoliu em seco—. Quer dizer que vai me comer?

—Sim. — Porter sorriu maliciosamente, mas o olhar se perdeu quando Audrey


empalideceu.

—Vai… vai se transformar? — gaguejou.

—Deseja que eu me transforme? —perguntou, deixando que os olhos negros brilhassem


com uma promessa de ouro e azul—. Prefere-me como um lobo?

—Ah, oh, eu, ah — vacilou, muito assombrada pelo oferecimento. Dizia-o como se fosse
uma pergunta razoável.

—Normalmente não me deito com fadas, sendo como são, tão frágeis, não podem se
adequar aos de minha espécie. Entretanto, os vampiros tendem a favorecer ao lobo e você
tem metade de sangue vampírico. —Porter começou a caminhar para ela, deixando
brilhar de novo os olhos.

—Eu… nós não podemos fazer isto — sussurrou. A luz começou a construir-se ao redor
de sua mão. Olhou para a porta, tremendo—. Tem que ir. Agora.

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Capítulo 4

O corpo de Porter estava completamente tenso enquanto olhava a Audrey sobre a cama.
Suas faces estavam ruborizando-se em uma bonita cor rosa, e podia cheirar o
embriagador aroma de lavanda de seu desejo por ele. As débeis palavras o pegaram de
surpresa, especialmente quando estava óbvio que ela queria que aquilo acontecesse entre
eles. Quando olhou dentro dos seus olhos, sentiu o que ela também sentia… a ardente
conexão.

Levá-la à cama seria simples. Convencê-la de que havia mais entre eles que simples
luxúria animal seria o difícil. Porter passeou de novo o olhar por sua silhueta, oculta à
vista, e odiou a maneira que ela tentava esconde-se de seus olhos.

Sentiu, e também viu a magia élfica formando-se em sua mão. Estava calculado como
lançá-la. Com reflexos rápidos como a luz, agarrou os dedos dela e os levou
instantaneamente a sua dura excitação. Ela ofegou surpresa e soltou sua energia. O
prazer o atravessou como um disparo quando se retesou para o acariciou. Foi mais
intenso que qualquer orgasmo que já teve. Inclinou a cabeça para trás e deixou escapar
um grunhido entre seus lábios abertos. Os quadris se sacudiram e gozou nas calças,
liberando um pouco de sêmen.

O lobo em seu interior queria sair e participar. Sentiu a pele serpentear com a mudança.
Os dentes cresceram no interior de sua boca, afiados e mortais. Os olhos mudaram, e logo
o grunhido se converteu completamente em um uivo.

Audrey se sentou congelada sobre a cama, observando a assombrosa mudança de


Porter. Pelagem marrom escura cobriu a pele dele, largos dentes cresceram em sua boca,
até que cada polegada passou a homem lobo… bom, licántropo. A cena deveria tê-la
aterrorizado, mas descobriu que fez justamente o contrário. Despertou sua libido.
Quando o lobo emergiu, o pênis engrossou e cresceu sob sua mão.

Afastou a mão com um puxão, agarrando de novo a colcha, aproximando-a. Olhos


azuis brilhantes se enfocaram nela. Respirava com força, ofegando como se estivesse a
ponto de lançar-se sobre ela. Audrey permaneceu congelada.

Passou um longo tempo e lentamente, Porter recuperou o controle. Sua respiração se


tornou mais lenta e seu corpo gradualmente regressou da transformação em lobo.
Quando se viu humano mais uma vez, à exceção de seus perigosos e brilhantes olhos,
tirou a camiseta pela cabeça e a jogou para um lado.

Sem falar, avançou lentamente para a cama, obrigando Audrey a deita-se sobre as costas
quando deitou sobre ela. Fortes músculos se moviam sob o bronzeado peito. Um joelho
pressionou entre suas coxas, prendendo as pernas sob a colcha vermelha. Os braços se

Projeto Revisoras Traduções 18


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moveram para ambos os lados de seus ombros, sem tocá-la.

Ela estava atordoada, incapaz de mover-se quando a boca dele desceu aproximando-se
de sua face. Sua respiração bateu uma vez no pescoço e na orelha dela, convertendo-se
em fortes ofegos enquanto ele se continha para não saltar sobre seu corpo. Quando ele
não se moveu, ela subiu lentamente as mãos, as colocando sobre o peito dele. Estava
quente contra seus dedos frios.

