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Estudo comparativo entre as normas sismo resistentes NSR-10 e NCh433-12


para a análise sísmica de pórticos de concreto armado

Conference Paper · September 2018

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Diego Armando Moreno Rosero Luis Alejandro Pérez Peña


University of Brasília University of Brasília
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Graciela Doz
University of Brasília
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Estudo comparativo entre as normas sismo resistentes NSR-10 e
NCh433-12 para a análise sísmica de pórticos de concreto armado.

Comparative study between earthquake resistant codes NSR-10 and NCh433-12 for the
seismic analysis of reinforced concrete frames.

Moreno Rosero Diego Armando (1); Perez Peña Luis Alejandro (2); Doz Graciela (3)

(1) Estudante de mestrado em estruturas e construção civil, Universidade de Brasília.


(2) Professor Adjunto da Universidade de Brasília.
(3) Professora Associada da Universidade de Brasília.
SG 12 Darcy Ribeiro - Universidade de Brasília

Resumo:
Uma das regiões do planeta que mais registra atividade sísmica é a região chilena. Esta zona faz parte do
anel do fogo no qual se concentra 80% da sismicidade mundial, apresentando sismos frequentes de alta
intensidade. Ante a ocorrência de grandes movimentos sísmicos, o Chile em geral, por meio de sua norma
NCh433-12 e seus exigentes requisitos de projeto sísmico, mostra-se preparado para um eventual terremoto
de intensidade excepcional. Sua norma tem sido testada através de sismos de grande magnitude ocorridos
nos últimos anos. Assim, pode se afirmar que a norma sísmica chilena constitui um excelente ponto de
referência para realizar análises de comparação com outras normas. Deste modo, este trabalho tem como
objetivo fazer uma revisão da norma sismo resistente colombiana, NSR-10, utilizando-se da norma chilena
NCh433-12 como parâmetro de comparação para os requisitos de projeto e análise sísmica de pórticos
estruturais de concreto armado. São analisadas a abrangência, os fatores e os parâmetros que cada norma
propõe com o intuito de apresentar a influência da não consideração de alguns deles na análise estrutural. O
estudo proposto é realizado de forma numérica, utilizando-se um prédio de oito pavimentos e com sistema
estrutural de pórticos de concreto armado. As simulações são feitas no software CSI ETABS® 2016. Os
resultados evidenciaram que a norma colombiana resulta mais conservadora em relação à norma chilena.
Palavra-Chave: Normas sismo resistentes. Estudo comparativo. Análise sísmica. Projeto sísmico.

Abstract
One of the regions of the planet that most records seismic activity is the Chilean region. This zone is part of
the ring of fire in which 80% of world seismicity is concentrated, presenting frequent earthquakes of high
intensity. Due to the occurrence of large seismic movements, Chile in general, through its norm NCh433-12
and its demanding seismic design requirements, shows itself prepared for an exceptional earthquake of
exceptional intensity. Its standard has been proven through earthquakes of great magnitude occurred in recent
years. Thus, it can be affirmed that the Chilean seismic standard is one of the most advanced and constitutes
an excellent point of reference to carry out analyzes of comparison with other norms. Thus, this work has the
objective of reviewing the Colombian resistant earthquake code, NSR-10, using the Chilean code NCh433-12
in order to compare the design requirements and seismic analysis for structural frames of reinforced concrete.
The scope, factors and parameters that each code proposes are analyzed in order to present the influence of
not considering some of them in the structural analysis. The proposed study is carried out numerically, using
an eight-story building and a structural system of reinforced concrete frame. Simulations are done on CSI
ETABS® 2016 software. The results showed that the Colombian code is more conservative in relation to the
Chilean code.
Keyword: Earthquake resistant standards. Comparative study. Seismic analysis. Seismic design.

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1 Introdução
A América do Sul é uma das regiões mais propensas a terremotos do mundo e ao longo da
história tem sido testemunha de fortes eventos sísmicos que, em geral, são provocados
pelo movimento relativo entre as placas tectônicas. Neste movimento relativo entre placas,
independentemente de sua direção, acumula-se energia até que, em determinado
momento, acontece uma fratura na rocha, liberando abruptamente esta energia acumulada
que se propaga por meio das ondas sísmicas, GARCÍA (1998).

