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6) RECONHECIMENTO DE QUE A CATEGORIA DOS OFICIAS DE
JUSTIÇA NÃO FOI ALCANÇADA PELA DECISÃO DO
CNJ, PORQUANTO NÃO INCLUSOS NOS INCISOS II E III DO ART.
66 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 115/2008, MAS NO INCISO I, NEM
TAMPOUCO FORAM TRANSFORMADOS EM ANALISTAS
ADMINISTRATIVOS, CONSOANTE EQUIVOCADAMENTE
MENCIONADO NO DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO DO CNJ, MAS
MANTIVERAM SEMPRE A MESMA NOMENCLATURA E AS
MESMAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS, NOS TERMOS
DA JURISPRUDÊNCIA DO STF, TENDO A ELEVAÇÃO DO
REQUISITO DE ESCOLARIDADE OCORRIDO POR
DETERMINAÇÃO DO PRÓPRIO CNJ POR MEIO DA RESOLUÇÃO
Nº 48/2007.
RECOMENDAÇÃO PARA QUE AS MEDIDAS ADOTADAS PELA
PRESIDÊNCIA SEJAM SUBMETIDAS AO CRIVO DO CNJ.
POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE COMISSÃO PARA
ELABORAÇÃO DE PROJETO DE LEI DE REFORMA DA LEI
COMPLEMENTAR Nº 230/2017 A FIM DE IMPLEMENTAR AS
MUDANÇAS LEGISLATIVAS NECESSÁRIAS APÓS AS
DESCONSTITUIÇÕES OPERADAS PELO CNJ BEM
COMO VISANDO A CORREÇÃO DAS DISTORÇÕES NOS CARGOS,
ATRIBUIÇÕES E CARREIRAS ADVINDAS DA SUCESSÃO DE
PLANOS DE CARGOS DOS SERVIDORES DESTE EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
I - RELATÓRIO
Em razão do não conhecimento dos Embargos de Declaração opostos por este Tribunal
contra a referida decisão e da inexistência de outros recursos contra decisões do Plenário do CNJ, esta
Consultoria Jurídica sugeriu ao Tribunal de Justiça elaborar um plano de execução, a fim de submetê-lo ao
crivo do CNJ, informando-o das medidas adotadas, na forma exigida na decisão que agora deve ser
cumprida, bem como orientando a necessidade de elaboração posterior de um Projeto de Lei de reforma da
Lei Complementar nº 230/2017, implementando as mudanças legislativas necessárias, para que a
regularização ocorra de modo proporcional e equânime, sem prejuízo aos interesses gerais e para que não
se declarem inválidas situações plenamente constituídas, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus
ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos, nos termos dos
arts. 21, 22 e 24 da LINDB.
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i) que a controvérsia está sub judice perante STF, pendente de deliberação sobre a medida
liminar desde 14 de dezembro de 2023, de forma que, com vistas a preservar a prudência
requerida e prevenir possíveis prejuízos decorrentes da execução imediata do decisum do
CNJ, faz-se mister que o TJ-PI aguarde a decisão do STF;
ii) a manutenção da estabilidade das condições funcionais dos servidores abrangidos pela
Lei Complementar nº 230/2017 e as Portarias de enquadramento dela decorrentes, uma
vez tais atos não foram submetidos a análise no âmbito do Pedido de Providências;
iii) inaplicabilidade da Súmula Vinculante 43, uma vez que o processo de reestruturação
e realinhamento de carreiras promovido pela legislação, que manteve inalteradas as
atribuições e responsabilidades funcionais preexistentes, difere substancialmente da
transposição indevida de cargos, pois uma modificação no plano de carreiras não implica
ingresso ou ascensão a um novo cargo sem a realização de concurso público;
iv) na hipótese de superação dos argumentos anteriormente mencionados, propõe a
edição de uma nova proposta legislativa pelo TJPI, objetivando a reorganização de seu
quadro de servidores;
v) necessidade de assegurar uniformidade no tratamento da situação funcional de todos
os servidores envolvidos no PP;
vi) que em proteção aos princípios da boa-fé, da segurança jurídica e da presunção formal
de constitucionalidade das leis, a jurisprudência do STF assegura a preservação das
situações jurídicas consolidadas ao longo do tempo, de modo que a declaração de
inconstitucionalidade produza efeitos somente a partir da data da publicação da ata de
julgamento ou que fiquem ressalvados dos efeitos da decisão os servidores que já estejam
aposentados, os respectivos pensionistas e aqueles que, até a data de publicação da ata de
julgamento, tenham preenchido os requisitos para a aposentadoria; e
vii) progresso significativo na prestação jurisdicional do TJ/PI e no tempo médio da
tramitação processual, conforme Relatórios do CNJ, de forma que manter a execução da
decisão seria um verdadeiro retrocesso ao acarretar a desestabilização de vínculos
jurídicos estabelecidos há mais de 20 anos, vulnerabilizando a situação pessoal destes
servidores e implicando em detrimento ao desempenho operacional e, por extensão, à
eficácia da prestação jurisdicional.
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semelhantes com requisitos de escolaridades distintos, com mais razão se deve considerar
“reestruturação” a reunião de cargos de Oficial de Justiça e Avaliador do Estado do Piauí
de nível médio com o cargo de igual designação de nível superior, já que esses cargos
sempre tiveram as mesmas atribuições;
ix) que ao apreciar caso semelhante (AgRg no Rcl 56.367-RS, 1ª Turma, rel. Min.
Cármen Lúcia, unânime, DJe 23/11/2022) o STF entendeu que a mera elevação de
escolaridade do cargo de Oficial de Justiça não constitui transposição, não violando a
Súmula Vinculante nº 43;
x) que a mera elevação da escolaridade do cargo de Oficial de Justiça, sem alteração das
atribuições, não viola a Súmula Vinculante nº 43, conforme decidido pelo STF na Rcl
53.185-RS, rel. Min. Cármen Lúcia;
xi) que o legislador federal, mais de uma vez, mantendo as mesmas atribuições, elevou a
escolaridade de cargo público federal, sem que houvesse nenhum questionamento de
constitucionalidade, como nos casos da Lei nº 9.266/1996, que transformou os cargos de
Agente da Polícia Federal e Escrivão de Polícia Federal, antes de nível médio, em cargos
de nível superior e da Lei nº 9.654/1998, que exigiu nível superior para o cargo de
Policial Rodoviário Federal, antes de nível médio;
xii) que o deferimento de liminar e/ou a concessão de segurança, em qualquer dos
Mandados de Segurança nº 39.476-PI e nº 39.471-PI, impedirá a execução da decisão do
CNJ ou importará na sua reforma, caso seja executada antes do julgamento dessas ações
pelo STF;
xiii) que a nova redação do art. 106 do Regimento Interno do CNJ permite interpretação
no sentido de que a judicialização perante o STF não importa o imediato cumprimento da
decisão, independentemente do momento da judicialização, conforme precedentes do
Supremo e do próprio CNJ;
xiv) a modulação dos efeitos da Decisão, com fundamento no art. 21 da LINDB e na
jurisprudência do STF, ao menos para resguardar a situação dos servidores afetados pela
decisão que estejam aposentados, tenham preenchido os requisitos para aposentadoria e
seus respectivos pensionistas e para manter os servidores afetados em efetivo exercício,
mesmo não existindo cargos de Oficial de Justiça de nível médio ou mesmo cargos vagos
de Técnico Judiciário (de nível médio), em vez de os colocar em disponibilidade com
perda remuneratória;
xv) que a jurisprudência do CNJ, embora também entenda pela inaplicabilidade de
decadência para anulação de provimento de cargo sem concurso público depois da
CF/1988, também ressalva servidores aposentados e aqueles com direito à aposentadoria,
citando PCA 0001443-69.2007.2.00.0000, PP 0005826-22.2009.2.00.0000, PCA
0001213-27.2007.2.00.0000, PCA 0000326-09.2008.2.00.0000, PP 0001336-
20.2010.2.00.0000, PP 0006377-02.2009.2.00.0000 e PP 0007772-29.2009.2.00.0000;
xvi) que muitas aposentadorias e várias pensões por morte foram apreciadas e registradas
pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí no exercício da sua competência
Constitucional, cabendo notar que a própria Constituição, quando trata das competências
do CNJ, ressalva a expressamente a competência do Tribunal de Contas, quando estatui
que o controle do Conselho é exercido “sem prejuízo da competência do Tribunal de
Contas da União” (CF, art. 103-B, II, parte final) pelo que, com mais razão, devem ser
ressalvados tais servidores e pensionistas que tiveram seus benefícios previdenciários
registrados pelo Tribunal de Contas; e
xvii) que o Tribunal de Justiça permita que os Oficiais de Justiça e Avaliadores afetados
permaneçam no exercício das suas atribuições, mesmo não havendo cargos de Oficial de
Justiça de nível médio ou cargos vagos de Técnico Judiciário, para afastar qualquer risco
de que sejam colocados em disponibilidade e de prejuízo à boa prestação da atividade
jurisdicional pelo Poder Judiciário do Estado do Piauí.
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(5317802).
É o relatório.
II - ANÁLISE JURÍDICA
Cuida-se de matéria que retorna para análise conclusiva desta Secretaria Jurídica após
ampla discussão pela Comissão designada pela Presidência para propor medidas adequadas para
o adequado cumprimento da respeitável Decisão proferida nos autos do PP nº 0008609-69.2018.2.00.0000.
