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ECOLOGIA DA PAISAGEM

Ecologia Da Paisagem

Ecologia da paisagem é a ciência que estuda e procura melhorar o relacionamento entre os processos
ecológicos no ambiente e ecossistemas particulares. Isto é feito dentro de uma variedade de escalas
de paisagem, desenvolvimento de padrões espaciais e níveis organizacionais de pesquisas e políti-
cas. A ecologia da paisagem enfatiza a interação entre o modelo espacial e os processos ecológicos,
isto é, as causas e consequências da heterogeneidade espacial através de uma série de escalas.

Essencialmente ela combina a abordagem espacial do geógrafo com a abordagem funcional do ecó-
logo. É uma ciência interdisciplinar, integrando biofísica e enfoques analíticos com perspectivas huma-
nísticas e holísticas através das ciências naturais e sociais.

Paisagens são áreas geográficas espacialmente heterogêneas, caracterizadas por diversas interações
de ecossistemas, desde sistemas aquáticos e terrestres relativamente naturais como as florestas, cam-
pos e lagos, até ambientes dominados pelo homem, incluindo cenários urbanos e agrícolas.

As principais características da ecologia das paisagens são sua ênfase no relacionamento entre os
padrões, processos e escalas e seu foco em tópicos ambientais e ecológicos de grande escala. Isto
exige a cooperação entre as ciências biofísicas e socioeconômicas.

Os principais tópicos de pesquisa nesta área incluem fluxos ecológicos nos mosaicos de paisagens,
uso e mudança da cobertura do solo, a relação do padrão das paisagens com os processos ecológicos,
conservação da paisagem e sustentabilidade.

Terminologia

O termo ecologia de paisagem(Landshaft ökologie) foi cunhado por Carl Troll, um geógrafo alemão, em
1939 [7]. Ele desenvolveu esta terminologia e muitos conceitos primordiais da ecologia de paisagem
como parte de seus primeiros trabalhos, que consistiam em aplicar interpretação de fotografias aéreas
a estudos de interação entre o meio e a vegetação.

Explicação

Heterogeneidade é a medida do quanto as partes de uma paisagem se diferenciam de outra quanto à


sua configuração espacial. A ecologia de paisagem observa como esta estrutura espacial afeta a abun-
dância dos organismos no nível da paisagem, assim como o comportamento e o funcionamento da
paisagem como um todo. Isso inclui o estudo sobre a influência do padrão, ou da ordem interna de uma
paisagem no processo, ou a contínua operação das funções dos organismos. A ecologia de paisagem
também inclui a geomorfologia aplicada ao desenho e arquitetura das paisagens.. Geomorfologia é o
estudo de como formações geológicas são responsáveis pela estrutura de uma paisagem.

Evolução Da Teoria

Uma teoria central da ecologia de paisagem originou-se de The Theory of Island Biogeography, de Ma-
cArthur & Wilson. Tal trabalho considerou a biodiversidade em ilhas como resultado da competição de
forças ocorrendo na colonização de uma unidade continental e da extinção estocástica.

Os conceitos de biogeografia de ilhas foram generalizados de ilhas físicas para partes abstratas de ha-
bitat pelo modelo de metapopulação de Levin. Essa generalização permitiu o crescimento da ecologia
de paisagem provendo aos biólogos de conservação uma nova ferramenta para explicar como a frag-
mentação do habitat afeta a viabilidade das populações.

Crescimentos recentes da ecologia de paisagem devem muito ao desenvolvimento dos Sistemas de


Informação Geográfica (SIG) e a existência de dados sobre habitats em grandes extensões (por exem-
plo, dados obtidos por sensoriamento remoto)

Desenvolvimento Como Uma Disciplina

A ecologia de paisagem se desenvolveu na Europa, através de planejamentos históricos em paisagens


humanas. Conceitos da teoria geral da ecologia foram integrados na América do Norte. Enquanto a
teoria geral da ecologia e suas sub-disciplinas se focavam no estudo de unidades de comunidade mais

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homogêneas e discretas, organizadas em estrutura hierárquica (tipicamente como ecossistemas, po-


pulações, espécies e comunidades), a ecologia de paisagem foi construída considerando-se a hetero-
geneidade no espaço e no tempo. Frequentemente inclui mudanças na paisagem causadas pelo ho-
mem na teoria e na aplicação dos conceitos.

