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CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

Fundação
Centro Tecnológico
de Hidráulica CÓRREGO MORRO DO S
Bacia do Córrego Morro do S e Subprefeituras
Prefeitura do Município de São Paulo
Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras
Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica

CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA


CÓRREGO MORRO DO S

Agosto de 2016

Fundação
Centro Tecnológico
de Hidráulica
Organização: Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica
EQUIPE SIURB/PMSP
Projeto gráfico e capa: Bruna Sanjar Mazzilli
Nome Cargo
Diagramação: Bruna Sanjar Mazzilli
Roberto Nami Garibe Filho Secretário de SIURB/PMSP

Pedro Luiz de Castro Algodoal Superintendente de Projetos Viários

Afonso Luís Corrêa de Virgiliis Engenheiro Proj-G

Equipe Técnica Proj-4

EQUIPE TÉCNICA DA FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA


Nome Qualificação
Mario Thadeu Leme de Barros Coordenador Geral

C122 Caderno de bacia hidrográfica : córrego Morro do S / Fundação Flavio Conde Coordenador Setorial
Centro Tecnológico de Hidráulica (Organizador). – São Ana Paula Zubiaurre Brites Engenheira Civil
Paulo : SIURB/FCTH, 2016.
116 p. André Sandor Kajdacsy Balla Sosnoski Engenheiro Civil

Erika Naomi de Souza Tominaga Engenheira Ambiental


ISBN 978-85-93064-03-6
Sandra Uemura Engenheira Civil
1. Bacia hidrográfica – Córrego Morro do S (SP) 2. Bacia
hidrográfica – Planejamento I. Fundação Centro Tecnológico Sara Martins Pion Engenheira Civil
de Hidráulica, org, II. Prefeitura do Município de São Paulo. III. Icaro Sena Almeida Geógrafo
Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras
Conrado Araújo Travassos Estagiário

CDD-627.12 Newton Célio Becker de Moura Arquiteto Urbanista

DIRETORIA DA FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA


Nome Cargo
Mario Thadeu Leme de Barros Diretor Presidente

Renato Carlos Zambon Diretor Administrativo-Financeiro

José Carlos Mierzwa Diretor Técnico-Científico


Sumário
Índice de figuras 4 4.2 Chuva de projeto 60
4.3 Escoamento superficial 62
Índice de tabelas 6
Lista de abreviaturas e siglas 8 5 ALTERNATIVAS PROPOSTAS 77
Apresentação11 5.1 Alternativa 1 79
5.2 Alternativa 2  81
1 DEFINIÇÃO DE DIRETRIZES BÁSICAS DOS ESTUDOS 13 5.3 Localização das medidas propostas nas Alternativas 83
5.4 Vistas e perspectivas das medidas
2 A BACIA HIDROGRÁFICA DO MORRO DO S 17
propostas nas Alternativas  90
2.1 Localização17
2.2 Hidrografia  17 6 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA EM
2.3 Relevo20 DUAS ETAPAS: 25 E 100 ANOS 97
2.4 Carta geotécnica 21
2.5 Divisão administrativa municipal – subprefeituras 24 7 ÁREAS SUJEITAS A INUNDAÇÕES 101
2.6 Uso e ocupação do solo 24
8 CUSTO ESTIMADO 105
2.7 Zoneamento urbano 28
2.8 Densidade demográfica 35 9 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE
2.9 Sistema viário e de transporte coletivo 37 DE QUALIDADE AMBIENTAL 109
2.10 Inundações na Bacia do Morro do S  39
10 ZONEAMENTO DE ÁREAS SUJEITAS A INUNDAÇÕES 111
3 MEMORIAL FOTOGRÁFICO 41
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS 115
4 ESTUDO HIDROLÓGICO 55
4.1 Postos da rede telemétrica 56
Índice de figuras
CAPÍTULO 2 FIGURA 3.4 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia
da Rua dos Mutirantes 45
FIGURA 2.1 Bacia Hidrográfica do Córrego Morro do S 18
FIGURA 3.5 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia
FIGURA 2.2 Hidrografia Principal do Córrego Morro do S 19
da Rua Integrada 46
FIGURA 2.3 Perfil longitudinal dos córregos Moenda Velha e Morro do S 20
FIGURA 3.6 Imagens do Córrego Capão Redondo na travessia
FIGURA 2.4 Mapa Hipsométrico da Bacia do Córrego Morro do S 22 da Rua Ipaguacu 47
FIGURA 2.5 Carta Geotécnica do Córrego Morro do S 23 FIGURA 3.7 Imagens do Córrego Capão Redondo na travessia da Rua Iuruti 48
FIGURA 2.6 Subprefeituras inseridas na Bacia do Córrego Morro do S 25 FIGURA 3.8 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da
FIGURA 2.7 Uso e Ocupação do Solo na Bacia do Córrego Morro do S 26 Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van
FIGURA 2.8 Parques e áreas verdes da Bacia do Córrego Morro do S 27 Langendonck e a Av. Elis Mas 49
FIGURA 2.9 Macroáreas de Uso e Ocupação Do Solo na Bacia do FIGURA 3.9 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da
4 Córrego Morro do S – PDE (LEI Nº 16.050/2014)  30 Rua Nossa Senhora do Bom Conselho 50
FIGURA 2.10 Zoneamento Urbano na Bacia do Córrego Morro do S 31 FIGURA 3.10 Imagens do Córrego Freitas na travessia da Rua William Etty 51
FIGURA 2.11 Densidade Demográfica na Bacia do Córrego Morro do S 36 FIGURA 3.11 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da
FIGURA 2.12 Sistema Viário e de Transporte Coletivo na Bacia do Rua Joaquim Nunes Teixeira 52
Córrego Morro do S 38 FIGURA 3.12 Imagens das imediações na Rua Geraldo Fraga de Oliveira
FIGURA 2.13 Diagnóstico das Inundações na Bacia do Córrego Morro do S 40 sobre o Córrego São Luiz, afluente da margem direita do
Córrego Morro do S 53

CAPÍTULO 3 FIGURA 3.13 Imagens do Córrego São Luiz, afluente da margem


direita do Córrego Morro do S, na travessia da
FIGURA 3.1 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia Rua Arlindo Fraga de Oliveira 54
da Rua Bernardo Gomes de Brito 42
FIGURA 3.2 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia CAPÍTULO 4
da Rua Sidney André dos Santos 43
FIGURA 3.3 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da FIGURA 4.1 Localização dos Postos da Rede Telemétrica de
Rua da Costa Nova do Prado 44 Hidrologia do SAISP na Bacia do Córrego Morro do S 57
FIGURA 4.2 Série Histórica do Posto Córrego Capão Redondo 58 FIGURA 5.6 Localização do Reservatório FR 02 no Córrego Freitas 87
FIGURA 4.3 Precipitação média mensal no Posto Córrego Capão Redondo 58 FIGURA 5.7 Localização do Reservatório MS 01 no Córrego Morro do S 88
FIGURA 4.4 Série Histórica do Posto Campo Limpo 59 FIGURA 5.8 Localização do Reservatório SL 01 no Córrego São Luiz 89
FIGURA 4.5 Série Histórica do Posto Córrego Morro do S – FIGURA 5.9 Vista atual da área prevista para o Parque Linear
Rua Joaquim Nunes Teixeira 59 MV 01 localizado no Córrego Moenda Velha 91
FIGURA 4.6 Precipitação média mensal no Posto Córrego Morro do S – FIGURA 5.10 Perspectiva do Parque Linear MV 01 localizado no
Rua Joaquim Nunes Teixeira 60 Córrego Moenda Velha 92
FIGURA 4.7 Sub-bacias da Bacia do Córrego Morro do S 64 FIGURA 5.11 Vista atual da área prevista para o Reservatório CR 01
FIGURA 4.8 CN (Curve Number) na Bacia do Córrego Morro do S 69 localizado no Córrego Capão Redondo 93
FIGURA 4.9 Impermeabilização Atual na Bacia do Córrego Morro do S 71 FIGURA 5.12 Perspectiva do Reservatório CR 01 localizado
FIGURA 4.10 Impermeabilização Futura Permitida na Bacia do no Córrego Capão Redondo 94
Córrego Morro do S 72 FIGURA 5.13 Vista atual da área prevista para o Reservatório MS 01
FIGURA 4.11 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos localizado no Córrego Morro do S 95
registrados no Posto Córrego Capão Redondo 74 FIGURA 5.14 Perspectiva do Reservatório MS 01 localizado no
5
FIGURA 4.12 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos Córrego Morro do S  96
registrados nos Postos Campo Limpo e Capão Redondo 75
FIGURA 4.13 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos CAPÍTULO 6
registrados no Posto Córrego Morro do S 76
FIGURA 6.1 Medidas de Controle do Escoamento Superficial para
Primeira Etapa de Implantação – Alternativas 1 e 2 99
CAPÍTULO 5

FIGURA 5.1 Medidas de Controle de Cheias da Alternativa 1 CAPÍTULO 7


para a Bacia do Córrego Morro do S 80
FIGURA 7.1 Áreas Sujeitas a Inundações – Cenário sem Intervenção e
FIGURA 5.2 Medidas de Controle de Cheias da Alternativa 2
com as Obras da 1ª Etapa e Etapa Final das Alternativas 1 e 2 103
para a Bacia do Córrego Morro do S 82
FIGURA 5.3 Localização do Parque Linear MV 01 no Córrego Moenda Velha 84
CAPÍTULO 10
FIGURA 5.4 Localização do Reservatório CR 01 no Córrego Capão Redondo 85
FIGURA 5.5 Localização do Reservatório FR 01 no Córrego Freitas 86 FIGURA 10.1 Áreas Inundáveis para Futura Regulamentação
na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo 114
Índice de tabelas
CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 6

TABELA 2.1 Uso e Ocupação do Solo Registrado na Bacia do Morro do S 24 TABELA 6.1 Medidas para a Primeira Etapa de Implantação 98
TABELA 2.2 Áreas Correspondentes às Zonas de Uso e
Ocupação do Solo na Bacia 32 CAPÍTULO 7

TABELA 7.1 Efeitos das Alternativas 1 e 2 sobre a Bacia 102


CAPÍTULO 4

TABELA 4.1 Hietograma de Projeto para Diferentes Períodos de Retorno 61 CAPÍTULO 8


TABELA 4.2 Precipitação Total Acumulada 62
TABELA 8.1 Custo Estimado da Alternativa 1 106
TABELA 4.3 Características das Sub-bacias 63
TABELA 8.2 Custo Estimado da Alternativa 2 106
TABELA 4.4 Valores Recomendados para o CN 66
6 TABELA 8.3 Custo Estimado das Alternativas Estudadas 107
TABELA 4.5 Valores de CN Adotados em Função do Uso e
Ocupação do Solo e Classificação Hidrológica dos Solos 67
TABELA 4.6 CN Médio por Sub-bacia  68 CAPÍTULO 9
TABELA 4.7 Área Impermeável (%)  70 TABELA 9.1 Classificação das Medidas Segundo
Índice de Qualidade Ambiental 110
CAPÍTULO 5 TABELA 9.2 Índice Ambiental das Medidas de Controle de
Cheia na Bacia do Córrego Morro do S 110
TABELA 5.1 Medidas de Controle Previstas nas Alternativas 1 e 2 78
TABELA 5.2 Medidas de Controle da Alternativa 1 79
CAPÍTULO 10
TABELA 5.3 Medidas de Controle da Alternativa 2 81
TABELA 10.1 Conjunto de Obras para TR 25 Anos 113
TABELA 10.2 Custo Estimado para Obras de 25 e 100 Anos 114
7
Lista de abreviaturas e siglas
CN Curve Number PLANMOB Plano de mobilidade
COE Código de Obras e Edificações PMAPSP Plano Municipal de Gestão do Sistema de
CPO Coordenadoria de Gestão de Programas Águas Pluviais de São Paulo
CRHI Coordenadoria de Recursos Hídricos PMH Plano Municipal de Habitação
DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica PMSP Prefeitura do Município de São Paulo
DC Duração crítica PRES Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras
EPA Environmental Protection Agency SAISP Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo
FLU Fluviométrico SEHAB Secretária Municipal de Habitação
FUSP Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo SIURB Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanismo
IDF Intensidade-duração-frequência SMDU Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
8 IGC Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo SMT Secretaria Municipal de Transportes
IQA Índice de qualidade ambiental SSRH Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do
LPUOS Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Estado de São Paulo