Contudo, não se pode concluir, com base nisso, que os servidores atingidos pelo PP
em questão ficam ressalvados dos efeitos da decisão do CNJ, pois a Lei Complementar nº 230/2017,
em nenhum de seus dispositivos, "guindou servidores que prestaram concursos para cargos de nível
médio a cargos de nível superior". Na verdade, tais ascensões funcionais foram operadas pelas leis
efetivamente analisadas pelo CNJ.
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alguns cargos e seus atuais ocupantes em quadro em extinção (art. 70) e criando alguns cargos, como
fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
Assim, considerando que os atos que "guindaram servidores de nível médio a cargos de
nível superior" foram desconstituídos pelo CNJ, o Tribunal deve realizar um novo ato de enquadramento
baseado na LC nº 230/17 considerando a nova situação funcional que deveriam estar os ocupantes sob a
égide da LC nº 115/08, considerando que agora os "enquadramentos de servidores de nível médio para
nível superior" feitos pelas Leis nº 5.233/2002, a Lei nº 5.545/2006, a Lei Complementar nº 115/2008 e as
Leis nº 6.582/2014 e nº 6.585/2014 foram anulados.
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para desconstituir, no âmbito do Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí, os seguintes enquadramentos de servidores de nível médio para nível superior realizados
pelas:
i) pela Lei nº 5.237/2002, que determinou o enquadramento de dois cargos de nível intermediário em cargo de
nível superior (Assistentes Técnicos Administrativos passaram a Assessor Técnico Administrativo, PJ/AS –
Atividade Superior Judiciária; e os cargos de Escrivão Judicial de 1ª, 2º ou 3º entrância foram transformados
em Escrivão Judicial, PJ/AS – Atividade Superior Judiciária);
ii) pela Lei nº 5.237/2002, que determinou que os cargos de Oficial de Justiça e Avaliador e Escrevente
Cartorário de 4ª Entrância passassem a ser privativos de portador de curso superior;
iii) pela Lei Complementar nº 115/2008, que transformou alguns cargos de Atividade Intermediária em
Analistas Judiciários, como os cargos de Assistente Judiciário, de Escrevente Cartorário de 1ª, 2ª e 3ª
entrâncias, de Oficial de Justiça e Avaliador que, conforme art. 66–II e III, foram transformados no cargo de
Analista Administrativo do grupo funcional de Analista Judiciário; e
iv) pelas Leis nº 6.582/2014 e nº 6.585/2014, que alteraram a Lei Complementar nº 115/2008 para incluir no
rol dos cargos transformados no grupo funcional de Analista Judiciário os Oficiais Judiciários e os Atendentes
Judiciários com diploma de curso superior.
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Cabe recordar que o CNJ é o órgão máximo responsável pelo controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como por fiscalizar a atuação dos seus membros,
podendo, para isso, expedir atos normativos que estabeleçam regras gerais e abstratas ou determinações
concretas, no âmbito de sua atividade de fiscalização, consoante art. 103-B, § 4º, II, da Constituição de
1988:
Art. 103-B.
(...)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-
los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras
sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
(...)
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Portanto, entender que a Decisão do CNJ não produz qualquer efeito em razão
da ausência de análise da LC nº 230/17 implicaria retirar a autoridade do órgão máximo de controle da
atuação administrativa do Poder Judiciário e negar eficácia às suas decisões, proferida no exercício de
competência constitucionalmente estabelecida.
Entretanto, na decisão do CNJ que não conheceu dos Embargos de Declaração opostos
pelo Tribunal de Justiça contra a decisão do Plenário que julgou o PP nº 0008609-69.2018.2.00.0000
consta expressamente:
"Logo, sem maiores esforços interpretativos, cabe à Corte Piauiense dar fiel e efetivo cumprimento, de
imediato, as determinações constantes do acórdão proferido pelo CNJ (Id. 5259872), informando-se,
outrossim, a este Conselho as medidas já adotadas."
(sublinhou-se)
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recalcitrante e, quando for o caso, do envio de cópias ao Ministério Público para a adoção das
providências pertinentes.
Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo anterior, o
imediato cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo que não o Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Regimental nº 1, de 9.3.2010)"
Como visto, pode o CNJ entender pela instauração de procedimento disciplinar contra o
Presidente do TJ-PI e adotar providências cabíveis, que podem incluir até mesmo o afastamento da
autoridade da presidência do Egrégio Tribunal de Justiça do Piauí, o que evidentemente não se deseja.
Nos termos do § 2º do art. 100 do RICNJ, pode ser determinada a execução do Pedido
de Providências pelo Presidente do CNJ, uma vez que lhe compete velar pelo respeito às prerrogativas
do CNJ além de executar e fazer executar as ordens e deliberações do CNJ (art. 6º, I e XIV, do RICNJ), ou
mesmo pelo Corregedor Nacional de Justiça, caso entenda que se trata de matéria de sua competência,
uma vez que o PP nº 0008609-69.2018.2.00.0000 foi instaurado a partir de determinação da Corregedoria
Nacional de Justiça nos autos do 0003763- 09.2018.2.00.0000.
Art. 101. A reclamação para garantia das decisões poderá ser instaurada de ofício ou mediante provocação,
sendo submetida à Presidência do CNJ. (redação dada pela Resolução n. 536, de 7.12.2023)
§ 1º O requerimento deverá ser instruído com cópia da decisão atacada e referência expressa ao acórdão do
Plenário cuja autoridade se deva preservar, sob pena de indeferimento liminar. (incluído pela Resolução n.
536, de 7.12.2023)
§ 2º Não será processada como reclamação para garantia das decisões a alegação de descumprimento de atos
normativos ou qualquer outra determinação geral emanada do Plenário, podendo a parte se valer do disposto
nos arts. 91 e 98. (incluído pela Resolução n. 536, de 7.12.2023)
É que não parece que a intenção contida no art. 106 do RICNJ foi a de conferir uma
espécie de efeito suspensivo automático das decisões do Plenário do CNJ, ante a mera impugnação perante
o Supremo.
O fato do desenho institucional do CNJ só poder ser assegurado com a exigibilidade dos
atos do Conselho diante de todos os juízes hierarquicamente situados abaixo da Suprema Corte (voto do
Ministro Cezar Peluso, relator da ADI 3.367, julgada em 13.4.2005) levou à interpretação, pelo STF, no
julgamento da ADI 4.412, Rel. Min. Gilmar Mendes, publicada em 15/03/2021, de que a decisão
jurisdicional proferida por magistrado incompetente não é cassada ou reformada por ato
administrativo do Conselho Nacional de Justiça, o que corresponderia a uma indevida atribuição de
competência jurisdicional ao CNJ, mas "trata-se apenas e tão somente de permitir que o órgão de
controle exija o cumprimento imediato de decisão ou ato seu, quando suspenso ou inibido por decisão
flagrantemente nula".
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"No mais, além de formalmente legítimo, o dispositivo impugnado reproduz a jurisprudência mais recente
deste Tribunal, no sentido de que compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ações
ajuizadas em face do Conselho Nacional de Justiça."
Ação direta de inconstitucionalidade. 1. Art. 106 do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça,
na redação dada pela Emenda Regimental 01/2010. 2. Exigência de imediato de decisão ou ato
administrativo do CNJ, mesmo quando impugnado perante juízo incompetente. 3. Higidez do
dispositivo impugnado. 4. Competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal para julgar ações
ajuizadas contra atos do CNJ praticados no exercício de suas competências constitucionais. 6.
Inteligência do art. 106 do RI/CNJ à luz da Constituição e da jurisprudência recente do STF. 7. Ação
direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 4412, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 18-11-2020, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-049 DIVULG 12-03-2021 PUBLIC 15-03-2021)
“Não há, na atual versão da norma impugnada, decisão do CNJ desconstituindo provimento jurisdicional,
donde ser incabível falar em violação ao devido processo legal. Trata-se, apenas e tão somente de tornar
efetivas as atribuições do CNJ, não possibilitando que decisões nulas, por ausência de competência do juízo,
produzam algum efeito.
De resto, a norma impugnada, principalmente após a correção de seus termos, nada mais é do que a
explicitação do art. 102, I, ‘r’, da CR, segundo o qual compete ao Supremo Tribunal Federal processar
e julgar, originariamente, as ações contra o Conselho Nacional de Justiça”.
(grifou-se)
Dessa forma, não obstante a interpretação literal do art. 106 do RICNJ possa dar
margem a esse entendimento, pela interpretação teleológica e sistemática tal entendimento não deve
prevalecer, não se podendo concluir pela necessidade de convalidação das decisões do CNJ apenas
em razão de sua simples impugnação perante o STF, antes de proferida qualquer decisão judicial
pelo referido órgão.
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Além disso, não há qualquer dispositivo na legislação que corrobore esse entendimento,
seja no Regimento Interno do CNJ, seja no Regimento interno do próprio STF, o que revela que tal
interpretação vai de encontro ao princípio da legalidade.
Ademais, o Supremo entende que o CNJ detém poder normativo voltado a uniformizar
regras que alcancem todo o Judiciário, visto tratar-se de órgão de caráter nacional. Ressalta ainda que o
poder normativo do CNJ possui como fonte primária a própria Constituição Federal, com a redação que
lhe foi dada pela EC 45/2004, o qual deve ser levado a efeito, observando-se as normas constitucionais e as
disposições contidas na LOMAN (ADI 4638 MC-Ref, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 08-02-2012).
Do contrário, se acabaria por destituir o CNJ do poder de fazer valer suas decisões, pois
bastaria à parte impugnar Supremo e, valendo-se da habitual morosidade decorrente do volume de
processos que chegam ao órgão máximo do Poder Judiciário, sobretudo nos casos sem grande repercussão,
protelar o cumprimento da decisão.
CF/88
Art. 41 (...)
