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SEMANÁRIO DA DIOCESE DE COIMBRA | DIRETOR: A.

JESUS RAMOS
ANO 103 | N.º 4971 | 18 DE ABRIL DE 2024 | GRATUITO

NOTA PASTORAL DA CEP

A PARTIR DA EUCARISTIA
A IGREJA FAZ-SE
SINODAL, SAMARITANA
E MISSIONÁRIA

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02

DESTAQUES FICHA
11 SERVIÇOS E MISTÉRIOS
TÉCNICA
TEMOS URGÊNCIA DE MAIS SERVIDORES
“Só como homens e mulheres
eucarísticos temos a possibilidade
de realizar a nossa missão cristã”.

15 MEMÓRIA E PROJETO
ENTRE A JMJ E A PROSSECUÇÃO
DO PLANO PASTORAL
Réplica da “Cruz” voltou a trazer centenas
de pessoas às ruas de Coimbra.

35 NOTA PASTORAL DA CEP


“SEM EUCARISTIA NÃO PODEMOS VIVER”
Conferência Episcopal Portuguesa
PROPRIEDADE
publica Nota a propósito do 5.º Congresso Seminário Maior de Coimbra
Contr. n.º 500792291
Eucarístico Nacional a realizar em Braga, Registo n.º 101917
Depósito Legal n.º 2015/83
de 31 de maio a 2 de junho de 2024.
DIRETOR

43
A. Jesus Ramos (T.E. 94)
FINAL DO RAMADÃO DIRETOR ADJUNTO
Carlos Neves (T.E. 403 A)
PAPA ESCREVE AOS CRENTES DO ISLÃO
ADMINISTRAÇÃO E EDIÇÃO
“Quem acredita em Deus não pode Communis Missio
- Instituto Diocesano de Comunicação
deixar de repudiar a guerra”. Centro Pastoral Diocesano Coimbra
Rua Domingos Vandelli, nº 2

50
3004-547 Coimbra
21 DE ABRIL REDAÇÃO
Miguel Cotrim (C.P. 3731 A)
CHAMADOS A SEMEAR A ESPERANÇA
GRAFISMO / PAGINAÇÃO
E A CONSTRUIR A PAZ Frederico Martins - fredericomartins.pt

A Mensagem do Papa Francisco para o REDAÇÃO


Rua Domingos Vandelli, 2
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04
DECRETO DO BISPO DE COIMBRA

DECRETO
VIRGÍLIO DO NASCIMENTO ANTUNES

Instituição do Serviço
Diocesano da Juventude

O A
Plano Pastoral da Diocese de Coimbra fim de desenvolver uma ação pastoral
2021-2024, define três objetivos princi- organizada e articulada em toda a Dio-
pais, focados nos jovens enquanto prio- cese, instituímos o Serviço Diocesano
ridade de todas as comunidades: da Juventude (SDJ) e as linhas mestras da sua
1. Envolver os jovens na edificação da Igreja; missão:
2. Proporcionar aos jovens - coordenação da pastoral da juventude da Dio-
o encontro com Jesus Cristo; cese de Coimbra (com foco dos 15 aos 30 anos);
3. Acompanhar o discernimento - articulação com os serviços e secretariados
vocacional dos jovens; ligados à juventude (Secretariado Diocesano da
Por sua vez, a Jornada Mundial da Juventude Pastoral Juvenil, Serviço Pastoral do Ensino Su-
Lisboa 2023 foi um grande acontecimento e uma perior, Secretariado Diocesano da Pastoral das
fonte de graça para toda a Igreja e para a Diocese Vocações, Secretariado Diocesano da Evangeli-
de Coimbra. zação e Catequese (9º e 10º anos); Educação Mo-
Conjugam-se, deste modo, os elementos funda- ral e Religiosa Católica – 9ºano e Secundário);
mentais para um novo impulso de toda a Diocese, - articulação com os movimentos juvenis: Cor-
no sentido de fazer crescer a sua dimensão jovem. po Nacional de Escutas (Pioneiros e Caminhei-

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N
DECRETO DO BISPO DE COIMBRA

ros); Convívios Fraternos; Alpha Jovem; Equipas omeamos como membros do Serviço
Jovens de Nossa Senhora; Shalom e outros; Diocesano da Juventude da Diocese de
- criação e acompanhamento do Serviço Local Coimbra:
da Juventude (SLJ) em cada Unidade Pastoral; Hugo Monteiro – coordenador geral
- dinamização de atividades congregadoras P. Nuno Miguel dos Santos – assistente
diocesanas: missa semanal – domingo, 19:00 - espiritual.
Sé Velha; tempos de oração; caminhadas espi- Pedimos a toda a Diocese o bom acolhimento
rituais; formação; concertos; encontros dioce- deste Serviço Diocesano da Juventude e solicita-
sanos; ações de voluntariado; Sínodo dos Jovens. mos, com muita esperança uma feliz cooperação
em ordem a darmos à nossa Igreja um rosto jo-
vem e feliz.
“Com Maria, seguimos juntos. O caminho conti-
nua...”. Com ela, mãe dos jovens, vamos juntos, ao
encontro de Cristo vivo.

Coimbra, 6 de dezembro de 2023

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ENFOQUE
ENFOQUE

CARLOS NEVES

Dignitas infinita

N
o dia 8 de abril, a Santa Sé, por meio do Por favor, alguém, em Portugal ou no Vaticano,
Dicastério para a Doutrina da Fé, publi- tenha isto em atenção! Em temas tão complexos,
cou a Declaração Dignitas infinita, so- e de grande rigor concetual, traduções “oficiais”
bre a dignidade humana. assim desmotivam qualquer um da leitura ou da
O interesse destas linhas é o de chamar a aten- consulta dos textos.
ção para a existência do documento e despertar Outro exemplo, onde estou menos seguro, é o
para a sua leitura. Há uma tradução oficial por- uso da expressão maternidade sub-rogada. O ter-
tuguesa, infelizmente horrível. E não é horrível mo é jurídico, e na minha ignorância admito que
só por causa do português do Brasil, a que já nos seja o que deva ser usado em rigor. Mas também
habituámos. É horrível, porque é. Permito-me não seria mal se houvesse algum tradutor que
ilustrar com este texto, tirado da apresentação da pusesse uma nota de rodapé a esclarecer que o
Declaração pelo Prefeito da Congregação para a termo, no caso, se refere ao que na linguagem co-
Doutrina da Fé (e que vem anexa ao documento). mum chamamos “barriga de aluguer”.
Diz assim: “No Congresso de 15 de março de 2019, a Chega de questões menores. Quanto às maio-
então Congregação para a Doutrina da Fé decidiu res — isto é, ao conteúdo — a maioria dos comen-
encaminhar «a redação de um texto, evidenciando tários à Declaração centraram-se nas listagens
a imprescindibilidade do conceito de dignidade da daquilo que borbulha na sociedade atual e que,
pessoa humana ao interno da antropologia cris- segundo o ensino da Santa Sé, fere a dignidade
tã e ilustrando o alcance e as implicações benéfi- humana. O documento analisa situações clás-
cas em nível social, político e econômico, tendo em sicas, como a pobreza, a guerra, as condições de
conta os últimos desenvolvimentos do tema em trabalho dos migrantes e o tráfico de seres hu-
âmbito acadêmico e as suas ambivalentes com- manos, mas debruça-se também sobre o abuso
preensões no contexto hodierno». Não vou alongar sexual, a violência contra as mulheres, o aborto,
os comentários, mas garanto ao leitor que a tra- as barrigas de aluguer, a eutanásia, o suicídio as-
dução do Google é muito melhor! sistido, as teorias de género, a mudança de sexo
Mas há pior. Por exemplo, este passo: “Entre as e a violência digital. Vale dizer que a Declaração
formas de violência exercidas sobre as mulheres, reafirma a doutrina condenatória de todas estas
como não citar a constrição ao aborto, que fere práticas, procurando fundamentar-se largamen-
seja a mãe que o filho, tão frequente para satisfa- te nos princípios bíblicos e nas intervenções dos
zer o egoísmo dos homens?” (tradução oficial, sic). últimos Papas. Há, contudo, no que diz respeito à
Agora a tradução da máquina: “Entre as formas mudança de sexo, uma nuance que me atrevo a
de violência exercidas sobre as mulheres, como registar. Diz o texto: “qualquer intervenção de mu-
não mencionar o aborto forçado, que afeta tanto dança de sexo normalmente arrisca-se a ameaçar
a mãe como o filho, tantas vezes para satisfazer o a dignidade única que a pessoa recebeu desde o
egoísmo dos homens?”. momento da conceção. Isto não significa excluir a

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ENFOQUE

possibilidade que uma pessoa portadora de ano- ontológica, que compete à pessoa enquanto tal,
malias dos genitais, já evidentes desde o nasci- pelo simples fato de existir e de ser querida, criada
mento ou que se manifestem sucessivamente, pos- e amada por Deus. Esta dignidade não pode jamais
sa decidir-se por receber assistência médica com o ser cancelada e permanece válida para além de
fim de resolver tais anomalias. Neste caso, a inter- toda circunstância em que os indivíduos venham a
venção não configuraria uma mudança de sexo no se encontrar”. A dignidade moral refere-se sobre-
sentido aqui entendido”. tudo ao uso (mais ou menos «digno») da liberdade
A Declaração reflete também, logo nos núme- pelo ser humano. A dignidade social refere-se —
ros introdutórios, sobre o próprio conceito de diz o texto — “às condições nas quais uma pessoa
dignidade humana. Esta é verdadeiramente uma se encontra a viver” e que podem ferir as “condi-
questão maior, porque na linguagem atual a dig- ções mínimas para que uma pessoa viva de acor-
nidade humana tanto pode ser usada para rei- do com a sua dignidade ontológica”. Por último,
vindicar o direito ao suicídio assistido como para a dignidade existencial refere-se “a situações de
obstar a qualquer tentativa legislativa no senti- tipo existencial: por exemplo, ao caso de uma pes-
do de o facilitar. Nesse sentido, a Declaração diz: soa que, aparentemente tendo todo o necessário
“Tudo isso nos leva a reconhecer a possibilidade de para viver, por diversas razões tem dificuldade de
uma quádrupla distinção do conceito de dignida- viver em paz, com alegria e esperança”.
de: dignidade ontológica, dignidade moral, digni- A parte central da Declaração aprofunda estas
dade social e, enfim, dignidade existencial. O sen- dimensões e conceções da dignidade humana no
tido mais importante é aquele ligado à dignidade ensino da Igreja católica. k

Vamos fazer crescer o Correio de Coimbra


Uma voz focada na Igreja, em comunhão com o Bispo
e com o Papa, dando corpo a uma visão poliédrica
e ao testemunho plural a partir de uma atitude construtiva.
A subscrição é extremamente fácil e gratuita em
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08

ÍNDICE

09 DIOCESE

COMO
20 PARA NOS PENSARMOS COLABORAR!
Numa lógica de serviço eclesial
e de evangelização, o jornal

25 ANO DA ORAÇÃO diocesano Correio de Coimbra


passou a ser gratuito na sua nova
edição em suporte digital.
Comporta, contudo, custos.
Se quiser ajudar a Diocese de
27 CAMINHOS Coimbra a suportar financeiramente
este serviço, poderá fazê-lo junto
dos serviços administrativos
(Seminário Maior, Casa Nova) ou por
35 GRANDE PLANO transferência bancária para o IBAN:

PT50 0018 0003 4059 0291 0201 3

39 LITURGIA
Titular da conta é a COMMUNIS MISSIO
- Instituto Diocesano de Comunicação.
Banco: Santander Totta S.A.

43 VATICANO Ao fazer transferência bancária,


pe­dimos o favor de nos enviar o
com­provativo da mesma para o email
assinaturas.jornal@gmail.com,

50 DOCUMENTAL iden­tificando o nome da


pessoa/entidade e o NIF.

Desde a última edição, registamos


54 AGENDA os donativos abaixo discriminados.
Muito obrigado.

57 SUPLEMENTO José Carlos Ferreiro 10,00€

O Correio de Coimbra é um serviço


gratuito à missão evangelizadora da nossa
Diocese. Colabore com o seu donativo para
o manter e qualificar. Muito obrigado.
09
DIOCESE

DIOCESE

CANDIDATOS AO DIACONADO PERMANENTE


No último domingo foram instituídos quatro novos Acólitos
António Manuel Dias Monteiro da Rocha, da paróquia da Guia, Carlos Manuel Correia Esteves, da
paróquia de Alvaiázere, Manuel Eduardo da Conceição Jorge, da paróquia do Seixo de Mira, e Rui
Miguel de Oliveira Santos, da paróquia de Vila Verde, receberam no último domingo, 14 de abril, o
ministério do Acolitado, em ordem à futura ordenação como diáconos permanentes da Diocese de
Coimbra.
Na homilia, o senhor Bispo referiu: “Precisamos ainda de mais diáconos permanentes, espe-
cialmente como dinamizadores da caridade cristã, como é próprio da sua vocação e ministério,
mas também como cooperadores da ordem do bispo e dos presbíteros”.

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JOÃO PAULO FERNANDES DEFENDEU TESE DE DOUTORAMENTO


DIOCESE

“Mulher, eis o teu filho” (Jo 19, 26)


A atualização de Jo 19, 25-27 no
magistério de São João Paulo II”

N
o passado 16 de abril, a Pontifícia Uni- se contexto, o Reitor do referido Colégio agrade-
versidade Urbaniana de Roma con- ceu ao Padre João Paulo a sua presença humilde e
cedeu o título de Doutor em Teologia hospitaleira naquela comunidade portuguesa em
Bíblica ao Padre João Paulo dos Santos Fernan- Roma, reforçando assim o seu testemunho edifi-
des do nosso presbitério diocesano de Coimbra cante, que marcou tantos colegas que com ele par-
e colaborador semanal do Correio de Coimbra. A tilharam o dia-a-dia ao longo dos últimos anos.
defesa da tese “Mulher, eis o teu filho” (Jo 19, 26). Conclui-se assim para o Padre Doutor João Pau-
A atualização de Jo 19, 25-27 no magistério de São lo um tempo de quatro anos de serviço à Diocese
João Paulo II” aconteceu às 15h30 na sala John através do estudo. Não temos dúvidas que o mes-
Henry Newman da Pontifícia Universidade Ur- mo povo de Deus receberá, no futuro próximo,
baniana de Roma, perante uma assembleia que através do seu ministério pastoral, muitos dons,
congregou amigos e colegas do doutorado, entre como fruto deste empenhado tempo de semen-
os quais o bispo e o vigário-geral da nossa diocese. teira. Parabéns, Padre Doutor João Paulo. k
A mesa do júri académico,
com rasgados elogios, subli-
nhou a metodologia da tese,
que, com ampla bibliografia,
cruza a teologia bíblica com a
mariologia, aplicada ao ma-
gistério de São João Paulo II. A
recomendação da publicação
o texto final, feita pelo júri, re-
força o valor do contributo que
o Padre João Paulo deu à temá-
tica em questão, que abre no-
vas perspetivas para possíveis
desenvolvimentos académicos
futuros.
Terminada a sessão na Uni-
versidade, seguiu-se o jantar-
convívio no Pontifício Colégio
Português, casa onde viveu o
Padre Doutor João Paulo nos
anos de estudo em Roma. Nes-

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BISPO DE COIMBRA, NA MISSA DO TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA


DIOCESE

Precisamos de mais vocações


de ministros ordenados e leigos
No terceiro Domingo da Páscoa, a Igreja diocesana de Coimbra tem por tradição
“chamar e enviar cristãos leigos, homens e mulheres, nomeando-os para serviços e
ministérios em ordem à edificação do Corpo de Cristo”, como referiu D. Virgílio Antunes
na Missa da Sé Nova. Nesta celebração foram nomeados 34 novos ministros
extraordinários da comunhão e reconduzidos 179; foram nomeados 15 leitores;
foi nomeado 1 animador da celebração dominical na ausência de presbítero
e reconduzidos 15; foi nomeado 1 orientador das exéquias e reconduzidos 14.
Publicamos a homilia do senhor Bispo.

Caríssimos irmãos e irmãs!

N
este tempo da Páscoa, voltamos ao
contacto com a experiência originária
dos apóstolos e discípulos de Jesus, o
fundamento da sua e da nossa fé cristã. Acredi-
tamos com base no relato das testemunhas ocu-
lares, que narraram o que viram e ouviram e que
tocou de forma inesquecível os seus corações.
Os discípulos de Emaús contaram o que tinha
acontecido no caminho, e que só foi possível
porque Jesus estava vivo e os surpreendera no
meio da sua profunda desilusão.
O acontecimento primeiro a originar a nossa
fé cristã é a pessoa de Jesus Pascal, que morre e
ressuscita, cumprindo as Escrituras e os desíg-
nios do Pai. A sua peregrinação pelos caminhos
dos discípulos dá-lhes a possibilidade de O en-
contrarem e de O reconhecerem, restaurando
desse modo a alegria da sua presença e fazen-

N
do renascer uma esperança profundamente este dia, o III Domingo do tempo da
abalada. Páscoa, como fazemos anualmente e
O Evangelho de Lucas refere que os discípulos há décadas, a Igreja diocesana de Coim-
de Emaús contaram como tinham reconhecido bra chama e envia cristãos leigos, homens e mu-
Jesus ao partir do pão. Esses discípulos mostram lheres, nomeando-os para serviços e ministérios
desse modo o lugar e a importância que teve em ordem à edificação do Corpo de Cristo.
para eles e que tem para nós aquele gesto de Je- Ao aceitarmos este chamamento, renovamos o
sus, que os remete para a Última Ceia e nos en- nosso compromisso pessoal de serviço a Cristo;
caminha para a Eucaristia, memorial da Páscoa ao partirmos como enviados, tornamo-nos cola-
de Jesus. De facto, de entre os diferentes modos boradores do mesmo Cristo vivo dentro das nos-
de presença de Jesus no meio de nós, sobressai sas comunidades; nos serviços e ministérios que
o Sacramento da Eucaristia, presença real de Je- assumimos, unimo-nos a Jesus Cristo e partilha-
sus a repartir-se por nós e a alimentar a Igreja. mos com Ele, na Igreja, o pão que a alimenta.

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DIOCESE

Como aconteceu com os discípulos, chamados Precisamos de mais vocações de ministros or-
e enviados em missão, centramo-nos na Eucaris- denados, sacerdotes e diáconos, e de mais voca-
tia, que é para nós não somente a escola da obe- ções de ministros leigos. Uns e outros, alicerça-
diência à vontade do Pai, à semelhança de Jesus, dos na comum vocação nascida no batismo, de
mas é também a presença viva de amor, que nos acordo com o dom particular que recebemos, ha-
leva a servir os irmãos por meio da entrega da vemos de pôr a nossa vida ao serviço deste Povo
nossa própria vida. Só como homens e mulheres Santo, que vive, que celebra, que anuncia, que
eucarísticos temos a possibilidade de realizar a testemunha, e que edifica a mesma obra de Deus,
nossa missão cristã, pois para sermos testemu- unida em comunhão e santa.
nhas de todas as coisas que vimos e ouvimos, Vamos desde já trabalhar para que o próximo
para sermos testemunhas de Jesus que se oferece ano pastoral seja marcado por um forte incen-
à morte e ressuscita pelo poder de Deus, temos de tivo ao crescimento dos ministérios eclesiais na
estar com Ele e caminhar com Ele, temos de nos
oferecer ao Pai com Ele, temos de O reconhecer
ao partir do pão.
A nossa missão consiste em contar com pa-
lavras e com gestos específicos de serviço aos
irmãos a experiência de fé que diariamente fa- A nossa missão consiste em
zemos. Se as palavras são necessárias, não há lin- contar com palavras e com
guagem mais sincera e convincente do que a do gestos específicos de serviço
serviço sacrificado e carregado de amor da nossa aos irmãos a experiência de fé
própria pessoa para com os irmãos e para com a que diariamente fazemos. Se as
comunidade cristã. palavras são necessárias, não
há linguagem mais sincera e

I
rmãos e irmãs, Cristo quis contar com os convincente do que a do serviço
seus discípulos como testemunhas da sua sacrificado e carregado de
ressurreição e quer contar connosco como amor da nossa própria pessoa
cooperadores na edificação da sua Igreja. A partir para com os irmãos e para
do batismo recebemos a vocação de vivermos em com a comunidade cristã.
comunhão, participação e mis-
são, como nos recorda o Sínodo
sobre sinodalidade, convocado
pelo Papa Francisco e que está
a decorrer em toda a Igreja.
Entre os aspetos centrais em
discernimento está o signifi-
cado da Igreja ministerial. Pou-
co a pouco, com a nossa dis-
ponibilidade pessoal e tendo
em conta os dons e carismas
concedidos pelo Espírito San-
to, a nossa Diocese tem dado
provas de caminhar por esta
via. Trata-se, agora, de darmos
um novo impulso ao modo de
sermos Igreja Diocesana mais
rica de serviços e ministérios,
ou seja, de cooperadores na
sua edificação.

