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Programa Nacional de Imunização (PNI)

Lei nº 6.259 de outubro de 1975


Decreto nº 78.231 de 12 de agosto de 1976
Foi criado em 1975, e atualmente contempla 28 patógenos e é por meio de um
calendário vacinal que segue-se a ordem de aplicação de tais vacinas, bem como a
idade e o intervalo entre as doses.
Este calendário é frequentemente modificado pelo MS, podendo ser alterado todos
os anos.
Define os calendários de vacinação considerando a situação epidemiológica, o risco,
a vulnerabilidade e as especificidades sociais, com orientações específicas para
cada criança, adolescente, adultos, gestantes e povos indígenas.
São mais de 300mi de doses anuais distribuídas em vacinas, soros e
imunoglobulinas.
Imunização e Vacinação
Imunização: emprego de vacinas para a imunização de uma pessoa, inclui o
processo de produção, transporte, manuseio, prescrição e administração do
imunobiológico.
Vacinação: procedimento de administração de uma vacina, isto é, introdução no
organismo de antígenos ou de microrganismos vivos atenuados, indutores de
imunização, podendo ser bem-sucedida ou não.
O Zé Gotinha
Criado em 1986 pelo artista Darlan Rosa para a campanha contra poliomielite,
ganhou seu nome após um concurso nacional com crianças das escolas do Brasil
(aproximadamente 10mil cartas sugeriram o mesmo nome).
Em parceria com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o governo
brasileiro, devido a resistência dos pais de vacinarem seus filhos.
Rede de Frio
Sistema amplo, inclui estrutura técnico-administrativa orientada pelo PNI, por meio
de normatização, planejamento, avaliação e financiamento, que visa a manutenção
da cadeira de frio.
Cadeira de Frio
Processo logístico da Rede de Frio para conservação dos imunobiológicos, do
laboratório produtor até o usuário, inclui o recebimento, armazenamento,
distribuição, transporte de forma mais oportuna e eficiente.
Organização da geladeira de imunobiológicos:
1ª prateleira: vacinas contra poliomielite, sarampo, febre amarela, rubéola, tríplice
viral;
2ª prateleira: dT, DTP, Hepatite B, Hib, Influenza, BCG;
3ª prateleira: diluentes, soros;
Retirar todas as gavetas plásticas, preenchendo o espaço com 12 garrafas de água
corada;
Manter temperatura entre 2-8ºC;
Volume do refrigerador de 280 litros;
Congelador: gelo reciclável em posição vertical;
Os imunobiológicos devem ser armazenados em bandejas perfuradas;
Mensurar a temperatura da geladeira no início e no fim da jornada de trabalho;
Usar tomada exclusiva para a geladeira;
A geladeira deve ficar em local protegido da luz solar;
Não utilizar a porta da geladeira para nenhum objeto;
Inspecionar a borracha de vedação da geladeira a procura de vazamentos – teste do
papel;
A geladeira deve, preferencialmente ser aberta 2x ao dia (para retirar o material e
para guarda-lo);
Caso a geladeira esteja em perfeitas condições de refrigeração e vedação, os
insumos podem se mantidos de forma adequada por até 8h em caso de falta de
energia elétrica.
Imunidade
Resistencia natural ou Adquirida
Adquirida: Passiva (artificial: ex soro antiofídico ou natural: ex leite materno) e Ativa
(artificial: ex vacina ou natural: doença)
Vacinas
Os primeiros registros de vacinas começaram no século X na China, onde trituravam
as cascas de feridas provocadas pela doença e assopravam no rosto das pessoas.
No ano de 1796, o médico inglês Edward Jenner (1749-1823) ouviu relatos que
trabalhadores rurais não contraíam varíola ou uma forma leve, doença similar a gripe
e que causa lesões bolhosas na pele.
Edward observou que as tetas das vacas apresentavam lesões muito similares as de
varíola humana (Variolae vaccine ou varíola bovina), porém a varíola bovina tinha
perfil mais brando.
Ele coletou o pus dessas feridas das vacas e esfregou em uns arranhões que
provocou no braço de um menino, James Phipps, de 8 anos, em 4 de maio de 1796.
