Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PORTO ALEGRE
Julho de 2023
Franciele Venturini Barbosa
PORTO ALEGRE
Julho de 2023
Resumo
Nesse projeto tem se o objetivo de formular um dermocosmético com óleo essencial
de Palmarosa (Cymbopogon martinii) e óleo essencial de Manjerona (Origanum
Majorana) em gel de babosa (Aloe Vera), que auxilia na hidratação e clareamento
da pele do rosto. Como objeto de estudo será desenvolvido um cosmético natural
que possibilite o clareamento da pele de modo a não causar nenhum efeito adverso
ou irritação na pele. Justifica-se esse projeto devido às possíveis propriedades que
o óleo essencial de Palmarosa, o óleo essencial de manjerona e a babosa
apresentam. O óleo de Palmarosa tem a propriedade clareadora por conter a
substância geraniol, o óleo de manjerona por conter a substância arbutina, ambas
agem na síntese da melanina atuando no clareamento de manchas de qualquer
tipo. De acordo com a literatura, o pigmento da pele é dado pela melanina, uma
molécula química complexa (biopolímero), responsável pela cor da pele, dos pelos,
e pelas estruturas coloridas dos olhos. Esta molécula determina a cor da pele,
porém, também tem outras funções: como foto proteção permitindo filtrar os raios
UV; protegendo o núcleo celular, agrupando-se em torno dele, e neutralizando os
radicais livres, evitando o envelhecimento celular. O surgimento de manchas
escuras na pele é resultado de um processo de hiperpigmentação, no qual há um
aumento da produção de melanina, isso ocorre a diversos fatores como: exposição
solar, doenças autoimunes como o vitiligo. E condições genéticas como as efélides,
uso de anticoncepcionais combinado com a exposição solar somando a condição
genética como o Melasma, deficiências congênitas como a doença do Nevo de Ota
e Nevo de Ito, hipercromia pós inflamatória como acontece no surgimento de uma
lesão causada por acne. Além de manchas que podem surgir através de
procedimentos como o peeling ou até mesmo através de um câncer de pele.
Como metodologia foi realizada a formulação para teste em paciente de um gel
hidratante base não iônico e foi adicionado um óleo essencial vegetal de Palmarosa
(Cymbopogon martinii) e o óleo essencial de manjerona (Origanum Majorana).
Como conclusão, o gel clareador foi testado em seis pacientes que possuíam
manchas efélides obtendo bons resultados e níveis de clareamento médio a médio
prazo de utilização do produto por seis meses consecutivos.
Sumário
Resumo................................................................................................................................................ 3
ABSTRACT 4
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 6
2.2 Problema de Pesquisa........................................................................................................... 8
2.3 Objetivo.................................................................................................................................. 8
3 Fundamentação Teórica.................................................................................................................. 9
3.1 A evolução da pele................................................................................................................ 9
3.2 A Melanina............................................................................................................................ 10
3.3 Síntese da Melanina............................................................................................................. 11
6 METODOLOGIA....................................................................................................................... 40
6.1 Materiais e métodos
6.2 Composição dos ativos utilizados
Muitos fatores genéticos e físicos são a causa das doenças de pele que
afetaram e ainda continuam afetando a humanidade ao longo dos séculos, contudo,
alguns estudos indicam que as complicações estão associadas a mudanças no
pigmento melânico (CESTARI et al., 2014).
Com o passar dos anos foram descobertas duas classes desses ativos, os
despigmentantes que agem na redução da atividade da tirosinase podendo ser de
modo reversível ou irreversível e os antioxidantes que atuam inibindo a tirosinase de
forma não competitiva.
Diante disso essa pesquisa vai realizar a partir da construção desses dados
uma formulação com o objetivo de clarear a pele e atenuar os efeitos da
hiperpigmentação.
