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Peelings

PEELINGS QUÍMICOS, FÍSICOS E


BIOLÓGICOS

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SOBRE A FACULDADE

Propósito

 Mudar a vida das pessoas para melhor.

Missão

 Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e


na vida.

Visão

 Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-


Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e
internacional.

Valores

 Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e


influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e
vencedora.
 Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos
da empresa, diferenciando nossos beneficiários no merca- do competitivo.
 Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as
regulamentações e legislações vigentes.
 Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os
bons relacionamentos.
 Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e ca-
pazes de justificar as nossas ações e decisões.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
1. Melanina: células de pigmento ............................................................................ 5
2. Grau de acidez da pele.......................................................................................... 5
3. Melanogênese........................................................................................................ 6
4. Envelhecimento da pele por Hellen Grepi ........................................................... 6
5. Acne ....................................................................................................................... 9
6. Discromias ........................................................................................................... 11
6.1. Hipercromias (aumento da pigmentação)........................................................... 11
6.2. Despigmentantes ............................................................................................... 11
6.3. Acromias ............................................................................................................ 12
7. Radiação ultra violeta e a pele ........................................................................... 13
7.1. Tipos de filtro ...................................................................................................... 13
7.2. Fator de Proteção solar (FPS) ............................................................................ 14
7.3. Eficácia dos protetores ....................................................................................... 15
7.4. Características sensoriais .................................................................................. 16
7.5. Bases ................................................................................................................. 16
8. Peeling.................................................................................................................. 18
8.1. Pelling Físico ...................................................................................................... 18
8.2 Peelings Mecânicos ............................................................................................ 18
8.3. Peeling Biológico ................................................................................................ 20
8.4. Peeling Químico ................................................................................................. 20
8.5. Profundidade dos peelings ................................................................................. 21
9. Técnicas de aplicação......................................................................................... 21
10. Mecanismos de atuação do peeling químico .................................................. 22
10.1. Despigmentantes avançados por (SOUZA, 2011). ........................................ 23
10. 2. Peeling tioglicólico por SOUZA ( 2011) ........................................................... 24
11. Indicações gerais dos peelings ....................................................................... 25
12. Contra indicações para os Peelings ................................................................ 25
13. Intercorrência, por Hellen Grepi ...................................................................... 25
14. Associações ...................................................................................................... 26
15. Orientações pós peeling ................................................................................... 31
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 32
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INTRODUÇÃO

Peelings são procedimentos capazes de corrigir marcas, manchas, alterações


do envelhecimento e melhorar a aparência e a qualidade da pele. Os peelings
descamativos, destroem camadas da pele de maneira controlada que, assim que
regenerada, recebe um novo aspecto. Os peelings clareadores tem função de inibir
a produção de melanina, através de mecanismos que envolvem inibição de
hormônio MSH (estimulante de melanócito), de inibir a enzima que degrada a
tirosina – chamada tirosinase, ou ainda inibir a transferência de melanina do
melanócito para o interstício.
Existem vários tipos de peeling, para cada tipo de pele e para cada tipo de
lesão a ser removida. Dentre eles estão: peelings químicos, peelings físicos,
peelings vegetais e peelings enzimáticos.
Para entender sobre a técnica de aplicação de peelings e a escolha pelo
método descamativo precisaremos fazer algumas considerações, como mecanismo
de melanogênese, processo inflamatório, reparo tecidual, características de cor,
espessura do tecido e tipo de pele.

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1. Melanina: células de pigmento

A melanina, conforme Hernandez & Mercier (1999), é o pigmento que


determina a cor da pele, filtram os raios UV (protege o núcleo celular, agrupando-se
em torno dele), neutralizam os radicais livres (que são fatores de envelhecimento
celular).
As melaninas são produzidas por células especializadas da camada basal
germinativa: os melanócitos, que repousam sobre a camada basal. Seus dendritos
se desenvolvem lateralmente e para cima, o que permite entrar em contato com os
queratinócitos vizinhos. No pelo os melanócitos se localizam no bulbo pilar. Depois
dos 40 anos, o numero de melanócitos diminui, assim como sua atividade de
síntese.
O melanócito, a partir do aparelho de golgi, sintetiza o melanossomo,
organela complexa que contem melanina. O melanossomo possa por quatroestágios
de maturação graças a uma enzima, a tirosinase: e a melanização do melanossomo.
Os pigmentos melânicos podem ser classificados em dois grupos:
• Eumelanina: são os mais escuros (castanhos ou marrons). Encontram-se na
epiderme, nos cabelos e nos pelos;
• Feomelanina: são pigmentos mais claros (castanhos a louro, inclusive ruivos).
Composição química da melanina A síntese da melanina resulta da ação de
uma enzima, a tirosinase, sobre um aminoácido, a tirosina, com produção de DOPA
(HERNANDEZ, M & MERCIER-FRESNEL, 1991).

2. Grau de acidez da pele

Para que a pele realize suas funções adequadamente deve-se ter equilíbrio
ácido-base. No estado normal, a superfície da pele tem sempre reação àcida devido
à presença de (ácido orgânico, propanoico, acético, caprílico, lático, cítrico,
ascórbico) que se encontram em alta concentração devido à evaporação do suor
que os contem.
O grau de acidez varia com idade, sexo, genética e de indivíduo para
indivíduo. A reação torna-se alcalina à medida que se penetra nos tecidos. O manto
ácido é importante em relação aos agentes exteriores, barreira à penetração dos

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microrganismos e fungos, que toleram mal a acidez (HERNANDEZ, M; MERCIER-


FRESNEL, 1991).
Segundo BATISTUZZO (2002), são considerados valores fisiológicos de ph:
• Couro cabeludo: 4,0;
• Rosto: 4,7;
• Axila: 6,5;
• Tronco: 4,7;
• Linhas mamarias: 6,0;
• Perna, tornozelo: 4,5;
• Seios: 6,2;
• Mãos: 4,5;
• Pés: 7,2
Portanto, os ácidos devem estar em maior ou menor pH de acordo com a
região em que serão aplicados.

3. Melanogênese

É o processo pelo qual ocorre a formação da melanina, que é produzida no


interior dos melanócitos, encontrados na camada basal da epiderme. No interior dos
melanócitos há organelas chamadas melanossomas, que são transportadas por
dendritos melanócitos para queratinócitos da epiderme.
A pele é então pigmentada pela melanina, tornando-se bronzeada. Por meio
desse mecanismo, o organismo se defende dos efeitos danosos da radiação.
Portanto, a melanina e um filtro solar natural (LEONARDI & GISLAINE , 2008).

