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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


SERVIÇO SOCIAL

EVA JOSÉ RIBEIRO


MARIA APARECIDA MOREIRA DE BESSA SOUZA
MARIA APARECIDA DE BASTOS MELO OLIVEIRA
MARIA APARECIDA SILVA
SUZETE PEREIRA VINOGRADOW
WESLANE PATRICIA DE SOUSA

OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL NO PERIODO DE 1988 AOS


DIAS ATUAIS

Rubiataba
2016
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EVA JOSÉ RIBEIRO


MARIA APARECIDA MOREIRA DE BESSA SOUZA
MARIA APARECIDA DE BASTOS MELO OLIVEIRA
MARIA APARECIDA SILVA
SUZETE PEREIRA VINOGRADOW
WESLANE PATRICIA DE SOUSA

OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL NO PERIODO DE 1988 AOS


DIAS ATUAIS

Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as
disciplinas: Políticas setoriais Contemporâneas;
Instrumentalidade em Serviço Social; Pesquisa Social e
Oficina de Formação; Movimentos Sociais; Estágio em
Serviço Social I.

Professores: Maria Lucimar Pereira;Amanda Boza G.


Carvalho; Clarice da Luz Kernkamp; Nelma S.A. Galli.

Rubiataba
2016
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 04

1 Os movimentos sociais no Brasil no período de 1988 aos dias atuais ........... 05

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 11
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INTRODUÇÃO

Os movimentos sociais têm um lugar especial na realidade histórica do nosso


país, advém do debate existente entre as teorias de mudança social e as
concepções de emancipação, sendo assim, uma tradição de revolucionários. É
notório que a trajetória histórica dos movimentos sociais no Brasil é imprescindível
para compreender a sua relevância no processo democrático. Sabe-se que os
movimentos sociais sempre existiram, e na verdade, consistem num mecanismo que
os cidadãos utilizam para reivindicar e ver reconhecidos seus interesses e anseios
coletivos.
A participação social teria, pois, papel relevante tanto no que diz a respeito à
expressão de demandas como em relação à democratização da gestão e da
execução das políticas sociais. Dessa forma, aborda-se o processo de participação
da sociedade no âmbito das políticas sociais no que tange à formulação, gestão,
implementação e controle das políticas sociais, apontando características,
potencialidades e tensões. Ressalta-se que a participação social tem sido
reafirmada no Brasil como um fundamento dos mecanismos institucionais que visam
garantir a efetiva proteção social contra riscos e vulnerabilidades, assim como
vigência dos direitos sociais.
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OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL NO PERIODO DE 1988 AOS DIAS


ATUAIS

O conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo


organizado que tem como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate
político, dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específico. Fazem
parte dos movimentos sociais, os movimentos populares, sindicais e organizações
não governamentais (ONGs). No Brasil, todavia houve registros sociais desde o
primeiro século até nossos dias. Esses movimentos demonstram que os que vivem
no Brasil nunca foram passivos e sempre procuraram de uma forma ou de outra,
lutar em defesa de suas ideias e interesse. De 1988 até hoje, observa-se uma série
de movimentos pela efetivação de direitos existentes e pela conquista de novos
direitos. A humanidade vivencia uma constituição que privilegia os direitos humanos
(civis, políticos e sociais) sobre a ação do Estado, e os movimentos sociais devem
ser instrumentos para o questionamento das muitas desigualdades existentes no
país.
Nesse contexto, abriu-se no Brasil a possibilidade de se desenvolverem
movimentos sem o controle do Estado, dos partidos políticos ou de qualquer
instituição. Podemos citar, entre outros, os movimentos dos negros, das mulheres,
dos indígenas, dos ambientalistas, dos sem-terra, dos sem-teto, etc. Nenhum
desses movimentos tem a preocupação de alcançar o poder do Estado, mas sim de
fazer valer os direitos existentes nas leis e criar outros, isto é, eles são um meio de
uma população organizada, que participam politicamente, sem que precise estar
ligada às estruturas estatais de poder. No entanto, além da legislação existente,
sempre construir espaços políticos públicos, nos quais possam ser debatidas todas
as questões importantes para uma sociedade politizada.
O texto constitucional de 1988 é um marco na democratização e no
reconhecimento dos direitos sociais. Presume-se que os movimentos sociais são de
tentativas coletivas e organizadas que têm a finalidade de buscar determinadas
mudanças ou até mesmo estipular a possibilidade de construção de uma nova
ordem social. Nessa perspectiva, a Constituição de 1988 foi o restabelecimento do
Estado de Direito no país, com a conquista das liberdades democráticas, a adoção
das eleições diretas em todos os níveis, a liberdade de organização partidária e
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sindical. Em relação aos partidos políticos estabeleceu-se o Fundo Partidário e o