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§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
LC nº 13/94
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 84, de 07/05/2007)
§ 1º A Secretária da Administração determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade de
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Estadual. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 84, de 07/05/2007)
§ 2º O retorno à atividade do servidor em disponibilidade far-se-á em vaga que vier a ocorrer nos órgãos da
Administração Direta, das autarquias e das fundações públicas, respectivamente da origem do servidor. § 2º
Na hipótese prevista no § 3º do art. 39-A, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
responsabilidade da Secretaria da Administração, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou
entidade. (Redação dada pela Lei Complementar nº 84, de 07/05/2007)
§ 3º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
exercício no prazo de 30 (trinta) dias, salvo doença comprovada por junta médica oficial. § 3º Será tornado
sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal,
salvo doença comprovada por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei Complementar nº 84, de
07/05/2007)
Art. 31. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão, por decisão administrativa ou sentença
judicial, transitada em julgado, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto no art.
30. (Redação dada pela Lei Complementar nº 84, de 07/05/2007).
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Lei Complementar nº 84, de 07/05/2007)
Ocorre que, embora a colocação em disponibilidade seja a providência legal mais lógica
e intuitiva para o caso de reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado quando
seu cargo é extinto, compulsando os autos do Pedido de Providências em análise, verifica-se que não
foi abordada a colocação em disponibilidade dos servidores envolvidos. Notável, portanto, a
inexistênciacontraditório e ampla defesa quanto a esse ponto.
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“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado
a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do
agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá
prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por
prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público."
existentes sob à égide do Plano de Cargos atual (Lei Complementar nº 230/2017), mesmo nos casos
em que os cargos ocupados anteriormente foram extintos ou mudaram de nomenclatura, ante a
coercitividade da decisão do CNJ e o caráter normativo das suas determinações proferidas no
exercício de sua atividade fiscalizadora, a fim de a Decisão do CNJ e não colocar nenhum servidor
em disponibilidade, permitindo que os servidores permaneçam exercendo suas atribuições para
afastar qualquer risco de prejuízo à boa prestação da atividade jurisdicional pelo Poder Judiciário
do Estado do Piauí.
Frisam ainda que a jurisprudência do CNJ, embora também entenda pela inaplicabilidade
de decadência para anulação de provimento de cargo sem concurso público depois da CF/1988, também
ressalva servidores aposentados e aqueles com direito à aposentadoria, citando PCA 0001443-
69.2007.2.00.0000, PP 0005826-22.2009.2.00.0000, PCA 0001213-27.2007.2.00.0000, PCA 0000326-
09.2008.2.00.0000, PP 0001336-20.2010.2.00.0000, PP 0006377-02.2009.2.00.0000 e PP 0007772-
29.2009.2.00.0000.
Em vista disso, solicitam "a modulação dos efeitos da Decisão", com fundamento no art.
21 da LINDB e na jurisprudência do STF, ao menos para resguardar a situação dos servidores afetados
pela decisão que estejam aposentados, tenham preenchido os requisitos para aposentadoria e os
pensionistas de servidores nessas condições, bem como para manter os servidores afetados em
efetivo exercício, mesmo não existindo cargos de Oficial de Justiça de nível médio ou mesmo cargos
vagos de Técnico Judiciário (de nível médio), em vez de os colocar em disponibilidade com perda
remuneratória (Manifestação 5289885 SINDOJUS, pleiteando em defesa de todas as categorias de
servidores atingidos).
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“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências
jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não
se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso,
sejam anormais ou excessivos.”
Como o Colendo CNJ foi omisso nesse ponto, não indicando de modo expresso a
forma de cumprimento da sua decisão, o Tribunal de Justiça deve considerar, para a devida
execução da decisão, a existência de jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal em
sede de controle abstrato.
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em auditores fiscais e os atos por eles executados. 3. Pedido na ação direta de inconstitucionalidade julgado
parcialmente procedente, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 156, I, II e III, da Lei
Complementar nº 92/2002, e ao art. 150, I, II e III, da Lei Complementar nº 131/2010, ambas do Estado do
Paraná, de modo a afastar qualquer aplicação que possibilite a investidura de outrora ocupantes do cargo de
Agente Fiscal 3 (AF-3) em cargo de Auditor Fiscal. Modulação de efeitos em maior extensão.
(ADI 5510, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON FACHIN, Tribunal Pleno,
julgado em 05-06-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 07-08-2023 PUBLIC 08-08-2023)
Ementa: Direito constitucional e administrativo. ADPF. Lei estadual. Transposição de regime celetista para
estatutário. Inclusão de servidores públicos não concursados e detentores de estabilidade excepcional no
regime próprio de previdência social. I. Objeto 1. Arguição de descumprimento de preceito fundamental
contra os arts. 8º e 9º da Lei nº 4.546/1992, do Estado do Piauí, que incluíram no regime próprio de
previdência social daquele ente federativo servidores públicos não admitidos por concurso público e aqueles
detentores da estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT. II. Preliminares 2. A ADPF é o instrumento
processual adequado para impugnar dispositivos que antecedem a norma constitucional invocada como
paradigma (art. 40, CF, na redação dada pela EC nº 20/1998), sendo possível que o parâmetro de
inconstitucionalidade reúna normas constitucionais anteriores e posteriores ao ato questionado. 3. A Lei
Complementar estadual nº 13/1994, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do
Piauí, não explicitou quais categoriais de servidores seriam abrangidas pelo regime estatutário nem criou
qualquer regime de transição para os servidores admitidos no serviço público antes da Constituição de 1988 e
da EC nº 20/1998. Não houve, portanto, revogação tácita da Lei Estadual nº 4.546/1992. 4. É possível afastar
o óbice de ausência de impugnação do complexo normativo quando (i) houver relação de interdependência
entre as normas; e (ii) os dispositivos possuírem teor análogo e a causa de pedir for a mesma. Precedentes. III.
Mérito 5. Consoante já decidido por esta Corte, admite-se a transposição do regime celetista para o estatutário
apenas para os servidores admitidos por concurso público e para aqueles que se enquadrem na estabilidade
excepcional do art. 19 do ADCT. A criação do regime jurídico único previsto na redação original do art. 39 da
CF não prescinde da observância à regra do concurso público. 6. A jurisprudência do STF é no sentido de que
os beneficiados pela estabilidade excepcional prevista no art. 19 do ADCT não são detentores das vantagens
privativas dos servidores ocupantes de cargo efetivo, o que afasta a possibilidade de participação no regime
próprio de previdência social. A partir da EC nº 20/1998, o regime próprio é exclusivo para os detentores de
cargo efetivo, os quais foram aprovados em concurso público. Precedentes. IV. Conclusão 7. Interpretação
conforme a Constituição do art. 9º da Lei Estadual nº 4.546/1992, de modo a excluir do regime próprio de
previdência social todos os servidores públicos não detentores de cargo efetivo, ou seja, aqueles servidores
públicos admitidos sem concurso público, inclusive aqueles abrangidos pelo art. 19 do ADCT.
Inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º, IV, da Lei Estadual nº 4.546/1992. 8. Modulação de
efeitos da decisão para ressalvar os aposentados e aqueles que tenham implementado os requisitos para
aposentadoria até a data da publicação da ata de julgamento, mantidos estes no regime próprio dos
servidores daquele estado. 9. Pedido julgado parcialmente procedente, com a fixação da seguinte tese: “1. É
incompatível com a regra do concurso público (art. 37, II, CF) a transformação de servidores celetistas não
concursados em estatutários, com exceção daqueles detentores da estabilidade excepcional (art. 19 do ADCT);
2. São admitidos no regime próprio de previdência social exclusivamente os servidores públicos civis
detentores de cargo efetivo (art. 40, CF, na redação dada pela EC nº 20/98), o que exclui os estáveis na forma
do art. 19 do ADCT e demais servidores admitidos sem concurso público”.
(ADPF 573, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 06-03-2023, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 08-03-2023 PUBLIC 09-03-2023)
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3.609, Rel. Min. Dias Toffoli; ADI 4.876, Rel. Min. Dias Toffoli; ADI 3.415-ED-Segundos, Rel. Min.
Alexandre de Moraes. 4. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente providos.
(ADI 3199 ED. Rel. Min. Roberto Barroso, Tribunal Pleno, Sessão Virtual de 13.5.2022 a 20.5.2022.)
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Lei do Estado do Amazonas que realizou a modificação do
regime dos servidores do Instituto de Medicina Tropical de Manaus para o regime estatutário. Transformação
dos empregos em cargos públicos. Ocupação automática dos cargos públicos pelos antigos servidores
celetistas. Ausência de distinção entre servidores concursados e não concursados. Violação dos arts. 37, II; e
39 da Constituição Federal, e do art. 19, caput, e § 1º, do ADCT. Parcial procedência. Interpretação conforme
à Constituição. Modulação dos efeitos da decisão. Efeitos ex nunc. 1. Não se afigura inconstitucional a lei
amazonense quando promove a modificação do regime jurídico dos funcionários da autarquia, já que o Estado
do Amazonas atendeu a determinação constitucional de conformar seus servidores da administração direta,
autárquica ou fundacional a um regime jurídico de sujeição uniforme, no caso, ao regime estatutário. O
Instituto de Medicina Tropical de Manaus, como autarquia, deveria, de fato, ter seus servidores submetidos ao
regime estatutário, não mais se admitindo que os servidores da autarquia permanecessem regidos pela CLT.
