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1. Introdução
2. Participação social
Em toda a história da humanidade tem sido uma constante a busca pelos
direitos individuais e a conseqüente participação na sociedade. Nos tempos
R.
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c. poI..
,
Rio de Janeiro. 29(4):49-66, out./dez. 1986
modernos essa participação vem crescendo, e para esse crescimento vanos são
os motivos apresentados; entre eles podemos citar a maior concentração de
pessoas nas cidades, ocasionando sérios problemas para a comunidade; o aper-
feiçoamento das técnicas de comunicação, a situação econômica de certa par-
cela da população, e também a Declaração Universal de Direitos, onde é as-
segurado o mesmo direito de participação política a todos os cidadãos.
Entretanto, para alcançarem os seus objetivos, é necessário uma organiza-
ção, pois como afirma Dallari,! "toda proposta de modificação na vida social
encontra a resistência dos interesses estabelecidos, dos acomodados ou dos
que têm medo de toda transformação".
Essa necessidade de se organizar para defender os seus interesses deu início
às "organizações comunitárias girando em torno de interesses comuns e agindo
em função de problemas concretos e imediatos". Ainda segundo Dalmo Dallari,
"a associação é uma forma de participação política das mais convenientes, pois
permite a conjugação de esforços, garante a continuidade das atividades e as-
segura a proteção legal para os participantes, já que o simples registro dos es-
tatutos lhe dá existência legal e lhe confere direitos que as autoridades são
obrigadas a respeitar".
Os movimentos populares tendem a refletir os problemas políticos, sociais
e econômicos de determinados períodos da sociedade, como os referentes a mo-
radia, desemprego, e, mais recentemente, as manifestações ocorridas em todo o
país a favor das eleições diretas e posteriormente o apoio aos candidatos da
Aliança Democrática à Presidência da República, culminando com o apoio ma-
ciço em todo o país à reforma econômica do governo.
Essa mobilização da sociedade vem demonstrar que a população brasileira
está resgatando aos poucos o seu direito de cidadania, entretanto é importante
que esse nível de participação social seja elevado através do fortalecimento da
sociedade civil, dos partidos políticos, das diversas associações de interesses e
dos organismos representativos de classes.
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serviços, ações destinadas a evitar a degradação de suas condições de vida,
a obter a adequação destas às novas necessidades ou perseguir um maior nível
de equipamentos".
Ainda segundo Borja, esses movimentos sociais urbanos são conseqüências
das contradições existentes nas cidades, e as principais contradições são:
"2. O Estado aparece cada vez mais como responsável pelas condições de vida
de uma população com exigências legitimadas socialmente e forças social e po-
lítica crescentes. Isso porque o Estado tem suas funções econômicas, entre as
quais o de produzir e gerar os meios de consumo coletivo necessários à reprodu-
ção da força de trabalho, cada vez mais ampliadas pelo desenvolvimento capi-
talista. Mas este desenvolvimento também traz consigo, historicamente, o de-
senvolvimento da força social e política das classes populares, particularmente a
operária. O progresso do movimento operário e democrático, por sua vez, legi-
timou e tende a legitimar cada vez mais, inclusive perante a ideologia dominante,
muitas das exigências de melhores condições de vida."
3 In: Rasmussen, Jorgen. O processo político - estudo comparado. Rio de Janeiro, FGV,
1973.
4 Id. ibid.
5 Jacobi, Pedro. Movimentos sociais urbanos e a crise: da exploração social à participação
popular autônoma. Política e administração. Fesp, jul./set. 1985.
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to dos serviços públicos. O desenvolvimento reivindicatório de bairro vem ge-
rando uma rede coletiva e de organização social que configura uma possibilida-
de concreta de relacionamento com o Estado ampliando os espaços de partici-
pação.
6 Oueiroz, Lêda L. dos Reis Falcão de. Movimentos amigos de bairro de Nova Iguaçu:
o povo pede passagem. Tese de pós-graduação. Rio de Janeiro, Coppe/UFRJ, 1981.
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A Faferj está dividida em oito zonais: zonal centro-norte, zonal norte, zonal sul,
zonal Jacaré/Barra da Tijuca, zonal Suburbana,zonal Leopoldina, zonal oeste,
zonal Ilha do Governador. Cada uma das zonais é dirigida por diretores que
moram nessas áreas. A diretoria da Faferj deverá acompanhar as atividades
das associações, registrar problemas internos da comunidade, manter as associa-
ções organizadas, trocar experiências, transmitir as informaões da diretoria e
preparar os diretores das associações a fim de que estejam capacitados a exerce-
rem suas funções.