Sem afastá-lo nem aproximá-lo mais, perguntou.

—Porter? Está tudo bem?

—Você se colocou dentro de mim — sussurrou, sem mover-se.

—Eu… sinto muito? —Audrey tentou mover o rosto para olhá-lo nos olhos, e acabou
com seus lábios perto da face dele.

—Mmm, não — sussurrou, com algo parecido a um grunhido. A língua de Porter se


dirigiu inquietamente a seus lábios—. Não sinta. Desejo devolver o favor a você.

—O que quer dizer? —Perguntou Audrey, confusa.

Lambeu os lábios dela de novo, deslizando sua longa e cálida língua entre eles.

—Vou me pôr dentro de você.

Audrey sentiu o rubor estendendo-se por suas faces ante a audaz declaração, até a
umidade que corria em uma quente corrente descendo pelas coxas. Sua boca se esmagou
sobre a dela, sufocando sua respiração quando a beijou longa e profundamente. Antes
que ela pensasse em detê-las, suas mãos se deslizaram sobre o peito dele, subindo para
prender-se na suavidade de seus cabelos. Porter gemeu quando aceitou o beijo.

Era tão bom sentir sua boca contra a dela, tão firme, volumosa e apaixonada. Ignorou o
pequeno pensamento no fundo de sua mente que dizia que se detivesse. Havia algo em
Porter, algo dentro dela, que clamava por ele, enchendo um vazio que nunca se deu conta
de que tinha. Era como se seu corpo soubesse antes que pudesse fazê-lo sua mente.
Sentiu-o todo o caminho, até seus pés curvados.

Quando sua boca a abandonou, estava ofegando tão forte quanto ele. A boca se moveu
sobre seu pescoço, lambendo, deixando um rastro quente sobre a pele. As mãos
arrancaram a colcha, afastando-a de modo que pudesse ver a lingerie negra que vestia.
Um sorriso masculino, cheio de promessas e desejos, atravessou o rosto dele até que
olhou seus seios.

Incorporando-se, sentou-se acocorado sobre suas pernas. As mãos precipitaram-se sobre


o tecido de renda de seus seios e o rasgaram, liberando os seios completamente. Um

Projeto Revisoras Traduções 19


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débil som saiu da profundeza de sua garganta, enquanto ele descia para beijar a pele.
Sugou um mamilo viçoso entre os dentes, e fez a língua mover-se para frente e para trás
até que ela ficou se retorcendo por mais.

Audrey moveu as pernas contra as mantas, liberando lentamente o resto do corpo para
ele. Quando ficou livre, esfregou as pernas de cima a baixo sobre o apertado couro da
calça. Ofegando, arqueou-se quando ele conduziu seu pênis ainda preso pela calça ao
longo de seu quadril. O tecido da calcinha não se notava com o duro roce do couro e, ele
se deslizava contra o quente creme de seu corpo.

—Quero sentir seu sabor — grunhiu. O corpo de Audrey que já estava quente se tornou
febril e mal pôde protestar quando Porter trabalhou com sua boca entre as coxas
separadas. Ele aspirou profundamente, recolhendo seu aroma—. Mmm, adoro o aroma
de lavanda.

Seus lábios firmes moveram-se brandamente sobre a calcinha preta, lambendo-a através
da barreira. Grunhiu, agarrando e rasgando rapidamente com suas mãos o tecido,
arrancando-a de seu corpo. Quando ela ficou nua, fez um pequeno som de satisfação e
começou a lamber e lamber a molhada fenda, encontrando o sensível botão oculto nas
dobras.

Audrey se separou da cama, arqueando-se contra ele. Ele levantou as pernas dela
colocando-as sobre seu ombro, mantendo-a aberta a sua inquisitiva boca. Sua língua
aprofundou-se nela, fustigando para frente e para trás de uma maneira que fazia que
todos seus nervos acabassem saindo de sua pele.

—Ah! —gritou ela, jogando-se com tanta força que bateu em um lado da cabeça.