Entretanto, não é possível extrair-se do art. 39 da Constituição que a adoção do regime único deva se dar em
desconformidade com a regra imperativa do concurso público (art. 37, II, da CF/88). 2. A
inconstitucionalidade do art. 1º da lei questionada aflora da extensão com que se promoveu a transposição do
regime dos funcionários da autarquia estadual, uma vez que a norma não especificou a quais servidores se
dirigia o comando. A expressão “atuais servidores sujeitos ao regime trabalhista” pode dizer respeito, sem
dúvida, a servidores que foram contratados sem realização de concurso até a data de publicação da lei, no
caso, 7 de maio de 1993. No entanto, esses servidores, se contratados antes do novo regime constitucional,
poderiam não atender os requisitos previstos no art. 19 do ADCT da Constituição, em especial o do exercício
ininterrupto por cinco anos, e, ainda assim, serem todos aproveitados como servidores estatutários. É
necessário se conferir interpretação conforme à Constituição à expressão “os atuais servidores sujeitos ao
regime trabalhista” contida no art. 1º da Lei nº 2.205 do Estado do Amazonas, de 7 de maio de 1993, para
excluir do âmbito de sua incidência os servidores que não foram admitidos por meio de concurso público e
que não estavam em exercício há pelo menos 5 anos ininterruptos na data da promulgação da Constituição da
República, nos termos do art. 19 do ADCT da Constituição Federal. 3. A Lei 2.205/93 determinou, ainda, em
seu art. 2º, a transformação dos empregos ocupados pelos então servidores da autarquia em cargos públicos. A
segunda parte da disposição (“mantidas as atuais situações funcionais de seus titulares, que passam a ser
regidas pela Lei nº 1.762/86”) acabou por vincular a transformação à consequente titularização desses cargos
pelos servidores beneficiários da modificação do regime. Essa transposição automática equivale ao
aproveitamento de servidores, ainda que não concursados, em cargos efetivos, nos quais a investidura se devia
dar, conforme a atual Constituição, mediante prévia submissão de tais servidores a concurso público, seja
aquele previsto no art. 37, inciso II, de seu texto permanente, seja o concurso para fins de efetivação
mencionado no § 1º do art. 19 do ADCT. 4. Mesmo os celetistas estabilizados pela regra do art. 19 do ADCT,
e agora amparados pelo regime estatutário, não poderiam titularizar cargo de provimento efetivo sem a
aprovação em concurso ao qual se refere o § 1º do art. 19 do ADCT. Esses possuem apenas o direito de
permanecer na função para as quais foram admitidos, somente vindo a adquirir efetividade no cargo quando se
submeterem a certame público. A interpretação a ser conferida ao art. 2º deve ser mais restritiva que a
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atribuída ao art. 1º da lei estadual, devendo-se excluir do âmbito de incidência da expressão “mantidas as
atuais situações funcionais de seus titulares, que passam a ser regidas pela Lei nº 1.726/86”, contida no art. 2º
da Lei estadual nº 2.205/93, os servidores que não tenham se submetido ao concurso público previsto no art.
37, II, da Constituição Federal, ou ao concurso para fins de efetivação referido no § 1º do art. 19 do ADCT. 5.
Igual interpretação conforme à Constituição deve ser conferida aos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei 2.205/93,
restringindo-se o âmbito de sua incidência apenas àqueles servidores concursados. Não é cabível assegurar
aos servidores não concursados – inclusive os estáveis na forma do art. 19 do ADCT que não realizaram
concurso de efetivação (§ 1º) – a concessão de vantagens e deveres próprios dos servidores públicos
ocupantes de cargos efetivos. 6. Considerando-se que a lei combatida está em vigor há mais de 28 anos e
que, provavelmente, muitos dos servidores admitidos até sua edição estão, atualmente, recebendo
proventos de aposentadoria, ou seus dependentes, pensões por morte, hão de se modular os efeitos da
decisão, com fundamento no art. 27 da Lei 9.868/99, para se conferir ao julgado efeitos ex nunc, ficando
expressamente ressalvados dos efeitos da decisão os servidores que já estejam aposentados e aqueles
que, até a data de publicação da ata deste julgamento, tenham preenchido os requisitos para a
aposentadoria. Precedentes. 7. Ação julgada parcialmente procedente.
(ADI 3636, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 11-10-2021, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-249 DIVULG 17-12-2021 PUBLIC 07-01-2022)
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigos 1º e 2º da Lei nº 6.697 do Estado do Rio Grande do
Norte. Permanência no cargo de servidores contratados por prazo determinado e sem a realização de certame
público. Vício de iniciativa. Violação do princípio do concurso público (art. 37, II, CF/88). Ação julgada
procedente. 1. Os arts. 1º e 2º da Lei nº 6.697 do Estado do Rio Grande do Norte asseguraram a permanência
dos servidores da Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte admitidos em caráter temporário
entre o período de 8 de janeiro de 1987 a 17 de junho de 1993 sem a prévia aprovação em concurso público,
tornando ainda sem efeitos os atos de direção da universidade que, de qualquer forma, importassem em
exclusão desses servidores do quadro de pessoal. 2. A proposição legislativa decorreu de iniciativa
parlamentar, tendo sido usurpada a prerrogativa conferida constitucionalmente ao chefe do Poder Executivo
quanto às matérias afetas ao regime jurídico dos servidores públicos (art. 61, § 1º, inciso II, alíneas c, da
CF/88). Precedentes. 3. Ofensa, ainda, ao princípio do concurso público (art. 37, II, CF/88), haja vista a
estabilização de servidores contratados apenas temporariamente. O art. 19 do ADCT concedeu estabilidade
excepcional somente aos servidores que, ao tempo da promulgação do texto, estavam em exercício há mais de
cinco anos. Precedentes. 4. Modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, nos termos do art.
27 da Lei nº 9.868/99, para dar efeitos prospectivos à decisão, de modo a somente produzir efeitos a partir de
doze meses, contados da data da publicação da ata de julgamento, tempo hábil para a realização de concurso
público, a nomeação e a posse de novos servidores, evitando-se, assim, prejuízo à prestação do serviço
público de ensino superior na Universidade Regional do Rio Grande do Norte (URRN). Ademais, de forma
semelhante ao que realizado por esta Corte na ADI nº 4.876/MG, ficam ressalvados dos efeitos desta
decisão os servidores que já estejam aposentados e aqueles que, até a data de publicação da ata deste
julgamento, tenham preenchido os requisitos para a aposentadoria, exclusivamente para efeitos de
aposentadoria. 5. Ação direta julgada procedente.
(ADI 1241, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 22-09-2016, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 02-08-2017 PUBLIC 03-08-2017)
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de aposentadoria, o que não implica efetivação nos cargos ou convalidação da lei inconstitucional para esses
servidores, uma vez que a sua permanência no cargo deve, necessariamente, observar os prazos de modulação
acima; (b) os que foram nomeados em virtude de aprovação em concurso público, imprescindivelmente, no
cargo para o qual foram aprovados; e (c) a estabilidade adquirida pelos servidores que cumpriram os
requisitos previstos no art. 19 do ADCT da Constituição Federal. 5. Ação direta julgada parcialmente
procedente.
(ADI 4876, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 26-03-2014, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)
Como se pode ver, o STF tem determinado não só a modulação dos efeitos para
ressalvar os casos dos servidores inativos e dos pensionistas mas também garantido os direitos
daqueles servidores ainda em atividade, que já preencheram os requisitos para a concessão da
aposentadoria.
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608482/RN, Pleno, Relator Ministro Teori Zavascki, DJe de 30.10.2014) que “os princípios da segurança
jurídica ou da proteção da confiança legítima não podem justificar a manutenção no cargo de candidato
admitido sem concurso público”, conforme tese de repercussão geral firmada no julgamento do último
precedente mencionado. 2. Publicada a decisão monocrática em que se julgou procedente o pedido de corte
rescisório ajuizado pelo Município, os agravantes informam, em agravo, a ocorrência de uma exoneração e
duas aposentadorias. Tais atos administrativos foram praticados em datas anteriores à da decisão de mérito,
mas não informados tempestivamente, de modo que a decisão agravada não poderia considerá-los. De
qualquer sorte, a decisão monocrática continha transcrição, ainda que por outros motivos, da ementa
da ADI nº 4876/MG, Pleno, Relator Ministro Dias Toffoli, DJe de 27.6.2014, na qual consta que, muito
embora indeclinável a declaração de inconstitucionalidade de nomeações sem concurso, “ficam (...)
ressalvados dos efeitos da decisão (a) aqueles que já estejam aposentados e aqueles servidores que, até a
data de publicação da ata deste julgamento, tenham preenchido os requisitos para a aposentadoria,
exclusivamente para efeitos de aposentadoria, o que não implica efetivação nos cargos ou convalidação
da lei inconstitucional para esses servidores”. Tal entendimento é plenamente aplicável à presente hipótese.
3. Agravo regimental conhecido e provido, para ressalvar a aplicação do entendimento firmado na ADI nº
4876/MG aos atos de aposentadoria dos ex-servidores.
(AR 2047 AgR, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 02-05-2022, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-088 DIVULG 06-05-2022 PUBLIC 09-05-2022)
Vale ainda transcrever trecho elucidativo do voto do Min. Gilmar Mendes no julgamento
do citado RE nº 1.336.979-RJ, no qual demonstra a importância do respeito aos princípios da segurança
jurídica e da boa-fé:
(...) O tema da segurança jurídica é pedra angular do estado de direito sob a forma de proteção da
confiança. É o que destaca Karl Larenz, in verbis: “O ordenamento jurídico protege a confiança suscitada
pelo comportamento do outro e não tem mais remédio que protegê-la, porque poder confiar (...) é
condição fundamental para uma pacífica vida coletiva e uma conduta de cooperação entre os homens e,
portanto, da paz jurídica. (Derecho Justo Fundamentos de Ética Jurídica. Madri. Civitas, 1985, p. 91).
