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Conceitos a esclarecer da norma NBR 15421 – Projeto de estruturas

resistentes a sismos
Concepts to be clarified from the NBR 15421 code – Design of seismic resistant structures

Petrus Gorgônio B. da Nóbrega (1); Sergio Hampshire de C. Santos (2); Selma H. Shimura da
Nóbrega (3); Eduardo Marques V. Pereira (4)

(1) Professor Dr. Associado, Departamento de Arquitetura, DARQ-CT-UFRN


(2) Professor Dr. Titular, Departamento de Estruturas, DES-POLI-UFRJ
(3) Professora Dra. Titular, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, DECAM-CT-UFRN
(4) Professor MSc., Departamento de Estruturas, ETU-FE-UFJF

CT – UFRN, Campus Universitário – Lagoa Nova, Natal / RN, 59078-970

Resumo
Quando da publicação da NBR 15421, em 2006, o conhecimento nacional sobre o projeto de estruturas
resistentes a sismos era (e, na verdade, ainda é) incipiente. Como o Brasil apresenta uma atividade sísmica
relativamente baixa, a moderada, apenas edificações especiais tiveram sua concepção, seu
dimensionamento e sua construção considerando particularidades inerentes a esta ação excepcional.
Desde então, diversos estudos foram feitos acerca do perigo, da vulnerabilidade e do risco sísmicos, além
de análises e avaliações estruturais de acordo com a NBR 15421, considerando esta ação. Todavia,
percebe-se que alguns conceitos e aspectos definidos pela referida norma ainda não foram completamente
compreendidos pela comunidade técnica nacional e, desta forma, eles ainda podem causar alguma dúvida
nas suas aplicações. Este artigo constitui-se em um estudo avaliativo, que discute diversos pontos
importantes da norma, apresenta sua fundamentação teórica e explicações adicionais, além de exemplos de
aplicação ilustrativos, os quais não são viáveis de serem incluídos no texto original da norma. O momento é
oportuno para este artigo e sua contribuição, dado que o processo de revisão e atualização da NBR 15421
iniciou recentemente.
Palavra-Chave: Sismos, Edifícios de concreto, Análise sísmica, Dinâmica das estruturas.

Abstract
At the time of NBR 15421 issuing, in 2006, the national knowledge about the design of seismic resistant
structures was (and, truly, still is) incipient. As Brazil presents a relatively low to medium seismic activity, only
special buildings had their conceptual design, dimensioning and construction addressing issues concerned
with this accidental load. Since then, several studies have been made about seismic hazard, vulnerability
and risk, besides structural analyses and assessments according to NBR 15421, considering that action.
However, it can be realized that some concepts and topics defined by the mentioned code were not still fully
understood by our technical community and therefore they still cause some doubt in their application. This
work is an explanatory paper related to relevant parts of the code, providing a variety of background
information, additional explanation, and illustrative application examples that cannot possibly be included in
the original text of the code. The moment is opportune for this paper contribution because the revision and
updating process of NBR 15421 has started recently.
Keywords: Earthquake, Concrete buildings, Seismic analysis, Structural dynamics.

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1 Introdução
É de amplo conhecimento que em 2003, após um relevante esforço da comunidade
técnica nacional, foi organizada a nova versão da norma de projeto de estruturas de
concreto, NBR 6118, com diversas inovações em relação à edição anterior, de 1978. Esta
empreitada de modernização das normas brasileiras estendeu-se para 2004, com a
elaboração da norma de projeto de estruturas em situação de incêndio (NBR 15200, cuja
segunda edição ocorreu em 2012 e, atualmente, encontra-se em mais um processo de
revisão e atualização), e até 2006, com a publicação da norma brasileira de projeto de
estruturas resistentes a sismo (NBR 15421).
Estes dois últimos documentos provocaram, inclusive, uma emenda da NBR 6118:2003,
gerando a edição de 2007, a qual basicamente incluía a previsão dos respectivos estados
limites últimos correlatos. O acréscimo textual estabeleceu dois incisos:
f) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu
todo ou em parte, considerando exposição ao fogo, conforme a ABNT NBR 15200;
g) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura,
considerando ações sísmicas, de acordo com a ABNT NBR 15421;
Assim, pela primeira vez nas normas brasileiras de estruturas de concreto havia uma
clara menção às ações sísmicas e era indicada uma referência nacional que amparasse o
engenheiro neste projeto. Até então, praticamente os projetos de instalações nucleares ou
grandes barragens eram os únicos que consideravam esta ação excepcional, sendo os
documentos normativos exclusivamente estrangeiros.
Em 2014, a NBR 6118 foi mais uma vez alvo de revisão, sendo mantidas as citações
constantes da emenda de 2007. A partir de então, outras normas (mais recentes) fazem
menção, ou indicam procedimentos constantes da NBR 15421:2006, como a NBR
9062:2017 (Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado), a NBR
6120:2019 (Ações para o cálculo de estruturas de edificações) e a NBR 7187:2021
(Projeto de pontes, viadutos e passarelas de concreto – Procedimento).
Todavia, ainda que decorridos vários anos desde a primeira edição da NBR 15421,
percebe-se que alguns conceitos e aspectos definidos por esta norma ainda não foram
completamente compreendidos pela comunidade técnica nacional e, desta forma, eles
ainda causam dúvidas na sua aplicação. Dois motivos contribuem para isto.
O primeiro diz respeito aos próprios objetivos da NBR 15421. Seu texto indica:
“Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para verificação da segurança das estruturas
usuais da construção civil ...
Esta Norma não se aplica a estruturas especiais, tais como pontes, viadutos, obras
hidráulicas, arcos, silos, tanques, vasos, chaminés, torres, estruturas off-shore, ou
em que se utilizam técnicas construtivas não convencionais, tais como formas
deslizantes, balanços sucessivos, lançamentos progressivos e concreto projetado...”

