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XÔ TRISTEZA, Autora: Angela Sirino


BEM-VINDA, ALEGRIA!
Copyright 2018 Autor da Fé Editora Diagramação: Cainã Meucci
Categoria: Vida cristã Capa: Daniel Gonçalves
Preparação: Matheus Neves
Primeira edição – 2018 Revisão: Nathália Lambert
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou Coordenação editorial: Filipe Mouzinho
parcial sem a permissão
escrita dos editores.

As citações bíblicas foram extraídas


da edição Almeida Revista e Corrigida
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Dedico este livro a todos os que vivem em busca de alegria,


mas que, por algum motivo, ainda não a encontraram com-
pletamente. Espero que este livro sirva como uma bússola
rumo à sua felicidade, e que você descubra os sentimentos
que roubaram o seu contentamento.
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A Deus, autor da minha história.

Ao meu amigo de todas as horas, meu marido, Osmildo


Sirino, por me completar, me entender e me apoiar.

Aos meus preciosos filhos Angélica, Annelise e Sirino Júnior.

A todos os leitores que apreciam minhas obras, principal-


mente aqueles que compartilham seus testemunhos, pois os
e-mails e os depoimentos que recebo me incentivam a conti-
nuar colocando meus pensamentos em muitos outros livros.
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SUMÁRIO

Introdução................................................................................9

1 - Como podemos definir a alegria?..................................13

2 - O que é baixa autoestima?.............................................21

3 - Problemas que acompanham a baixa autoestima....27

4 - Atitudes que roubam a alegria e trazem depressão..59

5 - Bem-vinda, alegria............................................................83

Conclusão.................................................................................97

Oração......................................................................................111
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IN TRODU ÃO

U
m dos sentimentos que movem o ser humano e que
nos fazem prosseguir na vida, mesmo diante dos
problemas, é a alegria. No livro da humanidade, a Bíblia
Sagrada, está escrito, em Neemias 8-10d: “Não vos entriste-
çais, porque a alegria do Senhor Deus é a nossa força”.

A alegria é como uma espécie de energético que motiva


nossa alma, nosso corpo e nosso espírito. Ela nos move,
nos traz saúde, nos faz conseguir as coisas desejadas e nos
projeta a planos superiores, levando-nos ao sucesso na vida,
mas é certo também que existem coisas que nos tiram essa
energia chamada alegria. Entre elas podemos citar o medo,
o sentimento de culpa, a autopiedade, a inveja, a falta de
perdão e o perfeccionismo.

O estado constante de alegria nos leva à felicidade, mes-


mo diante de fatos e situações de estresse e de problemas
presentes no nosso cotidiano.

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XÔ T R I S T E Z A , B E M -V I N DA , A L EG R I A

Conta-se que existia uma vez um rei que, apesar de ser


muito rico, era triste, pois não conseguia aumentar o seu
tesouro. Ele estava sempre de mau humor, e isso causava
enormes problemas a todos, pois seus decretos, rudes e
injustos, massacravam o povo com exigências descabidas.
Por fim, o rei acabou entrando em profunda depressão. Seus
médicos lhe disseram que a única cura para a sua doença era
a alegria. O monarca, então, ofereceu um excelente prêmio a
quem pudesse lhe trazer a felicidade de volta.

Muitos tentaram, mas ninguém conseguiu arrancar um só


sorriso do rei. Nada conseguia alegrá-lo. Nem os músicos,
nem o bobo da corte, nem as dançarinas, nem os lançadores
de enigmas, nem os mímicos ou os encantadores.

Os amigos do rei resolveram consultar um grande sábio que


vivia ali. Ele lhes disse que, se o rei vestisse a camisa do homem
mais feliz daquele reino, a alegria voltaria ao seu coração.

Iniciou-se, então, uma intensa investigação para desco-


brir quem era o homem mais feliz de todos.

Para surpresa dos investigadores, o homem mais feliz da-


quele reino morava longe do luxuoso palácio real, num casebre
muito simples. Ele, sua mulher e seus filhos trabalhavam de sol
a sol no cabo da enxada para conseguir se manter, mas, sempre
unidos, passavam o dia rindo e cantando.

Os investigadores contaram-lhe o problema que os havia


trazido ali e pediram-lhe que ele lhes desse uma de suas

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ANGELA SIRINO

camisas, para que a alegria pudesse voltar ao coração do rei.


Só então compreenderam porque aquele homem trabalhava
na lavoura de peito nu: ele não tinha nenhuma camisa.

Um dos investigadores, espantado, perguntou-lhes como


conseguiam ser tão felizes tendo tão pouco, ao contrário do
rei, que tinha tanto, mas era infeliz:

Somos felizes porque o reino de Deus está em nossos corações,


respondeu-lhe o homem.
(Autor desconhecido)

No manual da humanidade, a Bíblia Sagrada, Jesus disse:


“O ladrão veio para roubar, matar e destruir, mas Eu vim
para trazer vida, e vida em abundância”.

A vida abundante se resume em ter uma existência de


alegria, de paz, felicidade, de vitória e de amor. Tornamo-
-nos assim quando descobrimos que dentro de nós habita
a maior de todas as riquezas: “A presença de Deus conosco,
sempre, em todos os momentos.” Esta é a presença que nos
ensina conceitos e atitudes que nos conduzem a uma vida
melhor e nos dirigem ao caminho da felicidade.

Aquele que quiser desfrutar de uma alegria interior deve


colocar sua vida e sua história sem reservas nas mãos de
Deus. Você já fez isso? Se não o fez, aproveite e faça-o agora.

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C A P Í T U LO 1

COMO PODEMOS DEFINIR


A ALEGRIA?

P
odemos subentender que alegria é qualquer grau
de bem-estar, desde o simples contentamento ou a
ausência de tristeza, estendendo-o até a experiência mais
intensa de alegria ou de realização.

A melhor definição de alegria é a seguinte: um senti-


mento mais profundo do que o prazer, não é limitado pelas
circunstâncias externas nem vinculado exclusivamente a
elas. A alegria é um dom de Deus.

Uma pessoa alegre é uma excelente esposa ou um exce-


lente marido, é uma pessoa amorosa e feliz. É uma pessoa
que completa o cônjuge, completa os filhos e ainda os educa
de uma forma sadia, formando adultos curados para a vida.
A pessoa feliz se torna bonita e contagiante a ponto de atrair
coisas boas para si.

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XÔ T R I S T E Z A , B E M -V I N DA , A L EG R I A

“A alegria nos faz belos, pois o coração alegre


aformoseia o rosto.”
(Provérbios 15:13)

Para descobrir se você é uma pessoa alegre, basta olhar-


-se no espelho e perceber o que sua expressão reflete. Que
sentimentos são refletidos em sua face? É a tristeza, o medo,
a amargura, a insegurança, o pessimismo, ou refletem-se a
paz, o otimismo e a alegria?

A verdadeira alegria nasce no coração, e não nas circuns-


tâncias da vida.

“O coração alegre serve de bom remédio e aumenta nossa


eficiência no que fazemos, mas o espírito abatido seca os
nossos ossos”.
(Provérbios 17.22)

O coração é o órgão que simboliza a alma, com o seu


poder de expressão e de vontade.

O oposto da alegria é a tristeza, e ela nos incapacita para a


realização dos nossos deveres, sonhos e das nossas vontades.
Traz desânimo, pessimismo, mágoas e decepções.

Do ponto de vista psicológico, o indivíduo não pode


experimentar a alegria enquanto está preocupado com sua
própria segurança, com seu prazer ou interesse. Há estudos
sobre doenças emocionalmente induzidas que afirmam que
85% de enfermidades provenientes dos nossos dias têm cau-

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sas emocionais. Por exemplo, a insegurança e a desconfiança


causam problemas reais. Mas, por outro lado, a alegria e o
bom humor são remédios para a nossa alma.

Uma pessoa triste é um grande estrago no casamento, na


família, no trabalho, na igreja e na sociedade, porque:

• Ela deixa de contagiar os outros de forma positiva e


otimista;

• Ela deixa de amar a si mesma. Como ela poderá amar


os outros?

• Ela fica atrofiada nas emoções e nas ações, deixando


de se expressar com amor através de seus lábios. Ela
não ouve as necessidades dos outros, deixa de sorrir,
não anda para ajudar o próximo em suas necessi-
dades, não usa as mãos para amparar, amar, tocar e
abençoar as pessoas, se torna uma pessoa incapaz
de se apaixonar e muitas vezes não corresponde um
amor recebido.

E você, se considera uma pessoa feliz? Ou está em busca


da felicidade? Você acha que é possível ser feliz, mesmo
vivendo em meio a problemas como um acidente, uma
enfermidade, um divórcio, um abandono, um vício ou um
filho que está nas drogas, ou ainda em meio a tanta violên-
cia? Ou, quem sabe, diante da reprovação no vestibular, na
situação da empresa que faliu, no desemprego, na traição do
cônjuge, no namoro que acabou ou num noivado rompido?

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Esses problemas trazem traumas e feridas emocionais e


roubam nossa alegria, e é justamente nesses momentos que
percebemos o quanto somos frágeis.

Você conhece uma árvore chamada carvalho? Essa árvo-


re é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor
de catástrofes naturais do ambiente. Quando eles querem
saber o índice de temporais e tempestades que ocorrem
numa determinada floresta, eles logo observam um carva-
lho existente no local, pois é um vegetal que naturalmente
mais absorve as consequências de desastres. Quanto mais
tormentas e vendavais o carvalho enfrentar, mais resistente
ele fica. Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na
terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível
uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo. Mas não
pense que os cientistas precisam realizar todas estas análises
para saber isso. Basta apenas eles olharem para o carvalho
e observar os efeitos e impactos das tempestades que cica-
trizam a própria árvore. Ela, robusta e linda, assume uma
aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita
força, muitas vezes adquirindo uma aparência triste. Cada
tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser ven-
cido, e não uma ameaça. Numa grande tempestade, muitas
árvores são arrancadas, mas o vegetal permanece firme.
Assim somos nós. Devemos tirar proveito das situações
contrárias às nossas vidas e ficarmos cada vez mais fortes!
Um pouco marcados, muitas vezes com a aparência abatida,
mas resistentes, com raízes bem firmes e profundas na terra.

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ANGELA SIRINO

Podemos, com isso, compreender o que o nosso Pai celeste


maravilhosamente quis nos ensinar quando disse: “Podemos
todas as coisas naquele que nos fortalece”. Por isso, quando você
olhar pela manhã um lindo alvorecer, lembre-se de que não há
motivo para se desesperar diante das tempestades do dia a dia,
porque DEUS está contigo. Ele nos fortifica e nos protege.

Se você está passando por muitas crises, mágoas, ou


lembranças dolorosas, pense no carvalho, veja tudo isso
somente como mais uma tempestade que o tornará mais
forte. Observe, nas adversidades, oportunidades do Senhor
para você crescer e se tornar mais forte!
(Autor desconhecido - Modificado por mim)

Todos nós carregamos marcas em nossas almas. Elas são


cicatrizes ou feridas abertas de mágoas antigas e dolorosas
que vivemos desde as nossas infâncias e que se instalam nas
nossas vidas quando adultos. Muitos ouviram o pai dizer
que não dariam nada na vida, que só faziam coisas erradas;
viram a mãe defendendo e preferindo a outra irmã, negando
elogios para a nossa aparência física, por limparmos a casa
ou por arrumarmos a mesa do almoço.

Há feridas que se instalaram na adolescência: as críticas


no colégio e os apelidos constrangedores, tais como: Olívia
Palito, Mancha, Esqueleto, Gordo, Bujão de Gás, Quatro
Olhos, etc.

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XÔ T R I S T E Z A , B E M -V I N DA , A L EG R I A

Existem, ainda, as decepções com os pais, com o divórcio,


com a morte trágica de alguém querido ou a traição de um
amigo, do cônjuge ou de alguém que considerávamos ser
uma pessoa especial. Entretanto, não podemos nos esquecer
que nossos pais, professores, amigos e colegas são pessoas
comuns, que também são cheias de erros, acertos, carências,
sonhos, dúvidas, e que são tão tendentes a errar e ferir os
outros como nós mesmos. Julgar e depreciar as pessoas é
mais fácil do que amar, compreender e perdoar. Não cobre
das pessoas o que elas não lhe conseguiram dar, mas semeie
aquilo que você deseja colher.

Feridas na alma costumam ficar abertas ao longo


do tempo, depois elas provocam “mágoas e amarguras
inexplicáveis”. Muitas vezes colocamos um remedinho
nelas, mas de vez em quando algumas situações fazem
reaparecer sentimentos que nos trazem de volta à triste-
za. Eles ficam gravados em nossa mente e, se não forem
tratados, ao longo do tempo vão trazendo consequências
que afetam diretamente nossos conceitos, nossos sonhos,
nossos relacionamentos e o modo como encaramos a
vida. Também afetam o modo como acreditamos em
Deus e como nos relacionamos com Ele, com os outros e
principalmente com nós mesmos.

A verdade é que pelos frutos conhecemos a árvore, mas


pela situação das raízes podemos compreender os frutos
sem julgá-los apressadamente ou com severidade. Conhe-
cendo as raízes, saberemos entender e detectar o porquê de

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estarem podres ou machucados. Ou ainda mais, podemos


cuidar a tempo para que os frutos possam ser transforma-
dos em bons e sadios. Assim é conosco, cuidando e curando
das feridas enraizadas e abertas em nós, nossos frutos serão
mudados. Nossas atitudes são a causa daquilo que está no
nosso coração.

“A boca fala daquilo que está cheio o coração”.


(Mateus 15:18)

Se o nosso coração está cheio de amargura, ódio, res-


sentimento, vingança e egoísmo, é isso que se refletirá em
nossas ações. Esse órgão é a nossa raiz danificada, ferida ou
curada! Como está o seu coração? Ele carrega alegrias ou
tristezas? Está curado ou ferido? Quais são os frutos que ele
tem produzido?

Veremos neste livro as principais doenças emocionais


que originam uma série de problemas, feridas e sentimentos
que roubam nossa alegria. Espero que, ao final dessa leitura,
todos possamos dizer “Xô, tristeza! Bem-vinda, alegria”,
para que a felicidade venha morar em nossos corações.

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C A P Í T U LO 2

O QUE É BAIXA
AU TOESTIMA?

U
m dos maiores ladrões da alegria é a baixa autoes-
tima. Para entendermos o que é baixa autoestima,
primeiro precisamos saber o que é autoestima. Você sabe
o que ela significa? É a avaliação que uma pessoa faz de si
mesma, que pode ser positiva ou negativa, ou seja, é o que
eu penso de mim mesmo, o valor que me dou e a opinião e
o sentimento que cada um tem de si mesmo.

Podemos também chamá-la de amor próprio. Esse senti-


mento de autovalorização e de amor a si mesmo fortalece,
dá energia e motivação aos que a possuem. Quando temos
uma boa autoestima, nos convencemos do nosso potencial
e expandimos nossa capacidade de sermos felizes.

As experiências como decepções, críticas, situações de


perda vivenciadas na infância, na adolescência e na juven-

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tude, exercem influência significativa na nossa autoestima


quando ficamos adultos. Quando a autoestima está baixa,
nos sentimos inadequados, inseguros, incertos do que re-
almente somos e com um sentimento vago de não sermos
capazes de fazer nada, nem de chegar a um objetivo. Ela
pode se expressar em forma de angústia, dor no peito, cho-
ro, pesadelos, vazio, agressividade, depressão, punição aos
outros e a si mesmo, além de desencadear doenças físicas
e/ ou emocionais, tais como gastrite, úlcera, câncer e fobias.

