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T ECENDO D IREITOS
T ECENDO D IREITOS
2020
© FONTE EDITORIAL
I. Título
ISBN 978-65-87388-33-5
SUMÁRIO
SUMÁRIO
PREFÁCIO, 7
APRESENTAÇÃO, 11
OS AUTORES, 219
PREFÁCIO
A coletânea Tecendo Direitos segue temáticas jurídicas e
interdisciplinares que compõem a necessária pluralidade de ideias aos
estudantes, pesquisadores (as) e cientistas da área de Ciências
Humanas, Sociais e Aplicadas, dentre outras. Em treze artigos
observam-se análises críticas com imbricagens interessantes que
auxiliam, especialmente, na formação do futuro operador do Direito.
Refletem sobre o ensino superior e as diversas garantias de direito,
que mesmo na contemporaneidade, são relegados no fluxo do cotidiano
social dos indivíduos.
A presente obra evidencia tessituras fundamentadas em pesquisas
empíricas e aportes teóricos de componentes bibliográficos e pensadores
(as) significativos em relação à realidade jurídica experienciada na
sociedade contemporânea. Os artigos, ora produzidos, seguem uma
linha do conhecimento científico que é disseminado, a partir dos fatos
geradores pela não garantia de tais direitos, num continuum processo
social preestabelecido.
Os autores (as) referendados apresentam narrativas atuais com
resultados e contribuições de excelência para os mundos acadêmico e
científico, a partir de reflexões críticas que interpelam novos olhares,
novas concepções, a partir de metodologias alinhadas às
problematizações em cada proposição.
Inicialmente, é debatido acerca da rejeição de circunstâncias
fáticas e jurídicas em favor da liberdade religiosa que, embora, estejam
intrinsicamente conexos, os direitos individuais são passíveis de
desacordos pelo livre-arbítrio de cada um (a) em relação à sua religião.
É tema de discussão a questão da proteção aos idosos, observada
a proporção da garantia da dignidade humana nas experiências do
cotidiano social. Nesse sentido, é cogente a pesquisa para, a priori,
comprovar ou não, a efetividade do estado no que se refere aos direitos
e obrigações enquanto garantias junto ao público idoso.
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APRESEN
APRESENTTAÇÃO
Em 2019, o Núcleo de Trabalho de Curso da graduação de
Direito passou por mudanças regulamentares drásticas. Pela primeira
vez, foram instituídas linhas de pesquisa em parceria com o Núcleo de
Pesquisa, coordenado pela professora Nayala Duailibe. Pela primeira
vez, a escolha do orientador pelo aluno foi baseada única e
exclusivamente no material a ser escrito por ele.
Como é de praxe, as dificuldades aparecem aos pioneiros de
qualquer empreitada. Ser titular da primeira vez não é algo fácil.
Especialmente quando isso implica em grandes alterações no modo de
fazer já conhecido. No semestre 2019.2, as submissões das verificações
aprendizagem foram alteradas para o modo online, o acadêmico precisou
se acostumar a cumprir um prazo que não pode ser estendido, o que
certamente é um treino para o porvir profissional que o aguarda.
Ao final de 2019, e tendo em vista as dificuldades tidas, chegamos
a ouvir - Nayala e eu - que talvez fosse necessário retroceder um
pouco, ou dar mais tempo para que os alunos se ajustassem a nova
situação. Pelo contrário, o nosso pensamento é de que se o aluno tem
dificuldades, deve fazer mais daquilo, não menos. Deve ter a
oportunidade de praticar, de masterizar a ação e conduzir-se com
facilidade.
Para 2020.1, isso foi o que aconteceu. Escolha de linha de
pesquisa? On-line. Escolha do orientador? On-line. Cartilha com
instruções para o TC? On-line. Submissões de trabalhos? On-line. De
fato, houve resistência, mas Deus em infinita sabedoria, nos firmou
nessa posição, e agora, há meses com aulas presenciais suspensas,
sabemos que se tudo não houvesse começado em 2019, não teríamos
finalizado 2020.1.
Os trabalhos compilados nesse livro são mais que monografias
de graduandos, são trabalhos forjados em dificuldade e falta de recurso,
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1 A SPEC
SPECTT OS PRÁT ICOS DO
PRÁTICOS
EXER CÍCIO D
EXERCÍCIO DAA LIBERD
LIBERDADEADE
RELIGIOS A: UMA ANÁLISE ACERCA DA
RELIGIOSA:
SUJEIÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS E
JURÍDICAS EM FAVOR DA LIBERDADE RELIGIOSA
INTRODUÇÃO
A liberdade religiosa e a consequente relação que essa detém
com os demais direitos fundamentais é compreendida no sentido de
que o seu livre exercício representa a individualidade inerente a todo
cidadão, sendo, além do mais, representação máxima do vigente Estado
Democrático de Direito. Nesse compasso, torna-se, pois, inevitável a
confluência de crenças diversas determinando as relações humanas, o
que, por via de consequência, possibilita constatar-se a previsibilidade
da colisão de princípios basilares do Estado ambiente dessas relações1.
Noutras palavras: apesar de intrinsicamente correlacionados com a
liberdade religiosa, direitos individuais estão passíveis de serem
contrariados pelo livre exercício da autodeterminação do indivíduo em
relação a religião.
É cediça a indubitável influência gerada, ao longo dos tempos, pelo
fenômeno religioso em detrimento do processo de criação de normas e a
efetiva aplicação de suas disposições. Não obstante a essa realidade, no
mesmo desenrolar dos anos consolidou-se o ideal de racionalidade e
secularização, deixando a religião, por via de consequência, de ser uma
fonte de legitimidade2. Consagrou-se, então, a
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14
[...] adequação [...] significa que qualquer medida que o Poder Público
adote deve ser adequada à consecução da finalidade objetivada, ou seja,
[...] o meio escolhido há de ser apto a atingir o objetivo pretendido. [...]
o pressuposto de necessidade significa que a adoção de uma medida
restritiva de direito só é válida se ela for indispensável para a manutenção
do próprio ou de outro direito [...] o juízo de proporcionalidade em
sentido estrito somente é exercido depois de verificada a adequação e
necessidade [...]. Confirmada a configuração dos dois primeiros
elementos, cabe averiguar se os resultados positivos obtidos superam as
desvantagens decorrentes da restrição a um ou outro direito [...]. [...]
traduz a exigência de que haja um equilíbrio, uma relação ponderada [...]
(PAULO & ALEXANDRINO, 2016, p. 173). (Grifo).
15
3. DAS SUJEIÇÕES
3.1 DA PRISÃO DOMICILIAR E FREQUÊNCIA A CULTOS NOTURNOS
Em sede de Recurso Especial interposto perante o Superior
Tribunal de Justiça, um recorrente, do estado de Tocantins, o fez em
face de acórdão que não deu provimento ao seu Agravo em Execução
Penal cujas razões recursais indicavam a violação aos preceitos do art.
24 da Lei de Execução Penal, pugnando, finalmente, pela reforma do
acórdão e concessão do direito de frequência a cultos religiosos.
Observando-se a realidade do recorrente quando da interposição do
recurso, aquele encontrava-se em prisão domiciliar com monitoramento
eletrônico em razão da ausência de local apropriado para cumprimento
da pena em regime semiaberto.
Acerca da questão da ausência de local apropriado para os
presos do regime intermediário (isto é, semiaberto), necessárias se
fazem algumas ponderações. Inicialmente, diante de preceitos
fundamentais consolidados na Constituição Federal, como princípios
da individualização da pena8 e da legalidade9, não há que se falar em
manutenção de condenado em um regime mais gravoso em decorrência
da falta de estabelecimento penal adequado, isto conforme decisão
exarada pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário nº
641.320, que originou a Súmula Vinculante 5610 consolidando o referido
entendimento.