A Faferj, além da reivindicação de posse da terra, de títulos de propriedade,
ela defende a necessidade de se fazer saneamento básico, de áreas de lazer,
posto médico, escola, creche etc. Para tanto estão divididos em departamentos
que têm por fim o estudo e debate dos temas de interesse da comunidade e
que abrangem as áreas: cultural, feminino, saúde, habitação e a área jurídica
que atua junto com a diretoria executiva.
Atualmente ela é composta por cerca de 440 Associações de Moradores de
favelas no município do Rio de Janeiro, alcanando um total de 530 asso-
ciações em todo o estado do Rio de Janeiro. A divulgação de suas atividades
é feita através de boletins, havendo entretanto um projeto para editar o jornal
da entidade.
Para atender à comunidade que representa, a Faferj possui vários projetos,
contando em alguns casos com o apoio dos órgãos governamentais. Esses pro-
jetos visam principalmente a condições de moradia (habitação e saneamento),
alimentação (que contribuiria para a melhoria da saúde da populaão) e edu-
cação. Entre eles temos:
a Abril de 1986.
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Parágrafo único. No cumprimento de seu objetivo, a federação representará
suas filiadas perante as autoridades e órgãos municipais, estaduais e federais;
ou perante quaisquer entidades públicas ou privadas, e poderá promover, em
juízo ou fora dele, as ações e medidas que se tomem necessárias."
A determinação das metas de atuação da federação, atualização dos seus prin-
cípios e avaliação e reformulação da estrutura da federação é de competência
do Congresso estadual, que é o órgão de decisão máxima da federação e que se
reúne ordinariamente de dois em dois anos.
A Famerj possui diversas comissões de trabalho, como a de uso do solo, lo-
teamento, saúde, abastecimento, educação, comunicação, habitação, transpor-
tes, saneamento, violência, posse da terra, dívida externa, cultura etc.; e que
tem por finalidade estudar e analisar os diversos temas e procurar soluções pa-
ra as necessidades da comunidade, tentando chegar até as autoridades COm as
suas reivindicações quando for o caso.
3. Saúde - "o problema da saúde tem sua causa maior na falta de saneamen-
to básico". A Comissão de Saúde da Famerj apresenta algumas propostas deba-
tidas pelo movimento:
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- estímulo ao aleitamento matemo, cuidado à gestante, criação de alojamentos
conjuntos mãe-filho nas maternidades e a criação de banco de leite devem ser
medidas prioritárias;
- obras de saneamento básico; os recursos do Planasa devem ser entregues aos
governos estaduais e municipais para serem aplicados a fundo partido nas obras
de saneamento básico."
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6. Habitação - a proposta defendida pela Famerj é de que a política gover-
namental atenda às necessidades básicas da população em termos de moradia.
Quanto aos mutuários do SFIH deve ser exigido "o respeito aos direitos garan-
tidos nos contratos como a equivalência salarial, a anualidade - nunca mais
de um reajuste por ano - e o fim dos pagamentos no prazo estipulado no con-
trato, mesmo que exista um saldo devedor. A principal reivindicação é quanto
à reformulação total do Sistema Financeiro da Habitação."
7. Educação e cultura - pretendem criar "frentes culturais em colégios, as-
sociações recreativas e outras existentes, principalmente esporte e lazer, nos
diversos bairros;
- incentivar a preservação da cultura brasileira e denunciar a invasão desen-
freada de culturas estrangeiras;
- preservação dos espaços culturais já existentes e conquista de novos;
- incentivar a participação cultural nas comunidades sob a forma de festivais,
encontros musicais etc."
Com relação aos órgãos oficiais, defendem:
"- manifestar-se contra a censura à liberdade de criação e expressão;
- exigir dos órgãos públicos a participação das Associações de Moradores nas
decisões sobre projetos culturais e suas prioridades;
- mais abertura nos órgãos oficiais para colaborarem com os trabalhos cultu-
rais das comunidades."
Defendem também "uma escola pública democrática, comprometida com as
camadas populares, não servindo de instrumento de reprodução dos valores e
da ideologia da classe dominante;
- que o proces~o educacional esteja voltado para a construção de uma sociedade
justa e livre, onde a educação não seja instrumento de dominação, de interesses
particulares, planejada por uma minoria e voltada para uma elite;
- participação da comunidade no debate sobre a democratização do ensino,
na formulação dos currículos e conteúdos, e pelo acesso de todos à escola;
- melhoria do ensino, reciclagem dos professores: reformulação dos currículos
e programas de 1.° grau de acordo com a realidade do aluno, com a participa-
ção dos pais, alunos e associações de moradores;
- reivindicação de maiores verbas para a educação;
- eleição de diretores de escolas com a participação de pais, alunos, professo-
res, funcionários e associações de moradores; que os donos de colégios parti-
culares não possam assumir o cargo de diretor ou coordenador de escolas pú-
blicas;
- apoiar a luta dos professores por melhores salários e condições de trabalho;
- reforma universitária, possibilitando o acesso do operário ao ensino supe-
rior;
Estes são alguns dos grandes temas que as associações, através de sua federa-
ção, têm mantido em permanente discussão, procurando chegar a um consenso
em relação às suas reivindicações e as formas de conseguir junto às autoridades
constituídas a sua execução. Grande parte das reivindicações relacionadas são
as conclusões do 11 Congresso da Famerj, propostas para a Constituinte.
