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 BATE-PAPO

PONTOS RELEVANTES PARA O


FUNCIONAMENTO ADEQUADO DE UMA
SALA DE VACINAS
INTRODUÇÃO

As vacinas existentes atualmente foram desenvolvidas em sua maioria no final do


século XIX e meados do século XX com base em estudos com antígenos
inativados, proteínas, agentes microbianos atenuados e polissacarídeos. Com o
início do desenvolvimento da tecnologia de cultura de células in vitro, no inicio
da década de 1960, inúmeras vacinas virais foram descobertas e foram sendo
desenvolvidas. Entre elas, pode-se citar o surgimento das vacinas de poliomielite
inativada e atenuada, rubéola, sarampo e caxumba. As fórmulas das vacinas
foram sendo aperfeiçoadas e combinadas, como é o caso da, tríplice bacteriana,
tríplice viral e pentavalentes (HOMMA et al., 2011).

No Brasil, a atividade de imunização iniciou-se em 1904 na cidade do Rio de


Janeiro. Na ocasião, a cidade passava por uma epidemia de varíola e a atividade
de imunização em massa foi uma tentativa de contenção das mortes e agravos da
doença. Tal estratégia gerou medo e revolta na população, momento em que
ocorreu a “Revolta da Vacina”. Isso ocorreu pelo fato da imposição do governo
sem ao menos sequer, explicar a finalidade e os benefícios da vacina. Com o
passar do tempo, conseguiu-se erradicar a varíola do Brasil e do mundo,
confirmando a eficácia da vacinação. Atualmente, observa-se que a população
que antes tinha medo, busca em massa as atividades de imunização (RIBEIRO et
al.,2009).
Ponte (2003) afirma que com a crescente demanda, associada aos investimentos
na criação e aprimoramento dos imunobiológicos, abriu-se grandes perspectivas
no mercado e desde a década de 1970 a produção e comercialização de
imunobiológicos vem se destacando e crescendo. O autor afirma ainda que no
Brasil, no ínicio de século XX, a vacina já era utilizada como um meio de
promoção de saúde por Osvaldo Cruz e Emílio Ribas.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil surgiu em 1973, com a


finalidade de coordenar as ações das atividades de vacinação e tem sido
considerado um dos programas mais completos e se destacou em 2007 pelo
pioneirismo da introdução da vacina contra Rotavírus no calendário nacional de
imunização (HOMMA et al., 2011). Sabe-se que nos útlimos anos, introduziu-se
também as vacinas pneumocócica conjugada e meningocócica Subgrupo C
conjugada e que o calendário nacional de vacinação sofre alterações com
frequência, onde, ao longo dos anos são incluídas novas vacinas, visando a
promoção de saúde da população.

O governo brasileiro garante a vacinação de maneira universal para a população


alvo, composta por crianças, adolescentes, idosos e índios e realiza diversas
campanhas anualmente. O Programa Nacional de Imunização do Brasil vem
sendo o mais efetivo e tem tido enorme crescimento. No ano de 2000 o
orçamento para a atividade de vacinação foi de 200 milhões e em 2009, tem-se
registro de 852 milhões, sendo oferecidos 26 tipos de vacina (HOMMA et al.,
2011).

Sabe-se que o objetivo da vacinação é reduzir a morbimortalidade causada pelas


doenças previníveis por meio da imunização. Para que o imunobiológico atue de
maneira eficiente no organismo, faz-se necessário a manipulação segura antes e
durante sua administração, sendo fundamental a garantia da qualidade do
imunobiológico administrado, sendo importante a observação de fatores como
temperatura, acondicionamento e iluminação (PEREIRA E BARBOSA, 2007).

Para Pereira e Barbosa (2007) é de responsabilidade da equipe de enfermagem a


capacitação do profissional da sala de vacina no que diz respeito ao acolhimento
do indivíduo bem como as condições de armazenamento do imunobiológico.
Dentre as recomendações a serem seguidas, para armazenamento das vacinas é
de fundamental importância o controle da temperatura dos imunobiológicos,
desde o momento da produção até a administração no indivíduo (QUEIROZ et al.
2009).

