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Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu
significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se
refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara
e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos,
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos
científicos, entre outros.
Exemplos:
O elefante é um mamífero.
Já li esta página do livro.
A empregada limpou a casa.
Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes
significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que
aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original
da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é
utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem,
através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
Você é o meu sol!
Minha vida é um mar de tristezas.
Você tem um coração de pedra!
Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma
qualidade, característica, aspecto ou estado. Os adjetivos variam em gênero (masculino e
feminino) e em número (singular e plural) conforme o substantivo que caracterizam. Os
adjetivos flexionam-se também em grau (normal, comparativo e superlativo).
Exemplos:
casa velha (o adjetivo velha caracteriza o substantivo casa);
prédio antigo (o adjetivo antigo caracteriza o substantivo prédio);
casas velhas (o adjetivo velhas caracteriza o substantivo casas);
prédios antigos (o adjetivo antigos caracteriza o substantivo prédios).
Os adjetivos podem ser simples, sendo formados por apenas um radical, ou
compostos, sendo formados por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples:
A maçã é vermelha.
O menino é muito bonito.
Minha mãe está zangada.
Exemplos de adjetivos compostos:
Meu vestido verde-escuro está estragado.
Meu pai é franco-brasileiro.
Que menino mal-educado!
Sintaticamente, exercem funções de adjunto adnominal, predicativo do sujeito ou
predicativo do objeto.
Exemplos:
Adjunto adnominal: Uma dor intensa atingiu o paciente moribundo.
Predicativo do sujeito: Mariana parece ansiosa.
Predicativo do objeto: Ele a viu sorridente.
Gênero dos adjetivos
Relativamente ao gênero, os adjetivos podem ser biformes ou uniformes.
Os adjetivos biformes apresentam duas formas, uma para o gênero masculino e
outra para o gênero feminino.
Exemplos:
Helena é uma menina simpática.
Paulo é um menino simpático.
A blusa é vermelha.
O casado é vermelho.
Os adjetivos uniformes apresentam sempre a mesma forma, quer no gênero
feminino, quer no gênero masculino. Normalmente, os adjetivos terminados em -e, -z, -m e
-l são adjetivos uniformes.
Exemplos:
Helena é uma menina feliz.
Paulo é um menino feliz.
A blusa é azul.
O casado é azul.
Número dos adjetivos
Para a formação do plural dos adjetivos simples, são utilizadas as mesmas regras
de formação do plural dos substantivos, sendo a principal regra acrescentar a letra s no final
da palavra.
Exemplos:
A pera madura.
As peras maduras.
O homem resmungão.
Os homens resmungões.
Para a formação do plural dos adjetivos compostos, a regra indica que apenas o
último elemento varia em número, indo para o plural:
Exemplos:
Minha tia é afro-brasileira.
Minhas tias são afro-brasileiras.
Este aluno é mal-educado!
Estes alunos são mal-educados!
Contudo, o adjetivo composto se mantém invariável se for formado por um
substantivo no último elemento.
Exemplos:
A parede é amarelo-canário.
As paredes são amarelo-canário.
O tecido é vermelho-sangue.
Os tecidos são vermelho-sangue.
Grau dos adjetivos
Relativamente ao grau, os adjetivos podem estar no grau normal, no grau
comparativo ou no grau superlativo, indicando diferentes intensidades com que um adjetivo
pode caracterizar um substantivo.
Grau normal: O Mateus é inteligente.
Grau comparativo de superioridade: O Mateus é mais inteligente que o Bruno.
Grau comparativo de inferioridade: O Mateus é menos inteligente que a Camila.
Grau comparativo de igualdade: O Mateus é tão inteligente quanto a Luana.
Grau superlativo relativo de superioridade: O Mateus é o mais inteligente da turma.
Grau superlativo relativo de inferioridade: O Mateus é o menos inteligente da turma.
