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Distribuição paleogeográfica e biocronológica dos titanossauros do grupo bauru,

cretáceo superior do sudeste brasileiro

• Introdução:
a família Titanosauridae (Saurischia, Sauropoda) reúne espécies de forma e tamanho
relativamente diversos. São o grupo mais bem representado no Cretáceo sul-americano, e
embora já tenham sido registrados em quase todos os continentes, são típicos do hemisfério
sul.
Na américa do sul os titanossauros ocorreram no Brasil, Uruguai, Chile e principalmente
Argentina. Mohabey (1998) identificou a presença de restos de titanossauros na Formação
Lameta, Cretáceo Superior da índia. Na América do Norte, Europa, Ásia e África, o grupo foi
registrado por Powell (1986) e Wilson & Sereno (l998).
A Família Titanosauridae é a mais representativa, em termos de números de ocorrências e
espécies, dentre os dinossauros encontrados no Brasil. Ocorre nos estados de São Paulo, Minas
Gerais, Mato Grosso e Goiás. O maior número de achados se concentra na região sudeste do
país, provenientes das formações Adamantina, Uberaba e Marília do Grupo Bauru.
Com base nessas premissas, os principais objetivos desse trabalho são decorrer a respeito de
titanossauros da formação adamantina, bacia bauru encontrados no estado de São Paulo,
apresentar aspectos paleogeográficos e biocronológicos a seu respeito e construir uma forma
de levar essas informações ao público leigo de forma didática e descontraída.

• Titanosauridae:
A família Titanosauridae é caracterizada por apresentar vertebras cervicais com espinho neural
bem desenvolvido e vértebras caudais procélicas. A escapula é relativamente longa e pouco
expandida distalmente, e há uma proeminência rugosa no bordo anterior do púbis, para fixação
de músculos. O contato entre púbis e ísquio é menos expressivo do que em outros saurópodos,
sendo o segundo relativamente curto e expandido distalmente, formando a maior parte do
acetábulo.
Powell (1986) considerou a ausência de articulação hipósfenohipantro nas vertebras dorsais,
como um caráter derivado para titanossauros, uma sinapomorfia, que junto a outras
características, como procelia das vertebras caudais, os definem como um grupo monofilético.

Gondwanatitan faustoi
É um dos titanossauros mais completos encontrados no Brasil. Embora seu nome tenha o sufixo
titan, designação comum para dinossauros gigantes, não possuía mais de 15 metros de
comprimento, pequeno se comparado a outros titanossauros. Com poucas exceções, outros
titanossauros descobertos na bacia bauru também não alcançavam 20 metros. De fato, algumas
dessas espécies são pouco maiores que a metade do comprimento médio da maioria conhecida
no mundo.
Por outro lado, os encontrados na Argentina estão incluídos entre os maiores saurópodos
conhecidos, tendo chegado a provavelmente 40 metros de comprimento.
Não é improvável que os titanossauros da porção leste da bacia bauru apresentassem algum
tipo de nanismo devido ao ambiente semiárido e a provável escassez de alimentos na região
durante o Cretáceo.
A redução de tamanho de algumas linhagens animais pode ocorrer como uma estratégia de
sobrevivência onde alimentos são escassos. Exemplos de nanismo se apresentam tanto em
animais e plantas como em registros fósseis de linhagens que vivem ou viveram isoladas de
fontes externas de alimentos, como ilhas, cavernas ou oásis. Esse pode ter sido o caso da bacia
bauru, onde restos de vegetais fósseis são raros, o que denota que a vegetação capaz de
sustentar esses animais era insuficiente e restrita a apenas proximidades de corpos de água
efêmeros, em ambientes que lembrariam os oásis atuais.
Estudos minuciosos de ossos mostram que os titanossaurídeos brasileiros encontrados na bacia
bauru apresentavam desaceleração na taxa de crescimento, uma resposta ao estresse ambiental
provocado pelo clima semiárido.

