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ALEX WILLIAN RODRIGUES DE OLIVEIRA

CECÍLIA ROMULUMHERMAZY DE CASTRO MARTINS BORELI


CLARA GIOAVANNA BARCELOS DE ANDRADE E MENDONÇA
GUSTAVO PEREIRA COSTA
LUANA STÉFANE PEREIRA RIBEIRO
MARIA EDUARDA CAIXETA LIMA
MARIA EDUARDA FONSECA ALVES
OLIVEIRA ROSA BRAGA
PEDRO VICTOR DORNELAS LOPES MARRA
RAFAEL BORGES
RUAN ALEX PEREIRA CASTRO

SUFRÁGIO: SUA IMPORTÂNCIA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

PATOS DE MINAS
2024
ALEX WILLIAN RODRIGUES DE OLIVEIRA
CECÍLIA ROMULUMHERMAZY DE CASTRO MARTINS BORELI
CLARA GIOAVANNA BARCELOS DE ANDRADE E MENDONÇA
GUSTAVO PEREIRA COSTA
LUANA STÉFANE PEREIRA RIBEIRO
MARIA EDUARDA CAIXETA LIMA
MARIA EDUARDA FONSECA ALVES
OLIVEIRA ROSA BRAGA
PEDRO VICTOR DORNELAS LOPES MARRA
RAFAEL BORGES
RUAN ALEX PEREIRA CASTRO

SUFRÁGIO: SUA IMPORTÂNCIA PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

Projeto de pesquisa elaborado como requisito


parcial de avaliação no Projeto Integrador I, do
Curso de Direito do Centro Universitário de Patos
de Minas, sob orientação da Professora Wânia
Alves Ferreira Fontes.

PATOS DE MINAS
2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................1
1.1 Formulação do problema ...............................................................................................1
1.2 Justificativa .....................................................................................................................2
1.3 Objetivos .........................................................................................................................3
1.3.1 Objetivo geral ...............................................................................................................3
1.3.2 Objetivos específicos ....................................................................................................3
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................................................3
3 METODOLOGIA .............................................................................................................9
4 CRONOGRAMA DE TRABALHO .............................................................................10
REFERÊNCIAS ................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO

Caracteriza – se como sufrágio, o exercício do voto dos cidadãos. A história do


sufrágio brasileiro é marcada por várias transformações e desafios que refletem diretamente a
complexidade do processo democrático nacional. Este projeto de pesquisa tem como objetivo
buscar uma análise crítica e de forma aprofundada da contribuição do voto para o exercício da
cidadania de jovens eleitores.
Por meio de uma abordagem interdisciplinar e contextualizada, pretende - se analisar
a forma de contribuição do voto para o exercício da cidadania, conceituar e contextualizar o
que foi o movimento sufragista no Brasil, caracterizar se o sufrágio é uma obrigação ou
direito, analisar como funciona o sistema eleitoral no país e verificar se o voto é eficaz para
garantir a cidadania da população.
Durante o processo de investigação do sufrágio brasileiro sob uma perspectiva
original e analítica, este projeto de pesquisa visa não apenas ampliar o conhecimento sobre a
temática, mas também visa estimular a reflexão e o debate sobre a grande importância do
direito ao voto para a democracia e para a sociedade brasileira como um todo.
Para a execução do objetivo proposto, que é examinar a eficácia do sufrágio, será
realizada pesquisa de caráter exploratório, através do método dedutivo, embasado na atual
doutrina, bem como livros, artigos científicos e materiais disponibilizados por sites jurídicos.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Caracteriza – se como sufrágio, o exercício do voto dos cidadãos. Há quem diz que o
sufrágio não garante a soberania e nem a cidadania do povo, mas há também quem diz que
garante.
Levando isso em consideração, o projeto visa buscar respostas não somente para tais
perguntas, mas para questionamentos sobre o sufrágio de uma forma generalista.
Percebido a dificuldade das pessoas, principalmente os adolescentes entre 16 e 17
anos, é necessário adquirir uma maior consciência sobre o assunto. Mais especificamente
sobre os direitos dentro sufrágio. Pois há várias lacunas no quesito de se deixar influenciar por
venda de votos e também pela ideologia que alguns pais pregam nos filhos.
De acordo com a UNICEF “nove em cada dez adolescentes afirmam que o voto tem
poder para transformar a realidade. Além disso, 64% afirmam que vão votar este ano; 21%
ainda não sabem se vão votar ou não; e 15% disseram que não vão votar. Mais de 3 mil
adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do País participaram da consulta.”
O sufrágio, é uma questão que varia de acordo com o contexto cultural, político e
histórico de cada sociedade. Em muitos países, o sufrágio é considerado um direito
fundamental e uma forma essencial de participação cívica. No entanto, em algumas regiões,
ainda existem desafios relacionados à igualdade de acesso ao sufrágio, seja por questões de
gênero, etnia, classe social ou outras formas de discriminação.
Não há um entendimento pacificado acerca do assunto. Há países que conhecem o
sufrágio como direito fundamental e outros que seguem uma direção diametralmente oposta.
Diante desse cenário de sufrágio e cidadania, o objetivo do presente estudo é responder ao
seguinte questionamento: o sufrágio garante a cidadania e a soberania do povo?