4. Envelhecimento da pele por Hellen Grepi

O envelhecimento é um processo lento, progressivo e irreversível,


influenciado por diversos fatores intrínsecos e extrínsecos. O envelhecimento
intrínseco pode também ser chamado de verdadeiro ou cronológico, sendo aquele já
esperado e inevitável. Já o extrínseco pode ser denominado também de
fotoenvelhecimento, no qual as alterações surgem em longo prazo e se sobrepõe ao
envelhecimento intrínseco (KEDE e SABATOVICH, 2004).

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Podemos identificar o surgimento de rugas, linhas de expressão, sulcos,


atrofia, ressecamento, flacidez, hipopigmentação e hiperpigmentação, além de
alterações vasculares, de inervação e de espessura da pele (FATTACIOLO, 2001).
À medida que esse tecido envelhece, ocorrem alterações estruturais e
funcionais, assim como a redução do tecido conjuntivo quando observado
microscopicamente. As principais alterações são as do tecido colágeno e elástico.
Com o envelhecimento, o tecido colágeno, componente fundamental do tecido
conjuntivo, torna-se gradualmente mais rígido havendo perda clássica da estriação
longitudinal e de moléculas de água, além da diminuição da substância fundamental
amorfa, resultando assim em diminuição de força e dificuldade de difusão dos
nutrientes em razão do aumento da rigidez tecidual. (GUIRRO, 2004).
Existe uma tendência que inclui o achatamento e a redução da junção da
derme-epiderme (KAWFFMAN, 2001). Sobre o DNA, os problemas de codificação
genética seriam causados por reações químicas orgânicas habituais que, pouco a
pouco, causariam danos irreversíveis às moléculas das células.
Tais reações poderiam ser potencializadas por fatores como a poluição, a
alimentação, as temperaturas, os vírus, os traumatismos, entre outros.
Esses fatores são decorrentes do meio ambiente ou das reações metabólicas
endógenas, que levam a uma alteração de informações e instabilidade molecular.
Com isso, aumentariam as possibilidades de modificações químicas da matriz do
DNA (ácido desoxirribonucleico) ou da cadeia de comando da síntese proteica RNA
(ácido ribonucleico), levando a erros de transcrição (CARVALHO, 1999).
Atualmente existem muitas teorias sobre as causas do envelhecimento,
porém nenhuma obteve uma total aceitação (GUIRRO, 2004), como segue. A teoria
dos radicais livres é uma das teorias mais aceitas. Um radical livre é caracterizado
por falta de um elétron para completar o número ideal de suas ligações. No
organismo, para se estabilizarem começam a desestruturar moléculas do organismo,
causando, como consequência, o envelhecimento cutâneo (GUIRRO, 2004).
Segundo GUIRRO (2004), a teoria do desgaste diz que o organismo se pode
ser comparado a uma máquina que, conforme o uso, vai se desgastando, e onde
ocorrem vários pequenos gastos de componentes do organismo, cujo funcionamento
fica deficitário com o tempo. É conhecida como teoria autoimune, pois, com
excessivas divisões celulares, as células apresentam mutações, se tornando

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irreconhecíveis e causando uma resposta do sistema autoimune, que as elimina,


levando ao envelhecimento. Na busca de compreensão do fenômeno do
envelhecimento, foi descoberta a perda das bases teloméricas do DNA. Sua função
seria de estabilizar a estrutura cromossômica, no momento da divisão celular. Com a
idade, o tamanho das bases teloméricas do DNA diminui, em razão da uma provável
alteração na capacidade de reparação, ocorrendo, assim, a diminuição do fibroblasto
e a capacidade replicativa das células, com a idade.
A teoria do relógio biológico diz que o organismo possui um relógio que dirá
em que momento o corpo deverá começar a envelhecer. Na da multiplicação celular,
as multiplicações naturais das células diminuem com o tempo levando ao
envelhecimento.
A teoria de RUV (raios ultravioleta), associada a teoria dos radicais livres, é
uma das mais estudadas. Com a exposição prolongada aos RUV, o organismo
responde promovendo um bronzeado progressivo e duradouro. Mas estes raios
também podem causar eritemas e formação de radicais livres que contribuem para o
envelhecimento (GUIRRO, 2004). Os RUV que atingem a superfície da Terra podem
ser divididos em três partes: UVA (320-400 nm) representam 95% da radiação, a
intensidade com que penetra na pele não varia durante o dia nem entre as estações
do ano, maior responsável pelo bronzeamento e envelhecimento cutâneo; UVB
(280-320 nm) representam 5% da radiação que nos atinge e sua intensidade é maior
durante o verão e no período das 10 às 16 horas. É quem causa maiores danos aos
seres humanos, pois é absorvido pelo DNA, podendo causar câncer, baixa
imunidade e ainda envelhecimento precoce; UVC (100-280 nm) é a que menos
causa danos ao homem, pois é toda filtrada pela camada de ozônio, mas em contato
com a pele torna-se extremamente lesiva (TOFETTI e OLIVEIRA, 2006).
Existem substâncias que interferem, protegendo os organismos como os
radicais livres, ao se complementar, por via oral ou tópica, com substâncias anti-
radicais livres, podendo então obter uma diminuição dos efeitos danosos provocados
por eles (HERNANDEZ, M & MERCIER-FRESNEL, 1991). Exemplos:
• Alfa-hidroxiácidos; • Raffermine;
• Beta-hidroxiácidos; • Vitamina A;
• Betaglucan; • Vitamina C;

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5. Acne

É uma afecção da pele que ocorre por um transtorno da unidade


pilossebácea. Afeta cerca de 80% da população jovem (LEONARDI & GISLAINE
RICCI). Tem como causas:
• Internas – são multifatoriais, por influencia principal dos hormônios
androgênicos.
• Externas – acne cosmética, que pode ser evitado pelo conhecimento da
comedogenicidade de certas substâncias ou fatores físicos, como a radiação UV.
Diante do exposto são causadas pelos efeitos:
• Hiperatividade da glândula sebácea;
• Queratinizarão folicular com obstrução do conduto e do ostio, resultando em
comedões;
• Proliferação de microrganismos, sendo particularmente importantes à bactéria
Propionebacterium acnes e o fungo Pityrosporum ovale. Esses microorganismos
produzem enzimas (esterases) capazes de hidrolisar os triglicerídeos do sebo,
liberando ácidos graxos livres, que são irritantes;
• Inflamação, com aparecimento de pápulas e pústulas.
Princípios ativos mais usados em estética para o tratamento da acne
• Higienizantes: usa-se tenso ativos capazes de emulsionar o material
gorduroso e as impurezas, removendo-os em seguida. Dá-se preferencia aos
tensoativos menos agressivos, como: anfoteros (amido coco propilbetaina) e não-
ionicos (alquil poli glicosídeos – plantaren);
• Esfoliante físico: substâncias que promovem atrito e causam uma leve
descamação célular epidérmicas mortas por meio da ação mecânica. As principais
são:
1) microesferas de polietileno;
2) pó de cavalinha: suas folhas são ricas em oxido de silício, atuando como
esfoliante suave. Pode ser adicionado ao sabonete cremoso no momento da
aplicação;
3) pó de semente de damasco (apricot), casca de nozes, etc;
4) pumice: consiste em um complexo de silicatos de alumínio, potássio e sódio.
5) glicoesferas de papaína;