Grau superlativo absoluto analítico: O Mateus é muito inteligente.
Grau superlativo absoluto sintético: O Mateus é inteligentíssimo.
Locução adjetiva
Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um adjetivo, caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas
maioritariamente pela preposição de mais um substantivo.
Exemplos:
de criança – relativa ao adjetivo infantil;
de pai – relativa ao adjetivo paterno;
de mãe – relativa ao adjetivo materna;
de morte - – relativa ao adjetivo mortal;
de leite – relativa ao adjetivo lácteo.
Outros tipos de adjetivos
Adjetivos primitivos são adjetivos cuja origem não reside em outras palavras da
língua portuguesa, mas sim em palavras de outras línguas.
Exemplos:
feliz;
bom;
azul;
triste;
grande;
…
Adjetivos derivados são adjetivos cuja origem reside em outras palavras da língua
portuguesa, ou seja, derivam de substantivos ou verbos.
Exemplos:
magrelo;
avermelhado;
apaixonado;
…
Adjetivos explicativos são adjetivos que expressam uma qualidade própria do ser.
Exemplos:
fogo quente;
mar salgado;
céu azul;
…
Adjetivos restritivos são adjetivos que expressam uma qualidade que não é própria
do ser, tornando-o único no grupo de referência.
Exemplos:
blusa amarela;
cantora baiana;
criança inteligente;
…
Adjetivos pátrios são adjetivos que nomeiam as pessoas conforme o local onde
nascem ou vivem. São adjetivos derivados, dado que têm quase sempre sua origem no
nome do lugar a que se referem.
Exemplos:
baiano;
paulista;
pernambucano;
cearense;
alemão;
francês;
nipo-brasileiro;
luso-brasileiro;
…
Adjetivos adverbializados são adjetivos que, na oração, assumem a função de
advérbio, permanecendo assim invariáveis. Substituem advérbios de modo terminados em
–mente, produzindo um discurso mais rápido, acessível e enfático.
Exemplos:
Venha rápido ver o que aconteceu! (rápido = rapidamente)
Aprendemos fácil a matéria. (fácil = facilmente)
Ela escorregou, caiu e bateu forte no chão. (forte = fortemente)
Artigo.
Artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu número
(singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). Podem ser classificados em
artigos definidos e indefinidos.
Artigos definidos determinam os substantivos: o garoto.
Numeral
Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como
a ordenação de elementos numa série.
Exemplos:
Ontem, eu comprei duas blusas para mim.
Minha casa é a segunda casa do lado direito.
Você acredita que eu recebo o dobro no meu novo emprego?
Quero apenas metade desse sanduíche, por favor.
O semestre está quase acabando.
Classificação dos numerais
Os numerais são classificados em: numerais cardinais, numerais ordinais, numerais
multiplicativos, numerais fracionários e numerais coletivos.
- Numerais cardinais: Indicam a quantidade de seres ou coisas.
Exemplos: um, sete, vinte e oito, cento e noventa, mil,…
- Numerais ordinais: Indicam o número de ordem, posição ou lugar ocupado em
uma série.
Exemplos: primeiro, vigésimo segundo, nonagésimo, milésimo,…
- Numerais multiplicativos: Referem-se ao número de vezes que uma determinada
quantidade foi multiplicada, indicando um aumento proporcional dessa mesma quantidade.
Exemplos: duplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, cêntuplo,…
- Numerais fracionários: Referem-se ao fracionamento de uma unidade, de um
todo, indicando assim suas frações, divisões e partes.
Exemplos: um meio, um terço, três décimos, dois sextos, cinco vinte avos…
- Numerais coletivos: Referem-se aos numerais que, no singular, indicam o
conjunto de algo, definindo o número exato de seres que compõem esse conjunto.
Exemplos: dúzia, cento, dezena, quinzena, quarteirão, biênio, terceto,…
Flexão dos numerais
Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural), outros são invariáveis.