MDC Mapa Digital da Cidade SVMA Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

METRÔ Companhia do Metropolitano de São Paulo SWMM Storm Water Management Model

MS Morro do S TC Tempo de concentração

MV Moenda Velha TR Tempo de Retorno

NRCS National Resources Conservation Service ZC Zona Centralidade

PCSWMM Personal Computer Storm Water Management Model ZCA Zona Centralidade Ambiental

PDE Plano Diretor Estratégico ZCOR Zona Corredor

PDMAT Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê ZDE Zona de Desenvolvimento Econômico

PERH Plano Estadual de Recursos Hídricos ZEIS Zona Especial de Interesse Social
ZEM Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana
ZEMP Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto
ZEP Zona Especial de Preservação
ZEPAM Zona Especial de Preservação Ambiental
ZEPEC Zona Especial de Preservação Cultural
ZER Zona Exclusivamente Residencial
ZEU Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana
ZEUA Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Ambiental
ZEUP Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto
ZEUPA Zona Eixo de Estruturação da Transformação
Urbana Previsto Ambiental
ZM Zona Mista
ZMA Zona Mista Ambiental
ZMIS Zona Mista de Interesse Social 9
ZMISA Zona Mista de Interesse Social Ambiental
ZOE Zonas de Ocupação Especial
ZPDS Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável
ZPI Zona Predominantemente Industrial
ZPR Zona Predominantemente Residencial
Apresentação Os Cadernos de Bacias Hidrográficas compõem um impor-
tante instrumento para a redução dos riscos de inundação das
bacias hidrográficas do Município de São Paulo.
Este estudo desenvolveu-se no âmbito do contrato SIURB-
FCTH n. 008/SIURB/14, com o objetivo básico de fornecer subsí-
dios para planejamento e gestão do sistema de drenagem. O ho-
rizonte de planejamento considerado neste estudo é o cenário
de projeto para a ocupação máxima permitida pela Lei de Parce-
lamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS – Lei nº 16.402/2016).
O estudo do sistema de drenagem deverá adotar como re-
ferência de risco hidrológico o período de retorno de 100 anos,
porém as obras e outras intervenções na bacia hidrográfica se-
11
rão escalonadas partindo-se de períodos de retorno de 25 anos.
Este Caderno trata da Bacia Hidrográfica do Córrego Morro
do S, importante afluente da margem esquerda do Rio Pinhei-
ros, localizada na região sul do Município de São Paulo. Esta ba-
cia apresenta elevado grau de impermeabilização do solo, com
predomínio de áreas residenciais (verticais e horizontais).
O Caderno está dividido em onze capítulos:

1. Definição de diretrizes básicas dos estudos


2. A Bacia Hidrográfica do Córrego Morro do S
3. Memorial fotográfico
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4. Estudos hidrológicos No Capítulo Cinco são apresentadas as alternativas estuda-


5. Alternativas propostas das compostas de medidas estruturais.
6. Implantação do sistema em duas etapas: 25 e 100 anos O planejamento de implantação do sistema de drenagem é
7. Áreas sujeitas a Inundação apresentado no Capítulo Seis, considerando obras de controle
8. Custo estimado de cheias de 25 anos e de 100 anos.
9. Avaliação do índice de qualidade ambiental O Capítulo Sete apresenta o comportamento do sistema pro-
10. Zoneamento de áreas sujeitas a inundações posto para chuvas com TR 100 anos.
11. Considerações finais No Capítulo Oito é realizada uma avaliação de custo prelimi-
nar considerando uma variação de 20%.
O Capítulo Um estabelece um conjunto de princípios básicos O Capítulo Nove traz uma análise multicritério básica avalian-
que devem ser seguidos no planejamento das obras de drena- do as alternativas em relação à questão ambiental.
gem da bacia hidrográfica. No Capítulo Dez, o Caderno de Bacia Hidrográfica introduz o
12
No Capítulo Dois é apresentada a caracterização física e ur- zoneamento de áreas sujeitas a inundações partindo da formu-
banística da bacia. Também é apresentado um diagnóstico atual lação de alternativas de controle de cheias dimensionadas para
da bacia, em termos de drenagem. chuvas com TR de 25 anos. O estudo propõe para chuvas com
No Memorial fotográfico, são apresentadas imagens ao lon- período de retorno entre 25 e 100 anos que as áreas sujeitas a
go do Córrego Morro do S e de seus principais afluentes, mos- inundações passem por regulamentação através de seu zonea-
trando alguns dos seus principais problemas. mento.
Nos Estudos Hidrológicos, Capítulo Três, são apresentados O Capítulo Onze apresenta as Considerações Finais com um
temas que possibilitam o entendimento da geração do escoa- resumo dos estudos.
mento superficial direto, essencial para a atuação e formulação
de medidas de controle de cheias.
1
Definição O Caderno de Bacia Hidrográfica foi desenvolvido com base

de diretrizes em um conjunto de princípios, fundamentados na adoção da


bacia hidrográfica como unidade de planejamento. É um instru-

básicas dos mento de planejamento e gestão que trata exclusivamente da


questão da drenagem urbana.
estudos Dentre os princípios, objetivos e premissas do desenvolvi-
mento do Caderno estão:

• Dotar a prefeitura do município de um instrumento de plane-


jamento que possibilite resolver, em um prazo pré-definido,
os graves problemas de inundação que assolam a cidade.
• Cenário de projeto para a ocupação máxima permiti-
13
da pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
(LPUOS – Lei nº 16.402/2016).
• Definir metas de curto, médio e longo prazos.
• Reduzir paulatinamente os riscos de inundação na bacia até
o nível correspondente a precipitações de período de retor-
no de 100 anos.
• Proposição de medidas de convivência com o regime hídri-
co compatíveis com o grau de proteção hidrológica para
cheias de períodos de retorno intermediários a 100 anos.
• Articulação com os planos setoriais e parcialmente integra-
dos já elaborados ou em elaboração para o município e para
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a bacia, avaliando-se todas as obras hidráulicas existentes e • Desenvolver critérios urbanísticos e paisagísticos que possi-
projetadas, porém passíveis de revisão e de adaptação face bilitem a integração harmônica das obras de drenagem com
às novas medidas que vierem a ser propostas. o meio ambiente urbano.
• As intervenções propostas não podem agravar as condições • Preservação e valorização das várzeas de inundação.
de drenagem a jusante, portanto, devem respeitar as capaci- • Integração do sistema de drenagem urbana de forma
dades hidráulicas dos corpos d´água receptores. positiva ao ambiente da cidade.
• Possibilitar uma convivência segura com as cheias que exce- • Valorização de rios, córregos e suas margens como ele-
derem a capacidade do sistema de drenagem. mentos da paisagem urbana.
• Aplicar tecnologias de modelagem hidrológica e hidráu- • Estimar os custos e os benefícios das medidas propostas.
lica que permitam mapear as áreas de risco de inunda-
ção considerando diferentes alternativas de interven- O planejamento da drenagem urbana deve se articular com
ções. entidades municipais, estaduais e federais para que os diver-
14
• Proposição de medidas estruturais combinadas com sos aspectos legais e técnicos relacionados a outros planos de
medidas não estruturais e medidas de controle do es- infraestrutura sejam considerados na elaboração de medidas
coamento superficial para que a cidade possa se adaptar de controle do escoamento superficial. É o caso, por exemplo,
à dinâmica hídrica. do Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014), do Código de
• Reorganizar a ocupação territorial, possibilitando a recu- obras e Edificações (COE – Lei nº 11.228/1992), do Plano de Mo-
peração de espaços para o controle do escoamento plu- bilidade de São Paulo – PlanMob/SP (PMSP/SMT, 2015)1, do Plano
vial e implantação de obras que promovam a redução Municipal de Habitação – PMH (PMSP/SEHAB, 2011)2, etc. Salien-
da poluição hídrica. ta-se a importância da articulação entre os planos diretamente
• Dar destaque a medidas de recuperação de áreas de
preservação permanente e de cobertura vegetal das 1. São Paulo (Município). Secretaria Municipal de Transporte (SMT).
bacias. 2. São Paulo (Município). Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB).
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associados aos recursos hídricos, como, por exemplo, o Plano Es-


tadual de Recursos Hídricos – PERH (SSRH/CRHi, 2013)3, o Plano
de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (FUSP, 2009)4, onde a cidade de
São Paulo está localizada, o Plano Diretor de Macrodrenagem do
Alto Tietê – PDMAT 1,2 e 3 (SSRH/DAEE, 1998, 2008 e 2014)5, en-
tre outros.

15

3. São Paulo (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. Coorde-


nadoria de Recursos Hídricos. Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH):
2012/2015. São Paulo: SSRH/CRHi, 2013.
4. Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo – FUSP.
5. São Paulo (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos.
Departamento de Águas e Energia Elétrica.
2
A Bacia 2.1 LOCALIZAÇÃO

Hidrográfica A Bacia Hidrográfica do Morro do S localiza-se na zona sul


do Município de São Paulo, abrangendo uma área de 22,6 km²,

do Morro do S correspondente a 1,5% da área total do Município.


A cabeceira da Bacia do Morro do S localiza-se próximo da
divisa dos municípios de São Paulo e Itapecerica da Serra. O
Córrego Morro do S percorre a Avenida Carlos Caldeira Filho e a
Avenida João Dias até a sua foz no Rio Pinheiros.
O Mapa da FIGURA 2.1 ilustra a localização da Bacia do Morro
do S no Município de São Paulo.

2.2 HIDROGRAFIA 17

A hidrografia principal da Bacia do Morro do S é composta


pelos córregos Morro do S e Moenda Velha, além de afluentes
importantes como os córregos São Luiz, Cachoeira, Freitas e Ca-
pão Redondo.
A extensão do eixo principal, considerando o curso do Cór-
rego Moenda Velha e depois seguindo pelo Córrego Morro do S
até a foz no Rio Pinheiros, é de 11,4 km. Já a extensão total dos
cursos d’água na bacia é de aproximadamente 60 km.
A FIGURA 2.2 indica a hidrografia principal da Bacia do
Morro do S.
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FIGURA 2.1 Bacia Hidrográfica do Córrego Morro do S


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FIGURA 2.2 Hidrografia Principal do Córrego Morro do S


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2.3 RELEVO
A região baixa da Bacia do Morro do S, localizada na vertente
esquerda do Rio Pinheiros, é constituída por anfibolitos. A parte
central da bacia é formada por rochas granitóides predominan-
temente orientadas ou folhadas e a região alta da bacia possui
micaxistos, com quartzitos e metassiltitos e xistos6.
Na FIGURA 2.3 é apresentado o perfil longitudinal dos córre-
gos Moenda Velha e Morro do S.
As elevações na bacia variaram de 871 m na cabeceira até
724 m no exutório, conforme verificado no Mapa Hipsométrico
apresentado na FIGURA 2.4, que foi desenvolvido por meio de 900
Morro do S Moenda Velha
informações de elevação do Mapa Digital da Cidade (MDC). 850
20

Cota (m)
800

750

700
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
Distância (m)

FIGURA 2.3 Perfil longitudinal dos córregos Moenda Velha e


Morro do S

6. Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo – FUSP, 2009. Plano da Bacia


hidrográfica do Alto Tietê. Relatório Final. Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
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2.4 CARTA GEOTÉCNICA


A Carta Geotécnica traz importantes informações sobre as
características do meio físico, como solos e rochas, e problemas
existentes ou esperados, tais como zonas de escorregamentos.
Estas características, combinadas à forma de ocupação, possibi-
litam a interpretação do meio físico e avaliação das potenciali-
dades e limitações ao uso e ocupação do solo.
A FIGURA 2.5 apresenta a Carta Geotécnica da Bacia do Mor-
ro do S com suas unidades geológicas. Destaca-se neste Mapa
a planície aluvial como áreas de fundo de vale com baixa decli-
vidade (menos de 5%), solos arenosos e argilosos de espessura
variável, nível de água raso, que são áreas sujeitas à inundação.
21
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