1.2 JUSTIFICATIVA

O estudo sufragista brasileiro apresenta-se como uma temática de extrema importância


e atual, que exige uma análise de forma aprofundada e crítica diante do cenário político e
social da nação. A compreensão ampla do processo eleitoral e do direito ao voto é de suma
importância para a promoção da participação dos habitantes (principalmente jovens), da
transparência política e do fortalecimento da democracia.
Além disso, a análise crítica do sufrágio brasileiro possibilita o entendimento das
dinâmicas eleitorais, dos mecanismos de participação popular e das transformações do
sistema político ao longo do tempo. Nesse sentido, a relevância e a urgência de investigar o
sufrágio brasileiro se justificam pela necessidade de promover uma reflexão aprofundada
sobre a democracia, a representatividade e a igualdade de direitos no contexto nacional.
Diante do que foi exposto, pode-se concluir que a análise crítica do sufrágio brasileiro
possibilita o entendimento das dinâmicas eleitorais, dos mecanismos de participação popular e
das mutações do sistema político ao longo do tempo. Nesse contexto, a relevância e a
urgência de investigação do sufrágio brasileiro são justificadas pela extrema necessidade da
promoção de uma reflexão profunda sobre o sistema democrático, a representatividade e a
igualdade de direitos no contexto nacional.
1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral


Explorar, sob o enfoque do Direito Eleitoral, se o voto contribui para o exército da
cidadania, a fim de descobrir sua eficácia para a sociedade.

1.3.2 Objetivos específicos


1.Conceituar e contextualizar o que foi o movimento sufragista no Brasil.
2. Caracterizar se o sufrágio é uma obrigação ou direto.
3.Analisar como funciona o sistema eleitoral no Brasil.
4.Verificar se o voto é eficaz para garantir a cidadania da população.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para falar do sufrágio, primeiramente é possível observar um marco histórico em


nosso país, o movimento sufragista iniciado na segunda metade do século XIX, impulsionado
pela Revolução Industrial de 1780 e pela Revolução Francesa de 1789. Além disso, já havia
acontecido movimentos sufragistas na Inglaterra e no Estados Unidos, estimulando nosso
movimento e servindo como um espelho para nossa nação.
A causa desse movimento foi justamente a seguinte pergunta, “Se recebemos cargos
de extrema importância, como alta atuação nas escolas, comitês patrióticos, clubes
antiescravagistas e outros, por que somos incapazes de votar?”. Isso gerou um tumulto
primeiramente nas mulheres de classes mais abastadas, gerando posicionamentos individuais
no estado do Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro, tendo peças de teatros, livros e até
jornais, consequentemente, o movimento teve mais poder em ambos estados.
Diante dos acontecimentos, não podia ficar de fora a resistência dos homens,
principalmente homens de cor branca e de alto patamar. A justificativa para “barrarem” o voto
feminino era que elas prejudicariam a relação familiar entre pai, filhos e o cuidado da casa,
perdendo o foco exclusivo para questões morais e sentimentais da família. Isso foi citado
pelos filósofos iluministas Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant, onde tais filósofos
defendia a desigualdade de gênero na sociedade.
Rousseau representa um grande contratualista moderno que utiliza o contrato social
como ficção política para explicar como se deve constituir uma sociedade política legítima.
Tendo a verdade que a mulher não desfrutaria da almejada autonomia na política como o
homem, já que são sujeitas ao poder masculino, sendo assim, excluídas da política sem sujeito
a reclamação das decisões tomadas. Ele deixa bem claro isso na sua obra Emílio, livro
publicado em 1762, propunha à educação dos personagens da obra até a vida adulta,
separando 04 capítulos, onde, três eram sobre Emílio e somente um sobre a educação de
Sofia, representante da futura esposa de Emílio.
Rousseau (1992, p. 412),