Por volta de 1980, a ecologia de paisagem era uma disciplina discreta e estabelecida no meio acadê-
mico. Foi marcada pela organização da Associação Internacional para a Ecologia de Paisagem (IALE)
em 1982 obama op

. Publicações de livros sobre a paisagem definiram o escopo e os objetivos da disciplina, incluindo


Naveh e Lieberman and Forman and Godron. Forman escreveu que, apesar do estudo da "ecologia
da configuração espacial em escala humana" ter apenas uma década de idade, havia um grande po-
tencial para o desenvolvimento de teorias e aplicações da parte conceitual.

Hoje, a teoria e aplicação da ecologia de paisagem continua se desenvolvendo através da necessidade


de aplicações inovadoras nas paisagens em processo de mudança, e se utiliza de tecnologias avança-
das como o sensoriamento remoto, SIG, e modelos. Houve um desenvolvimento associado de eficien-
tes métodos quantitativos para examinar a interação entre os padrões e os processos . Um exemplo é
a determinação da quantidade de carbono presente no solo baseada no relevo da paisagem, utilizando
mapas de SIG, tipos de vegetação, e dados pluviométricos da região.

Relação Com A Teoria Ecológica

A teoria da ecologia de paisagem está ligeiramente fora do "domínio preferido e clássico das disciplinas
científicas" por causa das grandes e heterogêneas áreas de estudo. Contudo, a teoria geral da ecolo-
gia é central para a teoria da ecologia de paisagem em vários aspectos.

A ecologia de paisagem consiste em quatro princípios centrais: o desenvolvimento e a dinâmica da


heterogeneidade espacial, interações e trocas de matéria e energia através de paisagens heterogê-
neas, influência da heterogeneidade espacial em processos bióticos e abióticos, e o gerenciamento da
heterogeneidade espacial. A principal diferença em relação aos estudos ecológicos tradicionais, que
frequentemente assumem que sistemas são espacialmente homogêneos, é a consideração de padrões
espaciais.

Escala E Heterogeneidade (Composição Incorporada, Estrutura E Função)

Um dos conceitos centrais na ecologia de paisagem é a escala. Escala representa o mundo real tradu-
zido em um mapa, relacionando a distância na imagem do mapa e a distância correspondente na Terra.
Escala é também a medida espacial ou temporal de um objeto ou processo, ou a quantidade de reso-
lução espacial.

Componentes da escala incluem composição, estrutura ,função e padrão, todos importantes conceitos
ecológicos. Aplicados à ecologia de paisagem, composição se refere ao número de elementos discre-
tos representados em uma paisagem e sua abundância relativa. Por exemplo, a quantidade de flores-
tas ou pântanos, o tamanho das bordas da floresta ou a densidade das ruas em uma área urbana po-
dem ser aspectos da composição da paisagem. Estrutura é determinada pela composição, configura-
ção espacial e proporção de diferentes elementos na paisagem, enquanto função se refere a como
cada elemento na paisagem interage com os elementos vizinhos em seu ciclo biológico. Padrão é o
termo utilizado para o conjunto de elementos que seguem uma ordem espacial de uma área heterogê-
nea de terreno.

Uma paisagem com estrutura e padrão implica que possui heterogeneidade espacial, ou distribuição
aleatória de objetos através da paisagem. Heterogeneidade é um elemento chave para a ecologia de
paisagem, que separa a disciplina de outros ramos da ecologia.

Partes, Matriz E Mosaico

Parte ou Mancha, é um termo fundamental para a ecologia de paisagem, definido como uma área re-
lativamente homogênea que se difere de seus arredores. [6] Partes são as unidades básicas da paisa-
gem que mudam e deslocam-se, em um processo chamado dinâmica de partes. Partes possuem forma
definida e configuração espacial, e podem ser descritas composicionalmente por variáveis internas

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como números de indivíduos, número de espécies de indivíduos, dados morfométricos, fisionômicos,


ou outras medidas similares.