Geralmente, as pessoas com feridas emocionais culpam


os outros pelos próprios erros e encaram todas as críticas
como ataques pessoais, além de se tornarem dependentes
de relações maléficas. Os maiores indicadores de uma
pessoa com baixa autoestima são percebidos quando essa
pessoa sente intensa necessidade de agradar os outros,
quando não conseguem dizer "não" e quando buscam
aprovação e reconhecimento por tudo o que fazem, que-
rendo se sentir importantes diante das pessoas. A baixa
autoestima acaba atraindo ou mantendo relacionamentos
destrutivos e dolorosos.

Da mesma forma, a autoestima influencia tudo o que


fazemos, pois é o resultado de tudo o que acreditamos ser,
por isso o autoconhecimento é de fundamental importância
para aumentá-la.

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Ou seja, para fazer com que a nossa autoestima se eleve, é


necessário saber aonde se quer chegar, confiar em si mesmo,
respeitar seus limites, reconhecer seus valores, expressar
seus sentimentos sem medo de ser rejeitado e, ainda, sentir-
-se competente e capaz de se tornar feliz, independente da
aprovação dos outros.

É imprescindível entender que quem não acredita e não


valoriza a si mesmo dificilmente alcançará a confiança dos
outros e arduamente vencerá os obstáculos da vida. Prova-
velmente não chegará ao sucesso em qualquer área do viver,
pois o vencer começa de dentro para fora. Gosto muito de
uma frase escrita na Bíblia Sagrada, em Provérbios, 23.7:
“Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é” em outra
linguagem: “Como imaginou em sua alma, assim é”

E você? Como você se imagina dentro de si? O que você


pensa a seu respeito? Você acredita que é um vencedor, ainda
que atravesse crises na vida, ou acredita ser um derrotado?
Lembre-se que a baixa autoestima nos faz acreditar que não
somos nada nem ninguém. Traz consigo sentimentos de
inferioridade e incapacidade que nos levam a fracassar.

A visão que temos a nosso respeito determinará nosso


futuro. Isso é muito sério! Se acreditamos que nascemos
para vencer, certamente seremos vencedores e superaremos

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as crises da vida e as feridas em nossas almas, mas, por


outro lado, se não acreditarmos em nossa capacidade de
vencer e se nos considerarmos pequenos, frágeis , fracos e
incapazes, isso determinará o nosso fracasso. Sua visão com
respeito a si mesmo determina sua queda ou sua vitória.
Você se vê como vencedor ou derrotado? Você é otimista
ou pessimista? Você se considera um verme ou um gigante?
Um ninguém ou uma pessoa especial?

Diante de acontecimentos complicados, as respostas


que damos e o nosso estado emocional são mais im-
portantes. O reforço positivo de nossos pontos fortes é
capaz de impedir que deixemos de ser controlados pela
negatividade; ele nos faz entender que a reação positiva
nos permite não só sobreviver, mas também crescer em
face das adversidades.

Este é o primeiro passo para a cura de suas feridas: “Ter uma


imagem positiva a seu respeito e acreditar em seu potencial”.

Deus não o vê como um fracassado, Ele sempre pegou


pessoas pequenas para marcar gerações, Ele confundiu
sábios e entendidos ao longo da história, usando quem pa-
recia pequeno para fazer grandes coisas, ensinando a todos
que nele somos mais do que vencedores! Podemos todas as
coisas naquele que nos fortalece, inclusive vencer.

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ANGELA SIRINO

Tire um tempinho agora e faça sua autoavaliação. Quem


é você? Como você se vê? Aonde você quer chegar? E lem-
bre-se que saber não basta. Diante de qualquer objetivo na
vida, é preciso ter planos específicos e viáveis para fazer com
que as boas intenções se concretizem.

“Para o barco que não tem destino, qualquer porto serve.”


(Autor desconhecido)

Escolha um porto cuja paisagem seja o sucesso, a felicidade


e a consciência tranquila para ancorar seus sonhos e objetivos.

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C A P Í T U LO 3

PROBLEMAS QUE ACOMPANHAM


A BAIXA AU TOESTIMA

Uma autoimagem negativa gera alguns problemas:

• Paralisa nosso potencial, nos atormenta com a dúvida


e incerteza do que somos e do que podemos ser no
amanhã;

• Destrói os nossos sonhos;

• Destrói os nossos relacionamentos;

• Prejudica nossa disposição em servir e ser útil na


família, na Igreja, no trabalho e na sociedade.

Esses problemas são refletidos através de nossas atitudes.


As mais comuns são:

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1. A ausência de romantismo no casamento e as escolhas


erradas

Pessoas feridas fazem escolhas baseadas nas suas de-


fesas, com medo de se ferir de novo. Ou ainda oferecem
um tipo de amor ou relacionamento baseadas em suas
decepções e conceitos.

Neste livro, quero compartilhar depoimentos verídicos de


pessoas que acompanhei – a muitas ainda aconselho ao longo
dos anos. Essas pessoas me fizeram entender as raízes da amar-
gura, das mágoas e das feridas na alma, e muito me ajudaram
no aconselhamento. Vou apenas substituir os seus nomes por
um pseudônimo, para preservar suas identidades.

“A ausência de romantismo de Paulo para com sua esposa


estava baseada em sua rejeição na infância.”

Paulo e Renata se casaram bem jovens, Paulo era filho


único, e Renata também. Tinham apenas duas diferenças:
a esposa era extremamente amada; seus pais a elogiavam,
beijavam, a colocavam para frente, reforçavam sua beleza e
sua autoestima. Seus pais eram seus heróis. Encheram-na de
amor e carinho. Por outro lado, Paulo era um belo menino,
porém o sonho de seus pais era ter uma menina. Nunca
o trataram como menina, mas sempre que viam um casal
de amigos com uma filha diziam que ainda teriam uma
pequenina! Entretanto, o destino os presenteou apenas com
o pequeno Paulo, pois sua mãe não engravidou mais. Então
um casal de amigos dos pais de Paulo ganha outra filha, e

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ANGELA SIRINO

esta se torna afilhada deles. Sempre que Paulo ganhava um


presente, a afilhada também ganhava, além disso, ela ga-
nhava o amor dos pais de Paulo, participava das viagens em
família, dos passeios de carro e ainda ganhava outros pre-
sentes. Desde pequeno ele se tornou uma criança fechada,
autossuficiente e decidido a se amar acima de tudo. Sempre
ouvia que seus pais queriam uma menina, mas em vez de
se entregar à tristeza, procurou ser autossuficiente, sem de-
monstrar necessidade de receber e dar carinho, como quem
dissesse: “Sou mais eu!”.

Na fase adulta, ele se tornou rude, seco e frio, como quem


quisesse anunciar: “Não preciso de amor, afeto e carinho”.
Foi criado em um lar cristão, e a mãe lhe ensinava sexuali-
dade como algo extremante perigoso. “Cuidado com a afi-
lhada da mamãe”, “Não mexa com ela”, “Homem brinca sem
cuidado”, “Não a olhe no banheiro”, “Não a veja trocando de
roupa” e “Cuidado com ela!”.

Sem Paulo perceber, ele transferiu isso tudo para o casamen-


to e, em menos de um ano de casado, começou a tratar a esposa
como rival porque, quando se casaram seus pais tinham dito:
“Ela é a filha que queríamos ter!”. Seu sentimento foi de que
“antes era a afilhada, agora é minha mulher”. Que problemão!
Renata me procurou, dizendo: “Preciso de ajuda, ele era ro-
mântico, amoroso, nossa primeira noite foi um sonho! Depois
fomos morar na casa de seus pais, minha sogra e meu sogro são
uma bênção, nos damos muito bem, eles até dizem que eu sou
a filha que eles queriam ter! Não entendo porque meu marido

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se tornou tão rude e bruto. Quando eu chego perto dele sem


roupa para procurá-lo, ele me manda sair de perto, manda-me
vestir, diz que não é hora para aquilo, me chama de gorda, diz
que eu estou feia e tem agido com frieza”.

Renata é uma mulher lindíssima, chama a atenção por


onde passa. É elogiada por onde quer que ande, e seu marido
a trata dessa forma. Eu fiquei sem entender. Com a direção
de Deus, perguntei como fora a infância de ambos, se ele
já havia falado sobre sua criação, e, para minha surpresa,
ela me disse o que relatei acima. Ele não passava de um
jovem ferido e com baixa autoestima. Toda sua reação com
sua esposa era fruto de suas feridas não curadas, abertas na
infância e presentes em sua vida na fase adulta. Tudo o que
ele viveu com a afilhada dos pais, toda rivalidade, tudo foi
transferido para a esposa, que era agora tão querida.

Felizmente, após aconselhamento, a jovem esposa se


prontificou a ajudá-lo, ainda que ele não soubesse que suas
atitudes eram resultados de suas feridas. Tive oportunidade
de conversar com ele e, com sabedoria, pude abrir os seus
olhos para que o homem enxergasse o valor de sua esposa.

De maneira semelhante à história de Paulo e Renata,


alguns de nós vivemos com problemas nesta área, sem com-
preender que são frutos de feridas que precisam ser curadas.
Lembre-se: pela raiz podemos entender os frutos.

“Cláudia, na sua mocidade, escolheu um marido, e sua


escolha foi baseada em suas feridas.”

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ANGELA SIRINO

Eu havia feito uma palestra em um hotel, no Rio de Janei-


ro, para mulheres na Adhonep, quando fui ao quarto para
descansar e prosseguir viagem no dia seguinte. De repente,
meu marido me disse que o pessoal da recepção informara
que uma mulher queria falar comigo. Então fui atendê-la.
Era Cláudia, uma mulher com o rosto triste e paralisado
pela expressão. Ela perguntou se eu poderia ouvi-la por
uns 20 minutos. Prontamente, eu disse que sim! Afinal de
contas, este é meu chamado da parte de Deus, ouvir e ajudar
as pessoas.

Ela tinha sérios problemas de baixa autoestima, que ori-


ginaram uma série de outros problemas e escolhas erradas.

Cláudia nascera em uma família muito próspera, seus


pais trabalhavam muito em suas empresas. Durante sua
infância e adolescência, ela viveu um terrível pesadelo. Eles
moravam em uma grande casa, e nas horas em que os seus
pais estavam nos afazeres da residência, ficava por conta de
uma antiga empregada da família. Esta começou a levar seu
filho para a casa de Cláudia. Ele era adolescente e Cláudia
ainda uma criança, e eles brincavam juntos enquanto o dia
passava. Porém, em um determinado dia, Pedrinho, filho da
empregada, começa a agarrar, a beijar e a passar as mãos por
todo o corpo da pequena e indefesa menina. Ela corre, grita
e conta para a mãe de Pedrinho, que logo dá uma bronca
em Cláudia e diz para ela parar de mentira. “Pedrinho, não
faz isso!” E ainda agressivamente diz: “Se ele não puder vir
comigo, não posso trabalhar em sua casa”. À noite, quando

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seus pais chegaram, Cláudia procura contar o que estava


acontecendo, procurando “proteção”, mas para sua surpresa
seus pais também disseram para ela parar de conversa, e
concluíram: “Pedrinho cresceu conosco, deixa de inventar
história, mocinha”. Ela contou na linguagem de criança e
os pais não deram ouvidos. Entretanto, isso persistiu por
meses ela era agarrada, beijada e tocada por todo o corpo
sem poder se defender, afinal, ninguém acreditava nela.

Contou que um dia procurou os pais chorando, repetindo


a mesma história. Como solução, o pai pediu para ela brincar
sozinha no quarto, porque precisava da mãe de Pedrinho em
casa para o papai e a mamãe poderem ir trabalhar, visto que era
uma funcionária antiga da família. Cláudia passou a brincar de
menina amargurada, ferida e, dentro do próprio quarto, con-
tava para suas bonecas o que o pai havia feito. A garota dizia
que o pai acreditava mais no Pedrinho do que nela, que era sua
filha, e que a mãe não se importava com ela.

Da janela do seu quarto, ela olhava Pedrinho, correndo


pelo quintal da casa e banhando-se na piscina, com toda
liberdade que era para ser dela, “filha dos donos da casa”.
Cláudia cresceu com uma profunda mágoa dos pais, prin-
cipalmente do pai. Passou a ter aversão à figura masculina.
Seu pai fora muito rude e duro com ela, e a privou de des-
frutar do seu tempo de criança em sua própria casa. Sem
que os pais percebessem, Cláudia não reclamava mais das
coisas que Pedrinho lhe fizera, mas começou a se trancar no
quarto como uma forma de autodefesa.

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Imaginem a mente desta criança entrando na adolescên-


cia! Cláudia passou a ter um desejo imenso de se casar e
saiu em busca do homem protetor e menos rude do que seu
pai. Ela havia tomado aversão à presença masculina, sempre
procurava homens mais mansos, amigos e menos duros do
que seu pai e seus irmãos.

Bem nova, ela contraiu matrimônio com um tenente


da marinha, um jovem dócil, meigo e romântico. Era um
homem muito doce, amigo, companheiro, delicado, total-
mente o oposto de Pedrinho, aquele agressivo adolescente
que a violentou, e também o oposto de seu insensível pai.
Seis anos de casados se passaram, Cláudia agora era mãe e
procurava se dedicar ao marido e ao filho, dando ternura e
proteção a eles.

No relacionamento de marido e mulher, ela se encantava


com a sensibilidade de seu marido pelo universo feminino.
Até que, em um determinado dia, ela saiu para uma viagem
e deixou seu marido sozinho em casa. No trajeto para seu
destino, percebeu que havia esquecido algo em casa. Então
retorna e entra em casa, silenciosamente, para não pertur-
bar o descanso do esposo, afinal de contas, era apenas pegar
o objeto esquecido e retornar para seu destino. Porém, ela
percebe um barulho de gente em sua casa, especialmente
em seu quarto. Preocupada e apreensiva, ela vai até o quarto
bisbilhotar o que seria aquilo, quando foi terrivelmente
surpreendida por algo que mais uma vez transpassou seu

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coração. Ela presencia seu marido na sua própria cama fa-


zendo sexo com outro homem, um colega de trabalho dele.

O mundo de Cláudia mais uma vez desaba. Ela foi


outra vez ferida, passou a odiar ainda mais os homens e a
si mesma pela escolha que havia feito. Ela se perguntava
constantemente onde havia errado.

No aconselhamento, ela mesma se autodiagnosticava,


percebia que, ao pensar em se casar, sempre que chegava
um pretendente, ela se lembrava dos problemas com o
Pedrinho na infância e da dureza do pai, então ela passou
a procurar um marido que menos parecesse com aqueles
dois homens. Ela escolheu alguém que se preocupasse
com o universo feminino e não notou características que
poderiam ser observadas se ela não tivesse passado pelos
problemas citados.

Depois disso, Cláudia se entregou à depressão profunda,


e passou a ter transtorno de bipolaridade e síndrome do pâ-
nico, além de ter obsessão para provar aos pais, aos irmãos e
a todos que ela poderia viver feliz e sozinha, sem depender
de ninguém, muito menos de um homem. Seu objetivo era
ser bem sucedida na vida profissional, a fim de mostrar a
todos que, apesar de não ter sido “protegida e amada” como
filha e esposa, poderia ser alguém na vida. Ela percebeu que
estava vivendo e fazendo escolhas, procurando se vingar
dos homens e da família. Sua vida estava sendo nutrida pela
decepção, pela mágoa e pelo desejo de vingança.

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Claro que os pais de Cláudia erraram, e muito, mas


ela não poderia continuar a vida procurando se vingar e
remoendo as decepções que sofrera na vida desde sua in-
fância. Naquela noite, chorei com ela, oramos juntas, disse
que ela já sabia porque havia feito escolhas erradas, e que
o primeiro passo era deixar de culpar os pais e a vida pelos
seus sofrimentos. O segundo passo era perdoar Pedrinho,
a empregada, seus pais e sua família, e, ainda, perdoar a
Deus e a si mesma. Constantemente ela repetia: “Por que
Deus permitiu isso comigo? Eu não sei o que fiz de errado
para ter que colher isso!”.

