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COLÉGIO ESTADUAL DOM JOÃO BECKER

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA


PROJETO DE PESQUISA ETAPA III

ESTUDO DE ATIVOS SINTÉTICOS E NATURAIS NO CLAREAMENTO DA PELE

FRANCIELE VENTURINI BARBOSA


Orientador: Dr. Paulo José Menegasso

PORTO ALEGRE
Julho de 2023
Franciele Venturini Barbosa

ESTUDO DE ATIVOS SINTÉTICOS E NATURAIS NO CLAREAMENTO DA PELE

Projeto apresentado como requisito parcial para a


conclusão do Curso de Química na Competência
um, Projetos de Pesquisa Etapa III, no 32º
Seminário de Iniciação Científica do Colégio
Estadual Dom João Becker.

Orientador: Dr. Paulo José Menegasso

PORTO ALEGRE

Julho de 2023
Resumo
Nesse projeto tem se o objetivo de formular um dermocosmético com óleo essencial
de Palmarosa (Cymbopogon martinii) e óleo essencial de Manjerona (Origanum
Majorana) em gel de babosa (Aloe Vera), que auxilia na hidratação e clareamento
da pele do rosto. Como objeto de estudo será desenvolvido um cosmético natural
que possibilite o clareamento da pele de modo a não causar nenhum efeito adverso
ou irritação na pele. Justifica-se esse projeto devido às possíveis propriedades que
o óleo essencial de Palmarosa, o óleo essencial de manjerona e a babosa
apresentam. O óleo de Palmarosa tem a propriedade clareadora por conter a
substância geraniol, o óleo de manjerona por conter a substância arbutina, ambas
agem na síntese da melanina atuando no clareamento de manchas de qualquer
tipo. De acordo com a literatura, o pigmento da pele é dado pela melanina, uma
molécula química complexa (biopolímero), responsável pela cor da pele, dos pelos,
e pelas estruturas coloridas dos olhos. Esta molécula determina a cor da pele,
porém, também tem outras funções: como foto proteção permitindo filtrar os raios
UV; protegendo o núcleo celular, agrupando-se em torno dele, e neutralizando os
radicais livres, evitando o envelhecimento celular. O surgimento de manchas
escuras na pele é resultado de um processo de hiperpigmentação, no qual há um
aumento da produção de melanina, isso ocorre a diversos fatores como: exposição
solar, doenças autoimunes como o vitiligo. E condições genéticas como as efélides,
uso de anticoncepcionais combinado com a exposição solar somando a condição
genética como o Melasma, deficiências congênitas como a doença do Nevo de Ota
e Nevo de Ito, hipercromia pós inflamatória como acontece no surgimento de uma
lesão causada por acne. Além de manchas que podem surgir através de
procedimentos como o peeling ou até mesmo através de um câncer de pele.
Como metodologia foi realizada a formulação para teste em paciente de um gel
hidratante base não iônico e foi adicionado um óleo essencial vegetal de Palmarosa
(Cymbopogon martinii) e o óleo essencial de manjerona (Origanum Majorana).
Como conclusão, o gel clareador foi testado em seis pacientes que possuíam
manchas efélides obtendo bons resultados e níveis de clareamento médio a médio
prazo de utilização do produto por seis meses consecutivos.

Palavras-chave: Clareamento da pele, cosmético, óleo de palmarosa, óleo de


manjerona.
Abstract

The objective of this project is to formulate a dermocosmetic with Palmarosa


essential oil (Cymbopogon martinii) and Marjoram essential oil (Origanum Majorana)
in aloe vera gel (Aloe Vera), which helps in moisturizing and whitening the skin of the
face. As an object of study, a natural cosmetic will be developed that allows skin
whitening in a way that does not cause any adverse effects or irritation on the skin.
This project is justified due to the possible properties that Palmarosa essential oil,
marjoram essential oil and aloe present. Palmarosa oil has the whitening property for
containing the substance geraniol, marjoram oil for containing the substance arbutin,
both act in the synthesis of melanin acting in the lightening of stains of any kind.
According to the literature, the skin pigment is given by melanin, a complex chemical
molecule (biopolymer), responsible for the color of the skin, hair, and the colored
structures of the eyes. This molecule determines the color of the skin, however, it
also has other functions: as photo protection, allowing it to filter out UV rays;
protecting the cell nucleus, grouping around it, and neutralizing free radicals,
preventing cell aging. The appearance of dark spots on the skin is the result of a
hyperpigmentation process, in which there is an increase in melanin production, this
occurs due to several factors such as: sun exposure, autoimmune diseases such as
vitiligo. And genetic conditions such as freckles, use of contraceptives combined with
sun exposure adding to a genetic condition such as Melasma, congenital
deficiencies such as Nevus of Ota and Nevus of Ito, post-inflammatory hyperchromia
as occurs in the appearance of an injury caused by acne . In addition to stains that
can arise through procedures such as peeling or even through skin cancer. As a
methodology, a formulation for testing a non-ionic base moisturizing gel was carried
out in a patient and a vegetal essential oil of Palmarosa (Cymbopogon martinii) and
marjoram essential oil (Origanum Majorana) were added. In conclusion, the
bleaching gel was tested on six patients who had freckles, obtaining good results
and medium to medium-term lightening levels using the product for six consecutive
months.

Keywords: Skin whitening, cosmetic, palmarosa oil, marjoram oil.

Sumário
Resumo................................................................................................................................................ 3

ABSTRACT 4

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 6
2.2 Problema de Pesquisa........................................................................................................... 8
2.3 Objetivo.................................................................................................................................. 8

3 Fundamentação Teórica.................................................................................................................. 9
3.1 A evolução da pele................................................................................................................ 9
3.2 A Melanina............................................................................................................................ 10
3.3 Síntese da Melanina............................................................................................................. 11

3.5 OS FOTOTIPOS DE PELE DE FITZPATRICK 14


4 Doenças hipercromáticas e melanodermias congênitas ou hereditárias..........................17
4.1 Hipomelanoses adquiridas................................................................................................. 17
4.2 O que são ativos clareadores............................................................................................. 20
5 Os ativos clareadores mais utilizados..................................................................................22
5.1 Visão geral dos estudos in vivo e in vitro realizado para cada ingrediente clareador
comparados com a
Hidroquinona........................................................................................................38
5.2 Pesquisa e desenvolvimento de filme polimérico contendo extrato de Origanum majorana
para aplicação como despigmentante e
hidratante............................................................................................................................................39

6 METODOLOGIA....................................................................................................................... 40
6.1 Materiais e métodos
6.2 Composição dos ativos utilizados

6.3 Técnica de extração por arraste a vapor


6.4 Montagem do sistema de extração
6.5 Limpeza do material
6.6 Início do processo
6.7 Coleta e armazenamento do produto final
6.8 Produção da formulação clareadora
7 Resultados e discussões
8 Considerações finais
9 Referências
1 INTRODUÇÃO

Muitos fatores genéticos e físicos são a causa das doenças de pele que
afetaram e ainda continuam afetando a humanidade ao longo dos séculos, contudo,
alguns estudos indicam que as complicações estão associadas a mudanças no
pigmento melânico (CESTARI et al., 2014).

A melanina é um polímero pigmentado que determina ao tecido da pele uma


cor acastanhada, especificando que é função da eumelanina, um polímero que varia
do marrom ao preto, e das feomelaninas, compostos amarelo- avermelhados, a
proteção contra os raios ultravioletas, sendo essa capaz de gerar radicais livres que
ocasionam danos ao DNA e contribuem para os efeitos foto tóxicos
(CESÁRIO,2015).

Alguns fatores externos como a exposição à luz solar aumentam a produção


de melanina como fator de proteção contra a radiação ultravioleta, outros fatores
como os hormonais, o envelhecimento da pele, lesões na pele e inflamações
causadas por acne, dermatite atópica e psoríase, além do uso de certos
medicamentos como os quimioterápicos e os antibióticos também estão entre as
causas dessas anomalias no tom da pele podendo causar a sua hiperpigmentação.

A industria farmacêutica tem se empenhado através de pesquisas nesse


campo para a fabricação de ativos sintéticos e naturais que atuem nesse âmbito e
possam solucionar os problemas de hiperpigmentação sem causar danos a saúde
dos pacientes.

Com o passar dos anos foram descobertas duas classes desses ativos, os
despigmentantes que agem na redução da atividade da tirosinase podendo ser de
modo reversível ou irreversível e os antioxidantes que atuam inibindo a tirosinase de
forma não competitiva.

Diante disso essa pesquisa vai realizar a partir da construção desses dados
uma formulação com o objetivo de clarear a pele e atenuar os efeitos da
hiperpigmentação.
2 JUSTIFICATIVA

Justifica-se esse trabalho a verificação eficácia dos ativos que estão sendo
utilizados no mercado para o clareamento das hipercromias e quais os mais
funcionais para essa prática em termos de uso á longo prazo, custo benefício e
efeitos adversos.
Entre outros motivos também estão a versatilidade desses produtos, seu
tempo de estabilidade, verificação da sua composição química bem como o seu uso
de maneira adequada e sua comprovação através de testes de laboratório feitos in
vivo e in vitro que foram publicados em artigos científicos.
Além disso, também existe os benefícios que a formulação a ser feita trará
como; versatilidade, custo benefício, não conter efeitos adversos nem causar
irritações na pele.
Diante disso, também existem as possíveis propriedades que o óleo
essencial de Palmarosa, o óleo essencial de manjerona e a babosa apresentam. O
óleo de Palmarosa tem a propriedade clareadora por conter a substância geraniol, o
óleo de manjerona por conter a substância arbutina, ambas agem na síntese da
melanina atuando no clareamento de manchas de qualquer tipo, como efélides,
hipercromias, melasma, manchas de acne.
O intuito do trabalho é procurar entender melhor os mecanismos de
clareamento de hipercromias levando em consideração todos os ativos que existem
no mercado atual fazendo uso desses dados para a criação de uma formulação
cosmética natural, versátil, de custo benefício, que atue á longo prazo e não possua
efeitos adversos.
2.2 PROBLEMA DE PESQUISA
É possível a formulação de um cosmético natural para o clareamento da
pele?