Atentando-se às disposições estabelecidas no julgamento do
Recurso Extraordinário, esse assim determinou
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em consideração as situações apontadas e suas respectivas
observações críticas, impreterível é o caráter da conveniência de se
afirmar que os operadores do Direito têm a incumbência de orientar
seus serviços prestados à sociedade com o objetivo de assegurar a
aplicabilidade máxima dos direitos fundamentais inerentes a todo e
qualquer cidadão. Não obstante a essa premissa, desponta-se a
imprescindibilidade de ponderação, pelos operadores, de valores
morais e sociais nas decisões que tenham como objeto de debate a
concorrência conflitante entre o direito à liberdade religiosa e outro
direito fundamental tão relevante quanto.
Há de se convencionar, ademais, em vista do discorrido, que,
havendo situações de excepcionalidade considerável, presume-se
como medida de inteira equidade a supressão do direito que grupos
de fiéis têm de “exercer a opção pela liturgia imposta por sua convicção
íntima de fé” (VIEIRA & REGINA, 2018, p. 94) para que se obste
potencial mácula irreversível à coletividade. Esse argumento delineia-
se na indispensável observância se eventual posicionamento a ser
adotado ocasiona resultados positivos que superam as desvantagens
em restringir um dos direitos em conflito.
Nas situações apontadas, especificamente, em um esforço de
assegurar a aplicabilidade máxima dos direitos fundamentais, e ainda
cuidadosos quanto à indispensabilidade de se satisfazer o dever de
obediência ao princípio da proporcionalidade e razoabilidade, os
posicionamentos se deram a fim de preservar e certificar a possibilidade
do exercício da convicção íntima dos fiéis em questão. Esses
posicionamentos, dando-se o necessário destaque, não apresentaram
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NOTAS
1
VIEIRA, Thiago Rafael; REGINA, Jean Marques. 2018, p.92 e 93.
2
CARVALHO, Wanderley Teixeira de; MATEUS, Sergio. 2016, p.96.
3
Exemplo notório e simples é o encontrado no preâmbulo da Constituição Federal que,
ao dispô-lo, traz a premissa de “sob a proteção de Deus”. Ademais, tem-se, como
sabido, os feriados religiosos demarcados no calendário brasileiro, que, destaca-se,
muitos deles têm abrangência nacional.
4
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:[...]III – a dignidade da pessoa humana;[...]
5
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. 2016, p. 172.
6
CARVALHO, Wanderley Teixeira de; MATEUS, Sergio. 2016, p. 103.
7
Afirmações baseadas nas lições de Ramos (2012, p. 141 citada por CARVALHO e
MATHEUS, 2016, p. 103).
8
Com previsão no inciso XLVI do art. 5º. Leia-se: “XLVI – a lei regulará a individualização
da pena [...].
9
Com previsão no inciso XXXIX do art. 5º. Leia-se: “XXXIX – não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
10
In verbis, assim preceitua: “A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS”.
11
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.788.562 – TO (2018/
0336644-3). RECURSO ESPECIAL. CONFLITO ENTRE NORMAS. PRISÃO
DOMICILIAR. FREQUÊNCIA A CULTO RELIGIOSO DURANTE O PERÍODO
NOTURNO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Recorrente: Washington
Alves Ribeiro. Recorrido: Ministério Público Do Estado Do Tocantins. Relator: Min.
Nefi Cordeiro, Brasília, 17 de dezembro de 2019. Disponível em: https://
www.conjur.com.br/dl/preso-regime-domiciliar-frequentar.pdf. Acesso em: 17 abr. 2020.
12
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. 2009, p. 666.
13
Como “pregar” entenda-se, pois, o ato de externar os ideais, convicções e juízos que
determinado líder religioso o faz para com os seus seguidores.
14
Ensinamentos sobre o assunto da concepção cristã em relação ao homossexualismo
são encontrados em Homossexualidade: Uma perspectiva bíblica | Rev. Augustus
Nicodemus. Goiânia, [s.n.], 2016. 1 vídeo (54 minutos). Publicado pelo canal Primeira
Igreja Presbiteriana de Goiânia. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=Yllv9zYCiq8. Acesso em: 24 abr. 2020, onde o autor e pastor presbiteriano
Augustus Nicodemus Lopes esmiúça como se dá a visão cristã sobre o tema. Considera-
se, pois, uma prática pecaminosa cuja origem é a concupiscência, a corrupção, do
próprio coração do homem, que o desvirtua a uma perversão da ordem natural das
coisas. Entretanto, ressalta, por fim, que, apesar de considerada uma conduta torpe à
luz de seu livro guia, a Bíblia (mas especificamente, por exemplo, nos versículos 26 e 27
do capítulo 1 do livro de Romanos), os fiéis não encontram respaldo para menosprezarem
e discriminarem homossexuais e transgêneros; antes, prega-se a tolerância, não se
consentindo com a opção sexual daqueles, mas reconhece-se que também há perdão e
libertação para esses sujeitos em Cristo Jesus.
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REFERÊNCIAS
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2 PROT
PROT EÇÃO A
OTEÇÃO OS IDOSOS:
AOS
ABRANGÊNCIA DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA NA PRÁTICA SOCIAL
INTRODUÇÃO
As diretrizes propostas consistem num estudo de caso sobre a
eficácia da proteção aos idosos com direitos específicos no âmbito
social previstos em lei, tanto pelo Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003,
quanto como pela Constituição Federativa do Brasil de 1988, aludindo
questões da falta de aplicabilidade desses direitos, as dificuldade e
deficientes enfrentadas, bem como abordar a questão dos institutos e
benefícios para essa faixa etária.
É de suma importância, a investigação de determinados interesses
populacionais de tal grupo, para que possamos fiscalizar e
consequentemente comprovar a indubitabilidade do Estado, no que
desrespeito aos seus deveres e obrigações destinadas ao público idoso.
De forma que compreenda as dificuldades e mazelas existentes e as
benfeitorias que os projetos podem fazer para essa classe, mostrando
a possibilidade de revitalizar a autoestima do idoso.
Outrossim, abordaremos a importância da aplicabilidade dos
direitos dos idosos na prática social, impulsionam prováveis
inviabilidades quanto eventuais deficiências possam acontecer na
aplicação desses direitos, assim, destacando provimentos constitucionais
como a Seguridade Social e suas abrangências.
Não obstante, será exposto as benfeitorias que os projetos podem
trazer as pessoas idosas, trazendo uma perspectiva mais abrangente
sobre o princípio da dignidade da pessoa humana, em uma ótima mais
ampla e humana.
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observando que o idoso não pode ser considerado apenas por uma
ótica da cronologia. Numa visão aprofundada “os estudos
antropológicos sobre a velhice, particularmente no Brasil, têm
acompanhado o próprio movimento de descoberta da mesma por parte
da sociedade” (CUNHA, 2000, on-line), ou seja, o idoso ganhou
uma visibilidade que supera aspectos apenas demográficos.
Podemos constatar o envelhecimento como um fenômeno que
vai além da capacidade física de cada indivíduo, ela gera processos
que se comparam a evolução da história individual de cada um, aspectos
que tangem questões sobre a perda de identidade, entre outros fatores
psicológicos. Portanto, conceitua-se que, “pode-se considerar o
envelhecimento como o conjunto de processos que contribuem para
aumentar progressivamente a probabilidade de doenças degenerativas”,
(SILVA, CARVALHO & BELCHIOR, 2007, p.13).
No entanto, envelhecer é um processo difícil para o ser humano,
pois abrange áreas e promovem alterações biopsicossociais, mesmo
que nós passamos por uma constante evolução ao decorrer da vida.
Nisso, o indivíduo não tem uma visão clara de si mesmo e passa “a
partir do olhar do outro, há a surpresa ao ser classificado como velho,
porque não he [sic] uma vivência interna da velhice, o que he [sic] é
uma defasagem entre o corpo envelhecido e as experiências internas
vividas” (SILVA, CARVALHO & BELCHIOR, 2007, p.14).