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DIOCESE

nossa Diocese. As comunidades cristãs, nomea- A nossa Igreja Diocesana sente também a ur-
damente as Unidades Pastorais, são chamadas a gência de mais ministros extraordinários da Sa-
convidar homens e mulheres para o ministério grada Comunhão, sobretudo em ordem à visita
dos leitores, dos acólitos e dos catequistas. Aque- aos doentes e idosos nos lares e nas suas casas;
les que forem instituídos no ministério dos leito- de mais coordenadores das celebrações domini-
res recebem a missão de formar e acompanhar cais nas comunidades onde não é possível haver
no conhecimento, leitura e meditação da Sagrada Eucaristia por falta de sacerdotes. Precisamos
Escritura como Palavra de Deus revelada aos ho- ainda de mais diáconos permanentes, especial-
mens; os que forem instituídos no ministério dos mente como dinamizadores da caridade cristã,
acólitos têm o encargo de formar e acompanhar como é próprio da sua vocação e ministério, mas
os que servem ao altar no culto divino; os que que também como cooperadores da ordem do bispo e
forem instituídos no ministério dos catequistas, dos presbíteros.
ocupar se hão do anúncio da Boa Nova em ações Não podemos ainda esquecer a urgência de ho-
de evangelização e catequese de crianças, jovens mens e mulheres que assumam como verdadeira
e adultos, bem na coordenação das catequeses vocação e missão a transformação evangélica das
paroquiais e na promoção da formação das co- realidades humanas, sociais, culturais... por meio
munidades em ordem a esse mandato do Senhor. do testemunho e ação no mundo. Mesmo quem
não pode colaborar ativamente no interior da co-
munidade cristã, por falta de disponibilidade ou
por não ter esse dom, está incluído na missão de
Jesus e realiza no meio das realidades temporais
a sua vocação de testemunha de Cristo.
Mesmo quem não pode colaborar A Escola de Teologia e Ministérios e os Secreta-
ativamente no interior da riados e Serviços da nossa Diocese estão disponí-
comunidade cristã, por falta veis para continuar a propor programas formati-
de disponibilidade ou por não vos em todas estas áreas e para nos ajudarem a
ter esse dom, está incluído na percorrer estes caminhos da Igreja enriquecida
missão de Jesus e realiza no meio pelos ministérios e Serviços, Igreja comunhão,
das realidades temporais a sua participação e missão.
vocação de testemunha de Cristo. Convido toda a Diocese e, sobretudo, todos vós,
chamados a um serviço ou ministério dentro dela,
a rezar para que o Senhor nos conceda as voca-
ções ao presbiterado e ao diaconado, para que o
Senhor nos enriqueça com as vocações dos lei-
gos, homens e mulheres disponíveis para servir,
de acordo com o dom recebido e o discernimento
verdadeiramente iluminado pelo Espírito Santo.
A Igreja Diocesana será mais viva e mais santa
com a corresponsabilidade, participação e mis-
são, que estamos disponíveis para assumir em
atitude de gratidão ao Senhor que caminha con-
nosco e se nos dá a conhecer ao partir do pão.
“Com Maria, seguimos juntos. O caminho con-
tinua”. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, a quem
confiamos, mais uma vez esta porção do Povo de
Deus, a Diocese de Coimbra. k

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RÉPLICA DIOCESANA DA CRUZ DA JMJ


DIOCESE

Símbolo voltou a trazer centenas


de pessoas às ruas de Coimbra

N
o dia 14 de abril, um ano depois da pas- Na introdução à cerimónia da construção da
sagem dos Símbolos da Jornada Mun- réplica da cruz, em Santa Cruz, foi lembrado: “A
dial da Juventude por Coimbra, cen- réplica reproduz a Cruz Peregrina da JMJ, quer na
tenas de pessoas reuniram-se para caminhar sua dimensão quer no material de construção.
com a réplica da Cruz Peregrina, e colocá-la na Hoje, iremos construir esta cruz de novo, peça por
Sé Velha, local que será a sua morada e de onde peça, relembrando no nosso coração as palavras
partirá para outras peregrinações na Diocese de do Papa Francisco na JMJ Lisboa 2023 «Deus ama-
Coimbra, sob a orientação do Serviço Diocesano nos como somos. Não como querem que sejamos
da Juventude. ou a sociedade quer. Ama-nos com os nossos de-
Depois de uma cerimónia de construção da feitos, com as limitações que temos e a vontade
Cruz, que contou com a participação do grupo que temos de seguir em frente na vida. Deus nos
Cantar-Te, evocando todos aqueles que vive- chama a si» porque «Na Igreja ninguém está a
ram a peregrinação em abril de 2023, a réplica mais, há espaço para todos!»”.
foi transportada da igreja de
Santa Cruz até à Sé Velha, nos
braços de muitos voluntários
e voluntárias, acompanhados
pelos Gaiteiros Rainha Santa.
Já na Eucaristia de acolhi-
mento da Cruz, animada pelo
coro COD Coimbra, D. Virgí-
lio destacou a importância de
sentirmos que esta Cruz nos
relembra tudo o que de bom a
JMJ Lisboa 2023 nos trouxe e a
responsabilidade de continuar
a fazer caminho sempre entu-
siasmados por Cristo vivo.
Na preparação para cada
Jornada Mundial da Juventu-
de, a Cruz Peregrina e o Ícone
da Virgem Maria partem em
peregrinação, acompanhando
os jovens, nos sítios onde vi-
vem, e trazendo às ruas a Igre-
ja que é comunidade para rezar, cantar e celebrar Participaram no ato da construção sacerdotes,
a fé. Coimbra recebeu estes Símbolos em abril autarcas, escuteiros, bombeiros, grupos de jovens
de 2023 e, nas palavras de D. Virgílio, “a onda de e um grupo motard.
alegria e fé que percorreu a Diocese de Coimbra A cerimónia na igreja de Santa Cruz terminou
foi crescendo e tornou-se uma imensa manifes- com uma oração lembrando ao Senhor as múlti-
tação de comunhão humana e espiritual que nos plas necessidades do mundo, concluindo com o
entusiasmou”. hino da Jornada Mundial da Juventude 2023. k

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INSCRIÇÕES E NOVA IMAGEM VISUAL


DIOCESE

Boas notícias do Coro


COD Coimbra!
Alice Cardoso

B
oas notícias do Coro COD Coimbra! Re- um elemento que foi retirado do logótipo oficial
começámos os nossos trabalhos em ou- da JMJ Lisboa 2023, indicando o início e a origem
tubro com muita força e cheios do Espí- do nosso Coro e revelando também a nossa iden-
rito Santo e agora começamos uma nova etapa tidade espiritual cristã.
em termos de imagem visual. O nosso Coro COD Se repararem bem, o nosso logo tem a forma
Coimbra apresenta-vos agora este novo logótipo de um caminho, já que é composto por uma linha
com muito significado para nós e que demonstra única e contínua que dá a forma aos 3 “C”. Essa
uma grande vontade de continuarmos este cami- linha representa o sentido de caminho e comu-
nho em Diocese e com os mais jovens! nhão. A ponta aberta do C representa o convite, a
Este logótipo contém vários elementos, que fo- abertura, o acolhimento a quem quer tomar parte
ram cuidadosamente pensados e rezados, para deste caminho. E, se por um lado, o terço significa
que pudéssemos ter uma imagem que nos re- o início e origem enquanto Coro, por outro, ten-
presenta e que representa a nossa história. A le- do como ponto de partida a “ponta aberta” do C, o
tra “C” representa a letra inicial das três palavras terço tem como sentido último a nossa fé, o nosso
que constituem o nome do nosso coro: Coro COD Deus.
Coimbra. E também nos remete para várias ou- Além destes elementos, quisemos que o nos-
tras palavras de referência para nós, tais como, so logo fosse vermelho, porque esta é a cor que
Cristo, canto, comunidade, comunhão... A simbo- simboliza o fogo do Espírito Santo, que nos guia
logia do “três” retrata ainda a união, a perfeição, a e impele a dar testemunho, através do cântico, da
Trindade, o sagrado, a plenitude. Já o terço JMJ é música, da oração cantada.

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DIOCESE

Levar este coro ao maior nú-


mero de pessoas da nossa Dio-
cese é um dos nossos maiores
desejos e a cada concerto (que
já vamos em 8), animação de
Eucaristia (já lá vão 4) e oração
(já contamos com 5) que pas-
sa, percebemos que temos um
grupo cada vez maior e mais
diversificado de pessoas que
cantam connosco e que apre-
ciam o nosso trabalho.
Se és uma dessas pessoas e
gostavas mesmo muito de vir
cantar connosco, então temos
boas notícias para ti! Quere-
mos muito que a tua voz esteja
no nosso coro. Sabemos que
contigo, podemos ser melho-
res e cantar ainda mais alto.
Se tens mais de 16 anos, estás automaticamente Para te inscreveres, envia-nos um e-mail para
qualificado/a para entrar no nosso coro! Inde- musica.codcoimbrajmj@gmail.com ou liga para
pendentemente da tua idade, vem ter connos- 964 091 555 (Pe. João Paulo Vaz).
co e traz os teus pais e os teus amigos. Se gostas Em breve estaremos também em algumas re-
muito de cantar e queres rezar cantando, aqui o des sociais, por isso, mantém-te atento/a para
encontrarás. não perderes pitada do nosso caminho. k

FESTIVAL DIOCESANO DA CANÇÃO JOVEM


“Alegres na esperança” junta
em Miranda do Corvo sete originais

É
já este sábado! No Pavilhão Gimnodes- afirmado ao longo dos anos como um espaço de
portivo de Miranda do Corvo, às 21h! Fala- convivialidade dos jovens e de todos os que traba-
mos da XXVII edição do Festival Diocesa- lham na pastoral juvenil, mas também uma feliz
no da Canção Jovem. oportunidade de reflexão e de evangelização, que
Este ano vão estar em palco sete grupos: Gru- começa pela própria criação dos originais a con-
po de Jovens Amma, Jovens do Mundo, e_Amen, curso. Este ano o tema é: “Alegres na esperança”.
UniJovem da Lagarteira, Projeto Tau, Sempr’Abrir O preço de entrada do Festival já foi divulgado
e Symbiose. O Festival conta ainda com a Banda nas redes sociais e poderão ser feitas pré-reser-
Missio, que vai animar o intervalo. vas dos bilhetes através dos links disponíveis nas
O Festival Diocesano da Canção Jovem tem-se mesmas redes. k

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PARA NOS PENSARMOS

PARA NOS PENSARMOS

Aqui e Além
Cabral de Oliveira

1
O novo governo de Luís Montenegro, bem por parte do Estado português, o quadro seria, em
antes de ser conhecida a sua inteira cons- boa hora – apesar de haver quem defenda que a
tituição, ou ter sequer apresentado o pro- obra devia ter sido alienada a um grande museu
grama a que se propõe, já era contestado, sempre mundial para afirmação da arte lusa –, adquirido
com a preciosa ajuda da imprensa ‘bem pensan- pela Fundação Livraria Lello, que o exporá, ini-
te’, e no habitual ‘folclore’ que lhes garante pal- cialmente, no mosteiro de Leça do Balio, para de-
co e sobrevivência, pelas forças partidárias mais pois poder integrar, segundo critério de puro re-
esquerdistas, pelo populismo de extrema direita, gionalismo, o acervo do Soares dos Reis, no Porto,
sindicatos comunistas, corporações, e movimen- talvez ainda digressionar, para divulgação, por
tos de ativistas das mais diversas proveniências. instituições nacionais e internacionais. Parale-
Veremos, entretanto, peça fundamental para o lamente, em relação aos outros dois trabalhos de
mantenimento dos valores essenciais da Demo- Domingos Sequeira, que integram o que alguns
cracia e da Liberdade (assim, exatamente, com a chamam de seu testamento artístico (a “Adoração
dignidade de escrita com maiúsculas), até onde dos Magos” é pertença do MNAA), ainda proprie-
deixará o Partido Socialista influenciar-se pelas dade privada, a “Ascensão” e “Juízo Final”, atente-
políticas ‘urbanas’ de forças como, sobretudo, mos no que nos reserva, porventura nada de ad-
apesar da pouquidade da sua significação eleito- mirável, o governo da nação...
ral, o Bloco de Esquerda!

3
Portugal, que em 2019 tinha alcançado a

2
Neste nosso curiosíssimo país, também muito honrosa oitava posição, caiu do lu-
na Cultura se mantém o gosto pela novela. gar 22.º de 2022 para o 26.º em 2023 no
Como se comprova com a pintura “Des- ranking das democracias – evidentemente as li-
cida da Cruz”, vendida pela família Palmela e co- berais – da universidade de Gotemburgo. Mas não
locada, porque não classificada pelas entidades se cuide que o posicionamento do nosso país é
competentes, em leilão no estrangeiro. Depois da preocupante. De facto, apesar da queda em quatro
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recusa de uma expiadora oferta de 859 mil euros pontos, estamos – logo se verá o que nos reserva

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PARA NOS PENSARMOS

o futuro, sendo que a alguma erosão, de acordo tumeira centralista de tudo se sediar nos territó-
com estudo da Fundação Francisco Manuel dos rios, com elevadíssimos níveis de custo de vida, de
Santos, se nota sobretudo nos media, na justiça e Lisboa ou (como é o caso) no Porto, e talvez conti-
na perda de qualidade da administração pública – nuássemos a ter por ano as onze reabilitadas em
ainda na casa dos 20% das nações mais democrá- 2022...e não apenas, em média assim excelente,
ticas. De uma lista de 179 liderada pelos países es- uma única entregue neste primeiro trimestre!
candinavos, com a Dinamarca, Suécia e Noruega

6
na frente, a China, Coreia do Norte, Afeganistão e Peter Pellegrini, apoiado pelo governo
Síria, obviamente, fecham a classificação. pró-russo de Robert Fico, venceu a segun-
da volta das presidenciais na Eslováquia

4
Primeiro, foi António Costa, chefe de um com cerca de 54% dos votos expressos, assim der-
governo ancorado por uma sólida maioria rotando o europeísta Ivan Korčov, que tinha lide-
absoluta, a logo apresentar – a propósito rado a primeira ronda do escrutínio. Mau grado a
de um parágrafo de comunicado, e ainda antes sua eleição significar um fortalecimento do rumo
de ser encontrada aquela ‘numerária’ biblioteca populista do país, em verdade próximo de Putin, o
– a demissão do cargo. Depois, Pedro Nuno San- novo presidente afirma-se, capciosamente, qual
tos, novo secretário-geral do PS, a declarar, muito lança espetada bem no coração da Europa demo-
longe ainda da contagem final dos votos, a perda crática, defensor ‘intransigente ‘de uma presença
das eleições, mais, que o seu partido seria oposi- ativa na União Europeia e na NATO.
ção. E dou comigo a pensar, sobre o verdadeiro

7
estado político deste nosso país, o que saberão Não sei se é leitura só minha, mas prefi-
os socialistas (até há tão pouco tempo no poder, gura-se continuar complexa, sobretudo
aparelho onde mantêm uma imensa teia de in- depois do Brexit, a vida política no, outro-
fluências) que nós, simples cidadãos, mesmo os ra institucionalmente tão sólido, Reino Unido.
melhor informados, desconhecemos? Mas, se ca- Agora, foi a inopinada demissão, por razões não
lhar, sejamos otimistas, está tudo bem e promis- inteiramente esclarecidas, mas aparentemente
sor, tudo não passou de interesses pessoais, de ligadas a desgaste pessoal da função, do primei-
tacticismos partidários. ro-ministro da Irlanda, que, enquanto presidente
do Fine Gael, chefiava um governo de coligação

5
Parece que o projeto de recuperação das com o Fianna Fáil e os Verdes, e poderá vir a ser
carruagens Arco – do qual a CP, diz-se, ca- substituído, sem recurso a eleições, pelo futu-
rece imensamente para as ‘tantas’ linhas ro líder daquela formação da democracia-cristã.
que a ferrovia se propõe reativar país fora – está Entretanto, o Sinn Fein, principal partido da opo-
comprometido por falta de trabalhadores nas ofi- sição, de esquerda e independentista – outrora
cinas de Guifões, que a abandonam, em busca de braço político do IRA, o Exército Republicano Ir-
melhores salários, mal acabam a sua formação landês –, e o mais votado nas últimas eleições,
profissional. Se não houvesse esta habitual cos- defende, pois claro, nova ida às urnas.

A retirada de tropas francesas do Mali (...), depois dos 27 não terem logrado chegar a
um acordo para prolongar a missão no deserto africano, prefigura um sério problema
para as populações dos países da região, mas também em relação à segurança de
todos os europeus. Deixando o vasto território livre à presença e influência da Rússia
e da China, é ao mesmo tempo crível, absolutamente preocupante para o Velho
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Continente, uma extensão das redes que traficam armas, drogas e emigrantes.