É de extrema relevância a atuação do enfermeiro em todas as ações da sala de


vacina, sendo responsável pela manutenção do estoque, administração de
vacinas, capacitação profissional, elaboração das fichas-espelho e busca ativa dos
faltosos (PEREIRA, BARBOSA, 2007)

A- Ambiente físico

De acordo com o Manual de Procedimentos para Vacinação, a sala de


imunobiológicos é um local destinado para o acondicionamento de vacinas, e o
local da administração da mesma, devendo por tanto garantir a máxima
segurança, prevenindo assim infecções em crianças a adultos atendidos nesse
local. Dessa forma são necessários alguns requisitos mínimos de condições para
um bom funcionamento, tais quais: as paredes e piso laváveis; existência pia com
torneira; interruptores exclusivos para cada equipamento elétrico; iluminação
adequada, evitando assim incidência de luz solar direta, bem como entrada e
saída independentes, conforme demonstra a figura 1. São necessários também
condições de higiene e limpeza exclusiva para a administração dos
imunobiológicos (BRASIL, 2010).

No estudo de Queiróz et al. (2009), os autores observaram que algumas das salas
de vacina observadas, as tomadas não eram exclusivas para as geladeiras,
conforme recomendação dos manuais do Ministério da Saúde sobre os
Procedimentos para Vacinação. Por outro lado, as salas de vacina seguiam a
orientação de manter as geladeiras livres da incidência de luz solar.

B- Equipamentos para o funcionamento da sala de vacina

Os equipamentos básicos para a sala de vacinação são: uma bancada para a


preparação dos imunobiologicos; refrigeração para a conservação dos mesmos;
fichários para arquivar ficha espelho dos vacinados; mesa com gavetas; no
mínimo três cadeiras, suporte para papel toalha; armário para acondicionamento
de matérias necessários para a sala; bandeja de aço inoxidável do tipo grande,
média e pequena; tesoura com ponta romba (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

C- Insumos

Conforme descrito na literatura, são necessários os seguintes insumos:


termômetro clinico e de cabo extensor; bandeja plástica perfurada; gelo
reciclável; garrafa com água; álcool para situações de vacinação em zona rural ou
ambientes hospitalar; algodão hidrófilo; recipiente para o acondicionamento do
algodão, seringas descartáveis de 1 ml, 2 ml, 3 ml, 5 ml e 10 ml; agulhas
descartáveis para uso intradérmico (13x3,8- 13x4,o- 13x4,5), uso subcutâneo
(13x3,8- 13x4,0- 13x4,5- 20x5,5- 20x6,0), para uso intramusculares (20x5,5-
20x6,0- 25x6,o- 25x7,o- 30x7,0), uso endovenoso (25x7,0- 25x8,o- 30x7,
30x8,0) e para a diluição dos imunobiológicos (25x8,0 e 30x8,0); campo plástico
com função de forrar o local para preparação do material da vacinação
extramuros; caixa especial para coleta de material perfuro cortante; papel toalha;
deposito com tampa para descarte de lixo comum; saco plástico descartável para
lixo; material para registrar as atividades diárias, entre eles: lápis, caneta,
borracha, carimbo, almofada; sabão líquido e caixa térmica para conservação das
vacinas, principalmente em casos de falhas na corrente elétrica, ou em atividades
de vacinação extramuros (campanha) e para o transporte de vacinas.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a; 2001c).

D- Impressos e manuais técnicos e operacionais

No que diz respeito aos impressos, manuais técnicos e operacionais a literatura


trás que são necessários: cartão da criança; cartão do adulto; ficha de registro;
mapa diário de vacinação que são os registros imediato; boletim mensal de
vacinação; boletim das campanhas bem como de doses aplicadas de vacinas;
mapa de controle diário da temperatura do refrigerador; ficha de intervenção e de
fluxos imediatos de eventos adversos pós-vacinação; alguns outros impressos
como por exemplo um aerograma para os faltosos, gráfico para acompanhamento
da cobertura de vacinação, entre outros. Além disso, faz-se necessário ter em
mãos os Manuais de normas e procedimentos para as vacinações, eventos
adversos pós administração das vacinas, gerenciamento em rede de frio bem
como um quadro fixo na sala com o esquema básico de vacinação
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

E- Recursos humanos em sala de vacinação

O Manual de Procedimentos de Vacinação alega que as atividades da sala de


vacinas devem ser desenvolvidas por uma equipe de enfermagem com
treinamento específico para o manuseio, conservação e administração das
vacinas. Essa equipe deve ser composta preferencialmente por dois técnicos ou
auxiliares de enfermagem para cada turno de trabalho, já a supervisão e o
treinamento são realizados por um enfermeiro, levando em consideração que a
equipe pode ser ampliada dependendo da demanda ao serviço de saúde do local.
As funções delegadas para a equipe que trabalha na sala dos imunobiológicos são
as seguintes: manter em ordem a limpeza da sala; abastecimento dos insumos,
manter as condições idéias de conservação das vacinas; manter em boas
condições de funcionamento os equipamentos; encaminhar adequadamente o lixo
da sala de vacinação; prestar assistência com segurança, responsabilidade e
respeito com a clientela; registrar as assistências prestadas nos impressos
adequados, manter os arquivos em ordem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

