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Revolução dos Cravos

O movimento derrubou o regime ditatorial Salazarista, vigente desde


1933

Por
Alice Elias
Data de Publicação
25/04/2023
Editoria
Hoje na História

"A Revolução dos Cravos foi, como imprime o próprio nome, um evento revolucionário, ou
seja, um fenômeno de transformação social, política e econômica ocorrido em Portugal em
meados dos anos 70", afirma Rodrigo Pezzonia. (Arte: Alice Elias)

O dia 25 de abril marca um dos eventos mais importantes da história


de Portugal, que ocorreu em 1974. Conhecido como Revolução dos
Cravos ou Revolução de 25 de Abril, o movimento eclodiu a partir
do profundo descontentamento com o regime ditatorial do Estado
Novo de António de Oliveira Salazar, vigente desde 1933.
O Estado Novo português se consolidou em um contexto de
ascensão do fascimo e de regimes totalitários, marcados por figuras
como Adolf Hitler na Alemanha, Benito Mussolini na Itália e
Francisco Franco na Espanha. O fim da Segunda Guerra Mundial
promove o fim dos governos de Hitler e Mussolini, mas os de Franco
e Salazar não sofreram intervenção externa e se mantiveram até a
década de 1970.
A Revolução de 25 de Abril derrubou o salazarismo e deu início à
implantação de um regime democrático no país. Foi liderada por um
vasto grupo, composto por civis, exilados, políticos, artistas,
intelectuais, profissionais do próprio Estado ditatorial e,
diferentemente da maioria das revoluções, militares. Os militares,
em sua maioria capitães ligados à esquerda portuguesa, se
revoltaram contra as guerras de independência nas colônias
portuguesas na África.
Foi um evento revolucionário que resultou em muitas
transformações políticas, econômicas e sociais em Portugal, mas
também teve repercussões internacionais – como o processo de
independência das colônias portuguesas na África. No Brasil, além
de promover uma porta de ação para a militância no exílio, foi um
símbolo de esperança em meio à ditadura militar brasileira, vigente
desde 1964.
“Portugal então torna-se um espaço de contestação de brasileiros
em terras europeias. De lá, livros são publicados, protestos são
realizados, moções são editadas pela Assembleia da República
portuguesa e enviadas para o governo brasileiro, os jornais
portugueses abrem espaço para denúncias contra a ditadura
brasileira e, talvez, o mais importante, os militantes no exílio
passam a ter contato com a esquerda europeia, sobretudo a social
democrata, e, por fim, acabam por tentar transpor esta filosofia
política para o Brasil, a partir da figura de Brizola e jovens
sobreviventes da resistência armada ao regime”, afirma Rodrigo
Pezzonia, doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da USP. Confira a entrevista completa:
Serviço de Comunicação Social: O que foi a Revolução dos
Cravos, e quais as principais causas que motivaram esse
movimento?
Rodrigo Pezzonia: A Revolução dos Cravos foi, como imprime o
próprio nome, um evento revolucionário, ou seja, um fenômeno de
transformação social, política e econômica ocorrido em Portugal em
meados dos anos 70.
Este fenômeno portou algumas peculiaridades em relação a outros
movimentos revolucionários e, talvez, a mais gritante tenha sido o
fato de ser executada pelas mãos de militares, o que não seria
grande novidade dado o período em questão, sobretudo no que se
refere aos golpes militares latino-americanos, mas diferentemente
do que ocorria do outro lado do Atlântico, o MFA (Movimento das
Forças Armadas) era formado em sua maioria por capitães ligados
à esquerda portuguesa. Muitos deles, inclusive, ligados ao Partido
Comunista Português, assim como outras vertentes deste espectro
ideológico.
Para além do descontentamento popular em relação à ditadura em
si, a causa mais evidente se deu pelo processo paulatino de
descontentamentos destes militares no que se refere às guerras de
independência que ocorriam nas colônias portuguesas na África.
É importante também destacar que a Revolução não se deu apenas
pelas mãos dos militares. Personalidades civis da oposição ao
regime, muitas, inclusive, no exílio (como o caso de Mário Soares,
que mais adiante ocuparia o cargo de Primeiro-Ministro) tiveram
importância para o desenrolar do movimento.
Mas, grosso modo, personalidades ligadas a políticos, artistas,
intelectuais e profissionais oriundos do próprio Estado ditatorial,
foram atores atuantes no processo que desvelou a Revolução de 25
de Abril.