Matriz é o "plano de fundo do sistema ecológico" de uma paisagem, sendo o componente espacial-
mente mais representativo ou dominante, podendo apresentar variável grau de conectividade. Conec-
tividade é a medida do quão conectado ou espacialmente contínuo um corredor, rede ou matriz é.

Por exemplo, uma paisagem florestal (matriz) com menos buracos na cobertura florestal (partes aber-
tas), terá maior conectividade. Corredores possuem importante função, sendo faixas de um elemento
particular da paisagem que diferencia-se do terreno adjacente em ambos os lados.[6] Uma rede é um
sistema interconectado de corredores, enquanto mosaico descreve o padrão das partes, corredores e
matriz que formam uma paisagem em seu todo.

Fronteiras E Bordas

Partes da paisagem possuem fronteiras entre elas que podem ser bem definidas ou confusas. [11] A
zona composta das bordas de ecossistemas ou elementos da paisagem adjacentes é a fronteira.
[6]Borda é a porção de um ecossistema ou elemento da paisagem próximo de seu perímetro, onde
influências das partes adjacentes podem causar diferenças entre o interior da parte e sua margem.
Este efeito de borda inclui variações na composição ou abundância de espécies.[6] Por exemplo,
quando uma paisagem é um mosaico de diferentes tipos perceptíveis, como uma floresta adjacente a
uma pradaria, a borda é localizada onde os dois tipos se juntam. Em uma paisagem contínua em gra-
diente, como uma floresta se abrindo em um bosque, a exata localização da borda é confusa e algumas
vezes determinada por um gradiente local excedendo um dado limite, como o ponto onde a cobertura
das árvores cai abaixo de 35%.

Ecótones, Ecóclinas E Ecótipos

Um tipo de fronteira é a ecótone, ou a zona de transição natural entre duas comunidades. Ecótones
podem surgir naturalmente, como uma restinga, ou pode ser de origem antrópica, como um terreno
desmatado de uma floresta a ser utilizado para agricultura. A comunidade ecotonal possui característi-
cas em comum de cada comunidade fronteiriça e, às vezes, contém espécies não encontradas nas
comunidades adjacentes. Exemplos clássicos de ecótones incluem cercas, transições de flores-
tas para marismas, florestas para campos, ou interfaces terreno-aquáticas como zonas ribeirinhas em
florestas. Características de ecótones incluem a seletividade da flora e fauna, mudanças fisionômicas,
ocorrência de mosaico da comunidade espacial, ocorrência de espécies exóticas, espécies ecoto-
nais, efeito de massa espacial, e riqueza de espécies maior ou menor do que algum dos lados da ecó-
tone.

Uma ecóclina é outro tipo de fronteira da paisagem, mas é uma mudança gradual e contínua nas con-
dições ambientais de um ecossistema ou comunidade. Ecóclinas ajudam a explicar a distribuição e
diversidade dos organismos em uma paisagem porque certos organismos sobrevivem melhor sob cer-
tas condições, o que muda ao conforme a ecóclina. Elas contêm comunidades heterogêneas que são
consideradas mais ambientalmente estáveis do que aquelas nas ecótones.

Um ecótipo é um termo espacial que representa a menor unidade ecologicamente distinguível no ma-
peamento e na classificação das paisagens em uma dada escala. [6] Relativamente homogêneos, são
unidades da paisagem espacialmente explícitas usadas para estratificar paisagens em feições ecolo-
gicamente distintas. Eles são úteis para a medição e o mapeamento da estrutura, função e mudança
das paisagens ao longo do tempo, e para examinar os efeitos do distúrbio e da fragmentação

Distúrbio E Fragmentação

Distúrbio é um evento que altera significativamente o padrão de variação na estrutura ou função de um


sistema. Fragmentação é a quebra de um habitat, ecossistema ou tipo de uso do solo em parcelas
menores. O distúrbio é geralmente considerado um processo natural. A Fragmentação é causada por
fatores antrópicos de transformação do terreno, um importante processo nas paisagens relacionado ao
desenvolvimento e ocupação humanos.