acesso gratuito ao rádio e à TV, em determinados períodos do ano e no período
eleitoral.
A história do Brasil é marcada por lutas e revoltas populares, desde o século
XVI com a Confederação dos Tamoios (1562), passando pela Insurreição
Pernambucana (1645), até a Inconfidência Mineira (1789), a Guerra de Canudos
(1896), a Revolução Constitucionalista de 1932 e 1992 acontece o Impeachment de
Fernando Collor, sendo esse, um movimento que se desenvolveu contra o então
presidente do Brasil onde a população do país saiu às ruas em diversos protestos
que pediam a impugnação de seu mandado.
Adentrando o século XXI, os movimentos sociais e a participação popular se
reconfiguram em face da globalização, inclusive por meio das Organizações não
governamentais (ONG’s). Elas ganharam poder e projeção, sobretudo, pelas
parcerias edificadas com o poder público. Para melhor entendimento acerca dessa
temática, faz-se necessária uma breve contextualização acerca dos movimentos
sociais. De inicio cabe destacar que conforme a autora ainda, a ausência na
literatura de obras baseadas na análise dos movimentos social brasileiro e latino
americano fez com que houvesse uma inadequação do uso de teorias elaboradas no
exterior, principalmente inspirados pelo silencio sobre o paradigma norte-americano.
A conquista dos direitos é resultado de lutas sociais empreendidas por movimentos
populares e organizações sociais que reivindicaram direitos e espaços de
participação social. O conflito social deixa de ser simplesmente reprimido e passa a
ser reconhecido. “Já dizia Betinho:” A sociedade civil tem um papel central, o poder
está na sociedade civil, não no Estado. “O Estado é o instrumento”.
Nesse mesmo século, observamos o surgimento de uma “rede de
movimentos sociais”, com o objetivo claro de fortalecer o papel da sociedade na
esfera pública e defesa radical dos valores democráticos, com total autonomia dos
movimentos sociais em relação ao poder púbico e de certo modo até mesmo dos
Partidos Políticos, o que não significa dizer que não seja uma forma organizada de
articulação política. A questão do protagonismo dos movimentos sociais no Brasil, a
partir dos anos 1990, começa a perder visibilidade política no cenário urbano. A
partir disso, referem-se três momentos: 1990-1995; 1995 a 2000; e do início deste
novo século até os dias atuais, que diagnosticam uma crise dos movimentos sociais
populares urbanos, nos primeiros cinco anos dos anos 1990, no sentido de que
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reduziram parte de seu poder de pressão direta que haviam conquistado nos anos
1980. Nesse momento, o país saía de uma etapa de conquista dos direitos
constitucionais, os quais necessitavam ser regulamentados. Ao mesmo tempo, o
governo federal, passou a programar ou a aprofundar, em todos os níveis, as
políticas neoliberais, as quais geraram desemprego, aumento da pobreza e da
violência urbana e rural (GOHN, 2005). No capítulo dos Direitos Sociais os avanços
foram grandes. O principal foi à universalização dos direitos à educação, saúde,
trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância,
assistência aos desamparados. Com isto as populações mais pobres passaram a
usufruir destes direitos sem contribuir com a Previdência. Diz o texto constitucional:
“a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social”. Através de todas as lutas ocorridas em vários
períodos, entende-se, que os movimentos sociais exercem grande impacto que é a
transformação social.
Atualmente, a partir dessas novas mobilizações, os cidadãos e as sociedades
conjugam a gramática da igualdade de gênero, preocupações ecológicas,
conservação do meio ambiente, direitos dos nascituros, impensáveis antes da
emergência de movimentos sociais com essas novas agendas. Considerada a maior
das últimas décadas, as atuais manifestações abrangem grande parte das cidades
brasileiras e considera-se que resultam do fato de que os cidadãos “caíram na
realidade”. Os novos movimentos sociais que emergiram durante os anos 90 até os
atuais são como os de décadas anteriores também frutos de demandas sociais
como o Movimento de Mulheres, O Movimento LGBT, O Movimento Negro,
Movimento Indígena entre outros. Juarez Guimarães (2009) identifica pelo menos
cinco tradições e movimentos que contribuíram com que ele chama de “ciclo
democrático de auto formação do povo brasileiro”. Apesar do enfraquecimento dos
movimentos sociais e da rearticulação do papel destes na sociedade, é
imprescindível considerarmos a sua grande relevância no processo democrático
brasileiro, mediante sua atuação voltada a reivindicação dos direitos, até então, não