Diante da percepção das pessoas, a valorização do ancião
começa a perder o significado, pois experiências, contribuições,
conquistas, sabedorias adquiridas durante todo uma vida, perde o
apresso diante de coisas que podem parecer mais interessantes nos
meios sociais, o que atinge a autoestima do idoso, ocasionando um
questionamento do seu papel na sociedade e até mesmo das pessoas
do seu próprio convívio.
Nessa vertente, a família sempre teve grande participação no
processo durante toda a vida do ser humano, porém vemos a
fundamental importância e influência da família nessa fase que a pessoa
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A princípio a escolha do conteúdo veio para evidenciar a temática
abordada e a relevância dessa discussão na sociedade, visto que, esse
assunto não é tão abordado, principalmente no atual cenário brasileiro,
o que dificulta o progresso de estímulos referentes aos idosos para o
alcance eficaz na propagação dos direitos do idoso e fica cada vez
mais enraizado a cultura que associa o envelhecimento como algo ruim.
O alicerce desse trabalho é a proteção da pessoa idosa mediante
a abrangência do princípio da dignidade na prática social, percebemos
a importância desse debate em temas contemporâneos. A notoriedade
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NOTAS
1
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:[...]III - a dignidade da pessoa humana;[...]
2
Fast-Food - significa “comida rápida” em inglês. É um tipo de comida, geralmente
lanches, para pessoas que não dispõem de muito tempo para fazer suas refeições, e
optam por alimentos fast-food, pois são preparados e servidos rapidamente. Disponível
em: <https://www.significados.com.br/fast-food/> acesso 17 de fevereiro de 2020.
3
CARVALHO, Priscila. Depressão na terceira idade tem sintomas diferentes: aprenda
a reconhecer. Longevidade: Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável, Brasília,
07 jun. 2019. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/
06/07/depressao-na-terceira-idade-tem-sintomas-diferentes-aprenda-a-reconhecer.htm.
Acesso em: 09 maio 2020.
4
TSUTIYA, Augusto Massayuki. Curso de Direito da Seguridade Social. 4º. ed.
São Paulo: Saraiva, 2013, p.35.
5
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência
Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos
salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
6
TRICHES, Alexandre. Como fica a população idosa na Reforma da Previdência. [s.l.],
17 abr. 2019. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/como-fica-a-
populacao-idosa-na-reforma-da-previdencia. Acesso em: 20 mar. 2020.
7
MENDES, Márcia R.S.S. Barbosa et al. A situação social do idoso no Brasil: uma
breve consideração. São Paulo: Acta Paulista de Enfermagem, 2005. v. 18. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
21002005000400011&script=sci_arttext. Acesso em: 6 mar. 2020.
8
CONCONE, Maria Helena Villas Bôas. Medo de envelhecer ou de parecer? Revista
Kairós: Gerontologia, v. 10, n. 2, 2007, p. 25.
9
Gerontofobia - é um transtorno de ansiedade caracterizado por um medo anormal,
irracional e intenso dos idosos. Enquanto a maioria das pessoas não gosta de envelhecer
devido a limitações físicas mais pessoais, doenças, e observando a morte de amigos
querido que amou, essa antipatia torna-se patológica quando limita significativamente o
funcionamento diário da pessoa e/ou causa danos. Sua origem vem da palavra latina
“geron“, que significa “homem velho”, e a palavra grega “phobos“ significando “medo”.
Coloque as duas palavras juntas e você tem “medo do velho”. Disponível em: <https:/
/www.portalsaofrancisco.com.br/saude/gerontofobia>. Acesso em: 08 maio 2020.
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REFERÊNCIAS
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3 MULT IP
ULT AREN
IPAREN
ARENTTALIDADE:
ALIDADE:
UMA ANÁLISE DOS REFLEXOS JURÍDICOS NA
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
INTRODUÇÃO
O instituto família passou por inúmeras mutações ao longo dos
anos, tanto em seu conceito, como também no seu modo de constituição,
tornando-se perceptível o quanto esse instituto está em constante
evolução a fim de adequar-se às realidades familiares atuais.
No entanto, é notório que recentemente vem acontecendo
inúmeros debates que versam sobre a temática dos novos arranjos
familiares, especialmente quanto às famílias denominadas como
multiparentais.
Assim, tendo em vista que as famílias hodiernas são constituídas
através de vínculos afetivos e biológicos, a presente pesquisa visa
analisar sobre a possibilidade jurídica da multiparentalidade e seus
reflexos na obrigação alimentar.
Justifica-se a escolha do tema multiparentalidade por se tratar
de um instituto novo, que ainda carece de uma positivação expressa, o
que faz surgir inúmeras dúvidas quanto ao conceito, aplicabilidade e
consequências jurídicas desse reconhecimento.
O método de pesquisa utilizado foi o dedutivo e a pesquisa
bibliográfica qualitativa, assim, para facilitar o entendimento acerca do
tema utilizou-se alguns entendimentos doutrinários, tais como: Cassettari
(2017), Dias (2016), Gonçalves (2019), Tartuce (2019), dentre outros.
Além disso, também foi utilizado legislações, jurisprudências e trabalhos
científicos.
Para melhor compreensão da temática, a presente pesquisa foi
dividida em três tópicos. Inicialmente será analisado sobre a conceituação
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista o exposto no presente trabalho, restou claro que
através da evolução da família e, consequentemente, da filiação, as
estruturações familiares passaram a se formar através de vínculos
biológicos e socioafetivos, o que resultou nas demandas judiciais a fim
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REFERÊNCIAS
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JUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO À
SAÚDE: UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO NA COMARCA DE
URUANA-GO
CASSIA CAROLINE RODRIGUES DE SOUSA
VITOR MARTINS CORTIZO
INTRODUÇÃO
O direito à saúde é uma garantia fundamental protegido pela
Constituição Federal de 1988 no rol dos direitos sociais do país. E,
evidentemente é um direito essencial para que o Estado Democrático
de Direito consolide suas expectativas no tocante à dignidade da pessoa
humana, posto que tal direito possui reflexo na qualidade e no perfil de
vida dos cidadãos brasileiros.
Contudo, a saúde é um bem jurídico que deve ser amparado
pelo Poder Público, o qual por vezes descumpre com o seu papel de
prestá-la com eficiência, fazendo com que frequentemente os cidadãos
necessitem se recorrer ao Poder Judiciário para que tenham a efetiva
prestação deste direito. De modo que, uma das vias habitualmente
procuradas pelos cidadãos é o Ministério Público.
Desse modo, considerando que a intervenção judicial
normalmente é o caminho garantidor do atendimento assistencial da
saúde, a presente pesquisa visa compreender o relevante papel
desempenhado pelo Ministério Público na tutela jurisdicional da saúde,
garantindo que a norma legal seja cumprida e prestada aos indivíduos
sem distinção, como manda a lei.
Dada a importância da atuação do MP, trata-se de uma pesquisa
descritiva e analítica tanto da forma que ocorre a atividade
procedimental do Ministério Público na Comarca de Uruana-GO, bem
como de dados sociais das demandas do direito à saúde buscados em
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observa-se que o Ministério Público é uma instituição que possui
atuação com prerrogativas exclusivas e de suma importância para o
seu poder resolutivo em conflitos que abarcam os direitos fundamentais
do homem. E, tendo em vista a importância que a saúde integral
representa para a qualidade de vida humana, a Carta Magna tutelou tal
direito ao Ministério Público.
Neste aspecto, conclui-se que para consolidar o direito à saúde
a Carta Magna delegou ao Poder Público o dever de prestá-la aos
cidadãos e sem distinção. De modo que, a atuação direta do Ministério
Público na defesa deste direito ocorre principalmente quando há a
violação das garantias constitucionais.