Arrudatitan maximus:
Arrudatitan maximus é um dinossauro sauropode de pescoço comprido do gênero arrudatitan
que viveu no Brasil durante o período do Cretáceo Superior, essa espécie podia chegar até 15
metros de comprimento e era conhecido por ser bastante leve comparado aos outros
titanossauros podendo pesar mais ou menos 10 toneladas. Esse dinossauro foi representado
pelos seus restos fosseis parciais de pós-cranianos, membros, ombro, quadril e várias vértebras
que foram encontrados em 1997 em Candido Rodrigues na região de Monte Alto no interior de
São Paulo que foram encontrados pela equipe do professor Antônio Celso de Arruda Campos.
Classificação cientifica:
Filo: Cordado
Classe: Reptilia
Ordem: Saurischia
Subordem: Sauropodomorpha
Infraordem: Sauropoda
Clado: Titanosauria
Família: Aeolosauridae
Gênero: Arrudatitan
Adamantisaurus mezzalirai:
Adamantisaurus mezzalirai era uma espécie de dinossauro sauropode herbívoro de pescoço
comprido que habitava a região sudeste do Brasil que hoje é São Paulo durante o período
Cretáceo Superior há 70 milhões de anos atrás. O nome Adamantisaurus mezzalirai significa
“lagarto de Adamantina” e em homenagem ao geólogo Sergio mezzalirai que encontrou os
fosseis em 1959 na Formação Adamantina, suas partes fosseis foram encontrados próximos ao
Gondwanatitan, em que só foram encontrados seis vertebras caudais o que isso limita a
compreensão do seu tamanho exato devido à falta de restos fósseis.
Classificação cientifica:
Filo: Cordado
Classe: Reptilia
Ordem: Saurischia
Subordem: Sauropodomorpha
Infraordem: Sauropoda
Clado: Titanosauria
Família: Titanosauria
Gênero: Adamantisaurus

Brasilotitan nemophagus:
Brasilotitan nemophagus era um pequeno dinossauro sauropode herbívoro de pescoço
comprido que alcançava um comprimento de até 8 metros que viveu no Brasil durante o
Cretáceo Superior na região onde hoje é a cidade de Presidente Prudente, no interior de São
Paulo. O Brasilotitan nemophagus é a única espécie de dinossauro descrita do gênero
Brasilotitan e os seus restos fosseis foram encontrados na Formação Adamantina o que inclui a
sua mandíbula com uma forma de L que apresenta uma região simfisária da moderada torcida
medialmente, as vértebras cervicais e sacrais, um ungueal e restos da região pélvica e com base
na morfologia da sua mandíbula inferior ele tem uma ligação próxima com os titanossauros
Antarctosaurus e Bonitasaura
Classificação cientifica:
Filo: Cordado
Classe: Reptilia
Ordem: Saurischia
Subordem: Sauropodomorpha
Infraordem: Sauropoda
Clado: Titanosauria
Família: Titanosauria
Gênero: Brasilotitan

Ordens ou grupos dos dinossauros.


Ornitisquios que apresentavam os ossos pélvicos dos quadris como nas aves em que o púbis é
apontado para trás e enquanto o ísquio aponta para frente o que dá uma estrutura de quatro
pontas o que faz com que esses dinossauros andassem ou corriam como se fossem aves. E
outras características presentes nesse grupo são seus pés por apresentarem três dedos e por
terem bicos curvados e pontudos. Os dinossauros pertencentes nesse grupo são os Thyreophora
que eram os dinossauros com placas ósseas na parte superior do corpo, o Cerapoda que eram os
dinossauros com características físicas e morfológicas diferentes como os Ornithopoda com pés
de pássaro, Pachycephalosauria que são lagartos com cabeça grossa e dura e o Ceratopsia que
são lagartos com chifres na cabeça.
Saurísquios que significa (quadril de lagarto) e a ordem dos dinossauros com a pélvis do quadril
semelhante à de um lagarto com o púbis apontado para baixo, entre os grupos com essa
característica morfológica temos os Teropodes, grandes dinossauros bípedes e carnívoros ou
onívoros, que deram origem as aves modernas o que isso prova que as aves são saurísquios e
não ornitisquios, os Sauropodomorphos que eram os maiores dinossauros que já existiram no
planeta que podiam alcançar cerca de 8m a 20m de altura.

Período Cretáceo
O Período Cretáceo foi o terceiro e último período da era dos Dinossauros (Mesozoica) do Éon
Fanerozoico que durou em média de 79 Ma de 145,5 a 65,5 milhões de anos, este período foi
dividido em duas épocas divididas que são o Cretáceo inferior/inicial 145,5 a 99,6 Ma e o
Cretáceo superior/final 99,6 a 65,5. No período Cretáceo teve a maior diversidade e distribuição
de espécies no planeta e com a presença mais presente ainda da crosta continental. Foi no final
desse período em que os Dinossauros foram extintos após a queda de um asteroide na península
de Iucatã, no México onde se encontra a Cratera de Chicxulub, que causou um enorme evento
cataclísmico que eliminou a maioria dos Dinossauros e outras espécies de animais o que isso
permitiu que os mamíferos saíssem de baixo do chão e reinassem no planeta na era Cenozoica.
O Cretáceo inferior/inicial 145,5 a 99,6 Ma foi o início da fragmentação do Gondwana que se
dividiu em América do Sul, Antártica, Austrália e na África que foi causada pelas fortes
atividades geológicas que ocorrerão, como os terremotos e a movimentação das placas
tectônicas, e enquanto o Cretáceo superior teve a proliferação de milhares de espécies de
plantas com flores e frutos pelo planeta e mudanças significativos nos oceanos que atingirão ou
alcançarão a sua extensão máxima.
Brasil no Período Cretáceo
O Período Cretáceo no Brasil foi uma época intensa de períodos e climas quentes em que o pais
era coberto por vários vastos desertos de dunas que depois de um tempo esses desertos foram
engolidos por um enorme oceano de lava causado pelo transbordamento de magma que ocorre
a 500 Ma e durante essa época o Brasil fez parte de um ambiente geológico adequado para a
formação do petróleo.

