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Conotação e denotação

A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em


constante evolução. As palavras não apresentam apenas um significado objetivo e literal,
mas sim uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências
e conhecimentos das pessoas que as utilizam.

Exemplos de variação no significado das palavras:


 Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio ou literal)
 Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado)
 Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido
denotativo (denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras. O sentido
denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo é
também conhecido como sentido figurado.

Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu
significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se
refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara
e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos,
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos
científicos, entre outros.
Exemplos:
 O elefante é um mamífero.
 Já li esta página do livro.
 A empregada limpou a casa.

Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes
significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que
aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original
da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é
utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem,
através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
 Você é o meu sol!
 Minha vida é um mar de tristezas.
 Você tem um coração de pedra!

Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma
qualidade, característica, aspecto ou estado. Os adjetivos variam em gênero (masculino e
feminino) e em número (singular e plural) conforme o substantivo que caracterizam. Os
adjetivos flexionam-se também em grau (normal, comparativo e superlativo).
Exemplos:
 casa velha (o adjetivo velha caracteriza o substantivo casa);
 prédio antigo (o adjetivo antigo caracteriza o substantivo prédio);
 casas velhas (o adjetivo velhas caracteriza o substantivo casas);
 prédios antigos (o adjetivo antigos caracteriza o substantivo prédios).
Os adjetivos podem ser simples, sendo formados por apenas um radical, ou
compostos, sendo formados por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples:
 A maçã é vermelha.
 O menino é muito bonito.
 Minha mãe está zangada.

Exemplos de adjetivos compostos:
 Meu vestido verde-escuro está estragado.
 Meu pai é franco-brasileiro.
 Que menino mal-educado!
Sintaticamente, exercem funções de adjunto adnominal, predicativo do sujeito ou
predicativo do objeto.

Exemplos:
 Adjunto adnominal: Uma dor intensa atingiu o paciente moribundo.
 Predicativo do sujeito: Mariana parece ansiosa.
 Predicativo do objeto: Ele a viu sorridente.
Gênero dos adjetivos
Relativamente ao gênero, os adjetivos podem ser biformes ou uniformes.
Os adjetivos biformes apresentam duas formas, uma para o gênero masculino e
outra para o gênero feminino.
Exemplos:
 Helena é uma menina simpática.
 Paulo é um menino simpático.
 A blusa é vermelha.
 O casado é vermelho.
Os adjetivos uniformes apresentam sempre a mesma forma, quer no gênero
feminino, quer no gênero masculino. Normalmente, os adjetivos terminados em -e, -z, -m e
-l são adjetivos uniformes.
Exemplos:
 Helena é uma menina feliz.
 Paulo é um menino feliz.
 A blusa é azul.
 O casado é azul.
Número dos adjetivos
Para a formação do plural dos adjetivos simples, são utilizadas as mesmas regras
de formação do plural dos substantivos, sendo a principal regra acrescentar a letra s no final
da palavra.
Exemplos:
 A pera madura.
 As peras maduras.
 O homem resmungão.
 Os homens resmungões.
Para a formação do plural dos adjetivos compostos, a regra indica que apenas o
último elemento varia em número, indo para o plural:
Exemplos:
 Minha tia é afro-brasileira.
 Minhas tias são afro-brasileiras.
 Este aluno é mal-educado!
 Estes alunos são mal-educados!
Contudo, o adjetivo composto se mantém invariável se for formado por um
substantivo no último elemento.
Exemplos:
 A parede é amarelo-canário.
 As paredes são amarelo-canário.
 O tecido é vermelho-sangue.
 Os tecidos são vermelho-sangue.
Grau dos adjetivos
Relativamente ao grau, os adjetivos podem estar no grau normal, no grau
comparativo ou no grau superlativo, indicando diferentes intensidades com que um adjetivo
pode caracterizar um substantivo.
 Grau normal: O Mateus é inteligente.
 Grau comparativo de superioridade: O Mateus é mais inteligente que o Bruno.
 Grau comparativo de inferioridade: O Mateus é menos inteligente que a Camila.
 Grau comparativo de igualdade: O Mateus é tão inteligente quanto a Luana.
 Grau superlativo relativo de superioridade: O Mateus é o mais inteligente da turma.
 Grau superlativo relativo de inferioridade: O Mateus é o menos inteligente da turma.
 Grau superlativo absoluto analítico: O Mateus é muito inteligente.
 Grau superlativo absoluto sintético: O Mateus é inteligentíssimo.

Locução adjetiva
Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um adjetivo, caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas
maioritariamente pela preposição de mais um substantivo.
Exemplos:
 de criança – relativa ao adjetivo infantil;
 de pai – relativa ao adjetivo paterno;
 de mãe – relativa ao adjetivo materna;
 de morte - – relativa ao adjetivo mortal;
 de leite – relativa ao adjetivo lácteo.
Outros tipos de adjetivos
Adjetivos primitivos são adjetivos cuja origem não reside em outras palavras da
língua portuguesa, mas sim em palavras de outras línguas.
Exemplos:
 feliz;
 bom;
 azul;
 triste;
 grande;
 …
Adjetivos derivados são adjetivos cuja origem reside em outras palavras da língua
portuguesa, ou seja, derivam de substantivos ou verbos.
Exemplos:
 magrelo;
 avermelhado;
 apaixonado;
 …
Adjetivos explicativos são adjetivos que expressam uma qualidade própria do ser.
Exemplos:
 fogo quente;
 mar salgado;
 céu azul;
 …
Adjetivos restritivos são adjetivos que expressam uma qualidade que não é própria
do ser, tornando-o único no grupo de referência.
Exemplos:
 blusa amarela;
 cantora baiana;
 criança inteligente;
 …
Adjetivos pátrios são adjetivos que nomeiam as pessoas conforme o local onde
nascem ou vivem. São adjetivos derivados, dado que têm quase sempre sua origem no
nome do lugar a que se referem.
Exemplos:
 baiano;
 paulista;
 pernambucano;
 cearense;
 alemão;
 francês;
 nipo-brasileiro;
 luso-brasileiro;
 …
Adjetivos adverbializados são adjetivos que, na oração, assumem a função de
advérbio, permanecendo assim invariáveis. Substituem advérbios de modo terminados em
–mente, produzindo um discurso mais rápido, acessível e enfático.
Exemplos:
 Venha rápido ver o que aconteceu! (rápido = rapidamente)
 Aprendemos fácil a matéria. (fácil = facilmente)
 Ela escorregou, caiu e bateu forte no chão. (forte = fortemente)
Artigo.
Artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu número
(singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). Podem ser classificados em
artigos definidos e indefinidos.
Artigos definidos determinam os substantivos: o garoto.

Artigos indefinidos indeterminam os substantivos: um garoto.