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Percebe-se, assim, que diversos tipos de sistemas estruturais estão fora do escopo da
NBR 15421, ainda que não exista outro documento nacional balizador destes projetos,
exceção para as pontes, viadutos e passarelas (a partir da emissão da NBR 7187:2021).
O segundo motivo relaciona-se à dispensa da aplicação da norma para a maior parte do
território nacional (Figura 1). Consta da seção 7.3.1 da NBR 15741: “Para as estruturas
localizadas na zona sísmica 0, nenhum requisito de resistência sísmico é exigido”.

Figura 1 – Mapa da aceleração sísmica horizontal característica da NBR 15421 (ABNT, 2006)

Desta forma, mesmo para as estruturas “usuais” (conforme termo da própria norma),
independente da importância de suas funções, estar-se-ia dispensada a consideração das
ações sísmicas. Embora, historicamente, tenha havido razões não-técnicas para a
definição desta premissa, ela é uma posição criticável do ponto de vista da engenharia,
pois nos prédios de operação especial e uso coletivo, que devam ter sua operação
mantida em condições adversas extremas, como hospitais, quartéis de polícia e do corpo
de bombeiros, sedes de governo, centrais de comunicação, de segurança e de operações
em emergência, estações de tratamento de água e esgoto, por exemplo, deveria haver
maior rigor de análise, necessitando uma adequada discussão acerca do risco sísmico
admitido, e das providências necessárias visando mitigar a vulnerabilidade destas
estruturas. Ademais, destaca-se que exatamente na zona sísmica 0 encontram-se as
maiores edificações (de pontes e viadutos a túneis) e os prédios mais altos do Brasil.
Neste contexto, sendo o engenheiro não requerido a aplicar a NBR 15741, uma porção
significativa da comunidade técnica desconhece seus conceitos e métodos ou os utiliza
de maneira equivocada pela sua pouca prática. Este artigo constitui-se em um texto
avaliativo, que discute diversos pontos importantes da norma, apresenta sua
fundamentação teórica, sempre se baseando em exemplos de aplicação e fazendo
comparações com normas estrangeiras quando pertinentes. O momento é de especial
oportunidade, dado que a revisão da NBR 15421 encontra-se em vias de ser iniciada.

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2 Modelo de análise
Como modelo de análise e discussão das prescrições da NBR 15421:2006 adotou-se
uma edificação de média altura, com 11 pavimentos de piso e uma cobertura, analisada
por PINTO (2020), a qual foi originalmente apresentada e avaliada por GHOSH e
FANELLA (2003). As dimensões da estrutura são 20,1 m x 55,3 m, em planta, e altura
total de 45,05 m. As Figuras 2 e 3 a ilustram.

Figura 2 – Esquema do edifício em planta (adaptado de PINTO, 2020).

Figura 3 – Perspectiva do edifício.

PINTO (2020) admitiu a estrutura estar em uma localização geográfica onde a aceleração
sísmica horizontal característica é igual a 15% g e o solo do local é do tipo rocha (classe
do terreno “B”). O espectro de resposta a ser aplicado à estrutura é ilustrado na Figura 4,
já com os valores de aceleração em m/s 2, sendo os fatores de amplificação sísmica do
solo Ca e Cv iguais a 1,0.
Na próxima seção expõem-se e discutem-se pontos importantes da NBR 15421, sendo as
conclusões numéricas elaboradas a partir das aplicações com o referido modelo.

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Figura 4 – Espectro de resposta aplicado ao edifício quando da utilização do método espectral.

Importa destacar que o objetivo do trabalho original foi o de apresentar um estudo


comparativo entre as normas de projetos de estruturas resistentes a sismos, de diferentes
países e do Brasil, havendo o autor utilizado o software SAP 2000. Contudo, conforme já
explicitado, este não é o foco do presente artigo, e o software usado foi o CAD/TQS
versão 22, escolhido por ser um dos programas mais utilizados nos escritórios de projeto
de estruturas no Brasil. Todos os valores de resposta referenciais foram extraídos dos
trabalhos indicados, exceto o peso da estrutura, indicado inicialmente em PINTO (2020) e
atualizado por SANTOS et al. (2020).