- Numerais cardinais: Variam em gênero os numerais cardinais: um e uma; dois e
duas; centenas a partir de duzentos e duzentas; trezentos e trezentas; quatrocentos e
quatrocentas;... Variam em número os numerais cardinais: milhão e milhões; bilhão e
bilhões; trilhão e trilhões. Os restantes cardinais são invariáveis.
Exemplos:
Vi quatro meninas entrando na loja.
Vi quatro meninos entrando na loja.
Estou precisando de vinte folhas.
Estou precisando de vinte lápis.
- Numerais ordinais: Variam em gênero e número.
Exemplos:
Ele foi o primeiro.
Ela foi a primeira.
Eles foram os primeiros.
Elas foram as primeiras.
- Numerais multiplicativos: São invariáveis enquanto substantivos, mas variam em
gênero e número enquanto adjetivos.
Exemplos:
Essa nova situação tem o duplo da importância da situação anterior. (substantivo)
Essa nova situação tem dupla importância em relação à situação anterior. (adjetivo)
- Numerais fracionários: Variam em gênero e número conforme o numeral cardinal
que os antecedem.
Exemplos:
Comi um terço do chocolate.
Comi dois terços do chocolate.
Comi uma terça parte do chocolate.
Comi duas terças partes do chocolate.
Tipos de pronomes
Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Existem
vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes
demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. Além
desta classificação principal, os pronomes também podem ser classificados em pronomes
adjetivos e pronomes substantivos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto,
pronomes pessoais oblíquos e pronomes pessoais de tratamento.
Pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substantivos e
indicam as pessoas do discurso, assumindo maioritariamente a função de sujeito da oração.
Eu fui ao cinema.
Ele gosta de futebol.
Exemplos de pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles,
elas.
Pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Quando tônicos, são
sempre precedidos de uma preposição e substituem um substantivo que tem função de
objeto indireto. Quando átonos, não são precedidos de uma preposição e podem substituir
um substantivo que tem função de objeto direto ou de objeto indireto.
Pedro gosto de mim.
Eu encontrei-o na praia.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele,
ela, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os,
as, lhes.
Exemplos de outras palavras que atuam como pronomes demonstrativos: o, a, os, as,
mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, tal, tais, semelhante,
semelhantes.
Pronomes interrogativos referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical e são
utilizados para interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
Quem chegou?
Diga-me, por favor,que horas são.
Exemplos de pronomes interrogativos: que, quem, qual, quais, quanto, quanta,
quantos, quantas.
Concordância verbal
Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou
plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal:
Eu sou feliz.
Nós somos felizes.
Mariana já tomou banho.
Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora pareça uma regra simples, existem diversos casos específicos que
confundem o falante, podendo levar ao erro.
Advérbio muito
comparativo: mais superlativo: muitíssimo, o mais
Advérbio pouco
comparativo: menos
Locução adverbial
Locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
As locuções adverbiais podem ser classificadas em:
Locução adverbial de lugar: à esquerda, à frente, ao lado, em cima, por perto,…
Locução adverbial de tempo: pela manhã, de noite, à tarde, em breve, …
Locução adverbial de modo: em silêncio, de cor, ao contrário, às pressas,…
Locução adverbial de afirmação: por certo, com certeza, sem dúvida,…
Locução adverbial de negação: de modo algum, de forma alguma,…
Locução adverbial de intensidade: de muito, de pouco, de todo, em excesso,…
Locução adverbial de dúvida: com certeza, quem sabe,…
Exemplos:
Aquele fã sabe de cor as letras de todas as músicas.
Em breve, estaremos viajando pelo Japão.
Gosto mais de trabalhar de noite.
Preposição
De, a , com, por, para, em, até e sobre são preposições, ou seja, são palavras que
estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos de uma oração. As
preposições são indispensáveis para a construção e compreensão dos textos, conferindo-
lhes coesão e estrutura.