Logo, demonstrou-se que a Promotoria possui ferramentas
importantíssimas para atuar nas causas de proteção ao direito à saúde,
como por exemplo, consultoria de profissionais da área da saúde que
prestam assistência técnica ao Ministério Público por meio da Câmara
de Avaliação Técnica em Saúde - CATS.
Além disso, com os dados levantados na Comarca de Uruana-
GO verifica-se que este órgão é bastante atuante na tutela do direito à
saúde, ressaltando que os cidadãos uruanenses buscam efetivamente
esta instituição para a defesa dos mais diversificados serviços de saúde.
Aponta-se também uma grande incidência de causas levadas ao
Ministério Público para proteção de direitos de crianças e idosos, sendo
em sua maioria, demandas em processos que envolvem o direito à
saúde visando estes a defesa de medicamentos.
Por fim, com a pesquisa e o aprofundamento do estudo das
funções do Ministério Público, concluiu-se que o fato do direito à saúde
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NOTAS
1
Tabelas Unificadas do Ministério Público é um importante instrumento que padroniza
as nomenclaturas das atividades realizadas pelo Ministério Público brasileiro, tanto em
sua atuação judicial quanto extrajudicial, foram elaboradas as Tabelas Unificadas do
Ministério Público instituída pela Resolução nº 63/2010 do CNMP (MANUAL DAS
TABELAS UNIFICADAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 2013).
2
As Promotorias de Justiça são órgãos do Ministério Público para o desempenho das
funções institucionais nas comarcas, nas esferas judicial e extrajudicial. As Promotorias
de Justiça, exclusiva ou cumulativamente, têm atribuição nas diversas áreas de atuação
do Ministério Público (BRASIL, 2020).
3
É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às
pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art. 3º, Lei 10.741, de 2003).
4
Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade (art. 2º, Lei 8.069,
de 1990).
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REFERÊNCIAS
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CONST
NSTII TUIÇÃO FEDERAL DE 1
CONST 988:
19
COMBATE AO RACISMO E À DESIGUALDADE
SOCIAL: A (IN) APLICABILIDADE DOS DIREITOS E
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
INTRODUÇÃO
Este artigo visa examinar de forma circunstanciada a aplicação
dos direitos e garantias fundamentais para com a população que está
vulnerável socialmente falando, sendo que o Estado é o detentor de
todas a ferramentas e que tem a total capacidade e autonomia de garantir
de forma ativa os direitos a todos sem distinção de quaisquer naturezas.
O trabalho será dedicado em abordar a (in) aplicabilidade dos
direitos fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, quanto
ao direito de igualdade social.
Sabe-se que os direitos fundamentais é uma ramificação dos
direitos humanos adotado pelo Brasil para ter um marco de
desenvolvimento social, sendo assegurados a todos os indivíduos
detentores de direitos gozar todos os direitos reconhecidos e positivados
pela Carta Constitucional.
A desigualdade social é entendida pelo grande índice de pobreza
que é vista a olho nu pela sociedade nas regiões que tem pouco
investimentos de políticas públicas, é fato que não há a inclusão dessas
minorias na sociedade de forma ativa.
Estigmatizar a importância de o Estado através dos representantes
do povo agir de forma positiva e construir a harmonia e bem-estar
entre a população, a importância da reparação social em todo território
nacional marcando-a com diálogo juntamente com a população e com
os movimentos pró desenvolvimento social.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista essa análise crítica social e jurídica, é visível a
inaplicabilidade e a ausência de ação por parte do Estado dos direitos
fundamentais, uma grande massa da população brasileira ainda se
encontram em situações degradantes, não gozando de direitos previstos
na legislação constitucional no que diz ao desenvolvimento social,
político, econômico e jurídico.
O apresentou as questões que é responsável pela desigualdade
que é persistente na sociedade, mencionando de forma exemplificativa
as dimensões objetivas e subjetivas tanto a atuação do Estado e quanto
da atuação do Cidadão.
A falta de políticas públicas para incluir a população em
vulnerabilidade social tem como consequência a ascensão da pobreza
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NOTAS
1
Naquele período não poderia ter considerado os ex – escravos como libertos, sabe – se
que a Lei Áurea não teve políticas de reintegração dos indivíduos libertos à sociedade,
sem nenhuma indenização. Comemora – se a verdadeira liberdade no dia 20 de novembro,
morte do Zumbi dos Palmares, dia da consciência negra.
2
Conhecida como Lei Afonso Arinos, não teve efeitos positivos enquanto estava vigente,
pelo fato de ser uma lei considerada como contravenção penal.
3
Segundo a BRASIL/1988, todos são iguais em direitos e obrigações, consagrando – se
o princípio da igualdade
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REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
A Carta Magna de 1988 principia em seu artigo 1° os fundamentos
do Estado Democrático de Direito, garantindo a conservação da Dignidade
da pessoa humana. Com isso, a dignidade da pessoa humana é um dos
princípios norteadores do ordenamento jurídico vigente, servindo para
coordenar os demais princípios e normas aplicadas no país.
Historicamente, o primeiro código de leis criado foi o Código de
Hamurabi, por volta do século XVIII a.C. Ele defendia a vida,
contemplava a honra, a dignidade, a família, o direito de propriedade e
a supremacia das leis em relação aos governantes da época. Os Direitos
Fundamentais estão contemplados na Constituição Federal de 1988 e
são uma criação do consequente contexto histórico-cultural da
sociedade, visando proporcionar ao cidadão condições mínimas para
uma vida digna, de igualdade e liberdade.
Um filósofo significativo para a compreensão do direito, através
de suas contribuições por meio de suas convicções, foi Immanuel Kant,
de modo que foi o estudioso que mais contribuiu para a delimitação do
conceito da dignidade da pessoa humana. Em uma de suas obras,
Fundamentação da Metafísica dos Costumes, é apreendido o conceito
de dignidade da pessoa humana, a saber
85
não permite equivalente, então ela tem dignidade, (KANT, 2011 apud
PAGNO, 2016, p. 224).
86
O autor deixa claro que essa satisfação sexual não poderia ter
interferência estatal ou da sociedade, e não poderá de forma alguma
ferir o direito alheio. Logo, torna-se inaceitável a satisfação sexual que
invade a intimidade e a integridade da vida do próximo que não consentiu
com o ato. Não se admite, portanto, o emprego de violência ou grave
ameaça para garantir essa satisfação sexual, (NUCCI, 2014).
O Direito caminha conforme as exigências e necessidades sociais,
desde as primeiras civilizações tipificava-se os crimes sexuais e suas
penas, as quais eram severas e muitas até cruéis. Com a evolução dos
códigos penais, as penas se tornaram mais humanizadas, mas continuam
sendo punidas rigorosamente.
Em seguida, realizar-se-á a demonstração dos crimes contra a
dignidade sexual e uma análise desses no país, bem como o resultado
do questionário aplicado e quais são os órgãos de apoio que a
população de Ceres e Rialma possui.
2.1 ESTUPRO
O termo estupro já teve várias significações no decorrer dos
anos até os dias hodiernos. Hoje, na essência, conforme a redação
dada pela Lei n° 12.015/2009, é a violação sexual violenta, grave
ameaça, é o constrangimento à prática de ato libidinoso ou a conjunção
carnal1. O crime, por meio da redação anterior, entendia-se que tinha
como sujeito ativo o homem e somente como sujeito passivo a mulher.
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Com a presente lei, inferiu que o crime de estupro não tem sujeito ativo
ou passivo2 predeterminado. Depreende que, o homem e a mulher são
compartilhadores da mesma obrigação: de respeito ao próximo e
proteção a sua liberdade sexual.