disponibilizados aos cidadãos. Desta forma, as lutas desencadeadas na sociedade
civil, são absolutamente essenciais num processo de efetiva transformação social, a
caminho da emancipação humana.
A forma de organização de um movimento social consequências importantes
com relação a sua dinâmica interna e externa. Internamente, observa-se que uma
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organização sem a devida hierarquia entre liderança e base pode favorecer certo
espontaneismo das ações, o que levaria a falta de controle do movimento,
resultando em seu próprio prejuízo. Por outro lado, uma organização fundada num
corpo de líderes afastados da base pode ser conduzida a práticas autoritárias e
elitistas, com as demais participantes desempenhadas o papel de massa de
manobra. O Capitalismo Industrial trouxe varias benefício, mas trouxe consigo
muitas consequências para o mundo entre elas o destruição do meio ambiente e o
afrouxamento das relações sociais, mas trouxe avanços tecnológicos que não
podemos deixar de lado, mas que deve ser repensado, no campo da política o
capitalismo destruiu e corrompeu o político e suas ações servem não mais a
pessoas que o elegeram, mas ao grande capital. Cabe agora o mundo e o Brasil
mudarem o modo de pensar a sociedade o modo de produção o modo de vida que o
ser humano necessita suas verdadeiras necessidades, evitando desperdícios que
agravem o mundo de hoje.
O consumismo, o egoísmo e a alienação vêm impedindo as pessoas de
lutarem, todavia, ainda assim em nossos dias existem alguns movimentos muito
atuantes em nosso país, como por exemplo, o Movimento dos Sem Terra – MST, a
Central Única dos Trabalhadores – CUT e a União Nacional dos Estudantes – UNE.
São através de protestos e reivindicações que muitas conquistas são alcançadas. O
povo insatisfeito e unido consegue vencer grandes mazelas por isso as
manifestações sociais são um excelso caminho para melhorias reais em nosso país.
A agitação do povo é em suma ‘a voz de Deus’.
Para Santos (2002), haveria, portanto, uma tensão entre capitalismo e
democracia, tensão essa que, uma vez resolvida a favor da democracia, colocaria
limites à propriedade e implicaria em ganhos distributivos para os setores sociais
desfavorecidos. Aos marxistas, por seu lado, entendiam que essa solução exigia a
descaracterização total da democracia, uma vez que nas sociedades capitalistas
não era possível democratizar a relação fundamental em que se assentava a
produção material, a relação entre o capital e o trabalho. Daí que no âmbito desse
debate, se discutissem modelos de democracia alternativos ao modelo liberal, entre
eles: a democracia participativa.
Segundo Neto (2003) o capital monopolista impera na medida em que se
refaz e credita ao Estado e a sociedade civil a resolução de suas mazelas, ou seja,
os frutos das desigualdades edificadas pelo capital monopolista são salvos pelo
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estado e pela sociedade civil, através de ações quase sempre paliativas: o capital
opera a orquestra da desigualdade, mas, isenta-se da cena principal e , quando
presente é mero expectador no aguado das honrarias advindas às suas benesses,
obviamente demarcadas elas isenções fiscais.
Para Nogueira (2004), isso quer dizer que precisamos de uma perspectiva
que não só valorize a sociedade civil e celebre seu crescente protagonismo, mas
também colabore para politizá-la, libertando-a das amarras reducionistas dos
interesses particulares, aproximando-a do universo mais rico e generoso dos
interesses gerais, da hegemonia, em uma palavra, do Estado.
Atualmente, o Brasil encontra-se num período de transição positiva, e
consegue aliar crescimento, democracia, participação popular e consegue destacar
mundialmente na política e na economia, e deste modo o movimento social passa a
agir de outra forma, começando a pautar o Governo a partir de mobilizações
pontuais e da apresentação de propostas que agora são bem recebidas, pois os
grandes embates antigos viam dos momentos em que o diálogo é esvaziado, e
atualmente onde há diálogo, o embate não é considerado a principal ferramenta de
solução.
Vale destacar que os movimentos sociais foram de extrema importância para
a formação da sociedade atual. Considerando ser impossível, tratar de todos os
movimentos sociais do mundo, onde alguns que se entendem tenham ligação
relevante com a sociedade contemporânea de modo a estarem contidos no
ordenamento jurídico pátrio atual.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os movimentos sociais refletem mais do que reações às privações materiais,