Em geral, todo o planeta está dividido em placas tectônicas, que se movimentam uma em
direção à outra. Dependendo da direção que se mova uma placa com respeito a outra gera
diferentes tipos de zonas, como por exemplo a zona de subduçção na qual uma placa se
afunda por sob outra. Esta zona possui como característica uma elevada atividade sísmica;
este caso se pode presenciar na zona de subducção entre as Placa de Nazca e a Placa
continental Sul-Americana, responsável pela formação da Cordilheira dos Andes que
abrange o Chile, Equador, Colômbia e Peru (Figura 1).

Figura 1 - Zona de subducção (Fonte USGS, 2018)

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Neste cenário sismológico, destaca-se o Chile como um dos países com maior frequência
e magnitudes de eventos sísmicos. Ao longo da história o Chile tem sofrido abalos de
grandes magnitudes, sendo o de 1960 o mais forte já registrado no mundo inteiro. Nos
últimos anos o Chile sofreu dois grandes terremotos, um em 2010 e outro em 2015, ambos
com magnitudes superiores a 8,0 graus na escala de Richter.

Da mesma forma, a história sísmica da Colômbia também mostra que o país tem sofrido
grandes eventos sísmicos, sendo o de 1906 o maior registrado no país. Frente a esta
situação a Colômbia e o Chile têm feito fortes investimentos na criação de normas sismo
resistentes que fornecem requisitos mínimos de projeto e de construção de diferentes
edificações visando diminuir perdas humanas e econômicas. Do mesmo modo, são feitas
atualizações nas suas normas com o intuito de melhorar o comportamento estrutural das
edificações frente à ação deste tipo de fenômeno.

Dentro desse contexto, ressalta-se que este trabalho tem por objetivo comparar os
requisitos sismo resistentes utilizados na análise estrutural de pórticos de concreto armado
nas normas colombiana e chilena. As análises comparativas focam-se no espectro de
projeto, na aceleração espectral, no tipo de solo, no coeficiente de importância da
edificação, nas irregularidades da estrutura e no coeficiente de dissipação de energia.
Utiliza-se um edifício de oito pavimentos e com sistema estrutural de pórticos de concreto
armado. As análises numéricas e as simulações são feitas no software CSI ETABS® 2016.

2 Critérios de comparação de normas

2.1 Definição do sistema estrutural


É necessário classificar o sistema estrutural que será utilizado neste estudo dentro das
especificações que cada norma possui. Elas definem limitações dependendo do tipo de
sistema estrutural e do tipo de material da estrutura.

É importante saber que o coeficiente de capacidade de dissipação de energia ou fator de


modificação de resposta (R0) é uma função do sistema estrutural, ou seja, ele varia a
depender se a estrutura analisada é construída no sistema de pórticos de concreto, sistema
de alvenaria estrutural, ou mesmo no sistema de pórticos metálicos e etc.

A partir deste coeficiente de capacidade de dissipação de energia extraído de cada norma,


pode-se transformar os espectros de resposta elásticos em espectros de projeto (espectros
inelásticos). Essa transformação é feita, dividindo-se as acelerações do espectro de
resposta pelo R0, obtendo-se o espectro normativo para a estrutura analisada.

Para o presente trabalho, como foi dito anteriormente, o sistema estrutural e o material
escolhidos são pórticos estruturais e concreto armado respectivamente.

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2.2 Definição da zona sísmica e aceleração espectral
As normas dividem o país em diferentes zonas sísmicas. Cada norma tem classificações
distintas para estas zonas, de acordo com a intensidade do sismo, definindo assim um valor
de aceleração espectral para cada uma. Outros parâmetros, que serão especificados
posteriormente, também são definidos a partir dessas zonas.

Entretanto, a classificação das zonas sísmicas ocorre de maneira diferente em cada norma.
Na norma colombiana, as zonas sísmicas são divididas em: alta, média e baixa. Já na
norma chilena são divididas em: zona 1, zona 2 e zona 3.

Com a intenção de comparar uma zona sísmica igual tanto no Chile quanto na Colômbia,
definiu-se uma aceleração espectral (Aa) de 0,25g. Esta aceleração corresponde a um valor
dentro da zona sísmica alta na norma colombiana e dentro da zona 1 na norma chilena.