2 JUSTIFICATIVA
Justifica-se esse trabalho a verificação eficácia dos ativos que estão sendo
utilizados no mercado para o clareamento das hipercromias e quais os mais
funcionais para essa prática em termos de uso á longo prazo, custo benefício e
efeitos adversos.
Entre outros motivos também estão a versatilidade desses produtos, seu
tempo de estabilidade, verificação da sua composição química bem como o seu uso
de maneira adequada e sua comprovação através de testes de laboratório feitos in
vivo e in vitro que foram publicados em artigos científicos.
Além disso, também existe os benefícios que a formulação a ser feita trará
como; versatilidade, custo benefício, não conter efeitos adversos nem causar
irritações na pele.
Diante disso, também existem as possíveis propriedades que o óleo
essencial de Palmarosa, o óleo essencial de manjerona e a babosa apresentam. O
óleo de Palmarosa tem a propriedade clareadora por conter a substância geraniol, o
óleo de manjerona por conter a substância arbutina, ambas agem na síntese da
melanina atuando no clareamento de manchas de qualquer tipo, como efélides,
hipercromias, melasma, manchas de acne.
O intuito do trabalho é procurar entender melhor os mecanismos de
clareamento de hipercromias levando em consideração todos os ativos que existem
no mercado atual fazendo uso desses dados para a criação de uma formulação
cosmética natural, versátil, de custo benefício, que atue á longo prazo e não possua
efeitos adversos.
2.2 PROBLEMA DE PESQUISA
É possível a formulação de um cosmético natural para o clareamento da
pele?
2.3 OBJETIVO
O objetivo dessa pesquisa é o desenvolvimento de um cosmético natural que
possibilite o clareamento da pele de maneira a não causar nenhum efeito adverso
ou irritação na pele.
2.4 META
Desenvolvimento de um cosmético clareador natural de hipercromias.
2.5 HIPÓTESE
Acredita-se que existam mais de um milhão de ativos extraídos de plantas
que possuem propriedades clareadoras com altos teores de polifenóis e arbutim,
podendo ser utilizados no desenvolvimento de novas formulações cosméticas que
não prejudiquem a derme causando irritações cutâneas e trazendo benefícios a
longo prazo.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.3 A Melanina
Figura 4: Formação da melanina. Fonte: Manual de Dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti (2001)
Tabela 1. Agentes envolvidos na melanogênese com os respectivos mecanismos de ação. Fonte: Miot et al,
2009.
Figura.5: Tipo I (Áustria).Fonte: Google Imagens. Figura.6: Tipo II (Espanha).Fonte: Google Imagens.
bronzeia
minimamente
e
com
dificuldade.
bronzeia
moderadamen
te
e uniforme.
e com
facilidade
Classificação: Melanocitopênica
Características clínicas: Doença relativamente frequente entre 10 e 30 anos
de idade e de incidência em torno de 1% a 4% na população mundial, afeta ambos
os sexos. Manchas acrômicas assintomáticas, de limites bem definidos, com forma
e extensão variáveis. Há uma tendência em à distribuição simétrica e predileção por
áreas como o couro cabeludo, periorbitárias, Peri bucal, retroauriculares, pescoço,
axilas, punho, dorso das mãos, genitália, face ântero lateral das pernas, joelhos,
maléolos e dorso dos pés.