Uma importante consequência do desmatamento repetido e aleatório (seja por distúrbio natural ou ati-
vidade antrópica) é a possibilidade de quebra da cobertura contínua em partes isoladas. Isto acontece

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quando a área desmatada excede um nível crítico, o que significa que as paisagens desmatadas exi-
bem duas fases: conectada e desconectada.

Teoria Da Ecologia De Paisagem

Uma teoria central da ecologia de paisagem originou-se de The Theory of Island Biogeography, de Ma-
cArthur & Wilson. Tal trabalho considerou a biodiversidade em ilhas como resultado da competição de
forças ocorrendo na colonização de uma unidade continental e da extinção estocástica. Os conceitos
de biogeografia de ilhas foram generalizados de ilhas físicas para partes abstratas de habitat pelo mo-
delo de metapopulação de Levin. Essa generalização permitiu o crescimento da ecologia de paisagem
provendo aos biólogos de conservação uma nova ferramenta para explicar como a fragmentação do
habitat afeta a viabilidade das populações. Crescimentos recentes da ecologia de paisagem devem
muito ao desenvolvimento dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e a existência de dados sobre
habitats em grandes extensões (por exemplo, dados obtidos por sensoriamento remoto)

Desenvolvimento Como Uma Disciplina

A ecologia de paisagem se desenvolveu na Europa, através de planejamentos históricos em paisagens


humanas. Conceitos da teoria geral da ecologia foram integrados na América do Norte. Enquanto a
teoria geral da ecologia e suas sub-disciplinas se focavam no estudo de unidades de comunidade mais
homogêneas e discretas, organizadas em estrutura hierárquica (tipicamente como ecossistemas, po-
pulações, espécies e comunidades), a ecologia de paisagem foi construída considerando-se a hetero-
geneidade no espaço e no tempo. Frequentemente inclui mudanças na paisagem causadas pelo ho-
mem na teoria e na aplicação dos conceitos.

Por volta de 1980, a ecologia de paisagem era uma disciplina discreta e estabelecida no meio acadê-
mico. Foi marcada pela organização da Associação Internacional para a Ecologia de Paisagem (IALE)
em 1982 obama op. Publicações de livros sobre a paisagem definiram o escopo e os objetivos da
disciplina, incluindo Naveh e Lieberman and Forman and Godron. Forman escreveu que, apesar do
estudo da "ecologia da configuração espacial em escala humana" ter apenas uma década de idade,
havia um grande potencial para o desenvolvimento de teorias e aplicações da parte conceitual. Hoje, a
teoria e aplicação da ecologia de paisagem continua se desenvolvendo através da necessidade de
aplicações inovadoras nas paisagens em processo de mudança, e se utiliza de tecnologias avançadas
como o sensoriamento remoto, SIG, e modelos.

Houve um desenvolvimento associado de eficientes métodos quantitativos para examinar a interação


entre os padrões e os processos . Um exemplo é a determinação da quantidade de carbono presente
no solo baseada no relevo da paisagem, utilizando mapas de SIG, tipos de vegetação, e dados pluvio-
métricos da região.

Relação Com A Teoria Ecológica

A teoria da ecologia de paisagem está ligeiramente fora do "domínio preferido e clássico das disciplinas
científicas" por causa das grandes e heterogêneas áreas de estudo. Contudo, a teoria geral da ecolo-
gia é central para a teoria da ecologia de paisagem em vários aspectos.

A ecologia de paisagem consiste em quatro princípios centrais: o desenvolvimento e a dinâmica da


heterogeneidade espacial, interações e trocas de matéria e energia através de paisagens heterogê-
neas, influência da heterogeneidade espacial em processos bióticos e abióticos, e o gerenciamento da
heterogeneidade espacial. A principal diferença em relação aos estudos ecológicos tradicionais, que
frequentemente assumem que sistemas são espacialmente homogêneos, é a consideração de padrões
espaciais.

Escala E Heterogeneidade (Composição Incorporada, Estrutura E Função)

Um dos conceitos centrais na ecologia de paisagem é a escala. Escala representa o mundo real tradu-
zido em um mapa, relacionando a distância na imagem do mapa e a distância correspondente na Terra.
Escala é também a medida espacial ou temporal de um objeto ou processo, ou a quantidade de reso-
lução espacial. Componentes da escala incluem composição, estrutura, função e padrão, todos impor-
tantes conceitos ecológicos.