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FIGURA 2.4 Mapa Hipsométrico da Bacia do Córrego Morro do S


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FIGURA 2.5 Carta Geotécnica do Córrego Morro do S


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2.5 DIVISÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL – TABELA 2.1 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


SUBPREFEITURAS REGISTRADO NA BACIA DO MORRO DO S
Uso e Ocupação Área (km²) % Área da Bacia
A administração municipal na Bacia do Morro do S é feita por
duas subprefeituras, Campo Limpo e M’Boi Mirim. Residencial Horizontal Baixo Padrão 7,25 32,08

As subprefeituras têm o papel de receber pedidos e reclama- Ruas e Estradas 3,14 13,92
ções da população, solucionar os problemas apontados, cuidar Residencial Horizontal Médio e Alto Padrão 2,46 10,87
da manutenção do sistema viário, da rede de drenagem, limpe- Residencial Vertical Médio e Alto Padrão 1,82 8,03
za urbana, entre outros. Calçadas e outros 1,80 7,96
A FIGURA 2.6 indica a localização da bacia no âmbito das Residencial e Comércio/Serviços 1,78 7,87
Subprefeituras. Comércio/Serviço 1,01 4,46
Residencial Vertical Baixo Padrão 1,00 4,42
Equipamento Urbano 0,77 3,41
24 2.6 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Espaços Abertos 0,48 2,12
A caracterização do uso e ocupação do solo foi elaborada
Residencial e Indústria/Armazém 0,45 2,01
com base em imagens aéreas do IGC do ano de 2010 confronta-
Indústria/Armazém 0,34 1,52
das com as mais recentes imagens disponíveis na plataforma do
Comércio/Serviço e Indústria/Armazém 0,22 0,99
Google Earth.
Massa d’água 0,08 0,34
A TABELA 2.1 indica os usos observados na Bacia do Morro do
S com suas respectivas áreas e a porcentagem em relação à área
total da bacia. O mapa contendo os usos do solo predominantes Os parques e áreas verdes existentes na Bacia do Morro do S e
é apresentado na FIGURA 2.7. adjacências estão localizadas no mapa da FIGURA 2.8.
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FIGURA 2.6 Subprefeituras inseridas na Bacia do Córrego Morro do S


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FIGURA 2.7 Uso e Ocupação do Solo na Bacia do Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

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FIGURA 2.8 Parques e áreas verdes da Bacia do Córrego Morro do S


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

2.7 ZONEAMENTO URBANO • Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recupera-


O zoneamento da Bacia do Morro do S se insere no contexto ção Ambiental
do Plano Regional Estratégico das subprefeituras Campo Limpo • Macroárea de Controle e Qualificação Urbana e Am-
e M’Boi Mirim. biental
O Plano Diretor Estratégico – PDE (Lei nº 16.050/2014) orien- • Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável
ta o planejamento urbano municipal e seus objetivos, diretrizes • Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais
e prioridades devem ser respeitados, dentre outros, pela Lei de
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Planos Regionais das Dentre os objetivos da Macrozona de Estruturação e Qualifi-
Subprefeituras, Planos de Bairros, planos setoriais de políticas cação Urbana estão a promoção da convivência mais equilibra-
urbano-ambientais e demais normas correlatas. da entre a urbanização e a conservação ambiental; a compatibi-
O PDE divide o território do Município de São Paulo em duas lização do uso e ocupação do solo com a oferta de sistemas de
macrozonas, cada uma subdividida em quatro macroáreas. As transporte coletivo e de infraestrutura para os serviços públicos;
28
macroáreas se caracterizam por áreas homogêneas que orien- a redução das situações de vulnerabilidades urbanas; a diminui-
tam, ao nível do território, os objetivos específicos de desenvol- ção das desigualdades na oferta e distribuição dos serviços e a
vimento urbano e a aplicação dos instrumentos urbanísticos e manutenção, proteção e requalificação das zonas exclusivamen-
ambientais. te residenciais.
A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental tem
• Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana: dentre seus objetivos a conservação e recuperação dos serviços
• Macroárea de Estruturação Metropolitana ambientais existentes, em especial aqueles relacionados com a
• Macroárea de Urbanização Consolidada produção da água, biodiversidade, proteção do solo e regulação
• Macroárea de Qualificação da Urbanização climática.
• Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana As Macroáreas inseridas na Bacia do Morro do S podem ser
• Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental visualizadas na FIGURA 2.9.
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

O PDE dá diretrizes para a legislação de Parcelamento, Uso e • Territórios de preservação: áreas em que se objetiva a
Ocupação do Solo – LPUOS para atender aos objetivos e diretri- preservação de bairros consolidados de baixa e média den-
zes estabelecidas pelo Plano para as macrozonas, macroáreas e sidades, de conjuntos urbanos específicos e territórios des-
rede de estruturação da transformação urbana. Atendendo a es- tinados à promoção de atividades econômicas sustentáveis
tas diretrizes, foi sancionada no dia 22 de março de 2016 a nova conjugada com a preservação ambiental, além da preserva-
Lei de Zoneamento (Lei nº 16.402/2016). ção cultural. (Formado pelas Zonas: ZEPEC | ZEP | ZEPAM |
De acordo com a nova Lei de Zoneamento, as zonas foram ZPDS | ZER | ZPR).
organizadas em 3 diferentes agrupamentos:
A área da Bacia do Morro do S, pertencente aos Planos
• Territórios de transformação: objetiva a promoção do Regionais das Subprefeituras Campo Limpo e M’Boi Mirim,
adensamento construtivo e populacional das atividades apresenta seu zoneamento classificado conforme indica a
econômicas e dos serviços públicos, a diversificação de ati- FIGURA 2.10.
29
vidades e a qualificação paisagística dos espaços públicos de A TABELA 2.2 indica a área correspondente a cada zona de
forma a adequar o uso do solo à oferta de transporte público uso e ocupação na bacia, com suas descrições.
coletivo. (Formado pelas zonas: ZEU | ZEUP | ZEM | ZEMP). A partir das zonas de uso são estabelecidos valores limites
• Territórios de qualificação: buscam a manutenção de usos para a taxa de permeabilidade mínima (Quadro 3A – da Lei nº
não residenciais existentes, o fomento às atividades produti- 16.402/2016), possibilitando a formulação de um cenário futuro
vas, a diversificação de usos ou o adensamento populacional de impermeabilização, ou seja, a situação máxima permitida por
moderado, a depender das diferentes localidades que consti- lei. O resultado desta análise é apresentado no próximo Capítu-
tuem esses territórios. (Formado pelas zonas: ZOE | ZPI | ZDE | lo, no Mapa de Impermeabilização Permitida.
ZEIS | ZM | ZCOR | ZC).
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

30

FIGURA 2.9 Macroáreas de Uso e Ocupação Do Solo na Bacia do Córrego Morro do S – PDE (LEI Nº 16.050/2014)
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31

FIGURA 2.10 Zoneamento Urbano na Bacia do Córrego Morro do S


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TABELA 2.2 – ÁREAS CORRESPONDENTES ÀS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA


Zonas Sigla Área (%) Descrição da Zona

Áreas caracterizadas pela presença de favelas, loteamentos irregulares e empreendimentos


habitacionais de interesse social, e assentamentos habitacionais populares, tendo como
Zona Especial de Interesse Social 1 ZEIS-1 32,39
objetivo manter a população moradora e promover a regularização fundiária e urbanística,
recuperação ambiental e produção de Habitação de Interesse Social.

Zona Mista ZM 26,60 Porções do território localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana

Zona Eixo de Estruturação da Zonas inseridas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, com parâmetros de
ZEU 11,79
Transformação Urbana parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as diretrizes da referida macrozona

Porções do território localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana com


Zona Centralidade ZC 9,06
atividades de abrangência regional

Porções do território localizadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental,


32
Zona Mista Ambiental ZMa 7,69 com parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as diretrizes
da referida macrozona

Zonas inseridas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, com parâmetros de


Zona Eixo de Estruturação da
ZEUP 2,09 parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as diretrizes da referida macrozona
Transformação Urbana Previsto
e com a perspectiva de ampliação da infraestrutura de transporte público coletivo

Porções do território do Município destinadas à preservação e proteção do patrimônio


ambiental, que têm como principais atributos remanescentes de Mata Atlântica e
outras formações de vegetação nativa, arborização de relevância ambiental, vegetação
Zona Especial de Preservação Ambiental ZEPAM 1,56 significativa, alto índice de permeabilidade e existência de nascentes, incluindo os
parques urbanos existentes e planejados e os parques naturais planejados, que prestam
relevantes serviços ambientais, entre os quais a conservação da biodiversidade, controle
de processos erosivos e de inundação, produção de água e regulação microclimática
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TABELA 2.2 – ÁREAS CORRESPONDENTES ÀS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA


Zonas Sigla Área (%) Descrição da Zona

“Zonas inseridas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, com


Zona Eixo de Estruturação da Transformação
ZEUa 1,47 parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as
Urbana Ambiental
diretrizes da referida macrozona”

Praça/
- 1,42 Praça e Canteiro
Canteiro

Áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados, adequados à urbanização e


Zona Especial de Interesse Social 2 ZEIS-2 1,30 onde haja interesse público ou privado em produzir Empreendimentos de Habitação
de Interesse Social

Porções do território localizadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental com


Zona Centralidade Ambiental ZCa 1,22
atividades de abrangência regional

Porções do território caracterizadas predominantemente pela existência de 33


assentamentos habitacionais populares regularizados, conjugados ou não com usos
não residenciais, localizadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental,
Zona Mista de Interesse Social Ambiental ZMISa 1,10
destinadas à produção de habitação de interesse social e a usos não residenciais, com
parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as diretrizes da
referida macrozona

Zonas inseridas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, com


Zona Eixo de Estruturação da Transformação parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo compatíveis com as diretrizes
ZEUPa 0,83
Urbana Previsto Ambiental da referida macrozona e com a perspectiva de ampliação da infraestrutura de
transporte público coletivo

Áreas destinadas à maior diversificação de usos não residenciais, localizadas na


Zona Predominantemente Industrial 1 ZPI-1 0,41
Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana
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TABELA 2.2 – ÁREAS CORRESPONDENTES ÀS ZONAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA BACIA


Zonas Sigla Área (%) Descrição da Zona
Lotes ou conjunto de lotes, preferencialmente vazios, situados em áreas dotadas de
Zona Especial de Interesse Social 5 ZEIS-5 0,37 serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, onde haja interesse privado em
produzir empreendimentos habitacionais de mercado popular e de interesse social

Porções do território formadas pelos lotes lindeiros às vias que exercem estruturação
local ou regional, lindeiras a ZEIS-1, destinadas majoritariamente a incentivar os usos não
Zona Centralidade lindeira à ZEIS ZC-ZEIS 0,32
residenciais, de forma a promover a diversificação dos usos com a habitação de interesse
social, a regularização fundiária de interesse social e a recuperação ambiental

Áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subutilizados, não utilizados, encortiçados ou


Zona Especial de Interesse Social 3 ZEIS-3 0,17 deteriorados localizados em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas
urbanas, boa oferta de empregos

Áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados e adequados à urbanização e


34 edificação situadas na Área de Proteção aos Mananciais das bacias hidrográficas dos
reservatórios de Guarapiranga e Billings, exclusivamente nas Macroáreas de Redução
da Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental e de Controle e Recuperação Urbana e
Zona Especial de Interesse Social 4 ZEIS-4 0,12 Ambiental, destinadas à promoção de Habitação de Interesse Social para o atendimento
de famílias residentes em assentamentos localizados na referida Área de Proteção aos
Mananciais, preferencialmente em função de reassentamento resultante de plano de
urbanização ou da desocupação de áreas de risco e de preservação permanente, com
atendimento à legislação estadual

Porções do território que, por suas características específicas, necessitem de disciplina


Zonas de Ocupação Especial ZOE 0,08
especial de parcelamento, uso e ocupação do solo

Porções do território caracterizadas predominantemente pela existência de assentamentos


Zona Mista de Interesse Social ZMIS 0,003 habitacionais populares regularizados, conjugados ou não com usos não residenciais,
destinadas à produção de habitação de interesse social e a usos não residenciais
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2.8 DENSIDADE DEMOGRÁFICA A FIGURA 2.11 apresenta a densidade populacional da Bacia


Os aspectos populacionais de uma sociedade, incluindo a do Morro do S. No Capítulo 6 é feita uma avaliação do número
análise das componentes demográficas, tamanho da popula- de lotes atingidos pelas manchas de inundações estimadas pelo
ção, alterações no tempo, sua distribuição espacial e a compo- modelo.
sição segundo diferentes características, são essenciais para o
planejamento de áreas urbanas.