2.3 OBJETIVO
O objetivo dessa pesquisa é o desenvolvimento de um cosmético natural que
possibilite o clareamento da pele de maneira a não causar nenhum efeito adverso
ou irritação na pele.

2.4 META
Desenvolvimento de um cosmético clareador natural de hipercromias.

2.5 HIPÓTESE
Acredita-se que existam mais de um milhão de ativos extraídos de plantas
que possuem propriedades clareadoras com altos teores de polifenóis e arbutim,
podendo ser utilizados no desenvolvimento de novas formulações cosméticas que
não prejudiquem a derme causando irritações cutâneas e trazendo benefícios a
longo prazo.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.2 A evolução da pele


A pele é o maior órgão do corpo humano e possui diversas funções, dentre
elas se destacam a proteção mecânica e imunológica, a termo regulação, a
percepção de estímulos, a barreira à radiação ultravioleta e a secreção de
substâncias. Ela possui três camadas principais (epiderme, derme e hipoderme)
além de diversos elementos distribuídos entres as mesmas; destacando–se
melanócitos, células de Langerhans, pelos, glândulas, redes vasculares, músculos
eretores do pelo, terminações nervosas e corpúsculos especializados na captação
de sensações externas, tais como pressão, calor, dor, etc. (SAMPAIO E RIVITTI,
2001).

Figura 1: Estrutura da pele. Fonte: Google Imagens.

A pele do homem nem sempre teve a mesma estrutura e os mesmos


elementos, ao longo do tempo ela passou por diversas modificações para melhor
adaptação ao meio ambiente, desde a pré-história, os hominídeos foram submetidos
a condições climáticas adversas que fizeram com que aqueles que apresentassem
vantagens evolutivas em relação aos demais fossem positivamente selecionados.
Gerando assim, várias mudanças ao longo dos anos, até que a pele tomasse o seu
formato atual.

As primeiras modificações perceptíveis que ocorreram na pele, com o decorrer da


evolução da espécie humana foram: a redução dos pelos, o aumento do número de
glândulas sudoríparas, o escurecimento da pele, o surgimento da camada de tecido
adiposo e a diminuição do tamanho das unhas. A redução dos pelos e o
escurecimento da pele não tem nenhuma correlação genética, porém um veio para
mitigar o efeito do outro; uma vez que ao perderem os pelos os hominídeos se
tornaram extremamente vulneráveis ao sol da África tropical; podendo sofrer
queimaduras, desenvolver diversos tipos de câncer e perder nutrientes da pele.
Esse fator contribuiu para o surgimento da melanina, pigmento que serve de
barreira para a penetração da radiação ultravioleta na pele e que também é
responsável pelo seu escurecimento.

Figura 2: A evolução do homem. Fonte: Google Imagens.

3.3 A Melanina

A melanina é fator principal relacionado ao escurecimento da pele, essa


mesma é composta por polímeros derivados da tirosina, cujo a principal função é a
pigmentação e a proteção contra a radiação solar. A pele faz o pigmento de
melanina a cada 48 horas, que é feita pelos melanócitos ou melanoblastos, células
da camada basal da epiderme que mantém contato com os queratinócitos por
intermédio de projeções citoplasmáticas. Isso permite com que os pigmentos
melânicos produzidos se depositem nos queratinócitos.
Dentre os tipos de melanina inclui-se a eumelanina, feomelanina, neuromelanina e
alomelanina, sendo a eumelanina e a feomelanina encontradas na pele, cabelos e
olhos dos seres humanos. A eumelanina, considerada com o pigmento castanho-
preto é a mais estudada; sendo uma macromolécula de 5,6-di-hidroxi-indole- (DHI) e
ácido 5,6-di-hidroxiindol-2-carboxilico (DHICA). A feomelanina (pigmento vermelho
amarelo) é responsável pela coloração do cabelo vermelho. É uma macromolécula
contendo enxofre composta por unidades de 1,4-benzoatiazina. A eumelanina tem
peso molecular variável, levemente solúvel ou insolúvel, apresentando baixo
conteúdo sulfidrílico e cujo processo de síntese gera subprodutos tóxicos.
Figura 3: Melanina. Fonte: Google Imagens

3.4 Síntese da Melanina

Os melanócitos contém, no seu citoplasma, organelas especializadas,


denominadas, melanossomas, onde ocorre a síntese e a deposição da melanina por
meio do armazenamento de tirosinase sintetizada pelos ribossomas. A tirosina é o
elemento essencial desse processo biossintético. A tirosina sofre atuação química
da tirosinase, que, em presença do oxigênio molecular, oxida a tirosina em dopa
(dioxifenilalanina) e está, em dopaquinona. Na cadeia reacional, surgem os dopa
cromos e, finalmente, o composto tirosina-melanina, que, combinando-se com
proteínas, origina as melanoproteínas, as quais por polimerização constituem a
melanina.

Figura 4: Formação da melanina. Fonte: Manual de Dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti (2001)

Os melanossomas completos de melanina são injetados no interior dos


queratinócitos, por meio dos prolongamentos dendríticos do melanócito. Esse
pigmento compreende dois tipos de melanina, que geralmente são encontradas
misturadas: a eumelanina, polímero marrom; e as feomelaninas, compostos
amarelo-avermelhados.
Agentes envolvidos na melanogênese com os respectivos Mecanismos de ação
Agente Ação Referência

Melanina Determinante da (MIOT et al, 2009)


pigmentação da pele.

Queratinócitos Recebem os (MIOT et al, 2009)


melanssomas.

Melanócitos São derivados dos (FERRO E DOS


melanoblastos e SANTOS, 2017)
sintetizam a melanina. (BOROJEVIC E
SERRICELLA, 2011)

Melanossomas Responsáveis pela (MIOT et al, 2009)


síntese e deposição de
melanina e da tirosinase.

PMEL Forma os melanossomas. (FESTAS, 2015)

COBRE (CU) Fundamental na formação (CHANG, TE-SHENG,


de pigmentos melânicos, 2009).
pois a tirosinase é uma
enzima cobre
dependente.

Tirosinase (TYR) Atua na síntese da (PEDROSA, 2013).


melanina, catalisando a
hidroxilação de tirosina
em DOPA e em seguida
oxidando em DOPA-
quinona.

TRP-1 e TRP-2 Atuam como enzimas (SLOMINSKI et al. 2004).


modificadoras de
velocidade da
eumelanogênese,
regulando e/ou
estabilizando esse
processo.

Glutationa/Cistina Atua na síntese de (WORFEL, 2009).


proteínas com a
metabolização de
xenobióticos regulando a
melanogênese.

MITF Regula a expressão de (VIDEIRA et al, 2012);


enzimas envolvidas na
melanogênese e (LEE et al., 2013).
consequentemente
sintetiza eumelanina.

POMC O POMC ativa MC1-R (VIDEIRA et al, 2012).


estimulando o acúmulo de
eumelanina.

Alfa-MSH Aumenta o número de (GONCHOROSKI e


melanócitos e CÔRREA, 2005).
queratinócitos, com
estímulo da produção de
melanossomas e
consequentemente sua
migração e transferências
aos queratinócitos.

PPARy Regula MITF interferindo (CHEN et al., 2014)


na melanogênese.

SCF É o mecanismo primário (DE OLIVEIRA e


para a regulação dos JUNIOR, 2003).
processos de proliferação
e diferenciação dos
melanócitos.

Endotelina Presente no (SALDANA-


desenvolvimento de CABOVERDE e KOS,
melanócitos com 2010).
proliferação, diferenciação
e migração de precursores.

GM-CSF É uma proteína liberada (SHI et al., 2006).


pelos queratinócitos
estimulando a
melanogenese e a
dendritogênese.

Melan-A Proteína fundamental para (Hoashi et al. 2005)


regulação, expressão,
estabilidade e ativação da
PMEL-17.

WNT-1 É uma glicoproteína (KIM, et al., 2013);


secretada por
queratinócitos e (WIDLUND, et al., 2003);
fibroblastos que através da
(LEMOS, 2017).
rota Wnt/b-catenin ativa a
melanogênese via MITF.

Mediadores Prostaglandina E2 (PGE2) (STARNER et al., 2010)


inflamatórios é um mediador inflamatório
que estimula a
melanogênese e dentritos
via AMPc.

ROS (Espécies reativas Lesiona a membrana (Jenkins e Grossman,


de oxigênio). estimulando a formação de 2013)
mediadores inflamatórios e
consequentemente a
melanogênese.
PAR-2 Única proteína reguladora (FESTAS, 2015).
da captação de melanina.
Sua ativação resulta no
aumento da atividade de
fagocitose nos
queratinócitos.

RAB-27ª É essencial na regulação (FESTAS, 2015).


da localização periférica de
melanossomos e funciona
na ancoragem de
melanossomas à actina
cortical.

Miosina Proteína envolvida no (ESPREAFICO et al.,


transporte e fusão 1998)
transmembrana.

Plasmina Ativa a secreção de (POOJARY e MINNI,


precusores da fosfolipase 2015).
A2, que atuam na
produção do ácido
araquidônico e induzem a
liberação de fator de
crescimento de fibroblasto
(bFGF)

Tabela 1. Agentes envolvidos na melanogênese com os respectivos mecanismos de ação. Fonte: Miot et al,
2009.