F- Rotinas do funcionamento de uma sala de vacinas

Faz parte da rotina de uma sala de vacinas as seguintes atividades: limpeza e


organização da sala; verificar e anotar a temperatura da rede de frio, verificar
prazo de validade dos imunobiológicos; retirar do congelador a quantidade
necessária de vacinas e diluentes para o consumo do dia de trabalho e colocá-los
em uma caixa térmica com gelo reciclável e termômetro (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001a).

G- Encerramentos dos trabalhos diários em uma sala de vacinas

Diariamente, no encerramento das atividades da sala de vacinas, faz-se


necessário a observação de alguns critérios: separar o cartão de controle dos
faltosos do dia com finalidade de organizar a busca ativa desses clientes; arquivar
os cartões da clientela que foi vacinada; desprezar as sobras de vacinas que
estejam com o rótulo danificado; retirar da caixa termina as demais vacinas que
podem ser utilizadas no dia seguinte, colocando-as de volta no refrigerador de
estoque, verificar e anotar a temperatura do refrigeradores e deixar a sala limpa e
organizada para o próximo dia de trabalho (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

H- Higienização da sala de vacinas

A higienização da sala de vacinas é realizada diariamente, no final do dia de


trabalho ou sempre que necessário. A limpeza tem como objetivo prevenir as
infecções cruzadas; proporcionar conforto a clientela; manter de forma limpa e
agradável o local de trabalho; lembrando que uma vez por semana é necessária a
limpeza do chão com água, sabão e solução desinfetante; já o trabalho mais
pesado deve ser realizado quinzenalmente, quando são limpos as paredes,
janelas, lâmpadas, portas e iluminárias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a).

I- Cuidados com o lixo da sala de imunobiológicos

O lixo produzido na sala de imunobiológicos pode ser caracterizado como lixo


perigoso e lixo comum. O lixo perigoso é constituído por material biológico. Os
demais resíduos são considerados lixo comum. É ressaltado a importância da
separação do lixo comum e do lixo perigoso (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2001a).

J- Tratamento do lixo

O tratamento adequado do lixo é o processo de modificação das características


químicas, físicas e biológicas dos resíduos do serviço de saúde, executando-os
dentro das condições de seguranças deixa o lixo de acordo com os padrões
determinado; imunobiológicos que contenham bactérias mortas ou vírus
inativados não precisam receber tratamento antes do descarte dos mesmos,
diferente dos imunobiológicos que contem microorganismos vivos ou que
sofreram alteração devido a temperatura da sala, ou prazo de validade vencido
recebem tratamento antes de serem desprezados. A literatura sugere que os
frascos de vacina com vírus vivo-atenuado seja colocado na autoclave em uma
temperatura entre 121ºC e 127ºC em torno de 15 minutos (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001a).

L- Coleta e destino final do lixo

É dado por coleta todo o transporte do lixo, desde a sua origem até o local de
tratamento final. Dessa maneira é necessário que os resíduos se encontrem
acondicionados corretamente. A coleta dos resíduos devem ser diário com
horário determinado. o carro de transporte deve ser fechado e fabricado com
material lavável devendo ser submetido a desinfecção e limpeza diária. Durante o
processamento final dos resíduos deve se garantir o mínimo de risco para a saúde
pública ou para o meio ambiente. Após o tratamento do lixo deve se descartá-lo
em um solo não fértil ou submetê-lo á incineração em um local distante da área
urbana, distante de nascendo de rios ou lençóis freáticos (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2011a).

