Você está na página 1de 49

Profª Eli Ikuta e Rosana David

Objetivos de Aprendizagem

❑ Compreender os conceitos básicos de imunização.

❑ Identificar as etapas do processo da rede de frio.


“É o ato de aplicar

ou administrar

vacina”.
“É a capacidade de
desenvolver resposta
imunológica a um
determinado agente
etiológico através da
administração de
uma vacina”.
Produto farmacêutico que contém um ou mais
agentes imunizantes (vacina isolada ou combinada)
em diversas formas biológicas, quais sejam:
bactérias ou vírus vivos atenuados, vírus inativados
e bactérias mortas, componentes purificados e/ou
modificados dos agentes causadores das doenças
contra as quais a vacina é dirigida.
Imunização

1904
Varíola
• 1904: “Revolta da Vacina” (Epidemia da
varíola)

• 1973: PNI - Coordena ações que até então


eram descontínuas.

• 1979: Erradicação mundial da varíola


• 1989: último caso de poliomielite no
Brasil (Certificado de Erradicação em
1994)
DOIS TIPOS DIFERENTES DE RESPOSTA IMUNE

• Adaptativa Essa resposta é a segunda linha de


ação que nosso corpo tem para responder a
entrada de um antígeno. Essa resposta também
pode ser chamada de resposta imune adquirida ou
específica. Recebe esse nome porque essa
resposta é a imunidade que um indivíduo
desenvolve após ter tido contato com antígeno.

Participam desta resposta os linfócitos T e os


linfócitos B.
• Inata (Essa resposta é a primeira linha de ação
que nosso corpo tem para responder à entrada de
um antígeno e possui este nome porque o termo
inata significa natural, ou seja, que nasce com a
pessoa. As principais células que participam desta
ação são os neutrófilos, os macrófagos e as células
naturais killer (NK).
• Adaptativa ou Específica: Imunidade humoral ou celular
- ativamente adquirida
• naturalmente (doença)

• artificialmente (imunização)

- passivamente adquirida
• naturalmente (leite materno...)

• artificialmente (soro antitetânico...)

• Inata ou Inespecífica:
• Pele/mucosas; Secreções/pH/ lisozimas; Movimentos ciliares;
Fluxo lacrimal; Acidez gástrica; Permeabilidade vascular;
Mecanismo de resposta inflamatória; Mecanismo coagulação...
Os linfócitos B são produzidos e se tornam
funcionais na medula óssea, enquanto que os
linfócitos T são produzidos também na medula
óssea e em seguida migram para o timo, onde
então se tornam maduros e funcionais.
Os linfócitos T são ativados ao encontrarem as células apresentadoras de
antígenos, contendo antígenos específicos. Com a ativação, os linfócitos
ficam maiores e começam a multiplicar, produzindo milhões de clones
capazes de ajudar na remoção do antígeno, chamadas agora de células T
efetoras e em células de memória. Este processo demora alguns dias.

Os linfócitos B participam da resposta imune humoral, produzindo


moléculas de anticorpos também chamados de imunoglobulinas.
Podemos encontrar anticorpos como receptores específicos na membrana
plasmática dos linfócitos B ou dissolvidos no plasma, nas lágrimas, na
saliva, no escarro, no leite materno, na placenta e na bile por exemplo.

Todos os linfócitos B que reconheceram algum antígeno, se ativam,


multiplicam e produzem milhões de células que secretam anticorpos,
chamados plasmócitos. Uma parte dos linfócitos B se transformam em
células de memória.
1. Fatores inerentes à vacina (composição, validade)

2. Fatores inerentes ao indivíduo


- idade;
- doenças intercorrentes;
- tratamentos imunossupressores.
- etc.
• Líquido de suspensão
• Conservantes, estabilizadores e antibióticos
• Adjuvantes: resposta imune
(hidróxido alumínio)

• Agente imunizante
É quando uma pessoa candidata à
imunização e que não tem contra
indicações, visita um serviço de
saúde e não recebe as vacinas
necessárias.
NÃO ADMINISTRAR se:
• Imunodeficiência congênita ou adquirida
• Neoplasias malignas
• Corticosteróides em dose alta (equivalente a prednisona
2mg/kg/dia em crianças e 20 mg/kg/dia em adultos, ambos
por mais de duas semanas)
• Terapêuticas imunossupressoras (quimioterapia,
radioterapia)
• Grávidas (exceto febre amarela em situações de risco)
• Para qualquer vacina:
• Alergia grave, de natureza anafilática, a um componente
da vacina ou após uma dose anterior da mesma.
Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação

• Até 30 dias após o tratamento com imunodepressores ou com corticosteróides em


dose alta. Esta recomendação é válida inclusive para vacinas de componentes e de
organismos mortos ou inativados, pela possível inadequação da resposta.

