APRESENTAÇÃO • A disciplina visa o estudo da trajetória histórica do terceiro setor no Brasil, resgatando a importância dos movimentos sociais na construção de politicas e direitos sociais, busca também o aprofundamento da compreensão contemporânea sobre os movimentos sociais como espaços de tensionamento político pelos direitos humanos de categorias excluídas socialmente.
• Para tanto visa o estudo das legislações e normativas que caracterizam o
terceiro setor, considerando que os aspectos jurídicos sustentam a materialidade existencial das organizações da sociedade civil. AULA 1 – Trajetória histórica do 3º setor no Brasil CARACTERÍSTICAS DO 3º SETOR • São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse público.
• Não têm finalidade de lucro no sentido mercantil
da palavra.
• Não são estatais, embora possam manter
vínculos com o poder público. • A existência de um setor amplo da sociedade, sem fins lucrativos e não governamental surge, como resposta da própria sociedade à ineficiência do Estado na resolução dos problemas que levam à desigualdade social e de direitos entre os indivíduos. HISTÓRICO • No período entre o Império e a 1ª República, de 1822 a 1930, as ações sociais tinham um caráter unicamente religioso, devido a grande influência da colonização portuguesa e da Igreja Católica Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro fundada pelo jesuíta José de Anchieta, em 24 de março de 1582 • A partir da Revolução da década de 30 até a década de 60, foi criada a primeira lei brasileira que regulamentava as regras que normatizaram as iniciativas assistenciais (declaração de utilidade pública).
• As instituições eram denominadas de
Obras Sociais • Durante a instalação do Estado Novo com Getúlio Vargas foi criado o Conselho Nacional de Assistência Social (CNSS) e a Legião Brasileira de Assistência Social (1942, LBA), começando assim o processo de intervenção estatal na implementação de uma política de assistência social. • A instalação da LBA nos municípios foi responsável pelo fomento e criação de entidades de assistência social. Pobreza e Caridade • Os serviços das entidades eram destinados as camadas mais empobrecidas da população, geralmente composta por famílias, ou indivíduos que estavam fora do sistema produtivo • Em relação às instituições e associações, a maioria surgiu ligada a igreja católica e posteriormente foram se desmembrando em outras entidades de natureza filantrópica, respondendo basicamente por situações imediatas, pontuais. • Não havia planejamento, coordenação e muitas vezes não havia continuidade dos serviços oferecidos pelas entidades de assistência social, que na sua grande maioria prestavam atendimentos na área da infância e da maternidade. • No Brasil, desde o final da década de 40, já existiam pequenos grupos em bairros periféricos que lutavam por melhorias nas condições de moradia, educação, creches, postos de saúde, etc. Segundo Simões (2009) esses movimentos foram reprimidos durante o regime militar, retornando com o processo de redemocratização do país. A partir de então, foram se diversificando e se fortalecendo também, em organizações preocupadas com a cidadania, com a questão ética e humanitária. • Houve um significativo aumento dos movimentos sociais que surgiram durante a ditadura militar, atuando na defesa dos direitos sociais e políticos, fortalecendo a sociedade civil. Esse fortalecimento abrangia todas as classes sociais, que atuaram ativamente na reestruturação da Constituição Federal de 1988. Segundo Simões (2009), desta reorientação originou a atuação de alguns movimentos, que levou ao aparecimento e crescimento das organizações não governamentais. • No princípio dos anos 90, as ONGs ganharam maior visibilidade em função da ECO 92 e do Movimento pela Ética na Política, de 1993, que desencadeou a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, liderada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho REFERÊNCIAS • BRASIL. História do movimento político das pessoas com deficiência no Brasil. Compilado por Mário Cléber Martins Lanna Júnior. - Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010.
• LANDIM, Leilah. A invenção das ONGs: do serviço invisível
à profissão impossível. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós graduação em Antropologia Social. Rio de Janeiro, 1993.
"Futuro da nação ou pequenas sementes do mal"?: uma análise sobre a assistência, as representações e a gestão da infância desvalida, moralmente abandonada e trabalhadora do Distrito Federal (1890-1920)