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ECOLOGIA DA PAISAGEM

Aplicados à ecologia de paisagem, composição se refere ao número de elementos discretos represen-


tados em uma paisagem e sua abundância relativa. Por exemplo, a quantidade de florestas ou pânta-
nos, o tamanho das bordas da floresta ou a densidade das ruas em uma área urbana podem ser as-
pectos da composição da paisagem.

Estrutura é determinada pela composição, configuração espacial e proporção de diferentes elementos


na paisagem, enquanto função se refere a como cada elemento na paisagem interage com os elemen-
tos vizinhos em seu ciclo biológico. Padrão é o termo utilizado para o conjunto de elementos que se-
guem uma ordem espacial de uma área heterogênea de terreno.

Uma paisagem com estrutura e padrão implica que possui heterogeneidade espacial, ou distribuição
aleatória de objetos através da paisagem. Heterogeneidade é um elemento chave para a ecologia de
paisagem, que separa a disciplina de outros ramos da ecologia.

Partes, Matriz E Mosaico

Parte ou Mancha, é um termo fundamental para a ecologia de paisagem, definido como uma área re-
lativamente homogênea que se difere de seus arredores. Partes são as unidades básicas da paisagem
que mudam e deslocam-se, em um processo chamado dinâmica de partes.

Partes possuem forma definida e configuração espacial, e podem ser descritas composicionalmente
por variáveis internas como números de indivíduos, número de espécies de indivíduos, dados morfo-
métricos, fisionômicos, ou outras medidas similares.

Matriz é o "plano de fundo do sistema ecológico" de uma paisagem, sendo o componente espacial-
mente mais representativo ou dominante, podendo apresentar variável grau de conectividade. Conec-
tividade é a medida do quão conectado ou espacialmente contínuo um corredor, rede ou matriz é.

Por exemplo, uma paisagem florestal (matriz) com menos buracos na cobertura florestal (partes aber-
tas), terá maior conectividade.

Corredores possuem importante função, sendo faixas de um elemento particular da paisagem que di-
ferencia-se do terreno adjacente em ambos os lados. Uma rede é um sistema interconectado de corre-
dores, enquanto mosaico descreve o padrão das partes, corredores e matriz que formam uma paisa-
gem em seu todo.

Fronteiras E Bordas

Partes da paisagem possuem fronteiras entre elas que podem ser bem definidas ou confusas. A zona
composta das bordas de ecossistemas ou elementos da paisagem adjacentes é a fronteira. Borda é a
porção de um ecossistema ou elemento da paisagem próximo de seu perímetro, onde influências das
partes adjacentes podem causar diferenças entre o interior da parte e sua margem.

Este efeito de borda inclui variações na composição ou abundância de espécies. Por exemplo, quando
uma paisagem é um mosaico de diferentes tipos perceptíveis, como uma floresta adjacente a uma pra-
daria, a borda é localizada onde os dois tipos se juntam.

Em uma paisagem contínua em gradiente, como uma floresta se abrindo em um bosque, a exata loca-
lização da borda é confusa e algumas vezes determinada por um gradiente local excedendo um dado
limite, como o ponto onde a cobertura das árvores cai abaixo de 35%.

Ecótones, Ecóclinas E Ecótipos

Um tipo de fronteira é a ecótone, ou a zona de transição natural entre duas comunidades. Ecótones
podem surgir naturalmente, como uma restinga, ou pode ser de origem antrópica, como um terreno
desmatado de uma floresta a ser utilizado para agricultura. A comunidade ecotonal possui característi-
cas em comum de cada comunidade fronteiriça e, às vezes, contém espécies não encontradas nas
comunidades adjacentes.

Exemplos clássicos de ecótones incluem cercas, transições de florestas para marismas, florestas
para campos, ou interfaces terreno-aquáticas como zonas ribeirinhas em florestas. Características de
ecótones incluem a seletividade da flora e fauna, mudanças fisionômicas, ocorrência de mosaico da

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comunidade espacial, ocorrência de espécies exóticas, espécies ecotonais, efeito de massa espacial,
e riqueza de espécies maior ou menor do que algum dos lados da ecótone.