Tratamento: Fotoproteção, maquiagem corretiva, corticoides tópicos
(betametasona, triancinolona): úteis em lesões localizadas. A repigmentação inicia-
se entre 2 e 4 meses e pode ocorrer em até 50 % dos casos; oto quimioterapia
sistêmica (PUVA): para os casos de vitiligo extenso. O paciente ingere o 8-
metoxipsoraleno 2 horas antes da exposição a uma fonte de luz ultravioleta A, 2 a 3
vezes/semana. Repigmentação inicial é observada após 15 sessões. É contra
indicado a crianças e pacientes com pele clara. UVB Narrow-Band: para os casos
extensos a partir dos 6 anos de idade. É uma fototerapia tão efetiva quanto o PUVA,
porém mais segura; imunomoduladores tópicos (pimecrolimus e tacrolimo): existem
relatos de casos com repigmentação completa de lesões especialmente na face;
calcipotriol tópico: há relatos de casos com repigmentação de lesões disseminadas
quando associado ao UVB Narrow-Band; despigmentação: para os casos de vitiligo
extenso resistente aos outros tratamentos. Consiste na aplicação tópica de
monobenzil éter de hidroquinona em creme 2 vezes/dia na pele sã. Como a droga
destrói os melanócitos, a despigmentação é definitiva; micro enxertos autólogos:
para lesões localizadas e estáveis. Resultado estético satisfatório.
Figura 12: Efélides. Fonte: Google Imagens.
Classificação: Melanótica
Características clínicas: Manchas pequenas, que variam do castanho-claro
ao escuro, em áreas de exposição solar. Surgem entre os 6 e 18 anos de idade, nos
indivíduos de pele clara. Casos exuberantes podem representar formas mínimas de
xeroderma pigmentoso. Quando localizada na mucosa labial de mulheres jovens,
recebe o nome de mácula labial melanótica.
Tratamento: Puramente estético, e feito com foto proteção, cremes
despigmentantes, laser e luz intensa pulsada.
Classificação:Melanocítico
Características clínicas: Nevo de Ota é um tipo de Mancha mongólica de
distribuição no primeiro e segundo ramos do nervo trigêmeo. Está associada com
frequência à pigmentação ocular. Quando localizado nas regiões do ombro, área
supraclavicular e pescoço, é chamado de nevo de Ito.
Tratamento: O tratamento é puramente estético e realizado com laser.
Figura 14: Melasma. Fonte: Google Imagens
4.6 Doença:Melasma
Classificação:Melanótica
Características clínicas: Hiperpigmentação de coloração castanho-claro a escuro,
uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, principalmente na porção
central da face de mulheres jovens e pardas. Dentre as causas descritas estão a
exposição solar, a gestação, o uso oral de estrogênios-progestagênios e difenil-
hidantoína. O diagnóstico é clínico e auxiliado pela luz de Wood, que permite
classificar o Melasma em quatro tipos:
1. Epidérmico: cor mais acentuada à luz de Wood. É o mais frequente (70%) e que
tem melhor prognóstico.
2. Dérmico: há atenuação ou nenhuma mudança na cor.
3. Misto: há áreas de atenuação e de acentuação da cor.
4. Inaparentes: as lesões tornam-se inaparentes. Ocorre em peles tipo V ou VI.
Tratamento: Fotoproteção, hidroquinona: é a droga mais efetiva no tratamento do
Melasma. É usada em preparações tópicas 1 a 2 vezes/dia. Os resultados
terapêuticos só aparecem após 6 a 8 semanas; fórmula de Kligman: é a associação
de hidroquinona, tretinoína e dexametasona. É mais potente que a hidroquinona
sozinha, porém tem mais risco de irritação; ácido azelaico: é uma alternativa à
hidroquinona e tretinoína, já que não causa fotossensibilidade e geralmente leva a
menos irritação. Deve ser usado 2 vezes/dia; lasers e luz pulsada: existem relatos
de casos de melhora do Melasma com alguns tipos de lasers e luz pulsada.
tirosinase.
Efeitos adversos: Com maior frequência pode ocasionar: eritema, sensação leve
de queimação e hipersensibilidade ocasional, como dermatite de contato localizada.
Outras reações menos frequentes, como ocronose exógena e manchas marrons
reversíveis nas unhas, também estão relacionadas ao uso de Hidroquinona. No
caso de ocronose exógena, está relacionada ao uso de Hidroquinona por períodos
prolongados.
Ácido Azeláico
Ácido Kójico
Resveratrol
Fig.18.Semente de uva. Fonte: Google Imagens
Efeitos adversos: Não foi verificado nenhum efeito adverso nas pesquisas.