2.3 Tipo de solo

As duas normas têm diversos métodos para classificar as condições de solo. O solo definido
neste estudo é tipo rígido, classificado como tipo D tanto na norma colombiana quanto na
norma chilena.

2.4 Coeficiente de uso e importância da edificação


Dependendo do tipo de uso da edificação, as normas determinam um coeficiente que
classifica o grau de importância desta. Neste estudo, a edificação utilizada nas análises é
um prédio de ocupação residencial, o qual pertence ao grupo I na norma colombiana e ao
grupo II na norma chilena. No entanto, o coeficiente de importância em ambas as normas
tem um valor de um (I = 1,0).

2.5 Irregularidade da estrutura

Irregularidades como diferença de altura entre os pavimentos, não simetria no projeto, entre
outras, devem ser consideradas na análise sísmica da norma colombiana. Existem três
tipos de irregularidades a serem consideradas nas análises: irregularidades em planta, em
elevação e uma última por redundância. A edificação utilizada neste trabalho é considerada
simétrica por não apresentar nenhum desses tipos de irregularidades. Por outro lado, a
norma chilena não leva em consideração a presença de irregularidades.

2.6 Método de análise

Ambas as normas descrevem dois tipos de métodos que podem ser utilizados nas análises:
o método da força horizontal equivalente e o método espectral. Esses métodos foram
utilizados neste trabalho e podem ser utilizados tanto em edificações simétricas (regulares)
quanto em assimétricas (irregulares).
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Cabe ressaltar que ambas as normas recomendam que o número de modos a serem
considerados na análise espectral deverão ser os suficientes para excitar ao menos 90%
da massa total da edificação em cada uma das direções ortogonais consideradas nas
análises.

As duas normas requerem que a estrutura se comporte no regime elástico linear quando
sujeita às solicitações sísmicas.

2.7 Deslocamentos

As duas normas estabelecem uma limitação de deslocamento relativos entre pavimentos


com o objetivo de garantir o menor dano nos elementos não estruturais.

A norma colombiana estabelece que o deslocamento relativo máximo não deve exceder
1% do pé-direito da edificação. Já na norma chilena, o deslocamento relativo máximo
medido no centro de massa no deve ser maior que o pé-direito da edificação multiplicado
por 0,002.

3 Análises numéricas

3. 1 Características da estrutura analisada


Na Figura 2 é possível visualizar o modelo numérico utilizado neste trabalho e construído a
partir de um edifício residencial de oito pavimentos com pé-direito de 3,0 m, completamente
simétrico já usado por PEÑA (2015). O sistema estrutural é de pórticos de concreto com
lajes nervuradas de 35 cm de espessura. A edificação tem seis pórticos na direção de
menor inércia (direção Y – eixos 1, 2, 3, 4, 5 e 6), e quatro pórticos na direção de maior
inércia (direção X – eixos A, B, C e D). Nas análises não foram consideradas: caixa de
elevadores, escadas, reservatório de água, entre outros.

As seções transversais dos elementos estruturais estão listadas na Tabela 1. As vigas


localizadas na direção de menor inércia têm dimensões de 45x45 cm. Já as localizadas na
direção de maior inércia apresentam dimensões de 35x45 cm. A laje nervurada possui
nervuras de 10x35 cm com uma capa de cobertura superior de 5 cm. Todos os pilares têm
uma seção de 50x50 cm.

Na edificação é utilizado concreto com de fck = 28 MPa, módulo de elasticidade de 25 GPa


e peso específico de 2400 kg/m3. Finalmente, definiu-se uma carga permanente de 183,5
kg/m2 e uma carga acidental de 183,5 kg/m2.

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Figura 2 - Modelo simplificado. Perspectiva 3D do modelo e planta tipo nos eixos X e Y

Tabela 1 - Seções transversais dos elementos.


Elemento Seção transversal Espessura
[cm.] [cm.]
Viga 45x45
Viga 35x45
Coluna 50x50
Laje 35
Nervuras 10x35

3.2 Dados sísmicos considerados


As Tabelas 2 e 3 apresentam os parâmetros de cada norma necessários para obter os
espectros elásticos e que são utilizados na análise da edificação estudada. Já na Figura 3,
ilustram-se os espectros elásticos obtidos segundo esses parâmetros.