Porter riu. Com um hábil movimento, agarrou os quadris dela e a rodou sobre a cama
de modo que as coxas montassem seu rosto. Audrey tentou descer de seu corpo, mas ele
prendeu os quadris dela com a mão e a manteve firmemente em cima dele. Ele riu em
silêncio, um sob som que vibrou em seus clitóris e aumentou os espasmos.

—Goza para mim — sussurrou, urgindo-a enquanto seus lábios trabalhavam dentro
dela—. Assim. Monta minha língua.

Audrey dificilmente poderia negar-se quando ficou de gatinhas 3 sobre ele. As mãos
dele agarravam seus quadris, movendo-a com pequenos impulsos sobre sua boca,
enquanto a fodia com a língua e lábios. Seu corpo começou a sacudir-se. Os seios
roçavam a cama, esfregando os já excitados mamilos.

—OH, sim, justo assim — grunhiu ele em aprovação. Sugou-a com força e Audrey
começou a sacudir-se, convulsionando-se contra sua boca. Ela sentiu um calor cândido ao
longo da coxa, mas o ignorou. As sensações que a percorriam eram muito boas para
3
Gatinhas – usado na locução adverbial de gatinhas, significa com as mãos e os joelhos apoiados no chão ou no
caso cama. (Aurélio)

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lutar. Um fraco gemido escapou dela, mas não podia falar, não podia gritar. As mãos
dele se apertavam em sua carne, abrindo ligeiramente as bochechas de seu traseiro
quando alcançou o ponto máximo contra ele—. Mmm, sim, é tão bom.

Audrey culminou contra os lábios firmes e ele bebeu de seu sabor, gemendo todo o
tempo. Continuou beijando-a até que os tremores diminuíram. As mãos subiam pelos
quadris e desciam pelo dorso das coxas, para logo abandoná-la. Ela baixou o olhar,
vendo essas mãos sobre o zíper, liberando o enorme pênis. Quando desabotoou o
apertado couro, a enorme ereção saltou livre, sem restrição de roupa íntima. Suas pernas
enfraqueceram e quase caiu ao ver o enorme tamanho e grossura. Não acreditava que
fosse possível, mas começou a acalorar-se de novo.

Olhou-a, com um sorriso faminto no desafiante semblante. Seus olhos se iluminaram


com a ameaça de seu lado licántropo. Tinha uma mancha de sangue nos lábios,
assinalando a dentada na coxa dela. Esse foi o cândido calor que sentiu estendendo-se
pela perna quando gozou. Mordeu-a! Audrey se retesou, indecisa sobre se queria correr
ou rogar por mais. Sua mão desceu sobre o estômago plano, acariciando a ereção.

—Quero — disse ele, a voz profunda, primitiva, obscena. Sua mão acariciando mais
forte e rápido seu eixo enquanto continuava—, gozar em sua doce boca. Quero olhar
você me fodendo.

Audrey ouviu as palavras e todos seus pensamentos voaram. Sabia que isso era o que
queria. De algum modo, queria ser dele, toda dele. Queria ser reclamada por ele e queria
reclamar a ele. Queria ser controlada e ter o controle. Queria-o… tudo dele… para
sempre.

Audrey avançou lentamente descendo pelo corpo dele. Sua boca se lançou a chupar
inquietamente um mamilo que encontrou pela frente. Um antigo poder despertava em
seu interior, tornando-a segura de si mesma, respondendo as persistentes pergunta que
teve durante toda sua vida, até que entendeu que isto era o que queria… o que
necessitava. Com uma força que não sabia possuir, levantou-o pelos braços e o arrastou
sobre a cama até que se sentou contra a cabeceira. Com outro hábil movimento,
despojou-o das roupas.

A embriagadora mescla de desejo e poder a encheu quando ficou de gatinhas diante


dele. Lentamente, abriu a boca, lambendo os lábios em um convite. Avançando para ele,
passou a língua em volta do pênis. Tinha um gosto tão bom, não podia parar de chupá-lo
intensa e profundamente em sua garganta. Era muito grande para tomar e se viu
obrigada a usar as mãos para acariciar a feroz longitude. Sua mão acariciou os testículos,
pressionando-os enquanto sua boca trabalhava subindo e descendo sobre o grosso eixo.
Sua língua enroscou-se sobre a grossa superfície, brincando e acariciando ao mesmo
tempo.