3.5 OS FOTOTIPOS DE PELE DE FITZPATRICK

A classificação mais conhecida para os tipos de pele foi desenvolvida em


1975 pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick. Essa classificação
apresenta sete fototipos sendo o fototipo I da pele mais clara e o fototipo VI da pele
mais escura (figuras 5,6,7,8,9,10 apresentam cada tipo de pele segundo Fitzpatrick).
A cor natural da pele pode ser constitutiva, quando é controlada por fatores
genéticos, ou facultativa, quando depende da exposição ao sol e a capacidade de
cada pessoa se bronzear, levando também em consideração a sensibilidade e a
vermelhidão quando exposta a radiação ultravioleta.

A tipificação cutânea de Fitzpatrick tem seu valor diagnóstico comprovado,


auxiliando assim nos estudos de caso-controle de possíveis danos causados pelo
sol em uma pessoa e o risco de câncer de pele, bem como a resposta dos
diferentes tipos de pele aos procedimentos cosméticos e estéticos.
As imagens a seguir mostram os sete tipos de pele segundo Fitzpatrick

Figura.5: Tipo I (Áustria).Fonte: Google Imagens. Figura.6: Tipo II (Espanha).Fonte: Google Imagens.

Figura.7: Tipo III (Japão). Fonte: Google Imagens.

Figura.8: Tipo IV (Laos).Fonte:Google Imagens Figura.9: Tipo V (Mauritânia).Fonte: Google Imagens

Figura.10: Tipo VI (Mali). Fonte Google Imagens.

Tabela de classificação de cores de pele segundo Fitzpatrick


Fototipo Exposição IPD PPD Coloração (área UV-A MED UV-B MED
Solar não exposta a
radiação) (mJ/cm2) (mJ/cm2)

I Queima Ausente Ausente Branco marfim 20–35 15–30


facilmente,
nunca
bronzeia.

II Queima Fraco Fraco Branco 30–45 25–40


facilmente,

bronzeia
minimamente
e

com
dificuldade.

III Queima Definido Baixo Branco 40–55 30–50


moderadamen
te,

bronzeia
moderadamen
te

e uniforme.

IV Queima Moderado Moderado Bege oliva 50–80 40–60


minimamente,
levemente
bronzeia
moderadamen bronzeada.
te

e com
facilidade

V Raramente Intenso Intenso Marrom claro 70–100 60–90


queima, forte e
ou bronzeada
bronzeia intenso.
bastante.

VI Nunca Intenso Forte e Marrom escuro 100 90–150


queima,
bronzeia intenso. ou preto
bastante.

Tabela 2. Classificação segundo Fitzpatrick. (FONTE: SACHDEVA, 2009).

4 DOENÇAS HIPERCROMÁTICAS E MELANODERMIAS CONGÊNITAS OU


HEREDITÁRIAS

A cor da pele é dada pela mistura de quatro biocromos: carotenóides


(amarelo), hemoglobina reduzida (azul), oxi-hemoglobina (vermelho) e melanina
(marrom). A melanina é o principal determinante da coloração da pele, sendo que
variações geneticamente controladas na sua quantidade e distribuição determinam
as diferentes cores da raça humana.
Discromias são alterações na coloração da pele resultantes da diminuição
(hipomelanoses) ou do aumento (hipermelanoses) da melanina e da deposição de
substâncias endógenas ou exógenas na derme (hipercromias).

4.1 Hipomelanoses adquiridas


Figura.11: Doença de Vitilígo. Fonte: Google Imagens.

4.2 Doença: Vitiligo

Classificação: Melanocitopênica
Características clínicas: Doença relativamente frequente entre 10 e 30 anos
de idade e de incidência em torno de 1% a 4% na população mundial, afeta ambos
os sexos. Manchas acrômicas assintomáticas, de limites bem definidos, com forma
e extensão variáveis. Há uma tendência em à distribuição simétrica e predileção por
áreas como o couro cabeludo, periorbitárias, Peri bucal, retroauriculares, pescoço,
axilas, punho, dorso das mãos, genitália, face ântero lateral das pernas, joelhos,
maléolos e dorso dos pés.
Tratamento: Fotoproteção, maquiagem corretiva, corticoides tópicos
(betametasona, triancinolona): úteis em lesões localizadas. A repigmentação inicia-
se entre 2 e 4 meses e pode ocorrer em até 50 % dos casos; oto quimioterapia
sistêmica (PUVA): para os casos de vitiligo extenso. O paciente ingere o 8-
metoxipsoraleno 2 horas antes da exposição a uma fonte de luz ultravioleta A, 2 a 3
vezes/semana. Repigmentação inicial é observada após 15 sessões. É contra
indicado a crianças e pacientes com pele clara. UVB Narrow-Band: para os casos
extensos a partir dos 6 anos de idade. É uma fototerapia tão efetiva quanto o PUVA,
porém mais segura; imunomoduladores tópicos (pimecrolimus e tacrolimo): existem
relatos de casos com repigmentação completa de lesões especialmente na face;
calcipotriol tópico: há relatos de casos com repigmentação de lesões disseminadas
quando associado ao UVB Narrow-Band; despigmentação: para os casos de vitiligo
extenso resistente aos outros tratamentos. Consiste na aplicação tópica de
monobenzil éter de hidroquinona em creme 2 vezes/dia na pele sã. Como a droga
destrói os melanócitos, a despigmentação é definitiva; micro enxertos autólogos:
para lesões localizadas e estáveis. Resultado estético satisfatório.
Figura 12: Efélides. Fonte: Google Imagens.

4.3 Doença: Efélides (sardas)

Classificação: Melanótica
Características clínicas: Manchas pequenas, que variam do castanho-claro
ao escuro, em áreas de exposição solar. Surgem entre os 6 e 18 anos de idade, nos
indivíduos de pele clara. Casos exuberantes podem representar formas mínimas de
xeroderma pigmentoso. Quando localizada na mucosa labial de mulheres jovens,
recebe o nome de mácula labial melanótica.
Tratamento: Puramente estético, e feito com foto proteção, cremes
despigmentantes, laser e luz intensa pulsada.

Figura 13: Nevo de Ota e Nevo de Ito. Fonte: Google Imagens.

4.5 Doença: Nevo de Ota e Nevo de Ito

Classificação:Melanocítico
Características clínicas: Nevo de Ota é um tipo de Mancha mongólica de
distribuição no primeiro e segundo ramos do nervo trigêmeo. Está associada com
frequência à pigmentação ocular. Quando localizado nas regiões do ombro, área
supraclavicular e pescoço, é chamado de nevo de Ito.
Tratamento: O tratamento é puramente estético e realizado com laser.
Figura 14: Melasma. Fonte: Google Imagens

4.6 Doença:Melasma

Classificação:Melanótica
Características clínicas: Hiperpigmentação de coloração castanho-claro a escuro,
uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, principalmente na porção
central da face de mulheres jovens e pardas. Dentre as causas descritas estão a
exposição solar, a gestação, o uso oral de estrogênios-progestagênios e difenil-
hidantoína. O diagnóstico é clínico e auxiliado pela luz de Wood, que permite
classificar o Melasma em quatro tipos:

1. Epidérmico: cor mais acentuada à luz de Wood. É o mais frequente (70%) e que
tem melhor prognóstico.
2. Dérmico: há atenuação ou nenhuma mudança na cor.
3. Misto: há áreas de atenuação e de acentuação da cor.
4. Inaparentes: as lesões tornam-se inaparentes. Ocorre em peles tipo V ou VI.
Tratamento: Fotoproteção, hidroquinona: é a droga mais efetiva no tratamento do
Melasma. É usada em preparações tópicas 1 a 2 vezes/dia. Os resultados
terapêuticos só aparecem após 6 a 8 semanas; fórmula de Kligman: é a associação
de hidroquinona, tretinoína e dexametasona. É mais potente que a hidroquinona
sozinha, porém tem mais risco de irritação; ácido azelaico: é uma alternativa à
hidroquinona e tretinoína, já que não causa fotossensibilidade e geralmente leva a
menos irritação. Deve ser usado 2 vezes/dia; lasers e luz pulsada: existem relatos
de casos de melhora do Melasma com alguns tipos de lasers e luz pulsada.

4.7 O que são ativos clareadores


Ativos clareadores são substâncias que atuam inibindo a síntese da melanina,
atuando por meio da oxidação e inativação da tirosinase, na inibição da
transferência da melanina aos queratinócitos, na descamação da pele para o
excesso do conteúdo de melanina e na ação antioxidante. Abaixo apresentam-se os
ativos de cada uma dessas classes.
Antioxidantes: Atuam inibindo a tirosinase de forma competitiva, inibindo o
processo de formação da melanina em diferentes fases, reduzindo a oxidação de
DOPA; ao diminuir a atividade da tirosinase e oxidação de cisteilnildopa.
Mecanismo de ação: O mecanismo de ação do sistema antioxidante da pele
funciona em sinergia. A SOD consegue converter a ERRO O-2 em H2O2 e prevenir
danos que poderiam ser causados por esse radical. Depois dessa reação, uma
enzima chamada CAT faz a decomposição do H2O2 em água (H20) e oxigênio (O2)
esse processo resulta em duas moléculas de água, uma de glutationa oxidada
(GOX) e uma de produto correspondente que não possuí atividade tóxica chamada
(PRC).
Os antioxidantes são moléculas responsáveis pela redução do estresse oxidativo,
ele é composto por substratos enzimáticos e não enzimáticos dentre eles se
destacam a glutationa (GPX), a catalase (CAT), a superóxido dismutase (SOD) e
entre as não enzimáticas estão o betacaroteno, vitamina A, C e E.
Os antioxidantes endógenos nem sempre estão em quantidade suficiente para
contornar o estresse oxidativo produzido por agressões exógenas, fazendo-se
necessário a reposição deles através de alimentos ou cosméticos com ativos para
essa finalidade. As atividades antioxidantes externas são encontradas mais
frequentemente em extratos de plantas com alto teor de polifenóis, flavonoides e
vitaminas.
Os Polifenóis se caracterizam por compostos fenólicos com atividade
antioxidantes, entre eles estão os flavonoides, que interagem no processo de
clareamento da pele. O mecanismo de ação dos compostos fenólicos se dá através
da inibição não competitiva da tirosinase; já a sua atividade antioxidante está
relacionada a sua estrutura química, onde a presença de anel benzênico associado
a grupos de hidroxilas em estrutura cíclica agem doando átomos de hidrogênio ou
de elétrons, transformando radicais livres em substâncias estáveis. Apresentando
assim propriedades de redução do estresse oxidativo e atividade quelante de
metais.
O fato dos extratos de polifenóis proporcionarem atividade quelante de metais, pode
ter contribuído para a inibição da tirosinase através da quelação do íon cobre;
responsável pela ação da enzima da tirosinase no processo de produção da
melanina.