O delito é acompanhado de graves ameaças que intimidam a
vítima, e há violência produzida pelo agente, corporal ou utilizando-se
de outros meios. Se da conduta do agressor resulta em lesão corporal
de natureza grave, a pena será de 8 a 12 anos de reclusão, e do mesmo
modo se a vítima é menor de idade. Se a ação resulta em morte,
reclusão de 12 a 30 anos, (BRASIL, 2009).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante o exposto, o país vem enfrentando esse crescimento da
violência sexual, e estima-se que os números sejam maiores diante dos
casos já registrados no decorrer desses anos. A porcentagem de vítimas
que notificam os crimes, baseado nas respostas do questionário, não
se trata da falta de conhecimento quanto a esses crimes e sim da
insegurança. Além da insegurança ao trafegar por vias públicas no
período noturno, as mulheres se sentem inseguras para denunciar.
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NOTAS
1
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena -
reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1° Se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos § 2° Se da conduta resulta morte Pena -
reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos, (BRASIL, 2009).
2
Sujeito ativo de uma infração penal é aquele que comete o crime; passivo, aquele que
sofre a infração penal.
3
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo
de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco)
anos, se o ato não constitui crime mais grave, (BRASIL, 2018).
4
Lei Orgânica da Assistência Social n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993.
5
Centro de Referência de Assistência Social
6
Centro de Referência Especializado de Assistência Social
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REFERÊNCIAS
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7
O ESTUDO DOS INQUÉRI
INQUÉRI
UÉRITT OS CIVIS
E DA S AÇÕES CIVIS PÚBLIC
DA PÚBLICAAS
PROPOST
PROPOST
OPOSTAA S PEL
PELAA PROMOT
PRO ORIA DE
OTO
JUST IÇA DE UR
JUSTIÇA UAN
URU A-G
ANA-G
A-GOO
PEDRO HENRIQUE ROCHA SILVA
VITOR MARTINS CORTIZO
INTRODUÇÃO
O presente artigo ilustrado com o título “Inquérito Civil: elementos
à propositura da Ação Civil Pública e o Estudo dos Procedimentos e
das Ações Propostas pela Promotoria de Justiça de Uruana/GO”,
aborda o tema dos procedimentos administrativos e das ações civis
públicas, sendo o Ministério Públicos legitimado à defesa dos interesses
da coletividade.
O estudo analisa a legitimidade do Ministério Público de Goiás,
tanto constitucional quanto infraconstitucional, através do microssistema
coletivo, em defesa dos interesses da coletividade, por intermédio dos
institutos extrajudiciais e das Ações Civis Públicas.
Diante das inúmeras funcionalidades do Ministério Público, o foco
do presente trabalho é delimitado as atuações mencionadas, demonstrando
os instrumentos legais disponíveis para conservação desses direitos, e quais
os meios a sociedade pode se valer para garanti-los.
Este trabalho objetiva-se, de forma geral, examinar a evolução
institucional ministerial, evidenciando os instrumentos (Inquérito Civil,
Termo de Ajustamento de Conduta, Ação Civil Pública) a garantir a
efetivação dos direitos.
Referente à metodologia da pesquisa, este estudo se pauta no
método qualitativo e quantitativo, os dados e informações coletadas
ocorreram por meio de livros físicos e virtuais, dados fornecidos pelo
Ministério Público de Uruana e por fontes oficiais (Leis, Decretos),
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dessa forma, é ajustável a conduta daquele (s) sujeito (s) passivo (s) que,
seja por força dos termos de uma Recomendação Administrativa, seja
por força autônoma de uma determinada cobrança ou posicionamento
do Ministério Público, prefere compor e assumir voluntariamente
obrigação de fazer ou de não fazer determinada postura ao risco de arcar
com o ônus de uma demanda judicial, não raras vezes acompanhada
postura ao risco de arcar com o ônus de uma demanda judicial, não raras
vezes acompanhada de medidas de responsabilização, inclusive no plano
de improbidade administrativa, (ALVEZ & BERCLAZ, 2017, p.71).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante todos os aspectos analisados e o desenvolvimento amplo
da base bibliográfica do presente artigo, conclui-se que os objetivos
da pesquisa foram alcançados, tendo em vista o resultado obtido.
Em suma, buscou-se verificar através do presente estudo a
eficácia dos procedimentos administrativos/extrajudiciais e das ações
civis públicas, examinando-se a instituição responsável pela utilização
desses procedimentos em prol da sociedade.
Conclui-se que, de fato, o inquérito civil é extremamente
importante para que o Órgão Ministerial aja com cautela e cuidado
para com a sociedade, garantindo uma atuação eficaz, sem que a
instituição corra riscos de cometer equívocos em prol da defesa dos
direitos que lhes são incumbidos pela Constituição Federal (art. 127,
caput, BRASIL/1988).
Dessa forma, com a criação deste procedimento houve um
grande salto institucional, propondo uma maior liberdade, sem precisar
diretamente de outro órgão administrativo para corroborar com seus
atos, garantindo assim, maior independência.
De outro modo, quanto à ação civil pública, depreende-se que
possui uma amplitude, podendo ser manejada em defesa de diversos
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REFERÊNCIAS
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8 REPR ODUÇÃO HU
REPRODUÇÃO MAN
HUMAN
MANA A
ASSIST ID
SSISTID A: O DIREITO FUNDAMENTAL À
IDA:
IDENTIDADE GENÉTICA COMO GARANTIA AO
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA
INTRODUÇÃO
As mudanças nas relações sociais introduziram na sociedade
novas concepções de famílias. Com o avanço da medicina
biotecnológica, problemas como infertilidade ou esterilidade, deixaram
de ser um obstáculo para a realização do planejamento familiar, os
desenvolvimentos das técnicas de reprodução artificiais possibilitaram
aos casais, héteros ou homossexuais, e às pessoas que querem ter
seus filhos e cria-los sozinhos sem a participação de um parceiro. O
uso desses procedimentos gerou diversos reflexos no âmbito jurídico,
em especial aos que envolvem o direito de família. Sendo assim é de
grande relevância discutir a abrangência dos efeitos em relação ao direito
de família, notadamente no instituto da filiação que se respaldava no
vínculo biológico, com a promulgação da Constituição Federal de 1988,
passou a considerar a importância do vínculo afetivo como principal
atributo da filiação jurídica, notáveis são as mudanças e as adequações
que se deram para abarcar todos os tipos de família e os vínculos de
parentescos; deixou-se de dar importância somente ao vinculo
biológico, para engrandecer a existência do afeto e da paternidade
socioafetiva.
A reprodução humana assistida no Brasil atualmente, vem
crescendo gradativamente, todavia há uma carência legislativa para
regulamentar as diversas consequências que dela decorrem nas relações
fáticas e gera a contraposição de dois direitos fundamentais, quais sejam,
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3. DA FILIAÇÃO
Com o advento da Constituição Federal de 1988, o conceito de
família se alarga para o conceito de entidade familiar, abarcando as
relações além do casamento, como as uniões estáveis ou famílias
monoparentais, assim como reconheceu a igualdade dos filhos gerados
nos laços matrimoniais ou não. Já o novo Código Civil de 2002 no seu
artigo 1.593 estabelece que o parentesco pode ser tanto natural como
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a sua vida, e por essas questões é que muitas vezes, o equívoco resulta
em decisões que confundem investigação de paternidade com direito a
identidade genética.
8. DO ANONIMATO DO DOADOR
A resolução nº 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina,
protege a preservação do anonimato do doador de material genético,
ao determinar que “os doadores não devem conhecer a identidade
dos receptores e vice-versa e que será mantido, obrigatoriamente a
identidade dos doadores de gametas e embriões, bem como dos
receptores”. Este regulamento prevê que apenas em situações especiais,
e devidamente motivadas é que as informações do doador, podem ser
fornecidas ao médico, resguardando, todavia, a identidade civil do
mesmo, deste modo, mante-se os arquivos contendo todos os dados
essenciais dos doadores, totalmente protegidos e em sigilo, o qual serão
utilizados em casos excepcionais. Ao fornecer os gametas ou embriões,
o doador por meio de uma ação altruísta, de imediato afasta-se da
responsabilidade da paternidade ou maternidade, não atingindo de
alguma forma o vínculo de filiação, e disso decorrem diversos
problemas jurídicos, como no caso da pessoa concebida por meio das
técnicas de reprodução assistida heteróloga conhecer a identidade
biológica daquele que viabilizou sua procriação.