As preposições relacionam dois termos: um antecedente e um consequente. Através
de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo
(termo antecedente).
Sinto dor de barriga.
Tipos de preposições
As preposições podem ser classificadas em preposições essenciais, preposições
acidentais e locuções prepositivas.
Preposições acidentais são palavras que possuem outras classes gramaticais, mas
que também funcionam como preposições: afora, como, conforme, consoante, durante,
exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante, visto,...
Combinação de preposições:
a + o = ao
a + os = aos
a + onde = aonde
Emprego de preposições
As preposições são normalmente utilizadas na introdução de complementos verbais
ou nominais, de locuções adjetivas ou adverbiais e de orações reduzidas.
Algumas preposições transmitem a noção de movimento, sendo dinâmicas, outras
de situação, sendo estáticas.
Preposições de movimento:
Eu vou a Copacabana.
Vou sair de sua casa.
Preposições de situação:
Tenho medo de aranhas.
Estamos sem dinheiro.
As preposições podem se referir ao espaço e ao tempo ou estabelecer relações
diversas:
Conjunção
Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações
ou entre termos semelhantes de uma oração, estabelecendo relações de coordenação ou
de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
Exemplo de conjunção ligando orações:
Estudei muito e aprendi a matéria.
Conjunções subordinativas
As conjunções são classificadas como subordinativas quando ligam orações que
dependem uma da outra para ter sentido completo, não tendo existência independente.
Podem ser integrantes, introduzindo orações substantivas, ou adverbiais, introduzindo
orações adverbiais.
Conjunções subordinativas integrantes: Introduzem uma oração que atua como
sujeito, objeto direto, objeto indireto e predicativo, entre outros, e que completa o sentido da
oração principal.
São: que, se.
Exemplo: Espero que meu pai chegue rápido.
Concordância nominal
Concordância nominal ocorre quando há concordância em gênero (masculino ou
feminino) e número (plural ou singular), principalmente, entre o substantivo e o adjetivo que
o caracteriza.
Concordância verbal
Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou
plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal:
•Eu sou feliz.
•Nós somos felizes.
•Mariana já tomou banho.
•Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora pareça uma regra simples, existem diversos casos específicos que
confundem o falante, podendo levar ao erro.
Casos específicos de concordância verbal
Embora haja a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical, existem
diversos casos específicos.
Concordância verbal com sujeito simples
O sujeito é considerado simples quando apresenta apenas um núcleo. É com esse
núcleo que o verbo deverá concordar em número e pessoa.
•A criança gosta de jogar videogame.
•As crianças gostam de jogar videogame.
•Eu vi o incêndio.
•Nós vimos o incêndio.
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal quando não houver
um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração em
locuções verbais e com alguns verbos que não formam locução verbal (ver, sentir,
mandar,…)., quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando o verbo apresentar
um sentido imperativo.
•Apenas os especialistas conseguiram ler as escrituras.
•Fui obrigada a saber essas datas de cor.
•Ser feliz é o mais importante!
Regência nominal:
Termo regente: nome
Termo regido: complemento nominal
Regência verbal
Na regência verbal, se o verbo regente for transitivo direto, terá como termo regido
um objeto direto (não preposicionado). Se o verbo regente for transitivo indireto, terá como
termo regido um objeto indireto (preposicionado).
Exemplos de regência verbal não preposicionada
Leu o livro.
Comeu a sobremesa.
Bebeu o refrigerante.
Ouviu a notícia.
Estudou a lição.
Fez o recheio.
Exemplos de regência verbal preposicionada
Procedeu à construção de um novo prédio.
Pagou ao funcionário.
Desobedeceu aos pais.
Apoiou-se na parede.
Apaixonou-se por seu primo.
Meditou sobre o assunto.