35
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

36

FIGURA 2.11 Densidade Demográfica na Bacia do Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

2.9 SISTEMA VIÁRIO E DE TRANSPORTE COLETIVO M’Boi Mirim. Um corredor está localizado na Estrada de Itapece-
A rede de macrodrenagem da Bacia do Morro do S segue rica, que liga a região de Santo Amaro até o Terminal Capelinha
a Avenida Carlos Caldeira Filho em toda sua extensão, desde a e o outro corredor está localizado na Estrada M’Boi Mirim, e liga
Avenida Professor Doutor Telêmaco Hipolyto de Macedo Van a região da Guarapiranga até o Terminal Jardim Ângela.
Langendonck até a Avenida João Dias, conforme ilustrado na Na bacia estão ainda planejados dois corredores de ônibus
FIGURA 2.12. municipais, linhas integrantes do sistema estrutural de trans-
Na FIGURA 2.12 também é apresentado o sistema de trans- porte coletivo de média capacidade. Ambos os corredores es-
porte coletivo da Bacia do Morro do S, são apontados os modais tão planejados para o ano 2016 e devem ser implantados na
existentes, em planejamento e a ser definido. Existem na bacia continuação da Estrada de Itapecerica e Avenida Comendador
quatro estações de metrô da Linha 5 – Lilás, que são as estações Sant’Anna. Além disso, há um corredor de ônibus municipal pla-
Giovanni Gronchi, Vila das Belezas, Campo Limpo e Capão Re- nejado para o ano de 2025 que deve ser implantado na Estrada
dondo. Há também três terminais e dois corredores de ônibus de Itapecerica. Para 2025, também estão planejadas uma linha
37
municipais. Os terminais são o João Dias, localizado na Avenida de monotrilho paralela a Avenida Comendador Sant’Anna e Rua
João Dias, o Terminal Capelinha, localizado na Estrada de Ita- Abílio César, e uma linha de modal a ser definido deve cruzar a
pecerica e o terminal Jardim Ângela, localizado na Estrada do bacia na região próxima da estação de metrô Campo Limpo.
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38

FIGURA 2.12 Sistema Viário e de Transporte Coletivo na Bacia do Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

2.10 INUNDAÇÕES NA BACIA DO MORRO DO S O diagnóstico dos pontos de inundação foi realizado a partir
A Bacia do Morro do S possui áreas sujeitas às inundações de informações obtidas junto à SIURB, Plano de Macrodrenagem
dispersos pela bacia. As regiões localizam-se ao longo dos prin- (PDMAT3) e complementado com o levantamento de campo
cipais canais de drenagem de forma pontual, sendo elas no Cór- feito pela equipe da FCTH para apurar os pontos de inundação
rego Moenda Velha, Córrego Capão Redondo, Córrego Freitas, na bacia. A FIGURA 2.13 apresenta o diagnóstico das inundações
Córrego São Luiz e no Córrego Morro do S até seu desemboque na bacia conforme polígono das possíveis áreas sujeitas às inun-
no Rio Pinheiros. dações informado pela SIURB e aferidos pela FCTH.

39
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

40

FIGURA 2.13 Diagnóstico das Inundações na Bacia do Córrego Morro do S


3
Memorial A seguir, apresenta-se o memorial fotográfico da Bacia do

fotográfico Córrego Morro do S ao longo de seu corpo hídrico principal e


de seus principais afluentes, iniciando de montante para jusan-
te, conforme indicação da localização no Mapa de referência, ao
lado das fotos.

41
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Córrego
Moenda Velha

42

FIGURA 3.1 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da Rua Bernardo Gomes de Brito
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Córrego
Moenda Velha

43

FIGURA 3.2 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da Rua Sidney André dos Santos
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Córrego
Moenda Velha

44

FIGURA 3.3 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da Rua da Costa Nova do Prado
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Córrego
Moenda Velha

45

FIGURA 3.4 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da Rua dos Mutirantes
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Córrego
Moenda Velha

46

FIGURA 3.5 Imagens do Córrego Moenda Velha na travessia da Rua Integrada


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Córrego
Capão Redondo

47

FIGURA 3.6 Imagens do Córrego Capão Redondo na travessia da Rua Ipaguacu


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Córrego
Capão Redondo

48

FIGURA 3.7 Imagens do Córrego Capão Redondo na travessia da Rua Iuruti


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Córrego
Morro do S

49

FIGURA 3.8 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da Av. Prof. Dr. Telêmaco Hippolyto de Macedo Van Langendonck e a Av. Elis Mas
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Córrego
Morro do S

50

FIGURA 3.9 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da Rua Nossa Senhora do Bom Conselho
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Córrego Freitas

51

FIGURA 3.10 Imagens do Córrego Freitas na travessia da Rua William Etty


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Córrego
Morro do S

52

FIGURA 3.11 Imagens do Córrego Morro do S nas imediações da Rua Joaquim Nunes Teixeira
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Córrego São Luiz

53

FIGURA 3.12 Imagens das imediações na Rua Geraldo Fraga de Oliveira sobre o Córrego São Luiz, afluente da margem direita do Córrego Morro do S
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Córrego
Morro do S

54

FIGURA 3.13 Imagens do Córrego São Luiz, afluente da margem direita do Córrego Morro do S, na travessia da Rua Arlindo Fraga de Oliveira
4
Estudo A hidrologia urbana é a ciência das águas que trata das fases

hidrológico do ciclo hidrológico que ocorre nas bacias hidrográficas urbani-


zadas ou em processo de urbanização.
Os componentes principais do ciclo são: as precipitações, a
infiltração da água no solo, as perdas por evaporação ou por
evapotranspiração, as retenções temporárias em depressões do
terreno, a geração do escoamento superficial direto e o escoa-
mento nos sistemas de drenagem, naturais ou artificiais.
Dessa forma, é necessário conhecer o elemento gerador do
processo que é a precipitação: sua magnitude, o risco de ocor-
rência, sua distribuição temporal e espacial.
Na hidrologia urbana, é fundamental conhecer detalhada-
55
mente as características da ocupação da bacia hidrográfica, pois
isso influi diretamente nas taxas de infiltração, que resultam na
chuva excedente, que por sua vez produz a vazão dos cursos
d’água. Além disso, as características fisiográficas da bacia, como
área drenada, declividade e forma, e o grau de intervenções no
sistema de drenagem natural, canais, galerias, reservatórios de
detenção, etc., determinam a velocidade com que a água se con-
centra numa determinada seção do curso d’água. Esse processo
interfere na magnitude das vazões durante as chuvas intensas.
O estudo hidrológico realizado contempla uma breve análise
das precipitações ocorridas na Bacia do Córrego Morro do S, a
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

partir dos registros dos postos da rede telemétrica, e das chuvas coletam dados a cada 10 minutos, onde são registrados os índi-
de projeto. Para a obtenção dos hidrogramas de projeto foram ces pluviométricos e o nível do Córrego Morro do S.
analisados os parâmetros do escoamento superficial por sub- Os dados de chuva estão integrados aos do Radar Meteoro-
-bacia de drenagem, tais como o tempo de concentração, o CN lógico de São Paulo de modo a se obter informação mais precisa
(Curve Number) e a impermeabilização atual e a impermeabiliza- dos eventos. Esses dados serviram de entrada no modelo chuva-
ção máxima permitida, segundo a atual LPUOS. vazão empregado neste estudo.
Para estimativa da vazão de projeto foi utilizado o modelo As informações de nível d’água, por sua vez, foram utilizadas
SWMM – Storm Water Management Model, desenvolvido pela como referência para a calibração da modelagem hidráulico-hi-
EPA – Environmental Protection Agency, na interface gráfica drológica utilizada.
PCSWMM em ambiente Windows. Foi considerada para o cál- Existem três postos na bacia, conforme descrição a seguir:
culo da infiltração a metodologia do CN, desenvolvida pelo Soil
Conservation Service. O modelo utiliza o método da Onda Dinâ- • Posto Córrego Capão Redondo – operação com início em
56
mica, que resolve as equações completas de Saint-Vennan para 21/12/2011;
o estudo do escoamento superficial. • Posto Campo Limpo – operação com início em 09/01/2012;
• Posto Córrego Morro do S – Rua Joaquim Nunes Teixeira –
operação com início em 01/07/2010.
4.1 POSTOS DA REDE TELEMÉTRICA
Os postos da rede telemétrica do Sistema de Alerta a Inunda- A FIGURA 4.1 indica a localização do posto da rede de moni-
ções de São Paulo (SAISP) pertencentes à Bacia do Morro do S toramento na bacia.
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57

FIGURA 4.1 Localização dos Postos da Rede Telemétrica de Hidrologia do SAISP na Bacia do Córrego Morro do S
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

A FIGURA 4.2 apresenta a série histórica dos dados pluvio- Na FIGURA 4.3 está indicada a precipitação média mensal
métricos e fluviométricos diários registrados no Posto “Córrego neste posto.
Capão Redondo” desde o início da operação.

FLU PLU 250


757,0 0

Precipitação Acumulada Média Mensal (mm)


756,0 5
200

10
755,0

Chuva - PLU (mm)


15 150
Nível - FLU (m)

754,0
20
753,0
100
25

752,0
30
50
751,0 35

58 750,0 40
0
25/03/15
14/04/15
04/05/15
24/05/15
13/06/15
03/07/15
23/07/15
12/08/15
01/09/15
21/09/15
11/10/15
31/10/15
20/11/15
10/12/15
30/12/15
19/01/16
08/02/16
28/02/16
19/03/16
08/04/16
28/04/16
18/05/16
07/06/16
FIGURA 4.2 Série Histórica do Posto Córrego Capão Redondo FIGURA 4.3 Precipitação média mensal no Posto Córrego
Capão Redondo
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

O posto “Campo Limpo” não realiza medições pluviométricas, A FIGURA 4.5 apresenta a série histórica dos dados pluvio-
portanto a FIGURA 4.4 apresenta apenas a série histórica dos da- métricos e fluviométricos diários registrados no Posto “Córrego
dos fluviométricos diários registrados neste posto desde o início Morro do S – Rua Joaquim Nunes Teixeira” desde o início da ope-
da operação. ração. Nesta FIGURA é possível verificar uma mudança de nível,
no período de Julho de 2010, resultante de correções de cotas
efetuadas neste posto.