Constata-se, no caso concreto, a existência de uma situação jurídica duradoura e uma inevitável
expectativa de estabilidade e segurança jurídica para o recorrido, tendo se passado mais de vinte anos do
seu ato de aposentadoria. Registro que em diversas oportunidades já me manifestei pela possibilidade
de mitigação dos efeitos de atos inconstitucionais em prol de razões de segurança jurídica. Em tais
ocasiões, ressaltei a necessidade da comprovação da boa-fé daqueles que se beneficiaram da situação
inconstitucional decorrente da dúvida plausível acerca da solução da controvérsia.
(...)
Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:
"Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Direito Administrativo. 3. Investigação de agente
investido em função pública sem prévia realização de concurso. Ausência, por mais de 20 anos,
de impugnação pelo ente público. 4. Necessidade de flexibilização dos efeitos do ato inconstitucional, em
respeito aos princípios da boa-fé e da segurança jurídica. Precedentes. 5. Inexistência de argumentos
capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Negado provimento ao agravo regimental, sem majoração da verba
honorária."
(RE 1.165.280 AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 8.9.2021)
Como visto, é cediço que STF tem privilegiado a segurança jurídica, a boa-fé e as
situações consolidadas há muito tempo, optando por conferir efeito ex nunc (a partir da publicação da
ata da sessão ou mesmo data futura) às suas decisões, ressalvando, assim, os servidores já
aposentados, aqueles com direito à aposentadoria e os pensionistas.
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O próprio CNJ, em caso de provimento originário de cargo público sem concurso após a
Constituição de 1988 que reputa "gravíssimo, grosseiro, manifesto e evidente, mormente por violar
expressamente a Constituição Federal", não sujeitos à decadência, nulos e incapazes de produzir quaisquer
efeitos desde sua origem, cuida de ressalvar os casos dos servidores aposentados, bem como daqueles
servidores ainda em atividade que já preencheram os requisitos para a concessão da aposentadoria,
mesmo entendendo pela inaplicabilidade de decadência para anulação de provimento de cargo sem
concurso público depois da CF/1988:
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(PCA 0001443-69.2007.2.00.0000, rel. Conselheiro Felipe Locke Cavalcante, por maioria, 63ª sessão
ordinária, julgamento em 27/05/2008, sem realce no original).
Dessa forma, como o Colendo CNJ não indicou de modo expresso a forma de
cumprimento da sua decisão, na perspectiva inicialmente proposta de apresentar um plano de
execução da decisão, informando sobre as medidas adotadas, este Tribunal de Justiça deve efetuar o
cumprimento da decisão suprindo as eventuais lacunas orientado na jurisprudência do STF e do
próprio CNJ, ou seja, efetuando seu cumprimento ressalvando os servidores que, na data da
publicação da decisão, já se encontravam aposentados, com direito à aposentadoria e os pensionistas.
Frise-se que isso não implica convalidação dos atos desconstituídos, conforme
jurisprudência citada (ADI 4876, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, publicado em 01/07/2014; AR
2047 AgR, Rel. Rosa Weber, Tribunal Pleno, publicado em 09/05/2022).
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O julgamento da ADI 5.510/PR foi então suspenso quando 5 (cinco) ministros votavam
pela parcial procedência, acompanhando o Relator, sendo que o Min Fachin votou por promover, ainda, a
modulação dos efeitos da decisão em maior extensão, e 4 (quatro) pela improcedência, acompanhando o
Min. Toffoli, totalizando o placar de 6 votos a 5, fixando a seguinte tese:“[a] equiparação de carreira de
nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada pelo art. 37, II, da CF/88”.
(i) para que a decisão produza efeitos a partir de 2 (dois) anos contados da publicação da
ata deste julgamento;
(ii) para preservar os atos praticados pelos servidores investidos irregularmente no cargo
de Auditor Fiscal, inclusive nesse período de 2 (dois) anos;
(iii) para congelar, na data da publicação da ata deste julgamento, o valor nominal
das remunerações dos servidores afetados pela decisão, até que a diferença recebida com base na lei
ora declarada inconstitucional seja absorvida por aumentos futuros; e
(iv) para preservar as situações até aqui consolidadas exclusivamente para fins de
aposentadoria, ou seja, os aposentados e os indivíduos que implementaram os requisitos para a
aposentadoria até a data da publicação da ata deste julgamento.
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EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. TRANSPOSIÇÃO. PROVIMENTO
DERIVADO DE CARGOS PÚBLICOS. AUDITORES FISCAIS. ART. 37, II, DA CARTA FEDERAL.
CONCURSO PÚBLICO. INOBSERVÂNCIA. ARTS. 156, I, II e III, DA LEI COMPLEMENTAR Nº
92/2002 E AO ART. 150, I, II e III, DA LEI COMPLEMENTAR Nº 131/2010, AMBAS DO ESTADO DO
PARANÁ. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. PROCEDÊNCIA PARCIAL.
SEGURANÇA JURÍDICA. MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS DO ACÓRDÃO EM MAIOR
EXTENSÃO.
1. Ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, proposta pelo Procurador-Geral da
República, em face dos arts. 150, I a VI e § 1°, e 156 da Lei Complementar nº 131, de 29.09.2010, e dos arts.
156, I a VI e § 2°, e 157 da Lei Complementar nº 92, de 05.07.2002, ambas do Estado do Paraná. As normas
dispuseram sobre a reestruturação da carreira de Agente Fiscal da Coordenação da Receita do Estado do
Paraná.
2. Nos termos do art. 27 da lei n.º 9.868/99 que autoriza, por razões de segurança jurídica ou
excepcional interesse social, a restrição dos efeitos da declaração de sua inconstitucionalidade, modulo
os efeitos da decisão (i) para que produza efeitos a partir de 2 (dois) anos contados da publicação da Ata deste
julgamento; (ii) para preservar os atos praticados pelos servidores investidos irregularmente no cargo de
Auditor Fiscal, inclusive nesse período de 2 (dois) anos; (iii) para congelar, na data da publicação da Ata
deste julgamento, o valor nominal das remunerações dos servidores afetados pela decisão, até que a
diferença recebida com base na lei ora declarada inconstitucional seja absorvida por aumentos
futuros; (iv) para preservar as situações até aqui consolidadas exclusivamente para fins de
aposentadoria, ou seja, os aposentados e os indivíduos que implementaram os requisitos para a
aposentadoria até a data da publicação da Ata deste julgamento e, divergindo do Relator, modulo em
maior extensão os efeitos da decisão, de modo a também (v) preservar as promoções concedidas na vigência
das Leis Complementares nº 92/2002 e 131/2010 do Estado do Paraná, como também para preservar o quadro
funcional dos agentes fiscais 3 que tiveram seus cargos transformados em auditores fiscais e os atos por eles
executados.
3. Pedido na ação direta de inconstitucionalidade julgado parcialmente procedente, para conferir interpretação
conforme à Constituição ao art. 156, I, II e III, da Lei Complementar nº 92/2002, e ao art. 150, I, II e III, da
Lei Complementar nº 131/2010, ambas do Estado do Paraná, de modo a afastar qualquer aplicação que
possibilite a investidura de outrora ocupantes do cargo de Agente Fiscal 3 (AF-3) em cargo de Auditor Fiscal.
Modulação de efeitos em maior extensão.
(ADI 5510, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON FACHIN, Tribunal Pleno,
julgado em 05-06-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 07-08-2023 PUBLIC 08-08-2023)
Ementa: Direito Administrativo. Ação Direta. Leis Estaduais que concedem ao servidores não aprovados em
concurso público os mesmos direitos e deveres dos servidores estatutários e permitem a transposição de
cargos. 1. Ação direta em que se discute a constitucionalidade dos arts. 5º, §4º e 52, §1º, ambos da Lei
Estadual nº 2.065/1999 e do art. 302, parágrafo único, da Lei Estadual nº 1.102/1990, todas do Estado de
Mato Grosso do Sul, que possibilitam a concessão de vantagens, direitos e deveres dos servidores públicos
efetivos a integrantes dos quadros de pessoal suplementar, especial e celetistas, não aprovados em concurso
público, bem como autorizam a designação de servidores para ocupar outros cargos que integrem sua
categoria funcional, desde que comprovem estar habilitados ou capacitados profissionalmente para exercer as
atribuições do novo cargo. 2. O art. 5º, §4º, da Lei Estadual nº 2.065/1999, ao permitir que servidores
habilitados ou capacitados ocupem outros cargos dentro da sua categoria, promove ascensão
funcional, situação vedada pelo art. 37, II, da Constituição. Infringência da Súmula Vinculante nº 43 do STF
“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido”. 3. O art. 52, §1º da Lei Estadual nº 2.065/1999 e o art. 302, parágrafo único, da Lei nº 1.102/1990
autorizam a concessão de todos os direitos e deveres dos servidores estatutários aos membros dos quadros
suplementar e especial, não necessariamente aprovados em concurso público, em violação ao art. 37, II, da
Constituição e art. 19, §1º, do ADCT. Precedentes. 4. As leis em exame vigoram por mais de 20 (vinte)
anos, com presunção formal de constitucionalidade. Nesse contexto, a atribuição de efeitos retroativos à
declaração de inconstitucionalidade promoveria ônus excessivo e indesejável aos servidores regulados
pelas normas impugnadas. 5. Modulação dos efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade,
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de modo a que produza efeitos somente a partir da data da publicação da ata de julgamento. 6. Ação
direta julgada procedente, com efeito ex nunc.