A criança apresentou febre e lesões leves, recuperando-se completamente.
Passadas algumas semanas, ele repetiu o processo, porém utilizando pus de varíola
humana.
O menino apresentou sintomas muito leves. Edward publicou seu trabalho,
inicialmente não amplamente aceito, tempo depois foi reconhecido como criador da
vacina.
No ano de 1980 a varíola foi declarada erradicada pela OMS.
BCG (Bacilo Calmette-Guérin)
Agente imunizante: bactéria viva atenuada (Mycobaterium bovis).
Imuniza: protege contra formas graves de tuberculose miliar e meníngea.
Via de administração: intradérmica.
Dose: única. Até os 5 anos e pessoas que convivem com portadores de hanseníase.
Volume: 0,1ml.
Obs.: SBP/OMS (2019) não há necessidade de revacinar.
Hepatite B
Agente imunizante: vírus inativado.
Imuniza: protege contra Hepatite B.
Via de administração: intramuscular.
Indicação: qualquer idade.
Dose: 3 doses – 30 dias entre a 1ª e 2ª e 6 meses entre a 1ª e a 3ª.
Volume: 0,5ml em crianças, 1ml adultos.
VIP (Jonas Salk) / VOP (Albert Sabin)
Agente imunizante: VIP vírus inativado / VOP vírus vivo atenuado.
Imuniza: Poliomielite.
Via de administração: VIP intramuscular e VOP oral.
Volume: VIP 0,5ml e VOP 2 gotas.
Dose: VIP 2 doses, com 2 e 4 meses / VOP dose com 6 meses.
Influenza
Agente imunizante: vírus inativado (3 ou 4 cepas do Myxovirus influenzae), visto que
existem inúmeros tipos e subtipos.
Imuniza: gripe.
Via de administração: intramuscular.
Dose: anualmente.
Volume: 0,5ml.
Tríplice viral
Agente imunizante: vírus vivos atenuados.
Imuniza: Sarampo, Caxumba e Rubéola.
Via de administração: subcutâneo.
Volume: 0,5ml
Dose: 2 doses entre 12 meses e 19 anos, 1 dose entre 20 e 49 anos.
DT (dupla adulto)
Agente imunizante: toxicóide tetânico e diftérico.
Imuniza: tétano e difteria.
Via de administração: intramuscular.
Dose: 10/10 anos após esquema completo.
Volume: 0,5ml
Obs.: DTP é acrescida de Bordetela pertusius - Coqueluche.
Febre Amarela
Agente imunizante: vírus vivo atenuado.
Via de administração: subcutâneo.
Dose: única de 9 meses à 59 anos.
Volume: 0,5ml
Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (SNVEAPV)
Embora as vacinas pertençam a um grupo de produto biológico extremamente
seguro, as ocorrências de Eventos Adversos (EA) precisam ser investigadas,
elucidadas e registradas, tanto pela preservação da segurança da população como
para a manutenção do PNI.
Em 1991, OMS recomenda aos países que estabeleçam vigilância de eventos
adversos pós-vacinação (VEAPV). O Brasil cria em 1992 um Sistema Nacional de
Vigilância de EAPV, porém somente em 1998 que houve uma incorporação real da
prática.
No ano de 2014, por meio da Portaria MS/GM nº 1.271, esses EAPV foram
introduzidos como Agravo de Notificação Compulsória.
Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV)
Qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação e que, não
necessariamente, possui uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro
imunobiológico.
Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional, isto é, sintoma,
doença ou achado laboratorial anormal.
Eventos Adversos Pós-Vacinação
EAPV Esperados Leves: febre, dor e edema local.
EAPV Esperados Graves: convulsões febris, episódio hipotônico-hiporresponsivo
(EHH), anafilaxia.
EAPV Inesperados: são aqueles não identificados anteriormente, com vacina nova
ou mais antigas. Ex.: falência múltipla de órgãos, abcessos locais, sepses.
Conceitos sobre EAPV
A investigação de EAPV procura afastar ou relacionar a vacina em questão com o
evento que ocorreu. Ou seja, os casos investigados serão os moderados ou graves.
Ex.: morte súbita infantil, que não tem relação com a vacina.
Falhas de manuseio e administração
Reconstituição
Diluente
Dosagem incorreta
Preenchimento da seringa
Tamanho da agulha
Troca de vacinas
Via e sítio de aplicação
Idade fora das recomendações
Intervalo entre doses
Validade

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