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• Esfoliantes químicos – queratolíticos: o termo queratolítico significa “quebra”


da queratina, ou seja, são substâncias capazes de desorganizar quimicamente a
molécula de queratina, removendo as células epiteliais em níveis que dependem da
concentração do ativo. Pode-se obter essa ação com resorcina (de 1% a 4% tem
ação queratolítica suave; de 20% a 40% tem ação de forte descamação); àcido
salicílico (de 1% a 4% tem ação queratolítica suave); àcido glicólico que enfraquece
as ligações entre os corneócitos. Em cosméticos é usado na concentração de 0,5%
a 10%. Nas concentrações entre 40% e 70% proporciona um peeling químico, que
deve ser realizado por médico dermatologista.
• Regeneradores de epitélio:
1. Alantoina: princípio ativo encontrado no confrei (0,8%), nas sementes de
tabaco, na beterraba e no germe de trigo. Tem ação cicatrizante, calmante e
amaciante de tecidos hiperqueratosicos;
2. Aloe vera (babosa): hidratante, suavizante e hidratante. Muito usados em
queimaduras;
3. Anti-inflamatórios e descongestionantes
4. Ácido glicirrizico;
5. Alfa-bisabolol;
6. Azuleno;
7. Bardana;
8. Calêndula;
9. Camomila;
10. Antissépticos e adstringentes
11. Hamamelis;
12. Gerânio;
13. Arnica;
14. Alecrim;
15. Própolis;
• Anti-seborréicos: Normalizam a oleosidade da pele. Muito usados sob a forma
de tônicos, gel, gel creme (oil free), máscaras de limpeza. Exemplos: Sebaril,
Sebonormine, Acnebiol, Acne-control, bentonita, caulim e Takallophane (silicato de
alumínio).

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6. Discromias

6.1. Hipercromias (aumento da pigmentação)

Melasma ou cloasma – hiperpigmentação facial que afeta frequentemente


mulheres gravidas ou que usam estrógenos (anticoncepcional). Elas aumentam com
de intensidade com a exposição solar, que e estimulante da formação da melanina
(HERNANDEZ & MERCIER-FRESNEL, 1999).
Sardas – são manchas castanho-claras que aparecem na infância, apos a exposição
solar.
Melanose solar (senil) – manchas marrons, variando de claras a escuras, que
surgem no dorso das mãos e antebraços em pessoas com mais de 40 anos.

6.2. Despigmentantes

Conforme descrito por Hernandez & Merciner (1999), o ácido glicólico pode
ser esfoliante e utilizado em associação com ácido Kójico e hidroquinona.
Hidroquinona atua inibindo a tirosinase no estágio inicial da melanogenese, porém é
considerada cancerígena devido à sua interação com o DNA e RNA celular,
podendo causar morte de melanócitos por toxicidade e acromias. Neste caso
substituímos preferencialmente a hidroquinona por seu derivado Arbutim, por ter
efeito equivalente, porém sem causar citotoxicidade.
O Ácido Kójico atua como agente quelante do metal cobre elemento do qual a
enzima tirosinase depende para a formação da melanina. Obtido a partir da
fermentação de um substrato do arroz pelo fungo A. orizae.
Fazemos ainda associações de tratamentos com Ácido retinóico que é um retinóide
esfoliante, usado como coadjuvante de tratamentos por auxiliar na remoção de
depósitos de melanina na camada epidérmica.
Ácido ascórbico (vitamina C) é um agente despigmentante natural, que
mantém a melanina sob forma descorada e reduzida, porém, seu efeito é transitório.
A ativação da tirosinase é interrompida até a oxidação ativa da tirosina em DOPA e
tem ainda efeito anti-radical livre, o que protege as células. A vitamina C é utilizada
em tratamentos de pele como prevenção de sinais da idade, inibição da formação da

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melanina e radicais livres, e também estimula a síntese de fibroblastos e de


colágeno. (FIGUEIRÓ et al., 2008).
O Ácido Lático é um ácido orgânico (alfa-hidroxiácido) utilizado há muito
tempo na indústria de cosméticos, conhecido pelo seu grande poder umectante, por
promover uma maior retenção de água na pele. Entre suas múltiplas funções,
promove hidratação, regulação do pH, umectação, agente bacteriostático, é uma
substância ideal para a formulação de produtos cosméticos. Além de sua múltipla
funcionalidade, o ácido láctico dispõe ainda, de características especiais, como
clareador e rejuvenescedor da pele. (BATISTUZZO et al., 2002).
Gluconolactona é um poli hidroxiácido obtido pela oxidação da glicose do
milho, encontrado naturalmente na pele, onde participa da via metabólica do açúcar
em nível celular. Possui ação antioxidante, atividade anti-inflamatória, umectante,
hidratante e renovação celular. Exerce efeito modificando a queratinização da pele
e prevenindo o desenvolvimento de comedões. (BERNSTEIN et al., 2004).
Já o ácido ferúlico é um potente antioxidante fenólico encontrado em altas
concentrações em plantas, principalmente no farelo de arroz e de milho. Possui um
alto poder de fotoproteção e antioxidação, formando uma barreira na membrana
celular, impedindo a atividade de radicais livres e minimizando os efeitos dos
dímeros de timina, que são agentes carcinogênicos resultantes da exposição da pele
à radiação UV, tem ainda efeito revitalizador da pele e anti-envelhecimento. (LIN JY
et al., 2003).

6.3. Acromias

Acromia é a falta de coloração normal da pele em geral, ausência de cor


(ausência total da melanina). Dentre algumas doenças podemos citar fatores
autoimunes, genéticos ou acidentais como queimaduras e escoriaçõescom
destruição de células pigmentares.
O Albinismo é uma condição de natureza genética em que ocorre uma falha
na produção de melanina. Ele é hereditário e pode ser classificado em dois tipos:
• tirosinase-negativo (quando não há produção de melanina)
• tirosinase-positivo (quando há pequena produção de melanina).