(ADI 4143, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 23-08-2019, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019)
Por fim, frise-se que o próprio CNJ reconhece "a existência de uma legítima expectativa
de proteção da boa-fé de servidores que há décadas estão em atividade, em uma situação funcional
amparada por uma lei estadual não declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário" não se podendo
negar que, apesar da necessidade de concurso público específico como forma de ingresso no serviço
público ser princípio constitucional, a boa-fé e a segurança jurídica também o são, demandando
assim "a necessidade de harmonização prática, de modo que a solução não pode se dar a partir da
lógica do tudo ou nada, mas antes deve ser buscada através da harmonização dos princípios colidentes,
por meio do balanceamento e da ponderação.". Veja-se:
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5. Situação análoga de ponderação já foi apreciada pelo STF nos julgamento dos EMB .DECL. NOS
EMB.DECL. E M MANDADO DE SEGURANÇA 27.673 DF, referente a servidores do TJGO que haviam
ingressado no serviço público depois da promulgação da CF/88 e cuja exoneração havia sido determinada
pelo CNJ. Naquele julgado, após inicialmente ter mantido a decisão do CNJ que determinava a exoneração
dos servidores, entendeu a Suprema Corte ser necessário modular os efeitos da decisão em nome da proteção
da boa-fé dos servidores e da segurança jurídica.
6. No caso em tela, presente a boa-fé dos servidores, que ingressaram no serviço público antes da CF/88 e
permaneceram trabalhando no Poder Judiciário da Bahia por décadas, confiando em uma Lei Estadual
publicada em 1994 e que até hoje está vigente. Dadas as circunstâncias concretas, violaria a proporcionalidade
a exoneração de servidores que passaram a vida laborando na Justiça baiana, já em uma fase da vida que não
conseguirão se recolocar no mercado de trabalho.
7. Recursos conhecidos e, no mérito, providos para reconhecer a boa-fé dos servidores e manter a
validade dos atos inconstitucionais em relação a eles.
(PP nº. 0002182-27.2016.2.00.0000, Plenário, Conselheiro Márcio Luiz Coelho de Freitas, Jul. 15/09/2023)
Cabe destacar que o caso acima muito se assemelha ao ocorrido no TJ-PI, uma vez
que existe uma legítima expectativa de proteção da boa-fé de servidores que há décadas estão em
atividade, em uma situação funcional amparada por uma lei estadual nunca declarada
inconstitucional pelo Poder Judiciário.
Nessa perspectiva, com relação aos servidores que ainda não preenchiam os
requisitos para aposentadoria na data da publicação do julgamento do PP nº 0008609-
69.2018.2.00.0000, mesmo realizando-se o reenquadramento para fins de cumprimento
do decisum, conforme orienta o mais atual entendimento do Supremo proferido na ADI 5.510/PR,
o Tribunal de Justiça do Piauí deve congelar o valor nominal das remunerações até que a diferença
recebida seja absorvida por aumentos futuros ou que advenha decisão judicial do STF ou do CNJ
em sentido contrário, sem que isso implique convalidação dos atos desconstituídos (ADI 4876, Rel.
Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, publicado em 01/07/2014; AR 2047 AgR, Rel. Rosa Weber, Tribunal
Pleno, publicado em 09/05/2022).
É que, assim como na questão que fora objeto de análise no bojo da ADI 5.510/PR, os
servidores foram admitidos por meio de concurso público e reenquadrados por iniciativa da
Administração, visando a reestruturação da carreira e melhoria da situação funcional dos
servidores, por meio de leis e atos de enquadramento há mais de 20 ou de 15 anos, leis essas que não
tiveram sua constitucionalidade sequer questionada perante o Poder Judiciário, o que isenta
totalmente os servidores beneficiados de qualquer alegação de má-fé.
(ADI 3551, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-206 DIVULG 18-08-2020 PUBLIC 19-08-2020)
No julgamento da ADI nº 3.551/GO, o Plenário, seguindo voto do relator, Ministro Gilmar Mendes, decidiu
por modular os efeitos da decisão de modo a garantir que os servidores não tenham diminuição nos seus
vencimentos, devendo os valores recebidos com base nos atos infralegais editados com base nos artigos
declarados inconstitucionais ser pagos como vantagem pessoal nominalmente identificável – VPNI, até que o
valor seja absorvido por aumentos futuros ou até que lei venha a dispor sobre tais gratificações.
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigos 46 e 57-C da Lei Complementar nº 15/80 do Estado
do Rio de Janeiro, com a redação dada pela Lei Complementar Estadual nº 111/06. Lei Orgânica da
Procuradoria do Estado. Integralidade e paridade. Abono de permanência x benefício de permanência.
Idêntica natureza e nome distinto. Inconstitucionalidade material das normas. Modulação dos efeitos.
Procedência do pedido.
1. A partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o regime próprio dos servidores
públicos deixou de ser caracterizado pela integralidade e paridade. Essas garantias ficaram restritas às regras
de transição estampadas no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/03 e nos arts. 2º e 3º da Emenda
Constitucional nº 47/05, cuja incidência deve ser observada. Há nítida intenção no art. 46 da Lei
Complementar Estadual nº 15/80, com a redação dada pela Lei Complementar Estadual nº 111/06, de se
frustar o desígnio das reformas previdenciárias instituídas pelas Emendas Constitucionais nºs 20/98, 41/03 e
47/05, restabelecendo a sistemática anterior às ditas reformas. Inconstitucionalidade material configurada.
2. A norma do § 19 do art. 40 da Constituição Federal criou um abono de permanência de caráter transitório
para o servidor que preenchesse os requisitos para a aposentadoria voluntária mas que permanecesse em
atividade, o qual seria “até completar as exigências para aposentadoria compulsória”. O dispositivo fixou
também a base de cálculo do referido abono, devendo ser “equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária”. Diante disso, não pode a lei estadual criar benefício com a mesma natureza, mas com nome
distinto, desrespeitando a transitoriedade e os valores já especificados na Constituição Federal.
3. O nominado “benefício de permanência”, previsto na legislação estadual, da forma descaracterizada como
foi criado pelo legislador fluminense, reveste-se de natureza permanente, como se fosse espécie de
gratificação, sendo incompatível com a fórmula de parcela única do subsídio (art. 39, § 4º, da CF/88).
4. Modulação dos efeitos da decisão com respaldo no art. 27 da Lei nº 9.868/90, para determinar que os
valores recebidos com base nas normas ora declaradas inconstitucionais passem a ser pagos como
vantagem nominalmente identificada (VPNI) até que os respectivos valores sejam absorvidos por
aumentos futuros, na esteira do que foi decidido pela Corte na ADI nº 3.551, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 29/6/20, publicado em 19/8/20.
5. Pedido julgado procedente.
(ADI 3725, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 22/04/2022, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-081 DIVULG 28-04-2022 PUBLIC 29-04-2022)
Portanto, embora a desconstituição dos atos operada pelo CNJ tenha de fato
alcançando inclusive atos praticados há mais de 20 (vinte) anos, como o CNJ não indicou de modo
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Logo, para a execução do referido Acórdão, além de preservar as situações até aqui
consolidadas para fins de aposentadoria, na forma delineada no item anterior, mesmo com o
reenquadramento dos servidores atingidos nos cargos e nas carreiras ocupados antes dos atos que
promoveram "ascensões/transposições funcionais de carreiras de nível médio para carreiras de nível
superior", esta SJP entende que, em relação aos servidores que ainda não preenchiam os requisitos
para aposentadoria na data da publicação do julgamento, o TJ-PI deve, para cumprir a decisão:
É
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É que a elevação de requisito de escolaridade do cargo de Oficial de Justiça feita pela Lei
Complementar nº 115/2008 apenas atendeu ao disposto na Resolução CNJ nº 48, de 18 de dezembro de
2007, que ditou o seguinte: “Art. 1º Determinar aos Tribunais que passem a exigir, como requisito para o
provimento do cargo de Oficial de Justiça, a conclusão de curso superior, preferencialmente em Direito.”,
concedendo o prazo de 60 (sessenta) dias, para os Tribunais adotarem as providências necessárias ao
atendimento da Resolução.
Defendem que o CNJ teria falsa premissa quanto à “Íntima Semelhança” do caso tratado
no julgamento do RE 740.008-RR (Tema nº 697) pois, no caso paradigma, o STF considerou como
transposição de cargos inconstitucional a equiparação remuneratória entre os dois cargos de Oficial de
Justiça então existentes em Roraima, um de nível médio e um de nível superior. Já no caso do TJ-PI, na
origem, havia apenas um cargo/categoria de Oficial de Justiça, o qual se manteve exatamente com as
mesmas atribuições, designação, natureza e com o mesmo nível de escolaridade;
Ao apreciar caso semelhante (AgRg no Rcl 56.367-RS, 1ª Turma, rel. Min. Cármen
Lúcia, unânime, DJe 23/11/2022) o STF entendeu que a mera elevação de escolaridade do cargo de Oficial
de Justiça não constitui transposição, não violando a Súmula Vinculante nº 43.
Recorda que o legislador federal, mais de uma vez, mantendo as mesmas atribuições,
elevou a escolaridade de cargo público federal, sem que houvesse nenhum questionamento de
constitucionalidade, como nos casos da Lei nº 9.266/1996, que transformou os cargos de Agente da Polícia
Federal e Escrivão de Polícia Federal, antes de nível médio, em cargos de nível superior e da Lei nº
9.654/1998, que exigiu nível superior para o cargo de Policial Rodoviário Federal, antes de nível médio.
Ao final, após citar diversos outros precedentes do STF, requer o reconhecimento de que
essa categoria de servidores públicos não foi alcançada pela respeitável decisão do CNJ.