Outro estudo feito pela companhia francesa Actichem trabalha com um ingrediente
retirado do extrato da raiz de parreira de Bordeux que contém alta concentração de
resveratrol 5%. Ao realizar os testes in vitro o ativo se demonstrou superior na
inibição da tirosinase 13,5% em relação ao ácido kójico.
Stake (2015) realizou um estudo in vitro que teve como objetivo desenvolver e
caracterizar sistemas nanoestruturados contendo trans-resveratrol para comprovar o
seu efeito despigmentante. Ensaios enzimáticos comprovaram que as formulações
contendo o ativo trasn-resveratrol foram capazes de inibir 50% da enzima tirosinase
e de desempenhar a atividade despigmentante desejada. Segundo os dados do
estudo na concentração de 22,31 Mg/ml é capaz de inibir metade da ação
enzimática, com pH entorno de 4,92.
Ácido Glicólico
Licorice
Ácido retinóico conhecido também como tretinoína é uma forma oxidada de vitamina
A. A vitamina A foi descoberta em 1913 e ela é responsável pela manutenção dos
epitélios e crescimento, além de ser essencial também para a visão. Em 1930 ao
analisar a sua estrutura química descobriram o retinol, que é uma molécula álcool
que ao sofrer uma série de modificações químicas da origem a outros compostos;
como o palmitato de retinol (éster) e a tretinoína (ácido retinóico).
Características farmacológicas: É considerada uma das drogas mais eficazes no
tratamento da acne, facilita a eliminação dos comedões, proporciona a eliminação
das pápulas existentes, retirando todas as manchas causadas por acnes.
Efeitos Adversos: Causa eritrema no local da aplicação, descamação da pele,
prurido no local da aplicação, dor na pele, irritação, sensação de sensibilidade,
ardência, sensação de picadas no local da aplicação e pele ressecada.
A descoberta da eficácia do uso da tretinoína foi feita por Kligman e colegas (1984).
Nesse estudo o autor tratou a pele de rato fotoenvelhecida por 10 semanas com
tretinoína e observou uma zona significante de reparo e produção de novo colágeno
nas papilas dérmicas, além de observar uma supressão das rugas. Fisher e colegas
(1996),realizaram um pré-tratamento com tretinoína antes de irradiar com raios
ultravioletas. Nesse experimento foi demonstrado que o uso prévio de tretinoína
bloqueou a produção de colagenases e gelatinases, prevenindo a degradação do
colágeno.
Salustiano (2014) cita em seu estudo que os compostos fenólicos, como o isômero
do arbutin, o alfa arbutin, são conhecidos por exibirem, em geral, elevada atividade
antioxidante, tendo por isso o potencial de atenuar o estresse oxidativo ao diminuir a
presença de radicais livres.
Em seu trabalho, Boo (2021) relata que o alfa arbutin pode reduzir os níveis de
moléculas estáveis e altamente reativas, eliminando diretamente os radicais livres
ou aumentando indiretamente a capacidade antioxidante das células. Essas
propriedades antioxidantes podem contribuir para a ação inibitória do alfa arbutin na
síntese de melanina das células. O autor demonstra também que o tratamento no
modelo de pele humana com alfa arbutin 250 Mg por tecido reduziu o conteúdo de
melanina ao nível de 40% quando comparado ao controle, sem causar morte
celular.
Para Tassinary (2021), a concentração estudada e segura do alfa arbutin é de 0,2%
a 1,5% em formulações de cremes cosméticos. Os resultados desse estudo
mostraram que esse ativo atua bloqueando a biossíntese epidérmica da melanina
por meio de inibição da oxidação enzimática da tirosina, a DOPA. Atuando
principalmente para minimizar as manchas já existentes, destaca também que o
efeito mais pronunciado na pele foi obtido após um mês de tratamento.