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8
PARA NOS PENSARMOS

Apesar da garantia de um efetivo empe- contra o território israelita com o lançamento de


nhamento na luta contra o terrorismo um vasto conjunto de mísseis e drones, que a de-
jiadista que opera no Sahel – designada- fesa aérea de Telavive terá conseguido intercetar
mente a Al-Qaeda e o Daesh –, a retirada de tro- na sua grande maioria. Aquele que foi o primeiro
pas francesas do Mali (Emmanuel Macron tem ataque direto, prontamente condenado pelos paí-
sofrido repetidos revezes diplomáticos nas anti- ses ocidentais, poderá constituir-se em mais um
gas colónias, ali, mas por igual, entre outras, no lamentável avanço na escalada armada naquela
Níger e Furkina Faso), depois dos 27 não terem lo- região do Médio Oriente. Depois de Netanyahu
grado chegar a um acordo para prolongar a mis- ter conseguido quase inverter a simpatia com
são no deserto africano, prefigura um sério pro- que tantos dos seus históricos aliados olham a
blema para as populações dos países da região, nação hebraica, o contestado primeiro-ministro,
mas também em relação à segurança de todos os que tão criticado tem vindo a ser pela devastação
europeus. Deixando o vasto território livre à pre- provocada em Gaza contra o povo palestino – e
sença e influência da Rússia e da China, é ao mes- continuo sem compreender como é possível tão
mo tempo crível, absolutamente preocupante poderoso exército não ter logrado ainda libertar
para o Velho Continente, uma extensão das redes os reféns detidos pelo sanguinário Hamas – mos-
que traficam armas, drogas e emigrantes. tra-se empenhado, apenas para satisfazer politi-
camente os ultraortodoxos que esteiam a sua go-

9
Em retaliação ao bombardeamento do vernação, sobretudo defender meros interesses
passado dia 1 de abril ao consulado irania- pessoais, em ampliar uma guerra que, receia-se,
no em Damasco – e que provocou a mor- poderá agravar, de forma contundente, o clima
te de diversos oficiais de Teerão –, o Irão investiu belicista entre Israel e o mundo árabe. k

Seminário Maior de Coimbra


Um edificado e uma instituição de toda a Diocese,
que precisa do contributo de todos nós para as
obras de conservação e requalificação.
PT 50 0035 0255 0005 9801132 31.
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PERSCRUTAR AS ORIGENS
PARA NOS PENSARMOS

FERNANDO TAVEIRA

“Isto é dito
alegoricamente” (Gl 4, 24)

O
s gálatas eram originariamente gauleses a Lei de Moisés com a filosofia grega (reclaman-
que tinham invadido a Macedónia (séc. do que a ‘filosofia de Moisés’ precedera e servi-
III a.C.) e, depois de vicissitudes várias, ra de inspiração a todos os pensadores gregos).
se tinham estabelecido num território que hoje
pertence à Turquia, tendo por lugar central An-
cira, a atual Ancara. Paulo passara pela região na
sua segunda viagem, estabelecendo várias comu-
nidades cristãs. Por volta do ano 57, estando em
Éfeso, teve conhecimento de que a doutrina que Exemplo maior das dificuldades
lhes pregara e a sua própria qualidade de apósto- que o exegeta por vezes poderia
lo estavam a ser postas em causa por alguns ju- encontrar será, sem dúvida, o
deo-cristãos que insistiam na obrigatoriedade da Cântico dos Cânticos (...).Para
circuncisão e na observância da lei mosaica. Pro- a sua aceitação contribuiu a
vavelmente irritado (“gálatas insensatos, quem indicação explícita da autoria
vos enfeitiçou […]?”), Paulo tenta reconduzir os (“O mais belo dos cânticos de
gálatas à sã doutrina, estabelecendo o irredutível Salomão”, Ct 1,1 – Salomão terá
contraste entre a observância da lei mosaica e “a reinado de 970 a 931 a. C.) e,
descrição clara de Jesus Cristo crucificado” (Gl 3, sobretudo, a transfiguração
1). Para tal, serve-se de um arquétipo: “Abraão teve alegórica, ao ser considerado
dois filhos, um da escrava [Agar],outro da mulher como a expressão do amor
livre [Sara]. Isto é dito alegoricamente […]. As duas de Deus por Israel.
mulheres representam as duas alianças […] Agar
corresponde à Jerusalém atual que é escrava jun-
tamente com os seus filhos. Mas a Jerusalém do Filão aceitou e incorporou os elementos funda-
alto é livre e é a nossa mãe (Gl 4, 22-26). mentais da educação (paideia) helenística, bem
A interpretação alegórica não era novidade: ha- viva em Alexandria, um modelo que irá perdurar
viam-na praticado os ‘gramáticos’ gregos (pro- pelos séculos futuros – integrando a componente
fessores e críticos da literatura), sobretudo em literária (gramática, retória e dialética) e a cientí-
relação aos poemas de Homero, na tentativa de fica (aritmética, geometria, astronomia e música)
contraditar a acusação de imoralidade, formula- – como saber introdutório da filosofia, a qual, por
da por Platão, por causa dos mitos neles incluídos. sua vez, estava ao serviço da “verdadeira Sabedo-
A mesma abordagem fora também já ensaiada, ria” que é a inteligência espiritual. Para ele, a ale-
relativamente ao texto bíblico, por um judeu de goria – como vestido diáfano que, mais que escon-
Alexandria, Filão (30/20 a. C.- 50/65 d.C.), con- der, sugere e, para quem souber ver, revela mesmo
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temporâneo de Paulo, com o objetivo de conciliar a elegância e beleza do corpo que cobre – era a

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PARA NOS PENSARMOS

única forma de superar o antropomorfismo (que Filão não teve sucesso entre os seus parceiros
concebe Deus à imagem dos comportamentos hu- judeus, apesar da abundante produção como
manos) muitas vezes presente nos textos bíblicos. exegeta e filósofo. Em contrapartida, foi o grande
Exemplo maior das dificuldades que o exegeta por inspirador de autores cristãos, nomeadamente
vezes poderia encontrar será, sem dúvida, o Cân- os da Escola Cristã de Alexandria, o didaskaleion,
tico dos Cânticos – um belíssimo poema de amor, a que já nos referimos em apontamento an-
com tonalidades eróticas – cuja inclusão no elenco terior – “um centro de estudos superiores e de
(cânone) dos livros da bíblia judaica foi tardia (no exegese e teologia, patrocinado e dirigido pelo
século II d.C.) e controvertida, considerando al- bispo local”1 - que, segundo S. Jerónimo, ha-
guns rabis que do que nele se tratava era apenas via sido fundado pelo evangelista Marcos. Mais
do “amor profano”. Para a sua aceitação contribuiu provavelmente, terá sido Panteno (que morreu
a indicação explícita da autoria (“O mais belo dos cerca do ano 200 d. C.) o iniciador, sucedendo-
cânticos de Salomão”, Ct 1,1 – Salomão terá reina- lhe Clemente (150-215) e Orígenes (185-253),
do de 970 a 931 a. C.) e, sobretudo, a transfiguração que o consolidou como escola de altos estudos.
alegórica, ao ser considerado como a expressão do Quando, por questões surgidas com o seu bispo,
amor de Deus por Israel. Será mais tarde (século Orígenes, no ano de 232, emigra para Cesareia
XIII) um exemplo paradigmático do misticismo ju- da Palestina – e aí estabelece uma nova escola –
daico da kabalah (Israel seria o elemento feminino leva consigo toda a obra de Filão que coligira em
desta relação mística). Alexandria. k

1 Lamelas, Isidro P., Os Padres da Igreja, 2020, p. 295.

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ANO DA ORAÇÃO

ANO DA ORAÇÃO

A ORAÇÃO NA BÍBLIA JOÃO PAULO FERNANDES

Responde-me, Senhor,
responde-me!
– Oração com Elias

O
povo de Deus, vivendo um culto dema- a Baal, no reino de Acab (873-854) e da sua espo-
siadamente exterior, necessitava de al- sa idólatra, Jezabel. Uma missão caracterizada
guém que o educasse na fé e o convidas- pela defesa da primazia do Deus Altíssimo, coe-
se à conversão do coração. Eis então a missão dos rente com o seu nome: Elias significa "O Senhor
profetas, antes e depois do Exílio. é o meu Deus". O profeta, porém, teve que en-
O profeta Elias é considerado o pai dos profetas. frentar dura perseguição, devido à ira da rainha
Esta tão marcante figura aparece nos Evangelhos, que queria a sua morte. Fugindo e fugido, Elias
como ao lado de Jesus, no monte Tabor, no episó- pediu a Deus para morrer, deixando-se dormir.
dio da transfiguração (cf. Mt 17,3). Dele afirma o
Livro do Eclesiástico: "Elias, o profeta, levantou-se
como um fogo; suas palavras queimavam como
uma tocha ardente" (48,1).
A oração marca a sua vida. O Catecismo da Igre-
ja Católica elenca o seu retiro na torrente de Que- A vida orante de Elias, de
rit ou o momento da prova decisiva para a fé do verdadeira experiência com o
povo, no monte Carmelo, aquando do sacrifício Senhor, manifesta-se frutífera
consumido depois da súplica insistente "Respon- em favor dos outros. Segundo
de-me, Senhor, responde-me!" (cf. 1 Rs 18,20-39) o ensinamento deste profeta,
(cf. CIC 2582-2583). "a verdadeira adoração a Deus
Na verdade, a sua missão foi, de modo especial, é oferecer-se a Deus e aos
de exortar o povo à fidelidade ao único Deus ver- homens; a verdadeira adoração
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dadeiro, combatendo o culto da idolatria, o culto é o amor" (Papa Bento XVI).

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ANO DA ORAÇÃO

Despertado por um anjo, este lhe pediu que su- Elias, mesmo passando por desânimos e tri-
bisse ao monte Horeb. Caminhou por 40 dias e 40 bulações, não desiste de confiar em Deus. E uma
noites, numa caminhada que representa a metá- vez, por Ele confirmado, não deixa de estar junto
fora de um caminho de purificação do coração, dos que precisam. A oração e a caridade andam
rumo ao encontro com o Senhor. O grande en- juntas. Confiemo-nos sob a proteção deste santo
contro ocorre, aquando do recolhimento, como profeta que a Igreja celebra, no seu calendário li-
Moisés, "na cavidade do rochedo" (cf. 1 Re 19,1-14; túrgico, a 20 de Julho.
Ex 33,19-23). Deus se manifestou em forma de
uma brisa leve, como um "silêncio sonoro" (Papa
Francisco)1. Uma experiência de verdadeira força
que o robusteceu na sua missão.
A vida orante de Elias, de verdadeira experiên-
cia com o Senhor, manifesta-se frutífera em fa-
vor dos outros. Segundo o ensinamento deste
profeta, "a verdadeira adoração a Deus é ofere-
cer-se a Deus e aos homens; a verdadeira ado-
ração é o amor" (Papa Bento XVI2). Vemos assim
a ação de Elias junto à viúva de Sarepta a quem
ajuda a acreditar na palavra de Deus e lhe cura o
filho, pela oração persistente (cf. 1 Re 17,7-24). Ele
é um defensor dos pobres; capaz de denunciar as
injustiças, mesmo contra o rei e a rainha, quando
eles mandaram matar Nabot para se apoderarem
da sua vinha (cf. 1 Rs 21,1-24).
Compreendemos melhor porque razão, como
Elias é acordado por um anjo - Igreja do Carmo, Coimbra
nos evidencia o Papa Francisco, na sua belíssi-
ma catequese, Elias "é um dos personagens mais
queridos à tradição monástica, a ponto que al- Intenções de oração: temos bem presente, nes-
guns o elegeram pai espiritual da vida consagra- ta semana, a oração pelas vocações, como tam-
da a Deus"3. A Ordem religiosa dos Eremitas do bém rezamos em e pela família, lembrando que
Monte Carmelo, no seu brasão, evidencia o Pro- no próximo domingo se realizará a Festa da Fa-
feta que, num dos braços, segura uma espada de mília em Miranda do Corvo. Rezemos pela paz no
fogo e uma fita com as palavras, "repleto de zelo mundo, com o compromisso de sermos, nós pró-
pelo Deus dos exércitos". prios, artífices da paz. k

1 https://www.vatican.va/content/francesco/pt/cotidie/2016/documents/papa-francesco-cotidie_20160610_em-silencio.html
2 https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2011/documents/hf_ben-xvi_aud_20110615.html
3 https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2020/documents/papa-francesco_20201007_udienza-generale.html
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CAMINHOS

CAMINHOS

COMISSÃO DAS CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS DA UNIÃO EUROPEIA

Sim à promoção da mulher


e ao direito à vida, não ao aborto
e à imposição ideológica
O Parlamento Europeu aprovou, no dia 11 de não terá efeitos práticos, já que para ser
abril, uma resolução que pede que o direito incluída na Carta dos Direitos Fundamentais
ao aborto seja consagrado na Carta dos da UE tem de ser aprovada por unanimidade no
Direitos Fundamentais da União Europeia Conselho Europeu, o que parece difícil. Mas tem
(UE). A resolução foi aprovada com 336 certamente densidade política, já que foi votada
votos a favor, 163 contra e 39 abstenções. favoravelmente sobretudo pela esquerda e
“Os eurodeputados – segundo a Euronews - extrema-esquerda do Parlamento Europeu; e tem
querem que seja alterado o Artigo 3.º da Carta sobretudo densidade simbólica, já que aconteceu
dos Direitos Fundamentais do bloco comunitário apenas cerca de um mês depois de a França, a
para incluir que «todas as pessoas têm o direito 4 de março, ter sido o primeiro país do mundo a
à autonomia sobre o corpo, o acesso gratuito, consagrar na constituição o direito ao aborto.
informado, pleno e universal à saúde e aos A Igreja na UE, no dia 4 de abril, através da
direitos sexuais e reprodutivos, e a todos os COMECE — Comissão das Conferências Episcopais
serviços de saúde conexos, sem discriminação, da UE —, endereçou a seguinte “declaração
incluindo no acesso ao aborto seguro e legal»”. aos membros do Parlamento Europeu e aos
A votação não é vinculativa e provavelmente cidadãos europeus” (trad. Correio de Coimbra):

“A
promoção das mulheres e dos seus tiva das mulheres e dos seus direitos.
direitos nada tem a ver com a promo- O aborto nunca pode ser considerado, em ne-
ção do aborto. Trabalhamos por uma nhuma circunstância, um direito fundamental.
Europa onde as mulheres possam viver a sua ma- O direito à vida é o pilar fundamental de todos os
ternidade livremente, onde esta seja uma dádiva outros direitos humanos, em particular o direito
para elas e para a sociedade, e onde ser mãe não à vida dos mais vulneráveis, frágeis e indefesos,
seja de forma alguma uma limitação para a vida como o nascituro no ventre da mãe, os migran-
pessoal, social e profissional. Promover e facilitar tes, os idosos, as pessoas com deficiência e o os
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o aborto vai na direção contrária à promoção efe- doentes.

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CAMINHOS

A Igreja sempre ensinou esta coerência: “De- É um fim em si mesmo e nunca um meio para re-
vemos, portanto, afirmar com força e clareza, in- solver outros problemas. Se esta convicção desa-
clusive no nosso tempo, que esta defesa da vida parecer, desaparecem também os fundamentos
nascente está intimamente ligada à defesa de sólidos e duradouros para a defesa dos direitos
todos e cada um dos outros direitos humanos. humanos, que estariam sempre sujeitos aos ca-
prichos passageiros dos poderes constituídos”
(Declaração “Dignitas Infinita” sobre a Dignidade
Humana, Dicastério para a Doutrina da Fé, abril
de 2024; n. 47).
A União Europeia deve respeitar as diferen-
O aborto nunca pode ser tes culturas e tradições dos Estados-Membros
considerado, em nenhuma e as suas competências nacionais. A União Eu-
circunstância, um direito ropeia não pode impor a terceiros, dentro e fora
fundamental. O direito à vida das suas fronteiras, posições ideológicas sobre a
é o pilar fundamental de todos pessoa humana, a sexualidade e o género, o ca-
os outros direitos humanos, samento e a família, etc.
em particular o direito à vida A Carta dos Direitos Fundamentais da UE não
dos mais vulneráveis, frágeis e pode incluir direitos que não são reconhecidos por
indefesos, como o nascituro no todos e que provocam divisão. Não existe um direi-
ventre da mãe, os migrantes, to ao aborto reconhecido no direito europeu ou in-
os idosos, as pessoas com ternacional, e a forma como esta questão é tratada
deficiência e o os doentes. nas Constituições e nas leis dos Estados-Mem-
bros varia consideravelmente. Tal como afirma o
Preâmbulo, a Carta deve respeitar “a diversidade
Pressupõe a convicção de que o ser humano é das culturas e tradições dos povos da Europa”, bem
sempre sagrado e inviolável, em qualquer situa- como as “tradições constitucionais e obrigações
ção e em todas as fases do seu desenvolvimento. internacionais comuns aos Estados-Membros”. k

MÉDICOS E JURISTAS CATÓLICOS PORTUGUESES

Resolução do Parlamento Europeu


é “uma afronta ao projeto europeu”
Sob o título “Uma afronta ao projeto europeu”, a Europeia, introduzindo nela um pretenso “direito
Associação dos Juristas Católicos e a Associação ao aborto”.
dos Médicos Católicos Portugueses emitiram no Embora não seja vinculativa, a resolução do
dia 12 de abril o seguinte «comunicado conjunto» Parlamento Europeu é uma afronta ao princípio
sobre a “resolução” do Parlamento Europeu da União de Direito e da democracia: não se inte-
sobre o aborto, aprovada no dia 11 de abril. gra nas competências que os Tratados europeus
atribuem ao Parlamento Europeu, não foi prece-

“O
Parlamento Europeu aprovou ontem dida de discussão alargada, não estava prevista
uma resolução com a qual pretende nos programas dos partidos que se candidataram
pressionar o Conselho Europeu a al- às eleições europeias.
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terar a Carta dos Direitos Fundamentais da União Num tempo em que o Parlamento Europeu pre-

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CAMINHOS

tende ser um bastião da democracia, não podia


ter dado pior exemplo.
Mais importante ainda, a resolução faz tábua
rasa da própria Carta de Direitos Fundamentais, A resolução não dedica uma
que afirma, no seu Preâmbulo, que a União “co- palavra às Mulheres que são
loca o ser humano no cerne da sua ação”. A reso- empurradas para o aborto
lução não dedica uma palavra às Mulheres que e não incentiva os Estados
são empurradas para o aborto e não incentiva os a criarem mecanismos de
Estados a criarem mecanismos de apoio para as apoio para as Mulheres que
Mulheres que desejem ter os seus Filhos. A reso- desejem ter os seus Filhos.
lução cria uma contradição insanável entre o su-
posto “direito” que pretende que seja consagrado
e os direitos que já se encontram na Carta e que que a União age “no respeito pela diversidade das
constituem pilares civilizacionais, como o direito culturas e tradições dos povos da Europa”, e que a
à vida e a liberdade de consciência (a qual, nos ter- Carta “respeita as atribuições e competências da
mos da resolução, é degradada a mera categoria União” e o princípio da subsidiariedade.
de “cláusula”, que os Estados deverão eliminar). Ao instituir uma forma de pressão sobre os
Por fim, a resolução tem como evidente propó- Estados numa matéria que não é consensual e é
sito o de pressionar os Estados-Membros a tornar profundamente divisiva, o Parlamento Europeu
o aborto ilimitado nos seus territórios, ou a con- investe contra a unidade entre os povos dos Es-
sagrá-lo nos casos em que ainda não foi, igno- tados Membros, que constitui a base essencial do
rando o que afirma o próprio Preâmbulo da Carta: projeto europeu”. k

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CAMINHADA PELA VIDA - COIMBRA


CAMINHOS

“Faz sentido caminhar e celebrar


a vida, para que a sua defesa e
proteção continue a ter espaço”