Pois bem. Em primeiro lugar, , em relação ao caso dos Oficiais de Justiça, importa
ressaltar que o CNJ, ao proferir o Acórdão de julgamento do PP nº 0008609-69.2018.2.00.0000,
julgou procedente o pedido para desconstituir, no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí,
os enquadramentos de servidores de nível médio para nível superior realizados pela Lei
Complementar nº 115/2008, que transformou cargos de Atividade Intermediária em Analistas
Judiciários, como "Oficial de Justiça e Avaliador que, conforme art. 66–II e III, foram transformados
no cargo de Analista Administrativo do grupo funcional de Analista Judiciário". Veja-se:
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"Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para desconstituir, no âmbito do Tribunal de Justiça do
Estado do Piauí, os seguintes enquadramentos de servidores de nível médio para nível superior realizados
pelas:
i) pela Lei nº 5.237/2002, que determinou o enquadramento de dois cargos de nível intermediário em cargo de
nível superior (Assistentes Técnicos Administrativos passaram a Assessor Técnico Administrativo, PJ/AS –
Atividade Superior Judiciária; e os cargos de Escrivão Judicial de 1ª, 2º ou 3º entrância foram transformados
em Escrivão Judicial, PJ/AS – Atividade Superior Judiciária);
ii) pela Lei nº 5.237/2002, que determinou que os cargos de Oficial de Justiça e Avaliador e Escrevente
Cartorário de 4ª Entrância passassem a ser privativos de portador de curso superior;
iii) pela Lei Complementar nº 115/2008, que transformou alguns cargos de Atividade Intermediária em
Analistas Judiciários, como os cargos de Assistente Judiciário, de Escrevente Cartorário de 1ª, 2ª e 3ª
entrâncias, de Oficial de Justiça e Avaliador que, conforme art. 66–II e III, foram transformados no
cargo de Analista Administrativo do grupo funcional de Analista Judiciário; e
iv) pelas Leis nº 6.582/2014 e nº 6.585/2014, que alteraram a Lei Complementar nº 115/2008 para incluir no
rol dos cargos transformados no grupo funcional de Analista Judiciário os Oficiais Judiciários e os Atendentes
Judiciários com diploma de curso superior."
(negritou-se)
Ocorre que o art. 66, II e III, da Lei Complementar nº 115/2008 assim previu:
"Art. 66. Observado o limite do art. 65, ficam transformados, na forma do Anexo I, em cargos do grupo
funcional de Analista Judiciário, os seguintes cargos da antiga atividade Judiciária Intermediária – PJ/AI:
I - Oficial de Justiça e Avaliador de 1ª, 2ª, 3ª entrâncias, em Oficial de Justiça e Avaliador;
II - de Escrevente Cartorário de 1ª, 2ª, 3ª entrâncias, em Analista Judicial;
III - Assistente Judiciário, em Analista Administrativo;
IV - Taquígrafo Judiciário, em Taquígrafo.
V – os Atendentes Judiciários com diploma de curso superior (Incluído pela Lei Ordinária Nº 6.585, de
23.09.2014)
VI – os Oficiais Judiciários (antigos Contadores, Partidores e Distribuidores Gerais, com como antigos
Avaliadores Gerais e Depositários Públicos). (Incluído pela Lei Ordinária Nº 6.582, de 23.09.2014)"
(com destaques)
Notadamente, o que ocorreu foi apenas o fim da divisão de classes de oficiais por
entrância, passando a existir apenas uma categoria de Oficiais de Justiça.
Por outro lado, a jurisprudência do Supremo, nos termos dos precedentes anteriormente
citados pelo SINDOJUS, indica a necessidade de atribuições semelhantes, congêneres, para que seja
possível o enquadramento na nova carreira. Nesse sentido o seguinte posicionamento da Corte:
Art. 65. Para o provimento dos cargos criados nesta Lei, poderão ser aproveitados os candidatos
aprovados em concurso em andamento ou já homologado e que ainda não tenha expirado sua
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validade”.
Reclamação, com requerimento de medida liminar, ajuizada por Marcelo da Silva, em 2.5.2022, contra o
seguinte julgado proferido, em sessão administrativa, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, pelo qual teria sido descumprida a Súmula Vinculante n. 43 deste Supremo Tribunal:
“RESOLUÇÃO. INSTITUIÇÃO DE REGULAMENTO DO PLANO DE CARREIRAS, CARGOS,
FUNÇÕES E REMUNERAÇÕES DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL – LEI ESTADUAL Nº 15.737/2021. APROVAÇÃO” (fl. 1, doc. 12).
2. O reclamante alega que, “[pela] decisão, ora impugnada, exarada no processo administrativo n. 0023-
22/000006-8 (Anexo 1 - Acórdão, páginas 86- 97), afronta[-se] a Súmula Vinculante 43 do STF, na medida
em que [se] autoriza o aproveitamento de candidatos aprovados em concurso de nível Médio (Oficial de
Justiça Classe O) para cargo de nível superior (Oficial de Justiça Estadual), caracterizando o
provimento derivado, o que justifica o cabimento da presente reclamação com base no art. 103-A, § 32 da
CF e no art. 988, III3 do CPC.” (fls. 2-3, doc. 1).
8. Na espécie em exame, não se comprova tenha a autoridade reclamada descumprido a Súmula
Vinculante n. 43 deste Supremo Tribunal, limitando-se a unificar o Quadro de Pessoal dos servidores do
Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, exigindo níveis de escolaridade iguais para o cargo de Oficial
de Justiça, a dizer, Oficial de Justiça Estadual e Oficial de Justiça Classe O.
Não se vislumbra contrariedade à Súmula Vinculante n. 43 deste Supremo Tribunal. Não se comprova ter
ocorrido, na espécie, “provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso
público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”,
como vedado pela Constituição da República.
Ao final, entendeu que "não se demonstrou ter havido investidura de servidor em cargo
diverso daquele para o qual tenha prestado concurso público", não havendo que se cogitar de
contrariedade à Súmula Vinculante n. 43 do Supremo.
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Art. 1º Determinar aos Tribunais que passem a exigir, como requisito para provimento do cargo de
Oficial de Justiça, a conclusão de curso superior, preferencialmente em Direito.
Art. 1º-A Deverão os Tribunais de Justiça dos Estados em que a legislação local disciplinar de forma diversa
do artigo 1º desta resolução quanto à escolaridade mínima para o provimento de cargos de oficial de justiça
encaminhar projeto de lei, no prazo de 90 (noventa) dias, contados da republicação desta resolução, para
adequação ao fixado nesta, ficando vedado o envio de projeto de lei para fixação de critério diverso do nela
estabelecido.
Art. 2º Os Tribunais deverão, no prazo de 60 (sessenta) dias, informar as medidas adotadas para cumprimento
da presente resolução.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
"No julgamento da ADI 4.233-BA, embora o Supremo Tribunal Federal tenha se dividido, ficou claro que a
igualdade ou semelhança de atribuições dos cargos é traço distintivo para separar “reestruturação”
administrativa de “transposição”, conforme se pode ver a seguir:
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Confirmando que o traço distintivo entre a “reestruturação” administrativa (que é constitucional) da
“transposição” (que é inconstitucional) reside não manutenção ou pequena alteração das atribuições dos
cargos, como fica claro pelo voto divergente vencedor do Ministro Alexandre de Moraes, in verbis:
“No presente caso, contudo, observo que a exigência de curso superior para os novos candidatos
ao cargo de Agente de Tributos Estaduais configura simples reestruturação da administração
tributária estadual, fundada na competência do Estado para organizar seus órgãos e
estabelecer o regime aplicável ao seus servidores, da qual não decorre, em linha de princípio,
qualquer inconstitucionalidade (ADI 4.883, Rel. Min. EDSON FACHIN, Pleno, DJe de 28/5/2020;
ADI 4.303, Rel. Min. CARMEN LUCIA, Tribunal Pleno, DJe de 28/8/2014; ADI 1.561 MC, Rel.
Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 28/11/1997; e ADI 1.591, Rel. Min. OCTAVIO
GALLOTTI, Tribunal Pleno, DJ de 30/6/2000). No ponto, cumpre destacar a seguinte passagem da
manifestação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (peça 21):
Depois, no julgamento de ADI contra leis do Estado de Tocantins, o Supremo Tribunal Federal esclareceu
que o essencial é a similitude de atribuições dos cargos, para que se tenha “reestruturação administrativa”
sem burla ao princípio do concurso, conforme seguinte julgado:
Ainda no mesmo sentido, entendendo haver “reestruturação” e não transposição nos casos em que o legislador
unifica cargos de atribuições semelhantes, mesmo com elevação de escolaridade de um deles, as seguintes
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decisões do Supremo Tribunal Federal: ADIMC 1.561-SC, rel. Min. Sydney Sanches, unânime, DJU
28/11/1997; ADI 4.883-MS, rel. Min. Edson Fachin, unânime, DJe 28/05/2020; ADI 7.081-BA, rel. Min.
Edson Fachin, unânime, DJe 23/11/2022.