Regência nominal
Na regência nominal, o nome que atua como termo regente pode ser um substantivo,
um adjetivo ou um advérbio. Já o complemento nominal, que atua como termo regido, pode
ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Exemplos de regência nominal
acessível a todos;
diferente de mim;
amoroso com ambos;
perito em criminologia;
mau para a saúde;
ansioso por férias.
A regência nominal é estabelecida através de uma preposição, sendo a, de, com,
em, para, por as preposições mais utilizadas:
inerente a;
idêntico a;
livre de;
seguro de;
descontente com;
interesse em;
pronto para;
respeito por;
Colocação pronominal
A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita
de três formas distintas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.
Em próclise: pronome colocado antes do verbo;
Em ênclise: pronome colocado depois do verbo;
Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.
Exemplos de colocação pronominal
Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise)
Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise)
Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise)
Próclise ou ênclise?
A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal,
seguindo a estrutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso
da próclise encontra-se generalizado na linguagem falada e escrita.
É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início
da frase, nem haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação
pronominal.
Exemplo de uso facultativo da próclise ou da ênclise
Minha mãe ajudou-me nos trabalhos.
Minha mãe me ajudou nos trabalhos.
A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das
frases. Nesta situação, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.
Exemplos de ênclise com verbos no início da frase
Ouviram-me chamar?
Deram-lhe os parabéns!
Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma
vírgula, deverá ser usada a ênclise.
Aqui se come muito bem!
Talvez te espere no fim das aulas.
Mesóclise
A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver
conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
Ajudar-te-ei no que for preciso.
Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.
A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária.
Caso haja situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.
Colocação pronominal nas locuções verbais
A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no
particípio ou no gerúndio e infinitivo.
Verbo principal no gerúndio ou no infinitivo
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar
após o verbo principal ou após o verbo auxiliar.
Quero ver-te hoje.
Quero-te ver hoje.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá
ficar antes da locução verbal ou depois da locução verbal.
Não te quero ver hoje.
Não quero ver-te hoje.
Verbo principal no particípio
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar
depois do verbo auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.
Tinham-me dito que você não era de confiança.
Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá
ficar antes da locução verbal.
Já me tinham dito que você não era de confiança.
Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto.
Advérbio
Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio,
indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). Em algumas situações
podem modificar toda a oração, vindo, nesses casos, destacado por vírgulas no início ou no
fim da mesma.
Classificação dos advérbios
Podem ser classificados em:
Advérbio de lugar: aqui, ali, atrás, longe, perto, embaixo,…
Advérbio de tempo: hoje, amanhã, nunca, cedo, tarde, antes,…
Advérbio de modo: bem, mal, rapidamente, devagar, calmamente, pior,…
Advérbio de afirmação: sim, certamente, certo, decididamente,…
Advérbio de negação: não, nunca, jamais, nem, tampouco,…
Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, porventura,…
Advérbio de intensidade: muito, pouco, tão, bastante, menos, quanto,…
Advérbio de exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas,…
Advérbio de inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda,…
Advérbio de ordem: primeiramente, ultimamente, depois,…
Exemplos:
O bebê nasceu aqui.
O bebê nasceu ontem.
O bebê nasceu de manhã.
O bebê nasceu rapidamente.
Primeiramente, o bebê nasceu.
Possivelmente, o bebê nasceu.
Alguns advérbios podem ainda ser classificados em advérbios interrogativos,
sendo utilizados nas interrogações diretas e indiretas, indicando circunstâncias de lugar,
tempo, modo e causa. São os advérbios por que? (indicando causa), onde? (indicando
lugar), como? (indicando modo) e quando? (indicando tempo).
Exemplos:
Onde está sua carteira?
Perguntei onde estava sua carteira.