N
o sábado, dia 6 de abril, cerca de 150 «continuamos a celebrar a vida, e não deixare-
pessoas caminharam em Coimbra pela mos de falar e de lembrar, ao Estado e à socie-
defesa da vida, desde a conceção até à dade em geral, que haverá sempre alternativa.
morte. Esta Caminhada pela Vida, a 3ª em Coim-
bra e a 12ª em Lisboa, é promovida pela Federa-
ção Portuguesa Pela Vida, sendo uma iniciativa da
sociedade civil, representada pela Plataforma das
Caminhadas Pela Vida. Esta manifestação pública
foi considerada, por Fátima Vilaça, da organiza-
ção da caminhada, «hoje, mais importante do que
nunca, num momento em que a França incluiu o
direito ao aborto na Constituição e quando, já no
próximo dia 11 deste mês, o Parlamento Europeu
se prepara para aprovar a inclusão do “direito ao
aborto” na Carta dos Direitos Fundamentais da
União Europeia, com a seguinte redação “Todas
as pessoas têm direito a um aborto seguro e legal”.
O aborto, por altura do referendo, que era então
considerado um mal menor, está agora banaliza-
do e até considerado um bem. Lembrou ainda que
«de acordo com os últimos dados oficiais apenas
4,6% dos abortos realizados em Portugal se refe- A alternativa que leva muitas mulheres, como
rem a malformação, perigo de vida para a mãe e já tivemos a oportunidade de assistir na ADAV,
violação». Referiu ainda que questão da defesa aquando do nascimento do seu filho, a proferir
da vida não é da esfera dos crentes, como muitos frases como: ‘Eu achava que era a pior coisa que
julgam, mas de todos os humanistas que defen- me estava a acontecer, hoje é a melhor coisa que
dem o valor da Vida com idêntica convicção. É a eu tenho.’» Afirmou ainda que «faz sentido ca-
questão que antecede todas as outras, todos os minhar e celebrar a vida, para que a sua defesa e
direitos. Sem Vida, não há direitos. Importa agir proteção continue a ter espaço de reflexão e de-
a nível cultural e educacional, para transmitir às bate na sociedade, sobretudo nas gerações mais
gerações futuras a atitude à solidariedade, ao cui- jovens que já cresceram numa realidade em que
dado, ao acolhimento. aborto, pela sua infeliz banalização, não lhes me-
Já Isabel Miranda, diretora técnica da ADAV- rece uma análise mais profunda e detalhada, com
Coimbra, referiu que ‘em 2023, na ADAV, foram 294 algum espírito crítico. Se é legal, é permitido, se é
as mulheres e famílias que pediram o nosso apoio permitido, é bom.»
e acompanhamento, um número muito superior A Caminhada terminou em espírito de festa,
àquele que está previsto no Acordo que a ADAV com a Banda Simbiose a cantar um original e o
mantém com a Segurança Social, e que pressupõe Hino da Caminhada.
o acompanhamento de apenas 41 utentes.’ Para o ano a 4ª edição da Caminhada Pela Vida
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Afirmou ainda que caminhamos porque terá lugar a 29 de março. k


31

MOÇAMBIQUE
CAMINHOS

AIS lança desafio aos portugueses


para ajuda de emergência aos
cristãos de Cabo Delgado
Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, ACN Portugal

“Precisamos de socorro”, é o grito que enche a pelas cristãs foram destruídas. O ponto mais alto
primeira página do Boletim que a Fundação até agora foi o ataque feito a Mazeze, o posto ad-
AIS está a fazer chegar por estes dias a casa ministrativo do distrito de Chiúre, com a destruição
de milhares de portugueses, apelando à das infraestruturas públicas e sociais do governo,
solidariedade para com a Diocese de Pemba, assim como a nossa Missão, que dava muito apoio
para com as populações de Cabo Delgado social ao povo da região”.
vítimas desde o final do ano passado de uma
nova e brutal onda de violência terrorista. “Socorro, SOS
para Cabo Delgado…”

S
ão quatro páginas cheias de relatos car-

D
regados de dor e sofrimento. O Boletim, . António Juliasse fez questão de lem-
que a Fundação AIS está, por estes dias, a brar o sofrimento que as populações,
enviar para casa de milhares de portugueses, é o já de si muito pobres, estão a viver uma
retrato da situação catastrófica no plano huma- vez mais. “Carregam alguma trouxa na cabeça ou
nitário que se está a viver na província de Cabo na única bicicleta familiar. É tudo o que agora lhes
Delgado, no norte de Moçambique, palco uma resta. Certamente não tarda que chegue a fome, a
vez mais de violentíssimos ataques terroristas sede e as doenças”, diz o prelado. São pessoas as-
por parte de grupos armados que reclamam per- sustadas e que fogem, procurando salvar as pró-
tencer ao Daesh, a organização jihadista Estado prias vidas, para não terem “a mesma sorte dos
Islâmico. que foram degolados e baleados”.
Desde o final do ano passado, dezenas de al- Apesar de nas últimas semanas não se ter re-
deias foram atacadas, centenas de pessoas rapta- gistado nenhum incidente particularmente gra-
das e mortas e várias capelas e igrejas destruídas. ve, aparentemente por causa do Ramadão, tempo
De entre todos os relatos que a Fundação AIS re- sagrado para os muçulmanos e que terminou a
uniu neste Boletim, o destaque vai para a mensa- 9 de abril, o medo persiste e, principalmente, há
gem enviada para a Ajuda à Igreja que Sofre por milhares de pessoas que fugiram de suas casas,
D. António Juliasse, Bispo de Pemba. das suas aldeias e que ficaram sem nada e depen-
Num dos momentos mais dramáticos, em fe- dem por isso e totalmente de ajuda para a sobre-
vereiro, quando milhares de pessoas se fizeram vivência no dia-a-dia.
à estrada procurando salvar as suas vidas face à De facto, a situação humanitária em Cabo Del-
iminência de ataques às suas aldeias, o Bispo en- gado, no norte de Moçambique, continua extre-
viou para Lisboa uma breve mas emotiva mensa- mamente grave. O Padre Kwiriwi Fonseca, um
gem em que traduziu o estado de impotência que dos sacerdotes de Pemba, ao saber que a Fun-
se vive em Cabo Delgado face à violência e impu- dação AIS está a lançar mais uma campanha de
nidade com que os terroristas têm atuado. solidariedade para com Cabo Delgado, enviou de
Essas palavras do Bispo são agora recordadas imediato um apelo procurando sensibilizar os
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pela Fundação AIS. “Nessas aldeias, todas as ca- portugueses para a urgência desta iniciativa.

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CAMINHOS

“Depois dos últimos ataques muita gente aban- sam, neste momento, abrir os vossos corações e
donou as suas terras, abandonou a agricultura, retomar a ajuda. Cada um naquilo que puder.”
sabendo-se que isso é a base económica da região Esta Campanha é mais um sinal de que Mo-
de Cabo Delgado, e essas pessoas precisam urgen- çambique é, de facto, um país prioritário para
temente de comida, precisam de bens, também a Fundação AIS. Além do apoio psicossocial às
com urgência. Eu, padre Fonseca, tenho acompa- populações vítimas do terrorismo, que referiu o
nhado e sei muito bem quanto vocês conseguem padre Kwiriwi Fonseca, têm sido lançados diver-
[fazer] e o quanto é urgente [essa ajuda] na Dioce- sos projetos de assistência pastoral, de forneci-
se de Pemba. Por isso, sem muitas palavras, o que mento de materiais para a construção de dezenas
eu digo é: socorro, SOS para Cabo Delgado, ajuda de casas, de centros comunitários e ainda para a
urgente para o povo de Cabo Delgado…” aquisição de veículos para que os missionários
possam estar junto dos centros de reassenta-
País prioritário para a AIS mento que abrigam milhares de famílias fugidas
da violência.

O
Padre Fonseca lembra, nesta mensa- E, acima de tudo, a Fundação AIS tem mobiliza-
gem, que a ajuda da AIS tem sido mui- do os seus benfeitores e amigos para terem sem-
to relevante no trabalho da Diocese de pre presentes nas suas orações o povo sofrido de
Pemba junto das vítimas do terrorismo. “Com o Cabo Delgado que enfrenta o terror do jihadismo.
vosso apoio a Diocese tem feito um trabalho mui- Neste momento tão difícil, os portugueses são
to bonito de acompanhamento psicossocial, de chamados, uma vez mais, a manifestarem a sua
acompanhamento humanitário, de acompanha- solidariedade para com as populações que habi-
mento das situações urgentes como a fome. Então, tam a região mais pobre de um dos mais pobres
queridos irmãos, por favor, solicito-vos que pos- países do mundo. k

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ASSEMBLEIA PLENÁRIA DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA


CAMINHOS

Igreja vai atribuir compensações


financeiras, com caráter supletivo,
a vítimas de abusos sexuais

A
Igreja em Portugal vai atribuir “com- caristia não podemos viver”, e que surge no con-
pensações financeiras, com caráter texto do 5.º Congresso Eucarístico Nacional, a
supletivo, a vítimas de abusos sexuais decorrer em Braga de 31 de maio a 2 de junho; a
contra crianças e adultos vulneráveis no contexto outra, a propósito da Comemoração dos 50 anos
da Igreja Católica em Portugal”, decidiu por una- do “25 de Abril”, em que os Bispos se congratulam
nimidade a Assembleia Plenária da CEP, reuni- e reconhecem o trabalho feito nestes 50 anos do
da em Fátima, de 8 a 11 de abril. No Comunicado Portugal democrático.
final refere-se que “para dar seguimento a este
processo, a Assembleia definiu que os pedidos de Desigualdades gritantes
compensação financeira deverão ser apresenta- e Migrantes
dos ao Grupo VITA ou às Comissões Diocesanas

J
de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis á noutro ponto da agenda, “a Assembleia re-
entre junho e dezembro de 2024”. fletiu sobre a complexidade social em que
“Posteriormente — continua o Comunicado — vive a sociedade portuguesa, com desigual-
uma comissão de avaliação determinará os mon- dades gritantes, crises sucessivas e níveis da po-
tantes das compensações a atribuir. Foi decidida breza em crescimento, agravando as já difíceis
a criação de um fundo da Conferência Episcopal condições de vida das famílias.
Portuguesa para este fim e que contará com o Sobre a realidade dos migrantes que chegam ao
contributo solidário de todas as Dioceses”. nosso país em busca de uma vida melhor e a difi-
Ainda relativamente a este ponto da agenda dos culdade das instituições em dar uma resposta ade-
trabalhos da CEP, os Bispos manifestam-se “em quada ao seu acolhimento e inclusão, a Assembleia
comunhão com o sofrimento das vítimas” e “rea- reconhece que é necessário ir além das respostas
firmam o total compromisso de tudo fazer para de emergência. Nesse sentido, a Igreja, que tem
a sua reparação”. Depois alargam o seu olhar, e instituições com larga experiência no acolhimen-
“manifestam o desejo de que este processo de to, proteção, promoção e inclusão de migrantes e
acolhimento, acompanhamento e prevenção seja refugiados, manifesta a sua disponibilidade para
um contributo para a atuação da sociedade em cooperar com os organismos estatais, a quem
geral neste tema”. compete a construção de um plano que contribua
A Assembleia aprovou duas “Notas Pastorais”, para criar condições justas e dignas da vida dos mi-
uma sobre a Eucaristia, com o título “Sem a Eu- lhares de imigrantes que chegam a Portugal”. k
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“Imensa alegria” pela presença de José Tolentino de Mendonça


CAMINHOS

no 5º Congresso Eucarístico Nacional

N
o dia 6 de abril, o Papa Francisco no- No mesmo “Comunicado”, os Bispos lembram
meou o Cardeal José Tolentino de Men- que o 5.º Congresso Eucarístico Nacional “pre-
donça, Prefeito do Dicastério para a tende que nos voltemos para o essencial, para
Cultura e a Educação, como Enviado Especial do a fonte e o vértice da ação da Igreja, que é a Eu-
Santo Padre ao 5.º Congresso Eucarístico Nacio- caristia”. Sobre o ilustre Cardeal português, os
nal, que se realiza em Braga de 31 de maio a 2 de Bispos evocam as suas funções no Vaticano e a
junho de 2024. A Conferência Episcopal Portu- sua condição de “biblista, investigador, poeta e
guesa (CEP) reagiu nesse mesmo dia, num breve ensaísta”, que tem publicados “inúmeros volu-
comunicado, dizendo ter recebido “com imensa mes e artigos nos campos teológico e exegético,
alegria esta nomeação para tão relevante aconte- bem como várias obras poéticas, valendo-se da
cimento na vida da Igreja em Portugal”. linguagem literária e filosófica”. k

A Comunidade Católica com Deficiência Visual


promove webinar sobre o trabalho

A
Comunidade Católica com Deficiência da sociedade no combate deste flagelo.
Visual (CCDV), em colaboração com o Neste webinar haverá a oportunidade de escu-
Serviço Pastoral a Pessoas com Defi- tar um testemunho de uma pessoa com deficiên-
ciência, vai realizar no dia 30 de abril, entre as 21h cia visual que está integrada no mercado de tra-
e as 23h, na plataforma zoom, o webinar “Todo o balho numa instituição ligada à Igreja, bem como
trabalhador tem lugar na vinha do Senhor?”. Os a possibilidade de escutar um testemunho de
dados de acesso serão enviados a todos os par- uma pessoa com deficiência visual que tem tido
ticipantes que se inscrevam até às 12h desse dia, muita dificuldade em encontrar trabalho.
sendo a inscrição gratuita. Este é um modo da CCDV assinalar o Dia do Tra-
Com a realização desta iniciativa, pretende-se balhador, “consciente que o desemprego afeta
que a sociedade civil e a Igreja reflitam sobre a com maior incidência as populações mais vulne-
temática do (des)emprego na deficiência, e qual a ráveis da sociedade, como as pessoas com defi-
responsabilidade social de cada uma das esferas ciência”. k

Missa na memória da beatificação de


Isabel de Portugal, ocorrida há 508 anos
Há 508 anos, no dia 15 de abril de 1516, Leão X proclama beata a Ra-
inha Isabel de Portugal. A data foi assinalada pela Confraria da Ra-
inha Santa Isabel com a celebração de uma Missa de Ação de Graças,
no dia 15 de abril, na Igreja da Rainha Santa Isabel.
O povo, que já devotava à Rainha fama de santidade, passou, a partir
daquela data, a poder manifestar-lhe de modo público e eclesial a
sua devoção, sendo um dos atos mais importantes deste movimento
devocional a criação da própria Confraria da Rainha Santa Isabel, em
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1560. A canonização viria a acontecer a 25 de maio de 1625.

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GRANDE PLANO

NÃO HÁ PARÓQUIA
SEM DOMINGO
NEM DOMINGO
SEM PARÓQUIA
Dois grandes Congressos marcam “eucaristicamente” o ano de 2024: o
Congresso Eucarístico Internacional, a realizar-se de 8 a 15 de setembro de
2024, na cidade de Quito (capital do Equador); e o 5º Congresso Eucarístico
Nacional, a realizar-se em Braga, de 31 de maio a 2 de junho de 2024. Sobretudo
a propósito do Congresso nacional, a Conferência Episcopal Portuguesa
aprovou na sua Assembleia Plenária de abril a Nota Pastoral “Sem a Eucaristia
não podemos viver”, que publicamos nas páginas a seguir.

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NOTA PASTORAL POR OCASIÃO


GRANDE PLANO

DO 5.º CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL

Sem a Eucaristia
não podemos viver
Conferência Episcopal Portuguesa

A
propósito do 5.º Congresso Eucarístico copal Portuguesa convoca a Igreja que pere-
Nacional a realizar-se em Braga, de 31 de grina em Portugal, a fim de reconhecer mais
maio a 2 de junho de 2024, sob o tema: profundamente o mistério da Eucaristia e lhe
«Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. “Reconhe- prestar um culto público nos laços da caridade
ceram-n’O ao partir o Pão” (Lc 24,35)», convidamos evangelizadora.
a todos a olhar a Eucaristia como o sacramento da Juntos, neste grande encontro eclesial, no Ano
Páscoa e a fonte esperançosa da salvação. da Oração rumo ao Jubileu de 2025, podemos
O congresso eucarístico nacional (www.con- consolidar a arte de bem celebrar, o silêncio, a
gressoeucaristico.pt) é uma manifestação es- escuta, o canto, a música, a adoração e o mara-
pecial do culto eucarístico, considerado como vilhamento da Eucaristia na sua nobre simplici-
uma “estação” para a qual a Conferência Epis- dade e beleza..

1. Partilhar o pão, alimentar a esperança

A
ntes de «partir o pão», Cristo, «começan-
do por Moisés e seguindo por todos os
Profetas, explicou-lhes, em todas as Escri-
turas, tudo o que lhe dizia respeito» (Lc 24,27). No No partir do pão é o próprio
partir do pão é o próprio Cristo que é partido no Cristo que é partido no pão da
pão da Eucaristia, da caridade, no encontro com os Eucaristia, da caridade, no
pobres, os mais vulneráveis, os mais frágeis e com encontro com os pobres, os mais
todas as necessidades do mundo em que vivemos vulneráveis, os mais frágeis e
para que tenhamos este sentido de plenitude e com todas as necessidades do
sejamos capazes de, à luz das Escrituras, reconhe- mundo em que vivemos para
cê-los em todas as pessoas e situações da comu- que tenhamos este sentido de
nidade neste tempo tão complexo e delicado. plenitude e sejamos capazes de, à
O Papa Francisco pede a toda a Igreja uma cul- luz das Escrituras, reconhecê‑los
tura eucarística, onde se mostrem as atitudes da em todas as pessoas e situações
comunhão, do serviço e da misericórdia: «capaz da comunidade neste tempo
de inspirar os homens e as mulheres de boa von- tão complexo e delicado.
tade nos âmbitos da caridade, da solidariedade,
da paz, da família, do cuidado da criação» (dis-
curso à plenária do Pontifício Comité para os O tema do caminho está sempre presente na
Congressos Eucarísticos Internacionais, 10 de evangelização. A fé dos discípulos nasce no cami-
novembro de 2018). nho, que não é apenas geográfico, mas é espiri-

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GRANDE PLANO

tual e atravessa a desilusão, as dúvidas, o vazio, a se lhes dera a conhecer, ao partir o pão» (Lc 24,
desconfiança da sua peregrinação na história. 34-35). O caminho conduz-nos ao encontro com
A alegria do primeiro e fundamental anúncio é Jesus Cristo e com os outros, com a comunidade
sempre o mesmo: «“Realmente o Senhor ressus- cristã e com aqueles a quem somos enviados a
citou e apareceu a Simão!” E eles contaram o que testemunhar com a vida, a fé que acreditamos e
lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus celebramos.

2. Reconhecer Jesus Cristo ao partir do pão

O
texto de Emaús, segundo a narração lu- que se mostra a alegria do reconhecimento («os
cana, atinge o seu vértice quando o des- seus olhos abriram-se e reconheceram-no») e da
conhecido peregrino, ou melhor, Cristo visão («vimos o Senhor», Jo 20,25). De facto, como
peregrino que não reconheceram logo, sentando- se exprime na Oração Eucarística V, é grande a
se à mesa com os dois discípulos desiludidos com alegria de “ver” Jesus vivo: «sois verdadeiramente
o fim trágico de Jesus de Nazaré, «tomou o pão, pro- Santo e digno de glória, Deus, amigo dos homens,
nunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho. que sempre os acompanhais no seu caminho. Ver-
Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram- dadeiramente bendito é o vosso Filho, que está pre-
no». Jesus Cristo, o Ressuscitado, manifesta-se vivo sente no meio de nós quando nos reunimos no seu
com o mesmo gesto de partir o pão, o grande gesto amor e, como outrora aos discípulos de Emaús, Ele
que realizou na noite da instituição da Eucaristia. nos explica o sentido da escritura e nos reparte o
Por consequência, a celebração eucarística da pão da vida», é grande a alegria de “ver” Jesus vivo.
ceia do Senhor deve ser o grande momento em É a alegria da Páscoa que arde no coração.