Despigmentantes: Agentes despigmentantes agem como redutores da atividade da


tirosinase, que pode ser de modo reversível ou irreversível. A irreversível pode ser
do tipo competitivo ou não competitivo. Os competitivos possuem características
similares as do substrato; competem com ele na ligação com a enzima e impedem a
formação do produto.
O não competitivo reversível não compete com o substrato. Ele precisa da ligação
do substrato com a enzima; nesse caso ele só funciona com quantidades suficientes
do substrato. O inibidor irreversível se liga no sítio ativo da enzima irreversívelmente
formando ligações covalentes e pode destruir grupos funcionais importantes; pode
ser progressivo até determinada concentração atingindo a inibição máxima da
enzima. Um exemplo de inibidor irreversível muito utilizado no mercado e
reconhecido como um dos inibidores mais eficientes de melanogênese é a
hidroquinona.

5 OS ATIVOS CLAREADORES MAIS UTILIZADOS


Hidroquinona

Figura 15- Molécula da Hidroquinona. Fonte: Google imagens.

A hidroquinona também chamada de 1-4dihidroxibenzeno, é um composto orgânico


aromático o qual é um tipo de fenol, de fórmula molecular C6H4(OH)2, cujo a qual a
sua estrutura química possui duas hidroxilas ligadas a um anel benzênico na
posição para. Ela pode ser encontrada na natureza no trigo, na cerveja, no café, no
fumo de tabaco e no alcatrão da hulha. A sua ação clareadora interfere na síntese
da melanina, inibindo a atividade da tirosinase, e quando utilizada de forma
prolongada começa a degradar as membranas do complexo de Golgi, impedindo a
transferência dos melanossomos para os queratinócitos, podendo ocasionar
possíveis manchas hipocrômicas; é uma substância fotossensível, não é incomum
causar irritações, onde se faz necessário a interrupção do seu uso. Os seus efeitos
pigmentantes são reversíveis, sua concentração usual geralmente é de 2% e o seu
uso deve ser acompanhado de um filtro solar.

Características farmacológicas: Havens e Tramposch observaram que a


hidroquinona atuaria, não como inibidora da tirosinase, mas como um substrato
alternativo da enzima, competindo com a tirosina por esta enzima. Palumbo et al,
1992, comprovaram que o efeito inibitório da hidroquinona na melanogênese seria o
resultado de uma competição eficaz da mesma com a tirosina pela enzima

tirosinase.
Efeitos adversos: Com maior frequência pode ocasionar: eritema, sensação leve
de queimação e hipersensibilidade ocasional, como dermatite de contato localizada.
Outras reações menos frequentes, como ocronose exógena e manchas marrons
reversíveis nas unhas, também estão relacionadas ao uso de Hidroquinona. No
caso de ocronose exógena, está relacionada ao uso de Hidroquinona por períodos
prolongados.

Ácido Azeláico

Fig. 16. fungo Malassezia furfur. Fonte: Google Imagens

Esse ácido é um ácido dicarboxílico, de cadeia saturada, de fórmula molecular


C7H14(COOH)2, que pode ser encontrado na natureza através do trigo, centeio e
cevada. Este ativo também pode ser produzido pelo fungo Malassezia furfur, uma
levedura que vive naturalmente na pele. Ele é normalmente empregado no
tratamento da acne, da rosácea, da pigmentação cutânea, das sardas, dos nevos e
das manchas senis. Sua recomendação de uso é entre 10% a 20% em cremes e
loções.
Características farmacológicas: Ele é um inibidor competitivo das enzimas de
óxido-redução prevenindo a interação da tirosina com a tirosinase funcionando
como um inibidor competitivo e também com um antioxidante.
Efeitos Adversos: Irritações locais, rubor, descamação, prurido e ardor que
diminuem no decorrer do tratamento.

Ácido Kójico

Fig.17.Fungo Aspergillus/ Fungo Penicillium. Fonte: Google Imagens

Esse ácido é derivado das espécies de fungos Aspergillus e Penicillium. Sua


fórmula molecular é C6H6O4.

Características farmacológicas: Acredita-se que a sua ação se dê por meio da


quelação dos íons cobre no sítio ativo da tirosinase, além de inibir a conversão da
dopacroma em 5,6-dihiidroxiindol-2 ácido carboxílico. Geralmente ele é empregado
nas concentrações de 1% a 3% juntamente com outros agentes despigmentantes.
Efeitos adversos: Ele é menos irritante e mais suave do que os demais
clareadores de manchas, não causa fotossensibilização o que pode ser considerado
como ponto positivo, pois possibilita o seu uso durante o dia também.

Resveratrol
Fig.18.Semente de uva. Fonte: Google Imagens

É um polifenol, encontrado nas sementes de uvas, mais especificamente na película


das uvas pretas e no vinho tinto e na pele do amendoim, sua fórmula molecular é
C14H12O3. Geralmente a sua dose usual é de 5 a 15 mg podendo chegar no
máximo a 50 mg por dia.

Características farmacológicas: O resveratrol possui propriedades anti-


inflamatórias ajudando na preservação de uma estrutura saudável da pele,
combatendo os radicais livres formados pelo estresse oxidativo. Além disso, ele
apresenta atividade inibitória sobre a enzima tirosinase, contribuindo para a
homogeneidade na coloração da pele, iluminando-a.

Efeitos adversos: Não foi verificado nenhum efeito adverso nas pesquisas.

Uso do Resveratrol como clareador

Um estudo feito por Na e colaboradores (2019), considera o uso do resveratrol no


tratamento de manchas senis e melasma, sendo ideal que esse ativo seja aplicado
no local da hiperpigmentação antes do fotoprotetor. Isso porque o resveratrol é
fotodegradado quando é exposto a luz intensa, o que pode reduzir a sua
estabilidade e a sua eficácia. Com o uso de filtros Uv (orgânicos ou inorgâmicos),
como octocrileno e dióxido de titânio, ocorre uma sinergia. Essa sinergia torna
possível prevenir e reduzir a sua decomposição, aumentar a sua estabilidade na
pele e sua biodisponibilidade e prevenir a sua recristalização.

Outro estudo feito pela companhia francesa Actichem trabalha com um ingrediente
retirado do extrato da raiz de parreira de Bordeux que contém alta concentração de
resveratrol 5%. Ao realizar os testes in vitro o ativo se demonstrou superior na
inibição da tirosinase 13,5% em relação ao ácido kójico.
Stake (2015) realizou um estudo in vitro que teve como objetivo desenvolver e
caracterizar sistemas nanoestruturados contendo trans-resveratrol para comprovar o
seu efeito despigmentante. Ensaios enzimáticos comprovaram que as formulações
contendo o ativo trasn-resveratrol foram capazes de inibir 50% da enzima tirosinase
e de desempenhar a atividade despigmentante desejada. Segundo os dados do
estudo na concentração de 22,31 Mg/ml é capaz de inibir metade da ação
enzimática, com pH entorno de 4,92.

Ácido Glicólico

Figura 19- Molécula do Ac. Glicólico. Fonte: Google imagens.

É considerado o menor α-hidroxiácido (AHA), possui característica de um cristal


incolor, higroscópico, inodoro e muito solúvel em água, sua fórmula molecular é
C2H4O3. Encontrado na natureza em algumas plantas açucareiras e na indústria é
produzido pela produção do ácido cloroacético como hidróxido de sódio, seguido de
uma re-acidificação, pode ser expresso pela seguinte equação:
ClCH2CO2 H+NaOHHOCH 2CO2H+NaCl
Características farmacológicas: Geralmente o seu uso está associado à prática
de peelings como esfoliante renovando a camada da pele que foi feito o tratamento.
Sua ação provoca vasodilatação, diminui a espessura e a compactação do estrato
córneo, acelera a renovação celular da epiderme através de uma célula chamada
queratinócito que quando formada ela é empurrada para as camadas mais
superficiais da pele fazendo com que se reproduzam novas células na epiderme,
estimulando assim a síntese de colágeno; além de diminuir a adesão entre os
corneócitos melhorando assim a absorção de outras substâncias associadas. Tem
aplicações hidratantes, esfoliante, queratolítico, antiacnéico e rejuvenescedor.

Efeitos adversos: Eritema persistente, hiperpigmentação, aumento da


predisposição ao herpes simples, e eventualmente, pode deixar cicatrizes
hipertróficas.
Ácido Lático

Figura 20- Molécula do Ac. Lático. Fonte: Google imagens.