Quais são os artigos definidos?
Os artigos definidos são o, a, os, as. Determinam os substantivos de forma particular,
objetiva e precisa, individualizando seres e objetos:
 O vizinho ganhou a loteria.
 A criança caiu na praça.
Emprego dos artigos definidos
Em alguns nomes de cidades, estados, países,…:
 o Rio de Janeiro;
 a Bahia;
 a Alemanha;
 o Canadá.
Em nomes de estações do ano:
 o inverno;
 o verão;
 a primavera;
 o outono.
Em nomes de pontos cardeais:
 o norte;
 o sul;
 o leste;
 o este.
Em nomes de feriados e datas comemorativas:
 o Natal;
 a Páscoa;
 o Dia da Bandeira Nacional.
Em cognomes e títulos:
 o senhor;
 o doutor;
 o professor;
 a louca.
Em nomes próprios, transmitindo conhecimento e familiaridade:
 o Paulo;
 a Carla;
 o Mateus.
Nota: O uso do artigo neste caso é facultativo.
Com pronomes possessivos:
 o meu carro;
 a nossa irmã;
 o seu copo.
Nota: O uso do artigo neste caso é facultativo.
Com a palavra todos, para indicar uma totalidade:
 todos os alunos;
 todas as mães;
 todos os entrevistados.
Após o numeral ambos:
 ambos os amigos;
 ambas as irmãs;
 ambos os candidatos.
Quais são os artigos indefinidos?
Os artigos indefinidos são um, uma, uns, umas. Indeterminam os substantivos,
caracterizando-os de forma vaga, imprecisa e generalizada, sem particularizar e
individualizar seres e objetos:
 Um vizinho ganhou a loteria.
 Uma criança caiu na praça.
Emprego dos artigos indefinidos
Com números quando indica aproximação numérica:
 umas quarenta;
 uns cem.
Para enfatizar:
 um verdadeiro amor;
 um encanto.
Para comparar alguém com uma figura conhecida:
 ela é uma rainha;
 ele é um Dom Juan.
Para referir obras de um artista:
 comprei um Miró;
 um belíssimo Picasso.
Para indicar uma pessoa de uma família:
 ele é um Brandão;
 ela é uma Almeida.
Contração de artigos com preposições
Os artigos contraem-se com as preposições a, em, de e por.
Artigos definidos contraídos com preposições:
Preposição a
 ao (a + o)
 à (a + a)
 aos (a + os)
 às (a + as)
Preposição de
 do (de + o)
 da (de + a)
 dos (de + os)
 das (de + as)
Preposição em
 no (em + o)
 na (em + a)
 nos (em + os)
 nas (em + as)
Preposição por
 pelo (por + o)
 pela (por + a)
 pelos (por + os)
 pelas (por + as)
Artigos indefinidos contraídos com preposições:
Preposição em
 num (em + um)
 numa (em + uma)
 nuns (em + uns)
 numas (em + umas)
Preposição de
 dum (de + um)
 duma (de + uma)
 duns (de + uns)
 dumas (de + umas)
Exemplos de contração de preposições com artigos:
 Hoje de manhã, fui à feira e ao supermercado.
 Do meu lado direito estava estacionado um carro amarelo.
 Na rua onde moro, há um grande jardim.
 A mãe distribuiu os bombons pelofilho e pela filha.
 Estavam todos numa grande confusão.
 Estou precisando duma cama confortável e de descanso!

Outras funções dos artigos


Além de definir e indefinir substantivos, indicando o gênero e número destes, os
artigos possuem outras funções muito importantes, como a substantivação de palavras e a
distinção entre palavras homônimas.
Função de substantivação
No processo de substantivação, os artigos criam substantivos a partir de outras
classes gramáticas, transformando, por exemplo, adjetivos e verbos em substantivos.
 Aquela menina tem um andar gracioso. (substantivação de um verbo)
 O verde da água do lago é lindíssimo! (substantivação de um adjetivo)
Função de distinção entre homônimos
Relativamente à distinção entre substantivos homônimos, é através do artigo que se
faz a distinção entre o feminino e o masculino da palavra e a consequente distinção entre
seus significados.
 Minha cabeça está doendo.
 Tiago é o cabeça da turma.
 O capital financeiro da empresa está em risco.
 Brasília é a capital do Brasil.

Numeral
Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem como
a ordenação de elementos numa série.
Exemplos:
 Ontem, eu comprei duas blusas para mim.
 Minha casa é a segunda casa do lado direito.
 Você acredita que eu recebo o dobro no meu novo emprego?
 Quero apenas metade desse sanduíche, por favor.
 O semestre está quase acabando.
Classificação dos numerais
Os numerais são classificados em: numerais cardinais, numerais ordinais, numerais
multiplicativos, numerais fracionários e numerais coletivos.
- Numerais cardinais: Indicam a quantidade de seres ou coisas.
Exemplos: um, sete, vinte e oito, cento e noventa, mil,…
- Numerais ordinais: Indicam o número de ordem, posição ou lugar ocupado em
uma série.
Exemplos: primeiro, vigésimo segundo, nonagésimo, milésimo,…
- Numerais multiplicativos: Referem-se ao número de vezes que uma determinada
quantidade foi multiplicada, indicando um aumento proporcional dessa mesma quantidade.
Exemplos: duplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, cêntuplo,…
- Numerais fracionários: Referem-se ao fracionamento de uma unidade, de um
todo, indicando assim suas frações, divisões e partes.
Exemplos: um meio, um terço, três décimos, dois sextos, cinco vinte avos…
- Numerais coletivos: Referem-se aos numerais que, no singular, indicam o
conjunto de algo, definindo o número exato de seres que compõem esse conjunto.
Exemplos: dúzia, cento, dezena, quinzena, quarteirão, biênio, terceto,…
Flexão dos numerais
Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino) e número
(singular e plural), outros são invariáveis.
- Numerais cardinais: Variam em gênero os numerais cardinais: um e uma; dois e
duas; centenas a partir de duzentos e duzentas; trezentos e trezentas; quatrocentos e
quatrocentas;... Variam em número os numerais cardinais: milhão e milhões; bilhão e
bilhões; trilhão e trilhões. Os restantes cardinais são invariáveis.

Exemplos:
 Vi quatro meninas entrando na loja.
 Vi quatro meninos entrando na loja.
 Estou precisando de vinte folhas.
 Estou precisando de vinte lápis.
- Numerais ordinais: Variam em gênero e número.

Exemplos:
 Ele foi o primeiro.
 Ela foi a primeira.
 Eles foram os primeiros.
 Elas foram as primeiras.
- Numerais multiplicativos: São invariáveis enquanto substantivos, mas variam em
gênero e número enquanto adjetivos.
Exemplos:
 Essa nova situação tem o duplo da importância da situação anterior. (substantivo)
 Essa nova situação tem dupla importância em relação à situação anterior. (adjetivo)
- Numerais fracionários: Variam em gênero e número conforme o numeral cardinal
que os antecedem.
Exemplos:
 Comi um terço do chocolate.
 Comi dois terços do chocolate.
 Comi uma terça parte do chocolate.
 Comi duas terças partes do chocolate.

- Numerais coletivos: Variam apenas em número.


Exemplos:
 Comprei uma dúzia de ovos no supermercado.
 Comprei três dúzias de ovos no supermercado.

Tipos de pronomes
Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Existem
vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes
demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. Além
desta classificação principal, os pronomes também podem ser classificados em pronomes
adjetivos e pronomes substantivos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto,
pronomes pessoais oblíquos e pronomes pessoais de tratamento.
Pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substantivos e
indicam as pessoas do discurso, assumindo maioritariamente a função de sujeito da oração.
 Eu fui ao cinema.
 Ele gosta de futebol.
Exemplos de pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles,
elas.

Pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Quando tônicos, são
sempre precedidos de uma preposição e substituem um substantivo que tem função de
objeto indireto. Quando átonos, não são precedidos de uma preposição e podem substituir
um substantivo que tem função de objeto direto ou de objeto indireto.
 Pedro gosto de mim.
 Eu encontrei-o na praia.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele,
ela, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os,
as, lhes.