Concluí com ela no nosso primeiro aconselhamento


dizendo que, depois do perdão, ela deveria procurar
reescrever em sua vida uma nova história. Mantivemos
contato por muito tempo, via e-mail, oramos juntas e
acompanhei seus desabafos.

Um dia, Cláudia me escreveu dizendo que sabia que


aquela ferida jamais seria curada. Então, pacientemente, eu
lhe disse que, quando ferimos uma parte do nosso corpo
que sangra, vamos ao médico, fazemos um curativo e depois
colocamos remédio até cicatrizar e, quando cicatrizado,
olhamos para a ferida, e ela não dói mais, porém lembra-
mo-nos dos dias em que nos lesionamos, e vemos apenas
a cicatriz. Chega um tempo em que a gente vê a marca e
nem se lembra mais exatamente como foram os detalhes do
acidente que causou a ferida, já cicatrizada. Disse a ela que
remoer o passado é persistir em um caminho de fracasso.

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Cláudia pôde se reerguer gradativamente, com altos e bai-


xos, se perdoando, perdoando os envolvidos no problema,
e depois passou a desfrutar de uma vida melhor com Deus.

Cuidado com escolhas feitas baseadas em suas feridas


emocionais. Cláudia era uma criança sem maturidade para
superar a dor da sua história e sem discernimento para
suas escolhas, mas se você a partir de hoje pode perceber
as origens de sua baixa autoestima, escolha um caminho de
sucesso e de vitória para sua vida. Não se prenda ao passado,
coloque seus objetivos nas mãos de Deus.

2. Frieza sexual e conjugal

Eu havia acabado de falar sobre sexualidade só para as


mulheres e, no final, uma senhora muito simpática me pro-
curou, a fim de saber o nome do remedinho que ajudava as
mulheres a aumentarem a libido. Enquanto eu dizia o nome
do medicamento e ela anotava, a mulher fez um comentário
que me chamou a atenção: “Meu marido é tudo isso que você
disse hoje: carinhoso, me diz que me ama constantemente,
um excelente pai, amigo de meus filhos, além de me dar
flores, presentes e muito carinho, o tempo todo. O problema
sou eu! Eu queria o remédio para ver se eu melhoro, afinal
de contas, ele merece, pois faz tudo para mim, mas, todos
os dias quando o sol se põe, eu sinto dor de cabeça e medo
da hora em que ele me procura para a intimidade sexual.”
Ainda concluiu dizendo: “Sou eu que não gosto de sexo de
forma alguma”.

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Eu perguntei se ela tinha ido ao médico para ver se era


algum problema hormonal. Ela disse que já tinha tentado
de tudo e, quando olhei nos olhos dela, seu rosto havia mu-
dado completamente, e seu semblante era de muita tristeza.
Ela continuou, dizendo: “Quando ele me procura, mudo
completamente. Ele tem muita paciência, e eu tenho muita
pena dele. Porém, é incontrolável a tristeza que sinto, nunca
gostei de sexo!”.

Os anos de aconselhamento e, é claro, a presença de Deus


em nossa vida, nos trazem discernimento e a visão dos
fatos. Naquele momento, com ousadia, eu lhe perguntei,
impulsionada por uma convicção de Deus dentro de mim:
“Querida, você foi violentada em sua infância?”. Fitando
seus olhos nos meus, ela respondeu: “Fui... e sofri muito!”

Perguntei se ela queria compartilhar comigo, dizendo a


ela que eu tinha todo tempo naquela tarde para ouvi-la.

Então ela me contou: “Eu tinha de 11 para 12 anos de


idade, eram meados de 1979, naquela época as mães diziam
que os bebês eram deixados nas portas das casas por alguém
ou que eles eram trazidos pela cegonha, embora ninguém
jamais houvesse visto uma cegonha, mas achávamos que era
verdade. Não era comum as famílias terem TV, só havia na
cidade, nas casas dos ricos, e também havia censura”.

Continuou ela: “Morávamos em uma fazenda, meu pai


era o vaqueiro, e o fazendeiro ia constantemente à proprie-
dade. Ele era um homem bom, tratava a gente com respeito

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e carinho, ele deixava até seus filhos brincarem conosco.


O filho dele brincava muito comigo, dizia que, quando se
tornasse homem, talvez se casaria comigo. Gostávamos de
brincar de família, ele deitava perto de mim, brincava de
beijar e de outras coisas, mas dizia que era só brincadeira,
que eu não era sua namorada. De repente, meu corpo come-
çou a mudar de forma, fiquei com a barriga grande e minha
mãe descobriu que eu estava grávida. Eu não sabia o que
era aquilo e nem como acontecera. Eu era muito inocente,
muito pequena e não sei se tinha sido na marra...”

Um silêncio a interrompeu. Atemorizada, ela concluía:


“Minha mãe queria saber quem era o pai, então ela me
contou que os bebês não vinham pela cegonha e me expli-
cou como acontecia, então eu disse que havia sido o filho
do patrão. Nos dias que se seguiram, meu pai processou o
fazendeiro, que deu uma pequena chácara para ele ficar ca-
lado e não exigir o registro da criança. Meu pai concordou.
Porém, ele e minha mãe passaram a me chamar de vagabun-
da, desgraçada, e diziam que eu era a vergonha da família.
Trancaram-me dentro de casa para ninguém ver que eu
estava grávida, entretanto eles estavam satisfeitos com a ‘sua
chácara, fruto da minha desgraça’”.

Eu ouvia tudo com muita atenção e aperto no coração.

“Dias depois, me deram algumas xícaras de chá com


remédios e o bebê nasce de parto normal em nossa casa.
Meu pai me pegava pelo braço, me jogava no chão, tudo
isso enquanto minha mãe trazia o bebê, um menino, até que

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meu pai pegou um frasco de “Buscopam” (remédio para dor


e cólicas), uma seringa sem agulha e despejou boa parte do
medicamento dentro da seringa, com a intenção de abrir
forçadamente a boca do bebê. Com o remédio em uma das
mãos, segura a boquinha do meu filho. O recém-nascido
torceu o corpo e deu uns repuxados. Meu pai colocou o
bebê de lado, pegou uma enxada, cavou a terra, e enterrou a
criança, até hoje eu acho que ele ainda estava vivo! Depois,
meu pai me puxou para dentro de casa, me deu uma sacoli-
nha com uma peça de roupa, chamou um tio, que estava em
nossa casa passando por aquela região, mas que morava em
São Paulo, e lhe disse: ‘leva essa vagabunda, essa sem-vergo-
nha, e solta nas ruas de São Paulo. Ela é a nossa vergonha,
e não deve mais ficar aqui.’ O tio me levou consigo, sem
falar nada, me abandonou nas ruas de São Paulo, e lá eu fui
violentada, usada e abusada. Nem gosto de lembrar!”

Ela prosseguiu: “Mas, um dia, eu deveria estar com


uns 15 anos de idade, passou um carro cheio de mulheres
pela rua onde eu dormia. Elas davam agasalho, comida
e falavam de Deus e sobre seu filho, Jesus. Elas carinho-
samente se aproximaram de mim e me levaram para um
abrigo, depois fui trabalhar na casa de uma delas, e aquela
mulher me deu muito amor. Conheci um rapaz da casa
de recuperação, contei tudo para ele, e ainda assim ele se
casou comigo. Nunca mais vi o monstro do homem que se
dizia ser meu pai, e nem meu tio... bom... Acho que você já
pode entender porque sexo é tão ruim para mim. Sexo não
sinaliza prazer, e sim desgraça!”

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Ela então concluiu, dizendo: “Agora só você e meu marido


sabem disso, aqui, nesta cidade, nem minhas filhas, que já
são moças, sabem!”.

Amadas, enquanto ela me contava isso, não pude con-


ter minhas lágrimas. Era muita dor abafada no coração
daquela mulher e, ao mesmo tempo, uma covardia sem
tamanho, mas ainda assim lhe disse que ela precisava
perdoar: “o monstro do seu pai, o tio e o filho do patrão!”.
Chorando, ela disse que só odiava o pai. Não culpava a
Deus, não culpava o rapaz. Falei sobre a vontade permitida
de Deus! Ela havia conhecido Jesus depois disso tudo! Fa-
lei sobre a gravidade do fato, sobre a maldade do pai, sobre
os costumes nordestinos daquela época. Disse que eu,
filha de nordestino, conhecia bem a situação, mas também
falei sobre perdão, sobre como ele nos liberta para sermos
curados e por fim, sobre a dor de Deus em ter dado Jesus
pela humanidade.

Como Jesus deveria ter se sentido naquele dia, quando


o próprio Pai o entregara para ser morto pela nossa vida?
Perguntei a ela se aquele bebezinho, que ela dera à luz, pu-
desse falar na hora em que seu pai o matara. Porém, frisei a
necessidade do perdão, para ela desfrutar de felicidade em
sua vida e, principalmente, em seu relacionamento conju-
gal. Ressaltei que ela poderia, depois de ser curada daquela
ferida, transformar tudo aquilo em bênção, ajudando outras
pessoas com aconselhamento. Então oramos, e eu a acom-
panhei por um tempo, depois ela sumiu.

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Meses depois fui palestrar em sua igreja, quando ela me


procurou e disse, sorrindo: “Meu marido está tão feliz, e
quer conhecê-la. Depois daquela palestra sobre sexualidade
e daquele tempo que você conversou comigo, eu passei a
pedir ajuda a Deus para perdoar meu pai e me ajudar a
gostar da intimidade com meu marido! Quer dizer, já virei
os pezinhos umas duas vezes! (Rsrsrsrs, esta é a expressão
que eu costumo usar para as mulheres como definição sobre
plenitude sexual no relacionamento).

Naquela hora eu a abracei, choramos e rimos juntas!


E, de repente, seu marido, um senhor muito educado, se
aproximou de mim, pegou em minha mão e, emocionado,
agradeceu: “Obrigado!”.

A senhora ainda concluiu: “Contei minha história para


minhas filhas, elas ficaram emocionadas! Quero ajudar
outras pessoas. Se precisar de mim, estou à sua disposi-
ção para testemunhar”. Este era o sinal de que sua ferida
estava curada.

O perdão pôde trazer para aquela mulher plena saúde


para seu relacionamento. Ela precisava apenas entender que
a mágoa prejudica mais aquele que a guarda dentro de si.

Existem milhares de mulheres que não desfrutam de uma


vida sexual satisfatória porque guardam mágoa:

• De uma violência ou de um abuso sexual sofrido na


infância, adolescência ou mesmo na fase adulta;

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• De uma frase dita pelo marido no início do casamento;

• De coisas insignificantes que se tornam verdadeiros


gigantes dentro do nosso relacionamento.

3. Conflitos com a família do cônjuge

A baixa autoestima pode atrapalhar nossos relaciona-


mentos familiares. Existem pessoas que já foram tão feridas
pelos pais, irmãos, tios ou primos que, ao se casarem, vestem
uma capa de indiferença e se fecham para a sua nova família,
a fim de obter respeito. Eu agi assim com a família do meu
marido. Quando percebi que as brincadeiras e as críticas
eram parecidas com as que eu ouvia na minha adolescência,
simplesmente me fechei e me isolei, a fim de me proteger
de novas feridas. Era como se eu dissesse dentro de mim:
“Agora já sei como me defender!”.

Passei a tratar friamente meus cunhados e cunhadas,


afinal, eu não queria ser golpeada por mais ninguém. Acre-
ditava que me fechar seria a solução, o que na verdade gerou
mais problemas entre mim e minha sogra, meus cunhados,
concunhados e até meu marido. Feridas abertas geram mais
feridas e outros problemas! A solução é buscar cura para
nossas emoções e aprender a conviver com as pessoas, sem
sermos “casca de ovo”, sem sermos extremamente sensíveis
e, ao mesmo tempo, com sabedoria vinda de Deus, fazer
com que as pessoas, com as quais convivemos entendam
que precisamos ter o nosso ponto de vista, as nossas ideias e
as nossas personalidades respeitadas.

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Não se feche para os relacionamentos, com medo de ser


ferido novamente, procure ser curado para ajudar outros e
para desfrutar de uma vida repleta de alegria!

4. Problemas com os filhos

Feridas emocionais não curadas geram problemas na


educação dos nossos filhos. Pais feridos agem com dureza, a
fim de moldar nos filhos aquilo que gostariam de ser. Outros
inconscientemente descontam nos filhos toda mágoa que os
pais lhe causaram e, pior ainda, é quando se tornam vítimas
de suas mágoas e fazem de tudo pelos filhos, dão tudo que
pedem e não estabelecem limites.

Eu estava palestrando no norte do Brasil e fiquei hospe-


dada em uma casa em que mãe e filha estavam em constante
discussão. A mãe, uma mulher abençoada, cheia de ativi-
dades, amiga de todos, não conseguia dominar sua filha.
Em aconselhamento, decepcionada, ela me disse: “Sempre
dei o melhor que pude às minhas filhas. Como não tive o
melhor, para elas não poupei brinquedos, roupas, passeios,
empregadas à disposição para elas aproveitarem a infância
da melhor maneira possível. Até que então veio a crise fi-
nanceira, e não pude mais dar tudo isso.”.

Ao chegar à sua casa, depois do aconselhamento, presen-


ciei uma cena muito triste. Sua filha, que estava grávida de
três meses, dentro de casa, aguardando a data do casamen-
to, sentiu vontade de comer e estava muito nervosa porque
sua mãe não chegava para fazer um lanche para ela. A

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mãe, envergonhada pela situação, disse docemente à moça:


“Filha, porque você não fez um sanduíche? Tem presunto,
pão e queijo na geladeira.” A moça, com um tom de ironia,
responde: “Não faço! Foi você quem me criou assim, agora
aguenta!”. Em outras palavras, ela quis dizer: “Sempre tive o
que quis nas mãos e não vou fazer nada”.

Meu coração de mãe se partiu e, ao mesmo tempo,


refleti: “Será que eu não estava sendo boa demais com
meus filhos, tentando dar a eles tudo aquilo de que fui
privada na minha infância?”.

Quantas pessoas foram feridas por maus tratos dos pais,


por professores ou colegas, por dificuldade financeira, com
problemas de saúde ou de qualquer outra natureza, e ali-
mentam o seu emocional com o remédio errado, para curar
suas feridas? Ou, ainda, geramos outras pessoas feridas
porque não fomos curadas?

Naquela tarde, aquela mulher me dizia: “Estamos tão


apertados financeiramente! Estou em conflito! Os sonhos
dos meus filhos estão passando da hora de serem realizados,
o sonho do balé, o sonho da coleção de boneca, o sonho do
carrinho de controle, da moto ou do carro 0km”.

Amados, na hora em que a filha lhe dizia: “agora aguenta”,


eu chamei aquela mãe no cantinho e disse: “Amada, sua cri-
se é permissão de Deus. Suas filhas podem sonhar e desejar
realizar todos os sonhos delas, mas Deus, vendo o amanhã,
está através da crise financeira que agora vocês atravessam,

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dando uma ajuda para lhe ensinar que você estava estragan-
do seus filhos. Seu trauma de miséria na infância a estava
levando a gerar filhos doentes. Eles podem sonhar, porém
precisam valorizar os caminhos para alcançar os seus so-
nhos. Você precisa ser curada para ensinar isso a eles”.

Que lição eu aprendi naquela tarde! Quantas vezes eu,


mãe, estava dando aos meus filhos tudo o que eu não tive.
Aquela mulher estava com suas filhas na juventude, e eu
com os meus ainda na infância. Estava em tempo de cor-
rigir! Pedi a Deus que curasse também o meu coração, pois
muitas vezes me preocupei com os sonhos dos meus filhos.

Você já percebeu quantas vezes protegemos demais nos-


sos filhos e erramos tentando acertar?