• Indivíduos que fazem uso de biológicos para tratamento de câncer ou doenças


inflamatórias não devem receber vacinas de vírus vivos, que só poderão ser
administradas após a suspensão da droga conforme intervalos específicos.

• Recém-nascidos de mães que utilizaram drogas imunodepressoras ou biológicos na


gestação podem ter sua vacinação adiada ou contraindicada.
Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação

• Durante a evolução de doenças agudas febris graves,


sobretudo para que seus sinais e sintomas não sejam
atribuídos ou confundidos com possíveis eventos adversos
das vacinas.
• Afecções comuns, como Infecções das vias áreas superiores
(IVAS), coriza, diarreia leve ou moderada, doenças de pele.
• História e/ou diagnóstico clínico pregressos da doença no
que diz respeito a aplicação da respectiva vacina.
• Desnutrição.
• Uso de antibiótico.
• Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada)
ou pregressa com sequela presente.
• Vacinação contra a raiva
• Antecedente familiar de convulsão.
• Tratamento sistêmico com corticosteróides,
independente da dose e do tempo de uso.
• Alergias (exceto as de caráter anafilático) relacionadas
com os componentes das vacinas.
• Reação cutânea ao timerosal.
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento.
- Obs: BCG: aplicar em crianças acima de 2.000
gramas
• Internação hospitalar
Rede de Frio é o processo de armazenamento, conservação, manipulação,
distribuição e transporte dos imunobiológicos do Programa Nacional de
Imunizações, e deve ter as condições adequadas de refrigeração, desde o
laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada.

Objetivo final da Rede de Frio é assegurar que todos os imunobiológicos


administrados mantenham suas características iniciais, a fim de conferir
imunidade, haja vista que são produtos termolábeis, isto é, se deterioram
depois de determinado tempo quando expostos a variações de temperaturas
inadequadas à sua conservação. O calor acelera a inativação dos
componentes imunogênicos.

Controle de Temperatura de todos os equipamentos de refrigeração 3 vezes ao


dia com o registro da temperatura.
“Sistema de conservação de
vacinas. Esse sistema inclui o
armazenamento, transporte e a
manipulação de vacinas em
condições adequadas de
refrigeração”.
Proporcionar ou garantir, através de refrigeração
adequada a qualidade das vacinas desde a
saída do laboratório produtor até o momento
em que essas vacinas serão aplicadas em um
indivíduo/ animal.
• Imunobiológicos são termossensíveis
• Manutenção da estabilidade química,
física e das propriedades biológicas

• Compromete a potência imunogênica


da vacina
“Vacinas atenuadas perdem a potência à
temperatura acima de +8°C”
“Vacinas com adjuvante de alumínio, perde a potência à
temperatura abaixo de +2°C, quebra das ligações entre
antígeno e adsorvente”
Nível
Regional

Posto
Vacinação
2ºC

8ºC
• Temperatura
• Prazo de validade
• Umidade
• Luz
• Outras
• Termômetro de máxima e
mínima

• Termômetro de transporte (termômetro de cabo


sensor)
• Distância da parede do
equipamento e entre si de
aproximadamente 5 cm
• Lotes de vacinas mais antigos
colocar na frente
• Não armazenar itens nas portas
• Gelo reciclável (gelox) – manter no congelador

• NÃO GUARDAR OUTROS PRODUTOS (alimentos,


medicações...)

• Limpeza a cada 15 dias


• Evitar abrir desnecessariamente o equipamento
• Escolher tamanho adequado à finalidade
• Lavá-la antes e depois do uso
• Usar o gelo reciclável após eliminação da névoa
• Colocar gelo reciclável nas laterais da caixa térmica
• 2/3 de gelo para 1/3 de vacina
• Antes de colocar as vacinas, atingir a temperatura ideal
• Troca de gelox de acordo com as variações de temperatura
• Mantê-la longe da luz solar e fontes de calor
• No transporte, vedar a tampa com fita gomada de 5cm de
largura

• Evitar abrir desnecessariamente o equipamento


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do
Programa Nacional de Imunizações / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
– 5. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 136 p

Você também pode gostar