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O Vitiligo – doença que pode ter origem hereditária, com ocorrência de


manchas acrômicas. Ha um acometimento dos melanócitos, culminando com seu
desaparecimento. Os pacientes com vitiligo devem ser encaminhados a um
dermatologista, conforme Hernandez & Merciner (1999).
Há medicamentos usados como estimuladores de melanócitos como diidroxiacetona
(indutor do bronzeamento) e Pigmerise, ou também pigmentos para disfarçar a falta
de pigmentação como erythrulose (auto bronzeamento).
A Leucodermia Solar - São sardinhas brancas que atingem principalmente
braços e pernas, e sãocausadas pela exposição solar repetitiva ao longo de muitos
anos. O sol tem efeito cumulativo sobre a pele, que mancha com o tempo.
Tratamento: A prevenção é a melhor forma, mas existe a opção do nitrogênio
líquido ou uso de peeling de ATA localizado. O médico faz um teste prévio para
avaliar a resposta do paciente, pois nem todos apresentam o mesmo resultado. Este
tratamento deve ser feito após o verão.

7. Radiação ultra violeta e a pele

A radiação solar e composta por radiações de diversos comprimentos de


ondas, chamados de espectro eletromagnético. Quase 99% destes espectros são
compostos por radiação não ionizante composta por raios ultravioletas (5%),
infravermelhos (60%) e luz visível (35%). O espectro ultravioleta pode ser dividido
em três faixas, de acordo com o comprimento de onda:
UVA (320-400nm) UVB (280-320nm) (LEONARDI, GISLAINE RICCI).
Os raios UVB interagem com a camada epidérmica e causam alterações que
vão desde a queimadura de pele a discromias. Já os raios UVA causam alterações
dérmicas e mutações celulares, seus danos provocam fotoenvelhecimento e câncer
de pele.

7.1. Tipos de filtro

Os filtros solares são formulações que protegem a pele da radiação


ultravioleta (A e B), impedindo sua passagem. São usados nos protetores solares,
bloqueadores e bronzeadores (LEONARDI, GISLAINE RICCI; 2008). A formulação
pode conter dois tipos produtos que são:

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• Filtros físicos: são substâncias opacas que refletem ou espalha a luz,


impedindo que a radiação UV penetre na pele. São recomendados para uso infantil
e para pessoas de pele sensível. No passado eram utilizados na forma bruta, que
resultavam em produtos“brancos” na pele. Hoje, suas partículas são micronizadas e
passaram a ser transparente, passando a refletir os raios UVA e UVB. Exemplos:
oxido de zinco e dióxido de titânio. Também possuem ação anti-inflamatória.
• Filtros químicos: são substâncias que absorvem a energia luminosa,
convertendo-a em energia não danosa. A absorção da energia provoca a alteração
na configuração dos elétrons do foto protetor por ressonância dos grupos
aromáticos. Quando os elétrons voltam à configuração original, a energia absorvida
e liberada na forma de radiação visível e calor. Existem 21 tipos de compostos
aprovados pela RDC 217, cada qual comum pico de absorção em determinada faixa
de comprimento de onda: UVB, UVA ou UVB+UVA.
Exemplos: benzofenonas – indicadas por números, sendo a benzofenona três
uma das mais utilizadas. Tem sua principal atividade em UVB, com absorção
relativamente baixa em UVA. Possui nomes comerciais de Avo benzona,
NeoHeliopan.

7.2. Fator de Proteção solar (FPS)

A eficácia dos filtros solares e avaliada por um índice denominado Fator de


Proteção Solar (FPS), que exprime a relação existente entre o tempo de
desenvolvimento de eritema como uso do filtro e o desenvolvimento do mesmo
eritema sem o uso do filtro solar. São determinados através de testes “in vivo” com
voluntários. Para as formulações magistrais, o FPS e calculado com base em
informações fornecidas pelo fabricante.
Se, por exemplo, e necessário cinco vezes mais tempo de exposição para
causar eritema na área protegida do que foi necessário para causar em eritema na
área desprotegida, então o FPS do produto será cinco.
O FPS informa ao consumidor quanto tempo a mais ele poderia se expor sem
se queimar, assumindo que o protetor continua na pele para fazer efeito. Assim, um
FPS 15 aplicado num indivíduo que normalmente necessitaria de cerca de 20

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minutos para queimar, terá uma proteção durante cerca de 300 minutos, ou seja, 5
horas. O cálculo do FPS real e dado pela relação:
FPS= DME (pele protegida)
DME (pele desprotegida)

7.3. Eficácia dos protetores

A eficácia depende de vários fatores como: faixa de absorção, resistência a


água (mínimo de 40 minutos com, pelo menos, 50% da proteção) e ao suor,
estabilidade do produto antes e depois de aplicação, não penetração cutânea, e
outros eventos. LEONARDI, GISLAINE RICCI (2008).
Os valores de FPS não aumentam proporcionalmente a proteção UVB, mas o risco
potencial aumenta com a concentração dos princípios ativos:
• FPS 8 - 87,5%
• FPS 15 - 94,5%
• FPS 20 - 95,8%
• FPS 30 - 96,7%
• FPS 40 - 97,5%
• FPS 70 - 98,6%
• FPS 100 - 99,0%
O FDA adotou a posição de que o FPS máximo dos filtros solares não deve
exceder a 30. Ouso de protetores deve ser evitado em bebes ate 6 meses por sua
absorção e metabolização. Nenhum filtro atinge o FPS solar sozinho, por isso e
indicado o uso de filtros físicos e químicos. Filtros hidrossolúveis e lipossolúveis
potencializam o efeito conforme LEONARDI, GISLAINE RICCI (2008).
Protetor solar: indica na maioria das vezes proteção UVB ou UVA;
Bloqueador solar: indica proteção UVB+UVA.
A referência para UVA é o PPD levando em conta de que a sua concentração
no produto deve ser 1/3 dos valores considerados para UVB, portanto se o filtro
solar contem FPS 30 o valor mínimo de PPD deve ser 10.

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7.4. Características sensoriais

Quanto maior a quantidade aplicada melhor e a proteção. Os mais viscosos


proporcionam maior proteção. Fatores como: esfregar ou enxugar com a toalha, o
suor, em imersão em água e as atividades físicas diminuem o FPS, mesmo aquelas
resistentes a água, por isso o fotoprotetor deve ser reaplicado após 2 horas de
exposição.