Para a divulgação das Associações de Moradores e dos eventos por elas prO-:
gramados, bem como a comunicação de todas as atividades em desenvolvimen-
to, a Famerj conta com o Jornal da FAMERJ, além do programa Comunidade
em Movimento da rádio Roquete Pinto, divulgando as atividades da comuni-
dade.
Entretanto, o que consideram mais importante tanto para a Famerj, a Faferj
e a Pastoral das Favelas foi o espaço conseguido para divulgação através do
programa Espaço Comunitário na TVE. Esse programa é realizado todos os
domingos e consta de reportagens, informações e debates sobre formas de or-
ganização comunitária de diferentes setores e movimentos, ao nível político,
cultural e esportivo. O programa Espaço Comunitário "é feito não apenas para,
mas pela própria comunidade". Essa experiência da TVE do RJ atende a uma
recomendação expressa do Ministério da Educação no sentido de se avançar
no caminho da TV comunitária, cuja experiência já existe em outros países
como EUA, Japão e fambém na :Europa.
Como vimos, o movimento das Associações de Moradores através de suas
federações, está bastante organizado, principalmente no que se refere à Famerj,
que possui uma estrutura bastante ampla e uma organização que abrange os
mais variados temas de interesse das comunidades por ela representadas.
Entretanto, apesar de toda a sua abrangência e organização, estes movimen-
tos não têm força legal na medida em que eles não participam formalmente do
poder; a sua influência se faz informalmente, através de "pressão" sobre os
vários órgãos da administração, e dessa forma eles têm conseguido obter algu-
mas vitórias.
Uma dessas vitórias é a carta-compromisso dos candidatos à prefeitura com
a população carioca, que entre outros pontos salienta o fato de que dará ênfase
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à participação popular em relação a qualquer decisão que afete a comunidadé,
e que qualquer decisão só será tomada e executada com a participação da co-
munidade através das Associações de Moradores; participarão também dos de-
bates para a elaboração dos orçamentos anuais; o prefeito e sua equipe se reu-
nirão mensalmente com a diretoria da Famerj e suas coordenações zonais; as
administrações regionais ganharão poder decisório local entrosadas com os ór-
gãos governamentais, e os administradores atuarão a partir das orientações de um
conselho onde as associações terão um papel importante ao lado de outras en-
tidades; a prefeitura "respeitará sempre a indepedência da organização popular
e compreenderá as críticas das associações ao desempenho dos governantes co-
mo uma ocorrência normal da vida democrática e essencial à criação de uma
sociedade que busca a justiça, a alegria e a fraternidade". Além dessa partici-
pação da comunidade, a carta-compromisso dos "prefeitáveis" se comprometia
a uma efetiva atuação nos setores de transporte, moradia, urbanização, sanea-
mento, saúde, educação e cultura, política tributária, segurança, desenvolvi-
mento urbano, alimentação e direito à informação.
O objetivo deste estudo não é verificar em profundidade até que ponto esses
compromissos pré-eleitorais estão sendo realmente cumpridos, entretanto, cita-
remos algumas atividades divulgadas através da imprensa, que fazem parte do
compromisso assumido e que estão seendo realizadas, COmo o encontro do pre-
feito e sua equipe com representantes da Famerj (9.3.86 - Jornal da Famerj,
fev.jmar. 1986), o Projeto Cidadão ligado à secretaria de governo com o ob-
jetivo de fornecer informações acerca da estrutura municipal, ao mesmo tempo
em que serão veiculadas sugestões e reclamações que os cidadãos tenham a
fazer para o executivo, sendo que uma segunda etapa do Projeto Cidadão con-
siste na organização do banco de dados com informações sobre a máquina ad-
ministrativa do município. -
A Faferj por sua vez participou de um encontro (4.5.86) com o prefeito e
seu secretariado, e segundo seu presidente, em 21 anos de existência, é a pri-
meira vez que a associação de favelas do Rio de Janeiro discute seus problemas
com a prefeitura.