3. O maravilhamento eucarístico

A
experiência pascal é o paradigma cris-
tão. Os discípulos foram fulminados de
fora e tocados e feridos por dentro, a
ponto de lhes arder o coração. «Não nos ardia o
coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?» (Lc 24,32).
O Cristianismo fundamenta-se numa experiên-
cia tocante, qualificante, que muda gente desespe-
rada em testemunhas de uma vida transformada.
Redescobrir a santidade como vocação batismal
é um convite para todos e não um privilégio para
poucos. Este é um imperativo para todos e para
cada um de nós, como exorta o autor da Carta aos
Igreja de Santa Maria de Alcáçova, Montemor-o-Velho
Hebreus: «procurai a paz com todos e a santidade,
sem a qual ninguém verá o Senhor» (Heb 12,14).
A vida cristã só tem sentido como vida em Cris- (Oração Eucarística II). Deus é a vida dos Santos.
to. Deus é o Santo e, na sua santidade, somos cha- A celebração da Eucaristia prolonga-se na vida
mados à mesma santidade de vida. Isto mesmo e na adoração eucarística com o culto eucarísti-
reza a Igreja na Liturgia: «Vós, Senhor, sois verda- co fora da Missa. Porque não promover em cada
deiramente Santo, sois a fonte de toda a santidade» domingo a adoração eucarística comunitária nas

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nossas comunidades eclesiais? Porque não criar evangelização. E, curiosamente, perdemos a ora-
um lausperene eucarístico diocesano com todas as ção de adoração; e todos, sacerdotes, bispos, consa-
Paróquias e comunidades nas Unidades Pastorais? gradas, consagrados têm de a recuperar: recuperar
De facto, «apenas na adoração, só diante do Se- aquele permanecer em silêncio diante do Senhor»
nhor, é que recuperamos o gosto e a paixão pela (Papa Francisco, Lisboa, 2 de agosto de 2023).

4. O Domingo, Páscoa semanal

«S
ine dominico non possumus!» Sem na participação ativa e no envolvimento de todos
o Domingo do Senhor, sem o Dia nas diferentes celebrações litúrgicas; na formação
do Senhor não podemos viver: as- de todos os ministérios, serviços e carismas; na
sim responderam no ano 304 alguns cristãos de promoção do crescimento e do amadurecimento
Abitínia, atual Tunísia, quando, surpreendidos espiritual de cada um; na Paróquia, como casa e
na celebração eucarística dominical, que estava escola de oração com as portas abertas.
proibida. Eles foram conduzidos ante o juiz, que
lhes perguntou por que, no Domingo, haviam
celebrado a função religiosa cristã, sabendo que
isso implicava castigo de morte. Não há Paróquia
sem Domingo nem Domingo sem Paróquia.
A liturgia é o lugar do encontro com Jesus Cristo. Nas circunstâncias atuais, o
De facto: «não nos basta ter uma vaga recordação Domingo como o dia do Senhor
da última Ceia: nós precisamos de estar presentes fica, muitas vezes, reduzido a
nessa Ceia, de poder ouvir a sua voz, de comer o um “fim de semana”. Por isso,
seu Corpo e beber o seu Sangue: precisamos d’Ele. é necessário redescobrir o seu
Na Eucaristia e em todos os sacramentos é-nos sentido verdadeiro. Pois, se
garantida a possibilidade de encontrar o Senhor o Domingo deixar de ser um
Jesus e de ser alcançados pela potência da sua dia, no qual haja espaço para
Páscoa» (Desiderio desideravi 11). É verdade que a a oração, o repouso, a união e
Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja, a alegria, pode acontecer que,
segundo o dinamismo pascal. como referiu São João Paulo II:
Nas circunstâncias atuais, o Domingo como o «o homem permaneça encerrado
dia do Senhor fica, muitas vezes, reduzido a um num horizonte tão restrito, que
“fim de semana”. Por isso, é necessário redesco- já não lhe permite ver o ‘céu’.
brir o seu sentido verdadeiro. Pois, se o Domingo Então, mesmo bem‑trajado,
deixar de ser um dia, no qual haja espaço para a torna-se intimamente
oração, o repouso, a união e a alegria, pode acon- incapaz de ‘festejar’».
tecer que, como referiu São João Paulo II: «o ho-
mem permaneça encerrado num horizonte tão
restrito, que já não lhe permite ver o ‘céu’. Então, Em Emaús, no dia de Páscoa, os apóstolos re-
mesmo bem-trajado, torna-se intimamente inca- conheceram Jesus ressuscitado ao partir do pão.
paz de ‘festejar’». Apesar de tudo, a Igreja vive fiel- Só à luz da Páscoa podemos celebrar e viver a Eu-
mente este dia semanal da Palavra e da Eucaristia. caristia. A partir da Eucaristia a Igreja faz-se si-
A feliz oportunidade do 5.º Congresso Eucarís- nodal, samaritana e missionária, na sabedoria do
tico Nacional orienta-nos para a centralidade da coração “eucarístico” da Virgem Santa Maria e dos
Eucaristia e do Domingo: na valorização da cele- santos e santas.
bração eucarística para que seja, efetivamente, um
momento de encontro com Deus e com os irmãos; Fátima, 11 de abril de 2024

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LITURGIA

LITURGIA

PALAVRA DE DEUS
4º DOMINGO DA PÁSCOA
21 de abril de 2024 Ano B

Leitura dos Atos o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altu-
dos Apóstolos At 4, 8-12 ra em que se manifestar, seremos semelhantes a
Naqueles dias, Pedro, cheio do Espírito Santo, Deus, porque O veremos como Ele é.
disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje
somos interrogados sobre um benefício feito a Aleluia Jo 10, 14
um enfermo e o modo como ele foi curado, ficai Eu sou o bom pastor, diz o Senhor:
sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em conheço as minhas ovelhas
nome de Jesus Cristo, o Nazareno, que vós cruci- e as minhas ovelhas conhecem-Me.
ficastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele
que este homem se encontra perfeitamente cura- Evangelho segundo São João Jo 10, 11-18
do na vossa presença. Jesus é a pedra que vós, os Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pas-
construtores, desprezastes e que veio a tornar-se tor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O
pedra angular. E em nenhum outro há salvação, mercenário, como não é pastor, nem são suas as
pois não existe debaixo do céu outro nome, dado ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e
aos homens, pelo qual possamos ser salvos». foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O
mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu
Salmo Responsorial Sl 117 sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as
A pedra que os construtores rejeitaram minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo
tornou-se pedra angular. que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou
a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras
Leitura da Primeira ovelhas que não são deste redil e preciso de as
Epístola de São João 1Jo 3, 1-2 reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só
Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama:
consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E porque dou a minha vida, para poder retomá-la.
somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontanea-
porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora mente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi
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somos filhos de Deus e ainda não se manifestou este o mandamento que recebi de meu Pai».

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LITURGIA

NEM SÓ DE PÃO PEDRO MANUEL NUNES PEDRO


COMENTÁRIO À LITURGIA DOMINICAL

Jesus Bom Pastor faz‑nos


viver a Ressurreição

E
ste quarto domingo da Páscoa é o chama- falar com Ele. Precisamos de rezar, de ler e me-
do domingo do Bom Pastor, e, é também o ditar as Sagradas Escrituras. Precisamos também
Dia de Mundial de Oração pelas Vocações. de viver e celebrar os sacramentos em particular
Jesus afirma logo no início do evangelho: «Eu sou a penitência, sacramento de perdão e de cura, e a
o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas eucaristia que nos alimenta e nos fortalece.
ovelhas», que nos remete para o tempo Pascal que
estamos a viver. Jesus deu a vida por nós na Sua
Paixão e Morte na Cruz e pela Sua Morte e Ressur-
reição dá-nos o Seu perdão, o Seu amor, a Sua vida.
O tempo pascal é um tempo especial que somos
chamados a viver também com empenho e inten-
sidade. Já não numa dimensão penitencial como
na quaresma mas é também um tempo de graça.
São cinquenta dias, para acolhermos o dom da
Ressurreição na vida cotidiana e nos prepararmos
a receber o dom do Espírito Santo em Pentecostes.
Jesus Bom Pastor faz-nos viver a Ressurreição. O
Senhor diz em Ezequiel: «Eu mesmo cuidarei das
minhas ovelhas». Por vezes somos a ovelha cansa-
da, a ovelha ferida e doente, a ovelha perdida e tres-
malhada. Jesus Bom Pastor cuida de nós, dá a vida
por nós. Nas nossas dificuldades, nas nossas an-
gústias e sofrimentos somos chamados a acolher Deixar-se conduzir pelo Bom Pastor é estar
a graça da Ressurreição. A última palavra é sempre aberto ao Seu chamamento e a uma vocação.
de Jesus Bom Pastor que cuida de nós. A Páscoa, a Como batizados somos chamados o viver como
Ressurreição, diz-nos que o amor vence, o perdão filhos e filhas muito amados do Pai, que acolhem
vence, a vida vence. É nessa esperança que cami- o dom do Espírito e testemunham Cristo Ressus-
nhamos deixando-nos conduzir pelo Bom Pastor. citado. Rezemos em particular pelos jovens e por
«Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ove- aqueles que procuram a sua vocação no mundo
lhas e as minhas ovelhas conhecem-Me». O verbo e na Igreja, precisamos de famílias que sejam
conhecer, na bíblia, remete-nos para a comunhão testemunhas do amor de Deus, de consagrados
e intimidade. Para que Jesus Bom Pastor cuide de e consagradas totalmente dedicados ao Reino de
nós, nos conduza e nos dê a Sua vida, para conhe- Deus e precisamos de sacerdotes bons pastores à
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cermos a sua voz, precisamos de estar com Ele e imagem de Jesus Cristo Bom Pastor. k

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CÂNTICOS
LITURGIA

5º DOMINGO DA PÁSCOA

28 de abril de 2024 Ano B

O que cantamos em:

MIDÕES SEIXO DE MIRA


Com o contributo de Com o contributo de
e Ana Paula Neves e Margarida Oliveira
Entrada Entrada
Toda a nossa glória | NCT 124 Cantai ao Senhor
um cântico novo (F. Silva)
Apresentação dos dons
Tudo vos damos | NCT 252 Apresentação dos dons
Eu sou a verdadeira vide (C. Silva)
Comunhão
Deus é Bom Pastor | NCT 194 Comunhão
Se cumprirdes os meus mandamentos (C. Silva)
Pós-comunhão
Divino Oleiro (Manuel Augusto Frade) Pós-Comunhão
Deus é amor (M. Luís)
Final
Ressuscitou, Aleluia! | NCT 200 Final
Ide por todo o mundo (J. Santos)

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“A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular”
(Igreja de Santa Cruz, Coimbra)
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VATICANO

VATICANO

PAPA ENVIA MENSAGEM PARA O MÉDIO ORIENTE

As crianças precisam de casas,


parques e escolas, não de
túmulos e valas comuns
No dia 12 de abril, o Papa Francisco enviou uma mensagem aos crentes do Islão
(e também aos cristãos) do Médio Oriente, numa saudação a propósito do final
do mês do Ramadão. A Mensagem foi endereçada ao canal televisivo Al Arabiya,
da Arábia Saudita. Apresentamos o texto, com título e tradução do Correio de Coimbra.

A
gradeço a oportunidade que me dão de n’Ele não pode deixar de repudiar a guerra, que
vos dirigir uma palavra no final do Ra- não resolve os conflitos, apenas os aumenta. A
madão. Este ano, por feliz coincidência, guerra, como não me canso de dizer, é sempre e
o mês sagrado para o Islão termina apenas alguns apenas um fracasso: é um caminho que não leva a
dias depois da celebração da Páscoa, a festa reli- nenhum lugar; não abre novas perspetivas, e su-
giosa mais importante para os cristãos. foca toda esperança.
Esta ocasião feliz - que nos convida a levantar os Sofro muito por causa do conflito na Palestina
olhos para o céu e a adorar o Senhor, «misericor- e em Israel. Que haja um cessar-fogo imediato na
dioso e omnipotente» (Nostra Aetate, 3) - contras- Faixa de Gaza, onde está em curso uma catástrofe
ta vivamente com a dor que sentimos diante do humanitária. Que a ajuda possa chegar ao povo
sangue que hoje se derrama nas terras abençoa- palestiniano que sofre muito, e que os reféns fei-
das do Médio Oriente. tos em outubro sejam libertados! Penso também
Irmãos e irmãs, o nosso pai Abraão ergueu os na Síria devastada pela guerra, no Líbano, e em
olhos ao céu para contemplar as estrelas. A luz da todo o Médio Oriente. Não permitamos que as
vida, que brilha ao nosso redor e nos abraça do chamas do ressentimento se espalhem, atiçadas
alto, convida-nos a deixar para trás a noite escu- pelos ventos funestos da corrida aos armamen-
ra do ódio, para que, de acordo com a vontade do tos! Não permitamos que a guerra se espalhe!
Criador, as estrelas possam brilhar intensamente Vamos parar a inércia do mal!
sobre o nosso mundo, em vez do brilho dos mís- Tenho sempre na mente as famílias, os jovens,
seis que rasga os céus e faz chover fogo para des- os trabalhadores, os idosos e as crianças. Tenho
truir a terra! a certeza de que nos seus corações, nos corações
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Deus é paz e ele deseja a paz. Quem acredita das pessoas comuns, existe um grande desejo de

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VATICANO

paz. E que, enquanto a violência se propaga, as lá-


grimas escorrem dos seus olhos e uma única pa-
lavra sai dos seus lábios: Basta! Chega! – Eu pró-
prio repito esta palavra àqueles que têm a grave No entanto, os desertos do ódio
responsabilidade de governar as nações. Chega! só podem produzir rebentos de
Parem! Por favor, acabem com o barulho das ar- esperança se aprendermos a
mas e pensem nas crianças, em todas as crianças, crescer juntos, uns ao lado dos
como pensam nos seus próprios filhos. Olhemos outros; somente se aprendermos
todos para o futuro com os olhos das crianças. a respeitar as crenças dos outros;
Elas não perguntam quem é o inimigo a ser des- somente se reconhecermos o
truído, mas quem são os amigos com quem po- direito à existência de cada povo
dem brincar. Elas precisam de casas, parques e e o direito de cada povo a ter o
escolas, não de túmulos e valas comuns. seu próprio Estado; somente
Amigos, acredito que os desertos podem flo- se aprendermos a viver em paz
rescer: como na natureza, também nos corações sem demonizar ninguém.
das pessoas e na vida dos povos. No entanto, os
desertos do ódio só podem produzir rebentos de
esperança se aprendermos a crescer juntos, uns Médio Oriente. Abraço-os e encorajo-os, e peço-
ao lado dos outros; somente se aprendermos a lhes que gozem sempre e em todo o lado do direi-
respeitar as crenças dos outros; somente se re- to e da capacidade de professar livremente a sua
conhecermos o direito à existência de cada povo fé, que fala de paz e de fraternidade.
e o direito de cada povo a ter o seu próprio Esta- Fico grato pela vossa atenção. Saúdo-vos com
do; somente se aprendermos a viver em paz sem carinho e garanto-vos que o Médio Oriente con-
demonizar ninguém. Acredito nisto e esta é a mi- tinua a ocupar um lugar especial no meu coração.
nha esperança, que partilho com os cristãos que, Desejo a cada um de vocês todas as coisas boas e
no meio de muitas dificuldades, vivem em todo o as bênçãos do Altíssimo. Shukran! (Obrigado!). k

LÍDER DO POVO YANOMAMI DO BRASIL


Davi Kopenawa pediu a intervenção
do Papa para pôr fim ao garimpo

D
avi Kopenawa, líder e porta-voz do povo que deixaram entrar, invadir as terras yanoma-
Yanomami do Brasil, foi recebido no dia 10 mis, e por causa de muitas doenças que se estão a
de abril pelo Papa Francisco, a quem - se- espalhar por causa disso”.
gundo a agência Vatican News, “pediu ajuda para a Carlo Zacquini, missionário da Consolata que co-
retirada dos garimpeiros do território Yanomami”. mentou para a Vatican News a presença da Igreja
Comentando o seu encontro com o Papa, Davi no território Yanomami, garantiu que o garimpo “é
também se referiu à situação das crianças Yano- uma atividade ilegal, algo absolutamente absurdo,
mami, sobre as quais foram divulgadas recente- que está a destruir a floresta, a contaminar a água
mente fotos que mostram o seu estado de des- e a causar problemas enormes, inclusive de ordem
nutrição e de falta de condições básicas. Segundo social naquele território. A violência aumentou
Davi, “as crianças yanomamis estão desnutridas desde a chegada desses grupos de pessoas, algu-
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por causa do garimpo, por causa das autoridades mas das quais são verdadeiros bandidos”, disse. k

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PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


VATICANO

É preciso criar uma cultura de


inclusão integral, defende o Papa

A
base para qualquer discussão sobre a Outra constatação do Santo Padre é que a men-
deficiência “deve ser o reconhecimento talidade que tem por base critérios utilitários e
da dignidade das pessoas com deficiên- funcionais de lucro, eficiência e sucesso “pode
cia, com as suas diversas implicações antropo- levar a violações graves dos direitos dos mais vul-
lógicas, filosóficas e teológicas”, afirmou o Papa neráveis e a graves injustiças e situações de de-
Francisco, no dia 11 de abril, junto dos participan- sigualdade”. “Além disso - acrescenta - na atual
tes na assembleia plenária da Academia Pontifí- cultura do descarte está também presente um
cia das Ciências Sociais, que se debruçou sobre a fator menos visível, mas extremamente insidio-
questão das pessoas com deficiência. “Sem esta so, que corrói o valor das pessoas com deficiência
base sólida — disse o Papa —, pode acontecer aos olhos da sociedade e aos seus próprios olhos.
que, mesmo defendendo o princípio da dignidade
humana, atuemos de uma forma que na prática
© Foto Vatican Media

vá contra o mesmo. A doutrina social da Igreja é


muito clara sobre isto: «As pessoas com deficiên-
cia são sujeitos plenamente humanos, com direi-
tos e deveres» (Compêndio da Doutrina Social da
Igreja, 148). Todo o ser humano tem o direito de
viver com dignidade e de se desenvolver integral-
mente (…), “uma dignidade baseada não nas cir-
cunstâncias, mas no valor intrínseco do seu ser»”
(Fratelli Tutti, 107).
Depois, o Santo Padre hauriu dos evangelhos
dois princípios para a ação com as pessoas com
deficiência: o contacto direto com elas; e a mu-
dança do significado da experiência de deficiên-
cia. “Na verdade — disse —, Jesus mostrou uma
nova abordagem à condição das pessoas com
deficiência, tanto na sociedade como diante de
Deus. Aos olhos de Jesus, cada condição humana, É a tendência para fazer com que os indivíduos
incluindo aquelas marcadas por graves limita- vejam a sua vida como um fardo tanto para eles
ções, é um convite para uma relação única com próprios como para os seus entes queridos. A di-
Deus que permite às pessoas florescer”. fusão desta mentalidade transforma a cultura do
Infelizmente, constata Francisco, no mundo, descarte numa cultura de morte”.
“muitas pessoas e famílias continuam isoladas e Como solução, Francisco contrapropõe “a pro-
forçadas a viver à margem da vida social por cau- moção da cultura da inclusão integral”, assente
sa de deficiências. E isto não só nos países mais no ‘sentido de responsabilidade pelo bem de cada
pobres, (…) mas também em situações de maior indivíduo, no trabalho por uma maior justiça so-
prosperidade, onde, por vezes, as deficiências são cial e na remoção das barreiras que impedem
consideradas uma «tragédia pessoal» e as pes- muitas pessoas de exercer os seus direitos e liber-
soas com deficiência «exilados ocultos», que são dades’. O Santo Padre reconhece que, sobretudo
tratados como corpos estranhos à sociedade (cf. nos países economicamente mais desenvolvidos,
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Fratelli Tutti, 98)”. há “frutos visíveis” desta “cultura da inclusão”. k

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PAPA NA ASSEMBLEIA DA PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA


