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ACIDENTES COM SERPENTES PEÇONHENTAS: UM

ESTUDO DESCRITIVO
Eixo: Transversal

Valdemilson Vieira Paiva 1


Gustavo Henrique Ramos dos Santos 2
Maria Clara Ferreira Alves 3
Daniel Rodrigues de Farias 4

Introdução: Os acidentes envolvendo animais peçonhentos são considerados um grande problema


de saúde pública, sendo a principal causa de intoxicação humana no Brasil. Ofidismo é todo o
quadro clínico consequente da mordedura de serpentes que pode, em muitos casos, evoluir para um
desfecho fatal. Objetivo: Descrever os casos registrados de acidentes cometidos por serpentes
peçonhentas no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico de análise de dados
secundários em saúde com enfoque na análise temporal e espacial dos dados, realizados na
plataforma TABNET do DATASUS, por intermédio do SINAN. Foram inclusas as notificações de
acidentes ofídicos ocorridos entre 2018-2022. As variáveis estabelecidas para o estudo foram: tipo
de serpente, região de notificação, sexo, faixa etária, classificação final, e desfecho clínico.
Resultados: Foram registrados 1.335.648 casos, a maioria ocasionada por serpentes do gênero
Bothrops (n=105.053), seguida por serpentes dos gêneros Crotalus (n= 12.926), Lachesis (n=2.201),
Micrurus (n= 1.514) e não peçonhentas (n= 10.851). Há de ressaltar, a elevada frequência de
subnotificações quanto ao gênero da serpente, indicada nos sistemas de informação como “campo
ignorado ou em branco” (n= 1.203.103). A maioria dos acidentes ocorreram na região Sudeste
(n=518.355) seguido da região Nordeste (n= 475.289), Sul (n= 152.618), Norte (n=105.323) e
Centro-Oeste (n= 84.063). Sobre as vítimas, constatou-se o predomínio de homens (n=733.562) na
faixa etária entre 20 a 39 anos (n= 427.847). Quanto a classificação dos acidentes, 115.403 foram
classificados como leves e a cura ocorreu em 1.210.367 dos casos notificados. Quanto ao óbito, 731
casos evoluíram para um desfecho fatal. Conclusão: Foi possível identificar que, há uma grande
prevalência de notificações de acidentes ofídicos no país. Embora as taxas de letalidade não sejam
tão altas, faz-se necessário a intensificação de ações educativas e informativas por parte das
políticas de saúde, visando a minimização desses tipos de acidentes ocorridos na população.

Palavras-chave: Serpentes; Acidentes ofídicos; Acidentes

1
Graduando em Enfermagem Pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, Parnaíba – PI valdemilson.spears@gmail.com
2
Graduando em Enfermagem Pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, Parnaíba - PI gustavo56918@gmail.com
3
Graduando em Enfermagem Pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, Parnaíba - PI alvesmariaclara683@gmail.com
4
Doutorando em Odontologia Legal pela faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas -SP drfphb@hotmail.com
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS (Departamento de Informática do SUS). c2023. Disponível
em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/animaisbr.def

BRITO, M. et al. Completude das notificações dos acidentes por animais peçonhentos no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação: estudo descritivo, Brasil, 2007-2019. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, v. 32, n.1, p. 01-16, 2023.

CORDEIRO, E. C. et al. Perfil epidemiológico de acidentes com animais peçonhentos no estado do


Maranhão. Revista Ciência Plural, v. 7, n. 1, p. 72-87, 2021.

Gonçalves, J. E. et al. Acidentes por animais peçonhentos: uma análise do perfil epidemiológico na
região Nordeste do Brasil no período de 2010 a 2019. Research, Society and Development, v. 9, n.
10, p. 01-16, 2020.

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