No seminário realizado na PUC-RJ sobre As demandas sociais e as finanças
municipais do Rio de Janeiro, com entidades representativas que incluíam des-
de a Câmara de Vereadores e a ABI, até a Associação de Empregados de Furnas,
do IBGE, do Serpo, a CGT e a CUT e diversos sindicatos, os representantes
comunitários conseguiram junto ao prefeito a redução do índice de reajuste do
IPTU.
Verifica-se que, de certa forma, os movimentos representativos têm conse-
guido que algumas das suas reivindicações junto aos órgãos governamentais no
Rio de Janeiro sejam atendidas, mas para que essas entidades tenham uma par-
ticipação mais efetiva na administração elas pretendem que a sua existência e
atividades constem da próxima Constituição, como já ocorre nas Constituições
mais modernas, e para que isso se concretize as entidades têm mantido em
constante discussão todos os temas sobre os quais pretendem oferecer suas su-
gestões aos futuros constituintes.
Ao constatar a preocupação desses movimentos representativos, fizemos o
levantamento de algumas Constituições elaboradas mais recentemente, e onde
já estão previstas formas de atuação dos movimentos de representação das co-
munidades. Relacionaremos a seguir alguns dos artigos dessas Constituições.
A Constituição belga (de 1831, revisada em 1967 e 1971), por sua vez, prevê
no art. 107, quater, "da criação por lei de organismos regionais", e pela lei de
15 de julho de 1970 foram criados Conselhos Econômicos Regionais da Valô-
nia, de Flandres e de Brabant, na composição dos quais integram organizações
representativas da indústria, das classes médias, da agricultura e dos trabalha-
dores.
A Constituição de Portugal de 1976 e revista em 1982 diz em seu art. 57 que
"constituem direitos das associações sindicais":
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e função serão desenvolvidas em lei". Também no art. 105 é feita referência a
"regulamentação por lei de: a) a audiência dos cidadãos diretamente, ou através
de organizações e associações reconhecidas pela lei, no proceso de elaboração
de disposições administrativas que lhes afetem".
Das Constituições mais recentes verifica-se que a de Portugal (de 2.4.76 e
revista em 1982) é bastante detalhista. Lá encontramos, no art. 110, referência
à proteção ao consumidor, no que se refere "ao direito à formação" e à infor-
mação, à saúde, segurança dos seus interesses econômicos e à reparação de
danos. As associações de consumidores e as cooperativas de consumo têm
direito, nos termos da lei, ao apoio do Estado e a serem ouvidas sobre as
questões que digam respeito à defesa do consumidor".
As organizações populares de base também estão previstas na Constituição,
que em seu art. 118 refere-se às formas previstas na lei para o exercício do
poder local.
Foi previsto também, no art. 254, a criação, pelos municípios, de associações
e federações para a administração de interesses comuns ...
No Conselho Regional (art. 261), que é o órgão consultivo da região, estão
garantidas as representações das organizações culturais, sociais, econômicas e
profissionais existentes na respectiva área.
As organizações populares de base territorial constam do art. 263.1 que diz:
"A fim de intensificar a participação das populações na vida administrativa
. local, podem ser constituídas organizações populares de base territorial cor-
respondentes a áreas inferiores à da freguesia". No segundo item consta que
"a Assembléia de freguesia, por sua iniciativa ou a requerimento de comissões
de moradores ou de um número significativo de moradores, demarcará as
áreas territoriais das organizações referidas no número anterior, solucionando
os eventuais conflitos daí resultantes".
Quanto à estrutura dessas organizações, o art. 264 diz que a estrutura será
afixada na lei e compreende a Assembléia de Moradores e a Comissão de
Moradores. Essas organizações populares de base territorial têm direito: a) de
petição perante as autarquias locais relativamente a assuntos administrativos
de interesse dos moradores; b) de participação, sem voto, através de represen-
tantes seus, na assembléia da freguesia. A essas organizações populares com-
pete ainda realizar as tarefas que a lei lhes confiar ou os órgãos de freguesia
a elas delegarem.
7. Conclusão
Negociacões
Mundo Afora I
Os autores foram movidos pelo 'pr~pósit~ de
preencher a necessidade de bibliografia
específica, em língua po~ug~esa, sobre te~a c?e
importância crescente, prinCipalmente no amblto
latino-americano. r---:--;JE-;:..----:--....,
De cunho prático e did?tíco, abord~
sucessivamente: uma slntese extensiva da
evolução econômica da América Lc;nin~;
as bases metodológicas das negoclaçoes
internacionais; sete estudos de casos, que
analisam os aspectos formais das diversas
modalidades de negociações e indicam
possibilidades de negociações de vários
produtos primários e manufaturados, bem
como de serviços.
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