Não é bom que o homem fique só. Emílio é homem e nós lhe prometemos
uma companheira. É preciso dar-lhe. Esta companheira é Sofia. Onde se
abriga? Onde a encontraremos? Para encontrá-la é preciso conhecê-la.
Saibamos primeiramente como é e julgaremos melhor onde reside.

Na citação acima pode ser percebido que Rousseau enxerga que a mulher é importante
para homem, mas apenas como uma companheira, como um instrumento para suprir as
necessidades sentimentais do pai de família.
Rousseau (1992, p. 423),

O que Sofia sabe mais a fundo, e que lhe fizeram aprender com mais
cuidado, são os trabalhos de seu sexo, mesmo aqueles de que não se
lembram, como cortar e costurar seus vestidos. Não há trabalho de agulha
que não saiba fazer e que não faça com prazer; mas o trabalho que prefere a
qualquer outro é o de fazer renda, porque nenhum outro dá atitude mais
agradável e em nenhum os dedos se exercitam com mais graça e ligeireza.
Dedicou-se também a todas as tarefas do lar. Conhece a cozinha e a copa;
sabe os preços dos mantimentos; conhece-lhes as qualidades; sabe muito
bem fazer suas contas; serve de mordomo para sua mãe. Feita para ser um
dia mãe de família ela própria, governando a casa paterna aprende a
governar a dela; é capaz de atender às funções dos criados e sempre o faz de
bom grado.