5. Dificuldades financeiras

Feridas emocionais abertas nesta área podem nos colocar


em dificuldades financeiras. Quantas vezes, diante de ame-
aças de crises, nos aprofundamos em dívidas parceladas,
empréstimos, cartões de crédito e em decisões erradas para
mostrarmos às pessoas que estamos bem! Alguns fazem
festas, compram carros caros, casas maravilhosas, roupas de
marca e sapatos caríssimos, simplesmente pensando em se
reafirmarem para alguém ou para um grupo social. “Dizem
que STATUS se tem quando se compra o que não se precisa,
com o dinheiro que não se tem, para mostrar o que não se é,
para quem nem é a gente (Autor desconhecido).”

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6. Solidão, isolamento e tédio

Outro problema comum é que as pessoas que possuem


baixa autoestima não acreditam no amor dos outros. No
subconsciente, existe uma pergunta: “Como alguém poderá
amá-la, se nem ela mesmo se ama?”

Há pessoas que nunca aceitaram o amor de terceiros, e


ainda implantam nos filhos a teoria do isolamento, que leva
à solidão. Não se pode chamá-las de amadas ou queridas,
não costumam aceitar elogios, sempre acham que o carinho
vem motivado por algum tipo de interesse ou falsidade e
geram filhos doentes, solitários e isolados. Não conseguem
encontrar uma amizade verdadeira em meio a sete bilhões
de habitantes que povoam o globo terrestre. Vivem solitárias
no meio do mundo.

Uma amiga reclamou que, num determinado dia, chegou


na casa de sua mãe, que é uma pessoa com essa característica
de isolamento e desamor, e disse que ela e as crianças almo-
çariam na casa da vovó. Era feriado, e ela havia aproveitado
para matar a saudade da mãe e levar os netos para revê-la.
Entretanto, ao informar sua mãe do seu objetivo, esta logo
retrucou dizendo que estava muito ocupada, cuidando da
poeira da casa, respondendo agressivamente: “Eu não vou
fazer almoço, se quiser vá para a cozinha”. Ela, com os olhos
marejados de lágrimas, me disse: “A limpeza, a casa e os
afazeres, para minha mãe, eram mais importantes do que
sentar à mesa para um simples almoço, com a filha e os dois
netos”. A amiga disse que segurou as lágrimas, sorriu meio

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sem graça e disse à mãe que estava brincando. Frustrada,


saiu e foi almoçar em um restaurante.

A mãe daquela amiga tinha perdido sua mãe muito


cedo, com aproximadamente 14 anos de idade, e seu pai
logo se casou e preferiu a madrasta em vez dos filhos.
Deixou que os filhos se criassem sozinhos. Imagine o que
é o amor para aquela mãe? Seu próprio pai a trocou por
uma mulher! Infelizmente, as pessoas dão o que recebem.
Ela não tinha recebido amor, estava ferida e não tinha
passado por um processo de cura da alma, por isso ela
não sabia oferecer afeto, pois não tivera um referencial
desse sentimento.

A falta de amor próprio gera isolamento, que traz solidão,


que, por sua vez, afasta as pessoas. Deixe Deus curar suas
emoções para que você possa desfrutar de alegria em sua vida.

7. Problemas de saúde

Como já mencionamos acima, é comprovado pela me-


dicina que algumas doenças, como gastrite, úlcera, câncer
e infarto (entre outras) podem ter sua origem em fatores
emocionais. Ainda é comprovado que grandes decepções
que geraram mágoa, amargura, ressentimentos e depressão
são os maiores causadores de câncer.

O coração ferido traz enfermidades. “Mas o espírito abati-


do seca os nossos ossos”. (Provérbios 17.22b)

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8. Envelhecimento

A falta de alegria nos faz perder o desejo de sorrir e de


cuidar de nós mesmos. Nos deixa com o rosto fechado e
com a tendência para reações negativas a elogios e atitudes
de carinho. O rosto fechado também molda as famosas
linhas de expressão antes do tempo (previsto naturalmente)
e ainda tira os nossos sonhos, transformando jovens rapida-
mente em pessoas envelhecidas de alma e de espírito.

9. Inadequação

Este sentimento é uma das características de quem tem


baixa autoestima, e faz com que a pessoa se sinta perdida
em meio a uma multidão. É expresso através do suor nas
mãos e do medo de atravessar sozinho um lugar público,
com a impressão de que todos o estão olhando. As pessoas
que possuem esse sentimento não arriscam novas amizades
ou um novo trabalho e evitam falar com pessoas que não
fazem parte do seu grupo, com medo de serem rejeitadas.
Geralmente, pessoas que têm este sentimento foram crian-
ças que ouviram “Fica calado, menino! Você me mata de
vergonha. Você só abre a boca para falar besteira. Você anda
todo desengonçado. Oh menina feia”. O pior é que essas
frases foram ditas pelas pessoas que deveriam ser referência
de amor e afeto na vida.

Eu fui assim. Na minha infância, eu não ouvia elogios, as


pessoas só elogiavam minhas irmãs, eu era o patinho feio
de casa, cresci muito rápido e tentava andar encurvando os

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ombros para ficar na altura das minhas amigas da escola.


Deveria ter entre 12 ou 13 anos de idade, e não ouvia nin-
guém me dizer: “Que linda você está ficando, mocinha!”,
mas eu ouvia e via meus irmãos e colegas a rirem de mim e
a dizer que eu era desengonçada, que meu nariz era grande
e minha boca muito pequena, e que eu só abria a boca para
falar besteira.

Nessa época, passei a frequentar as reuniões sociais com


meus pais, e quando eu atravessava um salão, acidentalmen-
te, eu costumava cair. Só andava com um pacote nas mãos,
pois o pacote significava minha segurança para ninguém
olhar meus braços compridos balançando entre meu corpo.
Eram os complexos de uma adolescente que precisavam ser
tratados! Descobri que caía ao caminhar, porque entortava
as pernas, procurando ficar menos desengonçada. O tempo
passou, e, ao me encontrar com Jesus, ele curou minhas
feridas emocionais, e me fez superar os ladrões de alegria
que afligiam minha vida e meus sentimentos dia e noite.
(Adquira o DVD “Minha vida, minha história”, e seja forta-
lecido pelo meu testemunho de superação).

O sentimento de inadequação também gera insegurança,


que é um sentimento que impede a pessoa de terminar o
que começa. A insegurança é gerada por uma falta de con-
fiança e de credibilidade no próprio potencial. Geralmente,
a pessoa insegura é aquela que constantemente ouviu que
não conseguiria ser capaz de vencer na vida, que não seria
capaz de realizar os seus sonhos. Isso mesmo, a insegurança

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é gerada por coisas bem simples, como por exemplo, por


frases ouvidas desde a infância: “Você não vai conseguir
andar de bicicleta, fazer a tarefa de casa, pegar o chinelo do
papai, acertar a bola e fazer um gol no quintal de casa. Você
é muito pequeno para isso!”

Você está achando que é alguma coisa?

As pessoas que foram marcadas com essas frases se tor-


nam inseguras e geralmente desistem do que começam. Não
confiam em si mesmas e não acreditam em seu potencial.

A mãe de Renata dizia que tudo o que ela fazia dava er-
rado, chamava-a de feia, de desengonçada e ainda chegava
a dizer que mulher só nascia para sofrer, e que se ela, como
mãe, pudesse escolher o sexo dos filhos, gostaria que todos
nascessem homens. Renata era a única filha mulher em uma
casa com três filhos, e ouvia isso desde pequena. Ela era uma
adolescente muito retraída, insegura, e se sentia inadequada
para conviver com qualquer grupo. Ela quase não conver-
sava, mas às vezes tinha extremos ataques de gargalhadas,
tentando ser interessante e legal.

Eu era recém casada e trabalhava com os adolescentes da


Igreja. Como tive muitos problemas de autoestima, e Deus
havia me curado das minhas feridas e traumas emocionais,
eu sabia, ainda que fosse inexperiente, diagnosticar proble-
mas de baixa autoestima. Então perguntei à mãe de Renata se
ela sabia fazer alguma coisa na cozinha, um doce ou um bolo,
qualquer coisa serviria. A mãe me respondeu ironicamente:

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“Ela não faz nada que presta, só um bolo de cenoura e que


ainda fica mais ou menos”. Sorri e lhe disse: “Esse serve!”.

Convidei Renata para passar uma tarde comigo e, lá em


casa, pedi para ela me fazer um bolo de cenoura, disse a
ela que sua mãe me falara que o seu bolo de cenoura era
delicioso! Ela, desconfiada, me afirmou que sua mãe criti-
cava o bolo de cenoura que ela fazia! Eu sorri e afirmei toda
convicta: “Isso é medo de falar que o seu bolo fica melhor
do que o dela!”. Ela fez o bolo, eu orei o tempo todo para que
a receita ficasse boa, depois comemos e o bolo realmente
ficou muito bom.

No domingo, contei aos adolescentes da sala da escola


dominical que Renata fazia um bolo de cenoura delicioso,
então aproveitamos e marcamos um lanche para a turma
toda experimentar o bolo da Renata. No dia, eu comia e
fazia “Hummmmmmm! Que delícia!” Quem era doido de
discordar da tia? (Rsrsrsrs) Percebi uma crescente estima
naquela mocinha! Comecei a levá-la para me ajudar a fazer
lanches para a turma da sala, ela sempre fazia o bolo de
cenoura, e ainda passou a fazer outras receitas. Aonde eu ia,
ela me acompanhava.

Um dia eu fui decorar a Igreja para uma festividade, e


no final da tarde seus pais foram buscá-la no local, mas
naquele dia Renata não havia feito nada mais do que colocar
argila nos vasos e umas folhas de samambaias nos arranjos.
Mesmo assim, eu agradeci aos seus pais por deixá-la sempre

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comigo, olhei sorrindo para a mãe, puxei Renata para perto


de mim, abracei-a e disse: “O que seria de mim sem a ajuda
de Renata, aqui, hoje?”. Percebi lágrimas nos olhos da mãe
que, depois, me procurou e disse que sua filha estava trans-
formada, se tornara uma menina alegre, comunicativa e
autoconfiante. Naquele dia, a sua mãe compartilhou comigo
que estava entendendo que o problema da filha eram suas
críticas, induzindo-a a ser uma fracassada.

Os anos se passaram, e hoje Renata é uma mulher linda,


capaz, autoconfiante, inteligente e se tornou uma psicóloga!
Ela só precisava que alguém lhe mostrasse que ela era capaz
de fazer coisas especiais, que ela era importante para a vida
de alguém, ainda que fosse para fazer um bolo de cenoura
ou carregar uma porção de argila para decorar o vaso de
uma festa. Ela precisava ser amada e valorizada.

Pessoas que foram criticadas e rejeitadas costumam ter


um sentimento de inadequação e de insegurança. Ainda
que você tenha sido hostilizado, ouvindo constantemente
que você não conseguiria ser nada na vida, acredite em seu
potencial e, se as críticas e as palavras que a feriram ainda
remoem dentro de você, dê a volta por cima e descubra a
capacidade que você tem de realizar os seus sonhos e fazer a
diferença em sua geração.

10. Perfeccionismo

O perfeccionista é aquele que vive constantemente com


o sentimento de que ainda não atingiu o padrão desejado,

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sempre precisa melhorar, e, quando acha que já chegou a


um bom grau de acertos no seu perfeccionismo, passa a se
considerar melhor e mais correto do que os outros. Geral-
mente, critica tudo o que as pessoas ao seu redor fazem e,
por mais que alguém tente agradá-lo, sempre fica faltando
alguma coisa.

É extremamente exigente até mesmo consigo e, por isso,


quando não alcança os seus objetivos, tem um sentimento
de culpa. Por outro lado, pode também se tornar uma pessoa
arrogante, porque, por sempre tentar fazer o melhor, ainda
que não saia perfeito, acha que o que faz é melhor do que o
que as outras pessoas fazem.

Os perfeccionistas também produzem uma imagem dis-


torcida de Deus e acham que nunca podem agradá-lo, pois
eles mesmos são assim “difíceis de agradar”.

Geralmente os perfeccionistas foram formados por pais


que nunca estavam satisfeitos com o que quer que o filho
fizesse. Pais cujo amor era condicionado. As frases mais
comuns eram: “Vou ficar feliz se você tirar 10 em todas as
matérias”, “Vou lhe dar um beijo se você ficar caladinho
enquanto os adultos conversam”, “Não me decepcione, não
suje a roupa quando for brincar”, “Você pode fazer melhor”,
“Oh, menina ingrata, não faz nada de que eu goste” ou “Me-
nino desobediente, você nunca me obedece”.

Outro fator que gera perfeccionismo é a falta de equilíbrio


emocional dos pais. Ora batem e ora beijam pela mesma atitu-

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de. Um dia pode entrar em casa com os pés sujos, outro dia não
pode entrar, sem ao menos explicarem o motivo a eles! Esses
são filhos de pais imprevisíveis, irracionais. Criam adultos
perfeccionistas que só sabem cobrar, exigir e questionar.

Os perfeccionistas têm dois extremos. Uns se tornam


arrogantes, por acharem que fazem melhor, outros vivem
depressivos, com sentimento de culpa, por pensarem que
nunca vão conseguir agradar ou acertar.

As frases mais comuns dos perfeccionistas defensivos são:


“Se ao menos eu conseguisse parar de...”, “Eu não consegui
chegar a tempo por que...”, “Bati o carro porque...”; “Devo
melhorar da próxima vez” e “Da próxima vez vou cozinhar
melhor, ainda não ficou bom”. Pessoas assim carregam um
sentimento de culpa por algo que não deu certo, mas jogam
a responsabilidade sobre coisas ou outras pessoas.

Já as frases mais comuns dos perfeccionistas arrogantes e


ofensivos são: “Filho, eu não erro!”, “Eu sou a super mãe, a
pontual, a correta, a mulher e a mãe maravilha!”, “Não está
errado, eu não me engano!” e “Se fosse eu quem tivesse feito
isso, aí não teria saído errado”. É impossível viver com su-
per-heróis. Eles só existem em contos de fadas ou na ficção.
Já sabemos o fim deles, tudo é perfeito, todos os outros são
vilões, tudo deles é melhor, é correto e é certinho. Entretan-
to, muitos pais tentam criar seus filhos como super-heróis,
procurando criar pessoas que não erram e que na realidade,
se tornam pessoas doentes e com dificuldade de viver uns
com os outros.

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Tenho uma colega superperfeccionista. Um dia lhe pedi


para buscar minha filha na escola. Ela não erra e, quando
alguma coisa parece dar errado, culpa os outros ou fica
doente. Lembro-me de que, naquele dia, minha filha entrou
no carro da minha amiga chorando, porque eu não pude
comparecer a comemoração do Dia do Índio na escola e,
como se não bastasse, minha amiga vira para minha filhi-
nha, ainda na pré-escola, talvez com sete anos de idade na
época, uma criança indefesa, e diz: “Sua mãe disse que vinha
e não veio? Então ela não tem palavra! Já eu, se eu prometer,
ainda que chova canivete, eu chego a tempo!”.

Misericórdia! Quando a Angélica, minha filha, chegou na


empresa e desceu do carro da minha amiga, ela estava cho-
rando e me disse: “Mamãe, você não tem palavra!”. Assus-
tada, eu procurei saber o que tinha havido. Decepcionada
com a atitude da minha amiga, eu lhe agradeci pelo favor,
mas disse com amor que ela não poderia gerar a mesma
doença do perfeccionismo nos outros.

Eu trabalhava muito e, mesmo sendo a proprietária da


empresa, tinha tarefas que não poderiam passar da hora. Não
haviam condições de ir a todos os eventos da escola, ainda que
eu me esforçasse para tal. Depois conversei com minha filha
e ela se desculpou. Geralmente, o perfeccionista foi muito co-
brado, pois buscava admiração de alguém e sempre fracassava.