A Constituição Federal de 1988, no seu art. 5º, inciso X, assegura
a todos a inviolabilidade da intimidade e da vida privada (BRASIL,
1988). Seguindo o mesmo princípio o projeto de Lei nº 115/2015,
contém dispositivos que estabelece que “as informações pessoais
relativas tanto a doadores, quanto a receptores devem ser coletadas, e
armazenadas em sigilo total, não podendo ser informada nem divulgada
qualquer informação que resulte na identificação civil do doador e
receptor”. Diante disso deixa claro que aquele indivíduo que doa, não
deseja expor publicamente a sua doação, bem como aquele que recebe
a doação, não deseja expor publicamente a sua sujeição ao método
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da evolução e conquistas no âmbito das ciências
biológicas, voltados às técnicas de reprodução humana assistida, há
de se afirmar que a concretização de ter filhos e constituir um
132
planejamento familiar, ficou mais fácil até mesmo para aqueles casais
que por alguma causa natural ou eventual não poderiam gerar filhos.
Apesar das mudanças positivas, antagonicamente trouxe consigo
incertezas e questionamentos à ciência jurídica, principalmente no direito
de família. Todavia em consequência da avançada evolução tecnológica,
depara-se com situações que geram incertezas e que infelizmente não
possui resposta concreta e satisfatória no ordenamento jurídico, e só
através de minuciosa interpretação e conhecimento, é que
encontraremos uma solução adequada, em razão da omissão legislativa.
É visível que a utilização da inseminação ou fertilização artificial
heteróloga, pode gerar alguns problemas de difícil solução. Conforme
abordado, o filho concebido por esta técnica, poderá por diferentes
razões, ter interesse em conhecer sua ascendência biológica, contudo
ao surgir essa expectativa, há a colisão de dois princípios resguardados
a cada uma das partes envolvidas, ou seja, o direito do sigilo do doador
de material genético e o direito ao conhecimento da origem genética
por parte do concebido. Surge então, diante da ausência de legislação,
um problema a ser solucionado, em que o julgador deve escolher entre
manter o anonimato ou dar procedência ao pedido de declaração a
origem genética, ficando diante de dois direitos colidentes, ou seja, o
direito a intimidade e o da personalidade.
Ressalta-se que, nada irá interferir no estado de filiação sendo
que não se pode restringir apenas ao aspecto biológico, atualmente o
que prepondera nas relações de filiação é o afeto existente entre o filho
e os pais, não apenas os aspectos biológicos e, mesmo que reconhecida
a identidade genética, essa não possui o condão de exigir do doador,
obrigações decorrentes da paternidade ou maternidade, excluindo toda
e qualquer responsabilidade, pois não se aplica reciprocamente os
efeitos inerentes à filiação jurídica, portanto reconhecer o direito a
identidade genética não se trata de valorização da filiação biológica em
detrimento da filiação afetiva, isto porque as consequências decorrentes
delas são diferentes no mundo jurídico.
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REFERÊNCIAS
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9 RESPONS
RESPONSABILID
NSABILID ADE CIVIL N
ABILIDADE O
NO
DIREI
DIREITT O BRA SILEIRO
SILEIRO
BRASILEIR
JORDANA RODRIGUES BATISTELA
PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO
A responsabilidade civil se instaura na medida em que acontece
a conduta danosa à terceiro (culposa ou dolosa), a qual está no prejuízo
causado (material ou imaterial) e no dever de reparação. Apesar de
haver algumas impossibilidades ao retrocesso “status quo”, aquele que
prejudica, de alguma forma, o outro, deve ressarci-lo, de acordo com
seus interesses, na condição de retorno à situação anterior ao dano
causado, (SOBRAL, 2010).
Nesse panorama, o presente artigo, foi dividido em dois tópicos,
de início, tratar-se-á sobre o histórico da responsabilidade civil,
enfatizando seu conceito e origem. Posteriormente, será abordado a
sua aplicabilidade sob a ótica do direito brasileiro. Terá por objetivo,
ainda, em demonstrar a sua estrutura e sua efetividade no âmbito social,
como garantia da manutenção da paz.
Vale ressaltar, que tal estudo não tem pretensão em exaurir o
tema, visto que, trata-se, ainda, de um conceito em construção, e sim
contribuir de maneira positiva para melhor elucidação e percepção da
importância dessa temática.
O tema, apesar de já estudado há décadas, ainda se faz atual,
uma vez que, é de suma importância para a ciência do Direito. Dito
isso, justifica-se a presente pesquisa por analisar esse instituto,
destacando as principais questões acerca de sua importância, finalidade
e aplicabilidade no ordenamento jurídico brasileiro.
Desse modo, com intuito de evidenciar a melhor compreensão
da temática foram utilizados diversos entendimentos doutrinários, dentre
eles: Santos (2012), Cavalieri Filho (2015), Diniz (2017), Stolze (2018).
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2. HISTÓRICO
O conceito de reparação já existia na história da humanidade
anteriormente ao conhecimento de regras ou limitações. Com origem
primitiva, a reparação é algo inerente ao ser humano presente no grande
manual histórico que é a Bíblia Sagrada, Antigo Testamento (Levíticos,
24,10-23): “[...] matar alguém será morto [...]”, causar defeito em seu
próximo, como ele fez, assim lhe será feito: fartura por fartura, olho
por olho, dente por dente [...]. Neste sentido,
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todo aquele que violar um dever jurídico por um ato lícito ou ilícito tem
o dever de reparação. Assim, todos aqueles regidos por uma Lei expressa
tem um dever jurídico originário: o de não causar quaisquer dano a
outrem, bem como não viola-lo (CAVALIERI FILHO, 2015, p. 02).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, no presente trabalho, verificou-se o contexto
histórico e evolutivo no processo de reconhecimento da
responsabilidade civil pelo ordenamento jurídico brasileiro. Ao longo
desse, foram analisados entendimentos doutrinários já fixados acerca
da temática, verificando-se a impossibilidade em definir um único
conceito, uma vez que, como o Direito ainda é, de forma geral, uma
ciência inexata, a qual sofre modificações diuturnamente ao tentar
acompanhar os anseios da sociedade.
Desse modo, evidenciaram-se os pontos principais em relação
ao objetivo desse trabalho, e averiguou-se tanto a necessidade quanto
a aplicabilidade desse instituto, considerado como um dos pilares
responsáveis pela manutenção da paz social.
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REFERÊNCIAS
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10 ESTADO DE COIS
ESTADO COISAAS
INCONST
NSTII TUCIO
INCONST NAL: UM ESTUDO
TUCION
SOBRE A SUA INFLUÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA
INTRODUÇÃO
No meio acadêmico existem muitos assuntos polêmicos e
acredito que seja próprio do mundo científico tratar de controvérsias,
sejam empíricas ou teóricas. O Direito, como em todas as outras ciências
também seus temas polêmicos dentro das suas diversas áreas. Dentre
eles temos como exemplo: o casamento de pessoas do mesmo gênero,
violência doméstica, eutanásia, início da vida, aborto, direito dos animais,
dentre muitos outros.
Além de temas controversos, o Direito também tem alguns
institutos polêmicos. Como institutos, alguns autores entendem um
conjunto de normas reguladoras ou disciplinadoras, com características
próprias, constituindo uma entidade independente de direito, que atende
a interesse de ordem ampla e geral (ALVES 2010; CUNHA, 2012;
REALE, 2012). “Instituto Jurídico é o termo utilizado pelo Direito para
denotar que determinada situação, medida, condição ou fato é algo
tão especial para a vida em sociedade, que deve ser tratado como um
“instituto jurídico” que merece um tratamento diferenciado” (ALVES,
2010, p. 03). Como exemplos tem-se os “alimentos” e “casamento”
no Direito Civil, como “acordo de não persecução penal” no Direito
Penal e o “estado de coisas inconstitucional” no Direito Constitucional.