Pronomes de tratamento são formas mais corteses e reverentes de nos dirigirmos


à pessoa com quem estamos falando ou de quem estamos falando.
 Vossa Excelência estará presente na cerimônia de abertura?
 Sua Eminência estará presente no conclave?
Exemplos de pronomes de tratamento: você, senhor, senhora, senhorita, Vossa
Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Eminência, Vossa Santidade, Vossa Reverendíssima,
Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Magnificência, Vossa Paternidade, Vossa Majestade
Imperial, Vossa Onipotência.

Pronomes possessivos transmitem, principalmente, uma relação de posse, ou seja,


indicam que alguma coisa pertence a uma das pessoas do discurso.
 Não sei onde pus minhas chaves.
 Você pode me emprestar sua caneta, por favor?
Exemplos de pronomes possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus,
tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas,
seu, sua, seus, suas.

Pronomes demonstrativos situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e


no discurso, em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, de
quem se fala. Estes pronomes contraem-se com as preposições a, em e de.
 De quem é aquela mochila?
 Veja esta reportagem.
Exemplos de pronomes demonstrativos: este, esta, estes, estas, isto, esse, essa,
esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

Exemplos de outras palavras que atuam como pronomes demonstrativos: o, a, os, as,
mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, tal, tais, semelhante,
semelhantes.
Pronomes interrogativos referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical e são
utilizados para interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
 Quem chegou?
 Diga-me, por favor,que horas são.
Exemplos de pronomes interrogativos: que, quem, qual, quais, quanto, quanta,
quantos, quantas.

Pronomes relativos relacionam-se sempre com o termo da oração que


está antecedente, servindo de elo de subordinação das orações que iniciam.
 Eu comprei o vestido azulqueestava na vitrine.
 A casa onde cresci era enorme.
Exemplos de pronomes relativos: que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as
quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.

Pronomes indefinidos referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical, indicando que


algo ou alguém é considerado de forma indeterminada e imprecisa.
 Foi apresentada alguma justificativa para o atraso na entrega da mercadoria?
 Ninguém se quer responsabilizar por esta tarefa.
Exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada,
algo, algum, algumas, nenhuns, nenhuma, todo, todos, outra, outras, muito, muita, pouco,
poucos, certo, certa, vários, várias, tanto, tantos, quanta, quantas, qualquer, quaisquer,
bastante, bastantes.

Pronomes adjetivos e pronomes substantivos


Conforme acompanham ou substituem os substantivos, os pronomes são
classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos.
Pronomes adjetivos acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos,
determinando e modificando o substantivo.
 Minha irmã é bióloga.
 Aqueles alunos são indisciplinados.

Pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase.


 Esse é meu.
 Ela viu-o.

Concordância verbal
Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou
plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal:
 Eu sou feliz.
 Nós somos felizes.
 Mariana já tomou banho.
 Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora pareça uma regra simples, existem diversos casos específicos que
confundem o falante, podendo levar ao erro.

Casos específicos de concordância verbal


Embora haja a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical, existem
diversos casos específicos.
Concordância verbal com sujeito simples
O sujeito é considerado simples quando apresenta apenas um núcleo. É com esse
núcleo que o verbo deverá concordar em número e pessoa.
 A criança gosta de jogar videogame.
 As crianças gostam de jogar videogame.
 Eu vi o incêndio.
 Nós vimos o incêndio.

Concordância verbal com sujeito composto


O sujeito é considerado composto quando apresenta dois ou mais núcleos. O verbo
deverá concordar em número e pessoa com todos os núcleos, aparecendo sempre no plural.
 O Paulo e a Helena estão namorando.
 Ele e ela estão namorando.

Concordância verbal com verbos impessoais


Quando os verbos não apresentam sujeito, sendo chamados de impessoais, a
concordância verbal deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular.
 Havia mesas e cadeiras suficientes para todos (verbos haver)
 Faz cinco anos que eu o conheci. (verbo fazer)
 Chovia todos os dias. (verbos de fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com a partícula se
Quando a palavra se é uma partícula apassivadora, a concordância verbal é
estabelecida com o sujeito paciente, variando em número. Quando a palavra se é uma
partícula indeterminadora do sujeito, a concordância verbal é estabelecida sempre com a 3.ª
pessoa do singular.
 Vende-se apartamento. (partícula apassivadora)
 Vendem-se apartamentos. (partícula apassivadora)
 Precisa-se de empregado. (partícula indeterminadora do sujeito)
 Precisa-se de empregados. (partícula indeterminadora do sujeito)

Concordância verbal com o verbo ser


O verbo ser estabelece concordância com o sujeito gramatical, conforme a regra
base de concordância verbal. Contudo, sendo um verbo de ligação, em alguns casos
estabelece concordância com o predicativo do sujeito.
 Quem são os pais desta criança?
 São nove da manhã.
 Até parece que tudo são rosas.

Concordância verbal com o verbo parecer


Nas construções em que o verbo parecer aparece conjugado com um verbo no
infinitivo pode ocorre apenas a flexão do verbo parecer ou apenas a flexão do verbo no
infinitivo. O erro ocorre quando é feita a flexão dos dois verbos em simultâneo.
 Os cachorros pareciam entender a dona. (flexão do verbo parecer)
 Os cachorros parecia entenderem a dona. (flexão do verbo no infinitivo)
.
Concordância verbal com os verbos dar, bater e soar
Com os verbos dar, bater e soar, a concordância verbal é feita com o sujeito da
oração se for dada ênfase ao substantivo. Sendo dada ênfase ao verbo, a concordância
verbal é feita com o numeral.
 O relógio da torre deu onze horas. (concordância com o sujeito)
 Deram onze horas no relógio da torre. (concordância com o numeral)

Concordância verbal com verbos no infinitivo


Os verbos no infinitivo podem ser utilizados de forma flexionada (infinitivo pessoal)
ou de forma não flexionada (infinitivo impessoal).
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo pessoal sempre que houver
um sujeito definido ou quando se quiser definir o sujeito. Também quando o sujeito da
segunda oração for diferente do da primeira e para indicar uma ação recíproca.
 Este lanche é para nós comermos.
 Acho importante finalizares o projeto.
 A mãe não viu os filhos entrarem em casa.
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal quando não
houver um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira
oração em locuções verbais e com alguns verbos que não formam locução verbal (ver, sentir,
mandar,…)., quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando o verbo apresentar
um sentido imperativo.
 Apenas os especialistas conseguiram ler as escrituras.
 Fui obrigada a saber essas datas de cor.
 Ser feliz é o mais importante!

Concordância verbal com haja vista


Com a expressão haja vista são aceitos dois tipos de concordância verbal. Ou a
expressão se mantém inalterada, sempre no singular, ou ocorre flexão do verbo haver em
número, ficando haja ou hajam vista. Ambas as formas devem ser consideradas corretas.
 É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista a injustiça social que ainda ocorre.
 É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista as injustiças sociais que ainda
ocorrem.
 É necessária uma mudança de mentalidades, hajam vista as injustiças sociais que ainda
ocorrem.

Concordância verbal e concordância nominal


Numa frase, além de concordância verbal, ocorre também concordância nominal, ou
seja, concordância em gênero e número entre o substantivo e os diversos termos da oração
que se relacionam com ele.

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio,


indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). Em algumas situações
podem modificar toda a oração, vindo, nesses casos, destacado por vírgulas no início ou no
fim da mesma.