Porter gemeu, agarrando-a pelos cabelos ao tentar fazer que sua boca trabalhasse mais
rápido. Os quadris empurraram em sua boca. Sabendo o que ele queria, sugou mais forte,

Projeto Revisoras Traduções 21


Michelle M. Pillow Sedução a meia noite
impulsionando o agradável sabor salgado da semente de seu corpo. Invocou um poder a
suas mãos, liberando-o dentro dele, marcando-o como dela. Os quadris saltaram quando
ele gozou dentro da sedosa boca, disparando um jorro quente de sêmen profundamente
em sua garganta.

Audrey engoliu e se jogou para trás.

—Você me marcou, eu marquei você.

—Como… como sabe que marquei você? —Perguntou, arregalando os olhos, embora
estivesse com a respiração ofegante.

—Como podia não saber? Senti você — sussurrou.

—Não está zangada? —Perguntou Porter—. Não pedi sua permissão.

—Deveria estar, mas não. É estranho — respondeu, subindo pelo corpo firme dele para
beijá-lo.

—Não, é o destino — sussurrou Porter—. Não sei como, mas foi feita para mim. Não
pode sentir isso? Pertence-me, só a mim. Nenhum outro tocará em você outra vez.

Audrey assentiu, sabendo que era verdade.

—Ainda temos quarenta e cinco minutos — grunhiu ele.

Audrey seguiu o olhar baixando até o pênis, que estava de novo ereto e pronto para
mais. Um fraco gemido surgiu dela. Esse homem era insaciável.

—Antes que se cumpra o tempo.

—Mmm, não — resmungou Audrey, inclinando-se para frente para roçar com os seios o
amplo peito dele —. Isso quer dizer que temos que esperar? Quero você dentro de mim
agora.

—Mm, quero estar dentro de você — disse Porter —, mas devemos esperar. Só um
pouco. Deveria manter distância para que não caiamos em tentação.

—Não — resmungou Audrey, sentindo-se embriagada com seu novo sentido de ser.
Estirou-se para baixo e acariciou o pênis dele—. Quero que caia em tentação.

Capítulo 5

Projeto Revisoras Traduções 22


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—Nossa filha é forte — disse Dorian, sem vira-se na cadeira, enquanto olhava as
chamas na lareira do escritório, sentiu uma mão fria deslizar sobre seu ombro—. Educou-
a bem, Clara.

—Ambos trabalhamos bem ao educá-la — respondeu, rodeando a cadeira para sentar-


se no colo de Dorian. Sorriu para ele, inclinando-se para beijar seu rosto como fez cada
noite durante os três anos desde que veio viver com ele, abraçou-a perto de seu corpo,
Clara suspirou, passando os dedos através dos cabelos dele enquanto continuava—.
Porter é cabeça dura, quando esteve aqui, temi que fugisse de seu destino e todos
estivéssemos perdidos.

—Essa foi justamente a razão pela qual não disse toda a verdade a ele; quando os elfos
nos disseram o que aconteceria pensei que estavam loucos, entretanto, no momento em
que vi o olhar em seus rostos quando cada um falou do outro soube que o concílio élfico
tinha razão; compartilham o mesmo destino, uniram-se e que nós sejamos avós de um
Rei, fizemos o que tínhamos que fazer. Não queria que Porter tivesse escolha de não ir a
ela esta noite, de que não o tivesse feito ao conhecer seu destino; necessitávamos que
visse Audrey por si mesmo, para que fosse a ela da mesma forma, não queria pressioná-
los a ficarem juntos só porque os obrigaríamos a isso. Porter sempre foi cabeça dura e não
seria forçado.

Dorian beijou os lábios de sua esposa. —Parece preocupada.

—Fingi minha própria morte e machuquei nossa filha —disse Clara— Como posso
esperar que ela perdoe isso?

—Fez o que tinha que fazer, ela necessitava de tempo para crescer e você precisava
fingir estar morta pela segurança de ambas, Audrey precisa fazer isto por si mesma, igual
à Porter, se você estivesse vida ele não teria tido motivo para trazê-la de volta; fizemos o
que devíamos e eles farão o mesmo, quando isto acabar ambos entenderão e nos
perdoarão.