3 Peso da estrutura a ser considerado na modelagem


3.1 Discussão teórica
Um ponto muito simples a ser definido no modelo, e que influencia diretamente a análise
modal, é o peso da estrutura. Relembre-se, objetivamente, que o cálculo dos períodos (ou
frequências) naturais da estrutura, e seus respectivos modos de vibração, dependem
fundamentalmente das características de rigidez e de massa do sistema estrutural.
Ainda na parte preliminar da NBR 15421, na seção 4, Simbologia, está indicado:
“W – peso total de uma estrutura, conforme 9.1.” (grifo nosso)
A seção 7.3.1 desta norma, o qual se refere ao procedimento simplificado das forças
horizontais, estabelece o parágrafo indicado abaixo. Perceba-se que o texto também cita
“peso total” da estrutura.
“wx é o peso total da estrutura correspondente ao piso x, incluindo o peso
operacional de todos os equipamentos fixados na estrutura e dos reservatórios de
água. Nas áreas de armazenamento e estacionamento, este peso deve incluir 25%
da carga acidental.“ (grifo nosso)
Por sua vez, a seção 8.7 da norma define os critérios para a modelagem da estrutura e da
fundação, sendo o título da subseção 8.7.2 exatamente a expressão “Peso efetivo para a
análise”. Esta prescreve:

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“Os pesos a serem considerados nas análises devem considerar as cargas
permanentes atuantes, incluindo o peso operacional de todos os equipamentos
fixados na estrutura e dos reservatórios de água. Nas áreas de armazenamento e
estacionamento deve-se incluir 25% da carga acidental.”
Observe-se que não é o peso “total”, no sentido coloquial da palavra. Por último, a seção
9.1, no contexto do método das forças horizontais equivalentes, faz menção a 8.7.2
apresentada no parágrafo anterior.
“W é o peso total da estrutura, determinado conforme estabelecido em 8.7.2.” (grifo
nosso)
Ou seja, esta última passagem fala de “peso total” nos termos definidos por 8.7.2 (que
institui a expressão “peso efetivo”).
Assim, a melhor terminologia que a NBR 15421 poderia usar seria a expressão “peso
efetivo”, exatamente o título da seção 8.7.2, abolindo o termo “peso total”. Inclusive, essa
é a terminologia adotada pela norma ASCE/SEI 7-16 (effective seismic weight, seção
12.7.2). Ao peso efetivo correspondem apenas as cargas permanentes, as dos
equipamentos fixos e as dos reservatórios de água (sem considerar as ações variáveis,
especialmente a de utilização), ressalvados os casos das áreas de armazenamento e de
estacionamento (quando a fração de 25% da carga variável deve ser considerada).
A ASCE/SEI 7-16, também na seção 12.7.2, traz orientações similares às descritas acima,
embora um pouco mais detalhadas. Por outro lado, o Eurocode 8: Parte 1 (seção 3.2.4)
estabelece que frações de todas as ações variáveis devem entrar nesta ponderação para
a determinação das ações sísmicas (∑ ). Tem-se, ao fim desta abordagem,
uma redução ( varia de 0,5 a 1,0) do próprio coeficiente de redução 2.

3.2 Avaliação numérica


Com o intuito de avaliar a influência da consideração (correta) do peso efetivo ou
(equivocada) do peso total da estrutura na análise modal, avaliou-se o modelo sem, e
com, uma carga variável de utilização (denominado “peso total”). Como isto não está
explicitado nas referências, adotou-se aqui 1,0 kN/m2 para o pavimento de cobertura e 1,5
kN/m2 para os demais (cargas usuais), exclusivamente com o fito de comparação.
A Tabela 1 ilustra os valores obtidos para os pesos e a Tabela 2 apresenta os primeiros
seis períodos naturais da estrutura, sempre indicando os erros calculados em relação aos
valores das referências. A diferença do peso efetivo, em si, é praticamente nula. Os
períodos naturais do modelo com peso efetivo são absolutamente aceitáveis (maior erro
inferior a 6% e uma média aproximada de 4%), e para o modelo com peso total o erro
cresce para um máximo aproximado de 13%, e média de 10%.
Resta patente que a adoção de um peso superior ao efetivo (peso total), acrescentando-
se a integralidade da carga variável de utilização (equivalente a 14% da permanente, o
que não é muito relevante), distorce os valores obtidos na análise modal. A partir de um
peso (ou massa) maior, mantida a rigidez, as frequências naturais diminuem e os
períodos naturais crescem.
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Tabela 1 – Comparação dos pesos para os diferentes modelos.
SANTOS, 2020 Modelo com Modelo com
(peso efetivo) peso efetivo peso total
126,2 MN 144,2 MN
126,6 MN (erro = -0,3%) (erro = +14,0%)

Tabela 2 – Comparação dos períodos naturais para os modelos com diferentes pesos.