M- Rede de frios

A rede de frio é definida pelo processo de armazenamento, conservação,


manipulação, distribuição e transporte das vacinas no Programa Nacional de
Imunização, evidenciando a necessidade de condições adequadas de refrigeração,
desde o laboratório produtor ate o momento em que a vacina é preparada e
administrada na clientela (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001a; 2001b). Com o
objetivo de assegurar que todos os imunibiológicos mantenham suas
características iniciais, a rede de frio evidencia a preocupação para que os
imunobiológicos não sofram deteriorização. Assim, é necessário manter as
vacinas refrigeradas com instalações e equipamentos adequados, a fim de que os
imunobiológicos não sejam inativados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b)

O funcionamento da rede de frio de maneira geral segue as recomendações


básicas de refrigeração, tais como: as paredes internas do ambiente deve ser
refrigerado; sistema de ventilação no interior da rede, compressor na área externa
á câmara para uma boa circulação do ar; uma antecâmara com temperatura em
media de +4ºC prevenindo ocorrência de choque térmico aos imunobiológicos;
alarmes para detectar baixa e alta temperatura em casos de falta de energia
elétrica; alarme áudio e visual que indicar quando houver a abertura da porta; é
necessário uma reserva de refrigeração termômetro para registrar a temperatura
bem como um higrômetro para registrar a umidade da rede de frios
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

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N- Alarme de temperatura

O alarme de temperatura é um equipamento composto por discador telefônico,


bateria e um ou mais sensores de termostatos que são interligados ao
equipamento, contem a capacidade de realizar ligações a três diferentes telefones
quando este detectar alterações na temperatura permitida; dispõe de uma sistema
de alimentação selecionável, ou seja, de dupla voltagem, de forma que nos casos
de alterações no fornecimento de elétrico o sistema continua operando
alimentação de 12 volts provindos das baterias (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2001a, 2001b).

Em relação ao controle da temperatura das geladeiras, no estudo de Queiroz et al.


(2009), os autores verificaram que o monitoramento da temperatura era realizado
de maneira inadequada em alguns serviços.

O- Freezers ou congeladores

Os freezers ou congeladores são equipamentos destinados para estocar as vacinas


devem ser do tipo horizontal, conter isolamento entre suas paredes em
poliuterano. É o equipamento mais confiável e eficiente para conservar os
imunobiológicos. Em temperatura negativa também são usados para congelar as
bobinas de gelo reciclável, devendo ter o cuidado para que não se use o mesmo
local que estão estocados as vacinas, para não comprometer a conservação
destes; deve ser instalado em uma área com boa circulação do ar, sem presença
de luz solar de forma direta e longe de equipamentos que desprendam calor, uma
vez que, este necessita dissipar calor para o ambiente (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001b).

P- Organização interna
Os imunibiológicos devem ser armazenados de uma forma que permita a
circulação de ar entre os produtos ou as caixas estocadas. Devem ser
armazenados com os seguintes critérios: o nome do imunobiológico deve ser
separados pelo nome do laboratório que o produziu, número do lote, prazo de
validade, os lotes com prazo de validades menor deveram ter prioridade na
distribuição interna, possibilitando usa-los o mais rápido possível, evitando dessa
forma o vencimentos do prazo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

Em estudo realizado por Oliveira et al (1991) o qual buscava estudar as


condições de estocagem da vacina contra o sarampo na rede de vacinação, os
autores concluíram que naquela época havia inadequação e falta de uniformidade
nas condições de estocagem das vacinas.

Q- Cuidados básicos no armazenamento dos imobiobiológicos

Dentre os cuidados realizados para o armazenamento dos imunobiológicos,


devem ser realizados: a leitura da temperatura diariamente, no inicio do dia (pela
manhã), e no final do dia (pela tarde), registrando os dados em um formulários
específicos; abrir a porta somente quando necessário, verificar se a porta esta
vedada adequadamente; não deixar acumular gelo nas paredes com espessura
maior que 0,5 cm; evitar a sobrecarga de tomadas e uma única fonte de energia,
ou seja, usar tomada exclusiva para cada equipamento (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001b).

R- Refrigeradores ou geladeiras

A Rede de frio é também equipada por refrigeradores ou geladeiras que são


destinados á estocagem de imunobiológicos. A temperatura deve variar de +2ºC e
+8ºC (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