Ressalta-se que os espectros representam as acelerações do solo durante a ocorrência do


sismo. Percebe-se que para os espectros das normas colombiana e chilena (Figura 3) há
uma alternância na intensidade a medida que se avança no período, sendo que a máxima

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aceleração espectral é obtida no espectro chileno. Analisando esses espectros é possível
obter as acelerações máximas de cada norma as quais são listadas na Tabela 4.
Tabela 2 - Dados da norma colombiana.

ESPECTRO ELÁSTICO

Aa [g]: 0,25
Av [g]: 0,25
Fa: 1,30
Fv: 1,90
I: 1,00

Tabela 3 - Dados da norma chilena

ESPECTRO ELÁSTICO

Ao [g]: 0,25
S 1,20
To 0,75
T´ 0,85
n 1,80
p 1,00

1,000 ESPECTROS ELÁSTICOS NSR‐10 e NCH433‐12


ACELERAÇÃO ESPECTRAL [S]

0,800
NSR‐10
0,600
NCH433‐12

0,400

0,200

0,000
0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000
PERIODO T [seg]

Figura 3 - Espectros elásticos NSR-10 e NCH433-12

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Tabela 4 - Aceleração máxima dos espectros
ESPECTRO ELÁSTICO
NSR-10 NCH433-12
Sa máx. (g) 0,813 0,927
T (seg.) 0,150 – 0,700 0,525
3.3 Resultados
Definidos os critérios anteriores, foi possível se realizar a análise sísmica da edificação,
através do software CSI ETABS ® 2016.

É importante enfatizar que o período fundamental calculado da edificação da Figura 2 foi


de 1,623 s na direção X e 1,524 s na direção Y (Tabela 5), no qual se obtém a maior
excitação da massa. Ao se excitar a estrutura com período fundamental, esta apresentará,
de maneira geral, grandes deslocamentos. Assim, pode-se dizer que a estrutura tem pouca
rigidez quando o período fundamental é facilmente atingido durante uma excitação na
estrutura. Portanto, o conhecimento do período natural é de fundamental importância para
a análise dinâmica.
Tabela 5 - Períodos da estrutura e acelerações espectrais
ESPECTRO ELÁSTICO
NSR-10 NCH433-13
Direção X Direção Y Direção X Direção Y
T (seg) 1,623 1,524 1,623 1,524
Sa (g) 0,351 0,374 0,289 0,324

Outro fator relevante a mencionar é que há uma excitação de 90% da massa até o modo
cinco tanto na direção X quanto na Y que são as direções horizontais e não há excitação
na direção vertical (direção Z), como se observa na Tabela 6. As duas normas exigem
considerar aqueles modos nos quais se movimente pelo menos 90% da massa da estrutura.

Neste contexto, pode-se observar na Tabela 6 os cinco modos de vibração no qual a


estrutura alcança a excitar 90% da massa em cada direção, como também os períodos de
cada modo com suas respectivas participações de massa em cada direção (Ux, Uy, Uz). Nas
colunas finais apresenta-se a somatória da participação de massa dos modos em cada
direção (Sum Ux, Sum Uy, Sum Uz).

Um outro aspecto importante refere-se aos deslocamentos, os quais devem ser analisados
separadamente, pois as normas têm limites distintos para este requisito.

Nesse sentido, a Tabela 7 mostra os deslocamentos relativos máximos calculados pela


norma colombiana, para cada pavimento e nas duas direções horizontais, esquematizadas
na Figuras 4, e também o limite máximo que a norma permite. Do mesmo modo, na Tabela
8, apresentam-se os deslocamentos relativos máximos de cada pavimento calculados
segundo a norma chilena, esquematizadas na Figuras 5, e também o limite máximo que
esta norma permite.
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Tabela 6 - Modos de vibração e participação de massa
Modo Período UX UY UZ Sum UX Sum UY Sum UZ
[seg. ]
1 1,623 0,001 0,798 0,000 0,001 0,798 0,000
2 1,524 0,770 0,001 0,000 0,770 0,800 0,000
3 1,382 0,036 0,003 0,000 0,806 0,803 0,000
4 0,512 0,000 0,101 0,000 0,806 0,903 0,000
5 0,484 0,097 0,000 0,000 0,902 0,903 0,000

Da Tabela 7 percebe-se que os deslocamentos relativos máximos nas direções X e Y são


55,69 mm e 54,04 mm, respectivamente. Levando em consideração que o deslocamento
máximo permitido pela NSR10 é 1% do pé-direito da edificação (isto é, 30 mm), deduz-se
que a edificação não cumpre com o requerimento da norma.

