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Trabalho de Introdução à economia.

Pedro Sassi

Acredito que uma obra, antes de analisada de forma precipitada e baseada nos princípios
daquele que analisa, deve ser examinada positivamente a partir do ponto de vista do autor,
tratando de entender o que este, de fato, quer expressar por meio de seu trabalho. Visto
isso, após escutar a música e assistir a um vídeo do próprio Gilberto Gil comentando a
respeito dela, inicio minha própria interpretação afirmando que a música é uma crítica ao
sistema da economia e do pensamento vigente da época.

O “espectador“, assim como se refere gilberto ao agente desse sonho, apresentava seus
ideais econômicos firmados no trabalho duro e no desenvolvimentismo industrial em um
congresso mundial de forma bem clara e convencida, jurando que sua forma de ver o
mundo era um senso aceito por todos a sua volta. De repente, quebrando as expectativas
do espectador, um tal velho se levanta e, por meio de assobios de melodia triste, mostra
sua indignação com o que escutara, levando consigo o restante dos economistas reunidos,
causando certa confusão no “espectador” e mostrando para o ouvinte da música a opinião
do compositor a respeito a situação apresentada.

Analisando os aspectos mencionados e o clímax da música, noto que a atitude do


“espectador” (que representa, para o autor, um ideal equivocado) e a resposta do velho
(que representa a experiência e, para o autor, o certo) evidenciam o fato de que o uso do
método científico econômico (de observar uma certa situação, entender como as coisas
funcionam, criar teorias e, por fim agir de modo embasado), nem sempre chega a um
mesmo resultado, criando análises positivas e normativas distintas que variam de acordo
com os valores do cientista. O “espectador”, que em sua análise prioriza o trabalho duro e o
desenvolvimento industrial e despreza o descanso, o lazer e a cultura, com certeza observa
as situações da vida humana diferentemente do velho, que, a partir da letra da música
subentende-se que pensa de forma contrária a ele.

A partir disso, chego a conclusão de que a economia, diferentemente da matemática, por


exemplo, não se limita apenas a uma análise quantitativa de uma situação. Isso acontece,
pois a economia é uma ciência que mistura a objetividade dos números e dados imutáveis
com a subjetividade das distintas interpretações que esses números e dados podem gerar.
E, para mim, isso é admirável.

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