O perfeccionista se torna ansioso porque sempre quer ser


e fazer melhor. Ele sempre cobra o melhor de si mesmo e
das pessoas que vivem ao seu redor.

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11. Sentimento de desvalor

Este sentimento é aquela sensação de incapacidade e de


inutilidade. É aquela voz interior que insiste em nos dizer:
“Ninguém gosta de mim”, “Não sirvo para nada”, “Nunca
serei alguém na vida” ou “Tudo que eu faço dá errado”. Ge-
ralmente, quem possui esse sentimento teve na sua infância,
na adolescência ou na fase adulta alguém que tentou minar
os seus sonhos, talvez inconscientemente.

Aqueles que têm o sentimento de desvalor são pessoas que


foram desmotivados e que vivem em depressão, sem vontade
de viver e sem desejo de elogiar os outros. Talvez foram criadas
por pessoas que já haviam perdido a motivação para viver, ou,
quem sabe, foi aquela criança que costumava ouvir: “Se você
não fizer o que lhe estou pedindo, não vou gostar mais de você’.
Por isso, amar se torna condicionado a agrados e não parece
algo incondicional. Somos amados por que falamos coisas
bonitas, somos bonzinhos, arrumamos o quarto, etc. e pessoas
feridas geralmente ferem outras pessoas.

12. Depressão

Depressão é um estado de profunda tristeza e desejo de


desistir de tudo, principalmente da vida. Os sintomas da
depressão são muito variados, caminhando desde a sensa-
ção de tristeza, passando pelos pensamentos negativos, até
alcançar as alterações da sensação corporal. Nem todos os
casos de depressão são patológicos, mas a maioria é gerada
por momentos de tristeza, mágoas, perdas ou decepções

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com as quais nós não soubemos lidar. Os principais sinto-


mas de depressão são:

• Perda de energia ou de interesse pela vida;


• Humor deprimido com o sentimento de tristeza ou
de fracasso;
• Dificuldade de concentração;
• Alterações do apetite e do sono;
• Lentidão das atividades físicas e mentais;
• Preocupação excessiva com críticas;
• Dificuldade de tomar decisões;
• Irritabilidade ou impaciência;
• Carência afetiva;
• Necessidade de que chamar atenção e de ser aceito
por um grupo;
• Sentimento de achar que não vale a pena viver, desejo
de morrer;
• Chora à toa ou tem dificuldade para chorar;
• Sensação de que nunca vai melhorar (desesperança);
• Dificuldade de terminar as coisas que começou;
• Sentimento de pena de si mesmo (autopiedade);
• Persistência de pensamentos negativos;
• Queixas frequentes (murmuração);
• Sentimentos de culpa injustificáveis;
• Perda do desejo sexual.

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C A P Í T U LO 4

ATI TUDES QUE ROUBAM A


ALEGRIA E TRAZEM DEPRESSÃO

E
xistem atitudes que nos trazem tristeza e caminham
para nos deixar depressivos. Os sintomas mais comuns
apresentados nas pessoas com tendência depressiva são:

1. Pessoas com tendências depressivas culpam os outros


ou a vida

Os deprimidos sempre encontram um culpado para o seu


fracasso. Usam essa estratégia para esconder a incapacidade
de prosseguir. Sempre dizem: “Ah, se meu pai tivesse me
ajudado!”, “Se minha professora fosse a Tia Maria!” ou “Se eu
tivesse um carro!”. Ou seja, meu problema tem um culpado.

Para quem quer vencer, não existem obstáculos. Proble-


mas são desafios que precisam ser vencidos. “Quem quer
vencer entende que vencer com lutas e obstáculos é triunfar
com mais honra”.

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Meu pai não me deixou fazer faculdade de psicologia,


como era o meu sonho. Eu dependia financeiramente dele,
e a realidade nos anos 80 era bem diferente dos dias atuais.
Entretanto, não desisti do meu sonho eu lia tudo sobre
psicologia e sobre cura interior.

A vida ainda me presenteou ao longo dos anos com inú-


meras crises, problemas, perdas, dores e angústias. Porém,
entendo que, se hoje sou doutorada na faculdade da vida e
sou PHD em crises superadas, foi pela ajuda e amparo do
próprio Deus para comigo. Entendo que foram as supera-
ções que tive na vida que me deram bagagem emocional
para ajudar milhares de pessoas.

Costumo dizer que eu não faria em um consultório de


psicologia o que Deus faz, através de mim no Brasil e no
mundo, palestrando. O melhor disso tudo é que, onde
minha voz não vai, meus livros vão e ajudam as pessoas
que precisam.

Entretanto, foram as lutas e as dificuldades da vida, as


feridas abertas e depois curadas que me doutoraram, por
isso me refiro à “faculdade de vida”. Bendita hora que me
negaram a faculdade, pois o diploma da vida, ou seja, mi-
nhas experiências, falam mais alto.

Decidi não procurar culpados para as diferentes fases


difíceis da minha vida, mas procurei superar as dificulda-
des, a fim de escrever em minha existência uma história
de superação.

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ANGELA SIRINO

2. Pessoas com tendências depressivas possuem necessi-


dade de agradar a todos, para sentirem-se aceitas

Por mais que tentemos, é impossível agradar a todos. Não


se preocupe se nem todos vão gostar do seu novo emprego, do
seu novo carro, da sua roupa nova, ou de qualquer outra coisa!

Gosto muito de ilustrações. Até escrevi uma série de


livros com o nome “Leite e Pão”, só com contos e fatos, uma
para cada dia do ano. Quero compartilhar com vocês uma
história sobre este tema.

Conta-se que vivia numa fazendinha um homem muito


velho, que tinha um neto como companhia. Certo dia,
o velho resolveu descer ao povoado com o seu jumento,
a fim de vendê-lo e juntar o dinheiro para comprar um
burro. Chamou o seu neto e eles partiram. Seguiam a pé,
o velho à frente seguido do jumento, e atrás o neto. Ao
passarem por um povoado, vários homens os viam e logo
os criticaram: “Olhem aqueles bobos ali, estão com um
jumento e vão andando a pé”.

O velho disse ao neto que montasse no jumento, e este


assim fez. Um pouco mais adiante, passaram junto de um
grupo de idosos que logo opinaram: “Que vergonha! Um
garoto forte como este montado no jumento e o pobre do
velhinho, coitado, vai a pé”.

Então o velho, meio sem graça mandou o neto descer e


montou ele mesmo no jumento.

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Andaram um pouco mais, até que encontraram um grupo


de mulheres jovens, casadas e todas com seus filhos ao redor
delas, brincando. Elas assustadas e indignadas exclamaram:
“Olhem para isso. Uma covardia, a pobre criança vai a pé e
esse maldoso todo confortável no jumento.”

Ordenou então o velho ao neto: “Sobe, rapaz, seguimos


os dois montados no jumento”. O rapaz obedeceu de ime-
diato, e eles continuaram a viagem. Mas, um pouco mais
adiante, um grupo de defensores dos animais viu aquela
cena, dois montados no pobre do jumento, e brutalmente
disseram: “Desçam daí, homens cruéis, querem matar o
pobre do jumentinho?”.

Imediatamente, os dois desceram do animal. Entretanto,


andando mais um pouquinho, eles encontraram um grupo
de jovens que riam sem parar, expressando: “Aonde vão os
dois bobos, andando a pé com um jumento ao lado? Será
que não sabem para que serve o animal?”.

Então aquele velho apelou, pegou um pedaço de corda,


amarrou as patas do jumento, cortou um galho de árvore
bem forte, colocou o animal na forquilha.

O repousou sobre seus ombros e sobre os ombros do neto,


mas chegando à feira, onde o jumento seria vendido, o povo
de longe começou a rir. O animal assustado se mexeu tanto
que caiu com a cabeça em uma pedra e morreu.

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ANGELA SIRINO

O sonho de vender o jumento para comprar um burrinho foi


por água abaixo. Descobriram tarde que não poderiam agradar a
todos e que cada cabeça tem sua sentença.
(Texto alterado por mim. Autor: Desconhecido).

Amados, não vivam querendo agradar a todos. Descu-


bram aquilo que Deus tem para vocês e o que é melhor para
o futuro, para a família, para o trabalho e para a vida. “Quem
busca a aprovação de todos cai no fracasso”.

John Kennedy, um dos mais célebres presidentes que os


Estados Unidos já possuiu, afirmou: "Eu não sei o caminho
para o sucesso; mas, sem dúvida, o caminho para o fracasso
é tentar agradar a todo mundo".

3. Pessoas com tendências depressivas vivem em busca de


reconhecimento ou de aplausos

Você conhece as pessoas que são conhecidas como “cascas


de ovos?” São aquelas extremamente sensíveis. Suas frases
mais comuns são: “Ninguém me viu!”, “Ninguém elogiou
minha comida!”, “Meu patrão não me parabenizou esta
semana!” e “Ninguém valoriza o que eu faço”. Na verdade,
tudo se resume mais ou menos assim: “Socorro, alguém me
veja, preciso de atenção”.

Alguns, para chamar a atenção, contam piadas o tempo


todo, dão gargalhadas escandalosas, gritam com as pessoas,
falam palavrões, ou ainda ficam emburrados, ferem-se com

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facilidade, dramatizam doenças, fingem mal-estar a fim de


chamar a atenção para si ou para ter reconhecimento.

Os adolescentes com necessidade de reconhecimento e de


atenção, geralmente, dão trabalho na escola, usam drogas,
se envolvem em rachas, moças chegam tarde em casa, se
envolvem em prostituição ou se exibem com roupas sensu-
ais, etc. Enfim, só querem ser notados. Ou, ainda, se tornam
pessoas com tendência depressiva e se fecham, procurando
ser adulados.

Eu era recém-casada e, para preencher meu tempo, le-


cionava no ginásio em uma escola particular, uma vez por
semana, a disciplina de Ensino Religioso. Havia um aluno
que adorava fazer qualquer coisa inusitada para chamar a
atenção. Um determinado dia, ele me atrapalhou durante a
aula, então pedi a todos silêncio, coloquei uma cadeira no
centro da sala, pedi ao Márcio (esse menino) para subir no
objeto e solicitei a todos que o aplaudissem, assobiassem e
pedi às meninas para lhe jogarem beijinhos.

Ele ficou sem graça, por isso concluí dizendo: “Já está
bom o seu show por hoje? Já chamou atenção que deseja-
va?”. Ele ficou muito sem graça e depois me desculpei com
ele, pois minha atitude também não havia sido correta
como professora. Porém, nas minhas aulas ele não me deu
mais trabalho. Eu não deveria expô-lo desta forma, mas eu
sabia que ele precisava de atenção e usava formas erradas
para obtê-la.

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ANGELA SIRINO

As pessoas que gostam de chamar a atenção são carentes


em sua vida. Precisam de palco para suprir a necessidade de
se sentirem parte de algo importante.

Quantos de nós em nosso dia a dia se tornam assim?


Somos chatos, quase que insuportáveis, porque queremos
ser o centro das atenções. Você já teve uma amiga que não
para de “falar” de suas histórias e que é “péssima ouvinte”?
Ou um amigo que não para de contar vantagens do que sabe
fazer, que se acha o melhor de todos? Este é outro extremo:
ter necessidade de chamar atenção.

Se você tem esse problema, peça a Deus para Ele te ajudar


a diagnosticar suas feridas e curar isso em você.

4. Pessoas com tendências depressivas se preocupam com


críticas

Quem se preocupa com críticas está buscando a apro-


vação dos outros, e quem critica está tentando insinuar
fracasso, incapacidade ou perda. É claro que há pessoas que
fazem críticas construtivas. Sempre teremos alguém nos
criticando, por isso devemos aprender a lidar com isso, sem
que elas nos deixem tristes ou depressivos.

Conta-se que um cavalo caiu no buraco. Não chegou a se


ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso, o
animal chorou fortemente durante horas, enquanto o cam-
ponês pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou
uma decisão cruel: concluiu que o cavalo já estava muito

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velho e que o poço, que já estava mesmo seco, precisaria


ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se
esforçar para tirar o animal dali. Ao contrário do esperado,
chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o cavalo
de estimação. Cada um deles pegou uma pá e começou a
jogar terra dentro do poço. O mamífero se deu conta do
que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente.
Porém, para surpresa de todos, de repente o cavalo se aquie-
tou, depois de várias pás de terra que levou.

O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e


se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caía
sobre suas costas, o cavalo sacudia, dando um passo sobre
esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo,
todos viram como o animal conseguiu chegar até a boca do
poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

Nos nossos dias de passagem por esse mundo, a vida e as


pessoas vão nos jogar muita terra, de todo o tipo, principal-
mente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para
sair é sacudir a terra que levamos nas nossas costas e dar
um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas deve ser
visto como um degrau que nos conduz para cima. Podemos
sair dos mais profundos buracos, se não nos dermos por
vencidos nem nos preocuparmos com o que as pessoas
falam e pensam a nosso respeito.

Por mais difícil que pareça, nunca se desespere em alguma


situação em sua vida. Não deixe que as críticas machuquem
sua autoestima, tornando-a uma pessoa extremamente sen-

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sível ou amargurada; não aja precipitadamente querendo


se defender; não tire satisfação com as pessoas que falam
de você, “dizem que a hora mais escura da nossa vida dura
apenas 60 minutos, depois a gente descobre uma maneira de
chegar ao pódio”. Se você, porventura, ouviu alguma crítica,
use-a para seguir adiante! Não deixe entrar no seu coração o
ódio, a amargura e o desejo de vingança. Tire de sua mente
as preocupações, dê mais de si e espere menos dos outros.

Só receba pedra da árvore que dá frutos. Como aconteceu


na história do cavalo, procure ver na terra que jogam sobre
você algo de bom, quem sabe até mesmo como solução de
algo que você espera, e não como um problema. Nem tudo
o que parece ser ruim e mau é verdadeiramente ruim.

5. Pessoas com tendência depressiva vivem com senti-


mento de culpa

Você já se culpou por alguma coisa que não deveria ter


feito? Ou já se pegou dizendo: “Ah, se eu pudesse voltar
atrás faria tudo diferente!”.

Quanto ao passado, o próprio nome já significa “já pas-


sou”. Não pode ser alterado, o presente é para vivermos, e o
futuro para construirmos.

A resposta para aqueles que desejam voltar atrás é simples:


certamente errariam do mesmo jeito, porque não estariam
enxergando o futuro.

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Quem vive preso ao passado se torna uma pessoa amar-


gurada, ressentida e infeliz. Vive com o sentimento de culpa,
acorda, passa o dia e dorme com o sentimento de fracasso,
vive nervoso, fere as pessoas e se torna agressivo porque
não suporta nem a si mesmo. Livre-se do sentimento de
culpa, agarre-se a Deus. Com esse sentimento, as pessoas se
tornam amargas e revoltadas, grossas e agressivas, matam
pessoas física, emocional e espiritualmente.

Assim que nos casamos, meu marido viajava muito pelos


interiores do estado de Goiás, negociando compra e venda
de veículos. Lembro-me que havia um corretor de veículos
que comprava carros para ele, em uma dessas cidades, que
era muito fechado, sem educação e extremamente rude.
Entretanto, eu procurava suportá-lo.

Um dia, meu marido chegou em casa e conversou comigo


preocupado com o tal homem, e me disse que sua esposa o
havia procurado, em particular, pedindo ajuda. A mulher
lhe informou que ele cometera constantes tentativas de sui-
cídio e que se tornara muito agressivo com a esposa e com
os dois filhos, porém justificou que o amava e que ele não
era assim. Tudo isso começou num dia, quando ele estava
em casa, era início de noite, na época ele era caminhoneiro,
então ele colocou no carro um som bem alto e foi saindo
com o caminhão para colocá-lo para pernoitar no posto de
gasolina, próximo de sua casa. O som do caminhão estava
muito alto e, sem perceber, o caminhoneiro sempre alegre e
cheio de entusiasmo, passou a roda do caminhão por cima

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do seu próprio filho, de três anos de idade, e o acidente foi


fatal. Imagine a situação desse homem e o sentimento de
culpa que ela carregava pela vida! Imagine o sofrimento
desta mãe e desses irmãos!