Aloína 20%
Conhecida popularmente como Aloe Vera é uma das substâncias encontradas nas
folhas da planta babosa, suas propriedades vem sendo utilizadas desde 500 a.c
onde egípcios faziam uso terapêutico para tratar infecções de pele. O gel de Aloe
Vera possuí cerca de 98,5% a 99,5% de água e contém mais de 200 componentes
diferentes, sendo os polissacarídeos os componentes mais abundantes, entre
outros compostos estão os açucares solúveis, glicoproteínas, antraquinonas
fenólicas, flavonoides, flavonóis enzimas, minerais, aminoácidos essenciais e não
essenciais, esteróis, saponinas e vitaminas.
Características Farmacológicas: Constipação intestinal, dermatite seborreica,
ulceras pépticas, tuberculose, infecções fúngicas e redução do açúcar no sangue.
Efeitos Adversos: Não foi encontrado nenhum efeito adverso nas pesquisas.
Para realizar o processamento das folhas, os seus produtos são separados em gel e
córtex. Para a extração do gel de A. Vera, segundo o trabalho de Munõz e
colaboradores, as folhas coletadas e lavadas individualmente com água destilada e
cloro a 0,5%. O córtex foi cuidadosamente separado do parênquima e os filetes
lavados com água destilada para remover o exsudato das superfícies. Os filetes de
A. Vera foram armazenados por no máximo 1 hora a 18c° antes da liofilização.
Em outro estudo a A. Vera foi desidratada em estufa de ar a 45+- 2c° por 2 horas e
moída por 3 minutos. O pó de A. Vera foi colocado em um aparelho de soxhlet de
vidro, ligado a um condensador e um balão de fundo redondo, contendo 200 ml de
solvente (água destilada ou etanol). Os solventes foram destilados em evaporador
rotativo a vácuo em diferentes combinações de tempo e temperatura a 210 rpm.
Após o extrato foi filtrado e vertido em placas de vidro que foram colocadas em
incubadora durante 36 a 48h para secagem e extrato seco foi coletado e
armazenado a (4+- 1 c°).
O óleo essencial de Palma Rosa é composto em sua maior parte por geraniol, uma
molécula de álcool monoterpênico acíclico derivados de óleos essenciais. Ele é
muito utilizado na indústria farmacêutica como essência de perfumes por ter o odor
característico de rosa outra utilidade comprovada é que ele também serve como
repelente de insetos.
Características farmacológicas: O geraniol é um componente eficaz no
tratamento de manchas na pele, pois interfere na síntese de melanina, auxiliando no
clareamento, estimula a regeneração celular e possuí ação hidratante e reguladora
da sudorese.
Efeitos adversos: Ao utilizar como óleo essencial ou vegetal se deve cuidar na
concentração indicada pelo fabricante e sempre usá-lo acompanhado de uma base
em creme ou em gel, pois ele puro na pele causa queimaduras.
Em um estudo publicado em 1979 por Nijo Sadako, esse ativo foi utilizado para
tratar pacientes com urticária crônica e após duas semanas se observou a
diminuição do melasma nesses pacientes. A partir daí começou o primeiro ensaio
clínico para tratar a hiperpigmentação onde se obteve resultados positivos, iniciando
um estudo base para a realização de diversas pesquisas posteriores.
O ácido tranexâmico é um análago do aminoácido lisina, que é capaz de inibir o
processo de melanogênese por meio da inativação da plasmina, uma enzima
presente no sangue que degrada proteínas e exerce uma grande função na
formação do melasma. A lisina é capaz de aumentar a liberação de substâncias
como o ácido araquidônico, o hormônio alfaestimulador de melanócitos e o fator de
crescimento de fibroblastos, que são ativadores da melanina.
A plasmina é formada pela conversão do plasminogênio nessa enzima. Essa
conversão é induzida por fatores desencadeantes de hipercromias, como os raios
ultravioleta, a gestação e a utilização de contraceptivos.