Classificação dos advérbios


Podem ser classificados em:
 Advérbio de lugar: aqui, ali, atrás, longe, perto, embaixo,…
 Advérbio de tempo: hoje, amanhã, nunca, cedo, tarde, antes,…
 Advérbio de modo: bem, mal, rapidamente, devagar, calmamente, pior,…
 Advérbio de afirmação: sim, certamente, certo, decididamente,…
 Advérbio de negação: não, nunca, jamais, nem, tampouco,…
 Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, porventura,…
 Advérbio de intensidade: muito, pouco, tão, bastante, menos, quanto,…
 Advérbio de exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas,…
 Advérbio de inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda,…
 Advérbio de ordem: primeiramente, ultimamente, depois,…
Exemplos:
 O bebê nasceu aqui.
 O bebê nasceu ontem.
 O bebê nasceu de manhã.
 O bebê nasceu rapidamente.
 Primeiramente, o bebê nasceu.
 Possivelmente, o bebê nasceu.
Alguns advérbios podem ainda ser classificados em advérbios interrogativos,
sendo utilizados nas interrogações diretas e indiretas, indicando circunstâncias de lugar,
tempo, modo e causa. São os advérbios por que? (indicando causa), onde? (indicando
lugar), como? (indicando modo) e quando? (indicando tempo).
Exemplos:
 Onde está sua carteira?
 Perguntei onde estava sua carteira.
Graus dos advérbios
Os advérbios são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau (comparativo e superlativo),
sendo similares aos graus dos adjetivos.
Grau comparativo de inferioridade = menos (advérbio) que/do que
Exemplo: Ele come menos lentamente do que eu.

Grau comparativo de igualdade = tão (advérbio) quanto/ como/ quão


Exemplo: Ele come tão lentamente como eu.

Grau comparativo de superioridade = mais (advérbio) que/ do que


Exemplo: Ele come mais lentamente do que eu.

Grau superlativo absoluto analítico = acompanhado de outro advérbio (muito +


advérbio).
Exemplo: Aquele estudante escreve muito bem.
Nota: É comum a utilização de formas diminutivas em alguns advérbios, como
pertinho, longinho, pouquinho, cedinho,… Esta forma diminutiva do advérbio transmite a
noção de muito perto, muito longe, muito pouco, muito cedo,…
Grau superlativo absoluto sintético = advérbio + sufixo (normalmente sufixo -
íssimo).
Exemplo: O avião chegou cedíssimo ao aeroporto.
Atenção!
Os advérbios bem, mal, muito e pouco, assumem formas irregulares nos graus comparativo
e superlativo.
Exemplos:
Advérbio bem
comparativo: melhor, mais bem

superlativo: otimamente, muito bem


Advérbio mal
comparativo: pior, mais mal
superlativo: pessimamente, muito mal

Advérbio muito
comparativo: mais superlativo: muitíssimo, o mais

Advérbio pouco

comparativo: menos

superlativo: pouquíssimo, o menos

Locução adverbial
Locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
As locuções adverbiais podem ser classificadas em:
 Locução adverbial de lugar: à esquerda, à frente, ao lado, em cima, por perto,…
 Locução adverbial de tempo: pela manhã, de noite, à tarde, em breve, …
 Locução adverbial de modo: em silêncio, de cor, ao contrário, às pressas,…
 Locução adverbial de afirmação: por certo, com certeza, sem dúvida,…
 Locução adverbial de negação: de modo algum, de forma alguma,…
 Locução adverbial de intensidade: de muito, de pouco, de todo, em excesso,…
 Locução adverbial de dúvida: com certeza, quem sabe,…
Exemplos:
 Aquele fã sabe de cor as letras de todas as músicas.
 Em breve, estaremos viajando pelo Japão.
 Gosto mais de trabalhar de noite.

Preposição
De, a , com, por, para, em, até e sobre são preposições, ou seja, são palavras que
estabelecem conexões com vários sentidos entre dois termos de uma oração. As
preposições são indispensáveis para a construção e compreensão dos textos, conferindo-
lhes coesão e estrutura.
As preposições relacionam dois termos: um antecedente e um consequente. Através
de preposições, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo
(termo antecedente).
Sinto dor de barriga.

termo antecedente: dor preposição: de termo consequente: barriga

Tipos de preposições
As preposições podem ser classificadas em preposições essenciais, preposições
acidentais e locuções prepositivas.

Preposições essenciais são palavras que funcionam puramente como preposição:


a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre,
trás.

Preposições acidentais são palavras que possuem outras classes gramaticais, mas
que também funcionam como preposições: afora, como, conforme, consoante, durante,
exceto, feito, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante, visto,...

Locuções prepositivas são duas ou mais palavras em que a última é uma


preposição: abaixo de, acerca de, acima de, a fim de, além de, antes de, ao invés de, ao
lado de, a par de, apesar de, a respeito de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de,
de cima de, dentro de, depois de, diante de, em frente de, em lugar de, em vez de, graças
a, perto de, por causa de, por entre,…
Uso de preposições essenciais
 Quero uma coxinha de frango com catupiry.
 Eu espero por você em casa!
 O meu muito obrigado a todos!
Uso de preposições acidentais
 Durante o dia estou no escritório.
 Segundo as instruções, não devemos molhar este equipamento.
 A encomenda apenas será entregue mediante pagamento.
Uso de locuções prepositivas
 Em vez de irmos ao cinema, que tal irmos à praia?
 Graças a Deus está tudo bem!
 De acordo com o relatório, a empresa está com uma enorme dívida financeira.

Contração e combinação de preposições


Preposições são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero, número e
grau. Podem, contudo, aparecer contraídas ou combinadas com palavras variáveis, como
artigos e pronomes, que estabelecem concordância de gênero e número com os termos da
oração.
Ocorre contração quando há alterações na estrutura da preposição.
Ocorre combinação quando a preposição se mantém inalterada.
Contração de preposições:
a+a=à
a + aquele = àquele
de + o = do
de + uma = duma
de + isto = disto
em + as = nas
em + um = num
em + essa = nessa
por + o = pelo
por + as = pelas

Combinação de preposições:
a + o = ao
a + os = aos
a + onde = aonde

Emprego de preposições
As preposições são normalmente utilizadas na introdução de complementos verbais
ou nominais, de locuções adjetivas ou adverbiais e de orações reduzidas.
Algumas preposições transmitem a noção de movimento, sendo dinâmicas, outras
de situação, sendo estáticas.
Preposições de movimento:
 Eu vou a Copacabana.
 Vou sair de sua casa.
Preposições de situação:
 Tenho medo de aranhas.
 Estamos sem dinheiro.
As preposições podem se referir ao espaço e ao tempo ou estabelecer relações
diversas:

Assunto: A conferência será sobre a importância da vacinação infantil.


Autoria: Este quadro de Picasso é arrebatador.
Causa: Minha barriga dói de fome.
Companhia: Ontem fui passear com meu filho.
Conteúdo: Tire da geladeira a panela com feijão preto.
Destino: Os deputados estão indo para Brasília.
Distância: A próxima cidade fica a 53 km daqui.
Especialidade: Ele é perito em mecânica.
Fim ou finalidade: Comprei estas decorações para enfeitar a festa.
Instrumento: O jardineiro cortou a grama com uma tesoura.
Lugar: Eles estiveram em Porto Seguro.
Matéria: Minha cama é de ferro.
Meio: Nós iremos percorrer o litoral brasileiro de bicicleta.

Modo ou conformidade: A decisão será tomada por votação.


Oposição: Os manifestantes são contra a legalização do aborto.
Origem: Esta encomenda veio de Lisboa.
Posse: Estes livros são do meu pai.
Preço: A passagem de avião fica por R$ 400.
Tempo: Meu irmão chegará em uma hora

Conjunção
Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações
ou entre termos semelhantes de uma oração, estabelecendo relações de coordenação ou
de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
Exemplo de conjunção ligando orações:
Estudei muito e aprendi a matéria.