Nesta parte, observa – se que além de um instrumento para alimentar o ego e as


vontades do homem, ela passa a ter sua vida inteiramente integrada a moradia do homem,
atividades envolvidas na cozinha, gerenciamento de mantimentos, limpeza, tricotar e
disciplinar seus descendentes, em geral, é inteiramente responsabilidade do sexo feminino.
Assim, nas mulheres não se deve cultivar as qualidades do homem, uma vez que, ela nasce e
cresce por justa função: “Acreditai-me, mãe judiciosa, não façais de vossa filha um homem de
bem, como que para dar um desmentido à natureza; fazei dela uma mulher honesta e ficai
certa de que ela valerá mais com isso, para ela e para nós”. Rousseau (1992, p. 432).
Por fim, conclui-se que na visão de Rousseau, a mulher é criada desde a infância para
que seja companheira do homem, suas atividades e destinada exclusivamente para os
sentimentos, atividades do lar e ensinamento de seus criados, cabendo-a disciplinar as
gerações futuras de homens e mulheres, ditando seus lugares na sociedade, não podendo
ultrapassar disso.
Voltando para o sufrágio no Brasil, o sufrágio feminino começou a ganhar espaço no
começo do século XX, tendo atuação da professora Leolinda Daltro, onde, fundou a Partido
Republicano Feminino em 1910, após esse marco, somente 12 anos depois deu início a
Federação Brasileira pelo Progresso Feminino por Bertha Lutz, nascida em São Paulo,
formada em biologia, educadora, diplomata e política brasileira, sem dúvida foi uma peça
importante para tal conquista feminina. Ambas as organizações buscavam pressionar o
governo em prol aos direitos.
Em 1927, o Código Eleitoral do Rio Grande do Norte deu fim às distinções de sexo
nas condições exigidas para ser eleitor. Tendo isso em mãos, Celina Guimarães Viana
conseguiu autorização judicial para votar nas eleições de senadores em 1928. Mulheres se
inspiraram no acontecido, fazendo que todas votassem, porém, todos os votos femininos
foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. No mesmo ano, Alzira Soriano foi
presidenta de Lajes, cidades do Rio Grande do Norte, tornando-se a primeira mulher a tomar
um cargo político.
Outro nome que pode ser citado e de forte influência no movimento, foi Nísia Floresta,
criadora da obra: “Direito das mulheres e injustiça dos homens”. Primeira publicação
brasileira a tratar do direito das mulheres, onde seu livro foi inspirado nas obras de Mary
Wollstonecraft, uma sufragista inglesa. Também declarou que ter feito uma tradução livre de
Vindications of the rights of woman e se inspirado nos artigos da Declaração dos Direitos da
Mulher e da Cidadã, de Olympe de Gouges, mesma mulher que defendeu os direitos
femininos na pauta da Revolução Francesa.
Em vida, Nísia escreveu 14 livros, destacando a importância da mulher à educação e à
participação na vida pública, ainda além, fundou uma instituição de ensino vanguardista, o
Colégio Augusto.
Após tanta luta, em 24 de fevereiro de 1932 foi lançado o segundo artigo do Código
Eleitoral que continha a seguinte redação: “É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem
distinção de sexo, alistado na forma deste Código”. Art. 2° da Constituição de 1932).
Juntamente obteve um grande avanço nos votos, tornando-os sigilosos em cabines fechadas e
indevassável. Porém, a participação efetiva das mulheres como eleitoras e como candidatas na
política ocorreu somente em 1933, na eleição da Assembleia Nacional Constituinte.
Decorrente de todos os fatos, em 1934 foi criada a segunda Constituição
Republicana no governo Vargas, assentando assim, o voto feminino foi aceito, mas restringiu
somente as mulheres que exerciam função pública remunerada. Embora, foi na Constituição
de 1946, criada por Eurico Gaspar Dutraem, em seu artigo 131, considerava como eleitores
“Os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei”. (Art. 131 da
Constituição de 1946).
O princípio democrático consagrado pela Constituição da República assegura que
o poder emana do povo que o exerce diretamente ou por meio dos representantes eleitos para
que em seu nome atuem com o objetivo de promover o bem estar social. Entre as formas de
exercício da soberania, o sufrágio materializado pelo voto destaca-se como instrumento
fundamental do regime democrático representativo.
O presente estudo de revisão de literatura tem por escopo analisar as principais
correntes doutrinárias acerca da natureza jurídica do sufrágio e do voto no Brasil, como
também apresentar as consequências decorrentes da obrigatoriedade do voto na vida prática
dos cidadãos brasileiros. Nesse sentido, a doutrina aponta que a aplicação dos princípios da
isonomia e da liberdade ao exercício da cidadania fortalecerá a democracia, uma vez que o
resultado das eleições expressará a vontade consciente do eleitor.
Ao longo dos tempos, vários conceitos de democracia foram apresentados,
contudo a definição de um conceito para este vocábulo não se apresenta como tarefa das mais
fáceis, segundo Pontes de Miranda: "Democracia é forma, processo, método".
Miranda (2002, p. 191),

Democracia é a participação do povo na ordem estatal: escolha dos chefes,


na escolha dos legisladores, na escolha direta ou indireta dos outros
encarregados do poder público [...], mas democracia somente há, se existe a
co-decisão. Chama-se co-decisão a deliberação em comum, pelo povo ou por
pessoas escolhidas pelo povo, isto é, não por pessoas oriundas de atos de
força, ou de fato estranho ao querer da população.

No mesmo sentido define Azambuja "poder do povo". Todavia, verifica-se que o


conceito de democracia não é imutável, pelo contrário, está em constante transformação.
Ferreira (1993, p. 195),
A democracia não é uma doutrina imobilizada, petrificada em um dogma
eterno, nem tampouco uma forma histórica imutável, porém um sistema de
ideias e uma instituição que se retificam constantemente com o progresso
ético e científico da humanidade.