—Assim espero, meu amor, assim espero — disse, descansando a cabeça no ombro de
Dorian.

Audrey não podia conter-se, desejava muito ao Porter, virou-se em cima dele, deixando
a boca quente dele agradá-la por trás enquanto, ao mesmo tempo, voltava a trabalhar
sobre ele, lambendo e tomando a forte ereção na boca; gozaram juntos, mas o prazer só
parecia intensificar o que eles queriam.

—Quanto tempo? —ofegou, soando desesperada quando gozou, só para sentir que
precisava estar com ele inclusive com mais urgência. Virou-se e se sentou escarranchada
sobre o rígido estômago dele, incapaz de deter-se quando começou a esfregar a úmida
fenda sobre os abdominais duros como rochas.

—Meia hora — grunhiu ele, soando igualmente atormentado.

Projeto Revisoras Traduções 23


Michelle M. Pillow Sedução a meia noite

—Como sabe? —perguntou ela—. Aqui não há relógio.

—Sou Licántropo, tenho um relógio interno.

—OH, isto é bom — gemeu, esfregando-se com força no estômago dele, sentiu-o crescer
detrás dela e ficou assombrada—. São geralmente os de sua espécie são assim tão viris?
Quero dizer, para você já foram duas vezes.

—Mmm, foram três — ofegou, agarrando seus quadris, urgindo-a a continuar com as
mãos—. Deixa de se esfregar dessa maneira.

—Não posso — sussurrou—. É tão bom, sua pele é tão quente. O que quer dizer com
três?

As mãos encontraram o peito dele, massageando-o e beliscando os mamilos. As mechas


castanhas avermelhadas dos cabelos caíram sobre os ombros quando se inclinou para
frente, os dedos afundando-se no peito quando começou a tremer em cima dele. Esta era
uma pequena liberação e só acrescentava gasolina às chamas de seu desejo,
atormentando-a mais.

—Quando pôs seu poder em mim e troquei, essa foi uma vez, e depois duas por sua
doce boca.

—Ah — ofegou fracamente—. Isto é pura tortura, deveríamos tentar falar de alguma
coisa.

—Ah, sim, sei — Porter agarrou os quadris dela e conduziu seu corpo de volta de modo
que a borda de seu traseiro estivesse contra o acelerado coração. Utilizou os quadris
levantando-a, grunhindo na profundeza da garganta enquanto empurrava o eixo ao
longo das costas dela—. Quero transar com você desesperadamente.

—Possivelmente possamos — disse, esfregando o traseiro no pênis —. Poderia colocá-


lo.

—Mmm, sinto muito, mas não acredito que seja capaz, não podemos nos arriscar a
conceber antes.

—Neste momento, não poderia estar menos preocupada em conceber — grunhiu,


balançando-se mais rápido em sua necessidade—. OH, sim, OH.

—Não deseja meu filho? —perguntou, detendo-se repentinamente. Ela baixou o olhar
para ele e parecia ferido por suas palavras.

Estendeu a mão para ele acariciando sua face.

Projeto Revisoras Traduções 24


Michelle M. Pillow Sedução a meia noite
—Sim, desejo, é só que neste momento desejo mais você e com isso quero dizer que não
penso em concepção tanto quanto em sentir você dentro de mim.

A expressão dele mudou instantaneamente para um sorriso satisfeito, os olhos


castanhos escuros se suavizaram, amava olhá-lo, era tão bonito, duvidava que fosse se
cansar de ver esse rosto.

—Quanto tempo mais? —exigiu ela.

—Vinte minutos — grunhiu ele.

—Isso é muito.

—Sei.

—Tentaremos pensar em algo do que falar — disse, mordeu o lábio, agarrando-se ao


peito dele quando o desejo a atravessou em uma quebra de onda de calor—. Fale-me de
você.

—Sou o sucessor na liderança de uma manada de Licántropos — respondeu, passando


as mãos por todo o corpo dela—. E amo você.

Audrey congelou, atônita pela confissão.

—Como…?