FLU FLU PLU


745,0 749 0

5
744,5
747
10
744,0
15
745

Chuva - PLU (mm)


743,5
Nível - FLU (m)

Nível - FLU (m)


20

743,0 743 25

30
742,5 59
741
35
742,0
40
739
741,5
45
741,0 737 50
20/03/15

29/04/15
19/05/15

28/06/15
18/07/15
07/08/15
27/08/15

06/10/15
26/10/15
15/11/15
05/12/15

14/01/16
03/02/16
23/02/16
14/03/16

23/04/16
13/05/16
02/06/16
09/04/15

08/06/15

16/09/15

25/12/15

03/04/16

01/07/10
19/09/10
08/12/10
26/02/11
17/05/11
05/08/11
24/10/11
12/01/12
01/04/12
20/06/12
08/09/12
27/11/12
15/02/13
06/05/13
25/07/13
13/10/13
01/01/14
22/03/14
10/06/14
29/08/14
17/11/14
05/02/15
26/04/15
15/07/15

30/05/16
03/10/15
22/12/15
11/03/16
FIGURA 4.4 Série Histórica do Posto Campo Limpo FIGURA 4.5 Série Histórica do Posto Córrego Morro do S – Rua
Joaquim Nunes Teixeira
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

Na FIGURA 4.6 está indicada a precipitação média mensal no • Tr – período de retorno da precipitação de projeto (anos);
Posto “Córrego Morro do S – Rua Joaquim Nunes Teixeira”. • Dc – duração crítica do evento (min).
300

As precipitações de projeto são determinadas a partir de


Precipitação Acumulada Média Mensal (mm)

250
relações intensidade-duração-frequência (IDF) da bacia contri-
200 buinte.
As IDFs fornecem a intensidade da precipitação para qualquer
150
duração e período de retorno. A altura de precipitação pode ser
100 obtida pela multiplicação da intensidade fornecida pela IDF pela
sua correspondente duração.
50
As chuvas intensas na Bacia do Córrego Morro do S foram es-
0 timadas através da equação IDF de São Paulo, ajustada para o
60
posto do Centro Tecnológico de Hidráulica (CTH).
FIGURA 4.6 Precipitação média mensal no Posto Córrego Morro
F    T  
it ,T = A ( t + B ) + D ( t + E ) G + H ln ln 
C
do S – Rua Joaquim Nunes Teixeira  
   T − 1 

4.2 CHUVA DE PROJETO válida para 10 ≤ t ≤ 1.440 min, onde:


A chuva de projeto consiste em um evento crítico de preci-
pitação construído artificialmente com base em características A = 39.302
estatísticas da chuva natural e com base em parâmetros de res- B= 20
posta da bacia hidrográfica. Estas características estatísticas e C = –0,923
parâmetros são considerados através de dois elementos básicos: D = 10,177
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

E = 20 Dentre os métodos existentes para se estabelecer a distribui-


F = –0,876 ção temporal de uma precipitação máxima, foi utilizado o méto-
G = –0,465 do dos blocos alternados, cuja distribuição temporal da chuva é
H = –0,841 conseguida utilizando-se dados das relações IDF.
t é a duração da chuva em minutos; A TABELA 4.1 apresenta o hietograma de projeto para os pe-
T é o período de retorno da chuva em anos; ríodos de retorno de 2, 10, 25, 50 e 100 anos, discretizados em
i é a intensidade da chuva em mm/min. 5 min.

TABELA 4.1 – HIETOGRAMA DE PROJETO


A tormenta de projeto frequentemente utilizada em projetos
PARA DIFERENTES PERÍODOS DE RETORNO
hidrológicos para bacias urbanas muito pequenas é uma chuva
P (mm)
de intensidade constante. Tal hipótese se fundamenta no fato t (min)
TR 2 TR 10 TR 25 TR 50 TR 100
de que a causa crítica das enchentes é a curta duração ou ele- 5 0,44 0,73 0,87 0,98 1,08 61
vada intensidade de precipitação. Pode ser demonstrado que o 10 0,50 0,82 0,98 1,10 1,21
pico do escoamento superficial ocorre quando toda a área de 15 0,57 0,93 1,11 1,25 1,38
drenagem contribui para o ponto em consideração. Nestes estu- 20 0,66 1,08 1,28 1,44 1,59
dos adotou-se a duração da chuva crítica de 2 horas. 25 0,79 1,26 1,51 1,68 1,86
A distribuição temporal dos volumes precipitados condicio- 30 0,95 1,52 1,81 2,02 2,23
na o volume infiltrado e a forma do hidrograma de escoamento 35 1,18 1,87 2,22 2,48 2,74
superficial direto originado pela chuva excedente. 40 1,53 2,40 2,84 3,16 3,48
Os métodos existentes para determinação da distribuição 45 2,07 3,22 3,80 4,23 4,65
temporal de uma tormenta classificam-se em métodos que se 50 3,00 4,63 5,44 6,05 6,65
utilizam da análise de eventos de tormenta e métodos que utili- 55 4,87 7,42 8,70 9,65 10,59

zam as relações IDF. 60 9,60 14,40 16,82 18,62 20,40


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

TABELA 4.1 – HIETOGRAMA DE PROJETO 4.3 ESCOAMENTO SUPERFICIAL


PARA DIFERENTES PERÍODOS DE RETORNO
O estudo do escoamento superficial inclui a análise de fato-
P (mm)
t (min) res que influenciam a sua geração. Fatores como características
TR 2 TR 10 TR 25 TR 50 TR 100
climáticas, físicas e de uso e ocupação do solo são fundamentais
65 6,62 10,00 11,71 12,97 14,23
70 3,76 5,76 6,77 7,51 8,25
para o conhecimento do processo de formação do escoamento
75 2,47 3,82 4,50 5,00 5,51 superficial.
80 1,76 2,76 3,26 3,63 4,00
85 1,34 2,11 2,50 2,79 3,07 4.3.1 Sub-bacias hidrográficas
90 1,06 1,68 2,00 2,23 2,46 A Bacia do Córrego Morro do S foi dividida em oito sub-ba-
95 0,86 1,38 1,64 1,84 2,03 cias, obedecendo a contribuição dos afluentes principais.
100 0,72 1,16 1,39 1,55 1,72 A TABELA 4.3 indica as principais características físicas de
105 0,61 1,00 1,19 1,34 1,48 cada sub-bacia.
62
110 0,53 0,87 1,04 1,17 1,29 O tempo de concentração, apresentado na TABELA 4.3, é cal-
115 0,47 0,77 0,92 1,03 1,14 culado pelo modelo matemático por meio da equação da onda
120 0,41 0,69 0,82 0,92 1,02 cinemática e leva em consideração as características hidrológi-
cas e hidráulicas de cada sub-bacia.
A precipitação total acumulada para os períodos de retorno ana-
lisados é apresentada na TABELA 4.2  n0 ,6 × L0 ,6 
t c = 55 ×  0 , 4 0 ,3 
 I ×S 
TABELA 4.2 – PRECIPITAÇÃO TOTAL ACUMULADA
P (mm) Onde: tc é o tempo de concentração (min); n é o coeficiente
TR 2 TR 10 TR 25 TR 50 TR 100 de Manning; L o comprimento de talvegue (m); I a intensidade
42 64 76 84 92 da chuva (mm/h) e S a declividade (m/km).
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

TABELA 4.3 – CARACTERÍSTICAS DAS SUB-BACIAS No mapa da FIGURA 4.7 é apresentada a divisão de sub-bacias
Tempo de empregada no modelo hidrológico-hidráulico adotado.
Comprimento de Declividade
Sub-bacia Área (km²) Concentração
talvegue (km) média (%)
(hora)
MS-01 4,8 4,72 1h20 18,95
MS-02 3,1 3,59 1h20 18,83
MS-03 1,5 1,37 1h10 15,10
MS-04 2,1 2,33 1h10 15,55
MS-05 3,5 4,90 1h20 15,74
MS-06 3,2 2,98 1h10 17,62
MS-07 2,7 2,58 1h10 19,98
MS-08 1,7 3,44 1h10 19,98

63
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

64

FIGURA 4.7 Sub-bacias da Bacia do Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

4.3.2 CN (Curve Number) Podem também ser constituídos por cascalhos, de alta permea-
O CN é um índice para escoamento adimensional baseado bilidade.
no grupo hidrológico de solos, uso e cobertura, condições hi- Grupo B – Solos com potencial de escoamento (“runoff“) mo-
drológicas e condições antecedentes de umidade. O CN é um deradamente baixo. Predominam solos arenosos, menos pro-
importante fator que permite avaliar o efeito das alterações no fundos e menos agregados que o acima (A); o Grupo, como um
uso e ocupação do solo sobre o escoamento superficial. todo, apresenta, após seu intenso umedecimento, capacidade
O mapeamento do CN foi realizado a partir da constituição de infiltração acima da média.
geológica da bacia, baseando-se na carta geológica disponível. Grupo C – Solos com potencial de escoamento moderada-
Assim, foram identificados os litotipos mais significativos sob o mente alto. Compreende solos rasos e solos contendo conside-
ponto de vista hidráulico-hidrológico. ráveis teores de argilas e colóides, porém inferiores ao Grupo D.
Este índice varia de 0 a 100, valores próximos de zero indicam Este solo tem infiltração abaixo da média após saturação.
que a bacia submetida a certa precipitação intensa gera pou- Grupo D – Solos com o mais alto potencial de escoamento.
65
co escoamento superficial. Já valores próximos de 100, indicam Inclui a maioria das argilas e também solos rasos com sub-hori-
que a bacia submetida a mesma precipitação irá produzir eleva- zontes impermeáveis próximos à superfície.
dos volumes de escoamento superficial. Os valores recomendados de CN em função da classe hidro-
A classificação dos grupos hidrológicos de solo seguiu a me- lógica do solo e de seu uso e ocupação são apresentados na
todologia do National Resources Conservation Service (NRCS): TABELA 4.4.
Grupo A – Solos de mais baixo potencial de deflúvio; são so-
los profundos, de constituição arenosa, com pouco silte e argila.
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

TABELA 4.4 – VALORES RECOMENDADOS PARA O CN


Classe Hidrológica do Solo – NRCS
Descrição do Uso do Solo
A B C D
Terra Cultivada
Sem tratamento para conservação 72 81 88 91
Com tratamento para conservação 62 71 78 81
Pastagem
Condição Ruim 68 79 86 89
Condição Boa 39 61 74 80
Campo
Condição Boa 30 58 71 78
Floresta
Densidade baixa, coberturas pobres, sem cobertura 45 66 77 83
Boa cobertura 25 55 70 77
66 Espaços abertos, gramados, parques, campos de golfe, cemitérios, etc.
Condição boa: cobertura de grama em 75% ou mais da área 39 61 74 80
Condição justa: cobertura de grama em 50-75% da área 49 69 79 84
Áreas comerciais e de negócios (85% impermeáveis) 89 92 94 95
Distritos industriais (72% impermeáveis) 81 88 91 93
Residencial – Tamanho médio do lote (% impermeáveis)
0,05 ha ou menos (65) 77 85 90 92
0,10 ha (38) 61 75 83 87
0,13 ha (30) 57 72 81 86
0,20 ha (25) 54 70 80 85
0,40 ha (20) 51 68 79 84
Estacionamento pavimentado, telhados, calçadas etc. 98 98 98 98
Ruas e estradas
Pavimentada com meio fio e drenagem 98 98 98 98
Em cascalho 76 85 89 91
Sujas 72 82 87 89
Condição de umidade antecedente II. Fonte: SCS Urban Hydrology for Samll Watersheds, 2nd Ed, (TR-55), June 1986
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Foi adotado o CN médio para cada uso do solo assumindo TABELA 4.5 – VALORES DE CN ADOTADOS EM FUNÇÃO DO USO E
que possuíam proporções iguais de cada grupo hidrológico de OCUPAÇÃO DO SOLO E CLASSIFICAÇÃO HIDROLÓGICA DOS SOLOS

solo, como mostra a TABELA 4.5. CN


Uso do solo Grupo hidrológico
TABELA 4.5 – VALORES DE CN ADOTADOS EM FUNÇÃO DO USO E Média
A B C D
OCUPAÇÃO DO SOLO E CLASSIFICAÇÃO HIDROLÓGICA DOS SOLOS
Residencial Horizontal Médio
CN 77 85 90 92 86
Alto Padrão
Uso do solo Grupo hidrológico Residencial Vertical Baixo Padrão 77 85 90 92 86
Média
A B C D Residencial Vertical Médio
77 85 90 92 86
Comércio e Serviços 89 92 94 95 93 Alto Padrão
Média entre os CNs Residencial
Equipamento Urbano 89 92 94 95 93 Residencial, Comércio e Serviços 89
/ comércio e serviços
67
Indústria e Armazém 81 88 91 93 88 Média entre os CNs Residencial
Residencial, Indústria e Armazém 87
Comércio e Serviços, Indústria e Média entre os CNs comércio e / indústria e armazém
90
Armazém serviços / indústria e armazém

Espaços Abertos 49 69 79 84 70 Observa-se que os valores de CN na bacia são bastante elevados,