Advérbio mal
comparativo: pior, mais mal
superlativo: pessimamente, muito mal
Advérbio muito
comparativo: mais
superlativo: muitíssimo, o mais
Advérbio pouco
comparativo: menos
superlativo: pouquíssimo, o menos
Locução adverbial
Locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
As locuções adverbiais podem ser classificadas em:
Locução adverbial de lugar: à esquerda, à frente, ao lado, em cima, por perto,…
Locução adverbial de tempo: pela manhã, de noite, à tarde, em breve, …
Locução adverbial de modo: em silêncio, de cor, ao contrário, às pressas,…
Locução adverbial de afirmação: por certo, com certeza, sem dúvida,…
Locução adverbial de negação: de modo algum, de forma alguma,…
Locução adverbial de intensidade: de muito, de pouco, de todo, em excesso,…
Locução adverbial de dúvida: com certeza, quem sabe,…
Exemplos:
Aquele fã sabe de cor as letras de todas as músicas.
Em breve, estaremos viajando pelo Japão.
Gosto mais de trabalhar de noite.
Uso da crase
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo
representada com acento grave. A contração mais comum é a da preposição a com o artigo
definido feminino a (a + a = à). Existem outras contrações muito utilizadas, como as
contrações da preposição a com os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo (a
+ aquele = àquele, a + aquela = àquela, a + aquilo = àquilo).
Exemplos:
Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)
Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto
uso da crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade
de análise do enunciado frásico, sendo importante compreender que não acorre crase se
houver apenas a preposição a, ou apenas o artigo definido a ou apenas o pronome
demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que haja uma sequência de duas vogais
iguais, que sofrem contração, formando crase.
Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é
substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não
a presença da preposição a contraindo com o artigo definido a.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao
Exemplos:
Vou à praia.
Vou ao parque.
Vale a pena.
Vale o sacrifício.
A dúvida entre o uso ou não do acento indicador de crase ocorre frequentemente
com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita
com a preposição a, indicando a quem algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar
a,…
Exemplos:
Aquele aluno nunca está atento à aula.
Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.
Há crase
Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções
conjuntivas: à noite, à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista,
à moda de, à maneira de, à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida
que, à proporção que,…
Ligo-te hoje à noite.
Ele está completamente à parte do grupo.
A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma
palavra feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à
maneira de.
Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
- Antes da indicação exata e determinada de horas:
Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.
Chegaremos a Brasília às 22h.
A missa começará à meia-noite.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
Estou esperando você desde as seis horas.
Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.
Não há crase
- Antes de substantivos masculinos:
Gosto de andar a pé.
Este passeio será feito a cavalo.
Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
- Antes de verbos:
Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
O arquiteto está começando a renovar essa casa.
Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
- Antes da maior parte dos pronomes:
Desejamos a todos um bom fim de semana.
Você já pediu ajuda a alguém?
Dei todos os meus carrinhos a ele.
Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.
Não entregamos o trabalho à mesma professora.
Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
Esta é a reportagem à qual me referi.
- Em expressões com palavras repetidas (mesmo que essas palavras sejam
femininas):
Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
Preciso conversar com você face a face.
Por favor, permaneçam lado a lado.
- Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:
Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo
definido as, ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
- Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):
O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
O hotel fica a dois quilômetros daqui.
O motorista conduzia acima de 180 km/h.
Uso facultativo da crase
- Antes de nomes próprios femininos:
Enviei cartas a Heloísa.
Enviei cartas à Heloísa.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades
ilustres porque nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
- Antes da preposição até antecedendo substantivos femininos:
Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.
Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.
- Antes de pronomes possessivos:
Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Casos específicos (sujeitos a verificação)
- Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de
localidades que admitem a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma
forma fácil de verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a por de ou
em.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Exemplos:
Vou à Bahia no próximo mês.
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Vou a Brasília no próximo mês.
Vim de Brasília.
Estou em Brasília.
Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.
Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.
Regressei à Curitiba de minha infância.
- Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de
localidade, se esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não
ocorre crase.
Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)
O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
- Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está
determinada com um adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não
há crase.
Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)
Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
LINGUA
PORTUGUESA