O sistema eleitoral brasileiro é o sistema pelo qual se organiza a escolha dos


representantes governamentais do Brasil.
Lamounier (1991, p. 10),

No sentido técnico mais estrito, sistema eleitoral é o método pelo qual votos
populares emitidos nas diferentes circunscrições ou distritos de um país são
convertidos em cadeiras parlamentares; diz respeito, portanto, ao critério
utilizado para a distribuição das cadeiras, se proporcional ou majoritário.
Pode-se, entretanto, falar de sistema eleitoral num sentido um pouco mais
amplo, como o conjunto dos métodos utilizados em um país para a escolha
de diferentes autoridades.

Esse sistema eleitoral foi estabelecido pela Constituição de 1988 e é gerido pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Constituição da República Federativa do Brasil,
brasileira, juntamente do Código Eleitoral, estabelecem que o voto é obrigatório para pessoas
entre 18 e 70 anos. Já para os analfabetos, pessoas com 16 e 17 anos e acima de 70 anos, o
voto é facultativo. Para as eleições presidenciais, legislativas e municipais, os votos
proporcionais e majoritários são combinados, conforme o Código Eleitoral de 1965 Art. 84“A
eleição para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais,
obedecerá ao princípio da representação proporcional na forma desta lei”.
No sistema proporcional, os votos são contabilizados para determinar a
distribuição de cargos do Poder legislativo (exceto senador), ou seja, vereadores, deputados
estaduais, deputados distritais e deputados federais. São eleitos os mais votados dos partidos
que conquistaram vagas legislativas. Já o sistema majoritário, determina que para o candidato
ser eleito, ele deve obter maioria absoluta dos votos ou maioria simples. Para alcançar a
maioria absoluta, o candidato precisa obter mais de 50% dos votos válidos. Os votos nulos e
brancos são descartados na contagem. De tal maneira, tirando os votos nulos e brancos, temos
os votos válidos. O candidato que obter mais de 50% deles, é eleito. Esse sistema é usado para
eleição de presidentes, governadores e prefeitos. No caso da maioria absoluta, a eleição pode
ser realizada em dois turnos, caso nenhum dos candidatos obtiver a quantidade mínima de
votos para ser eleito (mais de 50%). Já para obter a maioria simples, é necessário a metade
dos votos válidos mais um. O sistema com base na maioria simples é utilizado nas eleições de
senadores e prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores.
De acordo com o sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall, em sua obra
Citizen and Social Class, a cidadania é dividida em três partes, baseadas em diferentes séculos
da história, XVIII, XIX e XX, sendo elas, os direitos civis, direitos políticos e por fim os
direitos sociais, respectivamente. E não somente seguindo essa sequência de direito, mas
também promovendo movimentos sociais e lutas para obtê-los.
A partir da leitura do artigo lançado em 2013, “A importância da obrigatoriedade
do voto para a construção da cidadania no Brasil” da autora e mestranda em Direitos e
Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV), assegura-se que no
Brasil tem - se uma situação diferente da indicada por Marshall, uma pirâmide invertida.
Vieira (2013, p. 2),

De forma diversa, no Brasil, além da inversão, onde os direitos sociais


vieram antes dos políticos, os mesmos não foram conquistados, sendo fruto
de ações governamentais, cedidas com o beneplácito dos regimes ditatoriais,
com vistas à obtenção de apoio popular. Com isto, acostumou-se a
população, em meio a este sistema patriarcal, a receber direitos em lugar de
obtê-los por merecimento.

Por conseguinte, há uma fragilidade do sistema político no Brasil, a cidadania


não se apresenta como plena, mas sim ainda em concretização, fazendo com que o voto
obrigatório seja o veículo propulsor para a obtenção do objetivo maior.
Vieira (2013, p. 7),

Como a cidadania no Brasil apresenta um déficit em sua estrutura, para que


as diferenças apontadas não configurem em exclusão, necessárias
providências estatais para satisfazer a todos em igualdade de condições,
consistindo uma delas na obrigatoriedade do voto.