Período de PINTO, 2020 Modelo com Modelo com


Vibração (peso efetivo) peso efetivo peso “total”
1,719 s 1,833 s
01 1,625 s
(erro = +5,6%) (erro = +12,8%)
1,141 s 1,214 s
02 1,099 s
(erro = +3,8%) (erro = +10,5%)
0,972 s 1,035 s
03 0,948 s
(erro = +2,5%) (erro = +9,2%)
0,566 s 0,603 s
04 0,536 s
(erro = +5,4%) (erro = +12,5%)
0,329 s 0,351 s
05 0,313 s
(erro = +5,1%) (erro = +12,1%)
0,288 s 0,307 s
06 0,299 s
(erro = -3,7%) (erro = +2,7%)

Observe-se, ademais, que isto também altera o cálculo dos esforços e deslocamentos da
estrutura, frente às ações sísmicas, pois diferentes valores de períodos estão associados
a diferentes acelerações no espectro de resposta (Figura 4). A princípio tem-se uma
relação: períodos naturais maiores implicam em menores acelerações do espectro, e daí
esforços menores.
A Tabela 3 ilustra o somatório das forças totais nos apoios considerando
independentemente um sismo na direção “x” (horizontal em planta) e “y” (vertical em
planta, não no sentido de altura). Conforme já dito, as diferenças ocorrem pelas
alterações dos períodos naturais da estrutura, mas também porque o próprio peso se
alterou, agora para maior, o que causa, isoladamente, maiores acelerações (força é igual
à massa vezes a aceleração). No presente caso, a influência do aumento da massa no
modelo (diretamente associada às forças finais na estrutura) foi superior à influência do
decréscimo da aceleração espectral associada aos períodos naturais maiores.
Tabela 3 – Comparação da reação total para os modelos com diferentes pesos.

Somatório das PINTO, 2020 Modelo com Modelo com


Reações nos Apoios (peso efetivo) peso efetivo peso “total”
10.175 kN 10.920 kN
 Fx 10.644 kN
(erro = -4,4%) (erro = +2,6%)
14.089 kN 15.404 kN
 Fy 15.085 kN
(erro = -6,6%) (erro = +2,1%)

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4 Método de combinação das respostas modais
4.1 Discussão teórica
Na análise sísmica pelo método espectral, para a definição dos resultados
(deslocamentos, velocidades ou acelerações) de um sistema com N graus de liberdade,
encontram-se os valores espectrais modais individuais para cada uma das N frequências
de vibração do sistema, os quais são combinados de alguma forma a fim de ser
determinada a resposta final do sistema.
Dois procedimentos se apresentam: (a) Combinação SRSS, Square Root of the Sum of
the Squares, a mais usual, sendo normalmente utilizada quando as frequências próprias
são afastadas entre elas; e (b) Combinação CQC, Complete Quadratic Combination, uma
metodologia utilizada quando as frequências são próximas entre si, considerando-se a
interação entre os modos. A NBR 15421:2006 expressa (seção 10.3):
“As respostas elásticas finais podem ser combinadas pela regra da raiz quadrada da
soma dos quadrados das respostas obtidas em cada modo de vibração. No caso de
proximidade entre as frequências dos modos de vibração (frequências próprias
afastadas de menos de 10% do valor de uma das mesmas), deve ser aplicada regra
de combinação mais precisa, que considere os efeitos da proximidade entre os
modos.”

4.2 Avaliação numérica


A Tabela 4 é análoga à Tabela 3, considerando os métodos CQC (o qual foi o utilizado
por PINTO; 2020, bem como no item 3 anterior) e o SRSS. Perceba-se que as diferenças
são muito pequenas. Mesmo constatando-se que os resultados para o procedimento CQC
se aproximam mais da referência, posto que este foi o método por ela adotado, nos
exemplos dos próximos itens o SRSS foi a combinação adotada dado que a diferença é
desprezível pelo fato das frequências naturais não serem próximas.
Tabela 4 – Comparação da reação total para os modelos com diferentes pesos.
PINTO, 2020 Modelo com Modelo com
Somatório das
(peso efetivo e peso efetivo e peso efetivo e
Reações nos Apoios
comb. CQC)
comb. CQC comb. SRSS
10.175 kN 10.128 kN
 Fx 10.644 kN
(erro = -4,4%) (erro = -4,8%)
14.089 kN 14.067 kN
 Fy 15.085 kN
(erro = -6,6%) (erro = -6,7%)

5 Inclusão das lajes no modelo estrutural


5.1 Discussão teórica
PINTO (2020) analisou o sistema estrutural do edifício utilizando o software SAP 2000,
considerando-o tridimensional, formado por elementos de barra (simulando pilares e
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vigas) e elementos tipo shell (simulando as lajes e os pilares parede). O CAD/TQS
utilizado neste estudo, por sua vez, sempre considera o pórtico espacial (vigas e pilares),
podendo-se agregar ou não as lajes a este modelo. Aproveitou-se desta característica
para justamente mensurar a diferença nas respostas decorrentes destas duas
abordagens (que as Figuras 5 e 6 ilustram). Enfatiza-se, por oportuno, que nos itens
anteriores ao presente todos os modelos possuíam as lajes em conjunto com o pórtico
espacial (como feito por PINTO; 2020).