Exemplo de conjunção ligando termos semelhantes de uma oração:


Vi sua mãe e seu pai na feira.

Além de conjunções, existem também locuções conjuntivas, ou seja, um conjunto


de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como uma conjunção, ligando orações. A maior
parte das locuções conjuntivas terminam em que.
Exemplos: visto que, dado que, posto que, sem que, até que, antes que, já que,
desde que, ainda que, por mais que, à medida que, à proporção que, logo que, a fim de que,
se bem que, contanto que,...

Classificação das conjunções


As conjunções estabelecem relações de coordenação ou subordinação, sendo assim
classificadas em coordenativas e subordinativas.
Conjunções coordenativas
As conjunções são classificadas como coordenativas quando ligam orações com
sentido completo, que têm existência independente.

Conjunções coordenativas aditivas: Transmitem uma ideia de adição.


São: e, nem, também, bem como, não só...mas também,…
Exemplo: Eu vou para Teresópolis e a Heloísa vai comigo.

Conjunções coordenativas adversativas: Transmitem uma ideia de oposição.


São: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante,…
Exemplo: Eu esperei por você, mas você não veio.

Conjunções coordenativas alternativas: Transmitem uma ideia de alternância.


São: ou, ou...ou, já…já, ora...ora, quer...quer, seja...seja,…
Exemplo: Já chega de televisão: leia um livro ou jogue um jogo.
Conjunções coordenativas conclusivas: Transmitem uma ideia de conclusão.
São: logo, pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte,…
Exemplo: Já fiz todas as tarefas, por isso vou descansar.

Conjunções coordenativas explicativas: Transmitem uma ideia de explicação.


São: que, porque, porquanto, pois, isto é,…
Exemplo: Não posso ir à praia porque estou com uma alergia na pele.

Conjunções subordinativas
As conjunções são classificadas como subordinativas quando ligam orações que
dependem uma da outra para ter sentido completo, não tendo existência independente.
Podem ser integrantes, introduzindo orações substantivas, ou adverbiais, introduzindo
orações adverbiais.
Conjunções subordinativas integrantes: Introduzem uma oração que atua como
sujeito, objeto direto, objeto indireto e predicativo, entre outros, e que completa o sentido da
oração principal.
São: que, se.
Exemplo: Espero que meu pai chegue rápido.

Conjunções subordinativas adverbiais causais: Introduzem uma oração que


apresenta a causa do acontecimento da oração principal.
São: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, como,…
Exemplo: Ela não esperou por mim porque já estava atrasada.

Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas: Introduzem uma oração


que apresenta a consequência do acontecimento da oração principal.
São: que, tanto que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo que, de sorte
que, de tal forma que,…
Exemplo: Meu filho correu tanto que ficou cheio de dores nas pernas.

Conjunções subordinativas adverbiais finais: Introduzem uma oração que


apresenta o fim ou finalidade do acontecimento da oração principal.
São: a fim de que, para que, que,…
Exemplo: Li muitas vezes a receita para que não houvesse erros.

Conjunções subordinativas adverbiais temporais: Introduzem uma oração que


apresenta uma circunstância de tempo ao acontecimento da oração principal.
São: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas,…
Exemplo: Assim que saí de casa, começou a chover.
Conjunções subordinativas adverbiais condicionais: Introduzem uma oração
que apresenta uma condição para a realização ou não do acontecimento da oração principal.
São: se, caso, desde, salvo se, desde que, exceto se, contando que,…
Exemplo: Se você comer tudo, você poderá comer sobremesa.

Conjunções subordinativas adverbiais concessivas: Introduzem uma oração que


apresenta uma ideia de contraste e contradição do acontecimento da oração principal.
São: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, …
Exemplo: Embora não concorde, cumprirei com minha parte do plano.
Conjunções subordinativas adverbiais comparativas: Introduzem uma oração
que apresenta uma comparação com o acontecimento da oração principal.
São: como, assim como, tal, qual, tanto como,…
Exemplo: Já não quero estudar piano, como já não quero estudar viola.

Conjunções subordinativas adverbiais conformativas: Introduzem uma oração


que apresenta uma ideia de conformidade em relação ao acontecimento da oração principal.
São: conforme, como, consoante, segundo,…
Exemplo: Nunca soube dividir conforme aprendi na escola.

Conjunções subordinativas adverbiais proporcionais: Introduzem uma oração


que apresenta uma ideia de proporcionalidade com o acontecimento da oração principal.
São: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais… mais,…
Exemplo: À medida que o tempo ia passando, ela ia envelhecendo rapidamente.

Concordância nominal
Concordância nominal ocorre quando há concordância em gênero (masculino ou
feminino) e número (plural ou singular), principalmente, entre o substantivo e o adjetivo que
o caracteriza.

Além do adjetivo e do substantivo, há também concordância entre um pronome ou


numeral substantivo e diversos termos da oração que se relacionam com eles, como artigos,
pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios.

Exemplos de concordância nominal:


A menina estudiosa passou no vestibular.
O menino estudioso passou no vestibular.
As meninas estudiosas passaram no vestibular.
Os meninos estudiosos passaram no vestibular.

A principal regra de concordância nominal é que um adjetivo, caracterizando um


único substantivo, concorda em gênero e número com esse substantivo.
Exemplos de concordância em gênero e número:
Seus olhos castanhos olhavam-me silenciosamente!
A blusa amarela é minha.

Casos específicos de concordância nominal


1. Adjetivo caracterizando vários substantivos:
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo que está mais próximo.
Pode também assumir a forma no masculino plural, na existência de um substantivo
masculino e um feminino.

A faca e o garfo dourado estão na gaveta.


O garfo e a faca dourada estão na gaveta.
As facas e os garfos dourados estão na gaveta.
Os garfos e as facas douradas estão na gaveta.
A faca e o garfo dourados estão na gaveta.
O garfo e a faca dourados estão na gaveta.

Com substantivos do mesmo gênero no singular, o adjetivo pode ficar no singular ou


no plural.
Viram a rua e a casa deserta.
Viram a rua e a casa desertas.

Se forem substantivos próprios ou substantivos que exprimam graus de parentesco,


o adjetivo deve ficar no plural.
Meus simpáticos tios e tias me fizeram uma surpresa.
Os contentes Pedro e Álvaro foram os campeões do torneio.

Adjetivo caracterizando pronomes pessoais:


O adjetivo concorda em gênero e número com o pronome a que se refere.
Ela ficou animada com a notícia.
Ele ficou animado com a notícia.
Elas ficaram animadas com a notícia.
Eles ficaram animados com a notícia.

Vários adjetivos no singular caracterizando um único substantivo:


O substantivo permanece no singular quando há presença de um artigo entre os
adjetivos, mas fica no plural quando os adjetivos se apresentam sem artigos ou outros
determinantes.
Fiquei aprendendo coisas novas com a professora americana e a francesa.
Fiquei aprendendo coisas novas com as professoras americana e francesa.

Verbo ser + adjetivo:


O adjetivo faz concordância com o substantivo quando há presença de artigos ou
outros determinantes, mas permanece no masculino e no singular quando o substantivo se
apresenta isolado.
A alegria é benéfica para todos!
Alegria é benéfico para todos!