—Vi você e aconteceu. Não queria, inclusive tentei negar isso, mas está aí — disse
Porter—vivi muito para não conhecer meu destino quando o vejo; você nasceu para mim
e estive esperando você, é nosso destino.

Audrey deixou de mover-se, seu coração estava repleto ante a confissão, era tão
estranha, tão honesta. Esses olhos escuros cravados nos seus, confiantes, começou a
tremer.

—Sei que é diferente para as humanas e fadas, inclusive para os vampiros; os


Licántropos nascem com o sentido de que quando vemos a companheira de nossa vida
sabemos, mas, acredita que pode me amar? Com o tempo?

—Já o amo — respondeu sorrindo, embora estivesse insegura e nervosa. Seus lábios
tremiam e sacudiu a cabeça confusa—. Mas isto não tem sentido, esta manhã… diabos,
há poucas horas… nem sabia de sua existência, não conhecia nada disto.

—Em seu íntimo sabia, igual a mim — respondeu —. Quando a vi pela primeira vez,
senti-me conectado a você, senti minha confiança em seu interior, senti você me
arrebatando, senti que nos uníamos; por qualquer razão, o destino nos escolheu um para
o outro.

Projeto Revisoras Traduções 25


Michelle M. Pillow Sedução a meia noite

—Mas, agora o quê? Eu tenho uma vida, meu negócio… — Deu de ombros sutilmente
—. O que acontecerá?

—O que nós quisermos que aconteça — disse, as mãos começaram a vagar pelo corpo
nu sentado escarranchado sobre ele, atraindo a atenção de volta às sensações que se
revolviam entre eles. Virou-a de modo que seu peso a pressionasse, começou a esfregar-
se ao longo do quadril dela, chamuscando-a com seu calor—. Eu gostaria que ficasse
aqui, em meu mundo, comigo; este é seu mundo tanto quanto o é o dos humanos, se não
mais. Nosso bebê deverá crescer aqui, com magia, se ele for o que deve governar.

—Mas, e os perigos? Deixarão-nos? Partirão simplesmente? — perguntou. Porter se


inclinou, beijando-a na boca meigamente até que gemia brandamente. Quando tornou
para atrás, as pálpebras caíam sobre os olhos azuis e estava sorrindo.

—Não, não o farão, mas juro a você que protegerei a ambos com minha vida. Você tem
seu pai e seu clã, aos de minha espécie e aos da espécie de sua mãe. Os elfos predisseram
que o menino viria, estarão a salvo, prometo.

Audrey viu que ele dizia a verdade e assentiu, completamente confiante, aqui tinha o
que sentiu falta durante muito tempo… uma verdadeira família. Teve sua mãe, mas nos
últimos três anos esteve sozinha, agora, aqui com Porter, sentia o vazio ser preenchido.

Os quadris dele começaram a trabalhar ao longo dela e logo estava esfregando o pênis
ao longo da molhada fenda, gemeu, roçando a ponta justamente na apertada e molhada
vagina. Audrey choramingou de necessidade.

Finalmente, pensou, movendo-se para mais perto dele, finalmente.

Seu corpo se moveu para frente empurrando lentamente, estirando-a para lhe dar
capacidade; era uma tortura agridoce, inclinando-se para frente, beijou-a brevemente.

—Ajusta-se tão bem, tentarei ser gentil, não quero machucar você.

—Não se atreva a recuar, quero você inteiro, agora! — as pernas se apertaram ao redor
da cintura dele, obrigando-o a ir mais fundo.

Porter grunhiu, incapaz de recuar quando ela ofereceu completamente o corpo.


Avançou, selvagem e forte, investindo com o pênis completamente dentro das úmidas
profundidades.

—Argh! —gritou ele, tão alto que ecoou fora do quarto.

Os corpos se encontraram, movendo-se juntos em um ritmo perfeito quando se uniram


completamente, futuro, destino, o que quer que fosse, não tentaram lutar contra isso. A
tensão se amplificou e deixou Audrey choramingando por mais. Empurrou com força e

Projeto Revisoras Traduções 26


Michelle M. Pillow Sedução a meia noite
rapidez, deixando que a besta em seu interior tomasse o controle, ela soluçou, gritando
seu nome com absoluto prazer, um brilho quente começou a resplandecer no estômago
dela, emitindo uma protetora luz ao redor deles, era a hora.