Figura 5 – Modelo de pórtico espacial com as lajes Figura 6 – Modelo de pórtico espacial sem as lajes

A seção 8.7.3 da NBR 15421, que dispõe sobre a modelagem da estrutura, estabelece
que no caso desta apresentar certas irregularidades, um modelo 3D deve ser utilizado.
Este é o usual em qualquer projeto e o utilizado neste artigo, destacado que o modelo de
pórtico espacial possui 6 graus de liberdade por nó.
“Caso a estrutura apresente irregularidade estrutural no plano dos tipos 1, 2 ou 3,
conforme definido na tabela 7, um modelo tridimensional deve ser utilizado. Neste
modelo, cada nó deve possuir ao menos três graus de liberdade, duas translações
em um plano horizontal e uma rotação em torno de um eixo vertical.”
Acerca das lajes, a mesma referida seção expressa:
“Quando os diafragmas não forem classificados como rígidos ou flexíveis, de acordo
com 8.3.1, o modelo deve incluir elementos que representem a rigidez destes
diafragmas.”
Por sua vez, menciona a seção 8.3.1:
“Diafragmas de concreto que tenham uma relação entre vão e profundidade menor
do que 3,0 e não apresentem as irregularidades estruturais no plano definidas na
tabela 7 podem ser classificados como rígidos.”
Tem-se que o exemplo em questão pode ser considerado como diafragma rígido, embora
isto não acarrete em maiores ou menores consequências. Apenas se o diafragma fosse
tido por flexível é que se deveriam seguir algumas diretrizes em relação ao carregamento.

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5.2 Avaliação numérica
Independente da constatação anterior, que o diafragma do presente exemplo comporta-se
como rígido, dois modelos distintos de pórtico espacial, com e sem laje, são comparados.
Apresentam-se os períodos naturais (Tabela 5) e o somatório das reações nas duas
direções em planta (Tabela 6). Evidentemente, o peso admitido é apenas o efetivo.
Tabela 5 – Comparação dos períodos naturais para os modelos com e sem laje.

Período de PINTO, 2020 Modelo de pórtico Modelo de pórtico


Vibração (pórtico 3D com lajes) 3D com lajes 3D sem lajes

1,719 s 1,561 s
01 1,625 s
(erro = +5,6%) (erro = -4,1%)
1,141 s 1,061 s
02 1,099 s
(erro = +3,8%) (erro = -3,5%)
0,972 s 0,919 s
03 0,948 s
(erro = +2,5%) (erro = -3,1%)
0,566 s 0,515 s
04 0,536 s
(erro = +5,4%) (erro = -4,1%)
0,329 s 0,300 s
05 0,313 s
(erro = +5,1%) (erro = -4,2%)
0,288 s 0,275 s
06 0,299 s
(erro = -3,7%) (erro = -8,0%)

Tabela 6 – Comparação da reação total para os modelos com e sem laje.

Somatório das PINTO, 2020 Modelo de pórtico Modelo de pórtico


Reações nos Apoios (pórtico 3D com lajes) 3D com lajes 3D sem lajes

10.128 kN 11.220 kN
 Fx 10.644 kN
(erro = -4,8%) (erro = +5,4%)
14.067 kN 15.119 kN
 Fy 15.085 kN
(erro = -7,3%) (erro = +0,2%)

Observe-se que os períodos naturais para o modelo sem lajes sempre são menores, o
que, por óbvio, significa que as frequências naturais são maiores (ou seja, mantida a
massa constante, a rigidez é superior). Provavelmente, nestes casos, este fato decorre
das hipóteses de modelagem para a consideração do diafragma do edifício sem lajes
feitas pelo programa utilizado, que aparentemente são até mais rígidas do que a
modelagem das lajes, em si.
Por outro lado, como as diferenças de resultados não são relevantes (em torno de 4%),
inclusive com relação ao cálculo do somatório das reações, pode-se concluir que o
modelo de pórtico espacial sem lajes é satisfatório para a análise estrutural. Desta
maneira, a partir dos itens seguintes somente será considerado este tipo de modelo.