As geladeiras com capacidade de 280 litros devem ser organizadas de acordo


com as seguintes recomendações: colocar na posição vertical o gelo reciclável,
pelo fato de que, essa posição contribui para a elevação lenta da temperatura,
oferecendo uma proteção eficácia aos imunobiológicos em casos de falta de
energia elétrica ou defeito do equipamento; colocar nas primeiras prateleiras as
vacinas que podem ser submetidas á temperatura negativa, no caso da abertura da
porta da geladeiras, um exemplo de vacinas para esses casos são a contra
poliomielite, sarampo, febre amarela, rubéola e tríplice viral; na segunda
prateleira colocar as vacinas que podem ser submetidas á temperaturas negativas,
como por exemplo, as dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, TT e BCG, na
segunda prateleira centralizada colocar termômetro de máxima e mínima na
posição vertical; colocar os diluentes na terceira prateleira, como por exemplo,
soros ou caixas com as vacinas conversadas em uma temperatura variável de
+2ºC +8ºC, preencher em toda a parte inferior da geladeira com 12 garrafas de
água com cortante, para que contribuam com uma lenta elevação da temperatura
da geladeira, esses critérios são necessários e importantes para manter a
temperatura da geladeiras em +2ºC e +8ºC, quando por ventura ocorre a falta de
energia, não deve-se utilizar gelo reciclável para substituir as garrafas; em casos
que a geladeira não possuir capacidade de agregar as 12 garrafas, deve-se nesse
caso ser abastecida com um numero necessário, evitando assim mudanças de
temperatura interior, levando as vacinas a um choque térmico (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001b).

No estudo realizado por Queiroz (2009) em que os pesquisadores buscavam


conhecer a atuação da equipe de enfermagem na sala de vacinação bem como
investigar as condições da sala, geladeira e monitoramento da temperatura,
encontrou-se que algumas salas de vacina apresentam conservação e limpeza das
geladeiras de forma inadequada, já que as mesmas apresentavam sujeira visível e
camada de gelo superior a 2 cm. Ainda em relação as geladeiras, encontrou-se as
vacinas organizadas inadequadamente e a ausência das garrafas com água e
corante no local destinado a gaveta.

Em estudo que buscava avaliar o conhecimento e a prática adotados pelos


enfermeiros na conservação de vacinas em unidades públicas os autores afirmam
que a disposição das vacinas na geladeira, estavam de maneira adequada
conforme recomenda o Manual do Ministério da Saúde de Rede de frios
permitindo dessa maneira a circulação interna do ar (ARANDA et al., 2006).

No estudo realizado por Queiroz (2009) onde as autoras buscavam conhecer a


atuação da equipe de enfermagem nas salas de vacina, encontrou-se que a
conservação e limpeza das geladeiras estavam inadequadas, bem como a
distância entre a geladeira e parede não era respeitada. No entanto, as autoras
apontam que conforme as orientações do Ministério da Saúde, as geladeiras eram
utilizadas somente para armazenamento de vacinas.

S- Termostato ou controle de temperatura

O termostato é um mecanismo muito utilizado em sala de vacina. Seu emprego é


destinado a abrir e fechar um circuito elétrico, permitindo assim a passagem ou
não da corrente elétrica, atuando por meio de mudanças da temperatura do
equipamento de refrigeração, também utilizado para desligá-lo quando alcançado
a temperatura pretendida. Entre as diversas variedades der termostato, são
classificados em três tipos: os termostato para o ambiente, para o líquido e para
evaporador. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

Para a regulação da temperatura do termostato, deve-se colocar um termômetro


dentro do gabinete frigorifico, movendo-se o botão de regulagem para direta ou
para a esquerda, conforme a temperatura desejada, independente do movimento,
por mínimo que seja, deve repetir esse procedimento em varias sessões, uma hora
para cada ajuste, vista que o sistema requer um certo tempo para realizar a
estabilização da temperatura. O termostato é regulado para atingir a temperatura
mínima de +2ºC, com a função de evitar que durante as horas noturnas as
prateleiras posterior, cheguem a apresentar temperaturas negativas
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

T- Caixas térmicas

As caixas térmicas, consistem em um outro meio de armazenamento de vacinas.


São produzidas por material térmico de poliuretano ou poliestireno, sendo esta, a
mais utilizada forma de transporte de imunobiológicos, entre os mais diversos
laboratórios produtores ate a sala de vacinas, inclusive vacinas extramuros.

Conforme descrito na literatura a caixa térmica devera ser organizada, de forma


que, a temperatura dos imunibiológicos a -20ºC ou entre +2ºC e +8ºC por um
período de tempo determinado, de acordo com o, armazenamento ou transporte;
não se deve usar saco com gelo solto pelo fato de que, dificulta o
acondicionamento na caixa, o que prejudicará a manutenção da temperatura
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

U- Bobinas de Gelo Reciclável

São constituídas de plástico, gelo reciclável de gel, ou apenas água com


conservante. O Programa Nacional de Imunização (PNI), preconiza que somente
sejam usados para a conservação dos imunobiológicos, boninas de gelo reciclável
com capacidade de 1 litro, nunca excedente esse valor, as quais são utilizados
para o transporte de produtos em temperaturas positiva; quando usado para
temperatura negativa, são recomendados os gelos do tipo seco (CO2)
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001b).

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