Serviço de Comunicação Social: Qual era o contexto político em
Portugal quando a Revolução teve início?
Rodrigo Pezzonia: O contexto está inserido, no meu ponto de vista,
ainda num processo de rescaldo dos acontecimentos da Europa da
primeira metade do século 20, sobretudo no que diz respeito aos
movimentos de cunho fascista que surgem a partir da década de 20,
tomam força na década de 1930, e que culmina na II Grande Guerra.
Temos que considerar que o salazarismo é oriundo desse período
histórico, já que o Estado Novo português se inicia pelas mãos de
Antônio Salazar, no ano de 1933, o que, aliás, coincide com a
ascensão de Hitler como Chanceler na Alemanha. Mussolini já
estava no poder desde a década anterior e, três anos depois de
Salazar tomar o poder, outra figura de tons fascistas, Francisco
Franco também tomaria o país vizinho, a Espanha, e seria uma
espécie de laboratório para técnicas futuramente usadas pelos
nazistas na II Guerra.
O Fim da Guerra acaba por expurgar esses governos na Alemanha
e Itália, mas, talvez pelo fato de Espanha e Portugal terem posição
discreta na guerra, beirando a neutralidade, esses governos não
tiveram intervenção externa e permaneceram ativos até a década
de 1970.
Portugal entra com Salazar em um período de forte repressão contra
os opositores do regime, encarnado, principalmente, após 1945, na
Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE).
Serviço de Comunicação Social: Quais as maiores repercussões
e consequências (inclusive culturais) desse movimento?
Rodrigo Pezzonia: Inicialmente, a Revolução apresentou um
cenário de incertezas políticas muito grande em Portugal. O
movimento que levou à Revolução era deveras fragmentado. As
vertentes da esquerda (socialistas, maoístas, stalinistas, social-
democratas, etc.) se digladiavam pela frente do regime
revolucionário, que teve 6 governos provisórios em 2 anos de
processo revolucionário.
Mas, por outro lado, a abertura cultural foi imensa a ponto de
assustar aquela sociedade basicamente rural que havia ficado
obsoleta com os 50 anos de governo salazarista. Os portugueses
tiveram acesso à música, teatro, cinema, artes plásticas e toda uma
gama de atividades artísticas que eram censuradas pelo regime
ditatorial antecedente.
E não podemos esquecer de dizer que muito dessa cultura que caíra
feito um meteoro na vida dos portugueses era oriunda do Brasil,
sobretudo a música e, claro, as telenovelas. Podemos dar como
exemplos a música que Chico Buarque compusera em homenagem
à revolução e, claro, a primeira novela tupiniquim aportada por lá –
já no período posterior ao processo revolucionário - que foi Gabriela,
Cravo e Canela, novela baseada na obra de Jorge Amado, cujo
passado como militante do Partido Comunista sempre foi notório.
Serviço de Comunicação Social: A Revolução repercutiu no
Brasil?
Rodrigo Pezzonia: A Revolução não afetou apenas Portugal.
Afetou, e muito, as esquerdas brasileiras que viram ali uma
oportunidade: por um lado, uma revolução à esquerda e
anticolonialista na porta de entrada da Europa e realizada por
militares dava esperanças para a militância no Brasil e uma porta de
ação para a militância no exílio.
Foi para Portugal que parte dos exilados brasileiros se deslocaram
após o Golpe contra Allende no Chile, ocorrido em setembro de
1973, ou seja, seis meses antes da revolução portuguesa.
Portugal então torna-se um espaço de contestação de brasileiros
em terras europeias. De lá, livros são publicados, protestos são
realizados, moções são editadas pela Assembleia da República
portuguesa e enviadas para o governo brasileiro, os jornais
portugueses abrem espaço para denúncias contra a ditadura
brasileira e, talvez, o mais importante, os militantes no exílio
passam a ter contato com a esquerda europeia, sobretudo a social
democrata, e, por fim, acabam por tentar transpor esta filosofia
política para o Brasil, a partir da figura de Brizola e jovens
sobreviventes da resistência armada ao regime (grupo ao qual
Brizola se referia como a “Turma do Gatilho”) que, já em terra
brasileira, após o fiasco em restabelecer o PTB (Partido Trabalhista
Brasileiro), criaram o PDT (Partido Democrático Trabalhista). Mais
adiante, alguns destes militantes saíram do PDT e fundaram outros
partidos, como o Partido Verde (PV) e o Partido da Social-
Democracia Brasileira (PSDB), este último que teria papel
preponderante na política brasileira, rivalizando com o Partido dos
Trabalhadores (PT) pelas próximas 3 décadas.