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6 Redução da rigidez dos elementos pela fissuração
6.1 Discussão teórica
Sabe-se que o concreto é um material de baixa resistência à tração e, portanto, fissurável,
provocando a redução da rigidez dos elementos relativamente à sua rigidez integral
(também chamada de “bruta”). A NBR 6118:2014 determina que na análise das estruturas
de nós móveis devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos da não linearidade
geométrica e da não linearidade física e, no dimensionamento, os efeitos globais e locais
de 2ª ordem. Isto é compulsório.
Todavia, para a análise destes esforços globais de 2ª ordem é permitida a adoção de uma
não linearidade física (NLF) aproximada para os elementos. Os valores definidos pela
própria NBR 6118:2014 são: 0,3 Ec Ic para as lajes, 0,4 Ec Ic para as vigas (com As’ ≠ As)
e 0,8 Ec Ic para os pilares (seção 15.7.3).
Estas reduções também devem ser aplicadas quando se tem ações sísmicas? Em
verdade, o aspecto da fissuração só é contemplado uma única vez pela NBR 15421,
relativamente à determinação dos deslocamentos relativos e absolutos. Dita a seção 9.5:
“Os deslocamentos absolutos das elevações x e os relativos x dos pavimentos
devem ser determinados com base na aplicação das forças sísmicas de projeto ao
modelo matemático da estrutura. Nesta avaliação, as propriedades de rigidez dos
elementos de concreto devem levar em conta a redução de rigidez pela fissuração.
Para as estruturas em que haja efeitos de torção importantes, estes devem ser
considerados na avaliação dos deslocamentos relativos x de pavimento.”
Está claro que esta redução de rigidez deve ser aplicada no cálculo dos deslocamentos,
mas a NBR 15421 é omissa quanto ao cálculo dos esforços. A ASCE/SEI 7-16, por sua
vez, acena para este tópico em sua seção 12.7.3 – Structural Modeling:
“A mathematical model of the structure shall be constructed for the purpose of
determining member forces and structure displacements resulting from applied loads
and any imposed displacements or P-delta effects. The model shall include the
stiffness and strength of elements that are significant to the distribution of
forces and deformations in the structure and represent the spatial distribution of
mass and stiffness throughout the structure. In addition, the model shall comply with
the following:
a. Stiffness properties of concrete and masonry elements shall consider the effects
of cracked sections.” (grifo nosso)
O Eurocode 8: Parte 1, na seção 4.3.1(7), também determina uma redução desta rigidez,
e de forma bastante relevante (50% da rigidez integral).
Unless a more accurate analysis of the cracked elements is performed, the elastic
flexural and shear stiffness properties of concrete and masonry elements may be
taken to be equal to one-half of the corresponding stiffness of the uncracked
elements.” (grifo nosso)

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Perceba-se que ambas as normas evidenciam a importância de considerar os efeitos da
fissuração das seções no cálculo dos deslocamentos e na determinação dos esforços dos
elementos estruturais.

6.2 Avaliação numérica


A partir do modelo de pórtico espacial (sem lajes) com rigidez integral, os coeficientes de
NLF aproximada da NBR 6118:2014 foram incorporados. As comparações dos períodos
naturais e do somatório das reações são feitas nas Tabelas 7 e 8, respectivamente.
Como esperado, com a redução da rigidez dos elementos tem-se o aumento dos períodos
naturais. Proporcionalmente, as acelerações espectrais também diminuem, provocando
esforços menores nos elementos (neste caso, de maior monta, de 15 a 22%), o que pode
caracterizar uma situação menos conservadora de projeto caso a estrutura real não
apresente tais níveis de fissuração.
Tabela 7 – Comparação dos períodos naturais para os modelos com e sem redução da rigidez.
Período de Modelo com rigidez Modelo com NLF
Vibração integral aproximada
2,114 s
01 1,561 s
(diferença = +35,4%)
1,352 s
02 1,061 s
(diferença = +27,4%)
1,181 s
03 0,919 s
(diferença = +28,5%)
0,693 s
04 0,515 s
(diferença = +34,6%)
0,402 s
05 0,300 s
(diferença = +34,0%)
0,332 s
06 0,275 s
(diferença = +20,1%)

Tabela 8 – Comparação da reação total para os modelos com e sem redução da rigidez.
Somatório das Modelo com rigidez Modelo com NLF
Reações nos Apoios integral aproximada
8.691 kN
 Fx 11.220 kN
(diferença = -22,5%)
12.847 kN
 Fy 15.119 kN
(diferença = -15,0%)