Os anos se passaram e a esposa, com muita dor, havia


perdoado o marido, ela tinha ciência de que fora uma
fatalidade, como ela poderia culpar o homem, que sempre
foi um excelente pai? Juntos, todos procuravam superar a
dor, mas o sentimento de culpa e a cena diária voltando à
sua mente fez daquele homem uma pessoa amargurada,
rancorosa e que não se perdoava. Se ele não se perdoava,
como poderia aceitar o perdão da esposa e dos filhos que
ficaram vivos? Afinal, em seu psicológico, ele era um assas-
sino e um pai descuidado. A família mudou de cidade, ele
mudou de profissão, porém isso não resolveu sua situação
emocional e mental.

Meu marido, muito comovido com aquela história,


acompanhou o homem e felizmente conseguimos que ele
voltasse a ter vontade de viver para cuidar dos outros filhos,
mas o que mais ajudou foi o amor da esposa e o amor dos fi-
lhos. Certo dia, um deles disse ao pai, chorando: “Perdemos
nosso irmãozinho, mas não queremos perder nosso pai, não
suportaríamos.”

Aquela frase penetrou no coração do homem, mostrando


que, apesar do seu erro, ele tinha valor. Ele perguntava a
Deus onde Ele estava quando deixou que seu filhinho
morresse acidentalmente nas rodas do caminhão. Dissemos

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a ele que Deus estava justamente no mesmo lugar quando


PROPOSITALMENTE E PLANEJADAMENTE, um dia, há
mais de dois mil anos, entregou seu filho unigênito, Jesus
Cristo, para morrer na cruz pelo perdão dos nossos pecados.
Jesus ainda pediu: “Pai, se possível for, afaste de mim esse
cálice”, mas que Deus, ainda assim, não voltou atrás em sua
decisão. Dissemos àquele senhor: “o Senhor entende a sua
dor! Só Ele é capaz de penetrar no íntimo do nosso coração
e curar nossas feridas. Só compreendendo este amor, que
excede a todo entendimento humano, podemos suportar e
aceitar a cura divina para nossa alma angustiada”.

Existe alguma situação que aconteceu em sua vida que


precisa de conserto? Então volte atrás nas lembranças e nas
memórias difíceis que matam sua alma aos poucos. Perdoe
as pessoas envolvidas e, se for necessário, perdoe até a você
mesmo. Recomece, mas não destrua sua vida e sua família.
O Senhor deu uma segunda chance a um assassino chamado
Moisés, a uma prostituta chamada Raabe, e ela até fez parte
da linhagem de Jesus. Ele é o Deus da segunda chance. Seu
dom de perdoar e de nos ajudar a recomeçar é inesgotável.

6. Pessoas com tendências depressivas sentem tristeza e se


isolam por causa do abandono, da rejeição e da humilhação.

Outro sentimento muito comum que nos rouba a alegria


e que nos deixa deprimidos é o sentimento de rejeição ou de
abandono, gerado por uma situação em que nos sentimos
humilhados.

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Seja pelo abandono do cônjuge, ou de um amigo, ou ain-


da por situações pelas quais de alguma forma, nos sentimos
humilhados, excluídos e feridos, geralmente nos isolamos
e nos entregamos à tristeza e à depressão, com isso ferimos
as pessoas que estão ao nosso redor. Você já percebeu como
somos agressivos quando nos encontramos feridos emocio-
nalmente? Parece até que todas as pessoas ao nosso redor
têm culpa dos nossos problemas. Magoamos nosso cônjuge,
nossos filhos, nossos amigos e as demais pessoas que estão
próximas de nós. Ou, ainda, nos isolamos e nos tornamos
frios, fechados e melindrosos. Começamos a achar que tudo
de ruim acontece conosco, que somos o problema, que tudo
que fazemos dá errado e que nascemos para sofrer. Ficamos
pessimistas e passamos a acreditar nestas inverdades, que só
nos deixam piores. Esses pensamentos são comuns quando
passamos por problemas ou humilhações, entretanto é
melhor construirmos uma escada quando algo nos fere, do
que cavarmos um buraco para nos afundarmos na tristeza.

Cresça com os problemas, mas não morra nem deixe de


viver por causa deles. Não fira as pessoas que você ama. Não
seja um gerador de feridas e conceitos pessimistas, mas seja
um exemplo de superação.

Gosto muito de uma ilustração chamada “CARTA À NA-


MORADA”. É muito engraçada, e nos ensina uma grande
lição. Quero compartilhá-la com você.

Conta-se que um casal de jovens já namoravam há algum


tempo, e, por um motivo de força maior, a moça teve que

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se mudar para outra cidade, que ficava a 800 quilômetros


de distância do seu namorado. Devido às dificuldades de
encontrar a namorada, o rapaz resolveu escrever uma carta
terminando o namoro com ela, e redigiu a carta assim:

Querida Ana,

Não podemos continuar com esta relação.

A distância que nos separa é demasiadamente longa. Depois


que você foi embora, admito que tenho sido infiel algumas
vezes e acredito que nem você nem eu merecemos isto!

Portanto, penso que é melhor acabarmos tudo! Por favor,


mande de volta a minha foto que te enviei e aquele anelzinho
que te dei de compromisso.

Com amor, João.

Ana recebeu a carta e ficou muito magoada, chorou por


três dias seguidos, mas não queria permanecer depressiva,
então pensou em uma saída inteligente, para dar a volta por
cima e superar aquele momento de dor e de humilhação. Ela
teve uma brilhante ideia. Saiu de casa e pediu a todas as suas
colegas que lhe emprestassem fotos dos seus namorados,
irmãos, amigos, colegas de trabalho, tios e primos.

Então, juntamente com a foto de João, ela colocou todas


as outras fotografias que conseguiu recolher com suas cole-
gas, em um envelope bem grande.

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Neste envelope que ela enviou ao João, estavam 57 fotos,


juntamente com uma nota, que dizia:

Querido João,

Peço desculpas, mas não consigo me lembrar quem é


você!
Por favor, procura a tua foto no envelope e me envia de
volta as restantes!
Com carinho e com muito, muito amor, Ana.
(Rsrsrsrsrsrs)

Às vezes nos deparamos com problemas difíceis, com


situações em que somos humilhados, magoados, decep-
cionados, momentos em que desejamos nos entregar à
depressão e à angústia, acreditando que somos um fracas-
so e que tudo de ruim acontece conosco. Todavia, mesmo
em situações de aparente derrota, precisamos “saber dar a
volta por cima”.

Se seu cônjuge foi embora ou o traiu, se os amigos o


abandonaram, se você teve problemas em seu emprego
ou se você está com dificuldades em sua empresa, não se
tranque em um quarto, entregando-se à depressão e aos
pensamentos negativos que só nos trazem mal. Busque
Deus em oração. Procure entender os fatos, creia que
muitos problemas e decepções podem ser livramentos
do Senhor para nossa vida, podem ser lixas do céu para
trabalhar em nosso caráter e nos deixar mais bonitos por

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dentro, cheios de perdão, de amor, de paciência, de do-


mínio próprio e, principalmente, “cheios de experiências
para ajudar outras pessoas”.

Quanto mais experiências de superações você tiver na


vida, mais você poderá ajudar os outros! Use sua vida, seu
exemplo para inspirar terceiros a vencerem e a superarem
momentos difíceis.

7. Pessoas com tendências depressivas são pessimistas

O dicionário define pessimismo como uma teoria ou


crença de que o mundo e as pessoas que nele vivem são as
piores possíveis; que, na vida há mais mal do que bem, além
de dar ênfase ao lado ruim e escuro de todas as coisas.

O pessimista tende a ver o mal em tudo. Sua principal


teoria é “Se você não acreditar nem esperar o melhor, nunca
terá decepções. Esperando o pior, não há nada a perder”.
Um dos maiores problemas do pessimista é a falta de dire-
cionamento da vida rumo à realização dos seus sonhos. Eles
caminham tranquilamente rumo ao fracasso.

“Pessimista é aquela pessoa que reclama do barulho quando a


oportunidade bate à porta.”
(Michel Levine)

“O pessimista pede emprestado problemas; o otimista empresta


encorajamento.”
(William Arthur Ward)

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“Otimista é aquele que olha nos seus olhos; Pessimista é aquele


que olha em seus pés.”
(Gibert Keith Chesterton)

Há uma antiga anedota que relata a história de dois


irmãos, ambos pequenos. Um era extremamente otimis-
ta, e o outro era exageradamente pessimista. Eles viviam
brigando. Tinham comportamentos estranhos. Onde um
dos irmãos enxergava coisas belas, o outro só avistava
coisas ruins.

Os pais, muito preocupados com as atitudes extremas dos


filhos, resolveram agir de uma forma incomum. No Natal,
compraram presentes diferentes e provocativos para seus fi-
lhos, na esperança de que, ao abri-los, começassem a mudar
suas visões sobre o mundo, a vida e as coisas.

Ao filho pessimista deram uma bicicleta nova, de cor


vermelha, último modelo, com tudo de que uma criança
gostaria. Ao abrir o pacote, o pessimista exclamou: “Que
absurdo, uma bicicleta! Já estou vendo a minha situação.
Vou cair, arranhar minhas pernas, quebrar os braços, e
ela ainda é vermelha, que lembra sangue! Oh, vida ruim,
vou parar num hospital, com aquelas enfermeiras chatas,
todo mundo vai gastar dinheiro com médico, com remé-
dios e posso até morrer, deixando todo mundo triste. Oh,
azar! quem foi o doido que inventou um brinquedo tão

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perigoso deste? Isso é presente que os pais possam dar


para um filho?”

Ao otimista, presentearam-no com uma latinha cheia de


esterco de cavalo. O otimista, ao vê-la, arregalou os olhos e
em intensa alegria exclamou: “Oba! Maravilha! Ganhei um
cavalo, onde ele está? Cadê?”, e saiu procurá-lo.

O pessimista talvez nunca andasse de bicicleta, e o oti-


mista deve estar procurando o cavalo até hoje.

Essa piadinha ajudou-me a refletir sobre algo interessante,


entre o otimismo e o pessimismo. Ambos convivem dentro
de nós e duvido que alguém, por mais otimista que seja, não
tenha seus momentos de pessimismo, e vice-versa.

Os pessimistas possuem uma tendência de jogar o destino


de sua vida nas costas dos outros. Eles julgam o efeito das
coisas e não as causas. Julgam que o destino, na maioria das
vezes, depende das ações de terceiros, enxergam pelos olhos
da amargura ou pelo lado ruim que existe, existiu e existirá
nas coisas.

Buscam fora de si uma alternativa para piorar ainda


mais sua vida. Já ouvi tantos pessimistas dizerem: “Tá ruim
mesmo, só vai piorar mais um pouco!”. Para os pessimistas
nunca haverá o fundo do poço, sempre há um jeito de ainda
ficar pior.

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Por outro lado, os otimistas enxergam com outros olhos,


veem tudo exageradamente belo, com olhos de quem pensa
que as coisas acontecerão por mágica, ficam a esperar que
algo grandioso e lindo aconteça. Por isso é mais agradável
conviver com os otimistas do que com os pessimistas.

O otimista não perde a esperança, e o pessimista se recusa


a tê-la.

Um vê o problema como forma de recomeço, o outro


enxerga o problema como um fracasso.

O otimista tem uma tendência de enxergar beleza onde os


outros jamais conseguirão ver algo, e procura tirar aprendi-
zados das piores situações.

O pessimista sempre vê algo mais terrível do que está


acontecendo, e jamais aprenderá algo novo, pois o novo
pode ser ainda pior.

A tendência de um otimista é a de tentar construir relações


saudáveis, visões de mundo, novas parcerias, novos empreen-
dimentos. O pessimista procura necessariamente as relações
doentias, que destroem sonhos em vez de construir.

Para se libertar do pessimismo e se tornar uma pessoa


otimista, não se prenda às lembranças dolorosas do passa-
do nem tenha medo do amanhã. Viva o dia de hoje com

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entusiasmo e harmonia, e o sucesso de amanhã será uma


consequência.

Alimente sua mente com pensamentos positivos e saudáveis


para que sejam refletidos em seu corpo e em sua face. Lembre-
-se: “Coração alegre aformoseia o rosto” (Provérbios 15:13).

Saiba que “O otimismo conduz ao poder e ao sucesso;


o pessimismo conduz à fraqueza e ao fracasso” (Autor
Desconhecido).

Deixe que o poder do Espírito Santo brilhe em sua vida.


Seja otimista a ponto de iluminar a existência de outros,
anime as pessoas que o rodeiam, dando-lhes esperança, fé e
convicção de vitória na vida.

Pense e espere sempre que o melhor aconteça. É exata-


mente essa a atitude do otimista, uma expectativa positiva,
que se torna uma palavra profética autorrealizável.

8. Pessoas com tendências depressivas têm preocupação


excessiva com a beleza

Vivemos em um tempo em que o padrão de beleza é mui-


to cobrado, principalmente para as mulheres que procuram
ser eternas Barbies. Isso tem levado milhares delas a serem
escravas das clínicas de estética, em que grande parte vive o
dilema da síndrome do “espelho meu”, vivendo uma busca

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constante e, muitas vezes, desastrosa, de se tornarem cada


vez mais belas.

Muitos cirurgiões plásticos afirmam que a maioria das


mulheres precisam mesmo é de uma plástica na alma, a fim
de mudar sua autoestima e de se amarem por aquilo que
elas são.

Aconteceu em São Paulo um fato muito interessante que


nos abre os olhos quanto a essa preocupação excessiva com
a beleza exterior, que é tão frisada em nossos dias. Conta-se
que uma academia colocou um outdoor em São Paulo que
dizia o seguinte: “Neste verão, o que você quer ser? Sereia
ou Baleia?”

Uma mulher, que muito sofreu com a preocupação


excessiva de beleza exterior, muito irritada com o outdoor,
enviou àquela academia a sua resposta e distribuiu aos
seus contatos o seguinte e-mail: “Ontem vi um outdoor da
Academia Runner, com a foto de uma moça escultural, de
biquíni, e com a frase: ‘Neste verão, o que você quer ser?
Sereia ou Baleia?’”. Eu a respondo: “Baleias sempre estão
cercadas de amigos, têm vida sexual ativa, engravidam e
têm filhotinhos fofos. Baleias amamentam, andam por aí
cortando os mares e conhecendo lugares maravilhosos
como a Antártida e os lindos Recifes de Corais espalha-
dos pelos oceanos. Baleias têm amigos golfinhos, comem

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camarão à vontade, esguicham água e brincam muito,


elas cantam muito bem! Baleias são enormes e quase
não têm predadores naturais, baleias são bem resolvidas,
lindas e amadas... Já sereias nem existem… Se existissem,
viveriam em crise existencial: Sou um peixe ou um ser
humano? Nas lendas elas não têm filhos, pois matam os
homens que se encantam com sua beleza. Nas lendas elas
são lindas, mas tristes e sempre solitárias”.

A mulher terminou o e-mail com a resposta à academia


dizendo: “Preciso de exercícios físicos, para cuidar do meu
corpo, tanto na saúde física como na estética, e, é claro que a
academia é excelente nisso, mas, queridos, sejam mais cria-
tivos com respeito à sua mídia, pois, embora eu seja adepta
de uma boa academia, prefiro ser baleia!”.

Naquela semana, a academia retirou todos os outdoors


que estavam espalhados na cidade.