Rodrigo Pezzonia é graduado em História, mestre em Sociologia
pela Universidade Estadual de Campinas e doutor em História
Social pela FFLCH. É autor do livro Guarda um Cravo para Mim: os
exilados brasileiros em Portugal (Alameda, 2017) e Omissão um
Tanto Forçada: exílio e retorno em Gilberto Gil, Caetano Veloso e
Chico Buarque (Alameda, 2019). Tem experiência na área de
História e Sociologia, com ênfase em História do Brasil
Contemporâneo e Sociologia da Cultura. Atua nos seguintes temas:
Ditadura Militar, Transição Democrática, Exílios, Música Popular
Brasileira.
Fonte:
https://www.fflch.usp.br/49672#:~:text=O%20dia%2025%20de%20abril,Oliveira%2
0Salazar%2C%20vigente%20desde%201933.

Exercícios

1. (Pucpr 2023) A respeito da emergência do nazifascismo na Europa, na primeira metade do


século XX, leia o texto a seguir e assinale a alternativa CORRETA.

Durante todo período de governo de Benito Mussolini na Itália, a Europa viveu sob a ameaça
de expansão desse modelo totalitário, principalmente durante toda a década de 1930. O
modelo fascista atingiu outros países europeus como a Espanha de Francisco Franco e
Portugal de Salazar. Países de outros continentes também sofreram influências das ideias
fascistas, como o Brasil de Getúlio Vargas que demonstrou simpatia e adotou características
autoritárias em seu governo.

MATHIAS, Sônia de Lourdes Assuino. A Teoria Freudiana da Formação de Grupos Fascistas


Segundo Adorno e o Autoritarismo nas Escolas. Educação em Revista, Marília, v.17, n.1, p.91-
100, Jan.-Jun., 2016, p. 93.
a) Os governos fascistas e totalitaristas, ou que buscaram se inspirar no regime de Mussolini,
procuravam convencer a população por diversos meios, utilizando inclusive a arte, porém
sem almejar uma vigilância em massa.
b) O regime de Mussolini na Itália, sendo um regime totalitário, funda-se no culto de
personalidade do líder e relega a uma posição secundária a expansão imperialista.
c) Regimes como o de Mussolini, se afastaram das manifestações artísticas mais populares,
não buscando se apropriar dessa temática, mas sim, recusá-la totalmente em prol do
militarismo da sociedade.
d) Os regimes nazifascistas apresentavam características totalitárias, ou seja, antidemocráticas
e nacionalistas. Nesses governos, os poderes estavam concentrados no líder.
e) Uma vez que a ideia dos regimes nazifascistas é criar uma sensação de proximidade entre o
totalitarista e as massas populares, o líder acaba descentralizando o poder, para poder
dedicar-se a uma vida mais popular.

2. (Ufgd 2023) [...] Instauradas na sequência de processos de democratização e da


emergência de movimentos feministas; e num quadro geral de aumento significativo da
presença das mulheres no mercado de trabalho, todas estas Ditaduras reafirmaram no campo
ideológico e político a apologia do "regresso ao lar", a glorificação da "maternidade" e de um
certo modelo de "família" enquanto função primordial [...].

COVA, Anne; PINTO, António Costa. O salazarismo e as mulheres: uma abordagem


comparativa. Penélope, Lisboa, Portugal, 17, 1997, 71-94 (fragmento).

Sobre o salazarismo, assinale a alternativa correta.


a) Foi um regime político de extrema esquerda, implantado em Portugal como fruto de uma
revolução levada a termo em 1929.
b) Durante o Estado Novo (1933-1974), as mulheres portuguesas não se ausentaram do
mercado de trabalho, porém, no conjunto dos setores, seus salários eram menores.
c) O Estado Novo português, período também conhecido como "salazarismo", foi implantado
após o triunfo da Revolução dos Cravos.
d) No governo, Antônio Salazar buscou distanciar-se dos ideais fascistas, impondo uma
constituição liberal aos portugueses.
e) O salazarismo promoveu a igualdade entre homens e mulheres e criminalizou a violência
colonial.