Massa D’água 98 98 98 98 98 excetuando o uso do solo referente aos Espaços Verdes Urbanos.
O CN de cada sub-bacia, apresentado na TABELA 4.6, foi de-
Ruas e Estradas 98 98 98 98 98
terminado a partir da média ponderada espacial dos CNs pela
Residencial Horizontal Baixo Padrão 77 85 90 92 86
área de cada uso do solo.
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

TABELA 4.6 – CN MÉDIO POR SUB-BACIA A FIGURA 4.8 representa o CN para cada tipo de uso conside-
Sub-bacia CN Médio rado na Bacia do Córrego Morro do S.
MS-01 89
MS-02 89
MS-03 89
MS-04 90
MS-05 90
MS-06 89
MS-07 89
MS-08 90

68
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

69

FIGURA 4.8 CN (Curve Number) na Bacia do Córrego Morro do S


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

4.3.3 Impermeabilização da Bacia TABELA 4.7 – ÁREA IMPERMEÁVEL (%)


A área impermeável foi estimada a partir de um estudo do Sub-bacia Atual Permitida
NRCS, o qual relaciona, para diferentes usos do solo, porcenta- MS-01 71 78
gens de áreas impermeáveis a valores de coeficientes de escoa-
MS-02 71 80
mento. Assim, foi calculada a taxa de impermeabilização por
MS-03 71 83
sub-bacia do Morro do S. A FIGURA 4.9 ilustra a impermeabili-
zação atual da bacia. MS-04 73 83

Para análise da impermeabilização máxima permitida da ba- MS-05 73 84


cia foram utilizados os limites para a taxa de permeabilidade MS-06 71 85
mínima estabelecidos pela Lei nº 16.402/2016 (Quadro 3A) que
MS-07 71 80
disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Muni-
MS-08 73 85
cípio de São Paulo.
70
Os limites estabelecidos foram considerados como sendo o
máximo adensamento permitido por lei. O resultado deste estu- Utilizando-se a taxa de permeabilidade mínima estabelecida
do gerou o mapa de Impermeabilização Futura Permitida, apre- na Lei nº 16.402/2016 (LPUOS), obteve-se um aumento da par-
sentado na FIGURA 4.10. cela de área impermeável nas sub-bacias do Morro do S.
A TABELA 4.7 indica a parcela de área impermeável de cada
sub-bacia do Morro do S, para a condição atual e máxima per-
mitida.
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

71

FIGURA 4.9 Impermeabilização Atual na Bacia do Córrego Morro do S


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

72

FIGURA 4.10 Impermeabilização Futura Permitida na Bacia do Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

4.3.4 Calibração do modelo PCSWMM Capão Redondo e Posto Campo Limpo no período foi 156 mm,
A calibração é um processo que busca o ajuste dos parâme- no Posto Córrego Morro do S foi 137 mm.
tros do modelo para que este represente os fenômenos hidroló- No período selecionado foram registrados 3 eventos princi-
gicos e hidráulicos da bacia hidrográfica de forma adequada e pais nos dias 3, 5 e 7 de junho de 2016.
condizente com observações em campo. A FIGURA 4.11 apresenta o resultado da calibração do modelo
No processo de calibração do modelo PCSWMM na bacia do PCSWMM para o Posto Córrego Capão Redondo. Nesta FIGURA
Córrego Morro do S foram utilizados os postos da rede telemé- são apresentados os dados observados no posto, representados
trica “Posto Córrego Capão Redondo”, “Posto Campo Limpo” e pela curva FLU na FIGURA, e os dados simulados pelo modelo,
“Posto Córrego Morro do S – Rua Joaquim Nunes Teixeira”. Os representados pela curva FLU Modelo. A FIGURA 4.12 ilustra a
eventos selecionados para a calibração ocorreram entre os dias mesma situação para a calibração para o Posto Campo Limpo e
3 e 7 de junho de 2016. O total precipitado no Posto Córrego a FIGURA 4.13 para o Posto Córrego Morro do S.

73
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

Córrego Morro do S - Capão Redondo (PMSP/CL-01)


PLU (mm)
60

50

40
PLU (mm)

30

20

10

PLU(mm) Instantaneo PLU(mm)

Córrego Morro do S - Capão Redondo (PMSP/CL-01)


FLU (m)
74 754

753
FLU (m)

752

751

750

FLU(m) FLU(m) Modelo

FIGURA 4.11 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos registrados no Posto Córrego Capão Redondo
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

Córrego Morro do S - Capão Redondo (PMSP/CL-01)


PLU (mm)
60

50

40
PLU (mm)

30

20

10

PLU(mm) Instantaneo PLU(mm)

Córrego Morro do S - Campo Limpo (PMSP/CL-02)


FLU (m)
744 75

743
FLU (m)

742

741

FLU(m) FLU(m) Modelo

FIGURA 4.12 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos registrados nos Postos Campo Limpo e Capão Redondo
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Córrego Morro do S - Rua Joaquim Nunes Teixeira


PLU (mm)
60

50

40
PLU (mm)

30

20

10

PLU(mm) Instantaneo PLU(mm)

Córrego Morro do S - Rua Joaquim Nunes Teixeira


FLU (m)
76 741

740

739
FLU (m)

738

737

736

FLU(m) FLU(m) Modelo

FIGURA 4.13 Calibração do modelo PCSWMM para os eventos registrados no Posto Córrego Morro do S
5
Alternativas O Caderno de Bacia Hidrográfica tem como objetivo dar sub-

propostas sídios à Prefeitura para futuras discussões quanto ao planeja-


mento e à gestão das bacias do Município de São Paulo no que
tange o Controle de Cheias. Este Capítulo apresenta propostas
de alternativas que poderão ser discutidas, estudadas e comple-
mentadas tendo em vista a redução das inundações na Bacia do
Morro do S.
O ponto de partida para a formulação das alternativas foram
os projetos existentes em estoque na Secretaria Municipal de In-
fraestrutura Urbana e Obras – SIURB, as expectativas das demais
Secretarias do Município, como Secretaria Municipal de Habita-
ção – SEHAB, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
77
– SVMA e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano –
SMDU, e Subprefeituras.
Foram estudadas duas alternativas compostas por medidas
estruturais, propiciando à bacia o grau de proteção de 100 anos.
As alternativas consistem no controle do escoamento super-
ficial através de ações estruturais nos córregos Capão Redondo,
Moenda Velha, Freitas, São Luiz e Morro do S. Essas alternativas
foram dimensionadas para o cenário da ocupação máxima per-
mitida por Lei. Dentre as principais medidas de controle propos-
tas destacam-se:
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

• Reservatórios de armazenamento – estruturas construídas A TABELA 5.1 apresenta um resumo das medidas previstas
para armazenar o escoamento superficial excedente e ir libe- nas alternativas propostas, indicando a localização na bacia do
rando as vazões para jusante de forma controlada, através de Morro do S.
pequeno orifício de saída.
TABELA 5.1 – MEDIDAS DE CONTROLE
• Parques lineares com função de reservação – funcionam
PREVISTAS NAS ALTERNATIVAS 1 E 2
como reservatórios de armazenamento linear, no próprio ca-
Localização Alternativa 1 Alternativa 2
nal do córrego. A função de reservação é introduzida através
Reservatório CR 01 Reservatório CR 01
de estruturas de restrição de seção ao longo do canal, dimen- Capão Redondo
Canalização Canalização
sionadas para restringir o escoamento para jusante.
Parque linear MV 01 Parque linear MV 01
• Canalização – implica na construção de canal com dimensões Moenda Velha
Canalização Canalização
definidas em locais onde os córregos encontram-se nas suas
Reservatório FR 01A* Reservatório FR 01A*
condições naturais. Esta medida aumenta a capacidade de
78 Reservatório FR 01B Reservatório FR 01B
escoamento dos córregos.
Freitas Reservatório FR 01C Reservatório FR 01C
• Túnel – são estruturas subterrâneas construídas com a finali-
Reservatório FR 02 Reservatório FR 02
dade de derivação parcial de vazões.
Canalização Canalização
Reservatório SL 01 Reservatório SL 01
É importante ressaltar que nos futuros projetos sejam consi- São Luiz
Canalização Canalização
deradas estruturas de controle da qualidade da água para cada
Morro do S Reservatório MS 01 Túnel
medida a ser implantada.
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

5.1 ALTERNATIVA 1 TABELA 5.2 – MEDIDAS DE CONTROLE DA ALTERNATIVA 1

As obras previstas nesta Alternativa são sete reservatórios de Nº lotes


Localização Medida Dimensão
atingidos
armazenamento (332,5 mil m³), um parque linear (4 mil m²) e
Reservatório CR 01 38.000 m³ 1
canalizações (7420 m) dispersas pelos córregos da bacia. Capão Redondo
Canalização 2.200 m -
A TABELA 5.2 indica as obras previstas na Alternativa 1 in-
Parque linear MV 01 4.000 m² -
cluindo sua localização, o tipo de medida de controle, dimen- Moenda Velha
Canalização 3.000 m -
sões e o número de lotes que necessitam ser desapropriados.
Reservatório FR 01A* 47.197 m³
A FIGURA 5.1 mostra a localização das obras previstas na
Reservatório FR 01B* 6.113 m³ -
Alternativa 1.
Freitas Reservatório FR 01C* 4.053 m³
Reservatório FR 02 48.868 m³ -
Canalização 2.000 m -
79
Reservatório SL 01 28.300 m³ -
São Luiz
Canalização 220 m -
Morro do S Reservatório MS 01 160.000 m³ 48
*Orçamento já mobilizado pela PMSP
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

80

FIGURA 5.1 Medidas de Controle de Cheias da Alternativa 1 para a Bacia do Córrego Morro do S
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

5.2 ALTERNATIVA 2 TABELA 5.3 – MEDIDAS DE CONTROLE DA ALTERNATIVA 2

Nesta Alternativa são previstos seis reservatórios de armaze- Nº lotes


Localização Medida Dimensão
atingidos
namento (172,5 mil m³), um parque linear (4 mil m²), um túnel de Reservatório CR 01 38.000 m³ 1
desvio (1350 m) e canalizações (7420 m) dispersas pelos córre- Capão Redondo
Canalização 2.200 m -
gos da bacia. A Alternativa 2 difere da Alternativa 1 na proposta Parque linear MV 01 4.000 m² -
Moenda Velha
para o Córrego Morro do S, onde foi substituído o reservatório Canalização 3.000 m -
indicado na Alternativa 1 pelo túnel na Alternativa 2. Reservatório FR 01A* 47.197 m³
A TABELA 5.3 indica as obras previstas na Alternativa 2 in- Reservatório FR 01B* 6.113 m³ -

cluindo sua localização, dimensões e o número de lotes que ne- Freitas Reservatório FR 01C* 4.053 m³
Reservatório FR 02 48.868 m³ -
cessitam ser desapropriados.
Canalização 2.000 m -
A configuração das obras propostas na Alternativa 2 pode ser
Reservatório SL 01 28.300 m³ -
visualizada na FIGURA 5.2. São Luiz
Canalização 220 m - 81
Morro do S Túnel 1350 m de φ 5m -
*Orçamento já mobilizado pela PMSP
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82

FIGURA 5.2 Medidas de Controle de Cheias da Alternativa 2 para a Bacia do Córrego Morro do S
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

5.3 LOCALIZAÇÃO DAS MEDIDAS PROPOSTAS


NAS ALTERNATIVAS
Este Item ilustra as localizações das áreas dos reservatórios e
do parque linear proposto para a Bacia do Córrego Morro do S.