Synapsida e Sauropsida
Os sinapsídeos e os saurosídeos são duas linhagens ou grupos de animais amniotas que
surgiram na Era Paleozoica entre o Período Carbonífero e o Permiano há cerca de 355 e 290
milhões de anos atrás que se reproduziam botando ovos, essas duas linhagens além de
possuírem várias semelhanças em suas origens eles foram marcados por suas diferenças
evolutivas nas suas adaptações fisiológicas e anatômicas.
Sauropsida, que significa face de lagartos, é um grupo amniota que englobam todos os repteis,
aves, dinossauros (antepassados fosseis) e seus familiares, esse grupo possuíam certas
características como uma pele rígida e rica em queratina, excretavam ácido e morfológicas seus
crânios que possuem duas fenestras temporais atrás dos olhos que estão presentes até hoje nos
repteis atuais.

Sinapsida que é um grupo amniota que englobam todos os mamíferos atuais, os seres humanos
e seus ancestrais que se caracterizaram pela sua morfologia craniana ser diferente dos
sauropisidios por possuírem somente uma fenestra temporal atrás dos olhos. Os ancestrais dos
mamíferos tinham uma aparência bem mais semelhante à de repteis escamosos do que a de
mamíferos atuais com pelos, mas pela sua morfologia craniana e dentada os pesquisadores
conseguiram identificá-los como sinapsideos ao invés de sauropsidas. O Dimetrodon é um
exemplo de como eram os sinapsidios no Permiano, grandes amniotas quadrupedes com uma
aparência semelhante à de repteis.

Ancestrais dos sauropodes


Os sauropodes se originarão do grupo Prosauropoda que eram dinossauros pequenos e
herbívoros que atingiam cerca de 6 metros de comprimento, pesando 1 tonelada e que surgiram
e viverão durante o Período Triássico Superior e no Período Jurássico Inferior e mesmo a maioria
dos sauropodes terem sido enormes quadrupedes como os Arrudatitan, os Prosauropoda eram
semi-quadrúpedes, com patas traseiras alongadas e patas dianteiras curtas com dedos e garras
alongadas. Os estudos feitos na paleontologia chegaram a um resultado de que os ancestrais
dos sauropodes eram não só herbívoros, mas também eram pequenos terópodes onívoros como
por exemplo o Eoraptor. O Eoraptor foi um dos primeiros e mais antigos dinossauros do planeta
que viveu na América do Sul e foi descoberto na Argentina. Esse pequeno terópode era um
dinossauro onívoro primitivo alcançava cerca de 1 metro de comprimento que viveu durante o
Período Triássico, há cerca de 231 milhões de anos, e por suas características semelhantes à dos
sauropodes, um osso púbico dirigido cranialmente ou para frente, ele possuía uma relação com
o grupo Prosauropoda o que isso sustente a teoria de que o Eoraptor foi um ancestral dos
sauropodes e o primeiro a evoluir para esses enormes répteis.

referencias:
MILONISANTUCCI, Rodrigo. Distribuição paleogeográfica e biocronológica dos titanossauros
(saurischia, sauropoda) do Grupo Bauru, Cretáceo superior do sudeste Brasileiro; setembro de
2001.
ANELLI, Luiz E. novo gua completo dos dinossauros do Brasil. 19 de novembro de 2022
GUITARRARA, Paloma. "Período Cretáceo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/periodo-cretaceo.htm. Acesso em 17 de março de
2024.
Fapesp; 03 de fevereiro de 2016. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/como-era-o-brasil-
ha-100-milhoes-de-anos/22636 Acesso em 17 de março de 2024.
Atlas Virtual da Pré História. Disponível em: https://www.atlasvirtual.com.br/arrudatitan.htm;
https://www.atlasvirtual.com.br/adamantisaurusmezzalirai.htm;
https://www.atlasvirtual.com.br/sauropodes.htm. Acesso em 17 de março de 2024.
GUITARRARA, Paloma. "Período Cretáceo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/periodo-cretaceo.htm. Acesso em 17 de março de
2024.
http://www.prehistoric-wildlife.com/species/a/arrudatitan.html;
http://www.prehistoric-wildlife.com/species/a/adamantisaurus.html
https://ucmp.berkeley.edu/diapsids/saurischia/prosauropods.html
https://www.infoescola.com/biologia/sauropsideos/

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