Desse modo, como citado em cima, o voto eleitoral transforma um poder que
antigamente ficava centralizado nas mãos das elites brasileiras, e começa-se a incluir toda a
população, gerando um sentimento de pertencimento que classifica o grau de participação dos
cidadãos para o desenvolvimento do Estado. A cidadania é um status concedido àqueles que
são membros integrais de uma comunidade. Marshall (2002, p. 24).
No entanto, é importante reconhecer que o voto sozinho pode não ser suficiente
para garantir plenamente a cidadania da população. Outros elementos, como a educação
Marshall (2002, p. 11) e a empregabilidade, também desempenham um papel crucial na
promoção da cidadania e no fortalecimento da democracia. Portanto, o voto é uma ferramenta
importante, porém deve ser acompanhado por esforços para fortalecer as instituições
democráticas e garantir a participação igualitária de todos os cidadãos.
O movimento sufragista brasileiro originou no século XIX, influenciado pela
Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. Também movimentos nos Estados Unidos e
na Inglaterra, juntamente com grandes personalidades, foram inspiração para o movimento
brasileiro.
A principal questão que instigou o movimento sufragista foi a pergunta “Por que
mulheres, que ocupam cargos de importância, não tem o direito de votar? ” Essa dúvida
impulsionou movimentos, especialmente entre mulheres de classes mais abastadas frente ao
voto.
Contudo, homens, principalmente de classe alta, resistiram ao sufrágio feminino,
baseados na ideia de que as mulheres não deveriam se envolver em questões políticas, pois
seria maléfico para a estrutura da família da época. Filósofos como Jean-Jacques Rousseau e
Immanuel Kant defendiam essa desigualdade de gênero, citando que a mulher deveria ser uma
companheira e se ocupar de tarefas domésticas.
Por isso, o voto feminino só ganhou espaço no século XX, com figuras como Leolinda
Daltro, Bertha Lutz, Nísia Floresta, Celina Guimarães e Alzira Soriano. Assim, em meados da
década de 30, o sufrágio feminino foi estabelecido no código eleitoral, permitindo a
participação efetiva das mulheres nesse ato político e, posteriormente, integrada a
Constituição do país em 1946.
Dessa forma, com o conhecimento das lutas sufragistas, é possível analisar as origens
até os avanços a respeito da importância do exercício da cidadania no país. Para isso, foi
necessário que essa participação política fosse possível para todo o povo brasileiro.

3 METODOLOGIA
Para a execução do objetivo proposto, que é examinar a eficácia do sufrágio, será
realizada pesquisa de caráter exploratório, através do método dedutivo, embasado na atual
doutrina, bem como livros, artigos científicos e materiais disponibilizados por sites jurídicos.
A obtenção dos resultados se dará de forma qualitativa, uma vez que é mais
adequada à questão a ser analisada, a qual se encontra inserida no campo do Direito.
Através da análise crítica de todo agregado literário levantado, objetiva-se aproximar
a solução mais adequada para o problema proposto e, por seguinte, contribuir para o
desenvolvimento de medidas que sejam mais favoráveis para a sociedade.

4 CRONOGRAMA DE TRABALHO

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.


Conhecimento e discussão do tema X X
Delimitação do locus de intervenção X
Diagnóstico do(s) problema(s) X
Planejamento da intervenção X
Intervenção X X
Análise dos resultados da intervenção X
Redação do trabalho final X

REFERÊNCIAS

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<http://piape.prograd.ufsc.br/files/2020/07/Angela-Davis-Mulheres-ra%C3%A7a-e-classe-
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<https://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/
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politica-e-social>. Acesso em: 09 abr. 2024.

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Disponível em: <https://www.tse.jus.br/eleicoes/historia/processo-eleitoral-brasileiro>.
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Eleitoral. [on line]. Tribunal Superior Eleitoral, Edição n° 3, ano 5. Brasília, DF. 2015, p. 35-
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REIS, Elisa Meirelles. Nove em cada dez adolescentes acreditam que o voto tem poder
para transformar a realidade, mostra enquete do UNICEF com a Viração. Brasília, 19 de
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS. Manual para normalização de


trabalhos acadêmicos. 7. ed. rev. e ampl. Patos de Minas, 2023.

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