O ácido lático é um composto orgânico de função mista (ácido carboxílico e álcool),


foi descoberto pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele, no leite coalhado.
Ele também é um ácido da classe α-hidroxipropanóico, o lactato é a sua forma
ionizada e é muito utilizado na indústria de cosméticos. Ele pode ser sintetizado na
natureza através de animais mamíferos ou produzido na indústria através da
bioconversão da cana de açúcar que é fermentada por uma cepa de bactéria
+selecionada, ocorrendo desmineralização, concentração e purificação.
Características farmacológicas: Possui ação bactericida, antialérgico, anti
inflamatório, anti reumático, regulador de pH da pele, hidratante e umectante e
clareador da pele.
Efeitos Adversos: Não foi verificado nenhum efeito adverso nas pesquisas.

Niacinamida (Vitamina B3)

Figura 21- Molécula da Niacinamida. Fonte: Google imagens.

É a amida correspondente ao ácido carboxílico niacina (ácido nicotínico), conhecida


também como nicotinamida e vitamina B3, é uma substância natural e hidrossolúvel,
tem propriedades antioxidantes.
Características farmacológicas: Utilizada para tratamento tópico de acne leve a
moderada.
Efeitos Adversos: Ressecamento da pele, prurido, eritema, sensação de
queimação e irritação no local de aplicação.

Licorice

Fig.22.Glycyrrhiza glabra. Fonte:Google Imagens

Nome científico Glycyrrhiza glabra, nome popular alcaçuz de composição química:


flavonóides,ácido glicirrízico (extrato padronizado de 30% de ácido glicirrízico).
O ácido glicirrízico é encontrado na raiz da planta, e dessa mesma planta também é
extraído o glabridin que é obtido com extração de etanol anidro, seguido de uma
outra extração com ácido etil acetato. O glabridin é comercializado com o nome de
Aqua Licorice Extract PT.
O Aqua Licorice Extract PT é um clareador natural que inibe a enzima tirosinase,
inibindo a síntese de melanina. Ele possui atividade semelhante ao superóxido
dismutase (SOD), que é uma enzima específica na eliminação do radical ânion
superóxido. A eliminação dessa forma ativa de O2 pela enzima SOD está ligada
intimamente no processo de formação de lipoperóxidos; que estão diretamente
relacionados ao processo de envelhecimento cutâneo; câncer de pele e inflamação
da pele pelos raios solares.
Efeitos Farmacológicos: Tem propriedades bacteriostáticas e possui excelente
atividade antimicrobiana, é indicado para a despigmentação de manchas induzidas
pela alta exposição solar, pois tem efeito clareador e rejuvenescedor.
Efeitos Adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas.
Ácido Retinóico (Tretinoína)

Figura 23- Molécula do Ac. Retinóico. Fonte: Google imagens.

Ácido retinóico conhecido também como tretinoína é uma forma oxidada de vitamina
A. A vitamina A foi descoberta em 1913 e ela é responsável pela manutenção dos
epitélios e crescimento, além de ser essencial também para a visão. Em 1930 ao
analisar a sua estrutura química descobriram o retinol, que é uma molécula álcool
que ao sofrer uma série de modificações químicas da origem a outros compostos;
como o palmitato de retinol (éster) e a tretinoína (ácido retinóico).
Características farmacológicas: É considerada uma das drogas mais eficazes no
tratamento da acne, facilita a eliminação dos comedões, proporciona a eliminação
das pápulas existentes, retirando todas as manchas causadas por acnes.
Efeitos Adversos: Causa eritrema no local da aplicação, descamação da pele,
prurido no local da aplicação, dor na pele, irritação, sensação de sensibilidade,
ardência, sensação de picadas no local da aplicação e pele ressecada.

Uso da Tretinoína através do microagulhamento no tratamento de disfunções


estéticas

A descoberta da eficácia do uso da tretinoína foi feita por Kligman e colegas (1984).
Nesse estudo o autor tratou a pele de rato fotoenvelhecida por 10 semanas com
tretinoína e observou uma zona significante de reparo e produção de novo colágeno
nas papilas dérmicas, além de observar uma supressão das rugas. Fisher e colegas
(1996),realizaram um pré-tratamento com tretinoína antes de irradiar com raios
ultravioletas. Nesse experimento foi demonstrado que o uso prévio de tretinoína
bloqueou a produção de colagenases e gelatinases, prevenindo a degradação do
colágeno.

Em 1986 Kligman aplicou tretinoína a 0,05% na pele da face e antebraço


fotoenvelhecida por 3 a 12 meses. Houve melhora clínica na pele, além disso,
exames demonstraram reposição de fibras de reticulina e formação de novo
colágeno (tipo 1 e 3) acompanhado por angiogênese da papila dérmica.
Apartir dessas descobertas inúmeros trabalhos foram realizados com a tretinoína.
Trabalhos mais curtos evidenciaram a pele com brilho rosado característico. Através
da continuidade do tratamento a pele continuava a melhorar. Os estudos mais
curtos demonstraram diminuição do extrato córneo, com deposição de
glicosaminoglicanos, melhora de rugas finas e espessamento epidérmico Weiss et
al(1988),Leveretal(1990);Shukuwaetal(1993).

Olsen e colegas (1997) demonstraram que a aplicação de tretinoína 3x/semana é


mais eficaz do que 1x/semana e que a descontinuação do uso leva uma reversão
parcial dos benefícios.
As concentrações mais elevadas de tretinoína foram propostas após um tempo de
estudo; pois o uso em concentrações baixas apresentava resultados lentos em um
longo período, levando a descontinuação do tratamento. Por outro lado, o risco de
concentrações mais elevadas aumentava o risco de irritação, eritema e dermatite.
Kligman e colegas (1998) avaliaram o uso de tretinoína a 0,25% em 50 mulheres.
Para evitar efeitos colaterais nas primeiras 2 semanas o creme foi usado em noites
alternadas e após, todas as noites. Em apenas 4 a 6 semanas ouve apenas uma
melhora em rugas finas, hiperpigmentação, elasticidade, hidratação, angiogênese, e
deposição de colágeno nas zonas de elastose solar e a extensão do resultado foi
similar com estudos de 6 a 12 meses. Além disso, as altas doses de tretinoína foram
bem toleradas pelos pacientes.
O ácido retinóico pode ser utilizado em face, mãos, colo, pescoço, dorso e braços.
Ele está disponível em diversas concentrações de 0,01% a 0,1% em cremes ou gel
para uso pelo próprio paciente e em concentrações mais elevadas (1 a 5%) para
uso em consultórios com aplicações feitas a cada 1 ou 2 semanas e em número
variável de acordo com a resposta de cada paciente. A descamação inicia-se em
torno do 2° e 3° dia pós-peeling.

Arbutina (Uva Ursina)


Fig.24: Uva Ursina Planta.Fonte:Google Imagens.

Conhecido também como arbutin é considerado um glicosídeo, uma hidroquinona


glicosilada extraída da planta bearberry do gênero Arctostaphylos, mais conhecida
como Uva-Ursina, além disso também pode ser encontrada em grandes
quantidades na planta Organum Manjarona (Manjerona). Esse ativo tem o potencial
de inibir a tirosinase e prevenir a formação de melanina, é utilizado como uma
alternativa da hidroquinona no tratamento de hipercromias para o clareamento da
pele por ser considerado mais estável, não apresentar citotoxicidade e permitir
utilização por períodos maiores. Ao inibir a hidroxilação da tirosina e a atividade de
DOPA oxidase da tirosinase. A diferença maior entre ela e a hidroquinona é que a
hidroquinona possuí capacidade de interferir no processo inicial da diferenciação do
melanócito até a formação da melanina, já o arbutina não provoca diferenciação da
estrutura da célula. O alfa arbutin é um isómero da arbutin natural, e é produzido por
transglutinação da hidroquinona por glicosiltransferases microbianas.
O alfa arbutin é considerado 10 vezes mais eficaz do que o arbutin, existem sete
diferentes enzimas microbianas capazes de produzir alfa arbutin que são a alfa
amilase, a sacarose fosforilase, ciclodextrina, glicosiltransferase, alfa glicosidase,
dextransucrase, amilossucrase, sacarose isomerase.
Características farmacológicas: Ação despigmentante, clareador de manchas,
olheiras, melasma, prevenção de manchas.
Efeitos Adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas.

Efeito clareador do alfa arbutin

Salustiano (2014) cita em seu estudo que os compostos fenólicos, como o isômero
do arbutin, o alfa arbutin, são conhecidos por exibirem, em geral, elevada atividade
antioxidante, tendo por isso o potencial de atenuar o estresse oxidativo ao diminuir a
presença de radicais livres.
Em seu trabalho, Boo (2021) relata que o alfa arbutin pode reduzir os níveis de
moléculas estáveis e altamente reativas, eliminando diretamente os radicais livres
ou aumentando indiretamente a capacidade antioxidante das células. Essas
propriedades antioxidantes podem contribuir para a ação inibitória do alfa arbutin na
síntese de melanina das células. O autor demonstra também que o tratamento no
modelo de pele humana com alfa arbutin 250 Mg por tecido reduziu o conteúdo de
melanina ao nível de 40% quando comparado ao controle, sem causar morte
celular.
Para Tassinary (2021), a concentração estudada e segura do alfa arbutin é de 0,2%
a 1,5% em formulações de cremes cosméticos. Os resultados desse estudo
mostraram que esse ativo atua bloqueando a biossíntese epidérmica da melanina
por meio de inibição da oxidação enzimática da tirosina, a DOPA. Atuando
principalmente para minimizar as manchas já existentes, destaca também que o
efeito mais pronunciado na pele foi obtido após um mês de tratamento.