83
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

84

FIGURA 5.3 Localização do Parque Linear MV 01 no Córrego Moenda Velha


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

85

FIGURA 5.4 Localização do Reservatório CR 01 no Córrego Capão Redondo


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

86

FIGURA 5.5 Localização do Reservatório FR 01 no Córrego Freitas


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

87

FIGURA 5.6 Localização do Reservatório FR 02 no Córrego Freitas


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

88

FIGURA 5.7 Localização do Reservatório MS 01 no Córrego Morro do S


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

89

FIGURA 5.8 Localização do Reservatório SL 01 no Córrego São Luiz


CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

5.4 VISTAS E PERSPECTIVAS DAS MEDIDAS A FIGURA 5.9 e a FIGURA 5.10 ilustram a vista atual da área
PROPOSTAS NAS ALTERNATIVAS prevista para implantação do parque linear MV 01 e sua futura
Este Item ilustra as vistas atuais das áreas onde foram previs- perspectiva no Córrego Moeda Velha, respectivamente.
tas as medidas de controle de cheia e as perspectivas das medi- A FIGURA 5.11 indica a vista atual da área prevista para im-
das de controle propostas para a Bacia do Córrego Morro do S. plantação do Reservatório CR 01 e a FIGURA 5.12 sua futura
Foram simuladas as perspectivas de três medidas de controle perspectiva no Córrego Capão Redondo, respectivamente.
de cheia, sendo um parque linear e dois reservatórios. As loca- A FIGURA 5.13 indica a vista atual da área prevista para im-
lizações do parque linear MV 01 e reservatórios, CR 01 e MS 01, plantação do Reservatório MS 01. Sua futura perspectiva no
foram apresentadas na FIGURA 5.1. Córrego Morro do S pode ser visualizada na FIGURA 5.14.

90
CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

91

FIGURA 5.9 Vista atual da área prevista para o Parque Linear MV 01 localizado no Córrego Moenda Velha
CÓRREGO MORRO DO S | CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA

92

FIGURA 5.10 Perspectiva do Parque Linear MV 01 localizado no Córrego Moenda Velha


CADERNO DE BACIA HIDROGRÁFICA | CÓRREGO MORRO DO S

93

FIGURA 5.11 Vista atual da área prevista para o Reservatório CR 01 localizado no Córrego Capão Redondo
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94

FIGURA 5.12 Perspectiva do Reservatório CR 01 localizado no Córrego Capão Redondo


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FIGURA 5.13 Vista atual da área prevista para o Reservatório MS 01 localizado no Córrego Morro do S
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FIGURA 5.14 Perspectiva do Reservatório MS 01 localizado no Córrego Morro do S


6
Implantação Uma das vantagens do planejamento do sistema de drena-

do sistema em gem é a proposição da implantação das obras em etapas, tendo


em vista a redução paulatina dos riscos de inundação na bacia

duas etapas: até o nível correspondente a precipitações de período de retor-


no de 100 anos.
25 e 100 anos Assim sendo, foram previstas duas etapas de implantação, a
primeira etapa para atingir o grau de proteção de 25 anos e a se-
gunda a proteção de 100 anos.
A TABELA 6.1 apresenta sublinhadas as obras previstas para a
primeira etapa de implantação nas Alternativas 1 e 2. As medi-
das não sublinhadas serão implantadas em uma segunda etapa
do horizonte de planejamento.
97
A primeira etapa de implantação possui o mesmo elenco de
medidas de controle de cheias para as duas alternativas pro-
postas.
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TABELA 6.1 – MEDIDAS PARA A PRIMEIRA ETAPA DE IMPLANTAÇÃO A FIGURA 6.1 apresenta a distribuição das obras de primeira
Localização Alternativa 1 Alternativa 2 etapa na bacia, as quais possuem a mesma configuração para as
Reservatório CR 01 Reservatório CR 01 alternativas 1 e 2.
Capão Redondo
Canalização Canalização
Parque linear MV 01 Parque linear MV 01
Moenda Velha
Canalização Canalização
Reservatório FR 01A Reservatório FR 01A
Reservatório FR 01B Reservatório FR 01B
Freitas Reservatório FR 01C Reservatório FR 01C
Reservatório FR 02 Reservatório FR 02
Canalização Canalização
98 Reservatório SL 01 Reservatório SL 01
São Luiz
Canalização Canalização
Morro do S Reservatório MS 01 Túnel
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FIGURA 6.1 Medidas de Controle do Escoamento Superficial para Primeira Etapa de Implantação – Alternativas 1 e 2
7
Áreas As medidas estudadas foram dimensionadas tendo em vista o

sujeitas a controle do escoamento superficial e a redução das inundações


para o nível de risco hidrológico para chuvas de TR 100 anos.

inundações Um método eficiente de visualizar o efeito das medidas de


controle propostas é através de manchas produzidas a partir da
utilização de modelo matemático, que são um indicativo das
áreas sujeitas a inundações.
Na FIGURA 7.1 são apresentas as manchas de inundação
para a condição sem intervenções e para as Alternativas estu-
dadas. Um dos cenários indicados na Figura (1ª Etapa) ilustra o
comportamento das alternativas quando implantadas as obras
previstas para a primeira etapa e submetidas a uma chuva com
101
TR de 100 anos. Observa-se que nas alternativas 1 e 2 há uma
redução da mancha de inundação quando comparadas à situa-
ção sem intervenção, já com a implantação das obras de pri-
meira etapa.
O segundo cenário apresentado indica a situação para etapa
final, após a implantação de todas as obras previstas, quando si-
mulada a chuva de projeto de TR 100 anos, nota-se que não são
visualizadas manchas para as Alternativas 1 e 2, como esperado.
A TABELA 7.1 apresenta os efeitos das alternativas em ter-
mos de área atingida pelas inundações e o número de lotes
atingidos para a condição atual (sem intervenção), 1ª etapa de
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implantação de obras quando submetidas a chuva de projeto TABELA 7.1 – EFEITOS DAS ALTERNATIVAS 1 E 2 SOBRE A BACIA
de 100 anos e para etapa final. Impactos
Observa-se que para a 1ª etapa ocorre uma redução signifi- Etapa Alternativa Lotes
Área inundada (km²)
cativa na expansão da mancha sobre a área inundada para as atingidos
Sem
duas alternativas quando comparadas à situação sem interven- Atual 0,88 1.286
Intervenção
ção. A configuração para as obras de 1ª etapa é igual nas duas
Alternativa 1 0,72 558
alternativas, o que justifica as mesmas áreas inundadas para esta 1ª etapa
Alternativa 2 0,72 558
condição. Para a etapa final de implantação de obras não são
Alternativa 1 - -
verificadas inundações nas regiões analisadas da bacia nas duas Etapa Final
Alternativa 2 - -
alternativas.

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Sem intervenção Alternativa 1e 2 Alternativa 1 e 2


com chuva de TR = 100 anos 1ª etapa, com chuva de TR = 100 anos etapa final, com chuva de TR = 100 anos

103

FIGURA 7.1 Áreas Sujeitas a Inundações – Cenário sem Intervenção e com as Obras da 1ª Etapa e Etapa Final das Alternativas 1 e 2
8
Custo Uma primeira estimativa de custo foi realizada no intuito de

estimado apoiar a análise de viabilidade de implantação das alternativas


apresentadas.
Os valores foram levantados a partir de uma relação de dados
das obras realizadas pela PMSP e dos valores de desapropriação
estimados pela Coordenadoria de Gestão de Programas (CPO)
da SEHAB/PMSP. Os custos apresentados foram ajustados para
data base de outubro de 2015.
A TABELA 8.1 e a TABELA 8.2 apresentam os custos estimados
das Alternativas 1 e 2. Foram indicadas todas as ações previstas
em cada alternativa, distinguindo os valores estimados em de-
sapropriações, quando existente.
105
Destaca-se que esta abordagem é uma estimativa aproxima-
da e deve ser analisada com cautela considerando-se uma mar-
gem de segurança de 20% para mais ou para menos.
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TABELA 8.1 – CUSTO ESTIMADO DA ALTERNATIVA 1 TABELA 8.2 – CUSTO ESTIMADO DA ALTERNATIVA 2
Custo Custo
Localização Medida Dimensão Localização Medida Dimensão
Estimado (R$) Estimado (R$)
Reservatório CR 01 38.000 m³ 24.000.000,00 Reservatório CR 01 38.000 m³ 24.000.000,00
Capão Capão
Desapropriação CR 01 1 lote 200.000,00* Desapropriação CR 01 1 lote 200.000,00*
Redondo Redondo
Canalização 2.200 m 36.500.000,00 Canalização 2.200 m 36.500.000,00

Moenda Parque linear MV 01 4.000 m² 3.100.000,00 Moenda Parque linear MV 01 4.000 m² 3.100.000,00
Velha Canalização 3.000 m 53.200.000,00 Velha Canalização 3.000 m 53.200.000,00
Reservatório FR 01A 47.197 m³ Reservatório FR 01A 47.197 m³
Reservatório FR 01B 6.113 m³ 160.000.000,00** Reservatório FR 01B 6.113 m³ 160.000.000,00**
Freitas Reservatório FR 01C 4.053 m³ Freitas Reservatório FR 01C 4.053 m³
Reservatório FR 02 48.868 m³ 27.300.000,00 Reservatório FR 02 48.868 m³ 27.300.000,00
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Canalização 2.000 m 32.300.000,00 Canalização 2.000 m 32.300.000,00
Reservatório SL 01 28.300 m³ 21.000.000,00 Reservatório SL 01 28.300 m³ 21.000.000,00
São Luiz São Luiz
Canalização 220 m 2.200.000,00 Canalização 220 m 2.200.000,00
Reservatório MS 01 160.000 m³ 50.000.000,00 1350 m de φ
Morro do S Morro do S Túnel 72.000.000,00
Desapropriação MS01 48 lotes 8.060.796,88 5m
TOTAL 418.000.000,00 TOTAL 431.800.000,00

TOTAL COM MARGEM DE SEGURANÇA ±20% 335 – 501 milhões TOTAL COM MARGEM DE SEGURANÇA ±20% 345 – 518 milhões

Valores com data base de out/2015 Valores com data base de out/2015
*Valor médio estimado pelo Núcleo de Desapropriações e Áreas Públicas da SIURB *Valor médio estimado pelo Núcleo de Desapropriações e Áreas Públicas da SIURB
**Valor aproximado informado pela SIURB conforme processo licitatório dos **Valor aproximado informado pela SIURB conforme processo licitatório dos
reservatórios no Freitas reservatórios no Freitas
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A TABELA 8.3 mostra o resumo dos custos estimados das al- Para a composição destes custos estimativos foram conside-
ternativas estudadas com a margem de segurança de 20% para rados os seguintes tipos de intervenções:
mais e para menos em cada alternativa.
• Reservatório: aberto em concreto – paredes diafragma ati-
TABELA 8.3 – CUSTO ESTIMADO DAS ALTERNATIVAS ESTUDADAS rantadas – com bombeamento
Alternativa Medidas de Controle Previstas Custo Estimado* (R$) • Canalização: canal aberto em concreto armado
Alternativa 1
7 reservatórios + parque linear +
328 – 492 milhões • Parque linear: parque + paisagismo + equipamentos
canalização
6 reservatórios + parque linear +
• Túnel: canalização em túnel natm
Alternativa 2 345 – 518 milhões
canalização + túnel
Valores com data base de out/2015
*Com margem de segurança de 20% para mais e para menos

107
9
Avaliação Este item apresenta uma avaliação da representatividade das

do índice alternativas quanto à questão da água como parte da paisagem


urbana, o qual foi chamado de índice de qualidade ambiental

de qualidade (IQA). O método empregado foi baseado em uma pontuação


subjetiva, realizada pela FCTH, que considera a água integrada ao
ambiental ambiente urbano, permitindo sua visualização pela população.
A pontuação levou em consideração a permanência da água
na bacia através da reservação e sua integração e possíveis be-
nefícios com a paisagem urbana, admitindo a dupla funciona-
lidade da medida. A classificação das medidas de controle de
cheias, seguindo o conceito de índice de qualidade ambiental, é
indicada na TABELA 9.1.
109
A pontuação foi realizada atribuindo-se pontos para as alter-
nativas que priorizam a reservação de água na bacia na seguinte
ordem: parques lineares, reservatórios de armazenamento, em
menor escala canalização e túnel.
A TABELA 9.2 indica uma classificação subjetiva para o IQA
das alternativas da Bacia do Córrego Morro do S em função do
número e tipo de medidas de controle de cheia.
Seguindo estes conceitos, a Alternativa 1 foi classificada com
IQA “muito alto”, por apresentar um parque linear, sete reser-
vatórios de armazenamento, seguindo o conceito de manter a
água na bacia como parte integrante do ambiente urbano, além
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de canalização. A Alternativa 2 foi pontuada com IQA “alto”, por TABELA 9.2 – ÍNDICE AMBIENTAL DAS MEDIDAS DE
CONTROLE DE CHEIA NA BACIA DO CÓRREGO MORRO DO S
contemplar um parque linear, seis reservatórios, canalização e
Índice
o túnel, o que reduz a permanência da água na bacia e, conse- Parque
Alternativas Reservatório Canalização Túnel Qualidade
linear
quentemente, reduz a pontuação da alternativa quando compa- Ambiental
rada a Alternativa 1. Alternativa 1 1 7 1 - Muito alto

