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INTRODUÇÃO

Na língua portuguesa, a morfologia é uma parte da linguística que estuda as


estruturas /ou as formação das palavras. Do grego, a palavra morfologia corresponde a
união dos termos “morfo” (forma) e “logia” (estudo), e tem como objetivo estudar as
palavras isoladas e não a partir da sua função na frase ou período, como ocorre com a
Sintaxe.
MORFOLOGIA E SUA CLASSIFICAÇÃO
Estudar Morfologia significa estudar isoladamente as classes das palavras;

diferentemente da Sintaxe, que trata do estudo das funções das palavras na oração. As

palavras se organizam em dez categorias, que são conhecidas como classes de palavras.
A Morfologia se divide em dez classes gramaticais, entre elas estão a classe de palavras
variáveis que são os substantivos, artigo, verbos, adjetivos, pronomes e numerais. Já as
palavras invariáveis são compostas pelos advérbios, preposições, interjeições e
conjunções.

 Substantivo

O substantivo é a classe gramatical que dá nome a seres, coisas, espaços, sentimentos


etc. O substantivo é assim chamado por dar significado a substâncias, sejam concretas e
palpáveis, sejam apenas mentalmente apreendidas como substâncias, tais como nomes,
qualidades, estados, processos, entre outros.

Por isso, os substantivos possuem classificações de acordo com o tipo de substância que
estão nomeando, além de variações de acordo com o gênero, o número e o grau deles.
Embora existam tais regras e conceitos, é importante lembrar que existem, também,
muitas exceções para as regras dessa classe gramatical tão vasta.

Classificação dos substantivos

Os substantivos são classificados em: comum, próprio, simples, composto, concreto,


abstrato, primitivo, derivado e coletivo.

Substantivos comuns

Os substantivos são comuns se eles dão nome a seres de forma genérica.

Exemplos: pessoa, gente, país.

Substantivos próprios

Os substantivos são próprios quando eles dão nome a seres de forma particular. Eles são
escritos com letra maiúscula.
Exemplos: Maria, São Paulo, Angola.

Substantivos simples

Os substantivos simples são formados por apenas um radical (radical é a parte da


palavra que contém o seu significado básico).

Exemplos: casa, carro, camiseta.

Substantivos compostos

Os substantivos compostos são formados por mais de um radical (radical é a parte da


palavra que contém o seu significado básico).

Exemplos: guarda-chuva, passatempo, beija-flor.

Substantivos concretos

Os substantivos concretos designam as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas,


objetos, animais ou lugares.

Exemplos: menina, homem, cachorro.

Substantivos abstratos

Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades


e ações.

Exemplos: beleza, alegria, bondade.

Substantivos primitivos

Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam
de outras palavras.

Exemplos: casa, folha, chuva.

Substantivos derivados
Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras.

Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada


(derivado de chuva).

Substantivos coletivos

Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres.

Exemplos: flora (conjunto de plantas), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de


abelhas).

 Artigo

Artigo, conceituam-se como sendo o termo que antecede o substantivo com a


finalidade de determiná-lo ou indeterminá-lo. Os artigos figuram-se entre as dez
classes gramaticais que compõem uma das partes relacionadas à gramática, ora
denominada de Morfologia.

Classificação dos Artigos

Os artigos classificam-se em:

Definidos: o, os, a, as;

determinam um sujeito específico. Ou seja, são utilizados para especificar e


particularizar algo para o leitor ou receptor da mensagem.

Exemplo: Eu conheci o Sr. João Lourenço.

Indefinidos: um, uns, uma, umas.

abordam um sujeito de forma generalizada. São utilizados para apontar algo ou alguém
que não é especificado no contexto de quem fala.

Exemplo: Eu conheci um Senhor de nome João Lourenço.

 verbos
Verbos são palavras que indicam ações, estados, processos ou fenômenos, ou seja, que
indicam acontecimentos representados no tempo.

Estrutura do verbo

O verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e desinências

Radical

O radical é a base. Nele está expresso o significado do verbo.

Vogal Temática

A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os


verbos. O resultado dessa união chama-se tema.

Assim, tema = radical + vogal temática.

A vogal temática indica a qual conjugação o verbo pertence:

1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.

3. Desinências

As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações.


Elas podem ser:

Desinências modo-temporais - quando indicam os modos e os tempos.


Desinências número-pessoais - quando indicam as pessoas.

Formas nominais

As formas nominais são três: infinitivo, particípio e gerúndio.

Elas classificam-se em:

Regulares: Verbo regular é aquele que não sofre alteração em seu radical.
Exemplo: Conjugação do verbo regular Mandar no presente do indicativo:

Eu mando;

Tu mandas;

Ele manda ;

Nós mandamos;

Vós mandais;

Eles mandam.