VATICANO

Quem assimila a Sagrada Escritura


purifica o seu imaginário religioso
de atitudes equivocadas

“O
sofrimento e a doença são adversários «Estava doente e visitastes-me» (Mt 25,36). Com-
a enfrentar, mas é importante fazê-lo paixão que leva à proximidade”.
de uma forma digna da humanidade, Para o Santo Padre, “tudo isto revela um aspeto
de uma forma humana, por assim dizer. Reduzi-los importante: Jesus não explica o sofrimento, mas
a tabus dos quais é melhor não falar (talvez porque inclina-se sobre quem sofre”; “quem assimila a
prejudicam aquela imagem de eficiência a todo o Sagrada Escritura — disse Francisco — purifica
custo, útil para vender e para ganhar!), não é cer- o seu imaginário religioso de atitudes equivoca-
tamente a solução”, advogou o Santo Padre, no dia das, aprendendo a seguir o caminho indicado por
12 de abril, junto dos participantes na Assembleia Jesus: tocar com as próprias mãos o sofrimento
plenária da Pontifícia Comissão Bíblica, reunida no humano, com humildade, mansidão e seriedade,
Vaticano e tendo como tema de trabalho “A doença para trazer, em nome de Deus incarnado, a pro-
e o sofrimento na Bíblia”. ximidade de um apoio salvífico e concreto. Tocar,
“Todos vacilamos sob o peso destas experiên- não teoricamente, mas com as mãos”.
cias e devemos ajudar-nos mutuamente a supe- Já sobre «a inclusão», o Santo Padre considerou
rá-las, vivendo-as em relação, sem nos fecharmos que, “mesmo que não seja uma palavra bíblica,
em nós mesmos e sem que a rebelião legítima se expressa bem uma característica saliente do esti-
transforme em isolamento, abandono ou deses- lo de Jesus: a sua ida em busca do pecador, do per-
pero”, disse Francisco. Depois, tomando Jesus dido, do marginalizado, do estigmatizado, para
como referência, o Papa propôs para a reflexão que seja acolhido na casa do Pai ( cf. Lc 15)”. “Esta
“duas palavras decisivas: compaixão e inclusão”. perspectiva de inclusão — continuou — leva-nos
“A primeira, compaixão, indica a atitude re- a atitudes de partilha” e “nós, como Igreja, somos
corrente e caraterística do Senhor em relação chamados a caminhar juntos com todos, na soli-
às pessoas frágeis e necessitadas que encontra”. dariedade cristã e humana, abrindo oportunida-
“Esta compaixão manifesta-se como proximida- des de diálogo e de esperança em nome da nossa
de e leva Jesus a identificar-se com os sofredores: fragilidade comum”. k

Timor-Leste vai receber o Papa Francisco


O anúncio foi feito no dia 12 de abril pela Sala de Imprensa do Va-
ticano: o Santo Padre vai realizar, de 2 a 13 de setembro, uma Via-
gem Apostólica aos seguintes países: Indonésia, Papua-Nova Guiné,
Timor-Leste e Singapura.
Francisco vai estar em Díli de 9 a 11 de setembro. A viagem come-
ça por Jacarta (3 a 6 de setembro), seguindo-se duas cidades de Pa-
pua-Nova Guiné (em Port Moresby e Vanimo) de 6 a 9 de setembro.
Depois de Timor-Leste, Francisco segue para Singapura, onde estará
de 11 a 13 de setembro.
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O elenco das “graves violações”


VATICANO

da dignidade humana
Andrea Tornielli *

O documento do Dicastério para a Doutrina Princípios fundamentais


da Fé “Dignitas infinita” exigiu cinco anos de

N
trabalho e inclui o magistério papal da última as primeiras três partes da declaração,
década: da guerra à pobreza, da violência contra são evocados os princípios fundamen-
os migrantes àquela contra as mulheres, do tais. «A Igreja, à luz da Revelação, rea-
aborto à maternidade sub-rogada e à eutanásia, firma de modo absoluto» a «dignidade ontológica
da teoria do género à violência digital. da pessoa humana, criada à imagem e semelhan-
ça de Deus e redimida em Cristo Jesus» (1). Uma
«dignidade inalienável» que corresponde «à na-

T
rês capítulos oferecem os fundamentos tureza humana, para além de qualquer mudança
para as afirmações contidas no quarto, cultural (6) e é «um dom recebido» e, portanto,
dedicado a “algumas graves violações da está presente «por exemplo, numa criança ain-
dignidade humana”: é a declaração “Dignitas infi- da não nascida, numa pessoa em estado de in-
nita” do Dicastério para a Doutrina da Fé, um do- consciência, num idoso em agonia» (9). «A Igre-
cumento que faz memória dos 75 anos da Decla- ja proclama a igual dignidade de todos os seres
ração universal dos direitos humanos e reafirma humanos, independentemente da sua condição
«a indispensabilidade do conceito de dignidade de vida ou das suas qualidades» (17) e fá-lo com
da pessoa humana na antropologia cristã» (Intro- base na revelação bíblica: mulheres e homens são
dução). A principal novidade do documento, fruto criados à imagem de Deus; Cristo, encarnando-se
de um trabalho que durou cinco anos, é a inclusão «confirmou a dignidade do corpo e da alma» (19),
de alguns temas principais do recente magistério e ressuscitando revelou-nos que «o aspecto mais
pontifício que acompanham aqueles bioéticos. sublime da dignidade do homem consiste na sua
No elenco “não exaustivo” que é oferecido, entre vocação à comunhão com Deus» (20).
as violações da dignidade humana, ao lado do
aborto, da eutanásia e da maternidade sub-ro- Dignidade de cada pessoa
gada [barrigas de aluguer, NR], aparecem a guer-

O
ra, o drama da pobreza e dos migrantes, o tráfico documento evidencia o equívoco repre-
de seres humanos. O novo texto contribui assim sentado pela posição daqueles que à ex-
para superar a dicotomia existente entre quem se pressão “dignidade humana” preferem
concentra de modo exclusivo na defesa da vida do “dignidade pessoal”, «porque entendem como
nascituro ou do moribundo, esquecendo muitos pessoa somente “um ser capaz de raciocinar”».
outros atentados contra a dignidade humana e, Consequentemente, afirmam que «não teria dig-
vice-versa, quem se concentra somente na defe- nidade pessoal a criança ainda não-nascida, nem
sa dos pobres e dos migrantes, esquecendo que o idoso não autossuficiente, nem o portador de
a vida deve ser defendida desde a conceção até a deficiência mental. A Igreja, ao contrário, insiste
sua natural conclusão. no facto de que a dignidade de cada pessoa hu-
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* Diretor Editorial da Sala de Imprensa da Santa Sé, Vaticn News, 8 de abril de 2024

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VATICANO

mana, porque é intrínseca, permanece para além uma vergonha para as nossas sociedades que se
de toda circunstância» (24). Além disso, afirma dizem civilizadas», convidando «exploradores e
que «o conceito de dignidade humana foi às vezes clientes» a fazer um sério exame de consciência
usado de modo abusivo também para justificar (41). Do mesmo modo, há um convite para lutar
uma multiplicação arbitrária de novos direitos... contra fenómenos como «comércio de órgãos
como se se devesse garantir a expressão e a rea- e tecidos humanos, exploração sexual de crian-
lização de todass as preferências individuais ou ças, trabalho escravizado, incluída a prostituição,
desejos subjetivos» (25). tráfico de drogas e de armas, terrorismo e crime
internacional organizado» (42). Cita-se ainda “o
O elenco das violações abuso sexual”, que deixa «profundas cicatrizes
no coração daquele que o sofre»: trata-se de «so-

A
declaração apresenta então o elenco frimentos que podem durar toda a vida e a que
de “algumas graves violações da dig- nenhum arrependimento pode remediar» (43). O
nidade humana”, ou seja «tudo aquilo texto continua com a discriminação das mulhe-
que é contrário à vida em si mesma, como toda res e a violência contra elas, citando entre essas
a espécie de homicídio, o genocídio, o aborto, a formas de violência «a constrição ao aborto, que
eutanásia e o suicídio voluntário»; mas também afeta tanto a mãe como o filho, tantas vezes para
tudo aquilo que viola a integridade da pessoa satisfazer o egoísmo dos homens» e «a prática da
humana, como as mutilações, as torturas infligi- poligamia» (45). Condena-se o “feminicídio” (46).
das ao corpo e à mente, as constrições psicológi-
cas». Enfim, «tudo aquilo que ofende a dignidade Aborto e Maternidade sub-rogada
humana, como as condições de vida sub-huma-

F
na, os encarceramentos arbitrários, as deporta- irme, depois, é a condenação ao aborto:
ções, a escravidão, a prostituição, o comércio de «entre todos os delitos que o homem pode
mulheres e de jovens, ou ainda as ignominiosas cometer contra a vida, o aborto procurado
condições de trabalho com as quais os trabalha- apresenta caraterísticas que o tornam particu-
dores são tratados como simples instrumentos larmente grave e deplorável» e recorda-se que a
de lucro e não como pessoas livres e respon- «defesa da vida nascente está intimamente ligada
sáveis». Cita-se também a pena de morte, que à defesa de qualquer direito humano» (47). Forte
«viola a dignidade inalienável de toda a pessoa também é a contrariedade à maternidade sub-ro-
humana para além de toda circunstância» (34). gada [barrigas de aluguer, NR], «através da qual a
criança, imensamente digna, se torna mero obje-
Pobreza, guerra e tráfico de pessoas to», uma prática «que lesa gravemente a dignidade
da mulher e do filho... que se funda sobre a explo-

A
ntes de tudo, fala-se do «drama da po- ração de uma situação de necessidade material
breza», «uma das maiores injustiças do da mãe. Uma criança é sempre um dom e nunca
mundo contemporâneo» (36). Depois objeto de um contrato». (48) Na lista são citados
está a guerra, «tragédia que nega a dignidade ainda a eutanásia e o suicídio assistido, confusa-
humana» e «é sempre uma “derrota da huma- mente definidos por algumas leis como «morte
nidade”» (38), a ponto de hoje ser «muito difícil digna», recordando que o «o sofrimento não faz
sustentar os critérios racionais amadurecidos perder ao doente aquela dignidade que lhe é pró-
noutros séculos para falar de uma possível “guer- pria de modo intrínseco e inalienável» (51). Fala-se,
ra justa”» (39). Prossegue-se com o “sofrimento portanto, da importância dos cuidados paliativos
dos migrantes”, cuja «vida é colocada em risco e o evitamento da «obsessão terapêutica ou inter-
porque não têm mais os meios para formar uma venções desproporcionais», reiterando que «a vida
família, para trabalhar ou para se alimentarem» é um direito, não a morte, a qual precisa ser aco-
(40). O documento detém-se depois no “tráfico lhida, não aplicada» (52). Entre as graves violações
de pessoas”, que está a assumir «dimensões trá- da dignidade humana, encontra lugar também o
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gicas» e é definido como «uma atividade indigna, “descarte” das pessoas com deficiência (53).

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Teoria de género
VATICANO

mível diferença sexual entre homem e mulher»


(59). É também negativo o juízo sobre a mudan-

D
epois de reiterar que em relação às pes- ça de sexo, que «arrisca a ameaçar a dignidade
soas homossexuais deve ser evitada única que a pessoa recebeu desde o momento da
«“toda a marca de injusta discriminação” conceção. Isto não significa excluir a possibilida-
e particularmente toda a forma de agressão e vio- de que uma pessoa portadora de anomalias dos
lência», denunciando «como contrário à dignida- genitais, já evidentes desde o nascimento ou que
de humana» o facto de que em alguns lugares as se manifestem sucessivamente, possa decidir-se
pessoas «são encarceradas, torturadas e até mes- por receber assistência médica com o fim de re-
mo privadas da vida unicamente pela sua orien- solver tais anomalias» (60).
tação sexual.» (55), o documento critica a teoria de
género, «que é perigosíssima porque cancela as Violência digital
diferenças na pretensão de tornar todos iguais»

O
(56). A Igreja recorda que «a vida humana, em to- elenco completa-de com a “violência di-
dos os seus componentes, físicos e espirituais, é gital”, e cita as «novas formas de violên-
um dom de Deus, que se deve acolher com grati- cia que se difundem através das redes
dão e colocar a serviço do bem. Querer dispor de sociais, por exemplo o cyberbullying» e a «difusão
si, como prescreve a teoria de género... não signi- da pornografia e de exploração das pessoas para
fica outra coisa senão ceder à antiquíssima ten- fins sexuais ou através dos jogos de azar» na rede
tação do homem que se faz Deus» (57). A teoria do (61). A declaração encerra exortando «a colocar o
género quer «negar a maior das diferenças pos- respeito pela dignidade da pessoa humana, para
síveis entre os seres viventes: a diferença sexual» além de toda circunstância, no centro dos esfor-
(58). Portanto, «devem-se rejeitar todas aquelas ços pelo bem comum e de todo o ordenamento
tentativas de obscurecer a referência à insupri- jurídico» (64). k

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50
DOCUMENTAL

DOCUMENTAL

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO


PARA O LXI DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

Chamados a semear a esperança


e a construir a paz
“Somos peregrinos de esperança, porque tendemos para um futuro melhor
e empenhamo-nos na sua construção ao longo do caminho”, escreve o Papa
Francisco na sua mensagem para o 61º Dia Mundial de Oração pelas Vocações,
que celebramos no próximo dia 21 de abril, 4º Domingo da Páscoa.

Queridos irmãos e irmãs! muitas vezes escondido daqueles que abraçaram


uma vocação que envolve toda a sua vida. Pen-

O
Dia Mundial de Oração pelas Vocações so nas mães e nos pais que não olham primeiro
convida-nos, cada ano, a considerar o para si mesmos, nem seguem a tendência dum
precioso dom da chamada que o Senhor estilo superficial, mas organizam a sua existência
dirige a cada um de nós, seu povo fiel em cami- cuidando das relações com amor e gratuidade,
nho, pois dá-nos a possibilidade de tomar parte abrindo-se ao dom da vida e pondo-se ao servi-
no seu projeto de amor e encarnar a beleza do ço dos filhos e seu crescimento. Penso em todos
Evangelho nos diferentes estados de vida. A es- aqueles que realizam, dedicadamente e em es-
cuta da chamada divina, longe de ser um dever pírito de colaboração, o seu trabalho; naqueles
imposto de fora – talvez em nome de um ideal re- que, em diferentes campos e de vários modos, se
ligioso –, é antes o modo mais seguro que temos empenham por construir um mundo mais justo,
de alimentar o desejo de felicidade que trazemos uma economia mais solidária, uma política mais
no nosso íntimo: a nossa vida realiza-se e torna- equitativa, uma sociedade mais humana, isto é,
se plena quando descobrimos quem somos, as em todos os homens e mulheres de boa vontade
qualidades que temos e o campo onde é possível que se dedicam ao bem comum. Penso nas pes-
pô-las a render, quando descobrimos que estra- soas consagradas, que oferecem a sua existência
da podemos percorrer para nos tornarmos sinal e ao Senhor quer no silêncio da oração quer na ati-
instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz vidade apostólica, às vezes na linha de vanguarda
nos contextos onde vivemos. e sem poupar energias, servindo com criativi-
Assim, este Dia proporciona-nos sempre uma dade o seu carisma e colocando-o à disposição
boa ocasião para recordar, com gratidão, dian- de quantos encontram. E penso naqueles que
te do Senhor o compromisso fiel, quotidiano e acolheram a chamada ao sacerdócio ordenado,

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se dedicam ao anúncio do Evangelho, repartem messe que mande trabalhadores para a sua mes-
a sua vida – juntamente com o Pão Eucarístico – se» (Lc 10, 2). E, como sabemos, a oração é feita
pelos irmãos, semeiam esperança e mostram a mais de escuta que de palavras dirigidas a Deus. O
todos a beleza do Reino de Deus. Senhor fala ao nosso coração e quer encontrá-lo
Aos jovens, especialmente a quantos se sentem aberto, sincero e generoso. A sua Palavra fez-Se
distantes ou olham a Igreja com desconfiança, carne em Jesus Cristo, que nos revela e comunica
gostaria de dizer: deixai-vos fascinar por Jesus, toda a vontade do Pai. Neste ano de 2024, dedica-
dirigi-Lhe as vossas perguntas importantes, atra- do precisamente à oração como preparação para
vés das páginas do Evangelho, deixai-vos desin- o Jubileu, somos chamados a descobrir o dom
quietar pela sua presença que sempre nos coloca, inestimável de poder dialogar com o Senhor, de
de forma benfazeja, em crise. Ele respeita mais coração a coração, tornando-nos assim peregri-
do que ninguém a nossa liberdade, não Se impõe nos de esperança, porque «a oração é a primeira
mas propõe-Se: dai-Lhe espaço e encontrareis a força da esperança. Tu rezas e a esperança cresce,
vossa felicidade no seu seguimento e, se vo-la pe- avança. Diria que a oração abre a porta à esperan-
dir, na entrega total a Ele. ça. A esperança existe, mas com a minha oração
abro a porta» (Francisco, Catequese, 20/V/2020).

Um povo em caminho
Peregrinos de esperança e
construtores de paz

A
polifonia dos carismas e das vocações,
que a Comunidade Cristã reconhece e

M
acompanha, ajuda-nos a compreender as que significa ser peregrinos? Quem
plenamente a nossa identidade de cristãos: como empreende uma peregrinação pro-
povo de Deus em caminho pelas estradas do cura, antes de mais nada, ter clara a
mundo, animados pelo Espírito Santo e inseridos meta, e conserva-a sempre no coração e na men-
como pedras vivas no Corpo de Cristo, cada um de te. Mas, para atingir esse destino, é preciso ao
nós descobre-se membro duma grande família, mesmo tempo concentrar-se no passo presente:
filho do Pai e irmão e irmã de seus semelhantes. para o realizar, é necessário estar leve, despojar-
Não somos ilhas fechadas em si mesmas, mas se dos pesos inúteis, levar consigo apenas o es-
partes do todo. Por isso, o Dia Mundial de Oração sencial e esforçar-se cada dia por que o cansaço, o
pelas Vocações traz gravada a marca da sinoda- medo, a incerteza e a escuridão não bloqueiem o
lidade: há muitos carismas e somos chamados a
escutar-nos reciprocamente e a caminhar juntos
para os descobrir discernindo aquilo a que nos
chama o Espírito para o bem de todos.
Além disso, no momento histórico presente, o
caminho comum conduz-nos para o Ano Jubilar Caminhamos como peregrinos
de 2025. Caminhamos como peregrinos de espe- de esperança rumo ao Ano
rança rumo ao Ano Santo, para, na descoberta da Santo, para, na descoberta da
própria vocação e pondo em relação os diversos própria vocação e pondo em
dons do Espírito, podermos ser no mundo porta- relação os diversos dons do
dores e testemunhas do sonho de Jesus: formar Espírito, podermos ser no mundo
uma só família, unida no amor de Deus e inter- portadores e testemunhas
ligada pelo vínculo da caridade, da partilha e da do sonho de Jesus: formar
fraternidade. uma só família, unida no
Este Dia é dedicado de modo particular à oração amor de Deus e interligada
para implorar do Pai o dom de santas vocações pelo vínculo da caridade, da
para a edificação do seu Reino: «Rogai ao dono da partilha e da fraternidade.