3. (Unifor - Medicina 2023) Segundo Hannah Arendt, o totalitarismo pode ser conceituado
como um regime de governo no qual prevalece “a dominação permanente de todos os
indivíduos em toda e qualquer esfera da vida” (em Origens do totalitarismo). Utiliza-se de
retórica populista ao explorar temas como a corrupção endêmica nacional, crises econômicas
ou “declínio dos valores tradicionais e morais” da sociedade, apresentando-se como a
alternativa possível para acabar com este mal. São exemplos de regimes totalitários existentes
ao longo do século XX, EXCETO
a) Fascismo na Itália.
b) Nazismo na Alemanha.
c) Franquismo na Espanha.
d) Salazarismo em Portugal.
e) Absolutismo na França.

4. (Ufgd 2022) Com a ascensão nazista ao poder em 1933, o partido ordenou boicotes
econômicos antijudaicos, encenou a queima de livros e promulgou legislação antijudaica
discriminatória. Em 1935, as Leis de Nuremberg definiram os judeus racialmente por ‘sangue’ e
ordenaram a separação total dos chamados “arianos” e “não arianos”, legalizando assim uma
hierarquia racista.

Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, Washington, DC. In.


https://encyclopedia.ushmm.org/content/en/article/antisemitism. Acesso em: 19 out 2021.

Na Europa, durante o período entre as duas Guerras Mundiais (1919-1939), surgiram regimes
totalitários, como o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o stalinismo na União Soviética,
o salazarismo em Portugal e o franquismo na Espanha. Esses regimes tinham como principais
características em comum:
a) o antimilitarismo e a defesa do comunismo, com exceção do fascismo italiano, conhecido por
práticas econômicas liberais.
b) as orientações ideológicas do franquismo espanhol, que teve o apoio de fascistas e
stalinistas, porém divergiram do antissemitismo nazista.
c) o nacionalismo, o autoritarismo, o intervencionismo estatal e a devoção ao líder da nação,
acrescentando-se ao nazismo alemão o antissemitismo.
d) o alinhamento às forças democráticas e capitalistas lideradas pelos Estados Unidos, salvo o
franquismo, que defendeu um projeto autoritário comunista.
e) o liberalismo, o intervencionismo econômico e a devoção ao líder da nação, sendo o
antissemitismo uma característica exclusiva do fascismo italiano.

5. (Unesp 2022) Ainda não é possível a um português falar, sem estremecer de indignação, do
regime que oprimiu Portugal durante quase meio século e que é responsável pelo seu
imobilismo e pelo seu atraso em relação à Europa, assim como das guerras coloniais sem
saída que tão fortemente marcaram o último decênio, conduzindo-o ao mais completo
isolamento. [...] O Portugal democrático, progressista, aberto à Europa, que estamos em vias
de construir, coletivamente, depois da revolução libertadora de 25 de Abril, no seio de inúmeras
contradições e de grandes dificuldades, tem necessidade de possuir uma visão clara do seu
passado recente que tanto o marcou e continua a marcar. É o único meio de exorcizar os
demônios desses anos [...].

(Mário Soares. “Prefácio”. In: Jacques Georgel. O salazarismo, 1985.)

O texto contrapõe
a) a dificuldade de Portugal participar de organismos internacionais durante o salazarismo ao
ingresso, nos anos 1980, na Organização das Nações Unidas.
b) a experiência comunista que paralisou a economia portuguesa por meio século ao esforço
de redemocratização e industrialização do chamado Estado Novo.
c) o passado de conquistas e possessões no além-mar às lutas de independência nas colônias
da África e Ásia, entre as décadas de 1930 e 1980.
d) a autonomia política e econômica durante a fase ditatorial à submissão portuguesa, no
período democrático, aos interesses britânicos e franceses.
e) o período de regime fascista ao projeto da chamada Revolução dos Cravos que, entre outras
ações, contribuiu para o fim do domínio colonial português.

6. (Fcmscsp 2021) As disputas da década de 1930, travadas dentro dos Estados ou entre eles,
eram portanto transnacionais. Em nenhuma parte foi isso mais evidente do que na Guerra Civil
Espanhola de 1936-9, que se tornou a expressão exemplar desse confronto global.
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991, 1995.)

A afirmação do texto de que a referida guerra foi uma “expressão exemplar” do caráter
transnacional das “disputas da década de 1930” justifica-se porque as lutas
a) envolveram forças estrangeiras, como as Brigadas Internacionais Republicanas e a
aeronáutica alemã.
b) espalharam-se para os territórios de países vizinhos da Espanha, como Portugal, França e
Itália.
c) atingiram áreas da própria Espanha e de suas colônias na América, África, Ásia e Oceania.
d) contaram com a participação direta das duas superpotências, Estados Unidos e União
Soviética.
e) foram o estopim para o início da Segunda Guerra, com o agravamento da tensão entre Eixo
e Aliados.