Importamo-nos tanto com o exterior que nos esquece-


mos que o mais importante é o interior, os sentimentos e o
caráter das pessoas.

E você? Como está sua preocupação com o exterior?


Pesquisas revelam que, em média, 82% das mulheres são
preocupadas com o assunto, essa é uma cobrança generali-
zada na nossa sociedade atual. Entretanto, lembre-se que as
virtudes das mulheres são mais preciosas!

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A mulher virtuosa precisa entender que o seu valor muito


excede ao das joias preciosas. Diz a Bíblia: “Enganosa é a
graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor,
essa será louvada”. (Leia Provérbios 31:10, 29-39, onde vere-
mos a importância da mulher virtuosa).

Entretanto, com isso não estou dizendo que não devemos


nos preocupar com nosso corpo, mas sim que não devemos
ter uma preocupação doentia com a forma física, tornando-
-nos tristes e isoladas por este motivo.

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C A P Í T U LO 5

BEM-VINDA, ALEGRIA

D
eus deixou escrito no livro da humanidade, Bíblia
Sagrada, que Ele quer nos dar o melhor desta terra.
Ele nos prometeu uma vida de alegria, paz e abundância.
São justamente nossas feridas emocionais, abertas dentro de
nós, que afetam nossas emoções e nos impedem de desfru-
tar uma vida de alegria.

Uma vida com tristeza não é propósito de Deus para


nós! Sua vontade para nós é boa, perfeita e agradável. Ele
deseja que tenhamos uma vida de vitória e triunfo! Esse
é o motivo pelo qual devemos ser otimistas e termos uma
visão de vencedores.

Para nos livrarmos da tristeza e para que a alegria se


instale em nossos corações, é necessário seguirmos al-
guns passos.

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1. Encarar o problema que gerou a ferida e que traz tristeza

O que o feriu? Foi uma decepção, uma rejeição, uma


mágoa, um abuso sexual, uma traição ou outro tipo de pro-
blema? Se você não consegue diagnosticar a origem de seus
traumas e feridas emocionais, peça a Deus para lhe mostrar
quais foram as causas que abalaram sua autoestima e lhe
trazem tristeza, ou procure ajuda psicológica. Busque ajuda
de pessoas que possam aconselhar, como um conselheiro
cristão ou um psicólogo. Existem pessoas que podem nos
ajudar a enxergar com outros olhos os problemas pelos quais
passamos. Elas podem nos aconselhar, orar conosco e serem
instrumentos do Senhor, para que a cura brote rapidamente
em nossos corações.

Quando abrimos nossos corações, as feridas vão sendo sa-


radas. Nesse processo, deixe extravasar sua dor, chore o que
desejar, esqueça o ditado popular que homem não chora e
que as mulheres não podem borrar a maquiagem. Toda dor
deve ser pranteada. Aprendemos a reprimir nossas dores.
Alguns dizem: seja forte, não chore! Muito pelo contrário,
você deve chorar até limpar o seu coração do sentimento de
mágoa e de amargura.

É importante também assumir nossas responsabilidades


no fato acontecido. Você já percebeu como alguns proble-
mas foram causados por nossas escolhas erradas, nossas
precipitações, nossas atitudes infantis e nosso orgulho? Mas
você pode estar dizendo: “Êpa! Eu fui a vítima, fui eu quem
foi violentada, fui agredida, fui traída e fui rejeitada!”, mas

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ainda assim você precisa abrir mão da reação que gerou suas
emoções. Você sentiu e ainda sente raiva ou ressentimento?
Diga a Deus e a si mesmo como você reagiu e, talvez, de
como ainda reage a tudo isso. Expresse sua dor e sua decep-
ção e, depois, peça a Deus que lhe envie o desejo de perdão,
o que consequentemente gera a cura.

2. Deseje ser curado

Há pessoas que conhecem a causa de suas feridas, sabem


o que atrapalham os seus sonhos e projetos, sabem quais
são os inimigos da sua alegria, mas preferem viver com a
mágoa, com rancor e com a solidão, achando que assim
punem aqueles que os feriram. Na verdade, quem vive assim
passa o dia com o inimigo, anda, dorme e amanhece com
ele. Quem sofre mais é o ofendido do que o ofensor. Esse
ódio alimenta a amargura da sua alma. Quem perde é quem
não deseja ser curado, e ser curado depende do perdão, que
é o nosso próximo passo.

3. Perdoe

O perdão liberta nosso coração do sofrimento e do res-


sentimento. É necessário perdoarmos quem nos ofendeu,
para termos nossas feridas emocionais curadas. Perdoe até
a si mesmo e as pessoas envolvidas no fato que o magoou.

Há pessoas que vivem ressentidas até com Deus. Uma


senhora me procurou. Ela estava com 50 anos de idade e
havia perdido sua mãe quando tinha 14 anos. Nessa época,

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ela se revoltou com o Senhor, porque via no velório da mãe


a avó com seus 55 anos e outras velhinhas, então, no seu
coração, ela constantemente perguntava a Deus porque Ele
não havia permitido a morte da avó em vez da sua mãe.

Esse questionamento aumentava dia após dia, somado à


dor da saudade de sua ente falecida. Com isso, ela se tornou
uma jovem e uma mulher amargurada de espírito. Ela não
perdoava a Deus por ter levado sua mãe tão cedo e passou
a odiar, em silêncio, por anos, a avó, que ficou viva. Ela
carregou uma amargura sem saber de onde se originava
tanta tristeza, até descobrir que ela deveria perdoar até a
Deus por ser Ele o dono da vida. Essa mulher viveu anos de
sua juventude amargurada, revoltada e indiferente. Ela só
dedicou amor, ainda que friamente, aos filhos. Deus, para
ela, era um ser mau que não se preocupou em deixá-la sem
mãe, ainda que fosse tão pequena.

A falta de perdão fecha as portas da comunhão com


Deus, da prosperidade, do amor e das bênçãos que podem
vir sobre nós e, ainda, nos torna cruéis e frios.

Muitas vezes vivemos um conflito interior para liberar


perdão. Costumamos dizer a nós mesmos: “Por que tenho
que perdoar?”. É verdade! Se, na maioria das vezes, fomos
nós a pessoa ofendida e ferida, geralmente achamos que a
pessoa que nos ofendeu não merece o nosso perdão. Preci-
samos entender que não perdoamos porque a outra pessoa
merece, mas sim porque somos nós que guardamos a má-
goa e não merecemos viver carregando o ressentimento e a

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amargura. É comprovado que a pessoa que nos feriu quase


nem se lembra de nós, mas o ferido pensa todos os dias na
pessoa que o magoou. Gosto muito de uma definição sobre
perdão, que resume isso muito bem: “Não perdoar é como
tomar um copo de veneno esperando que o outro morra”
(Shakespeare). Não perdoar é justamente isso: alimentar-se
do veneno da mágoa e desejar que o outro sofra. Isso faz
com que nós mesmos vivamos sofrendo. Além do mais,
quem não perdoa sofre de doenças geradas pela mágoa.

Esqueça a sua razão. Ela é perigosíssima! Por causa da ra-


zão, muitas pessoas estão feridas, mortas, presas em cadeias,
e muitos sonhos são brutalmente destruídos. Para suas
mágoas e feridas você sempre terá razão. Jesus é o melhor
e maior exemplo de quem tinha todas as razões para não
perdoar a humanidade e, mesmo assim, nos perdoou. Deus
não manda nos firmarmos na nossa razão, vemos o próprio
Jesus nos ensinando na Bíblia que, se alguém lhe tomar a
túnica (roupa), lhe dê também a outra.

Uma pesquisa detectou que a falta de perdão produz o


estresse emocional, que pode precipitar arritmias ventricu-
lares e levar à morte súbita (Fonte - Jiang, 1996). Produz
depressão e ansiedade, que podem produzir problemas
coronários, e esses podem levar a enfartes. A falta de perdão
traz desarmonia do sistema nervoso, podendo causar ansie-
dade, que produz os seguintes efeitos: tremores ou sensação
de fraqueza, tensão ou dor muscular, inquietação, fadiga,
falta de ar, palpitações, vertigens e tonturas, náuseas e diar-

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reia, dificuldade de concentração, insônia e irritabilidade.


Além do mais, tudo isso pode levar ao pânico. Portanto,
é comprovado que a falta de perdão gera doenças físicas e
possíveis fatalidades.

Se alguém o ofendeu profundamente, é porque era uma


pessoa querida. Se um estranho, que você nunca nem viu
passar na rua, lhe disser coisas feias, você não se ressente
e não perde o sono por causa daquele desconhecido, você
logo esquece. Mas se uma pessoa, que você ama, disser
qualquer coisa com mais dureza, você se magoa. Entretanto,
se essa pessoa foi querida, com certeza ela lhe fez muitas
coisas boas. Então enumere as coisas boas que ela lhe fez e
a perdoe.

Jesus deixou escrito nos evangelhos: "Ama a teu próximo


como a ti mesmo". Isso quer dizer que devemos amar a pon-
to de conseguir perdoar. Eis o porquê de tanta insistência
de Jesus para perdoar. A oração que Ele ensinou aos seus
discípulos diz:

“Perdoa os nossos pecados, assim como nós perdoamos...


porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós.”
(Mateus 6:12 e 14)

“Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma


coisa contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus vos
perdoe as vossas ofensas. Mas se não perdoardes, também
vosso Pai, que está nos céus, não perdoará as vossas ofensas”.

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(Marcos 11:25 e 26) Isso quer dizer que somos perdoados


tanto quanto nós perdoamos.

“Antes sede uns para com os outros benignos e misericordiosos,


perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos
perdoou em Cristo”.
(Efésios 4:32)

Jesus valoriza o perdão a ponto de dizer que, se formos


ao altar para entregar a nossa oferta e lá nos lembrarmos
de que alguém tem alguma coisa contra o que ofertamos,
com o coração magoado, devemos deixar a oferta no altar
e primeiro nos reconciliar com essa pessoa que nos feriu e,
depois, sim, voltarmos a oferecer a Deus.

Um exemplo disso é a história do pequeno Zeca. Ele entra


em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho
da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns
serviços na horta, ao ver aquilo, chama o menino para uma
conversa. Zeca, de dez anos de idade, o acompanha, descon-
fiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
“Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito
aquilo comigo. Eu quero que tudo de ruim aconteça com
ele!”. Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria,
escuta calmamente o filho, que continua a reclamar: “O
Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito.
Gostaria que ele ficasse doente, sem poder ir à escola!”.

O pai ouve tudo calado enquanto caminha até um abrigo


onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até

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o fundo do quintal, e o menino o acompanhou, desejando


muito mal para o colega. Zeca vê o saco ser aberto e, antes
mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe
algo: “Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que
está secando no varal é o seu amiguinho Juca, e que cada
pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a
ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa,
até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida


e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do
menino, e poucos pedaços acertavam o alvo. Um tempo
depois, o menino terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo
de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta: “Filho,
como está se sentindo agora?”. “Estou cansado, mas estou
alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa”.

O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão


daquela brincadeira, e carinhosamente lhe fala: “Venha co-
migo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.” O filho
acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um
grande espelho em que pode ver seu corpo todo. Que susto!
Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos, de tão
sujo que estava de carvão. O pai, então, lhe diz ternamente:
“Filho, você viu que a camisa quase não se sujou? Mas, olhe
só para você! O mal que desejamos aos outros é como o que
lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de
alguém com nossos pensamentos, os resíduos ficam sempre
em nós mesmos.” (Que grande lição!)

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No dia a dia, ficamos muitas vezes irados com as pessoas


que nos ferem, e o rancor faz com que tenhamos raiva ou
ódio de pessoas, mas não percebemos que o ódio traz mais
consequências e marcas a quem odeia do que para aquele
que é odiado, por isso, ouse perdoar quem o machucou,
mesmo que ele não mereça. No final, quem sairá ganhando
com certeza será você.

4. Cante

Diz um ditado popular: “Quem canta os males espanta”.


Nessa frase existe uma grande verdade. O louvor liberta
nossa alma da amargura e do ressentimento. Quando can-
tamos, ainda que sem vontade, pouco a pouco uma alegria
começa a encher nossa vida e nos esquecemos daquilo que
nos aflige. Cantar é declarar coisas boas, é uma oração em
forma de música e surte excelentes resultados. Então, apren-
da canções que falem sobre amor, perdão, graça e que lhe
tragam forças para vencer os ladrões de alegria.

5. Tenha domínio sobre suas emoções

É extremante difícil esquecer as lembranças amargas


do passado. Talvez sua vontade seja não perdoar a quem
o ofendeu, nem esquecer o fato ocorrido, mas precisamos
entender que devemos dominar nossas emoções e não
ser dominados por elas. Em Gênesis 4:7, está escrito: “O
seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.

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Com isso quero afirmar que devemos dominar nossos


desejos que nos afastam da cura da nossa alma. Domine
o desânimo, a falta de perseverança e a falta de perdão.
Decida fazer o que for correto.

“O homem que domina a si mesmo é mais poderoso do que


aquele que conquista uma cidade.”
(Provérbios 16:32)

Um filósofo grego, Epíteto, que viveu entre os anos 50 e


115 d.C., disse: “Nenhum homem é verdadeiramente livre
até que se domine”.

Quantos de nós não conseguem dominar até mesmo as


lembranças do passado? Vivemos presos à memória dos fa-
tos que aconteceram conosco há tempos, e essas lembranças
passam a dominar as nossas atitudes.

O Apóstolo Paulo tinha um passado pesado para deixar


para trás, para que ele conseguisse viver sem culpa, pois
outrora ele fora um homicida e um torturador dos cristãos.
Ele chegou a matar várias pessoas! Como ele conviveria
com essa realidade do seu passado? Imagine as críticas que
ele deveria ouvir. Ele deve ter sido rejeitado. Com certeza
algumas pessoas deveriam ter medo de se relacionar com
ele. Certamente, Paulo sentia vergonha do seu passado, mas
ainda assim, ele nos ensina a superação, quando deixou

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escrito em Filipenses 3: 13 –14: “Esquecendo-me das coisas


que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante,
prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado
celestial de Deus em Cristo Jesus.”

Talvez você, que agora lê este livro, viveu um passado


ruim, cheio de traumas, violência sexual, mortes, críticas,
abusos emocionais, pecados e entre outros casos. Sei que
você não pode mudar essa realidade, mas também não
precisa viver nela nesse momento. Se você não “exorcizar,
expulsar” o seu passado do controle de suas emoções de-
finitivamente, ele atormentará sua vida no presente. Não
permita que as atitudes de hoje sejam baseadas em suas
feridas emocionais.

O fracasso no passado não significa que você nunca será


capaz de mudar, porém, se você continuar olhando para
o passado, é perigoso repetir os mesmos erros de outrora.
Todo automóvel possui um retrovisor. Nele se vê o que ficou
para trás do veículo, mas se o motorista ficar olhando o
retrovisor o tempo todo, baterá o carro! E você, já observou
um bebê que está começando a andar? Geralmente ele anda
e cai muitas vezes, mas não para, ele sempre se levanta e
continua até caminhar firmemente.

Você pode imaginar onde estaríamos hoje se tivéssemos


desistido de aprender a andar na nossa infância? Gosto

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muito das histórias do maior inventor de todos os tempos, o


norte-americano Thomas Edison. Certa vez, ele disse: “Não
diga que foi um fracasso, diga que foi uma lição. Agora você
sabe o que não funciona!” (Tremendo!!!!)

Toda mudança começa na mente e prossegue com


nossas atitudes. A pessoa que diz “eu não consigo” nunca
conseguirá. Entretanto, a que diz “eu consigo”, poderá errar
uma, duas, três ou várias vezes, mas conseguirá. Você deve
focalizar sua mente nas promessas positivas de Deus, que
nos ajudam a termos forças para vencermos.