Por outro lado, no cálculo do deslocamento máximo relativo feito a partir dos parâmetros
da norma NCH433-12, obteve-se um deslocamento máximo de 48,09 mm na direção X e
44,58 mm na direção Y para o oitavo pavimento. O valor limite para a norma chilena é de
0,002 do pé-direito da edificação (isto é, 6 mm). Portanto, a partir dos dados da Tabela 8,
percebe-se que estes deslocamentos não estão de acordo com os limites da norma.
Tabela 7 - Deslocamentos relativos calculados em cada direção segundo a Norma NSR-10
Pavimento Direção Relativo Permitido
[mm] [mm]
Pavimento8 X 16,78 30,00
Pavimento7 X 26,55 30,00
Pavimento6 X 35,84 30,00
Pavimento5 X 44,04 30,00
Pavimento4 X 50,96 30,00
Pavimento3 X 55,69 30,00
Pavimento2 X 54,50 30,00
Pavimento1 X
Pavimento8 Y 16,42 30,00
Pavimento7 Y 25,78 30,00
Pavimento6 Y 34,81 30,00
Pavimento5 Y 42,82 30,00
Pavimento4 Y 49,59 30,00
Pavimento3 Y 54,04 30,00
Pavimento2 Y 52,25 30,00
Pavimento1 Y

E ainda comparando os deslocamentos máximos relativos das duas normas se pode


concluir que aqueles da norma colombiana tanto em X como em Y são maiores que os da
norma chilena, mostrados nas Figuras 4 e 5. Porém, a norma chilena tem um limite muito
menor que a norma colombiana (Tabela 7 e 8). Portanto, percebe-se que é necessário
aumentar as dimensões dos elementos estruturais para cumprir os limites da norma
colombiana como da chilena. Este aumento nas dimensões dos elementos estruturais para
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diminuir os deslocamentos nas duas direções gera, como consequência, maiores cargas
permanentes devidas ao peso próprio.
Tabela 8 - Deslocamentos relativos calculados em cada direção segundo Norma NCH433-12
Pavimento Direção Relativo Permitido
[mm] [mm]
Pavimento8 X 14,82 6,00
Pavimento7 X 23,07 6,00
Pavimento6 X 30,65 6,00
Pavimento5 X 37,39 6,00
Pavimento4 X 43,46 6,00
Pavimento3 X 48,09 6,00
Pavimento2 X 47,65 6,00
Pavimento1 X
Pavimento8 Y 13,96 6,00
Pavimento7 Y 21,43 6,00
Pavimento6 Y 28,32 6,00
Pavimento5 Y 34,51 6,00
Pavimento4 Y 40,22 6,00
Pavimento3 Y 44,58 6,00
Pavimento2 Y 43,85 6,00
Pavimento1 Y

Soma-se ainda a isso as forças totais obtidas pela análise espectral e pela força horizontal
equivalente. Como explica ARAQUE (2015), o método da força horizontal equivalente
resulta em valores mais conservadores se comparados com os obtidos pelo método
espectral. Os dados do método da forca equivalente calculado (força estática) e do método
espectral calculados pela norma colombiana podem ser vistos na Tabela 9.

Observa-se que a força estática é muito maior nas duas direções que a força espectral.
Comprovando-se que o método da força horizontal equivalente é conservador.

Desta forma, deve-se fazer um balanço entre o método espectral e o método estático
multiplicando a força espectral por um coeficiente, obtendo assim uma força espectral nas
duas direções igual à força estática.