Aloína 20%

Fig.25: Aloe Vera Planta. Fonte: Google Imagens.

Conhecida popularmente como Aloe Vera é uma das substâncias encontradas nas
folhas da planta babosa, suas propriedades vem sendo utilizadas desde 500 a.c
onde egípcios faziam uso terapêutico para tratar infecções de pele. O gel de Aloe
Vera possuí cerca de 98,5% a 99,5% de água e contém mais de 200 componentes
diferentes, sendo os polissacarídeos os componentes mais abundantes, entre
outros compostos estão os açucares solúveis, glicoproteínas, antraquinonas
fenólicas, flavonoides, flavonóis enzimas, minerais, aminoácidos essenciais e não
essenciais, esteróis, saponinas e vitaminas.
Características Farmacológicas: Constipação intestinal, dermatite seborreica,
ulceras pépticas, tuberculose, infecções fúngicas e redução do açúcar no sangue.
Efeitos Adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas.

Como é feita a extração da Aloína

Para realizar o processamento das folhas, os seus produtos são separados em gel e
córtex. Para a extração do gel de A. Vera, segundo o trabalho de Munõz e
colaboradores, as folhas coletadas e lavadas individualmente com água destilada e
cloro a 0,5%. O córtex foi cuidadosamente separado do parênquima e os filetes
lavados com água destilada para remover o exsudato das superfícies. Os filetes de
A. Vera foram armazenados por no máximo 1 hora a 18c° antes da liofilização.
Em outro estudo a A. Vera foi desidratada em estufa de ar a 45+- 2c° por 2 horas e
moída por 3 minutos. O pó de A. Vera foi colocado em um aparelho de soxhlet de
vidro, ligado a um condensador e um balão de fundo redondo, contendo 200 ml de
solvente (água destilada ou etanol). Os solventes foram destilados em evaporador
rotativo a vácuo em diferentes combinações de tempo e temperatura a 210 rpm.
Após o extrato foi filtrado e vertido em placas de vidro que foram colocadas em
incubadora durante 36 a 48h para secagem e extrato seco foi coletado e
armazenado a (4+- 1 c°).

Ácido Ascórbico (Vitamina C)


Fig.26: fruta laranja. Fonte: Google Imagens.

A vitamina C mais conhecida como ácido ascórbico é encontrada em alimentos


como frutas e legumes, muito sensível à altas temperaturas podendo ser até mesmo
destruída por elas em um logo período de exposição. O ácido ascórbico atua no
metabolismo do tecido conjuntivo, seu reconhecimento se teve desde o século 16,
pelo médico escocês James Lind quando a doença chamada escorbuto começou a
surgir James foi o primeiro a procurar uma profilaxia para o tratamento dessa
doença e em seus estudos ele descobriu que ela se dava por falta da vitamina C,
baseado nisso ele começou a prevenir essa doença através da utilização do sumo
de frutas cítricas, seu estudo foi pioneiro no ramo de estudos controlados na
medicina que se tem notícia da época.

O ácido L-ascórbico é fundamental para o funcionamento das células atuando no


tecido conjuntivo auxiliando na formação do colágeno e na biossíntese do colágeno
auxiliando as enzimas lisil e prolil hidroxilase que catalisam a hidroxilação dos
resíduos prolil e lisil nos polipeptídios colágenos, esse processo forma a secreção
do procolágeno no meio extracelular. Além disso, a lisil e a prolil são enzimas
férricas e previnem a oxidação do ferro protegendo assim as enzimas contra a auto-
inativação. A vitamina C regula também a síntese do colágeno tipo II e tipo III pelos
fibroblastos dérmicos humanos.
Características Farmacológicas: Auxilia no funcionamento do sistema imune,
auxilia na formação do colágeno deixando a pele com aspecto mais jovem e bonita,
auxilia na regeneração da forma reduzida da vitamina E, auxilia no metabolismo
energético, auxilia no metabolismo de proteínas e gorduras, auxilia na absorção de
ferro nos alimentos, atua na redução das sardas, cloasmas e manchas na pele,
previne o envelhecimento e reduz a aparência de rugas.
Efeitos Adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas, á
vitamina C pode ser utilizada diariamente em todos os tipos de peles, o único
cuidado a ser levado em conta seria fazer o seu uso combinado com a utilização de
um protetor solar, isso se deve ao seu alto poder de oxidação através da luz solar
que pode encurtar a sua durabilidade na pele.

O efeito clareador da vitamina C

As primeiras pesquisas de vitamina C em cobaias foram feitas á 56 anos atrás em


1967 pelo cientista Imai e colaboradores, eles utilizaram creme de fosfato de ácido
ascórbico a 3% em animais e observaram a sua absorção até a camada basal.
Fizeram também comparações pelas duas vias oral e percutânea, na dosagem de 1
g/dia e observaram uma melhora no resultado em relação ao clareamento da pele
com o uso tópico da medicação.
Nesse mesmo estudo foram feitos testes tópicos com uma pomada de fosfato de
ácido ascórbico no qual foi comprovado que esse composto exerce efeito supressor
da pigmentação por meio da supressão da ação da tirosinase pelo ácido ascórbico.

Palma Rosa ( Cymbopogon Martini)

Fig.27: Planta Palma Rosa. Fonte: Google Imagens

O óleo essencial de Palma Rosa é composto em sua maior parte por geraniol, uma
molécula de álcool monoterpênico acíclico derivados de óleos essenciais. Ele é
muito utilizado na indústria farmacêutica como essência de perfumes por ter o odor
característico de rosa outra utilidade comprovada é que ele também serve como
repelente de insetos.
Características farmacológicas: O geraniol é um componente eficaz no
tratamento de manchas na pele, pois interfere na síntese de melanina, auxiliando no
clareamento, estimula a regeneração celular e possuí ação hidratante e reguladora
da sudorese.
Efeitos adversos: Ao utilizar como óleo essencial ou vegetal se deve cuidar na
concentração indicada pelo fabricante e sempre usá-lo acompanhado de uma base
em creme ou em gel, pois ele puro na pele causa queimaduras.

Extrato de Amora Branca (Morus Alba)

Fig.28: Amora Branca fruta. Fonte: Google Imagens

O extrato de morus alba contém flavonoides e apresenta propriedades


antioxidantes. Ele atua inibindo competitivamente a atividade da tirosinase muito
semelhante a hidroquinona e ao ácido kójico.
Características Farmacológicas: Possuí atividades anti-inflamatórias,
adstringentes, antioxidante, cicatrizante, expectorante, emoliente, diurética,
reposição hormonal.
Efeitos adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas em
laboratório.

Estudos comprovam a eficácia de clareamento da Morus Alba

Em um estudo dirigido na University of California School of Medicine, foi utilizado um


modelo de porco da índia, no qual a hiperpigmentação foi induzida por UV, nesse
estudo se observou uma queda na produção de melanina com o extrato de Ramulus
mori (brotos da Morus alba L.).
Em um outro estudo dirigido pela King´s College, London, Reino Unido, foram
recrutados 50 pacientes com melasma para um estudo randomizado, simples-cego,
controlado com placebo. Vinte e cinco pacientes foram tratados com extrato oleoso
de amora a 75%; os demais, 25 pacientes, receberam placebo. Após feito os testes
no final foram feitas as leitura em um equipamento chamado mexameter o qual
mostrou reduções na hiperpigmentação com o tratamento ativo após oito semanas
de tratamento.
No que diz respeito ao perfil de segurança, o extrato oleoso da amora 75% causou
uma leve coceira em quatro pacientes, e 12 pacientes do grupo do placebo se
referiram a coceira ou eritema, com isso pode se concluir que o extrato de amora
branca pode ser considerado um agente clareador seguro, além disso, não foi
detectado toxicidade em um teste de irritação da pele humana.

Extrato de Manjerona (Origanum Majorana)

Fig.29: Planta Manjerona. Fonte: Google Imagens

A planta Origanum Majorana é mais conhecida popularmente como manjerona, sua


espécie é da família Lamiaceae (L.), é considerada uma planta herbácea originária
dos climas nórdicos. Ela cresce naturalmente no Egito, países do mediterrâneo
oriental e pode ser cultivada na Europa do Norte em países com clima tropical. As
partes utilizadas dessa planta em estudos são: as folhas, flores e óleo essencial.
A Origanum Majorana, possuí o ativo arbutina que está altamente ligado a inibição
da tirosinase e prevenção da formação de melanina, além de conter em suas folhas
grandes quantidades de polifenóis, sendo rica em anéis de fenóis, considerado um
dos grupos mais importantes de antioxidantes naturais. Entre esses compostos
presentes nessa erva aromática estão os flavonoides e o tocoferol.
Características farmacológicas: Possui ação antifúngica, antioxidante,
antibacteriana, eficaz na inibição da enzima tirosinase.
Efeitos adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso no estudo da
pesquisa.
Ácido Tranexâmico

O ácido tranexâmico possui ação inibidora da síntese da melanina, através da


redução da atividade da tirosinase e devido a uma possível ação na interação dos
melanócitos e queratinócitos através da inibição do sistema plasmina-
plasminogênio. E também em hipercromias não melanodérmicas, como clareamento
de olheiras, pois age como quelante de ferro existente na hemossiderina o ATX se
torna muito eficaz nesses tratamentos.
Características Farmacológicas: Indicado para a redução da pigmentação do
melasma e de manchas senis, hormonais, medicamentosas e por exposição solar,
além de possuir também atividade anti-inflamatória e de diminuição do crescimento
endotelial vascular.
Efeitos adversos: Pode ocorrer hipersensibilidade dérmica no local de aplicação
em alguns pacientes.