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caminho iniciado. Por isso ser peregrino significa juntar-se as dificuldades que encontramos dia-
partir todos os dias, recomeçar sempre, reencon- riamente com o risco de nos precipitar, às vezes,
trar o entusiasmo e a força de percorrer as várias na resignação ou no derrotismo.
etapas do percurso que, apesar das fadigas e difi-
culdades, sempre abrem diante de nós novos ho-
rizontes e panoramas desconhecidos.
Este é precisamente o sentido da peregrina-
ção cristã: estamos em caminho à descoberta do
amor de Deus e, ao mesmo tempo, à descoberta Ser peregrinos de esperança e
de nós mesmos, através duma viagem interior, construtores de paz significa
mas sempre estimulados pela multiplicidade das fundar a própria existência
relações. Portanto, peregrinos porque chamados: sobre a rocha da ressurreição
chamados a amar a Deus e a amar-nos uns aos de Cristo, sabendo que todos os
outros. Assim, o nosso caminho sobre esta terra nossos compromissos, na vocação
nunca se reduz a uma labuta sem objetivo nem a que abraçamos e levamos por
um vaguear sem meta; pelo contrário, cada dia, diante, não caiem no vazio.
respondendo à nossa chamada, procuramos rea-
lizar os passos possíveis rumo a um mundo novo,
onde se viva em paz, na justiça e no amor. Somos Por isso é decisivo, para nós cristãos, cultivar um
peregrinos de esperança, porque tendemos para olhar cheio de esperança no nosso tempo, para
um futuro melhor e empenhamo-nos na sua podermos trabalhar frutuosamente respondendo
construção ao longo do caminho. à vocação que nos foi dada ao serviço do Reino de
Deus, Reino do amor, de justiça e de paz. Esta es-
perança – assegura-nos São Paulo – «não enga-
na» (Rm 5, 5), porque se trata da promessa que o
Senhor Jesus nos fez de permanecer sempre con-
nosco e de nos envolver na obra de redenção que
É decisivo, para nós cristãos, Ele quer realizar no coração de cada pessoa e no
cultivar um olhar cheio de «coração» da criação. Tal esperança encontra o seu
esperança no nosso tempo, centro propulsor na Ressurreição de Cristo, que
para podermos trabalhar «contém uma força de vida que penetrou o mun-
frutuosamente respondendo do. Onde parecia que tudo morreu, voltam a apa-
à vocação que nos foi dada ao recer por todo o lado os rebentos da ressurreição.
serviço do Reino de Deus, Reino É uma força sem igual. É verdade que muitas vezes
do amor, de justiça e de paz. parece que Deus não existe: vemos injustiças, mal-
dades, indiferenças e crueldades que não cedem.
Mas também é certo que, no meio da obscuridade,
Tal é, em última análise, a finalidade de cada sempre começa a desabrochar algo de novo que,
vocação: tornar-se homens e mulheres de espe- mais cedo ou mais tarde, produz fruto» (Francis-
rança. Como indivíduos e como comunidade, na co, Exort. ap. Evangelii gaudium, 276). E o apóstolo
variedade dos carismas e ministérios, todos so- Paulo afirma ainda que fomos salvos na esperança
mos chamados a «dar corpo e coração» à espe- (cf. Rm 8, 24). A redenção realizada na Páscoa dá a
rança do Evangelho neste mundo marcado por esperança, uma esperança certa, fiável, com a qual
desafios epocais: o avanço ameaçador duma ter- podemos enfrentar os desafios do presente.
ceira guerra mundial aos pedaços, as multidões Então ser peregrinos de esperança e constru-
de migrantes que fogem da sua terra à procura tores de paz significa fundar a própria existência
dum futuro melhor, o aumento constante dos po- sobre a rocha da ressurreição de Cristo, sabendo
bres, o perigo de comprometer irreversivelmente que todos os nossos compromissos, na vocação
a saúde do nosso planeta. E a tudo isto vêm ainda que abraçamos e levamos por diante, não caiem

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no vazio. Apesar dos fracassos e retrocessos, o abramos as grades da prisão em que por vezes
bem que semeamos cresce de modo silencioso e nos encerramos, para que possa cada um de nós
nada pode separar-nos da meta última: o encon- descobrir a própria vocação na Igreja e no mun-
tro com Cristo e a alegria de viver na fraternida- do e tornar-se peregrino de esperança e artífice
de entre nós por toda a eternidade. Esta vocação de paz! Apaixonemo-nos pela vida e comprome-
final, devemos antecipá-la cada dia: a relação de tamo-nos no cuidado amoroso daqueles que vi-
amor com Deus e com os irmãos e irmãs come- vem ao nosso lado e do ambiente que habitamos.
ça desde agora a realizar o sonho de Deus, o so- Repito-vos: tende a coragem de vos envolver!
nho da unidade, da paz e da fraternidade. Que Padre Oreste Benzi, apóstolo incansável da cari-
ninguém se sinta excluído desta chamada! Cada dade, sempre da parte dos últimos e indefesos,
um de nós, no seu lugar próprio, no seu estado de repetia que ninguém é tão pobre que não tenha
vida, pode ser, com a ajuda do Espírito Santo, um algo para dar, e ninguém é tão rico que não pre-
semeador de esperança e de paz. cise de receber alguma coisa.
Levantemo-nos, pois, e ponhamo-nos a ca-
minho como peregrinos de esperança, para que
A coragem de se envolver também nós, como fez Maria com Santa Isabel,
possamos comunicar boas-novas de alegria, ge-
rar vida nova e ser artesãos de fraternidade e de

P
or tudo isso digo mais uma vez, como paz.
durante a Jornada Mundial da Juventu-
de em Lisboa: «rise up – levantai-vos!» Roma, São João de Latrão,
Despertemos do sono, saiamos da indiferença, no IV Domingo de Páscoa, 21 de abril de 2024

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AGENDA

AGENDA

18
ABR. PASTORAL VOCACIONAL

Vigília de Oração
Vigília Diocesana, promovida pelo Secretariado Diocesano
da Pastoral das Vocações, às 21h30.

19
ABR. CONSELHO EPISCOPAL

Reunião
O Conselho Episcopal é um órgão restrito de consulta do
senhor Bispo para “fomentar mais adequadamente
a ação pastoral” (cf Código deDireito canónico, cân. 473, §4).

19a21
ABR. FAMÍLIA
CPM Oliveira do Hospital
Encontro para noivos, promovido pelos Centros de Preparação para o
Matrimónio da Diocese, com a Equipa de Oliveira do Hospital.

20
ABR. JUVENTUDE

Festival Diocesano da Canção Jovem


Promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, o 27º Festival
vai realizar-se este ano em Miranda do Corvo, sob o tema “Alegres na Esperança”.

FAMÍLIA

CPM Mira
2º Encontro para noivos, promovido pelos Centros de Preparação
para o Matrimónio da Diocese, com a Equipa de Oliveira do Hospital.

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20
AGENDA

ABR. DIACONADO PERMANENTE

Encontro Diocesano
Reunião mensal dos diáconos permanentes e estagiários em ordem ao diaconado
da Diocese de Coimbra, num encontro de estudo, oração, reflexão e convívio.

21
ABR. FAMÍLIA

Festa Diocesana das Famílias


Em Miranda do Corvo, sob o tema “Arrisca, não tenhas medo”.

FAMÍLIA

CPM Coimbra
3º Encontro para noivos, promovido pelos Centros de Preparação
para o Matrimónio da Diocese, com a Equipa 4 de Coimbra (online).

25
ABR. CONVÍVIO

Primeiro anúncio
Passeio-convívio dos Cursos de Cristandade da Diocese de Coimbra.

26
ABR. CLARISSAS DO LOURIÇAL

Madre Maria do Lado


Celebração do aniversário da morte da Venerável Madre Maria do Lado.

27e28
ABR. FAMÍLIA
CPM Alto Mondego
Encontro para noivos, promovido pelos Centros de Preparação para
o Matrimónio da Diocese, com a Equipa do Arciprestado do Alto Mondego.

1a3
MAI. PASSEIO

Movimento da Mensagem de Fátima


Passeio aos Picos da Europa, com passagem por Gijón, Lastres, Covadonga,
Cangas de Onis, Oviedo e León. Mais informações: 962 695 861; 966 305 989.

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AGENDA

IGREJA UNIVERSAL

21
ABR. VOCAÇÕES

Bom Pastor
Domingo do Bom Pastor e Dia Mundial de Oração pelas Vocações, com
encerramento da Semana Nacional de Oração pelas Vocações.

21
ABR. SÍNODO

Encontro Internacional de Párocos


Início do Encontro internacional de Párocos, promovido pela Secretaria-Geral
do Sínodo dos Bispos, em que participarão mais de 200 párocos que, até ao dia 2
de maio, vão discutir o tema “Como ser uma Igreja local sinodal em missão”.

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SUPLEMENTO IGREJA VIVA

«Alicerçados em Cristo, formamos comunidades


de discípulos para o anúncio do Evangelho»

IGREJA VIVA

chão de na vida da Igreja e de cada um Viavai

couce de nós enquanto discípulo de


Jesus. No terceiro domingo de Pás-
Pe. Vítor Pauseiro coa, o lugar de Viavai, celebra
a festa da sua Padroeira Nossa
+
+PENELA Senhora do Pranto.

São Sebastião

Penela
cumeira, espinhal,
podentes, rabaçal,
san eufémia e são miguel
ta
Foram dois dias de festa e de
||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS muita alegria.

+
+UNIDADE PASTORAL Sebastião ou Sebastiano ori- +
+CUMEEIRA
DE PENELA ginário de Narbonne e cida-
dão de Milão, foi um már- Igreja Matriz da Cumeeira
Semana de Oração tir e santo cristão, morto
pelas Vocações, de durante a perseguição levada
14 a 21 abril 2024 a cabo pelo imperador roma-
Caros fiéis, pelo batismo, todo no Diocleciano.
o cristão é chamado a colocar O seu nome deriva do grego
a sua vida ao serviço da Igreja sebastós, que significa divi-
e da sociedade. Este é um dom no, venerável. Nos anos 50 do
que nos permite tomar parte século passado, os habitantes
no projeto de Deus. de Rabarrabos, alteraram o
Convido-vos para que no dia nome da terra para o nome do
18 de abril, na Igreja de Santa seu Padroeiro São Sebastião.
Eufémia em Penela às 21h30, Foram três dias de festa, que
participemos na vigília de ora- viu o lugar com muitos des-
ção pelas vocações. Com a pre- cendentes desta terra e que Devido às obras de limpeza/
sença do nosso Bispo Virgílio, participaram ativamente nes- restauro do interior da nossa
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vamos rezar pelas vocações tas festas. Igreja Matriz da Cumeeira ire-

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SUPLEMENTO IGREJA VIVA

mos celebrar nas próximas se- 19h30 : Eucaristia Vespertina na Capela de São Sebastião
manas no salão cultural e re- na Igreja Matriz de Santa 19h30 : Eucaristia Vespertina
creativo da Cumeeira, que fica Eufémia – Penela na Igreja Matriz de Santa
atrás da Igreja na rua da escola. 19h30 : Celebração da Palavra Eufémia – Penela
na Capela das Cerejeiras 19h30 : Eucaristia Vespertina
Bouçã 19h30 : Eucaristia na na Capela das Cerejeiras
Capela de Santo Amaro 19h30 : Celebração da Palavra
na Capela de Santo Amaro
cc Domingo, 21 de abril –
IV Domingo da Páscoa cc Domingo, 28 de abril –
09h00 : Eucaristia na Igreja V Domingo da Páscoa
Matriz da Vila do Espinhal 09h00 : Eucaristia na Igreja
09h00 : Celebração da Matriz da Vila do Espinhal
Palavra na Capela de Viavai 09h00 : Celebração da
No domingo de Pascoela, ce- 10h30 : Celebração da Palavra Palavra na Capela de Viavai
lebrou-se no lugar de Bouçã- na Igreja Matriz do Rabaçal 10h30 : Eucaristia na
Cumeeira Eucaristia em Honra 10h30 : Eucaristia na Igreja Igreja Matriz do Rabaçal
de Nossa Senhora do Socorro. Matriz da Cumeeira 09h00 : Eucaristia na Igreja
Um lugar que atualmente tem 10h30 : Eucaristia na Igreja Matriz de Podentes
12 moradores, viu neste dia tri- Matriz de Podentes 09h00 : Celebração da Palavra
plicar os seus moradores, pois 12h00 : Eucaristia na na Igreja Matriz da Cumeeira
os filhos da terra vieram feste- Igreja Matriz de Santa 12h00 : Bênção dos Ramos,
jar este dia. Eufémia – Penela Eucaristia na Igreja Matriz
de Santa Eufémia – Penela
||||||||| AGENDA SEMANAL cc Terça-feira, 23 de abril
19h30 : Eucaristia na Capela cc Terça-feira, 30 de abril
cc Quinta-feira, 18 de abril da Venda das Figueiras 19h30 : Eucaristia na Capela
10h00 : Eucaristia na da Senhora da Glória
Igreja Matriz de Santa cc Quarta-feira, 24 de abril
Eufémia – Penela 11h00 : Eucaristia na Capela |||| AS NOSSAS FAMÍLIAS
19h30 : Eucaristia na da Lagoa de Podentes
Capela de Câneve Óbitos
21h30 : Vigília pelas Vocações cc Quinta-feira, 25 de abril
na Igreja Matriz de Santa 10h00 : Eucaristia na +
+PENELA
Eufémia – Penela, presidida Igreja Matriz de Santa
pelo Sr. D. Virgílio Antunes Eufémia – Penela cc 31 de março
Bispo de Coimbra Faleceu Abílio Pires Nunes,
cc Sexta-feira, 26 de abril 92 anos, casada com Maria
cc Sexta-feira, 19 de abril 18h00 : Eucaristia na Igreja Amélia Nunes, residente
19h30 : Eucaristia na Mariz da Vila do Espinhal na Ponte D’Aveia-União das
Capela dos Carvalhais 19h30 : Eucaristia na freguesias de São Miguel,
Capela das Grocinas Santa Eufémia e Rabaçal. Foi a
cc Sábado, 20 de abril sepultar no cemitério de Penela.
18h15 : Celebração da Palavra cc Sábado, 27 de abril
na Capela das Taliscas 18h15 : Eucaristia Vespertina cc 3 de abril
18h15 : Eucaristia Vespertina na Capela das Taliscas Faleceu Maria da Luz Lopes
na Capela de São Sebastião 18h15 : Celebração da Palavra da Silva, 93 anos, solteira,
18h15 : Celebração da Palavra na Capela dos Fetais Cimeiros residente nas Cerejeiras-
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na Capela dos Fetais Cimeiros 18h15 : Celebração da Palavra União das freguesias de

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SUPLEMENTO IGREJA VIVA

São Miguel, Santa Eufémia cc 4 de abril sericórdia, fez-se um momento


e Rabaçal. Foi a sepultar Faleceu, Manuel Francisco de acolhimento da Cruz, de ora-
no cemitério de Penela. do Rosário, 96 anos, viúvo ção e de bênção, uma vez que
de Maria Luísa dos Santos teve celebração da Palavra, no
cc 7 de abril Guiomar, residente Ramada domingo de Páscoa, e foi esta
Faleceu o menino Francisco – Odivelas. Foi a sepultar no a melhor solução encontrada,
Pimenta Balão, 2 meses, cemitério da Vila do Espinhal. este ano, para um momento de
residente na Vila de Penela- festa. No próximo ano, poderá
União das freguesias de também encontrar-se uma ou-
São Miguel, Santa Eufémia tra solução, que permite maior
e Rabaçal. Foi a sepultar envolvência da comunidade.
no cemitério de Penela. Prosseguiu também a visita
pascal, na paróquia de Casta-
cc 10 de abril nheira de Pera, proporcionan-
Faleceu Maria Mabilde, 92 anos,
Zona do do a saída duma letargia, em

Pinhal
viúva de Mário Luís da Silva, que tinha enveredado, quando
residente em São Sebastião recusou a continuidade desta
– União das freguesias de arega, campelo, castanheira tradição, animada por leigos,
de pera, coentral, figueiró
São Miguel, Santa Eufémia dos vinhos, graça, pedrógão há alguns anos atrás. Felizmen-
e Rabaçal. Foi a sepultar grande, vila facaia te foi possível agora retomá-la,
no cemitério de Penela. congregando a comunidade
||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS para as capelas das várias loca-
+
+PODENTES lidades, na tarde do domingo de
Com a Páscoa, brota a Pascoela. Assim se fez o périplo
cc 30 de março vida que nos vem da pelas capelas de Troviscal, Sar-
Faleceu Cecília Mendes, Ressurreição do Senhor zedas de S. Pedro, Moita, Gesto-
75 anos, viúva de Júlio Vieira, No último número do jornal, sa Cimeira, Gestosa Fundeira,
residente em Podentes, partilhámos neste espaço a Senhora da Guia e Pera, cul-
natural das Cerejeiras -União vivência pascal. Continuamos minando na igreja matriz. Aqui
das freguesias de São Miguel, a fazê-lo, pois o dinamismo se realizou um convívio, com a
Santa Eufémia e Rabaçal. Foi a da liturgia deste tempo ofere- partilha dum lanche, a coroar
sepultar no cemitério de Penela. ce uma grande riqueza, que é esta festa pascal, porque o Se-
fundamental à vivência da fé. nhor Ressuscitado trouxe um
+
+ESPINHAL Uma pessoa amiga enviou uma novo dinamismo de vida.
mensagem eletrónica, para
cc 6 de março partilhar que “a Vigília Pascal Em Campelo, fomos
Faleceu, Maria de Lurdes foi muito bonita: foi a minha convocados a abrir o coração
Bernardo, 79 anos, casada com primeira vigília, e tornou o meu
Arménio Dias, residente na Vila domingo de Páscoa bem ilu-
do Espinhal. Foi a sepultar no minado, com o meu afilhado,
cemitério da Vila do Espinhal. os padrinhos dos meus filhos,
com os meus… casa cheia!” Fe-
cc 26 de março lizmente que aparecem men-
Faleceu, Manuel Rodrigues, sagens, como esta, a manifes-
103 anos, viúvo de Celeste São tar que vale a pena sair da sua
João, residente em Odrinhas zona de conforto, para mergu-
– São João das Lampas. lhar na fonte da vida. Esta paróquia, desertifica-
Foi a sepultar no cemitério da Na igreja de Vila Facaia, após a da e isolada, também viveu o
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Vila do Espinhal. Eucaristia, no domingo da mi- encontro com o Senhor Res-

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SUPLEMENTO IGREJA VIVA

suscitado. No domingo, dia 14 caminho de iniciação cristã e estavam abertas à visita do Se-
de abril, após a Eucaristia na comunitária. E os animadores nhor Ressuscitado! Umas por
igreja matriz, em que o enfeite colaboram, no incentivo desta luto recente, outras porque os
das flores também foi convi- caminhada e deste amadure- seus proprietários resolveram
te à alegria e à festa, fez-se a cimento. Jovens: sede jovens! fazer umas pequenas férias,

coimbra rte
passagem pelas capelas da pa- outras porque nunca abriram
róquia. Foram seis. Nalgumas, e outras por razões desconhe-
residentes habituais, um ou
poucos casais. Mas não deixá- no cidas, mas uma grande certeza:
em todas, onde entrou o Se-
mos ninguém de fora. Inclusi- nhor,reinou a maior alegria e
vamente, como aconteceu na respeito, na vivência deste mo-
última, Singral, mesmo para mento festivo: celebração do
escutar as queixas dos habi- maior Mistério Cristão: a Res-
tantes, de se sentirem um pou- surreição do Senhor.
co abandonados, de não terem Este momento foi, também,

São Bento
acesso a alguns bens essen- ocasião de encontro, entre
ciais, como a água, devido ao tantos que, há muito tempo,
reduzido número de habitan- ançã, antuzede, não se visitavam. Que sauda-
tes, e às distâncias. Mas valeu s. joão do campo e vil de matos des tempos do tempo em que
a pena, recuperar esta práti- a saúde nos permitia visitar,
ca pastoral, como referiram ||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS pessoalmente, todas as casas,
a comissão de senhoras, que ano sim, ano não, apesar de al-
acompanhou o pároco. +
+ANÇÃ / ANTUZEDE guma correria a que o volume,
das mesmas, obrigava. Perde-
Aniversário da Cruz Ainda as Boas Festas mos momentos de contacto,
peregrina: valeu a pena! precioso, com muitos dos nos-
sos queridos paroquianos.