7.5. Bases

Produtos coloridos à base de pigmentos destinados a unificar a cor, modificar


a pele,esconder as imperfeições cutâneas, acentuar ou atenuar as saliências do
rosto. Deve espalhar-se facilmente, ter bom deslizamento, bom poder de cobertura
conforme citado por LEONARDI, GISLAINE RICCI (2008). São emulsões com as
seguintes características:
−Pigmentos;
−Talco (deslizamento);
−Oxido de titânio/zinco/caulim (cobertura);
−Estearato de zinco ou de magnésio (opacidade);
−Ac. hialurônico (hidratantes);
−Anti radicais livres;
−Filtros UVA e UVB;
−Silicones (aumentam a durabilidade)

Tipos de Bases:
−Bases fluidas (O/A)
−Bases gel (subs. gelificantes + loçãohidro alcóolica).
−Bases creme (A/O, O/A).
−Bases compactas (são acondicionadas em potes ou sticks e sãoà base de
emulsões desidratadas e de corantes ou corpos graxos e corantes).

Efeito toque seco


Usados para unificar cor, disfarçar as imperfeições cutâneas e dar opacidade
(LEONARDI, GISLAINE RICCI, 2008).

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Preferencialmente devem se caracterizar por:


−Bom poder de cobertura;
−Boa espalhabilidade;
−Capacidade de absorver secreçõescutâneas;
−Não devem ser irritantes;

Componentes mais usados:


Quanto à cobertura:
• Dióxido de titânio
• Oxido de zinco
• Caulim
• Carbonato de cálcio
• Estearato de magnésio

Quanto ao espalhamento:
• Talco (silicato de magnésio hidratado)
• Estearato de Mg, Ca, Al.

Quanto à aderência:
• Estearato de Mg e Zn
• Caulim
• Amido

Quanto à absorção:
• Caulim
• Silício finamente pulverizado
• Carbonato de Ca

Quanto à cor:
• Oxido de ferro
• Fetalina

Pigmentos:
• Para efeitos especiais: cristais de mica titânio

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8. Peeling

É um procedimento destinado a promover a renovação celular. Tem como


finalidade atenuar rugas superficiais, remover comedões, corrigir cicatrizes de acne
e atenuar as discromias (HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M; 2008)
O Peeling ou Esfoliação é uma abrasão da pele. A palavra peeling origina-se
do verbo inglês topeel significando pelar, descamar, esfolar, desprender. Visa à
renovação da pele a partir da descamação as camadas mais superficiais (epiderme
e/ou derme superficial),melhorando a textura da pele e seu contorno.

8.1. Pelling Físico

Consiste em aplicar um cosmético que tenha substâncias abrasivas para


remover células mortas e atenuar a permeabilidade cutânea para absorção de
outros princípios ativos.
Aplica-se o cosmético no local desejado, fazendo massagens com
movimentos circulares e pressão gradual, de acordo com a necessidade de maior ou
menor abrasão (HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M; 2008).
Exemplos que podem ser formulados em diferentes veículos, como cremes,
géis ,loções e sabonetes cremosos:
• Sementes de apricot – e o pó de caroço de damasco, uma fruta, que possui
• partículas arredondadas. A concentração usual e de 1% a 6%;
• Polietileno – produto de origem sintética, partículas arredondadas, cuja
• concentração usual e de 0,5% a 1%;
• Sílica – produto de origem mineral. Partículas irregulares. A concentração
usual ede 1% a 6%;
• Microesferas de jojoba – óleo de jojoba hidrogenado, 100% natural, não
agressivo apele. Deixa a pele macia apos à aplicação.

8.2 Peelings Mecânicos

A técnica do Peeling de Diamante foi desenvolvida na Austrália em 1996 e é o


equipamento de MDA com tecnologia mais avançada por possuir diversas lixas com
diferentes granulometrias e diâmetros para serem usadas em diferentes regiões

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Peelings

(face, pescoço, colo e corpo). A lixa é acoplada a uma caneta que por sua vez é
ligada a um vácuo (HILL, 2006). Obtendo um tempo necessário para aplicação
completa de ambas as técnicas na face e no pescoço, sendo profissional-
dependente. O número de passadas varia de acordo com a tolerância do cliente e
do efeito desejado pelo profissional, mas usualmente são no mínimo duas passadas.
O deslizamento de forma rápida aceleram o risco de petéquias, púrpura e injúrias
cutâneas. Não só a velocidade e a quantidade das passadas afetam os resultados,
mas também a pressão do vácuo determina a eficácia da técnica de MDA (SHIM,
2001).
O Peeling de Cristal surgiu em 1985 e utiliza uma combinação de duas
pressões: pressão negativa, vacuoterapia e pressão positiva, através da emissão de
cristais que passam através de uma caneta em um sistema fechado. O sistema
impulsiona cristais a uma pressão programável enquanto a pele é sugada
(vacuoterapia) para dentro da caneta e os resíduos de pele e cristais são capturados
pela pressão negativa (KARIMIPOUR, 2006; HILL, 2006).
De acordo com Borges (2006), o peeling ultrassônico ou microvibração de alta
frequência consiste em uma técnica que se baseia na utilização de uma vibração
mecânica de pequena amplitude e alta frequência, aplicada sobre a superfície da
pele mediante uma espátula metálica. Sua principal ação consiste na eliminação de
células mortas da superfície cutânea mediante um sistema de vibração mecânica de
uma espátula quando esta entra em contato diretamente com a superfície da pele a
uma elevada frequência.
As indicações dos peelings mecânicos são:

 Foto envelhecimento;
 Hiperpigmentações;
 Estrias;
 Hiperpigmentação de Acne;
 Poros dilatados;
 Preparo para Lasers (erbium e Co²);
 Sulcos e rugas superficiais;
 Foliculite.
As contraindicações gerais dos peelings mecânicos são:

 Distúrbios na cicatrização
19
Peelings

 Para o peeling de cristal, alergia ao alumínio


 Acne ativa
 Lesões infecciosas e abertas
 Diabetes descompensadas
 Dermatites
Fragilidade capilar

8.3. Peeling Biológico

Utilizam-se enzimas proteolíticas que hidrolisam a queratina, diminuindo a


espessura da camada córnea. As enzimas utilizadas atualmente são encontradas no
mamão papaia, na abóbora, na romã e no abacaxi (HERNANDEZ, M; MERCIER-
FRESNEL, 2008).