7. (Unicamp 2021) Pode-se dizer que o fascismo italiano foi a primeira ditadura de direita que
dominou um país europeu: ele era uma colagem de diversas ideias políticas e filosóficas. É
possível conceber um movimento totalitário que consiga juntar monarquia e revolução, exército
real e milícia pessoal de Mussolini, os privilégios concedidos à Igreja e uma educação estatal
que exaltava a violência e o livre mercado?

(Adaptado de Umberto Eco, “O Fascismo Eterno”, em Cinco Escritos Morais. Rio de Janeiro:
Record, 2010, p. 29-38.)

A partir da leitura do texto do escritor italiano Umberto Eco (1932-2016), é correto afirmar que o
fascismo italiano
a) era marcado pela política de integração europeia, eliminação de fronteiras nacionais e
produção regulada pelo Estado.
b) resultou da combinação de ideários político-filosóficos inicialmente incompatíveis, valendo-
se da violência como instrumento político.
c) era uma ditadura de direita que serviu de modelo para países como Espanha, Portugal,
Brasil e Estados Unidos.
d) tinha como centro a figura de Mussolini, um homem carismático que assumia o papel de
líder religioso e político.

8. (Uece 2020) O Capitão Salgueiro Maia mobilizou as tropas que saíram dos quartéis,
sinalizando que a revolução estava em curso. Esse evento da história de Portugal marcou a
implantação do regime democrático que ficou conhecido como
a) Revolução de 05 de Outubro – Primeira República.
b) Revolução do Estado Novo – Segunda República.
c) Revolução do Integralismo português – Aliança Católica.
d) Revolução de 25 de abril – Revolução dos Cravos.

9. (G1 - cftmg 2016) O período entre guerras (1918-1939) foi marcado pela radicalização
política. Naquele contexto, para vários países, a ditadura parecia a solução para uma nação
forte, próspera e livre de agitações sociais. Para outros, a democracia liberal era o caminho a
seguir.

Dentre os eventos ocorridos no período, é INCORRETO afirmar que


a) na Itália, a crise econômica e social foi solucionada pelo fortalecimento das instituições
democráticas, que viabilizaram o crescimento industrial.
b) a Espanha foi assolada pela guerra civil marcada pelo confronto entre o governo da
república e os setores conservadores, liderados pelo general Franco.
c) na Inglaterra, do ponto de vista social, os problemas econômicos geraram oposições ao
sistema político vigente, mas a democracia liberal foi mantida.
d) em Portugal, o governo de Salazar rejeitava o liberalismo, o socialismo e a democracia,
apoiando-se no nacionalismo, no catolicismo e nas grandes corporações.

10. (Uece 2015) Em 1909, em Portugal, vigorava o regime monárquico. A proclamação da


República aconteceu no ano seguinte em 1910, quando rebeldes derrubaram o rei Manuel II.
No decorrer de mais de uma década predominou a instabilidade, quando em 1926 instaurou-se
a longa ditadura militar. Em 1932, assumiu o cargo de primeiro ministro e governou com
punhos fortes e inspiração fascista
a) Mario Alberto Nobre Lopes Soares cujo governo ficou conhecido como nobreza.
b) Francisco Manuel L. de Sá Carneiro cujo governo ficou conhecido como cravismo.
c) Pedro Manuel M. Passos Coelho cujo governo ficou conhecido como manuelismo.
d) Antônio de Oliveira Salazar cujo governo ficou conhecido como salazarismo.
Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

O nazifascismo é uma ideologia política totalitarista que possuí características como o


autoritarismo e a autocracia. Nesse sentido, todo o poder se concentra nas mãos do líder da
Nação.

Resposta da questão 2:
[B]

O texto aponta para a participação das mulheres portuguesas durante o regime Salazarista em
Portugal, uma ditadura que iniciou no ano de 1933 e se arrastou até 1974, quando a Revolução
dos Cravos pôs fim ao regime ditatorial. Este regime político tem algumas semelhanças com
outros regimes ditatoriais das décadas de 1920, 1930 e 1940, tais como, o fascismo e o
nazismo. Aos olhos do governo salazarista, a mulher deveria "regressar ao lar" e glorificar a
maternidade. Porém, as mulheres foram para o mercado de trabalho com salários menores em
relação aos homens. Gabarito [B].