Com muita boa vontade de


A catequese de Castanheira de grande número de leigos, foi
Pera marcou presença, no dia possível realizar, em todos os Aproveitando a preciosa pre-
14, em Coimbra. Com acompa- lugares destas duas Paróquias, sença, entre nós, de Frei Wilter
nhamento de várias catequis- a tradicional Visita Pascal. No Malveira, ele mesmo integrou
tas, enviaram uma mensagem, dia de Páscoa, em Ançã, quatro uma equipa, no dia de Páscoa
e fotos, para testemunhar a cruzes percorreram Ançã; na e na segunda-feira de Páscoa
alegria da participação, mani- segunda-feira, duas cruzes visi- e no Domingo de Pascoela. Re-
festando a sua felicidade. Uma taram as casas da Granja e Gân- gressou, sempre feliz por par-
catequista refere que “a nossa dara; no Domingo de Pascoela, ticipar nesta linda Celebração
juventude castanheirense deu quatro cruzes andaram de porta da Ressurreição, tradição que
mais um passo para junto do em porta, S. Facundo, Cidreira, no Brasil não existe, mas que
Senhor”. Graças a Deus! Sobre- Antuzede e Póvoa do Pinheiro. viveu com grande alegria, ape-
tudo, é também a expressão da Infelizmente, pelas mais diver- sar do cansaço, realçando esta
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adesão dos mais novos, no seu sas razões, nem todas as portas bela oportunidade de Evange-

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SUPLEMENTO IGREJA VIVA

lização e de encontro, festivo, Nem a coragem do tempo, nem Centro, na pessoa do Sr. pro-
entre os cristãos das nossas a descristianização que hoje se fessor Francisco Apolónio, fez
comunidades. verifica, diminuem esta fé na com que mais de uma centena
Estamos imensamente gratos intervenção de S. Bento, junto de crianças, professores e fun-
a todos quantos abriram as de Deus! cionários, visitassem parte da
portas ao Senhor, às comitivas Neste dia, a cada Romeiro que zona histórica desta Vila, para
que O acompanharam e felizes paga as suas promessas, é en- muitos deles, completamente
pelo respeito que, sabemos, tregue a “Relíquia”, ou seja, um desconhecida.
sempre reinou nesta Visita. pedacinho de queijo, metido Com a devida antecipação, foi
num quarto de bico de pão, pedida a colaboração do Gru-
+
+ANÇÃ embrulhado em papel pardo po de Teatro, “Novo Rumo” e
que, religiosamente, levam do Grupo Típico de Ançã. Aí os
Segunda-feira dos para casa e que, durante um esperava o moinho a trabalhar,
Irmãos de S. Bento ano, não guarda bolor. a velha cozinha a funcionar, a
Há dezenas e dezenas de anos É difícil encontrar uma razão roupa a ser lavada, à moda anti-
que, anualmente, se celebra histórica para esta linda de- ga, isto, na zona do Moinho. No
esta linda memória, na Cape- voção; pensamos nós e outros Museu, pequeno para receber
linha de S. Bento! Na segun- estudiosos do assunto, que tantos, puderam conhecer, tan-
da-feira de Pascoela, logo de será uma reminiscência de tas coisas que nunca tinham
madrugada, centenas e cen- bodos antigos que, em tempos visto: charruas, arados, foices,
tenas de Irmãos de S. Bento se de fomes e pestes, eram dis- almudes, cabanejos, açafates,
dirigem a este Santuário, pa- tribuídos a quantos, neste dia, forquilhas, cangas de bois, gar-
gando a suas promessas e as visitavam este Santuário. Con- fos e facas antigas, candeias,
suas quotas, rezando, indivi- tinuamos a procurar aprofun- saleiros, lenços antigos, penico,
dualmente ou participando na dar esta tradição. etc., etc., e, sobretudo saber pra
Eucaristia das 9 ou das 12h, ou, Para o próximo ano cá estarão que é que tudo aquilo servia.
ainda, no terço rezado, pon- os mesmos, se forem vivos, ou Fazemos votos para que estes
tualmente, às 19h. os seus descendentes. Disto momentos se repitam, não
A missa das 12h é missa solene, não temos nenhuma dúvida. nesta normal correria, mas em
celebrada por alma dos Irmãos O nosso obrigado ao Conselho visitas guiadas para pequenos
falecidos e acompanhada pelo Económico da Paróquia que vai grupos.
nosso coro, um pouco mais re- orientando todo este serviço. De notar e aplaudir a presen-
duzido, pois segunda-feira é ça do Sr. Pedro Leitão que,
dia de trabalho. Pelo Centro Escolar de com um burrinho da Avança,
A devoção a “S. Bentinho” saiu Ançã: Conhecer o Passado devidamente equipado, “deu
“para fora de portas de Ançã”, boleia” a muitos meninos que
numa área de muitos quilóme- nunca andaram em cima de
tros, espalhando-se, sobretu- um burro e, se calhar, nunca
do, por toda a região do Baixo mais andarão. Feliz Evento.
Mondego, Gândaras e Bairrada,
tantas são as pessoas que du- Pe. Manuel de Jesus
rante este dia, aqui se cruzam.
Tudo isto se deve à grande de- |||| AS NOSSAS FAMÍLIAS
voção a S. Bento que, além do
bem espiritual que faz, a quem Falecimentos
a tem, regista uma imensidão
de graças recebidas pelos de- No dia 29 de março,
votos, algumas das quais são Uma feliz iniciativa da Comis- acompanhámos, ao cemitério
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para nós autênticos milagres. são de Pais e Direção deste a Sr.ª Maria Adosinda Ferreira

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Cardoso, viúva, com 94 anos e de muitos dos grupos de ao banquete final, para que, “lá
de idade. Era uma senhora apostolado da Unidade Pasto- chegando, preparados e com
muito estimada, na Vila, ral de S. José e S. João Baptis- alegria, possamos saborear
agora já internada num lar. ta. O caminho de luz começou como o Senhor é bom e assim
Paz à sua alma e conformação nas arcadas da igreja de S. José O levarmos a todos os que nos
para sua estimada família. e percorreu 14 estações, pro- rodeiam, como Ele nos pediu”,
tagonizadas pelos elementos explicou o sacerdote, acres-
No dia 12 de abril, dos vários grupos represen- centando que “esta possibili-
acompanhámos, também, tados, tendo terminado com a dade traz-nos também uma
ao cemitério o nosso querido oração pela Nova Evangeliza- corresponsabilidade: ir e evan-
amigo, Carlos Alberto Dias ção, oração com que as células gelizar, cumprindo o mandato
Salguinho, com 58 anos de paroquiais de evangelização missionário, anunciando o
idade, doente há bastante terminam os seus encontros. fogo do Espírito Santo”.
tempo, falecendo depois Percorremos juntos no amor
de doença prolongada. Há entre irmãos, na diversidade
muito tempo que tínhamos e na unidade, as 14 estações,
muita estima pelo “Carlitos”, acompanhando Jesus no Seu
assim lhe chamava, desde caminho de glória, vivencian-
os tempos em que foi do assim 50 dias de verdadei-
empregado no restaurante ros acontecimentos que as
Brasil, da minha irmã. pessoas próximas d’Ele vive-
Que o Senhor lhe dê o eterno ram e testemunharam, depois
descanso e a sua família, A ideia é a que a Luz do ressus- da Sua ressurreição.
especialmente, sua irmã, citado vá preenchendo todas Foi tão bom ver o Senhor no
a consolação e conforto. as sombras dos participantes rosto de cada um dos pre-

coimbra na
enquanto estes vão entrando sentes e perceber que nos
nos diversos passos em que acompanha e em cada Páscoa

urba Jesus ressuscitado se foi ma-


nifestando aos discípulos.
Sendo a Quaresma central
nos faz renascer e restaura a
nossa fé. Foram momentos
de verdadeira introspeção
na vida dos cristãos, duran- conduzidos pela Palavra de
te 40 dias estes preparam-se Deus que nos orienta, por re-
para a Páscoa. Como referiu flexões que nos guiam, preces
o Padre Jorge Santos Silva: por aqueles que necessitam e
“Com a celebração do dia da cânticos que ajudaram a ecoar
Ressurreição do Senhor uma nos nossos corações as passa-

São José e São alegria sem fim invade-nos, gens bíblicas meditadas.

João Batista mas facilmente nos descuida-


mos e negligenciamos o tem-
Protagonizaram as 14 esta-
ções os seguintes grupos: Cé-
po que agora estamos a viver, lulas Paroquiais de Evangeli-
||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS os 50 dias que antecedem o zação – Seguidores de Jesus,
Pentecostes”. Ágape, CPE São José, Desper-
Via Lucis em S. José Assim, e para melhor viver tar, Pedras Vivas, Maria Por-
No passado sábado, pelas 21h, este tempo, foi proposto um ta do Céu, Estrela Polar, CPE
realizou-se a Via Lucis, na caminho de luz, a Via Lucis, São João Baptista; Alpha São
Igreja de S. José, que contou no sentido dos cristãos ca- José; Alpha São João Baptis-
com a participação das células minharem com os discípulos ta; Alpha Jovens; Crismandos;
paroquiais de evangelização, durante os 50 dias, peregri- Grupo Vem e Segue-me; ASJ e
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dos diversos grupos de jovens nando até à Terra Prometida, Escuteiros.

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nordeste
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Jesus Ressuscitou! Ele vive! do por família e amigos.

Arganil
arganil, s. martinho da corta,iça, O reitor de Arganil, padre Lu-
sarzedo, pombeiro da beir cas Pio, embelezou a cerimó-
celavisa, secarias e folques nia com as suas palavras, de
tão grande beleza e importân-
||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS cia que o momento merece.
A todas as crianças batiza-
Batizado da Benedita das e a seus pais desejamos
e dos irmãos Maria Flor que continuem no caminho
Com a Ressurreição de Cristo, e Bernardo em Arganil da Fé, alicerçados pelo Cris-
vitória da vida sobre a mor- e batizado dos irmãos to vivo, Aquele que nunca nos
te, terminou a campanha Letícia e Lourenço em desampara!
da Quaresma da Catequese S. Martinho da Cortiça
de Infância da Paróquia de Aniversário da Irmandade
São José “toma a tua Cruz e do Santíssimo Sacramento
segue-me”. e viagem de um grupo
Ao longo destas semanas de catequese de S.
vimos, com alegria, a nos- Martinho da Cortiça
sa cruz ser preenchida com
maçãs, cartas, lâmpadas, tri-
go e outros símbolos alusi-
vos aos Evangelhos de cada
domingo. Os símbolos foram No passado fim-de-semana,
oferecidos pelas crianças no realizaram-se em Arganil e S.
ofertório de cada domingo, Martinho da Cortiça, os bati-
com as suas mensagens e zados dos pequenos, Benedita,
compromissos. Maria Flor, Bernardo, Letícia e
Esperamos que esta cami- Lourenço. No passado fim-de-semana a
nhada que as crianças fize- Irmandade do Santíssimo Sa-
ram com as suas famílias cramento de S. Martinho da
tenha contribuído para en- Cortiça comemorou o seu ani-
tenderem melhor este tem- versário na missa de domin-
po e reconhecerem o grande go, seguida de uma romagem
Amor que Jesus tem por cada ao cemitério. Esta celebração
um de nós e O levou a morrer contou ainda com a presença
para a nossa Salvação. da Irmandade do Santíssimo
Sacramento de Arganil.
Elisa Serra e Natália Costa Momento de grande impor- A todos desejamos longa vida
Coordenação tância para as crianças, seus com as bênçãos de Deus.
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da Catequese de Infância pais e padrinhos testemunha- Um grupo da catequese de S.

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Martinho da Cortiça rumou até Lucas Pio, e alguns elemen-


Salamanca para uma visita. tos pertencentes à Fábrica da
Igreja de Arganil e Irmandade
do Santíssimo Sacramento le-
varam com toda a Fé e alegria,

Oliveira do
a todos os estabelecimentos
comerciais que aderiram a
esta iniciativa, a Cruz de Cristo
ressuscitado. hospital
bobadela, ervedal da beira, a,
Agradecemos a todos lagares da beira, lagos da beir
quantos se doam a esta lajeosa, meruge, oliveira doos,
hospital, s. paio de gramaçlagos
Onde todos puderam partilhar missão tão bela! seixo da beira, travanca de
experiências e aproveitar ao
máximo o que a cidade lhes Lançamento do livro ||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS
proporcionou. do Padre Albino
Camati e Pé- Cristo +
+TRAVANCA DE LAGOS
Visita Pascal no Na próxima sexta-feira será
comércio de Arganil o lançamento do livro, “Doce Festa do Pai Nosso
centelha sobre a alma”, do pa-
dre Albino Camati. A cerimó-
nia será no Salão Nobre da Mi-
sericórdia, às 18h30.

Na passada semana, e pelo se- Um dia de muita alegria para


gundo ano consecutivo, a Visi- as crianças do 2 ano, que ago-
ta Pascal foi feita percorrendo ra podem rezar todos os dias
o comércio de Arganil. Já no o PAI NOSSO com as suas fa-
ano transato esta iniciativa ti- mílias, confiando-se assim a
nha sido muito bem recebida e Deus, nosso Pai.
este ano não foi diferente.

No próximo domingo terá lu-


gar o 3º Pé Cristo, este ano,
rumo à paróquia do Sarzedo.

Marta Ramos Mendes Que possam continuar a cres-


Com a colaboração da Escola cer na FÉ e no AMOR.
de Música Pauta em Movimen-
to, o Maestro Tiago Mateus e Reunião de Pais dos
alguns músicos abrilhanta- Grupos da Profissão de Fé
ram esta iniciativa com a sua Na Profissão de Fé os adoles-
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música. O nosso reitor, padre centes podem assumir os seus

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compromissos batismais, con- se irá refletir sobre um tema o sentimento que nos une a
tinuando a caminhada da ca- bastante atual. Jesus.
tequese até ao sacramento da Oradora: Drª Ana Machado
Confirmação/Crisma. cc Sexta feira 26 abril às 21h
Salão Nobre dos BVOH
Participe!

Encontros de Catequese

Cantámos e dançámos.
Ela é sobretudo a celebração Obrigada Mãe Liliana!
do final da infância. Os cate-
quizandos crescem, deixam +
+UP OLIVEIRA
de ser crianças, chegam a uma DO HOSPITAL
etapa importante da sua vida
que precisa de ser celebrada. 4.° Peregrinação a Fátima
a Pé - 9 a 13 maio

Retomamos os encontros de
catequese e no grupo do 1.ano
houve uma surpresa especial:
uma mãe aceitou o desafio de
dinamizar o encontro!

Para muitos, esta festa pode Já se realizou a primeira reunião


ser um momento marcante na para partilha de informações
sua vida cristã com repercus- com os peregrinos inscritos.
sões positivas no futuro. As caminhadas de preparação
Profissão de Fé na Paróquia também já estão a decorrer e são
de Oliveira do Hospital às segundas e quintas feiras, às
com 45 adolescentes 21h30, sendo o ponto de encon-
cc 19 maio às 10h30 - A mãe explicou o significado tro o adro da Igreja Matriz OH.
Domingo de Pentecostes da Ressurreição de Cristo e o
imenso Amor que Ele tem por
Identidade de Género cada um de nós!

Últimas inscrições em:


https://forms.gle/
R9GxJa8pzsbgBeHDA
Convidam-se todas as famí- Informações: 927 695 099
lias e comunidade a participar Tivemos direito a um origami Peregrinação a Fátima: uma
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nesta sessão formativa em que onde cada um podia escrever viagem para dentro de nós!

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+
+VALE TORTO -
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Mãe, de «uma Mãe tem sempre


PARÓQUIA DO o coração
SEIXO DA BEIRA

Nossa Senhora da Saúde

O CAMINHO CONTINUA!

movimentos
e serviços
aberto, para todos os filhos,
todos, todos, todos, sem exce-
ção». Este é o eco do clamor
de Francisco na Colina do En-
contro, em que nos pediu que
disséssemos com ele que na
Igreja há lugar para «TODOS,
TODOS, TODOS», repetimos
Oração quando ele nos pediu; três ve-
Movimento

Cursilhos de
Ó Virgem Puríssima, que sois zes, cada um na sua língua.
a Saúde dos Enfermos, o Re-
fúgio dos Pecadores, a Conso-
ladora dos Aflitos e a Despen- Cristandade
seira de todas as graças, na
minha fraqueza e no meu de- ||||||||||||||||||||||||||||| NOTÍCIAS
sânimo apelo hoje, para os te-
souros da vossa divina miseri- Ultreia mensal do centro
córdia e bondade e atrevo-me de Ultreia de Pombal
a chamar-vos pelo doce nome
de Mãe. E nós, como nos sentimos aco-
Sim, ó Mãe, atendei-me em lhidos na nossa comunidade/
minha enfermidade, dai-me a Igreja?
saúde do corpo para que pos-
sa cumprir os meus deveres
com ânimo e alegria, e com
a mesma disposição sirva a
vosso Filho Jesus e agradeça a
vós, Saúde dos Enfermos. O Centro de Ultreia de Pom-
Nossa Senhora da Saúde, ro- bal, do MCC, viveu a sua Ultreia
gai por nós. mensal, do corrente mês de
abril, no passado dia 5, sendo a
+ OLIVEIRA
+LA A proposta do SDPF Coimbra mesma coordenada pela nossa
DO HOSPITAL da Diocese de Coimbra, com irmã Cristina Silva.
organização da Equipa da Pas- Após dar as boas vindas a to-
2.° Encontro Famílias toral Familiar da nossa UP cul- dos os presentes, relembran-
de Acolhimento e minou num serão de oração, do-nos que Cristo ressuscitou
Voluntários partilha e convívio, onde rei- e está vivo, no meio de nós,
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Uma Igreja que é a casa da nou a boa disposição. a mesma pediu ao Sr. Padre

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Custódio que fizesse a oração todas(os) nos deram a conhe- muito pequenino, mas, com
inicial. cer o que sentiram durante todo o entusiasmo e empenho
Podemos afirmar que esta Ul- aqueles três dias e todas(os), prometeram dar continuidade
treia foi especial. E foi espe- sem exceção, afirmaram que aqueles três dias, nos ambien-
cial por dois grandes motivos; aquelas visitas ao Sacrário tes onde estão inseridas(os).
desde logo porque tivemos a foram e continuam a ser mo- O Padre João Fernando, na
graça de contar com a presen- mentos inesquecíveis, referin- sua intervenção, afirmou que
ça dos três sacerdotes, Padre do também, que a convivência aquela convivência é para ser
Custódio, Padre Quirino e Pa- entre todas(os), nos respetivos continuada e que a intimidade
dre João Fernando Dias, este Cursilhos, foi muito importan- com Cristo é para ser vivida.
de todos sobejamente conhe- te, para a união dos grupos e de Foi referido pela nossa irmã
cido, facto que nos encheu de todas(os), individualmente. Lena (Helena Cabral) o gran-
alegria e nos enriqueceu com de poder da oração, de todos,
as suas palavras de incentivo. a qual foi sentida de forma
Depois, porque a mesma ser- particular.
viu para apresentação das(os) Por último, referir que este Ul-
novas(os) irmãs(ãos) que o Se- treia decorreu de forma ani-
nhor nos deu, num total de dez. mada e entusiasta, de tal modo
A partilha das(os) novas(os) que não se deu pelo passar do
irmãs(ãos) foi acolhida com tempo, apesar da hora adian-
muita alegria e entusiasmo e Quanto ao quarto dia, todas(os) tada a que a mesma terminou.
foi muito enriquecedora, pois afirmaram que ele ainda é DECOLORES. k

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O grande espaço diocesano de reflexão partilhada
a partir da fé sobre os acontecimentos eclesiais,
a vida das comunidades e a cultura atual.

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