Pronome indefinido neutro + de + adjetivo:


Com os pronomes indefinidos neutros nada, algo, muito, tanto,… mais a preposição
de, o adjetivo deve ficar no masculino e no singular.
Ela não tem nada de encantador.
Ele não tem nada de encantador.
Elas não têm nada de encantador.
Eles não têm nada de encantador.

Palavra só como adjetivo:


Tendo o significado de sozinho, a palavra só atua como adjetivo, devendo concordar
em número com o substantivo que caracteriza.
Meu avô está só.
Meus avós estão sós.

Com as expressões é proibido, é necessário, é bom, é preciso e é permitido:


Com as expressões: é proibido, é necessário, é bom, é preciso e é permitido, o
adjetivo permanece no singular e no masculino, se mantendo invariável, quando não há
presença de artigos ou outros determinantes do substantivo, mas varia em gênero e número
quando há presença de artigos ou outros determinantes do substantivo.
É proibido visitação das instalações durante horário laboral.
É proibida a visitação das instalações durante o horário laboral.
É necessário respeito e tolerância para se viver em sociedade.
São necessários muito respeito e muita tolerância para se viver em sociedade.

Com as palavras anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite:


As palavras: anexo, obrigado, mesmo, próprio, incluso e quite devem concordar em
gênero e número com o substantivo que caracterizam.
Por favor, leia as informações anexas.
As próprias professoras resolveram a falta de condições das salas de aula.
Eu e você estamos quites.

Com as palavras bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio:


As palavras: bastante, caro, barato, muito, pouco, longe e meio, embora invariáveis
enquanto advérbios, devem concordar em gênero e número com o substantivo que
caracterizam enquanto adjetivos.

Há bastantes alunos interessados na palestra.


Essas compras ficaram muito caras!
Vou comprar aqueles chinelos baratos.
Apenas preenchi meia folha de papel com as informações necessárias.

Com as palavras alerta e menos:


As palavras alerta e menos, embora atuem como adjetivos, são advérbios,
permanecendo sempre invariáveis.
Os cachorros ouviram barulho e ficaram alerta.
Assim, há menos confusão!

Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra:


Com as expressões um e outro, uma e outra, num e noutro, numa e noutra, o adjetivo
deve ser escrito no plural, embora ao substantivo permaneça no singular.
A diretora achou um e outro funcionário cumpridores.
Você pôs isso numa e noutra gaveta arrumadas?

Concordância nominal irregular


A concordância nominal pode ser também irregular, ocorrendo silepse, ou seja,
concordância mental ou figurada com um substantivo que não está explícito na frase, mas
sim subentendido.
Minas Gerais é encantador! (a palavra estado está subentendida)
São Paulo é linda! (a palavra cidade está subentendida)

Concordância nominal e concordância verbal


Numa frase, além de concordância nominal, ocorre também concordância verbal, ou
seja, concordância em número (singular ou plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa) entre
o verbo da oração e o sujeito gramatical.

Concordância verbal
Concordância verbal ocorre quando o verbo se flexiona em número (singular ou
plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa), concordando com o sujeito gramatical.
Exemplos de concordância verbal:
•Eu sou feliz.
•Nós somos felizes.
•Mariana já tomou banho.
•Mariana e Alice já tomaram banho.
Embora pareça uma regra simples, existem diversos casos específicos que
confundem o falante, podendo levar ao erro.
Casos específicos de concordância verbal
Embora haja a regra básica de concordância verbal com o sujeito gramatical, existem
diversos casos específicos.
Concordância verbal com sujeito simples
O sujeito é considerado simples quando apresenta apenas um núcleo. É com esse
núcleo que o verbo deverá concordar em número e pessoa.
•A criança gosta de jogar videogame.
•As crianças gostam de jogar videogame.
•Eu vi o incêndio.
•Nós vimos o incêndio.

Concordância verbal com sujeito composto


O sujeito é considerado composto quando apresenta dois ou mais núcleos. O verbo
deverá concordar em número e pessoa com todos os núcleos, aparecendo sempre no plural.
•O Paulo e a Helena estão namorando.
•Ele e ela estão namorando.

Concordância verbal com verbos impessoais


Quando os verbos não apresentam sujeito, sendo chamados de impessoais, a
concordância verbal deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular.
•Havia mesas e cadeiras suficientes para todos (verbos haver)
•Faz cinco anos que eu o conheci. (verbo fazer)
•Chovia todos os dias. (verbos de fenômenos atmosféricos)

Concordância verbal com a partícula se


Quando a palavra se é uma partícula apassivadora, a concordância verbal é
estabelecida com o sujeito paciente, variando em número. Quando a palavra se é uma
partícula indeterminadora do sujeito, a concordância verbal é estabelecida sempre com a 3.ª
pessoa do singular.
•Vende-se apartamento. (partícula apassivadora)
•Vendem-se apartamentos. (partícula apassivadora)
•Precisa-se de empregado. (partícula indeterminadora do sujeito)
•Precisa-se de empregados. (partícula indeterminadora do sujeito)
Concordância verbal com o verbo ser
O verbo ser estabelece concordância com o sujeito gramatical, conforme a regra
base de concordância verbal. Contudo, sendo um verbo de ligação, em alguns casos
estabelece concordância com o predicativo do sujeito.
•Quem são os pais desta criança?
•São nove da manhã.
•Até parece que tudo são rosas.

Concordância verbal com o verbo parecer


Nas construções em que o verbo parecer aparece conjugado com um verbo no
infinitivo pode ocorre apenas a flexão do verbo parecer ou apenas a flexão do verbo no
infinitivo. O erro ocorre quando é feita a flexão dos dois verbos em simultâneo.
•Os cachorros pareciam entender a dona. (flexão do verbo parecer)
•Os cachorros parecia entenderem a dona. (flexão do verbo no infinitivo)

Concordância verbal com os verbos dar, bater e soar


Com os verbos dar, bater e soar, a concordância verbal é feita com o sujeito da
oração se for dada ênfase ao substantivo. Sendo dada ênfase ao verbo, a concordância
verbal é feita com o numeral.
•O relógio da torre deu onze horas. (concordância com o sujeito)
•Deram onze horas no relógio da torre. (concordância com o numeral)

Concordância verbal com verbos no infinitivo


Os verbos no infinitivo podem ser utilizados de forma flexionada (infinitivo pessoal)
ou de forma não flexionada (infinitivo impessoal).
A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo pessoal sempre que houver
um sujeito definido ou quando se quiser definir o sujeito. Também quando o sujeito da
segunda oração for diferente do da primeira e para indicar uma ação recíproca.
•Este lanche é para nós comermos.
•Acho importante finalizares o projeto.
•A mãe não viu os filhos entrarem em casa.

A concordância verbal deverá ser feita com o infinitivo impessoal quando não houver
um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração em
locuções verbais e com alguns verbos que não formam locução verbal (ver, sentir,
mandar,…)., quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando o verbo apresentar
um sentido imperativo.
•Apenas os especialistas conseguiram ler as escrituras.
•Fui obrigada a saber essas datas de cor.
•Ser feliz é o mais importante!

Concordância verbal com haja vista


Com a expressão haja vista são aceitos dois tipos de concordância verbal. Ou a
expressão se mantém inalterada, sempre no singular, ou ocorre flexão do verbo haver em
número, ficando haja ou hajam vista. Ambas as formas devem ser consideradas corretas.
•É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista a injustiça social que ainda ocorre.
•É necessária uma mudança de mentalidades, haja vista as injustiças sociais que ainda
ocorrem.
•É necessária uma mudança de mentalidades, hajam vista as injustiças sociais que ainda
ocorrem.