Esse entendimento foi reafirmado pela unanimidade do Supremo Tribunal Federal, no recentíssimo
julgamento conjunto das ADIs 4.151-DF, 4.616-DF e 6.966-DF, no qual declarou a constitucionalidade da
transformação do cargo de Técnico do Tesouro Nacional (de nível médio) no cargo de Técnico da
Receita Federal (de nível superior) e por fim no cargo de Analista Tributário da Receita Federal
(especificamente, no julgamento da ADI 4.616-DF), na forma do seguinte julgado:
13. Desse modo, se existe “reestruturação” quando são unificados cargos de atribuições semelhantes com
requisitos de escolaridades distintos, com mais razão se deve considerar “reestruturação” a reunião de
cargos de Oficial de Justiça e Avaliador do Estado do Piauí de nível médio com o cargo de igual
designação de nível superior, já que esses cargos sempre tiveram as mesmas atribuições e tinham a
mesma escolaridade até a vigência da Lei nº 5.545/2006, a partir da qual passaram a existir cargos de
Oficial de Justiça e Avaliador de nível médio (1ª, 2ª e 3ª entrâncias) e nível superior em qualquer área (4ª
entrância), logo (repita-se) a transformação realizada pela Lei Complementar nº 115/2008 – que unificou o
requisito de escolaridade para curso superior em Direito, independentemente da entrância – constitui
“reestruturação” e não transposição
Confirmando isso, especificamente em caso em que lei estadual elevou a escolaridade exigida para o cargo de
Oficial de Justiça, de nível médio para nível superior, possibilitando o aproveitamento dos candidatos
aprovados em concurso público em que se exigia escolaridade de nível para nomeação no cargo de nível
superior, o Supremo Tribunal Federa tem entendido que não viola a súmula vinculante nº 43, conforme o
seguinte julgado:
No seu voto, inclusive recorrendo ao Parecer da Procuradoria-Geral da República, a relatora esclarece que a
mera elevação de escolaridade do cargo de Oficial de Justiça não constitui transposição, não violando
então a súmula vinculante nº 43. Disse a relatora:
“ (…)
15. Por conseguinte, não está caracterizado o alegado provimento derivado. A situação descrita
reflete, tão somente, momento de transição entre duas disciplinas legais, quando a norma legal
superveniente, embora modificando a exigência para o ingresso de novos oficiais de justiça nos
quadros da justiça estadual, preservou o contexto fático e temporal da existência de concurso
prévio finalizado e homologado, com candidatos aprovados na conformidade das regras antigas,
aguardando nomeação, dentro do prazo de vigência. regulou positivamente o aproveitamento do
resultado do certame anterior, igualmente positivando a modificação, para o futuro, da nova
exigência de escolaridade para a carreira.
16. Esta providência da nova legislação, ao contrário de agredir o princípio do concurso público, e
consequentemente a decisão ora combatida que nela se respalda, na verdade, preserva as regras do
processo seletivo público anteriormente realizado nos moldes estritos da legalidade vigente à época
de sua realização. Assim, diversamente das alegações trazidas na Reclamação, a decisão está
congruente com a Súmula Vinculante n. 43 dessa Corte Suprema.
17. Sendo assim, não merece reparos a decisão que indefere o pleito liminar, por não vislumbrar
mácula de ilegalidade na decisão administrativa da Corte estadual, sendo bem-vinda a menção à
ADI n. 4.303 e aos demais precedentes do Supremo Tribunal Federal, em hipóteses nas quais se
reconhece a possibilidade de reestruturação de carreiras desde que mantidas as características
dos cargos, das remunerações e das atribuições correspondentes. Este entendimento enseja a
possibilidade de aproveitamento de concursos públicos anteriores, realizados, como o caso presente,
em momento de transição legislativa e/ou para os novos cargos que mantém a mesma estrutura de
complexidade e remuneração, dentro de seu prazo de validade. (...)
19. O quadro ora analisado suscita a mesma conclusão, mutatis mutandi. Não se configura ofensa ao
concurso público, não há modificação de atribuições ou remuneração entre o cargo para qual
fora realizado o concurso prévio e a nova carreira, há, tão somente, a adequação da exigência
de escolaridade, com a devida e necessária previsão do método de transição para que a
Administração Pública não sofra prejuízo da perda de todo o processo, normalmente bastante
oneroso, diga-se, da realização perfeitamente legal, daquele certame anterior, colhido pela transição
entre leis.
20. Por conseguinte, diante do quadro fático e das razões jurídicas expostas, observa-se a ausência
dos critérios e pressupostos legais que justificam o deferimento do pedido constitucional excepcional.
21. Isto posto, manifesta-se o Ministério Público Federal pela improcedência da reclamação” (doc.
21, Rcl. n. 53.185). 21. Isto posto, manifesta-se o Ministério Público Federal pela improcedência da
reclamação’ (doc. 21, Rcl. n. 53.185)”.
13.1. Aliás, deve-se frisar que a mera elevação de escolaridade de um dado cargo é prática até mesmo comum,
podendo-se mencionar, por exemplo, que o legislador federal, mais de uma vez, mantendo as mesmas
atribuições, elevou a escolaridade de cargo público federal, sem que houvesse nenhum questionamento de
constitucionalidade, como nos casos das seguintes Leis:
a) Lei nº 9.266, de 15 de março de 1996, transformou em cargos de Agente da Polícia Federal e Escrivão de
Polícia Federal, antes de nível médio, em cargos de nível superior;
b) Lei nº 9.654, de 2 de junho de 1998, que exigiu nível superior para o cargo de Policial Rodoviário Federal,
antes de nível médio.
13.2. Logo não se pode falar em “reestruturação”, quando existe unificação de cargos com significativa
diferença de atribuições e requisitos distintos de escolaridade, nesses casos sim a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal é pacífica em afastar a ocorrência de “reestruturação” e reconhece a inconstitucionalidade
das normas por burla ao princípio do concurso público, conforme os seguintes julgados: ADI 1.030-SC, rel.
Min. Carlos Velloso, unânime, DJU 13/12/1996; ADI 3.857-CE, rel. Min. Ricardo Lewandowski, por maioria,
DJe 27/02/2009; ADI 3.199-MT, rel. Min. Roberto Barroso, unânime, DJe 12/05/2020; ADI 5.406-PE, rel.
https://sei.tjpi.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=6111459&infra_siste… 39/42
12/04/2024, 14:16 SEI/TJPI - 5327285 - Parecer
Min. Edson Fachin, unânime, DJe 26/06/2020; ADI 6.853-SP, rel.ª Min.ª Rosa Weber, unânime, DJe
29/09/2022; AgRg no ARE 1.393.377-RS, 1ª Turma, rel. Min. Luiz Fux, unânime, DJe 25/10/2022.
14. Com relação à remuneração, quando o § 1º do art. 39 da CF determina que os padrões de vencimento
observem a “natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos” (inciso I) e os
“requisitos para a investidura” (inciso II), parece correto interpretar (sistematicamente) que os próprios
“requisitos para investidura” dependam da “natureza e complexidade do cargo”, afinal a investidura é
feita por concurso público cujas provas devem ser “de acordo com a natureza e complexidade do cargo”
(art. 37, II).
(...)
15. Por todo o exposto, fica evidente (com o devido respeito) o desacerto do CNJ quando considerou existente
“íntima semelhança” entre o decidido no RE 740.008-RR (tema nº 697) e a situação dos Oficiais de Justiça do
Estado do Piauí, DEVENDO-SE RECONHECER QUE ESSA CATEGORIA DE SERVIDORES PÚBLICOS
NÃO FOI ALCANÇADA PELA DECISÃO DO CNJ."
https://sei.tjpi.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=6111459&infra_siste… 40/42
12/04/2024, 14:16 SEI/TJPI - 5327285 - Parecer
Por todo o exposto e ante o evidente equívoco que incorreu o dispositivo do Acórdão
de julgamento do PP nº 0008609-69.2018.2.00.0000 ao tratar do caso dos Oficiais de Justiça e
Avaliadores, porquanto não foram incluídos no art. 66, II e III, da Lei Complementar nº 115/2008
nem tampouco transformados em Analistas Administrativos, mas mantiveram a mesma
nomenclatura e desempenharam as mesmas atribuições nas Leis nº 5.237/2002, nº 5.545/2006 e na
Lei Complementar nº 115/2008, necessário se faz reconhecer que essa categoria de servidores não foi
alcançada pela Decisão do CNJ.
III - CONCLUSÃO
recebida seja absorvida por aumentos futuros ou que advenha decisão do STF em sentido
contrário, tendo em vista a necessidade de resguardar a confiança legítima, a boa-fé
objetiva dos servidores e a segurança jurídica, nos termos da jurisprudência do STF,
seguida de envio de projeto de lei de instituição de VPNI, sem prejuízo do
reenquadramento nos cargos e carreiras ocupados anteriormente;
vi) reconhecimento de que a categoria dos Oficias de Justiça não foi alcançada pela
decisão do CNJ, porquanto não inclusos nos incisos II e III do art. 66 da Lei
Complementar nº 115/2008, mas no inciso I, e nem tampouco foram transformados em
Analistas Administrativos, consoante equivocadamente mencionado no dispositivo do
acórdão do CNJ, e em razão de sempre terem mantido mesma nomenclatura e as mesmas
atribuições legais, nos moldes albergados pela jurisprudência do STF, tendo a elevação
do requisito de escolaridade ocorrido por determinação do próprio CNJ por meio
da Resolução nº 48/2007.
Dessa forma, o TJ-PI não estará realizando "modulação dos efeitos" de uma Decisão do
CNJ, mas lhe dando fiel cumprimento, recorrendo aos parâmetros delineados pela jurisprudência do STF
uma vez que, reitere-se, a decisão não estabeleceu, de forma expressa, sua forma de execução e nem
suas consequências jurídicas e administrativas.
Frise-se, ainda, que isso não implica convalidação dos atos desconstituídos, conforme
jurisprudência do STF citada.
Documento assinado eletronicamente por Rafael Rio Lima Alves de Medeiros, Secretário Jurídico
da Presidência - SJP, em 12/04/2024, às 13:56, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
18.0.000051994-0 5327285v184
https://sei.tjpi.jus.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=6111459&infra_siste… 42/42