Resposta da questão 3:
[E]

O regime absolutista, típico do Antigo Regime, não se insere nas características dos Regimes
Totalitários atuantes no século XIX.

Resposta da questão 4:
[C]

A Primeira Guerra Mundial, 1914-1918, provocou uma grave crise econômica na Europa. O
cenário caótico no velho continente jogou no lixo as grandes conquistas da modernidade, tais
como a democracia, liberdade, Estado de Direito etc. Surgiu a crise do modelo liberal, os
países adotaram posturas mais intervencionistas, também surgiu o Totalitarismo. No Entre
Guerras, 1919-1939, a Itália criou o fascismo na figura de Benito Mussolini, a Alemanha criou o
Nazismo sob a liderança de Hitler, em Portugal surgiu o regime salazarista com Antônio de
Oliveira Salazar, na Espanha imperou o Franquismo na figura de Francisco Franco. Esses
regimes possuíam algumas características em comum, tais como o nacionalismo,
autoritarismo, centralização do poder, intervenção estatal. No caso da Alemanha, o Nazismo
era racista, defendia a superioridade da raça ariana. Gabarito [C].

Resposta da questão 5:
[E]

O discurso do importante político português, Mário Soares, faz um contraponto de dois


momentos da história de seu país. O primeiro foi o salazarismo, 1933-1974, um regime
ditatorial com centralização do poder político nas mãos de uma pessoa (Salazar e Marcelo
Caetano). A Revolução dos Cravos ocorrida em abril de 1974 acabou com a ditadura
salazarista dando início ao processo de redemocratização de Portugal, contribuiu para a
independência das colônias portuguesas na África. Gabarito [E].

Resposta da questão 6:
[A]

A ocorrência da Guerra Civil Espanhola encaixa-se na dinâmica da difusão do nazifascismo


pela Europa. Por isso, essa Guerra esteve inserida em um contexto transnacional e contou
com o envolvimento de forças estrangeiras na Espanha.

Resposta da questão 7:
[B]
Umberto Eco deixa claro que o fascismo italiano foi resultado da junção de diversas
características que pareciam ser, até então, antagônicas, mas que, apesar disso, funcionaram
sob o comando rígido de Benito Mussolini: monarquia e revolução; exército real e milícia
pessoal; privilégios à Igreja e educação estatal baseada no culto à violência.

Resposta da questão 8:
[D]

A Revolução dos Cravos ocorreu em 25 de Abril de 1974 em Portugal colocando fim ao regime
ditatorial de Marcelo Caetano, político que deu sequência à ditadura salazarista iniciada na
década de 1930. A Revolução dos Cravos caracteriza a implantação da democracia em
Portugal. Gabarito [D].

Resposta da questão 9:
[A]

A questão remete ao período “Entre Guerras”, 1919-1939, contexto caracterizado pelo


antagonismo entre democracia liberal e ditaduras políticas com ênfase no poder executivo. Na
Espanha ocorreu a Guerra Civil espanhola, 1936-1939, com a vitória de Francisco Franco. O
Franquismo, 1939-1975, consistiu em uma ditadura política. Na Inglaterra, apesar de alguns
conflitos internos, manteve-se a democracia liberal. Em Portugal, Antônio de Oliveira Salazar
implantou uma ditadura política, o Salazarismo, 1933-1974. Somente a Revolução dos Cravos,
de 1974, implantou uma política com viés democrático. Na Itália, Benito Mussolini criou uma
ditadura política semelhante ao Nazismo. Durante o fascismo italiano não existiu o
fortalecimento de instituições democráticas.

Resposta da questão 10:


[D]

Somente a proposição [D] está correta. A questão remete a passagem da Monarquia para a
República em Portugal no ano de 1910. A jovem República criou uma forte instabilidade política
no país. O ambiente político e econômico na Europa não eram satisfatórios. Em 1918 terminou
a Primeira Guerra Mundial provocando uma grave crise econômica no continente. Com a
ameaça do comunismo na Europa surgiram regimes totalitários como o Fascismo Italiano e o
Nazismo Alemão. A crise de 1929 que começou nos EUA quebrou todo o mundo capitalista.
Este cenário contribuiu para a crise política de Portugal e o início da Salazarismo com Antônio
de Oliveira Salazar que governou Portugal de forma ditatorial de 1932 até sua morte em 1969.
Porém, o salazarismo só teve fim com a Revolução dos Cravos que derrubou o governo de
Marcelo Caetano colocando o país na rota da redemocratização.

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