Ácido tranexâmico e seu uso como clareador

Em um estudo publicado em 1979 por Nijo Sadako, esse ativo foi utilizado para
tratar pacientes com urticária crônica e após duas semanas se observou a
diminuição do melasma nesses pacientes. A partir daí começou o primeiro ensaio
clínico para tratar a hiperpigmentação onde se obteve resultados positivos, iniciando
um estudo base para a realização de diversas pesquisas posteriores.
O ácido tranexâmico é um análago do aminoácido lisina, que é capaz de inibir o
processo de melanogênese por meio da inativação da plasmina, uma enzima
presente no sangue que degrada proteínas e exerce uma grande função na
formação do melasma. A lisina é capaz de aumentar a liberação de substâncias
como o ácido araquidônico, o hormônio alfaestimulador de melanócitos e o fator de
crescimento de fibroblastos, que são ativadores da melanina.
A plasmina é formada pela conversão do plasminogênio nessa enzima. Essa
conversão é induzida por fatores desencadeantes de hipercromias, como os raios
ultravioleta, a gestação e a utilização de contraceptivos.
A ação do ácido tranexâmico começa bem no início da formação dessa enzima, pois
ele interfere na conversão do plasminogênio em plasmina, neutralizando os efeitos
de seus ativadores, deixando assim de existir a comunicação de queratinócitos e
plasmócitos.
Kontze e Bianchetti (2018) realizaram um estudo com 23 pacientes onde aplicaram
uma formulçao tópica de ácido tranexâmico a 3% em toda a região facial, por 12
semanas. Os resultados finais do estudo apresentaram a eficácia do ativo e não
ocorreram efeitos colaterais significativos, 22 pacientes relataram melhora do índice
de melasma e 10 foram submetidos a biópsia de pele na qual foi comprovado a
diminuição na quantidade de melanina na epiderme.

5.1 Visão geral dos estudos in vivo e in vitro realizado para cada ingrediente
clareador comparados com a Hidroquinona

J.M. Gilbro e M.J. Olsson (2011) realizaram uma série de estudos em laboratório in
vitro e in vivo sobre os princípios ativos mais utilizados no mercado cosmético para
tratamento de melasma, efélides e manchas senis e concluíram que:
A Hidroquina em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da tirosinase e
inibição da melanina, inibição do metabolismo celular afetando a síntese de DNA e
RNA. Em estudo in vivo em pacientes com melasma mostraram redução da
pigmentação.
A Arbutina em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da tirosinase e
produção de melanina, inibição das atividades da tirosina hidroxilase e
DOPAoxilase. Em estudo in vivo os ensaios clínicos mostraram leveza geral da
pele e melhora em lentigos solares após tratamento de 12 semanas.
O Ácido Kójico em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da catecolase
da tirosinase. Em estudo in vivo foi feito um comparativo sobre o efeito clareador da
hidroquinona e o do ácido kójico no qual demostrou efeito semelhante entre eles.
O Ácido Azeláico em um estudo in vitro apresentou inibição da melanina em
células de melanoma. Em estudo in vivo feito em pacientes com hiperpigmentação
facial mostrou uma melhora na intensidade do pigmento em um ou mais graus, além
disso nesse mesmo estudo foi feito um comparativo que mostrou que o ácido
azeláico a 20 % é mais eficaz do que a hidroquinona a 2% em pacientes com
melasma.
A Aloesina em um estudo in vitro ela inibe as atividades da tirosinase, tirosina,
hidroxilase e DOPA oxidase e possui sinergia com o arbutin. Em um estudo in vivo
feito em clínica mostro uma supressão de 34% da pigmanetação no antebraço do
paciente.
O Resveratrol em um estudo in vitro mostrou uma redução das atividades MITF e
tirosinase. Em um estudo in vivo notou-se clareamento da pele de suínos Yucatan,
com confirmação histológica.
A Glabridina (Licorice) em um estudo in vitro o glabreno e a isoliquiritiginina do
extrato de licorice demostraram uma inibiação das atividades da mono e di-felonase
da tirosinase. Em um estudo in vivo os ensaios clínicos demonstraram resultados
excelentes em 90% dos pacientes tratados com creme de liquiritina.
A Niacinamida (Vitamina B3) no estudo in vitro não mostrou atividade sobre a
tirosinase de cogumelos ou sobre a melanogênese em cultura de melanócitos,
mostrou apenas uma inibição entre 35% a 68% da transferência dos melanossomos
em modelo de co-cultura. Em um estudo clínico in vivo mostrou melhoria
significativa sobre o controle em relação a rugas e linhas finas, sobre pontos de
hiperpigmentação e sobre pontos de vermelhidão.
Os Alfa Hidroxiácidos em um estudo in vitro os ácidos glicólico e lático inibiram a
formação de melanina em células de melanoma humano, a tirosinase foi inibida
também e não se notaram efeitos sobre o mRNA de tirosinase, TRP-1 e TRP-2. Em
um estudo in vivo com aplicação de ácido glicólico a 10% em pacientes com
melasma mostrou uma melhora em 90% dos pacientes.
O Ácido Retinóico em um estudo in vitro mostrou uma inibição da tirosinase e da
expressão de TRP1 concomitante com a síntese de melanina. Em um estudo in vivo
sobre o clareamento total da pele facial mostrou um clareamento em 68% dos
pacientes.
O Ácido Ascórbico (Vitamina C) em um estudo in vitro mostrou supressão da
formação da melanina em tirosinase purificada e em melanócitos. Em um estudo in
vivo a aplicação de creme com magnesium-L-ascorbyl-2-phosphate resultou em
clareamento da pele em 19 de 34 pacientes com cloasma ou manchas senis.

5.2 Pesquisa e desenvolvimento de filme polimérico contendo extrato de


Origanum majorana para aplicação como despigmentante e hidratante
Um estudo de desenvolvimento de medicamentos para tratamento de aplicação
como despigmentante feito pela universidade do sul de santa catarina (unisul) foi
feito utilizando a planta Origanum Majorana mais conhecida como manjerão. A sua
escolha foi baseada no fato das folhas dessa planta possuir um teor muito alto de
arbutina que fica entorno de 3 a 6%, a arbutina por sua vez já é comprovada
cientificamente que essa substância extraída de plantas e óleos essenciais atua na
inibição da enzima tirosinase, a qual é responsável pelo processo de clareamento
ou escurecimento da pele. Neste estudo foi pesado e moído 500 g da planta da
manjerona em um liquidificador e tamisas, separado 100 g, preparados 500 g da
planta com solução extratora (etanol: glicerina: água; 8:1:1) mantida nessa solução
durante 24 horas após filtrada e feita a evaporação do etanol. Feito isso foi realizada
uma formulação contendo o extrato padronizado de arbutina e um estudo clínico
para a verificação do efeito hidratante e despigmentante e o recrutamento de 16
voluntários para testes.
Esses voluntários receberam orientações quanto ao modo de uso e um molde para
identificar a região para a aplicação do produto, além de marcar a área de aplicação
do produto com caneta para que ele fosse aplicado sempre na mesma região.
Quanto ao resultado final verificou-se que o filme contendo o extrato de Origanum
Majorana incorporado na formulação de glicerol apresentou eficácia em todos os
voluntários quanto a redução significativa da pigmentação cutânea após 30 dias de
uso, segundo dados registrados através de microscopia durante o período do
estudo, a média de redução foi de 31,9%.

6 METODOLOGIA

Com base nessa pesquisa e em revisão de livros e artigos relacionados a esse


tema, foi elaborada uma formulação orgânica para teste do efeito clareador na pele
e sua comparação da hiperpigmentação antes e após a utilização do gel clareador.

6.1 Material e Métodos


Obtenção dos compostos testados óleo essencial de Palma Rosa
(Cymbopogon Martinii), óleo de Manjerona (Origanum Majorana) e gel creme
base de Babosa (Aloe vera)

O óleo essencial de Palma Rosa (Lote: 17027: Validade: Novembro 2025) foi
obtido da empresa Via Aroma.
O óleo essencial de Manjerona foi obtido em supermercado da região e
extraído através de extração por arraste a vapor.
O creme base em gel de Babosa (Aloe Vera) (Lote:G8015: Validade: Agosto
de 2024) foi obtido da empresa Via Aroma.

6.2 Composição dos ativos utilizados

Base creme gel hidratante


Extrato de Aloe Vera: Possui ação antioxidante, calmante, tonificante e
cicatrizante.
Óleo de semente de macadâmia: Hidrata e melhora a saúde da pele.
A base em gel utilizada é livre de parabenos, fragâncias, corantes, petrolatos, óleo
mineral e triclosan.

Figura 30- gel hidratante base. Fonte: Imagem autoral

Óleo essencial de Palma Rosa


Composição: Citral, Citronellol, Eugenol, Farnesol, Geraniol, D-Limonene, Linalool.
Figura 31- Óleo essencial de palmarosa. Fonte: Imagem autoral

Óleo essencial de Manjerona


Composição: Terpinen-4ol, Trans-hidrato sabineno, Y-terpineno, Sabineno e Alfa-
terpineno, Alfa arbutina.

Figura 32- Folhas da manjerona. Fonte: Imagem autoral.

6.3 Técnica de extração por arraste a vapor

A técnica de extração por arraste a vapor é umas das mais utilizadas pela
indústria pelo fato de ser mais simples e econômica, além de produzir uma grande
quantidade significativa da matéria vegetal de uma única vez. Esse método se
baseia na diferença de volatilidade de determinados compostos presentes na
matéria prima vegetal, e consiste em passar vapor de água por vaso extrator, o qual
contém um leito fixo de plantas aromáticas. O vapor entra em contato superficial
com a matéria prima da amostra e os compostos voláteis que possuem uma
pressão de vapor mais elevada que a da água com o fluxo crescente de vapor, são
arrastados em direção ao topo do balão seguindo em direção ao condensador. O
condensado, água e o óleo essencial emulsionados, são conduzidos ao erlenmeyer
e após são inseridos em um funil de separação para separar a faze oleosa que fica
sob a fase aquosa, esse tipo de separação é feita através da diferença de
densidade.