7 Flexibilização das ligações


7.1 Discussão teórica
Conforme já dito no item anterior, o concreto armado é um material muito suscetível à
fissuração, inclusive nas ligações entre os elementos, quando os esforços podem atingir
valores máximos. Neste contexto, alguns programas brasileiros de projeto de estruturas
de concreto já preveem coeficientes redutores de rigidez, ou de flexibilização, exatamente
ANAIS DO JUBILEU DE OURO IBRACON – 2022 12
nestas regiões. Destaque-se que esta prática não é tão comum em estruturas metálicas
(menos utilizadas no Brasil, comparadas ao concreto) ou em programas de elementos
finitos (mais utilizados no exterior, que servem para qualquer estrutura ou material).
Tal conduta de flexibilização é plenamente justificada quando se tem uma análise estática
particularizada para o material concreto armado, pois ao final, dado o conjunto de ações
externas e a alteração da rigidez das ligações, o que ocorre é basicamente uma
redistribuição de esforços. Segundo o teorema estático da análise limite, se for
encontrado um estado de tensões que satisfaça as equações de equilíbrio no interior do
corpo e na fronteira, este é referido como um campo de tensões estática e plasticamente
admissível. Por outro lado, isto influencia intensa e diferentemente os resultados no
contexto da dinâmica das estruturas, merecendo ser investigado.
Importa mencionar, por fim, que o Eurocode 8: Parte 1, na seção 4.3.1(2), aborda a
questão da influência das juntas (nós dos pórticos) na deformabilidade da edificação,
expressando que ela deve ser levada em conta na modelagem. Tal consideração diminui
a rigidez da estrutura, aumentando o período natural de vibração.

7.2 Avaliação numérica


As Tabelas 9 e 10, respectivamente, ilustram os períodos naturais e o somatório das
reações para os modelos (i) integrais; (ii) apenas com a NLF; e (iii) com a NLF em
conjunto com a flexibilização das ligações (valores default do programa utilizado).
Torna-se evidente o progressivo aumento dos períodos naturais, apresentando-se
diferenças de mais de 50%. Similarmente o somatório das reações decresce
substancialmente, o que pode redundar em um projeto com segurança insuficiente.
Tabela 9 – Comparação dos períodos naturais para os modelos com e sem redução da rigidez.
Modelo com NLF
Período de Modelo com rigidez Modelo com NLF
aproximada e ligações
Vibração integral aproximada
flexibilizadas
2,114 s 2,389 s
01 1,561 s
(diferença = +35,4%) (diferença = +53,0%)
1,352 s 1,425 s
02 1,061 s
(diferença = +27,4%) (diferença = +34,3%)
1,181 s 1,240 s
03 0,919 s
(diferença = +28,5%) (diferença = +34,9%)
0,693 s 0,781 s
04 0,515 s
(diferença = +34,6%) (diferença = +51,2%)
0,402 s 0,449 s
05 0,300 s
(diferença = +34,0%) (diferença = +49,7%)
0,332 s 0,344 s
06 0,275 s
(diferença = +20,1%) (diferença = +25,1%)

ANAIS DO JUBILEU DE OURO IBRACON – 2022 13


Tabela 10 – Comparação da reação total para os modelos com e sem redução da rigidez.
Somatório das Modelo com rigidez Modelo com NLF e
Modelo com NLF
Reações nos Apoios integral ligações flexibilizadas
8.691 kN 7.313 kN
 Fx 11.220 kN
(diferença = -22,5%) (diferença = -34,8%)
12.847 kN 12.153 kN
 Fy 15.119 kN
(diferença = -15,0%) (diferença = -19,6%)

8 Combinação das ações sísmicas


8.1 Discussão teórica
Ao final da análise estrutural, os esforços decorrentes da ação sísmica devem ser
combinados com os das demais ações permanentes e variáveis para a definição do
carregamento a ser aplicado na estrutura. Isto será feito considerando o sismo como uma
ação excepcional (segundo as seções 5.3 da NBR 15421 e 11.8.2.3 da NBR 6118). Por
sua vez, a NBR 8681 autoriza admiti-la como uma ação excepcional (seção 4.2.1.3) ou
variável especial (seção 4.2.1.2), a depender do caso, embora na prática projetual não
seja comum classificá-la pela última alternativa.
Assim, de forma mais usual, para o dimensionamento dos elementos nos estados limites
últimos (ELUs), adotar-se-ia a combinação excepcional. As expressões que a regem são
dadas pelas Equações (1) e (2) (similares e apresentadas de maneira ligeiramente
diferentes pela NBR 8681 e NBR 6118, respectivamente).

∑ ∑
(Equação 1)

∑ ∑ (Equação 2)

Observe-se que cada ação possui seu devido coeficiente de ponderação (), e as ações
variáveis são ainda reduzidas pelo coeficiente (0). Nos casos mais comuns de
edificações, quando a carga variável de utilização não supera 5 kN/m2, tem-se:
a) = 1,2 para as ações permanentes e efeito desfavorável, (segundo a seção 5.4 da
NBR 15421, em sintonia com a tabela 2 da NBR 8681 e com a tabela 11.1 da NBR 6118);
b) = 1,0 para as ações variáveis (segundo a seção 5.4 da NBR 15421, em sintonia com
as tabelas 4 e 5 da NBR 8681 e com a tabela 11.1 da NBR 6118);
c) = 1,0 para a ação excepcional de sismo (segundo a seção 5.4 da NBR 15421, em
sintonia com a seção 5.1.4.3 da NBR 8681), ou basta perceber que nas equações
anteriores a ação excepcional não é multiplicada pelo coeficiente de ponderação (ou seja,
entra com seu valor não majorado);