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10
Deslocamentos máximos relativos em X
NSR-10 NCH433-12

9
8
7
Paviementos

6
5
4
3
2
1
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
Deslocamentos [mm]

Figura 4 – Deslocamentos máximos relativos em X das normas NSR-10 e NCH433-12

Deslocamentos máximos relativos em Y


NSR-10 NCH433-12

9
8
7
Paviementos

6
5
4
3
2
1
0
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
Deslocamentos [mm]

Figura 5 - Deslocamentos máximos relativos em Y das normas NSR-10 e NCH433-12

Tabela 9 - Forças na base NSR-10


Pavimento Caso P FX FY
[t.] [t.] [t.]
Pavimento1 Peso total 2300,71
Pavimento1 Força Espectral X 1374,40
Pavimento1 Força Espectral Y 1314,82
Pavimento1 Força estática 1683,43

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Nessa mesma abordagem foi feita a análise para as forças da estrutura para a norma
chilena. Os dados do método da forca equivalente calculado (força estática) e do método
espectral calculados pela norma chilena são apresentados na Tabela 10.
Tabela 10 - Forças na base NCH433-12
Pavimento Caso P FX FY
[t.] [t.] [t.]
Pavimento1 Peso total 2300,71
Pavimento1 Força Espectral X 1222,18
Pavimento1 Força Espectral Y 1123,32
Pavimento1 Força estática 1128,50

Da Tabela 10 anterior pode-se observar o peso total da estrutura, os casos das forças
estática e espectral em X e em Y, sendo a força estática muito próxima da força espectral
nas duas direções. Isto também pode ser observado no estudo feito por ARAI (2013).

FORÇA EM X
NSR-10 NCH433-12
1800 1683
1600
Cortante na base [t]

1374
1400 1222
1128
1200
1000
800
600
400
200
0
Força Espectral Força Espectral Força estatica Força estatica
Método

Figura 6 - Força na base em X das normas NSR-10 e NCH433-12

Na norma chilena as duas forças tanto espectral como estática são menores com relação
a norma colombiana, sendo mais significativa a diferença na força estática.

Por outro lado, na norma colombiana o cortante na base na direção X tem um valor de 1374
t e na direção Y de 1315 t, quanto a força espectral. Do mesmo modo na norma chilena o
cortante na direção X tem um valor de 1222 t e na direção Y de 1123 t. A diferença entre a
força espectral na direção X é de 150 t. Assim mesmo, na direção Y, a força espectral é de
192 t (Figura 6 e7). Para a força estática na norma colombiana tem um valor de 1686 t e a
norma chilena é de 1128 t. A diferença entre a força estática das normas colombiana e
chilena são de 500 t. Sendo estas maiores na norma colombiana.
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FORÇA EM Y
NSR-10 NCH433-12
1800 1683
1600
Cortante na base [t]

1400 1315
1123 1128
1200
1000
800
600
400
200
0
Força Espectral Força Espectral Força estatica Força estatica
Método

Figura 7 - Força na base em Y das normas NSR-10 e NCH433-12

4 Conclusões
Este estudo foca nos seguintes critérios de comparação: sistema estrutural pórticos de
concreto armado, aceleração espectral A=0,25g, tipo de solo rígido, edificação tipo
residencial, estrutura regular simétrica e método de análise estática e espectral, procurando
a resposta da estrutura frente a cargas estáticas e sísmicas aplicando as normas
colombiana e chilena.

Avaliando as duas normas existem diferenças em relação aos deslocamentos máximos


relativos da estrutura, são significativamente maiores na norma colombiana para as duas
direções, e nos dois casos superiores aos indicados pelas respectivas normas. Uma
alternativa para diminuir esses deslocamentos é aumentar a rigidez adicionando elementos
estruturais ou aumentando as dimensões dos elementos existentes. E em relação aos
valores da força na base analisados, a norma colombiana conduz a valores maiores que os
da norma chilena, tanto na força estática quanto na força espectral. Ao mesmo tempo se
pode dizer que o método de análise estática é conservador nas duas normas devido a que
as forças estáticas são maiores que as espectrais. Na obtenção da força na base a norma
colombiana considera a irregularidade da estrutura sendo assim, neste estudo, a norma
colombiana mais conservadora que a norma chilena, como se mostra nos resultados.

5 Referências

ASOCIACIÓN COLOMBIANA DE INGENIERÍA SÍSMICA – AIS. Reglamento de


construcción sismo resistente – NSR-10. Bogotá, Colômbia. 2010.

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13
ARAI A., et al. Análise de um prédio residencial considerando normas sísmicas de
diversos países. VII Congresso Brasileiro de Pontes e estruturas. Rio de Janeiro. 2014

ARAQUE C., Y. R. Guía para el cálculo de la fuerza horizontal equivalente y derivas


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