6.4 Montagem do sistema de extração

Antes da limpeza e preparação do material vegetal, para que a matéria prima


(Manjerona),fique o menor tempo possível exposto, antes da extração. Esse sistema
é composto por uma fonte de calor (a utilizada nesse projeto foi a chapa
aquecedora), 1 recipiente para a alocação da água, o qual estará sob a fonte de
calor, com a intenção de se gerar vapor (o utilizado no projeto foi o balão de
destilação Precion/Cral), 1 recipiente para a alocação da matéria prima (o utilizado
no projeto foi o balão de fundo redondo), 1 condensador, ( o utilizado no projeto foi o
condensador Libieg) , 1 frasco coletor (o utilizado no projeto foi um Erlenmeyer),
além de tubos de silicone, conectores de vidro, rolhas de silicone e 2 suportes
universais com garras. Na figura 25 pode se visualizar a forma básica para a
montagem para o sistema de extração por arraste à vapor indireta, esse mesmo
sistema pode sofrer alterações devido a disponibilidade dos materiais presente no
laboratório.

Figura 33 - Sistema genérico de Figura 34 – Funil de separação.


extração por arraste à vapor, de forma indireta. Fonte: Site Associação Brasileira de
Fonte: Site Associação Brasileira de Química (2015). Química (2015).
Figura 35- Sistema de extração por destilação de arraste à vapor indireto. Fonte: Imagem de autoral.

6.5 Limpeza do material

Já no laboratório o material foi lavado para retirar partículas do solo da manjerona,


foi feita a remoção das folhas dos caules e diminuído o tamanho delas por corte,
para que houvesse uma maior área de contato com o vapor com a folha.

6.6 Início do processo

Esse método é empregado para separa ás misturas imiscíveis, que nesse caso é a
mistura da água, que é polar e, o material vegetal (manjerona) que é polar, sendo
que dessa forma há um decréscimo do ponto de ebulição da mistura.
Sendo assim, após a montagem do sistema de destilação e a preparação do
material vegetal, deve-se colocar cerca de 100 ml de água destilada no primeiro
balão. No segundo balão deve-se adicionar 5 g de material vegetal, juntamente com
25 ml de água destilada. Após a adição desse material fez-se a conexão de todas
as partes e a vedação com papel alumínio, esta deve ser disposta sobre as
conexões para evitar a condensação do vapor d’água. Posteriormente foi ligado a
fonte de calor para dar continuidade ao processo, o qual irá gerar o vapor
necessário. É importante se atentar, para o fato do sistema ser fechado, para que se
evite a perda de vapor.
6.7 Coleta e armazenamento do produto final

Após o início do processo de extração, que nesse caso levou entorno de 2 horas,
mas pode levar muito mais tempo para que se comece a obter os resultados
esperados, ocorre a captação de uma solução final, na fase líquida, após a
passagem pelo condensador. Então quando o mesmo ocorre, o material coletado
que geralmente compreende a mistura de óleo essencial e hidrolato composto, é
separado com o auxílio de um funil de separação, nesse caso se obteve cerca de 10
ml do óleo essencial após separação, sendo que o óleo de separação é
armazenado em frasco âmbar e vedado, pois o óleo é extremamente volátil.

Figura 36- Funil separando a água do hidrolato. Figura 37- Produto final embalado em vidro âmbar
Fonte: Imagem autoral. Fonte: Imagem autoral.

6.8 Produção da formulação clareadora

Para a obtenção do óleo essencial de manjerona foi comprado em supermercado


500g da planta manjerona e utilizado o método de extração por destilação de
arraste á vapor indireto, utilizando 5 g da matéria prima.
Foi pesado em balança analítica modelo com 4 dígitos de casa após a vírgula
exatamente 30,2817g da base em gel hidratante e em seguida foi adicionado 6
gotas do óleo essencial de palma rosa e 6 gotas do óleo essencial de manjerona.
Segundo o fabricante são 2 gotas de óleo essencial para cada 10g de creme, para
isso foi feita uma regra de três para ajustar o valor a ser pesado e a quantidade de
gotas a serem diluídas.
Calculo de ajuste da diluição:
2gt ____ 10g
X____ 30g
X= 6 gt

Figura 38 – Formulação clareadora.


7 Resultados e discussões

Feito todas as etapas do preparo desde a destilação por arraste à vapor até a
pesagem e homogeneização do gel clareador, então parte-se para a verificação de
teste de eficácia do produto. Foram escolhidas seis pessoas com manchas e
discromias dermáticas para utilizar o gel clareador por um período de seis meses e
verificar as mudanças na pele. Os participantes do projeto assinaram um termo de
consentimento livre para a participação do projeto em questão.
As imagens a seguir são de antes e depois da utilização do gel clareador:

Antes

Figura 39- Paciente 1, antes da aplicação.Fonte: Imagem autoral

Depois

Figura 40- Paciente 1, depois da aplicação. Imagem autoral.

Antes

Figura 41- Paciente 2, antes da aplicação. Imagem autoral.


Depois

Figura 42- Paciente 2,depois da aplicação. Imagem autoral.

Antes

Figura 43- Paciente 3, antes da aplicação. Imagem autoral.

Depois

Figura 44- Paciente 3, depois da aplicação. Imagem autoral.

Antes

Figura 45- Paciente 4, antes da aplicação. Imagem autoral.

Depois

Figura 46- Paciente 4, depois da aplicação. Imagem autoral.


Antes

Figura 47- Paciente 5, antes da aplicação. Imagem autoral.

Depois

Figura 48- Paciente 5, depois da aplicação. Imagem autoral.

Antes

Figura 49- Paciente 6, antes da aplicação. Imagem autoral.

Depois

Figura 50- Paciente 6, depois da aplicação. Imagem autoral.


Depois de feitas as análises das fotos de antes e depois pode-se concluir que o gel
clareador obteve resultados positivos significativos nas áreas afetadas pelas
discromias, o gel clareador aplicado nos pacientes 3, 5 e 6 obteve resultados mais
visíveis em virtude dos foto tipos de pele apresentarem discromias mais
assentuadas com tipos de manchas mais escuras; já nos pacientes 1, 2 e 4 a
melhora não ficou tão visível, essa variação pode ocorrer de pessoa a pessoa
conforme o modo de utilização do gel creme, levando em conta se a pessoa utilizou
o produto corretamente todos os dias, se fez uso de vitamina c para a melhor
absorção do gel na pele e se aplicou o protetor solar todos os dias para evitar o
aparecimento de novas manchas; além de outros fatores como manchas causadas
por uso de medicamentos hormonais. Todos os pacientes da pesquisa apresentam
idades entre 27 a 58 anos, com os foto tipos de pele I, II e III segunda a tabela de
fototipos de pele de Fitzpatrick e o gel foi utilizado durante um período de seis
meses a começar do dia 1 de janeiro de 2023 até o dia 1 de junho de 2023. Os
pacientes que tiveram um resultando menos visível confessaram ter falhado alguma
vez a aplicação do gel na semana, isso explica o resultado pouco significativo neles
durante o teste.
8 Considerações finais

Observada e comprovada a ação dos ativos naturais: óleo essencial de


palmarosa, óleo essencial de manjerona e gel base de aloe vera mediante as
observações dos testes em questão, pode se confirmar que os estudos sobre esses
ativos se demonstraram satisfatórios quanto ao efeito prometido desses ativos.
O óleo essencial utilizado nos testes comprovou que as suas altas taxas de
arbutina realmente possuem atividade despigmentante pela sua inibição da
tirosinase (enzima que produz melanina), desde o início da sua formação até a
maturação da eumelanina (pigmento com tonalidade marrom que protege das
radiações UVA/UVB).
O óleo essencial de palmarosa, rico em geraniol possuí intensa atividade
antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória servindo como um aditivo
conservante natural nessa formulação e também como aroma, pois ele é muito
utilizado na indústria para perfumar dermocosméticos. Além de estudos atuais
demonstrarem a sua eficácia antimicrobiana contra as cepas de Cutibacterium
acnes e Staphylococcus edpidermidis.
A aloe vera por sua vez também contribuí para a regeneração, hidratação e
efeito anti-inflamatório da pele, além de funcionar como umectante nessa
formulação o que propicia um efeito plastificante fazendo com que ele conserve a
água na pele juntamente com os óleos essenciais promovendo uma camada extra
de proteção e durabilidade para um período maior de hidratação. Um dos fatores
que pode favorecer a redução da pigmentação é o processo de oclusão, cujo qual,
propicia um acumulo de água no local e consequentemente a solubilização e
drenagem da melanina no local.
No que diz respeito em relação a percepção dos voluntários do uso do gel
clareador de origanum majorana observou-se que a média de satisfação ficou entre
muito satisfeito a muito bom entre os voluntários, considerando o produto como
ótimo, de fácil aplicação, fácil remoção e além disso os voluntários relataram que
não houve efeitos adversos durante o uso do gel clareador.
Diante disso, levando em conta que o bom sensorial, tolerabilidade, ausência
de efeitos adversos se fazem necessários para adesão ao tratamento e para que o
resultado seja alcançado, o gel clareador contendo o óleo essencial de Origanum
Majorana demonstrou ser uma potencial alternativa eficaz e econômica para o
tratamento de hipercromias.

9 Referências

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