A ação do ácido tranexâmico começa bem no início da formação dessa enzima, pois
ele interfere na conversão do plasminogênio em plasmina, neutralizando os efeitos
de seus ativadores, deixando assim de existir a comunicação de queratinócitos e
plasmócitos.
Kontze e Bianchetti (2018) realizaram um estudo com 23 pacientes onde aplicaram
uma formulçao tópica de ácido tranexâmico a 3% em toda a região facial, por 12
semanas. Os resultados finais do estudo apresentaram a eficácia do ativo e não
ocorreram efeitos colaterais significativos, 22 pacientes relataram melhora do índice
de melasma e 10 foram submetidos a biópsia de pele na qual foi comprovado a
diminuição na quantidade de melanina na epiderme.
5.1 Visão geral dos estudos in vivo e in vitro realizado para cada ingrediente
clareador comparados com a Hidroquinona
J.M. Gilbro e M.J. Olsson (2011) realizaram uma série de estudos em laboratório in
vitro e in vivo sobre os princípios ativos mais utilizados no mercado cosmético para
tratamento de melasma, efélides e manchas senis e concluíram que:
A Hidroquina em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da tirosinase e
inibição da melanina, inibição do metabolismo celular afetando a síntese de DNA e
RNA. Em estudo in vivo em pacientes com melasma mostraram redução da
pigmentação.
A Arbutina em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da tirosinase e
produção de melanina, inibição das atividades da tirosina hidroxilase e
DOPAoxilase. Em estudo in vivo os ensaios clínicos mostraram leveza geral da
pele e melhora em lentigos solares após tratamento de 12 semanas.
O Ácido Kójico em estudo in vitro apresentou inibição da atividade da catecolase
da tirosinase. Em estudo in vivo foi feito um comparativo sobre o efeito clareador da
hidroquinona e o do ácido kójico no qual demostrou efeito semelhante entre eles.
O Ácido Azeláico em um estudo in vitro apresentou inibição da melanina em
células de melanoma. Em estudo in vivo feito em pacientes com hiperpigmentação
facial mostrou uma melhora na intensidade do pigmento em um ou mais graus, além
disso nesse mesmo estudo foi feito um comparativo que mostrou que o ácido
azeláico a 20 % é mais eficaz do que a hidroquinona a 2% em pacientes com
melasma.
A Aloesina em um estudo in vitro ela inibe as atividades da tirosinase, tirosina,
hidroxilase e DOPA oxidase e possui sinergia com o arbutin. Em um estudo in vivo
feito em clínica mostro uma supressão de 34% da pigmanetação no antebraço do
paciente.
O Resveratrol em um estudo in vitro mostrou uma redução das atividades MITF e
tirosinase. Em um estudo in vivo notou-se clareamento da pele de suínos Yucatan,
com confirmação histológica.
A Glabridina (Licorice) em um estudo in vitro o glabreno e a isoliquiritiginina do
extrato de licorice demostraram uma inibiação das atividades da mono e di-felonase
da tirosinase. Em um estudo in vivo os ensaios clínicos demonstraram resultados
excelentes em 90% dos pacientes tratados com creme de liquiritina.
A Niacinamida (Vitamina B3) no estudo in vitro não mostrou atividade sobre a
tirosinase de cogumelos ou sobre a melanogênese em cultura de melanócitos,
mostrou apenas uma inibição entre 35% a 68% da transferência dos melanossomos
em modelo de co-cultura. Em um estudo clínico in vivo mostrou melhoria
significativa sobre o controle em relação a rugas e linhas finas, sobre pontos de
hiperpigmentação e sobre pontos de vermelhidão.
Os Alfa Hidroxiácidos em um estudo in vitro os ácidos glicólico e lático inibiram a
formação de melanina em células de melanoma humano, a tirosinase foi inibida
também e não se notaram efeitos sobre o mRNA de tirosinase, TRP-1 e TRP-2. Em
um estudo in vivo com aplicação de ácido glicólico a 10% em pacientes com
melasma mostrou uma melhora em 90% dos pacientes.