8.4. Peeling Químico

Consiste na aplicação de um agente esfoliante, que ira produzir uma


esfoliação de profundidade variável, seguida de uma lesão e posterior epitelização.
Sua finalidade e rejuvenescer a pele, melhorando a sua textura e cor, além de
suavizar as rugas.HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL
Quanto maior a profundidade do peeling, maiores são os riscos de ocorrem
complicações,portanto, o peeling químico deve ser realizado com acompanhamento
medico.
Segundo LEONARDI, os princípios ativos mais utilizados:
• Ácidoglicólico: 40% a 70%. Tem sido utilizado diariamente como esfoliante
daepiderme em concentrações de 5% a 10%. Atuam diminuindo a adesão dos
corneócitos.
• Ácidoazeláico: 15% a 20%;
• Ácidoretinóico: 0,025% a 0,1%; Em consultório usa-se concentrações até 8%.
• Ácidotricloroacetico (ATA ou TCA): 35% a 50%;
• Resorcina: 30% a 40%

20
Peelings

8.5. Profundidade dos peelings

Os peelings químicos podem ser superficiais, médios e profundos. Os


resultados são mais aparentes quanto mais profundos, assim como aumentam
também os riscos e o desconforto durante o peeling e no pós-peeling. O peeling
profundo só pode ser realizado sob sedação, devido à dor durante o procedimento,
enquanto que alguns peelings superficiais são completamente indolores.
Classificação Nível de acometimento na pele Agentes
• ATA 10 a 20%
• Alfa-HA baixa potência (AG 30-50%)
Superficial, muito leve Camada córnea; estrato espinhoso
• Beta-HA (AS 14-30%)
• Tretinoína (AR 5-8%)
• ATA 20-30%
Superficial, leve Toda a epiderme; até derme papilar • Solução de Jessner
• AG 70%
• ATA 35-40%
• Fenol 88% (sem oclusão)
Médio Derme reticular superficial • CO2 sólido+ATA 35%
• Jessner + ATA 35%
• AG 70% + ATA 35%

Dados Anvisa

9. Técnicas de aplicação

Livro: Dermatologia Estética

21
Peelings

10. Mecanismos de atuação do peeling químico

O peeling químico atua no tecido através dos seguintes mecanismos,


segundo Hernandez (1999):
• Estímulo do crescimento epidérmico através da remoção do extrato córneo;
• Destruição de camadas específicas da pele danificadas substituindo-as pôr
tecidos novos
• Indução de resposta inflamatória nos tecidos profundos secundária a necrose
produzida pelo agente do peeling, com ativação de mediadores inflamatórios que
induzem a neoformação de colágeno e substância fundamental na derme.
Segundo SOUZA (2011), os peelings mais tradicionais são:
• Ácido azelaico: diminui a síntese de melanina inibindo as tirosinases e
também reduz a conversão de testosterona em 5 –∝– testosterona, impedindo o
progresso da acne. Uso de 10 – 20% em pH 6,5.
• Ácido fítico: obtido do arroz, aveia ou gérmen de trigo, inibe as tirosinases e
também tem ação antioxidante e anti-inflamatória. Uso de 0,5 a 2% em pH 4 a 4,5.
• Ácido glicólico: acelera a renovação celular (dispensa a melanina), diminuindo
a espessura e a compactação da camada córnea. Estimula a síntese de colágeno,
sendo usado para atenuar linhas fixas de expressão e rugas. E usado de 2 a
10%para acne e clareamento, e de 30 a 70% para peelings, especialmente para
linhas de expressão recentes, em pH 3 a 4. O uso excessivo ou inadequado pode
causar lesões, pigmentações e cicatrizes.
• Ácido glicirrízico: obtido do alcaçuz, e anti-inflamatório e antialérgico, uma boa
opção de associações com outros ácidos utilizados para manutenção do
tratamento,ou mesmo para o inicio. Usado de 0,1 a 2% em pH 3.
• Ácido kójico: despigmentante obtido do arroz tem baixo índice de irritação da
pele. Atua inibindo a tirosinase. Uso de 1 a 3% em pH 3 a 5.
• Ácido lático: antipruriginoso em baixos teores (0,5 – 2%) acelera a remoção
celularem concentração de 5 – 15%, diminuindo a compactação da camada córnea.
pH 3,8a 4.
Lactato de amônio desodorizado, um sal derivado do acido lático, e usado de
12 a 20% para o tratamento da acne, foliculite e para diminuir compactação da
camada córnea, melhorando também a hidratação.

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Peelings

• Hidroquinona: proibida em muitos países da Europa pelo potencial


cancerígeno, a hidroquinona age bloqueando as tirosinases ativas e causando
alterações na membrana dos melanócitos, eliminando-os. Causa eritema com
descamação e ate erupções na pele, não devendo ser usada por mais de 3 meses.
Usada de 2 a 10% em pH 4. Mediante as opções avançadas, e relevante evitar o
uso de hidroquinona.
• Ácido salicílico é um beta-hidroxiácido ou ácido 2-hidroxibenzóico, extraído do
Salix Alba (salgueiro branco). (PIMENTEL, 2006; RIBEIRO, 2010). Tem ação
esfoliante que promove a esfoliação da camada córnea por dissolução das lamelas
(cimento celular) e/ou ao aumento da proteólise dos corneodesmossomas. O peeling
de ácido salicílico tem efeito queratolítico, bacteriostático, fungicida, antimicrobiano e
antiinflamatório, com objetivo de correção do defeito da queratinização folicular,
redução da atividade sebácea, diminuição de bactérias e de processos inflamatórios
(BORGES, 2006; LEONARDI, 2006; ROTTA, 2008).

10.1. Despigmentantes avançados por (SOUZA, 2011).

Os despigmentantes abaixo estão sendo utilizados recentemente como


coadjuvantes nos processos de clareamentos de discromias:
- Aqualicorice PT: extraido do alcaçuz, e antioxidante e despigmentante, por
inibir a síntese de melanina.Usado de 0,5 a 1% em pH 5 a 7.
- Antipollon HT: e um silicato de aluminiosintetico, que adsorve a melanina de
liberacao recente e a já fixada na pele, nao agindo sobre a tirosinase e praticamente
nao oferece sensibilizacao a pele, podendo,portanto ser utilizado por gestantes. E
um adjuvante util no tratamento das efelides, podendo ser usadode 0,5 a 4% em pH
de 4 a 10.
- Arbutim: derivado da hidroquinona, também atua sobre a tirosinase, mas
tem menos efeitos adversos efaixa de pH mais flexivel. Uso de 1 - 3% em pH 5 - 8.
- IDB light: idebenonalipossomada, inibe a tirosinase. Usado de 2,5 a 10% em
pH 3 a 8.
- Isocellcitrus: agente clareador baseado em citroflavonoides da casca do
limao, com atividade antitirosinase.Associado a fosfolipideos, tem aumento da
biodisponibilidade, penetracao e a atividade.