Porter acelerou quase desesperado quando os levou ao limite. Os gemidos encheram o


quarto enquanto corriam para um tortuoso clímax; tremendo tão forte quanto o
terremoto que os golpeava ao mesmo tempo, unindo-os ainda mais, selando sua união.

O corpo de Audrey se retesou sob o seu, provocando a liberação e ele a deu agradando-
a, derramando sua semente no útero dela. A luz ao redor deles se tornou mais forte antes
de desvanecer-se dentro do corpo dela. Porter se deixou cair, rodando de lado de modo
que não a esmagasse com seu peso, ambos se sentiam completamente saciados pela
primeira vez desde que se viram.

—Está feito — sussurrou, tocando ligeiramente o estômago dela a atraindo ao interior


de seus braços—. Nós, para sempre.

Audrey sorriu, degustando o som daquilo, estava cansada e deixou que a paz do sono a
levasse quando sussurrou.

—Sim, para sempre.

EPÍLOGO

Audrey colocou uma mão sobre o ventre arredondado e sorriu quando Porter entrou no
escritório de seu pai. Ele sorriu maliciosamente, imediatamente foi a ela para lhe dar um
beijo. Era assombroso para ela o quanto sua vida tinha mudado, mas para muito melhor;
sua mãe estava viva, e depois de um considerável montão de gritos e prantos dirigidos a
ambos os pais, Audrey foi capaz de perdoar o engano, isto a trouxe para Porter e por isso
estava agradecida.

Estava aprendendo a controlar sua magia élfica, infelizmente, trocar de roupa a seu
capricho e lançar objetos magicamente a uma sala quando estava zangada… ou
superexcitada… era o máximo desse poder. Sua mãe estava um pouco aborrecida por ela
não ter herdado mais dela, mas não havia nada que pudesse fazer a respeito.

Seu pai liberou seus poderes vampíricos, muito para sua consternação, já era bastante
ruim estar grávida, sem acrescentar mais pressão, entretanto, aprendeu a dirigir os novos
dons vampíricos, todos à exceção do estranho impulso de comer alimentos salgados…
exceto o sangue, o qual se negava a beber, bom, possivelmente uma ou duas dentadas a
seu marido durante o sexo, mas isso não contava, riu bobamente.

—O que é tão divertido? —perguntou Porter, levantando-se para beijar o ventre

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arredondado.

—Nada — sorriu, era assombroso o quanto se tornaram próximos com o tempo. No


princípio, estivaram se adaptando, mas os temperamentos obstinados finalmente abriram
caminho até o que os corações e mentes já sabiam.

—Em?

—Nós — riu novamente.

—Você se importaria de compartilhar por que o pensar em nós é tão divertido? —


perguntou Porter, movendo-se a fazer cócegas nela.

—Não — riu de novo e o bebê chutou em protesto, deu um chute, esfregando o


estômago—. Uau, seu filho está me golpeando hoje.

—Não gosta que brinque com o pai dele — riu, esfregando o rosto contra o ventre —.
Não é mesmo, garoto?

O bebê chutou o lado de seu rosto e ambos puseram-se a rir.

—É forte — disse Porter cheio de orgulho.

—Igual ao seu pai — suspirou sonhadoramente, inclinando-se para aceitar os beijos de


seu marido.

—Mmm — aceitou ele, acrescentando—. Igual a sua mãe.

—OH, de verdade!

Porter e Audrey se separaram ao verem clara aparecer na entrada. Audrey ficou um


pouco atônita ao ver as asas de sua mãe pela primeira vez, mas agora já estava
acostumada.

Clara negou com a cabeça.

—Cada vez que me viro encontro os dois… agarradinhos!

—Deveríamos conseguir nossa própria casa — disse, acariciando a bochecha de Porter


com o nariz.

—Temos nosso próprio lar — respondeu, bem consciente de que estavam falando só em
benefício de Clara—. Só que desfruto torturando Dorian e sua mãe.

—OH! —soprou Clara e partiu voando.

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Audrey riu bobamente e não houve mais necessidade de palavras entre eles quando
Porter levantou sua esposa nos braços e a levou para o quarto.

Fim

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