Regência verbal e nominal


Chama-se regência à relação estabelecida, na oração, entre um termo regente e um
termo regido. O termo regente depende do termo regido, uma vez que o seu sentido
permanece incompleto sem a presença do termo regido.
De acordo com a natureza do termo regente, a regência pode ser classificada de
regência verbal ou regência nominal. Conforme o nome indica, na regência verbal o termo
regente é um verbo e na regência nominal o termo regente é um nome.
Regência verbal:
Termo regente: verbo
Termos regidos: objeto direto e objeto indireto

Regência nominal:
Termo regente: nome
Termo regido: complemento nominal
Regência verbal
Na regência verbal, se o verbo regente for transitivo direto, terá como termo regido
um objeto direto (não preposicionado). Se o verbo regente for transitivo indireto, terá como
termo regido um objeto indireto (preposicionado).
Exemplos de regência verbal não preposicionada
 Leu o livro.
 Comeu a sobremesa.
 Bebeu o refrigerante.
 Ouviu a notícia.
 Estudou a lição.
 Fez o recheio.
Exemplos de regência verbal preposicionada
 Procedeu à construção de um novo prédio.
 Pagou ao funcionário.
 Desobedeceu aos pais.
 Apoiou-se na parede.
 Apaixonou-se por seu primo.
 Meditou sobre o assunto.

Quando a regência verbal é estabelecida através de uma preposição, as mais


utilizadas são: a, de, com, em, para, por, sobre.
 agradar a;
 obedecer a;
 assistir a;
 visar a;
 lembrar-se de;
 simpatizar com;
 comparecer em;
 convocar para;
 trocar por;
 alertar sobre;

Regência nominal
Na regência nominal, o nome que atua como termo regente pode ser um substantivo,
um adjetivo ou um advérbio. Já o complemento nominal, que atua como termo regido, pode
ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Exemplos de regência nominal
 acessível a todos;
 diferente de mim;
 amoroso com ambos;
 perito em criminologia;
 mau para a saúde;
 ansioso por férias.
A regência nominal é estabelecida através de uma preposição, sendo a, de, com,
em, para, por as preposições mais utilizadas:
 inerente a;
 idêntico a;
 livre de;
 seguro de;
 descontente com;
 interesse em;
 pronto para;
 respeito por;

Colocação pronominal
A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita
de três formas distintas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.
Em próclise: pronome colocado antes do verbo;
Em ênclise: pronome colocado depois do verbo;
Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.
Exemplos de colocação pronominal
 Não me deram uma caixa de bombons ontem. (próclise)
 Deram-me uma caixa de bombons ontem. (ênclise)
 Dar-me-ão uma caixa de bombons amanhã. (mesóclise)

Os pronomes pessoais oblíquos átonos são:


1.ª pessoa do singular – me
2.ª pessoa do singular – te
3.ª pessoa do singular – se, o, a, lhe

1.ª pessoa do plural – nos


2.ª pessoa do plural – vos
3.ª pessoa do plural – se, os, as, lhes

Próclise ou ênclise?
A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal,
seguindo a estrutura sintática básica de uma oração: verbo + complemento. Contudo, o uso
da próclise encontra-se generalizado na linguagem falada e escrita.
É facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo não se encontre no início
da frase, nem haja situações que justifiquem o uso específico de uma forma de colocação
pronominal.
Exemplo de uso facultativo da próclise ou da ênclise
 Minha mãe ajudou-me nos trabalhos.
 Minha mãe me ajudou nos trabalhos.
A próclise nunca deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das
frases. Nesta situação, a forma correta de colocação pronominal é depois do verbo.
Exemplos de ênclise com verbos no início da frase
 Ouviram-me chamar?
 Deram-lhe os parabéns!

Uso específico de ênclise, próclise ou mesóclise


Existem diversas situações que justificam o uso específico de uma forma de
colocação pronominal.
Ênclise
A colocação pronominal depois do verbo deverá ser usada:
Em orações iniciadas com verbos (com exceção do futuro do presente do
indicativo e do futuro do pretérito do indicativo), uma vez que não se iniciam frases com
pronomes oblíquos.
 Refere-se a um tipo de árvore.
 Viram-me na rua e não disseram nada.

Em orações imperativas afirmativas.


 Sente-se imediatamente!
 Lembre-me para fazer isso no fim do expediente.

Em orações reduzidas do gerúndio (sem a preposição em).


 O jovem reclamou muito, comportando-se como uma criança.
 Fiquei sem reação, lembrando-me de acontecimentos passados.

Em orações reduzidas do infinitivo.


 Espero dizer-te a verdade rapidamente.
 Convém dar-lhe autorização ainda hoje.
Próclise
A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver
palavras atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como:
Palavras negativas (não, nunca, ninguém, jamais,…).
 Não te quero ver nunca mais!
 Nunca a esquecerei.

Conjunções subordinativas (embora, se, conforme, logo,...).


 Embora o faça, sei que é errado.
 Cumpriremos o acordo se nos agradar.

Pronomes relativos (que, qual, onde,…).


 Há professores que nos marcam para sempre.
 Esta é a faculdade onde me formei.

Pronomes indefinidos (alguém, todos, poucos,…).


 Alguém me fará mudar de opinião?
 Poucos nos emocionaram com seus relatos.

Pronomes demonstrativos (isto, isso, aquilo,…).


 Isso me deixou muito abalada.
 Aquilo nos mostrou a verdade.

Frases interrogativas (quem, qual, que, quando,…).


 Quem me chamou?
 Quando nos perguntaram isso?

Frases exclamativas ou optativas.


 Como nos enganaram!
 Deus te guarde!

Preposição em mais verbo no gerúndio.


 Em se tratando de uma novidade, este produto é o indicado.
 Em se falando sobre o assunto, darei minha opinião.

Advérbios, sem que haja uma pausa marcada. Havendo uma pausa marcada por uma
vírgula, deverá ser usada a ênclise.
 Aqui se come muito bem!
 Talvez te espere no fim das aulas.
Mesóclise
A colocação pronominal deverá ser feita no meio do verbo quando o verbo estiver
conjugado no futuro do presente do indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo.
 Ajudar-te-ei no que for preciso.
 Comprometer-se-iam mais facilmente se confiassem mais em você.
A mesóclise é maioritariamente utilizada numa linguagem formal, culta e literária.
Caso haja situação que justifique a próclise, a mesóclise não ocorre.
Colocação pronominal nas locuções verbais
A colocação pronominal nas locuções verbais difere caso o verbo principal esteja no
particípio ou no gerúndio e infinitivo.
Verbo principal no gerúndio ou no infinitivo
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ficar
após o verbo principal ou após o verbo auxiliar.
 Quero ver-te hoje.
 Quero-te ver hoje.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá
ficar antes da locução verbal ou depois da locução verbal.
 Não te quero ver hoje.
 Não quero ver-te hoje.
Verbo principal no particípio
Caso não haja palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá ficar
depois do verbo auxiliar, nunca depois do verbo principal no particípio.
 Tinham-me dito que você não era de confiança.
 Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto.
Caso haja alguma palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá
ficar antes da locução verbal.
 Já me tinham dito que você não era de confiança.
 Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto.