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Peelings

- Kinetin L: Associação de ácido alfa-lipoico, VC-PMG e Adenin. Usado


padronizadamente a 10% em pH4,8 a 8.
- Melawhite: glicopeptídeo que atua sobre a tirosinase, usado de 2 a 5% em
ampla faixa de pH.
- VC-PMG: Fosfato de ascorbil magnésio: derivado hidrossoluvel da Vit C.
Uso de 1 a 3% em pH 7 a 9.
- Melfade: extrato obtido da uva-ursi que contem arbutim e metilarbutim,
associado ao VC-PMG. Usadode 3 a 8%.
- VC-IP: Derivado lipossoluvel da Vit C. Uso de 0,05% a 1% em pH 4 a 6. O
fato de ser lipossoluvel confereao ativo certa fixacao superior na pele, por isso e
usado em menor concentração.
- Thalasferas de Vit. C: VC-PMG encapsulado em esferas de colágeno, para
liberacao gradual. Uso de 5a 10% em pH 5,5 a 7. Em associacao com o cha verde,
reduz a degradacao do colágeno. Uso interessantena area dos olhos.
- Radizen: complexo antioxidante composto de Vitaminas A, E, C e extrato de
Ginkgobiloba. Uso de 2 a10% em ampla faixa de pH.
- Whitessence: extrato de jaca de origem asiatica livre de hidroquinona, uso
em pH de 6 a 8, de 1 a 3%.

10. 2. Peeling tioglicólico por SOUZA ( 2011)

Usado no tratamento de hiperpigmentações de varias origens, como as dos


membros inferiores, decorrentes de problemas vasculares.
Utilizado a 10-20%, apresenta a vantagem de não provocar edema ou
eritema, porem pode produzir leve esfoliação. Pode ser usado a 10%, em veiculo
gel, a cada 15 dias, num total de cinco sessões iniciais.
A 1a aplicação pode ter duração máxima de 2 min., podendo-se acrescentar
tempo aos poucos (ex.: 1min.) nas seções seguintes.
Ainda com o paciente deitado, o produto e retirado com gaze e, em seguida,
completada sua remoção com áagua em abundancia. Pode-se usar sabonete liquido
neutro para auxiliar a remoção.
Existe a manipulação deste acido a 2% em bastões para o uso na área dos
olhos, contra a hiperpigmentação da região infra orbital.

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Peelings

11. Indicações gerais dos peelings

• Melhora do aspecto da pele;


• Clarear e Tratar manchas (Hiperpigmentações);
• Minimizar e tratar rugas e Flacidez;
• Tratar pequenas cicatrizes;
• Acnes;
• Remover células envelhecidas;
• Aumentar a permeabilidade cutânea, auxiliando a tratamentos cosméticos;
• Tratar Estrias
(HERNANDEZ & MERCIER, 1999).

12. Contra indicações para os Peelings

• Distúrbios na cicatrização
• Alergia ao alumínio (não reaproveitar)
• Acne ativa
• Lesões infecciosas e abertas
• Diabetes descompensadas
• Dermatites
• Fragilidade capilar
(HERNANDEZ & MERCIER, 1999).

13. Intercorrência, por Hellen Grepi

As intercorrências mais frequentes, no pós peeling são descritas em fototipos


acima de 4, levando em consideração os hábitos diários e a rotina de exposição
solar e luz visível, da pacientes. Cuidados como uso de filtro solar com FPS e PPD
altos e reaplicação a cada 3hs, minimizam o risco.
Segue abaixo as intercorrências mais comuns e a forma de tratamento de
cada uma delas:
 Eritema prolongado: Tratamento - Pomada com corticóide, compressas
geladas de soro ou chá de camomila, hidratantes e calmantes.

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Peelings

 Hipopigmentações: Ocorrem em peelings mais profundos e Fitzpatrick alto.


Podemos utilizar pomadas que estimulem pigmentação como: Pigmerise ou ainda
ativos como L-tirosinase para acelerar a pigmentação local.
 Hiperpigmentações: Ocorrem em peelings mais profundos e Fitzpatrick alto e
quando há fotoexposição. Usa-se clareadores tópicos como: arbutim, acido kojico,
fítico, alfa-hidroxi-ácidos, tranexâmico e se houver oxidação de Ferro, acrescenta-se
o ácido Tioglicólico.
 Cicatrizes: Quando a pele e as crostas são removidas com atrito.
Recomenda-se microcorrentes e laser vermelho de baixa potência.
 Infecção: Higiene inadequada. Remover a crosta purulenta e usar Antibiótico
tópico e oral. (Há possibilidade de ficar discrômico)
 Linhas de demarcação: quando o peeling é feito em áreas isoladas na face.
Refazer o processo em todo o rosto após o intervalo previsto de acordo com a
profundidade do peeling. Para peelings superficiais: assim que ceder o eritema e
acima de 15 dias e para peelings médios, após 45 dias.

14. Associações

Peelings Mecânicos
1- Limpeza de pele – 1 vez ao mês
 Demaquilar
 Aplicar peeling de cristal ou diamante (1 a 2 passadas)
 Remover os resíduos
 Aplicar emoliente e associar máscara térmica ou vapor por 10 minutos.
 Aplicar peeling ultrassônico para remover comedões superficiais
 Finalizar remoção de comedões com extração manual
 Limpar com algodão umedecido com água (Termal ou filtrada)
 Aplicar alta frequência
 Tonificar
 Hidratar
 Fotoproteger

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Peelings

2. Revitalizar a pele – 1 vez por semana


 Higienizar
 Aplicar Led azul (profilaxia e hidratação)
 Aplicar peeling de cristal ou diamante (3 a 10 passadas de acordo com a
espessura de pele e objetivo) Obs.: Quanto mais profundo, maior risco de
intercorrências.
 Aplicar Led vermelho (estimular colágeno e reparo tecidual)
 Aplicar máscara de tratamento: antioxidante ou hidratante
 Tonificar
 Fotoproteger

Peelings químicos superficiais


1. Clareamento de manchas superficiais
 Higienizar
 Desengordurar
 Aplicar o peeling mandélico até 40% ou glicólico até 50% aguardar a reação
até hiperemiar
 Remover com água filtrada ou mineral
 Aplicar solução neutralizante
 Finalizar com hidratante ou calmante (cicaplast, bepantol, fisiogel facial...)

2. Secativo de acne
 Higienizar
 Desengordurar
 Aplicar Led azul
 Aplicar peeling salicilico até 20% ou Solução de Jessner pontualmente até
apresentar precipitação do sal (aspecto esbranquiçado)
 Remover com água filtrada ou mineral
 Aplicar solução neutralizante
 Aplicar laser ou led vermelho – baixa potência
 Aplicar led infra-vermelho nos linfonodos para drenar edema
 Aplicar máscara - Gel creme a base de camomila, melaleuca, propolis e
sebaril por 15 minutos
 Borrifar água termal
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Peelings

3. Rejuvenescimento
 Higienizar
 Desengordurar
 Aplicar peeling mandélico até 40% ou glicólico até 50% ou Solução de
Jessner aguardar hiperemia
 Remover com água filtrada ou mineral
 Aplicar solução neutralizante
 Finalizar com máscara de acido retinóico 5% por 4hs
Obs.: Remover o retinóico com sabonete neutro facial e aplicar hidratante
(cicaplast, bepantol líquido ou spray ou fisiogel) ou água termal.