O Ácido Retinóico em um estudo in vitro mostrou uma inibição da tirosinase e da
expressão de TRP1 concomitante com a síntese de melanina. Em um estudo in vivo
sobre o clareamento total da pele facial mostrou um clareamento em 68% dos
pacientes.
O Ácido Ascórbico (Vitamina C) em um estudo in vitro mostrou supressão da
formação da melanina em tirosinase purificada e em melanócitos. Em um estudo in
vivo a aplicação de creme com magnesium-L-ascorbyl-2-phosphate resultou em
clareamento da pele em 19 de 34 pacientes com cloasma ou manchas senis.
6 METODOLOGIA
O óleo essencial de Palma Rosa (Lote: 17027: Validade: Novembro 2025) foi
obtido da empresa Via Aroma.
O óleo essencial de Manjerona foi obtido em supermercado da região e
extraído através de extração por arraste a vapor.
O creme base em gel de Babosa (Aloe Vera) (Lote:G8015: Validade: Agosto
de 2024) foi obtido da empresa Via Aroma.
A técnica de extração por arraste a vapor é umas das mais utilizadas pela
indústria pelo fato de ser mais simples e econômica, além de produzir uma grande
quantidade significativa da matéria vegetal de uma única vez. Esse método se
baseia na diferença de volatilidade de determinados compostos presentes na
matéria prima vegetal, e consiste em passar vapor de água por vaso extrator, o qual
contém um leito fixo de plantas aromáticas. O vapor entra em contato superficial
com a matéria prima da amostra e os compostos voláteis que possuem uma
pressão de vapor mais elevada que a da água com o fluxo crescente de vapor, são
arrastados em direção ao topo do balão seguindo em direção ao condensador. O
condensado, água e o óleo essencial emulsionados, são conduzidos ao erlenmeyer
e após são inseridos em um funil de separação para separar a faze oleosa que fica
sob a fase aquosa, esse tipo de separação é feita através da diferença de
densidade.
Esse método é empregado para separa ás misturas imiscíveis, que nesse caso é a
mistura da água, que é polar e, o material vegetal (manjerona) que é polar, sendo
que dessa forma há um decréscimo do ponto de ebulição da mistura.
Sendo assim, após a montagem do sistema de destilação e a preparação do
material vegetal, deve-se colocar cerca de 100 ml de água destilada no primeiro
balão. No segundo balão deve-se adicionar 5 g de material vegetal, juntamente com
25 ml de água destilada. Após a adição desse material fez-se a conexão de todas
as partes e a vedação com papel alumínio, esta deve ser disposta sobre as
conexões para evitar a condensação do vapor d’água. Posteriormente foi ligado a
fonte de calor para dar continuidade ao processo, o qual irá gerar o vapor
necessário. É importante se atentar, para o fato do sistema ser fechado, para que se
evite a perda de vapor.
6.7 Coleta e armazenamento do produto final
Após o início do processo de extração, que nesse caso levou entorno de 2 horas,
mas pode levar muito mais tempo para que se comece a obter os resultados
esperados, ocorre a captação de uma solução final, na fase líquida, após a
passagem pelo condensador. Então quando o mesmo ocorre, o material coletado
que geralmente compreende a mistura de óleo essencial e hidrolato composto, é
separado com o auxílio de um funil de separação, nesse caso se obteve cerca de 10
ml do óleo essencial após separação, sendo que o óleo de separação é
armazenado em frasco âmbar e vedado, pois o óleo é extremamente volátil.
Figura 36- Funil separando a água do hidrolato. Figura 37- Produto final embalado em vidro âmbar
Fonte: Imagem autoral. Fonte: Imagem autoral.