Como nem o radical e nem as terminações se alteram nessa conjugação, o verbo é


regular.

Irregulares: é aquele que, em sua conjugação, apresenta alteração no radical ou na desinência


verbal.

Exemplo: O verbo dizer (radical diz-) muda seu radical ao ser conjugado: digo, disser e
direi.

 Defectivos

Os Verbos Defectivos são aqueles que não são conjugados em determinadas pessoas,
tempos ou modos, ou seja, não têm conjugação completa.

Isso ocorre pelo fato de a flexão soar de forma desagradável ou de forma semelhante
com um verbo usado mais frequentemente.

Verbo abolir no presente do indicativo:

Eu -
Tu aboles
Ele abole
Nós abolimos
Vós abolis
Eles abolem.

Os verbos Defectivos classificam-se em:


Impessoais: Os verbos defectivos impessoais não têm sujeito. Além dos verbos que
manifestam fenômenos naturais, o verbo haver e o verbo fazer são verbos impessoais e,
assim, são normalmente conjugados na 3.ª pessoa do singular.

Exemplos:
Trovejou durante todo o dia.

Venta muito naquela cidade.

Unipessoais: Os verbos defectivos unipessoais indicam vozes dos animais e, assim, são


normalmente conjugados na 3.ª pessoa do singular e do plural.

Exemplos: Acordei logo que o galo cocoricou;

Assustou-se quando a vaca mugiu.

Pessoais: Os verbos defectivos pessoais são verbos que, ao contrário dos impessoais,


têm sujeito, mas não são conjugados em todas as formas.

Exemplos:Vou colorir esta parte, enquanto ele colore aquela.

Abundantes
 Abundantes são aqueles que, ao serem conjugados, sofrem alteração em seus radicais.
Na língua portuguesa, existem dois verbos anômalos: “ir” e “ser”.

Anômalos
Verbos anômalos são aqueles que, ao serem conjugados, sofrem alteração em seus
radicais. Na língua portuguesa, existem dois verbos anômalos.
Os verbos anômalos apresentam radicais diferentes no momento de sua conjugação.
O radical é a parte principal de uma palavra, é responsável, portanto, pelo seu
significado. Com base nesse radical, outras palavras vão sendo formadas, como as
palavras “belo”, “bela”, “beleza” e “belezura”, cujo radical é “bel”.

 Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras que atribui características aos substantivos, ou seja,


ele indica suas qualidades e estados.

Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e


grau (comparativo e superlativo).
Exemplos: garota bonita/garotas bonitas

Os tipos de adjetivos

Os adjetivos são classificados em:

Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, lindo,
bonito.

Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro,


superinteressante, rosa-claro, amarelo-ouro.

Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro,
triste, notável.

Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: articulado


(verbo articular), visível (verbo ser), formoso (substantivo formosura), tristonho (substantivo
triste).

Adjetivo Pátrio (ou adjetivo gentílico) - indica o local de origem ou nacionalidade de


uma pessoa. Exemplos: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol.

 Pronomes

Os pronomes são palavras que indicam pessoas do discurso, posse e posições.


Eles acompanham ou substituem os substantivos.

Por exemplo: Onde está o meu bolo? Não acredito que você o comeu.

"Meu" e "o" são pronomes. O primeiro está acompanhando o substantivo bolo (meu
bolo) e o segundo está substituindo o substantivo bolo para não deixar a frase repetitiva
(Não acredito que você comeu o bolo).

De acordo com a função que exercem, os pronomes são classificados em:

Pronome pessoal: Os pronomes pessoais são aqueles que indicam o sujeito ou


complemento da oração. Eles são classificados em pronomes pessoais do caso reto e
pronomes pessoais do caso oblíquo.

Exemplos: Eu gosto muito da Ana.

Pronome possessivo: Os pronomes possessivos são aqueles que transmitem a ideia de


posse.

Exemplos:
Essa caneta é minha?
Pronome demonstrativo: Os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar a
posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo ou no
espaço.

Os pronomes demonstrativos variáveis são aqueles flexionados em número ou gênero,


ou seja, são os que sofrem alterações na sua forma.

exemplo: esse, este, aquele, aquela, essa, esta.

Pronome indefinido: empregados na 3ª pessoa do discurso, o próprio nome já indica


que os pronomes indefinidos substituem ou acompanham o substantivo de maneira vaga
ou imprecisa.

Exemplos: Nenhum vestido serviu na Antônia.

Pronome relativo: Os pronomes relativos se referem a um termo já dito anteriormente


na oração, evitando sua repetição. Esses termos podem ser palavras variáveis e
invariáveis: substantivo, adjetivo, pronome ou advérbio.