4. Melasma
 Iniciar o protocolo Home Care com clareador noturno sobre as Manchas de 15
a 21 dias antes do tratamento profissional.
 Fórmula:
Ac Tranexâmico 4%
Ac Kojico 3%
Ac Alfa arbutim 3%
Belides 2%
Alfa bisabolol 1%
Biosérum qsp.

Protocolo Profissional
 Higienizar
 Desengordurar
 Aplicar mandélico até 30% sobre a mancha 1 camada aguardar 2 minutos e
aplicar uma segunda camada em toda a face ( remover assim que observar
hiperemia – caso ocorra antes da aplicação na primeira camada, não realizar a
segunda camada.
 Remover com água filtrada ou mineral
 Aplicar Solução neutralizante
 Finalizar com Acido retinóico 5% por 4hs.

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Peelings

Obs.: Remover o retinóico com sabonete neutro facial e aplicar pomada


com.corticóide (Berlison, Hidrocortisona, Dexametasona ou Thopson) nas áreas
mais sensíveis ou de avermelhamento, em seguida aplicar hidratante (cicaplast,
bepantol líquido ou spray ou fisiogel) ou água termal sempre qua a pele apresentar
ressecamento)

5. Peeling clareador corporal – axila e virilha


 Usar Home Care clareador noturno por 15 dias anntes do protocolo
profissional (vide fórmula clareadora para melasma)

Protocolo profissional
 Higienizar
 Desengordurar
 Aplicar sabonete Ac Glicólico 10% deixar agir por 3 minutos e remover com
água
 Ac Mandélico 10% e deixar agir até hiperemiar
 Aplicar solução neutralizante
 Hidratar com bepantol ou cicaplast
Obs.: Orientar sabonete neutro e desodorante em creme para pele sensível
(La ROCHE, Cliniquè ou Avène)

6. Peeling para olheiras pigmentares


Associar Home Care noturno:
Ac Tioglicólico 2%
Ac. Kojico 2%
Alfa arbutim 2%
Belides 2%
Alfa bisabolo 1%
Rose Hips 1%
Biosérum qsp em roll on de plástico e vidro escuro

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Peelings

Protocolo profissional
 Higienizar
 Aplicar o peeling:
Ac Tioglicólico 10%
Ac Tranexâmico 4%
Ác Kojico 3%
Belides 2%
Deixar sobre a área até hiperemiar ou sensibilizar a pele (incômodo relatado
pelo paciente: ardência ou pinicação)
 Aplicar solução neutralizante
 Aplicar laser ou led vermelho (cuidar da proteção dos olhos com óculos de
bloqueio – aplicar a luz apenas nas áreas ao redor do óculos)
 Finalizar com hidratante e calmante

Peelings médios – restrito para fototipos de 1 a 3


1. Cicatrizes de acne, Rejuvenescimento e Hipercromias (exceto melasma e
manchas com alterações de relevo, irregulares e com mais de um tom de cor.)
Obs.: Não pode haver exposição ao calor, ao sol, suor e luz visível próxima a
pele (ex: Celular, Notebook Tablet, TV...)

 Higienizar
 Aplicar peeling de ATA até 34% pontual ou em toda a área – Observar graus
de frost:
*Rendilhado – lise até camada Espinhosa da epiderme
*Branco com fundo róseo – lise até Camada basal e Derme Papilar
*Branco sólido – Lise de toda a derme papilar e início da derme reticular
 Remover com água filtrada ou mineral abundantemente
 Aplicar hidratante e/ou pomada com corticóide (manter corticoide em pomada
de 4/4hs por 5 dias)
Obs.: A descamação iniciará após 48hs... observar áreas de maior
sensibilidade, pois há risco de hiperpigmentação pós inflamatória. Assim que iniciar
a descamação intercalar hidratante com água termal e/ou compressas de chá de
camomila gelado, caso haja desconforto.

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Peelings

15. Orientações pós peeling

 Não arrancar as crostas


 Não coçar e evitar atritos (cuidado o se vestir)
 Evitar banhos quentes, vapor de panelas, exposição solar
 Hidratar: 3 - 4 vezes ao dia (hidromanil, aquaporine, bepantol, epidrat,
Fisiogel, Cetafil, Eucerin balm...)
 Cabeçeira elevada
 Dormir em decúbito dorsal (evitar atrito)
 Evitar qualquer tipo de exposição solar, luz visível e calor intenso.
 Bloqueador solar após reepitelização completa – após 72 horas
 Suspender o uso de ácidos noturnos e adstringentes durante 7 dias.
 Evitar esportes, sauna ou piscina durante 48 horas
 Limpar o rosto suavemente com sabonete neutro e toalha macia ou lenço de
papel.
Se prurido usar corticoesteróide
 tópico potência leve ( BERLISON, DESONIDA, DESONOL®, DESOWEN®,
THOPSON®)
 Minimizar as expressões faciais.

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Peelings

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M.; ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 2ª


edição, São Paulo, Tecnopress, 2002.

BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas; editora Phorte; São Paulo; 2006.

DRAELOS ZK. Cosméticos em dermatologia, Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

FIGUEIRÓ, T. L. M.; FIGUEIRÓ-FILHO, E. A.; COELHO L. R. Pele e gestação:


aspectos atuais dos tratamentos e drogas comumente utilizados. FEMINA
(2008) 36 (8) pags. 511-521

HERNANDEZ, M & MERCIER-FRESNEL, M.M. Manual de cosmetologia. 3° Ed.


Rio de Janeiro: Editora Revinter, 1999.

GREPI, H.C. Cap. Envelhecimento. Livro Quimo Fisioterapeuta. 1ª Ed. Cap.12.


Ed. Águia Dourada. pag 626-627, 2015.

LEONARDI, GISLAINE RICCI. Cosmetologia aplicada. 2o ed. São Paulo. Ed.


Santa Isabel, 2008.

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RIBEIRO, C. J. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2ª edição; São Paulo;


Pharmabooks; 2010. Isabel, 2008.

SOUZA, M V D. Introdução à Farmacologia e à Cosmetologia, Ed. W


educacional. 1ª edição. Brasília, DF – 2011

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dispõe sobre os cosméticos.


www.anvisa.gov.br/legis/resol/2000/79_2000.pdf

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