Feito todas as etapas do preparo desde a destilação por arraste à vapor até a
pesagem e homogeneização do gel clareador, então parte-se para a verificação de
teste de eficácia do produto. Foram escolhidas seis pessoas com manchas e
discromias dermáticas para utilizar o gel clareador por um período de seis meses e
verificar as mudanças na pele. Os participantes do projeto assinaram um termo de
consentimento livre para a participação do projeto em questão.
As imagens a seguir são de antes e depois da utilização do gel clareador:
Antes
Depois
Antes
Antes
Depois
Antes
Depois
Depois
Antes
Depois
9 Referências
1. https://www.infolivros.org/livros-pdf-gratis/oficios/cosmetologia/
2. https://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-cosmetologia-2210.pdf
3. https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=UeVBEAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA235&dq=
%C3%A1cido+octadecenodioico&ots=GwWUwU1BNP&sig=kiA-Kz0--
3rMPAvU26hLOaAZYMU#v=onepage&q&f=false
5. Livro Havens MB, Tramposch KM. Hydroquinone inhibits tyrosinase activity by acting
as an alternate substrate. J Invest Dermatol 1986.
8. Dinato SLM, Oliva R, Dinato MM, Soares AM, Bernardo WM. Prevalência de
dermatoses em idosos residentes em instituição de longa permanência. Rev Assoc
Med Bras. 2008;54(6):543–7.
9. Nicoletti MA, Orsine EMDA, Duarte ACN, Buono GA. Hipercromias: Aspectos Gerais
e uso de despigmentantes cutâneos. Cosmet Toilet (Edição em Port [Internet]. 2002
[cited 2023 Feb 8];14:46–51.
10. Suh KS, Baek JW, Kim TK, Lee JW, Roh HJ, Jeon YS, et al. The Inhibitory Effect of
Phytoclear-EL1 on Melanogenesis. Ann Dermatol [Internet]. 2009 Nov [cited 2022
Oct 20];21(4):369–75.
11. Ribas J, Cavalcante M de SM, Schettini APM. Ocronose exógena induzida por
hidroquinona: relato de quatro casos. An Bras Dermatol [Internet]. 2010 [cited 2016
Sep 29];85(5):699–703.
12. SCCS, Degen GH. Opinion of the Scientific Committee on Consumer Safety (SCCS)
– Opinion on the safety of the use of β-arbutin in cosmetic products. Regul Toxicol
Pharmacol [Internet]. 2015 Dec [cited 2017 Feb 8];73(3):866–7.
15. Peretti SC, Moreira MAL, Barreto GR, Moraes CAP. Resveratrol para cosméticos no
clareamento da pele. Interface- Saúde, Meio Ambient e Sustentabilidade [Internet].
2015 [cited 2017 Feb 8];10(1).
16. Costa A, Moisés TA, Cordero T, Alves CRT, Marmirori J. Associação de emblica,
licorice e belides como alternativa à hidroquinona no tratamento clínico do melasma.
An Bras Dermatol [Internet]. 2010 Oct [cited 2017 Feb 8];85(5):613–20.
17. Sato MEO, Gomara F, Pontarolo R, Andreazza IF, Zaroni M. Permeação cutânea in
vitro do ácido kójico. Rev Bras Ciências Farm Brazilian J Pharm Sci. 2007;43(2).
18. Bastonini, E., Kovacs, D., Picardo, M. Skin Pigmentation and Pigmentary Disorders:
Focus on Epidermal / Dermal Cross-Talk. 28 (2016) 279–289.
20. BALA, H.R., LEE, S., WONG, C., PANDYA, A.G., RODRIGUES, M. - Oral
Tranexamic Acid for the Treatment of Melasma: a review. Dermatologic Surgery: fficial
publication for American Society for Dermatologic Surgery. 44 (2018) 814-825.
21. SHARAD, J. - Glycolic acid peel therapy – a current review. Cosmetic and
Investigational Dermatology, 6 (2013) 281–288.