Exemplos: Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos.

Pronome interrogativo: Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e


invariáveis empregadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Exemplos: Quanto custa a entrada para o cinema?

 Advérbios

Advérbio é a classe de palavras que acompanha verbos, adjetivos ou outros advérbios,


acrescentando-lhes características ou intensificando o seu sentido.

Podem ser classificados como advérbio:

de lugar

de tempo

de modo

de intensidade

de afirmação

de negação
de dúvida

Os advérbios variam em grau, podendo ser analítico ou sintético.

Classificação dos advérbios

A classe dos advérbios é extensa, havendo algumas classificações de acordo com o


sentido do advérbio.

Advérbio de lugar: Ajuda a caracterizar o lugar ao qual o verbo refere-se por meio da


noção de posição e direção. Alguns advérbios de lugar são “perto”, “longe”, “dentro”,
“fora”, “aqui”, “ali”, “lá” e “atrás”.

Exemplos: Demorou, mas chegou longe!

Advérbio de tempo: Dá noção temporal, período de tempo, aos verbos. Alguns


advérbios de tempo são: “antes”, “depois”, “hoje”, “ontem”, “amanhã”, “sempre”,
“nunca”, “cedo” e “tarde”.

Exemplos: Cedo ou tarde, atingiremos nossos objetivos

 Advérbio de modo: Indica a maneira como a ação dos verbos foi executada. Alguns
advérbios de modo são “rápido”, “devagar”, “bem”, “mal”, entre outros com o sufixo “-
mente”.

Exemplos:Eu terminava depressa os meus deveres.


 
Advérbio de afirmação: Reforça o sentido de afirmação. Alguns advérbios de
afirmação são “sim”, “decerto” e palavras afirmativas com o sufixo -mente
(“certamente”, “realmente”, entre outras).
Algumas palavras, como “claro” e “positivo”, podem ser classificadas como advérbio
dependendo do contexto, mas é necessário atenção aos casos.

Exemplos: Eu vou, sim.

Advérbio de negação: Reforça o sentido de negação.


Alguns advérbios de negação são “não” e “nem”. Em contextos específicos, palavras
como “negativo”, “nenhum”, “nunca”, “jamais”, entre outras, podem ser classificadas
como advérbio de negação, mas é necessário atenção aos casos.

Exemplos: Eu nem vi isso passar.


Advérbio de dúvida: enfatiza o sentido de dúvida. Alguns advérbios de dúvida são:
“talvez”, “quiçá”, “porventura” e palavras que expressem dúvida acrescidas do sufixo -
mente, como “possivelmente” e “provavelmente”.

Exemplos: Possivelmente teremos os recibos até amanhã.

Advérbios interrogativos: Advérbios interrogativos são aqueles que iniciam uma


pergunta. Há quatro tipos de advérbios interrogativos.

Exemplo: Onde eles moram?

 Preposições

As preposições são palavras usadas para marcar as relações gramaticais que


substantivos, adjetivos, verbos e advérbios desempenham no discurso. Em outras
palavras, as preposições são unidades linguísticas dependentes de outras, ou
seja, elas não aparecem sozinhas no discurso e servem justamente para
estabelecer a ligação entre dois termos.

Exemplos: Camila gosta de praia.

A preposição de une o verbo gosta ao termo complementar “praia”, gerando


relação entre essas unidades linguísticas e, também, sua função gramatical no
discurso: “praia” é o complemento relativo de gosta.

Essa é uma pessoa de fibra.

Nesse outro exemplo, a mesma preposição de une o substantivo pessoa ao


substantivo “fibra”, mas aqui a relação estabelecida entre as palavras é diferente:
“fibra” será adjunto adnominal  de pessoa.

Classificação das preposições


A classe das preposições está dividida entre as preposições essenciais e
as preposições acidentais.
 Preposições essenciais
São aquelas que só aparecem na língua propriamente como preposições, sem
outra função. Nos exemplos anteriores, vimos como a preposição de manteve-se
sempre sendo preposição, embora tenha estabelecido relação entre unidades
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações diferentes de acordo com o
contexto.
São preposições
essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, 
por [ou per, em algumas variações históricas e
geográficas], sem, sob, sobre, trás.

Exemplos
 Caminhou  até o parque  para exercitar-se.
 Preposições acidentais
São aquelas que não possuem originalmente a função de preposição, mas que
podem acabar exercendo essa função em determinados contextos.

São preposições
acidentais: afora, como, conforme, durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo
, segundo, visto, entre outras.

Exemplos

Fora eu, todos foram bem.

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