Uma ecóclina é outro tipo de fronteira da paisagem, mas é uma mudança gradual e contínua nas con-
dições ambientais de um ecossistema ou comunidade. Ecóclinas ajudam a explicar a distribuição e
diversidade dos organismos em uma paisagem porque certos organismos sobrevivem melhor sob cer-
tas condições, o que muda ao conforme a ecóclina. Elas contêm comunidades heterogêneas que são
consideradas mais ambientalmente estáveis do que aquelas nas ecótones.

Um ecótipo é um termo espacial que representa a menor unidade ecologicamente distinguível no ma-
peamento e na classificação das paisagens em uma dada escala.

Relativamente homogêneos, são unidades da paisagem espacialmente explícitas usadas para estrati-
ficar paisagens em feições ecologicamente distintas. Eles são úteis para a medição e o mapeamento
da estrutura, função e mudança das paisagens ao longo do tempo, e para examinar os efeitos do dis-
túrbio e da fragmentação

Distúrbio E Fragmentação

Distúrbio é um evento que altera significativamente o padrão de variação na estrutura ou função de um


sistema. Fragmentação é a quebra de um habitat, ecossistema ou tipo de uso do solo em parcelas
menores. O distúrbio é geralmente considerado um processo natural. A Fragmentação é causada por
fatores antrópicos de transformação do terreno, um importante processo nas paisagens relacionado ao
desenvolvimento e ocupação humanos.

Uma importante consequência do desmatamento repetido e aleatório (seja por distúrbio natural ou ati-
vidade antrópica) é a possibilidade de quebra da cobertura contínua em partes isoladas. Isto acontece
quando a área desmatada excede um nível crítico, o que significa que as paisagens desmatadas exi-
bem duas fases: conectada e desconectada.

Teoria Da Ecologia De Paisagem

A teoria da ecologia de paisagem dá ênfase ao papel dos impactos antrópicos nas estruturas e funções
da paisagem. Também propõe meios de restauração de paisagens degradadas. A ecologia de paisa-
gem explicitamente inclui o homem como entidade que causa mudanças funcionais na paisagem.

A teoria da ecologia de paisagem inclui o princípio da estabilidade da paisagem, que enfatiza a impor-
tância da heterogeneidade estrutural da paisagem no desenvolvimento de resistência aos distúrbios,
recuperação de distúrbios e na promoção da estabilidade total do sistema.

Este princípio é uma grande contribuição para as teorias gerais da ecologia que enfatizam a importância
das relações entre as várias componentes da paisagem. A integridade dos componentes da paisagem
ajuda na manutenção da resistência a ameaças externas, incluindo o desenvolvimento e a transforma-
ção do solo pela atividade antrópica.

A análise da mudança do uso do solo incluiu uma forte abordagem geográfica que levou à aceitação
da idéia de propriedades multifuncionais das paisagens. Existem ainda pedidos para que haja uma
teoria mais unificada da ecologia de paisagem por causa de diferenças nas opiniões profissionais entre
ecologistas e abordagem interdisciplinar do tema (Bastian 2001).

Uma importante teoria relacionada é a teoria hierárquica, que explica como sistemas de elementos
funcionais diferentes operam quando ligados em duas ou mais escalas. Por exemplo, uma paisagem
florestal pode ser hierarquicamente composta de bacias de drenagem, que por sua vez são compostas
de ecossistemas locais, estes compostos de árvores individuais e intervalos.

Desenvolvimentos teóricos recentes na ecologia de paisagem enfatizaram a relação entre padrões e


processos, bem como o efeito que mudanças em escala espacial possuem no potencial de extrapolar
informações utilizando a escala. Muitos estudos sugerem que a paisagem possui críticos limites nos
quais processos ecológicos irão mostrar mudanças dramáticas, como a completa transformação de
uma paisagem por uma espécie invasora com pequenas mudanças na temperatura que favoreçam
o habitat do invasor

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ECOLOGIA DA PAISAGEM

Desenvolvimentos na ecologia de paisagem ilustram as importantes relações entre padrões espaciais


e processos ecológicos. Estes desenvolvimentos incorporam métodos quantitativos que ligam padrões
espaciais e processos ecológicos em grandes escalas espaciais e temporais. Esta ligação do tempo,
espaço e mudança ambiental, além da maior rapidez em diagnosticar possíveis problemas, podem
ajudar gerenciadores na aplicação de planos para resolver problemas ambientais.