ANAIS DO JUBILEU DE OURO IBRACON – 2022 14


d) 0 varia conforme o tipo de ação e características da edificação, mas sempre possui
valor inferior a 1,0.
Alguns efeitos não precisam ser considerados nesta combinação, como os recalques de
apoio e a retração dos materiais (segundo o último parágrafo da seção 5.4 da NBR
15421, em sintonia com a tabela 3 da NBR 8681, o qual permite adotar = 0), ou mesmo
o vento (segundo a observação “b” da tabela 11.3 da NBR 6118, o qual permite substituir
por , sendo este valor igual a zero especificamente para o vento).
Importa destacar, contudo, que a NBR 8681:2003 prevê a possibilidade de se considerar
o sismo como ação variável especial, devendo ser seguida a combinação:

∑ [ ∑ ] (Equação 3)

O último parágrafo da seção 5.1.3.2 da NBR 8681:2003 expressa que se a ação principal
tiver um tempo de atuação muito pequeno (caso do sismo), pode ser tomado
com o correspondente .
Ademais, na própria NBR 8681 existe uma possibilidade de simplificação deste fator de
redução que não encontra paralelo na norma de sismo ou na de projeto de estruturas
de concreto. A sua tabela 6 traz como observação (3) a seguinte frase:
“Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar
para o valor zero” (grifo nosso)
Assim, isto afeta não apenas a ação de vento, onde o fator corresponde a zero, de
fato, mas também permitiria desprezar (tornando nula) a ação variável de utilização.
Configura-se então uma situação de não conformidade com a NBR 15421 e NBR 6118.
Observa-se, entretanto, que esta conduta é uma possibilidade, pelo uso do verbo “admite-
se”, mas não uma obrigatoriedade, e que a alteração dos resultados finais pode ser até
desprezível pela relação das grandezas entre as ações permanentes e a de sismo com a
carga variável de utilização. É importante mencionar, todavia, que tal possibilidade não
encontra amparo nas normas ASCE/SEI 7-16 (seção 2.3.6) e Eurocode 0 (seção 6.4.3.4).
De todo modo, observe-se que esta previsão da NBR 8681 não guarda nenhuma relação
com a definição e discussão do peso efetivo feita no item 3 anterior. O peso considerado
na estrutura serve como variável para o cálculo dos parâmetros modais e a determinação
dos esforços devido à ação sísmica. No presente item a discussão gira em torno da
combinação das diferentes ações.

9 Conclusão
A NBR 15421:2006 é a norma de projeto de estruturas resistentes a sismos, cuja
aplicação é relativamente pequena no Brasil em função de seu próprio escopo (que
abrange as estruturas “usuais”, excluindo diversos sistemas estruturais) e da dispensa de
seus requisitos em uma área majoritária do território nacional.
ANAIS DO JUBILEU DE OURO IBRACON – 2022 15
Diante de uma perspectiva real de revisão e atualização da NBR 15421:2006, este artigo
buscou discutir alguns pontos não completamente esclarecidos pela norma, apresentando
diversos exemplos de análises como ilustração.
Um dos aspectos mais importantes, que merece ser objeto de reflexão da NBR 15421,
refere-se à consideração da não linearidade física do concreto e a flexibilização das
ligações. Estes dois fatores possuem uma forte capacidade de alteração dos parâmetros
modais e da resposta da estrutura. Por outro lado, a consideração explícita das lajes no
modelo numérico, bem como a influência das cargas variáveis de utilização, demonstrou
pouca influência nos casos analisados.

10 Referências
AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. ASCE/SEI 7-16: Minimum design loads
and associated criteria for buildings and other structures. Reston: ASCE, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança
nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15421: Projeto de
estruturas resistentes a sismo - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062: Projeto e execução
de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o
cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de pontes,
viadutos e passarelas de concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Eurocode: Basis of structural
design (EN 1990:2002+A1 :2005:E). Brussels: CEN, 2005.
EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Eurocode 8: Design of
structures for earthquake resistance - Part 1 : General rules, seismic actions and
rules for buildings (EN 1998-1:2004:E). Brussels: CEN, 2004.
GHOSH, S. K.; FANELLA D. A. Seismic and wind design of concrete buildings (2000
IBC, ASCE 7-98, ACI 318-99). 3rd ed. International Code Council, 2003.
PINTO, J. H. D. S. Estudo comparativo de normas de projetos de estruturas
resistentes a sismos. 2020. 134 f. Dissertação (Mestrado em Projeto de Estruturas) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Programa de Projeto de
Estruturas, Rio de Janeiro, 2020.
SANTOS, S. H. et al. Comparative study of international major codes for the seismic
design of buildings. In: IABSE Symposium, 2020. Wroclaw: IABSE, 2020.

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