Esses pontos, tanto a lei como a doutrina e a jurisprudência entendem
que isoladamente possuem algumas regras para a sua exata definição e
posicionamento no contexto jurídico (ALVES, 2010).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este é um estudo sobre o Estado de Coisas Inconstitucional e a
sua influência na gestão pública brasileira. Ainda, este é um trabalho
preliminar e fará parte de uma pesquisa empírica sobre ECI na área de
segurança, abordando sobre os presídios no Vale do São Patrício em
Goiás. Isto se faz necessário por ser um tema ser muito polêmico. A
pesquisa empírica irá contribuir para aprofundar as discussões teórica
e confirmar ou não proposições apontadas pelos estudiosos do assunto.
O que se pode concluir das discussões teóricas deste trabalho,
é que o Estado de Coisas Inconstitucional tem suas raízes no conflito
entre as obrigações que o Estado tem em relação aos direitos e garantias
fundamentais da constituição de um país, os compromissos assumidos
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, do qual o país é
signatário, e as dificuldades estruturais, econômicas e políticas do Poder
Executivo em fazer cumprir as normas constitucionais e da DUDH.
No caso do Brasil, o Poder Executivo também tem o dever de
proporcionar esses direitos ao cidadão brasileiro, mas não geralmente
não o cumpre. Daí, o Poder Judiciário, muitas das vezes a pedido de
representações da sociedade ou mesmo do Ministério Público, exige
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REFERÊNCIAS
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11 INST
INSTII TUT
TUTOO D A TRANS
DA AÇÃO
TRANSAÇÃO
PEN AL: ESTUDO DE SUA APLICAÇÃO NO
PENAL:
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE RIALMA
ELIABE ANDRÉ DE OLIVEIRA
GUILHERME SOARES VIEIRA
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema: O Instituto da Transação
Penal no Juizado Especial Criminal de Rialma. A partir deste tema
buscou-se examinar como o instituto da transação penal foi aplicado
pelos operadores do direito, analisando desta forma como é a realidade
da concessão do benefício frente a norma que o regula, Lei 9.099/95.
Desta forma, buscou-se verificar se os princípios norteadores
dos Juizados Especiais Criminais vêm sendo respeitados, considerando
que a celeridade, economia processual, oralidade, simplicidade e
informalidade são de suma importância para o bom andamento
processual nos procedimentos sumaríssimos.
Semelhantemente, a verificação do cumprimento estrito dos
requisitos em especial os objetivos: ser uma ação penal pública
incondicionada ou com a devida representação nos casos necessários,
não ser caso de arquivamento dos autos, não ter sido o autor do fato
condenado com sentença transitada em julgado a pena restritiva de
liberdade e não ter recebido o benefício nos últimos 5 (cinco) anos é
de fundamental importância para a compreensão da forma como a
transação penal vêm sendo aplicada no Juizado Especial Criminal de
Rialma e através dos dados coletados se busca realizar tal análise.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação Instituto da Transação Penal na Comarca de Rialma
demonstrou se essencialmente alinhada aos princípios norteadores dos
Juizados Especiais Criminais, conforme estabelecido em sua lei 9.099/
95. A partir da análise realizada foi possível verificar tal realidade e
apresentá-la de forma clara a partir dos dados coletados.
Como meio de desobstrução do judiciário tal instituto vem sendo
de fundamental importância, vez que a partir dele grande parcela dos
processos podem ser encerrados antes mesmo que seja oferecida a
Denúncia pelo Ministério Público. Nesse mesmo sentido, a economia
processual propiciada por esta obstrução permite que o foco dos
operadores do direito se voltem para questões de maior gravidade e
relevância.
Entretanto, não obstante o cumprimento harmônico dos princípios
norteadores dos juizados através da transação penal, o cumprimento
dos requisitos para sua aplicação pode ser questionado, vez que há
indícios de que podem ter havido equívocos no momento do
oferecimento da proposta, aceitação e homologação. Tais indícios
indicaram que o caso concreto muitas vezes pode não ter sido analisado
nesses momentos mencionados, o que acarretou no equívoco e
consequente prejuízo para o autor do fato, o chamado “beneficiado”.
Mesmo com os mencionados indícios, não há que se retirar o
mérito do trabalho realizado no Juizado Especial Criminal de Rialma,
vez que todos os dados coletados indicam números positivos quanto
ao cumprimento das transações, prazos em que foram cumpridas e
prazo decorrido entre a data do fato e a sentença final, que apesar não
ser um indicador que aponta extrema eficiência, ainda há de se perceber
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REFERÊNCIAS
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1DEM
2 OCRA
DEMOCRACIA P
OCRACIA AR
PART ICIP
ART AT IV
ICIPA A N
IVA O
NO
BRA SIL:
BRASIL: REFERENDO, PLEBISCITO E INICIATIVA
POPULAR
VICTOR HUGO ALVES ASSIS
INTRODUÇÃO
O presente artigo, com o tema “Democracia Participativa no
Brasil: referendo, plebiscito e iniciativa popular”, analisará a forma de
governo mais utilizada pela humanidade, sendo está a democracia, e
quais suas ramificações para o mundo moderno
Este estudo abordará a criação e formação da democracia,
utilizando-se do processo histórico grego para compreender suas
particularidades e necessidades como governo “do povo para o povo”.
Analisando a estrutura governamental grega, busca-se elucidar o que
fez este povo ser tão politicamente próspero, a ponto de exportar seus
ideais para o mundo, perpetuando sua forma de governo pela história
humana.
O foco deste trabalho é abordar o termo democracia, como a
forma governamental mais bem preparada para gerir uma população,
independentemente de sua cultura, ao passo que confere o poder às
mãos daqueles que efetivamente sofrerão as consequências, benéficas
ou maléficas, das decisões políticas adotadas.
Principalmente, busca-se uma explanação no que tange às
espécies de democracia, em especial a democracia participativa, como
uma forma de governo que une a essência de dois extremos, sendo
estes a democracia indireta (representativa) e a democracia direta
(clássica grega).
Como uma forma de governo que admite a participação direta
do povo na política nacional, discutindo e votando os regramentos e
decisões que melhor lhes proverem, condizentes com o interesse
comum, tem-se como intuito uma ampla abordagem desta figura
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3. ESPÉCIES DA DEMOCRACIA
O conceito de democracia se desenvolveu e se mutou pelo tempo,
criando algumas ramificações e espécies para melhor se adaptar à realidade
e ao povo ao qual está inserida. A princípio, tem-se a democracia direta (a
qual fora previamente explicitada no título anterior), sendo esta sua primeira
forma, àquela grega, considerada clássica e pioneira no sentido de conferir
poder ao povo, mesmo que, na época, de uma forma incoerente com a
própria essência da democracia.
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nem virá a possuir, logo que o próprio governo não as estimula, levando
tais práticas ao esquecimento.
Como Pereira & Vieira (2012, on-line) bem colocam, este
modelo começou a se proliferar a partir do século XX com o fim da
Primeira Guerra Mundial, o qual culminou numa crise das instituições
governamentais ocidentais, pois o mundo começou a apresentar seu
descontentamento com os regimes totalitários. Assim, buscando maior
participação popular para evitar os excessos políticos, esta forma
democrática tenta conciliar a existência dos mandatos conferidos aos
representantes, os quais são atualmente considerados essenciais para
um bom e diligente andamento administrativo, ao lado de técnicas e
instrumentos considerados mais democráticos, ao passo que fornecem
ao povo uma maior relevância nas decisões tomadas pelos governantes,
seja ao ouvirem e absorverem a vontade comum ou ao acatarem uma
norma criada por iniciativa popular.