TABELA 9.1 – CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS Alternativa 2 1 6 1 1 Alto


SEGUNDO ÍNDICE DE QUALIDADE AMBIENTAL
Classificação Medida
Parque linear – apresenta os benefícios ambientais
Muito Alto
próprios do parque e a função de reservação
Reservatório – tem a função de reservação e reduz
Alto
os impactos a jusante
110
Canalização – conduz as águas para jusante, mas
Médio pode manter o contato visual da água no canal,
quando não subterrâneo
Baixo Túnel – desvia a água por via subterrânea
10
Zoneamento É parte da gestão da drenagem urbana articulação dos as-

de áreas pectos referentes ao manejo das águas pluviais com o ordena-


mento territorial. Isso pode valorizar o espaço urbano, obtendo

sujeitas a padrões urbanísticos adequados ao meio ambiente. Estas ques-


tões devem ser abordadas no Plano Diretor Estratégico (PDE),
inundações nos Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras (PREs) e na
Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS).
O PDE orienta o desenvolvimento da cidade na direção do
equilíbrio social, ambiental e econômico, aumentando a quali-
dade de vida da população.
Os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras consti-
tuem partes complementares do PDE, e são instrumentos deter-
111
minantes das ações dos agentes públicos e privados no território
de cada Subprefeitura. Estes Planos contemplam proposições
relativas às especificidades próprias, definindo no plano urba-
nístico-ambiental os aspectos físicos, territoriais e sociais, inclu-
sive os parâmetros urbanísticos mínimos e máximos, para que
se faça cumprir a função social da propriedade.
O ordenamento do território consiste no planejamento do
uso e ocupação do solo de forma utilizar o potencial das infraes-
truturas existentes sem deixar de considerar a preservação de
recursos naturais, incluído a capacidade de escoamento do sis-
tema de drenagem.
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O PDE consolida, como instrumento estruturante para o or- Os Cadernos de Bacia Hidrográfica introduziram o zonea-
denamento territorial da cidade de São Paulo, as Áreas de Inter- mento de áreas sujeitas a inundações partindo da formulação
venção Urbana. Estas áreas são passíveis de serem regulamenta- de alternativas de controle de cheias dimensionadas para chu-
das por lei específica, proposta pela Prefeitura e geridas com a vas com TR de 25 anos. O estudo propõe para chuvas com perío-
participação efetiva da sociedade civil. do de retorno entre 25 e 100 anos que as áreas sujeitas a inunda-
A Área de Intervenção Urbana constitui uma região com po- ções passem por regulamentação através de seu zoneamento.
tencialidades para a reestruturação e transformação urbana, Para esta faixa de TR as restrições de uso e ocupação diminuem
que poderão receber novas formas de uso e ocupação do solo, conforme aumenta o período de retorno.
combinadas com medidas que promovam o desenvolvimento Sugere-se como diretrizes de uso e ocupação do solo, a
econômico, racionalizem e democratizem a utilização das redes serem inseridas na lei de zoneamento, os seguintes critérios
de infraestrutura e a preservação dos sistemas ambientais. gerais:
Isto evidencia a possibilidade de incorporação de novos con-
112
ceitos e diretrizes à Lei de Uso e Ocupação do Solo. Assim, pode-se • Áreas livres de risco de inundação, não ensejando qualquer
adotar o zoneamento de áreas de inundação como diretriz para tomada de decisão adicional, além da legislação em vigor;
definir um conjunto de regras para a ocupação dessas áreas de ris- • Áreas com ocupação parcialmente restrita, cabendo a defini-
co, visando minimizar as perdas materiais e humanas resultantes ção dos tipos de usos e edificações compatíveis com a situa-
das inundações ou valorando ambientalmente essas áreas como ção de cada área, por meio de decreto;
espaço de lazer e/ou de conservação ambiental. Desse modo, esta- • Áreas com total restrição à ocupação, cabendo a sua utiliza-
belece-se o conceito da convivência da cidade com as suas cheias. ção apenas para parques lineares, campos de esportes não
A regulamentação das áreas inundáveis, conforme já aponta- impermeabilizados etc., conforme definido em decreto.
do no Plano Municipal de Gestão do Sistema de Águas Pluviais
de São Paulo – PMAPSP, pode ocorrer a partir do zoneamento As áreas com total restrição à ocupação correspondem aque-
dos fundos de vale, de acordo com o risco hidrológico. las inundadas com chuvas de TR imediatamente superiores a
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25 anos até 75 anos, por exemplo. Já as áreas com ocupação O conjunto de obras das Alternativas para proteger a bacia do
parcialmente restrita podem ser classificadas pelas áreas inun- Córrego Morro do S para eventos com TR 25 anos é reportado
dadas com chuvas de TR superiores a 75 até 100 anos. Áreas li- na TABELA 10.1
vres de risco de inundação podem ser alocadas acima da área
inundada com chuvas de TR 100 anos. TABELA 10.1 – CONJUNTO DE OBRAS PARA TR 25 ANOS

Destaca-se que para áreas já ocupadas, o zoneamento pode Localização Alternativa 1 e 2


estabelecer um programa de transferência da população e/ou Reservatório CR 01
Capão Redondo
convivência com os eventos mais frequentes, aplicando-se para Canalização
estes casos medidas adicionais como o caso de sistemas de aler- Parque linear MV 01
Moenda Velha
tas de inundações. Canalização

O Caderno de Bacia Hidrográfica incorporou, nas análises do Reservatório FR 01A

sistema de drenagem, a adoção de áreas sujeitas a inundação Reservatório FR 01B


Freitas 113
como parte da solução para eventos com período de retorno Reservatório FR 01C
Canalização
acima de 25 anos, considerando que para eventos acima desta
magnitude as áreas inundáveis devem ser passíveis de regula-
mentação do uso e ocupação do solo. As medidas apresentadas, da TABELA 10.1, compreendem as
A introdução deste conceito visa fornecer subsídios técnicos ações propostas para a primeira etapa de implantação detalha-
a PMSP para futuras discussões de questões como a incorpora- das no Capítulo 5.
ção e a regulamentação do zoneamento de inundações à Lei de A definição das áreas inundáveis, passíveis de regulamenta-
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – LPUOS. ção, foi desenvolvida a partir da configuração de obras indicada
Para análise do conceito de zoneamento de inundações para proteção de 25 anos. Nesta situação, foram estimadas as
partiu-se das soluções propostas para TR 25 anos nas Alterna- áreas inundáveis, passíveis de regulamentação, para chuvas de
tivas 1 e 2, as quais possuem a mesma configuração de obras. 100 anos, para todas Alternativas.
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A FIGURA 10.1 indica as áreas sujeitas a inundação para as Essas áreas de inundação devem ter seu uso e ocupação re-
Alternativas 1 e 2 que protegem a bacia para TR 25 anos, quando vistos, que definem quais atividades podem ou não serem ins-
submetidas a uma chuva de TR 100 anos. taladas. São áreas que certamente poderão levar a uma revisão
urbanística da bacia como um todo.
A TABELA 10.2 indica o custo estimado para as obras previs-
Alternativa 1 e 2
Área Sujeita a Inundações = 0,72km² tas nas Alternativas 1 e 2 para fornecer a bacia o grau de prote-
ção de 25 e 100 anos. Destaca-se que a solução discutida neste
Capítulo considera, como medida complementar não estrutural,
a inserção das áreas apresentadas na FIGURA 10.1 ao zoneamen-
to de áreas sujeitas a inundações.

TABELA 10.2 – CUSTO ESTIMADO PARA OBRAS DE 25 E 100 ANOS


114
Alternativa TR 25 anos* TR 100 anos**

Alternativa 1 146 – 219 milhões 328 – 492 milhões


Alternativa 2 146 – 219 milhões 345 – 518 milhões

Valores com data base de out/2015


*Estes valores representam os custos das obras para TR 25 anos apresentadas na
TABELA 10.2, não foram inseridos os custos para implantação do zoneamento de
áreas inundáveis
**Custos das obras para TR 100 anos apresentados na TABELA 8.3.

FIGURA 10.1 Áreas Inundáveis para Futura Regulamentação


na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
11
Considerações O Caderno de Bacia Hidrográfica tem como objetivo formular

finais uma série de alternativas para o controle de cheias tendo em vista


fornecer subsídios para futuras discussões que venham a ocorrer
no nível da Prefeitura quanto ao planejamento, contratação de
novos estudos e à gestão das bacias do Município de São Paulo.
As alternativas propostas foram estudadas em nível de via-
bilidade, questões como desapropriações foram consideradas e
deverão ser mais bem discutidas em nível de projetos básicos.
As medidas de controle estudadas abordaram soluções de
reservação, canalização, reforço de galeria e parque linear. Um
levantamento de custo preliminar foi realizado no intuito de for-
necer elementos para o planejamento das ações, sendo consi-
115
derado um grau de segurança de 20% para mais e para menos,
uma vez que os valores são aproximações.
Para a bacia hidrográfica do Morro do S foram avaliadas duas
alternativas. A Alternativa 1 é composta de sete reservatórios
de armazenamento, um parque linear e canalizações dispersas
pelos córregos da bacia. A Alternativa 2 compreende seis re-
servatórios de armazenamento, um parque linear, canalizações
dispersas pelos córregos da bacia e um túnel de derivação. A
Alternativa 2 difere da Alternativa 1 na proposta para o Córrego
Morro do S, onde foi substituído o reservatório indicado na Al-
ternativa 1 pelo túnel na Alternativa 2.
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Uma classificação subjetiva quanto à qualidade ambiental A introdução desse conceito de convivência com a água no
das alternativas foi realizada, seguindo conceitos da FCTH, em âmbito do Caderno de Bacia Hidrográfica tem como objetivo
relação à água como parte integrante do ambiente urbano. O trazer elementos para futuras discussões sobre o zoneamento
estudo mostrou que a Alternativa 1 classificou-se com índice de de áreas inundáveis associado ao risco hidrológico. Esta discus-
qualidade ambiental “Muito Alto” por possuir um parque linear são pode ser adequada no ordenamento territorial da cidade de
e sete reservatórios de armazenamento e a Alternativa 2 com ín- São Paulo como uma Área de Intervenção Urbana.
dice de qualidade ambiental “Alto” por compreender um parque Recomenda-se, para futuras revisões da Lei de Zoneamento,
linear, seis reservatórios e um túnel, o que diminuiu a pontuação a inclusão dessas zonas de inundação como elemento técnico a
da alternativa. ser observado na especificação do conjunto de regras que defi-
Destaca-se que a incorporação do zoneamento de inundação ne quais atividades podem ou não serem instaladas e como os
associado ao risco hidrológico pode trazer benefícios à convi- imóveis devem ser construídos nessas áreas. Esta ação permite a
vência com a água no ambiente urbano. Para isso recomenda-se convivência adequada com as inundações, reduzindo as perdas
116
a incorporação deste conceito no Plano Diretor Estratégico – PDE materiais, os riscos de vida e os custos com a transferência de
(Lei nº 16.050/2014), o qual fornece diretrizes para a legislação de população.
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – LPUOS visando atender O desenvolvimento deste Caderno contou com a articulação
aos objetivos e diretrizes estabelecidos para as macrozonas, ma- institucional das Secretarias Municipais: SIURB, SVMA, SEHAB,
croáreas e rede de estruturação da transformação urbana. SMDU e Subprefeitura Campo Limpo e M’Boi Mirim.

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