pois vislumbram o potencial político que pode ser construído a partir da criação pela
sociedade civil de espaços públicos de discussão que aumentam a capacidade de
controle do poder institucionalizado. Sua importância mostra-se cada vez maior nas
sociedades democráticas que sofrem com a crise da representatividade sem, no
entanto, promoverem a criação de novas esferas públicas de participação.
Entretanto, entende-se que os movimentos sociais lançam temas de relevância para
toda sociedade, definem problemas e demandas, trazem contribuições, a fim de
produzir pressão nos atores da sociedade política, ao mesmo tempo, em que
solidificam sua identidade individual e coletiva. Deve-se configurar enquanto
processo de constante participação, pelo qual grupos compartilham necessidades,
adotam decisões e estabelecem mecanismos para atendê-las, visando o interesse
coletivo rumo à transformação social.
Para um movimento social atingir os objetivos a que se propõe, é necessária
certa estratégia, procedimentos adequados que possibilitem o sucesso da ação
coletiva. Ao mesmo tempo em que o projeto revela o desejo, a intenção de um
movimento, ele nos mostra coimo os seus participantes se veem, o que demonstra a
consciência de sua força, bem como a força de seu adversário, contra quem o
movimento se dirige.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATOS, Maurílio de Castro; LEAL, Maria Cristina (Org.). Política Social, família e
Juventude: Uma questão de direitos, São Paulo: Cortez, 2004. P. 25-42.

SANTANA. Luís Gustavo. Responsabilidade Social. Centro Luterano Universitário de


Palmas. 2008 (mimeo).

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil - Texto constitucional


promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotas pelas Emendas
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2009.

http://mudanca.org.br/2011/05/11/um-breve-relato-sobre-a-historia-o-brasil-os-
movimentos-sociais-e-alguns-desafios-do-movimento-estudantil/

ALBERTI, Verena; PEREIRA, Amílcar A. A defesa das cotas como estratégia política
do movimento negro contemporâneo. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº 37, p.
143-166, jan./jun. 2006. Acesso em 01/09/2015.

AVRITZER, Leonardo. Modelos de Deliberação Democrática: uma análise do


orçamento participativo no Brasil. In: SANTOS, Boaventura de Sousa
(org.). Democratizar a Democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In:


____. [org.]. Experiências nacionais de participação social. São Paulo: Cortez,
2009, p. 27-54. (Coleção Democracia Participativa).

CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 5. ed. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

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