Advérbio
Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio,
indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). Em algumas situações
podem modificar toda a oração, vindo, nesses casos, destacado por vírgulas no início ou no
fim da mesma.
Classificação dos advérbios
Podem ser classificados em:
 Advérbio de lugar: aqui, ali, atrás, longe, perto, embaixo,…
 Advérbio de tempo: hoje, amanhã, nunca, cedo, tarde, antes,…
 Advérbio de modo: bem, mal, rapidamente, devagar, calmamente, pior,…
 Advérbio de afirmação: sim, certamente, certo, decididamente,…
 Advérbio de negação: não, nunca, jamais, nem, tampouco,…
 Advérbio de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, porventura,…
 Advérbio de intensidade: muito, pouco, tão, bastante, menos, quanto,…
 Advérbio de exclusão: salvo, senão, somente, só, unicamente, apenas,…
 Advérbio de inclusão: inclusivamente, também, mesmo, ainda,…
 Advérbio de ordem: primeiramente, ultimamente, depois,…
Exemplos:
 O bebê nasceu aqui.
 O bebê nasceu ontem.
 O bebê nasceu de manhã.
 O bebê nasceu rapidamente.
 Primeiramente, o bebê nasceu.
 Possivelmente, o bebê nasceu.
Alguns advérbios podem ainda ser classificados em advérbios interrogativos,
sendo utilizados nas interrogações diretas e indiretas, indicando circunstâncias de lugar,
tempo, modo e causa. São os advérbios por que? (indicando causa), onde? (indicando
lugar), como? (indicando modo) e quando? (indicando tempo).
Exemplos:
 Onde está sua carteira?
 Perguntei onde estava sua carteira.

Graus dos advérbios


Os advérbios são palavras invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.
Contudo, alguns advérbios podem ser flexionados em grau (comparativo e superlativo),
sendo similares aos graus dos adjetivos.
Grau comparativo de inferioridade = menos (advérbio) que/do que
Exemplo: Ele come menos lentamente do que eu.

Grau comparativo de igualdade = tão (advérbio) quanto/ como/ quão


Exemplo: Ele come tão lentamente como eu.

Grau comparativo de superioridade = mais (advérbio) que/ do que


Exemplo: Ele come mais lentamente do que eu.

Grau superlativo absoluto analítico = acompanhado de outro advérbio (muito +


advérbio).
Exemplo: Aquele estudante escreve muito bem.
Nota: É comum a utilização de formas diminutivas em alguns advérbios, como
pertinho, longinho, pouquinho, cedinho,… Esta forma diminutiva do advérbio transmite a
noção de muito perto, muito longe, muito pouco, muito cedo,…

Grau superlativo absoluto sintético = advérbio + sufixo (normalmente sufixo -


íssimo).
Exemplo: O avião chegou cedíssimo ao aeroporto.
Atenção!
Os advérbios bem, mal, muito e pouco, assumem formas irregulares nos graus comparativo
e superlativo.
Exemplos:
Advérbio bem
comparativo: melhor, mais bem
superlativo: otimamente, muito bem

Advérbio mal
comparativo: pior, mais mal
superlativo: pessimamente, muito mal

Advérbio muito

comparativo: mais
superlativo: muitíssimo, o mais

Advérbio pouco
comparativo: menos
superlativo: pouquíssimo, o menos

Locução adverbial
Locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como
um advérbio, alterando o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
As locuções adverbiais podem ser classificadas em:
 Locução adverbial de lugar: à esquerda, à frente, ao lado, em cima, por perto,…
 Locução adverbial de tempo: pela manhã, de noite, à tarde, em breve, …
 Locução adverbial de modo: em silêncio, de cor, ao contrário, às pressas,…
 Locução adverbial de afirmação: por certo, com certeza, sem dúvida,…
 Locução adverbial de negação: de modo algum, de forma alguma,…
 Locução adverbial de intensidade: de muito, de pouco, de todo, em excesso,…
 Locução adverbial de dúvida: com certeza, quem sabe,…
Exemplos:
 Aquele fã sabe de cor as letras de todas as músicas.
 Em breve, estaremos viajando pelo Japão.
 Gosto mais de trabalhar de noite.

Uso da crase
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo
representada com acento grave. A contração mais comum é a da preposição a com o artigo
definido feminino a (a + a = à). Existem outras contrações muito utilizadas, como as
contrações da preposição a com os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo (a
+ aquele = àquele, a + aquela = àquela, a + aquilo = àquilo).
Exemplos:
 Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
 Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)
 Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
 Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto
uso da crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade
de análise do enunciado frásico, sendo importante compreender que não acorre crase se
houver apenas a preposição a, ou apenas o artigo definido a ou apenas o pronome
demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que haja uma sequência de duas vogais
iguais, que sofrem contração, formando crase.
Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é
substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não
a presença da preposição a contraindo com o artigo definido a.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao
Exemplos:
 Vou à praia.
 Vou ao parque.
 Vale a pena.
 Vale o sacrifício.
A dúvida entre o uso ou não do acento indicador de crase ocorre frequentemente
com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita
com a preposição a, indicando a quem algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar
a,…
Exemplos:
 Aquele aluno nunca está atento à aula.
 Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
 Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
 É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
 As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.

A utilização do acento grave como fator de transmissão de clareza na leitura ocorre em


diversas expressões de modo ou circunstância:
 Vou lavar a mão na pia.
 Vou lavar à mão a roupa delicada.
 Ele pôs a venda nos olhos.
 Ele pôs à venda o carro.
 Ela trancou a chave na gaveta.
 Ela trancou à chave a porta.
 Estudei a distância.
 Estudei à distância.

Há crase
Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções
conjuntivas: à noite, à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista,
à moda de, à maneira de, à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida
que, à proporção que,…
 Ligo-te hoje à noite.
 Ele está completamente à parte do grupo.
 A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
 Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma
palavra feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à
maneira de.
 Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
 Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
- Antes da indicação exata e determinada de horas:
 Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.
 Chegaremos a Brasília às 22h.
 A missa começará à meia-noite.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
 Estou esperando você desde as seis horas.
 Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.
Não há crase
- Antes de substantivos masculinos:
 Gosto de andar a pé.
 Este passeio será feito a cavalo.
 Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
 Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
- Antes de verbos:
 Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
 Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
 O arquiteto está começando a renovar essa casa.
 Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
- Antes da maior parte dos pronomes:
 Desejamos a todos um bom fim de semana.
 Você já pediu ajuda a alguém?
 Dei todos os meus carrinhos a ele.
 Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.
 Não entregamos o trabalho à mesma professora.
 Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
 Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
 Esta é a reportagem à qual me referi.
- Em expressões com palavras repetidas (mesmo que essas palavras sejam
femininas):
 Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
 Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
 Preciso conversar com você face a face.
 Por favor, permaneçam lado a lado.
- Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:
 Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
 A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo
definido as, ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
 Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
 A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
- Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):
 O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
 O hotel fica a dois quilômetros daqui.
 O motorista conduzia acima de 180 km/h.
Uso facultativo da crase
- Antes de nomes próprios femininos:
 Enviei cartas a Heloísa.
 Enviei cartas à Heloísa.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades
ilustres porque nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
 Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
 A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
- Antes da preposição até antecedendo substantivos femininos:
 Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.
 Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.
- Antes de pronomes possessivos:
 Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
 Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Casos específicos (sujeitos a verificação)
- Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de
localidades que admitem a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma
forma fácil de verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a por de ou
em.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Exemplos:
 Vou à Bahia no próximo mês.
 Vim da Bahia.
 Estou na Bahia.
 Vou a Brasília no próximo mês.
 Vim de Brasília.
 Estou em Brasília.
Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.
 Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.
 Regressei à Curitiba de minha infância.
- Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de
localidade, se esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não
ocorre crase.
 Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)
 O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
 Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
- Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está
determinada com um adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não
há crase.
 Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)
 Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
LINGUA
PORTUGUESA

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