Noutro viés, a democracia participativa apresenta meios de não
apenas ouvir e considerar os clamores sociais, mas deliberar sobre estes,
compreendê-los. Aqui, o povo tem sua voz elevada ao máximo, podendo
apresentar e debater propostas administrativas e legais, elaborar ações e
mudar o direcionamento daquelas já em curso. Existem amplas formas de
o cidadão opinar, participar, decidir, de forma direta ou indireta, por meio
de instituições das quais faz parte, sejam elas familiares, empresariais,
educacionais, ou até públicas, como nos conselhos, ouvidorias.
Neste modelo de governo, a população possui inúmeras formas
legais que a possibilita participar efetivamente das decisões do país e
novas prerrogativas são propostas e criadas a todo momento, logo
que o objetivo máximo deste tipo de nação é fomentar cada vez mais
a participação popular nos atos da Administração Pública. Neste cenário
cada vez mais utópico, apesar de coexistirem preceitos da democracia
representativa, os administradores são subordinados ao povo e seu
objetivo é compreender e atender, desde que coerente para a nação
como um todo, as demandas sociais. Além disso, tais prerrogativas
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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular. (BRASIL, 1988, on-line)
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pelo então prefeito, João Alves Filho, e a população foi atrás de seu
direito, buscando vetar tal decisão, no intuito de frear o aumento da
tarifa (BELFORT, 2016, on-line).
Seguindo este fio condutor, outro exemplo do funcionamento
deste instituto é a Lei Orgânica do Município de Fortaleza, a qual fora
emendada pela Emenda de Revisão n° 6, de 2006, que previa a figura
do veto popular. A propositura deste instrumento se dá pela junção de
5% (cinco por cento) do eleitorado municipal, referente a, por exemplo,
obra pública ou privada que seja considerada pelos cidadãos como
prejudicial ao meio ambiente ou incompatível com o interesse público,
sendo necessária ainda a estipulação de referendo popular para discutir
o teor da lei objeto de veto (DASSO, 2017, p. 14).
Possível compreender, portanto, que o país está apto para admitir
e gerir corretamente a real democracia participativa na política nacional,
pois existem experiências que demonstram sua efetividade. Os
brasileiros, quando confrontados por medidas que ferem o interesse
da coletividade, conseguem esquecer suas diferenças para lutarem em
prol de um bem comum, como foi o caso de Aracaju. Porém, são
poucos os exemplos que demonstram essa participação ativa da
população, como o número extremamente reduzido de referendos e
plebiscitos já realizados no país. Isso exterioriza que o povo está pronto
para agir democraticamente, indivíduos prontos para serem de fato os
‘animais políticos’ que são, enquanto que os representantes tentam a
todo custo frear essa modernização, utilizando-se dos mandatos
conferidos pelo próprio povo para coibir o exercício pleno da
democracia e do conhecimento técnico da população, apoiando-se
em legalidades arcaicas e privilégios incoerentes para usurpar tanto o
dinheiro quanto o direito do povo. Apenas quando o cidadão brasileiro
entender que o poder reside nas mãos de quem vota, o Brasil poderá
ser considerado como uma Democracia Participativa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, buscou-se, através deste estudo, analisar e
compreender toda a origem e funcionamento da forma de governo
democrática, perpassando por toda sua fundação histórica e social em
Atenas, em meados do século V a.C., além de todo seu arcabouço
político-social, inerente a própria existência da democracia como um
governo do povo.
Posteriormente, analisou-se a evolução do conceito de
democracia durante o tempo e espaço, e como variadas culturas
adotaram diversas formas de democracia em sua nação, podendo ser
direta, indireta, semidireta ou, até mesmo, um meio termo entre estas e
outras formas de governo, como o parlamentarismo e a monarquia.
Logo, percebe-se a versatilidade da democracia frente aos outros
modelos de governo, que permite adaptar-se às necessidades de cada
sociedade e situação histórica, além de sua inegável complacência para
com o povo, considerado o verdadeiro pivô da política nacional.
Neste sentido, a democracia se destaca como sendo a forma de
governo mais popularmente aceita dentre as existentes, pois confere maior
poder e exaltação para a parte hipossuficiente da relação política, quer
seja o próprio cidadão. Assim, todas as diretrizes políticas tendem a se
voltar para o interesse comum, à vontade popular, admitindo como norma
aquilo que melhor favorecer a comunidade, a nação, como um todo.
Nos últimos tópicos do desenvolvimento, averígua-se as
particularidades do sistema democrático participativo, ao analisar como
se deu sua formação histórica e social, abordando-se a época em que
está se desenvolveu e adquiriu adeptos à sua implementação. Com o
desdobramento deste modelo de democracia, as nações passaram a
adotar em suas Constituições, políticas e instrumentos de participação
popular nas decisões governamentais, como uma forma de validá-las
perante à sociedade.
Admitia-se a existência dos mandatos conferidos aos
representantes eleitos pelo povo, como uma forma de viabilizar a
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REFERÊNCIAS
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13 ABORTO EUGÊNICO:
ABOR A SUA (IM)
POSSIBILIDADE NO BRASIL À LUZ DOS
DISPOSITIVOS LEGAIS
INTRODUÇÃO
O presente artigo trata do aborto eugênico no Brasil e a ausência
dos dispositivos legais a respeito deste tema. A importância do estudo
deste estudo é mostrar às pessoas sobre um tipo de aborto quase não
conhecido e de extremo impacto social, pois remete a decisões sobre
vidas humanas, sob a perspectiva de quem vive e quem morre, baseando
em aspectos eugênicos do feto, isto é, relacionados à genética, na busca
do ser humano perfeito e sem anomalias. Esta linha propaga ideia de que
devem optar pelo aborto quando identificado má formação no feto.
É visto que a falta de legislação a respeito dos aspectos
específicos da eugenia traz algumas discussões e transtornos ao
judiciário, pois não se discute apenas a vida do feto, mas a vida e o
saúde mental da gestante, em suportar uma gravidez por vezes, sem
consentimento, e criar uma criança com anomalia irreversível. As
principais ressalvas aderem acerca: da origem da eugenia, seu conceito
e evolução histórica, os fatos históricos ao qual a eugenia está
enquadrada, quando se dá o início à vida de acordo com as seis
principais teorias existentes, e quando se dá a morte do feto, nos casos
de abortamento.
Ressalta-se ainda a tipificação do aborto eugênico e vários
julgados como a ADPF 54/DF de 2012, jurisprudências de casos de
crianças com anomalias irreversíveis como a anencefalia, microcefalia,
síndromes e Zika vírus, tomando como fundamento o Código Penal
Brasileiro (BRASIL/1940) a Constituição Federal (BRASIL/1988) e
o Código Civil (BRASIL/2015).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a evolução do pensamento social, surge uma sociedade
diferente após uma ruptura extrema com o passado. Presencia-se o
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NOTAS
1
Significado da palavra “eugenia”. Disponível em: <https://www.significados.com.br/
eugenia/>. Acesso em: 18 nov. 2019.
2
Artigo disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/
retrospecto-historico-da-%20pessoa-com-deficiencia-na-sociedade/48757>. Acesso em:
6 nov. 2019.
3
Significado da palavra eugenia, Op. Cit., 2018.
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REFERÊNCIAS
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OS AUT
AUT
UTOORES
ALINE BATISTA DOS SANTOS
Discente do Curso de Direito da UniEvangélica Campus Ceres.
E-mail: alinebatistasantos1001@gmail.com
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LUCIANO DO VALLE
Bacharel em Direito, especialização em Direito Civil pela
UniEvangélica (2006), Mestrado em Ciências Ambientais pela
UniEvangélica (2016); Docente do Curso de Direito da UniEvangélica
Campus Ceres. E-mail: luciano_valle@hotmail.com
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