A crescente atenção dada nos últimos anos à dinâmica espacial enfatizou a necessidade por novos
métodos quantitativos que possam analisar padrões, determinar a importância de processos espaciais
explícitos, e desenvolver modelos confiáveis.

As técnicas de análises multivariáveis são frequentemente utilizadas para examinar os padrões de ve-
getação a nível de paisagem. Estudos usam técnicas de estatística, como análise de cluster, análise
de correspondência canônica (CCA), ou análise de correspondência discreta (DCA), para classificar a
vegetação. Análise de gradiente é outro modo de determinar a estrutura da vegetação ao longo de uma
paisagem ou de ajudar a delinear habitats pantanosos críticos para propósitos de conservação ou mi-
tigação (Choesin and Boerner 2002).

Mudanças climáticas são outro grande componente na estrutura da pesquisa atual na ecologia de pai-
sagem.

Ecótones, como uma unidade básica nos estudos de paisagem, podem ser significativas para o geren-
ciamento sob cenários de mudança climática, já que efeitos de mudança provavelmente serão visto
primeiramente em ecótones por causa da instabilidade natural de um habitat de fronteiras.

Pesquisas nas regiões meridionais examinaram processos de ecologia de paisagem, como a acumu-
lação de neve, derretimento, erosão, percolação, variação na umidade do solo e regimes de tempera-
tura através de medições de longo tempo na Noruega.

O estudo analisa gradientes através do espaço e do tempo entre ecossistemas nas montanhas centrais
para determinar relações entre o padrão de distribuição dos animais em seu meio. A observação do
local onde os animais vivem, e como a vegetação muda ao longo do tempo, poderá prover informações
sobre o gelo e a neve em longos períodos de tempo na paisagem como um todo.

Outros estudos a nível de paisagem afirmam que o impacto humano provavelmente é o principal de-
terminante do padrão da paisagem em grande parte do globo. Paisagens podem vir a ser substituídas
por medições de biodiversidade, porque composições de plantas e animais são diferentes em exemplos
tomados de locais com diferentes categorias de paisagem. Taxa, ou diferentes espécies, podem "es-
capar" de um habitat para outro, o que possui implicações para a ecologia de paisagem.

Conforme as práticas antrópicas de uso do solo se expandem e continuam a aumentar a proporção de


bordas nas paisagens, os efeitos destes "vazamentos" de um habitat para outro através das bordas
podem se tornar mais significantes na conservação. Isto porque as espécies podem ser conservadas
através dos níveis de paisagem, se não em níveis locais.

Relação Com Outras Disciplinas

A ecologia de paisagem foi incorporada em uma variedade de subdisciplinas ecológicas. Por exemplo,
um recente desenvolvimento foi a consideração mais explícita dos conceitos e princípios espaciais no
estudo de lagos, correntezas e pântanos no campo da limnologia de paisagem. Adicionalmente, a eco-
logia de paisagem tem importantes ligações a disciplinas de aplicação como a agricultura e a engenha-
ria florestal.

Na agricultura, a ecologia de paisagem introduziu novas opções para o gerenciamento de ameaças


ambientais trazidas pela intensificação das práticas agrícolas. A agricultura sempre foi um forte impacto
humano nos ecossistemas. Na engenharia florestal, desde a extração de lenha e carvão vegetal até a
organização das paisagens para fins estéticos, os hábitos do consumismo afetaram a conservação e o
uso das paisagens florestais.

A engenharia florestal de paisagem possui métodos, conceitos e procedimentos analíticos para a aná-
lise de tais questões. Finalmente, a ecologia de paisagem foi citada como contribuidora para o desen-
volvimento da biologia da pesca como ciência biológica distinga, e é frequentemente incorporada no
planejamento da delineação de áreas alagadas na hidrologia.

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