Fuja de situações de risco para que Satanás não o tente


por falta de domínio próprio. Ou seja, não se tranque em
um quarto sozinho, evite “más companhias, pois elas cor-
rompem os bons costumes (I Co.15:33)”. Evite pensamen-
tos, fotografias, filmes e situações que lhe façam mal e lhe
tragam à memória coisas amargas.

É mais ou menos assim: se não quiser ser picado por


abelhas, fuja da colmeia! Se você deseja emagrecer, não
guarde chocolates e doces na geladeira ou no armário! Se
você não tem domínio próprio, evite tudo que lhe faça mal.
Conta-se que, uma vez, perguntaram a um ex-fumante
como ele havia deixado de fumar. O homem respondeu:
“Eu molhei todos os meus fósforos! E joguei fora o isqueiro.

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Quando chegava a hora de acender um cigarro, a situação


estava sob controle”.

Quer dominar suas emoções? Ande com um bom livro


de bolso, seja na sua bolsa ou no porta luvas do carro, e na
hora da emergência, leia. Envolva sua mente com muita
música abençoada, compre um aparelhinho de MP3, com
um fone de ouvido, e ouça mensagens que edifiquem sua
vida. Ande com cd’s de louvores no seu carro, e em todo
tempo envolva sua mente com mensagens positivas. Já fiz
muito isso! Foi uma bênção para minha vida. E, é claro, não
deixe de frequentar uma Igreja em que você seja alimentado
pela Palavra de Deus.

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CONCLUSÃO

S
e você tem observado alguns ou muitos desses
sintomas, comece a fazer uma limpeza interior.
Descubra a raiz das suas tristezas e diga com toda autorida-
de: “Xô, tristeza! Bem-vinda, alegria”. Vá jogando para fora
do seu coração todas as mágoas, os rancores ou sentimentos
de vingança. Elimine por completo tudo aquilo que fere sua
alma e que torna o seu coração infeliz e amargurado.

Acredite que tudo o que acontece em sua vida, por mais


doloroso que tenha sido, contribuirá para o seu bem. “Deus
faz com que todas as coisas que nos machucaram se revertam
para o nosso bem. Ele é especialista em transformar fracassos
em vitórias e fraquezas em força” (Romanos 8.28). Ele pode
curar suas recordações dolorosas e fazer com que elas se
transformem em bálsamo para ajudar os outros. Deus não
volta ao passado conosco e modifica a crueldade dos fatos

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que aconteceram, mas Ele pode transformar o sentido deles


para a nossa vida.

Deixe brotar em você o senso de autovalorização vindo


do Senhor. Você é alguém que Deus muito amou! Todos nós
somos amados, a ponto de Ele ter dado seu único filho para
morrer pelos nossos pecados. Ele nos projetou quando nos
criou à sua imagem e semelhança, nos trata com carinho a
ponto de ouvir nossas orações. Ele perdoa os nossos erros e
os lança no mar do esquecimento.

Ao longo da história, grandes homens e mulheres de Deus


também passaram por momentos de angústias e se sentiram
como eu e você, nos instantes em que desejávamos desistir.
Veja só:

• Jonas disse que preferia a morte à angústia que ele


passava naquele momento (Jonas 4.3).

• Elias esteve tão angustiado que orou para que Deus


tomasse a sua alma que clamava pelo desejo de mor-
rer (I Reis 19.4).

• Davi, em um momento angustiante, disse: Sinto aba-


tida minha alma dentro de mim (Salmo 42.5).

• O próprio Jesus disse: Minha alma está profunda-


mente triste dentro de mim (Mateus 26.38).

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Por mencionar Jesus, Ele é o médico ferido que cura nos-


sas dores. Ele tinha tudo para fracassar em sua missão e ser
cheio de traumas e feridas emocionais. Cristo não nasceu
em um berço de ouro, e era filho do dono do mundo, do
criador do universo, do dono do ouro e da prata, do Rei dos
Reis, do arquiteto de tudo o que há. Seu nascimento não
pôde nem ser comentado ou comemorado. Nasceu em uma
estrebaria, junto de animais, e seus pais tiveram que fugir
porque procuravam matar todos os bebês daquela época.

Jesus não teve infância, não existem relatos de que Ele


brincou de bola, passeou em parques ou teve férias. Ao
contrário, está escrito que Cristo foi rejeitado, humilhado,
traído, que bateram em sua face e que os amigos o abando-
naram. Ele não se casou e ainda foi criticado, perseguido
e pregado em uma cruz, da qual morreu pelos erros dos
outros, sendo que fora o seu próprio pai que o ofereceu
como pagamento pelos pecados da humanidade. Jesus sabe
o que é ser ferido, mas passou por tudo isso por amar a mim
e a você!

Eu fui curada dos meus traumas emocionais quando


olhei para Cristo, meu médico ferido! Aprendi que eu deve-
ria transformar minhas mágoas e lembranças dolorosas em
instrumento de bênção para os outros, passei a me amar e a
entender que as minhas feridas cicatrizadas eram as marcas
do meu ministério. Tudo o que ministro hoje, é resultado

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daquilo que vivi desde a minha infância até os dias atuais.


Minha vida foi minha faculdade e meu preparo! Como
escrevi em outrora, com as crises a vida me fez PHD. Meus
vários livros já publicados nasceram nos momentos mais
difíceis, pois cada ferida era a oportunidade de escrever
uma nova história.

Imagine só, quais perspectivas eu poderia ter a meu res-


peito?

Resumindo: nasci e vivi em um lar em que meu sonho de


família e casamento feliz foi afetado pelo péssimo exemplo
de homem infiel do meu pai. Observava minha mãe cons-
tantemente depressiva. Brigas e discussões faziam parte do
nosso cotidiano. Além disso, eu era o patinho feio da nossa
casa e na escola. Eu era muito doente, fui rejeitada e critica-
da na infância, obtendo assim apelidos como “Olívia Palito
e Esqueleto Humano”. Coisas de criança, mas que afetam
nossa vida na fase adulta. Tive depressão e tentei três vezes
tirar minha vida, ainda que sem êxito.

Numa oportunidade inédita, aos 14 anos, fui convidada


para ser modelo. Parecia perfeito para mim, entretanto, isso
só me afundou mais em depressão e solidão. Um senso de
crise existencial incomum se apossou de mim. Nas horas de
discussões, ouvia até mesmo meus pais e irmãos dizerem
que eu não seria ninguém.

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Aos 17 anos, tive uma experiência pessoal com Deus!


Converti-me da minha vã maneira de viver! Obtive alegria,
vontade de sorrir, de recomeçar e de reconstruir. A depressão
foi embora, mas meus familiares e amigos não concordaram
com minha decisão. Passei a ser rejeitada e hostilizada pelos
meus pais, irmãos e amigos, por causa do meu novo estilo de
vida e opção religiosa, além de ser agredida fisicamente pelo
meu pai e verbalmente pelos demais membros da família.
Ouvia que eu seria a única que não prestaria e que eu casaria
com alguém sem sucesso.

Meu pai, imprudentemente, me bateu, impensadamente


tentou me enforcar um dia, quando eu estava deitada na
cama, simplesmente pelo fato de eu ler a Bíblia, que nos
ensina coisas tão boas! Como punição, ele não me deixou
estudar psicologia, que era meu grande sonho.

Perdi o meu emprego em um banco federal por algumas


circunstâncias. De repente, uma modelo, filha de um pe-
queno empresário, foi trabalhar como faxineira em uma
pequena igreja da comunidade que eu frequentava.

Entretanto, não deixei que essas coisas roubassem minha


alegria de viver. Descobri que a alegria que provém de Deus
nos tornam fortes para superar problemas da vida. Eu que-
ria ajudar outros jovens que sofriam como eu anteriormente
sofria, com crise existencial. Ajudando, me apaixono por um

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deles, e nos casamos. Embora estivéssemos felizes, juntos


passamos por experiências dolorosas, como falência, dois
abortos espontâneos e a perda da nossa primeira filhinha,
que caiu dos braços de uma enfermeira, dentro do hospital,
dois dias após o nascimento.

Eu tinha duas opções: chorar e sofrer, entregando-me


à depressão, ou dar a volta por cima e vencer! Eu decidi
pegar as fatalidades, os momentos de lágrimas, as pe-
dradas que me jogavam para construir uma escada para
o sucesso e a superação. Eu quis acreditar que todas as
coisas são para o nosso bem, ainda que no momento pa-
recessem difíceis! Eu decidi consolar outros com minha
própria história.

Os anos passaram, superamos, crescemos, vencemos e so-


mos abençoados por Deus, em todas as áreas da nossa vida.
Em relação à filha que eu perdi, após exames foi constatado
que nascera sem cálcio e sem glicose, pois eu tinha falta de
progesterona e o ovário policístico, e isso afetou a formação
da criança, o que já era minha terceira tentativa fracassada
de ser mãe! Ela seria uma criança com problemas. Segundo
a medicina, ela certamente não cresceria e teria desmaios
constantes. Diante disso, meus médicos me aconselharam
a não ter mais filhos, não fiz mais tratamento para engra-
vidar, como outrora, mas Deus fez meu sonho possível, me
presenteando com três outros filhos sadios e perfeitos, sem

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tratamento para engravidar e segurar as gestações. Duas


lindas meninas e um menino.

Se hoje eu tenho história, uma que vale a pena ser


contada e que ajuda a milhares de pessoas, é porque
um dia eu fui ferida, machucada, desesperançada e
humilhada. Descobri que nem todo fracasso é fracasso,
e aprendi que com eles podemos escrever histórias com
sucessos. Por isso, digo que meus melhores anos de
vida foram durante minha faculdade de psicologia. Sei
que jamais faria, dentro de um consultório, o que faço
hoje, andando pelo Brasil e pelo mundo, palestrando e
aconselhando, depois de cada evento, e, ainda, através
de meus diversos livros já escritos. (Quer conhecer de-
talhadamente minha história de vida? Adquira o DVD:
Minha vida, minha história, ou em breve o livro estará
pronto – site www.angelasirino.com.br).

Você sabe como surge uma PÉROLA? Ela é uma ferida


curada.

A pérola é um produto da dor, resultado da entrada de


uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra,
como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da
concha é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando
um grão de areia penetra, as células do nácar começam a
trabalhar e cobrem a matéria com camadas e mais camadas

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para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado,


uma linda pérola é formada.

Uma ostra que não foi lesionada de alguma maneira não


produz pérolas, pois esta é uma ferida cicatrizada.

Que lindo, não é? Você já se sentiu ferido pelas palavras


rudes de um amigo? Já foi acusado de ter dito coisas que
não disse? Suas ideias e atitudes já foram rejeitadas ou mal
interpretadas?

Você já foi ferido pela ingratidão, pela rejeição, pela


decepção, ou por qualquer outra situação que transpas-
sou sua alma como um punhal, ferindo profundamente o
seu coração?

São nesses momentos em que podemos produzir uma


pérola.

Cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com muitas


camadas de amor e de perdão.

As lições mais preciosas que vivemos na vida nascem em


meio às feridas cicatrizadas. Essas lições se tornam pérolas
preciosas de grande valor para ajudar a embelezar nossa
vida e a vida de outros.

Lembre-se: “O amor tudo suporta, tudo espera e tudo crê!”.

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Nossas maiores virtudes e as mais profundas experiências


nascem em meio à dor! Cubra suas feridas e suas mágoas
com muito amor, e permita nascer as pérolas da paciência,
da humildade e da mansidão no seu interior. Você tem sido
uma pessoas triste ou uma pessoa alegre? Você tem tido
baixa autoestima, ansiedade, feridas ou traumas emo-
cionais que têm feito de você uma pessoa perfeccionista,
pessimista, ansiosa, irritada, depressiva, sem romantismo
ou sem sonhos?

Inspire-se em pessoas vencedoras, que superaram crises, mágo-


as e dores e que hoje triunfaram. Você também conseguirá.

O seu sucesso depende de VOCÊ. Viva um tempo novo,


cheio de otimismo. Volte a sonhar, creia que seu futuro
pode ser melhor do que você imagina, apenas não estrague
o que está por vir simplesmente porque você está preso ao
seu passado, pois o próprio nome desse tempo já significa:
aquilo que ficou para trás. O seu futuro está em suas mãos e
depende das suas escolhas de hoje.

Se você morresse agora, como seria sua biografia? As pes-


soas pranteariam uma pessoa alegre e cheia de vida ou uma
pessoa triste e infeliz? Como você quer ser conhecido (a)?

Em 12 de Outubro de 1833, na Suécia, nasceu “Alfred


Bernard Nobel” (1833 – 1896 – 63 anos). Os seus pais eram
muito ricos e tinham muitos filhos, deram a eles o melhor

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em estudos e educação. Com 16 anos de idade, Alfred


Nobel já era químico e falava fluentemente 5 idiomas. Bem
cedo, em sua carreira, Nobel conseguiu inventar a gelatina
explosiva e outros detonantes, depois um explosivo sólido,
a dinamite.

Nobel recebeu mais de 350 patentes de suas invenções, o


que faz dele um grande bilionário. Sem filhos, ele resolveu,
diante de um fato acontecido em sua vida, deixar toda sua
fortuna para uma fundação, com fins benéficos, com a qual
a fundação premiaria as pessoas que contribuíssem pelo
bem da humanidade.

A criação dos “Prêmios NOBEL DA PAZ” foi criada por


ele quando faleceu o irmão de Nobel, pois naquela data um
jornal publicou um longo obituário de Alfred Nobel, por
engano, acreditando que fora ele o falecido. Assim, o quí-
mico teve uma oportunidade, concedida a poucas pessoas
de ler seu próprio obituário, ainda em vida, e aquilo que
ele leu o horrorizou, pois o jornal o descreveu como um
homem que tornara possível matar mais pessoas, de forma
mais rápida, do que qualquer outro homem que já havia
existido, isso devido ao seu maior invento, a dinamite. Na-
quele momento, Nobel percebeu duas coisas: que ele seria
lembrado daquela maneira, e não era assim que ele desejava
ser perpetuado. (Fonte:http://www.e-biografias.net/biogra-
fias /alfred_nobel.php.)

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Diante do fato de como era conhecido e de como seria


lembrado, Alfred resolveu mudar a sua história. E você?
Como você é conhecido? Como uma pessoa triste? Ranco-
rosa? Amargurada? Pessimista? Deus é quem decide quanto
tempo vai durar nosso capítulo aqui na terra em vida, porém
cabe a nós colocar sentido em cada dia. Por isso, diga “Xô,
tristeza, vá embora da minha vida” e convide a alegria do
Senhor, que nos fortalece e nos torna pessoas que contagiam
aqueles ao nosso redor.

Não se prenda a opiniões e falhas alheias que podem


conduzi-lo ao fracasso. Construa você mesmo sua história
de vida.

Irradie alegria, amor, carinho e simpatia. Não guarde


suas belezas interiores, que são seus maiores tesouros, pois,
quanto mais alegria, amor e simpatia você espalhar, mais
feliz você será.

Não espere pelos outros, projete seus sonhos e procure


meios de realizá-los. Não jogue a culpa de coisas que não
deram certo em outras pessoas. Você é responsável tanto
pelo seu sucesso quanto pelo seu fracasso.

Seja paciente e deixe que a esperança seja sua amiga fiel.


Jamais duvide que a vitória pertence aos que sabem esperar
o momento certo para agir. Não tenha pressa, tudo tem

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seu tempo. Acredite, ainda que tudo vá mal, todas as coisas


cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Avalie-se diariamente. Veja a quê, realmente, deve-se


dar importância, avalie se você não está desperdiçando seu
tempo com coisas inúteis como ressentimentos, mágoas e
preconceitos.

Cuidado com as amizades que o deixam para baixo. Você


pode estar sendo contagiado por algum pessimista que está
matando os seus sonhos e minando seu potencial. Mike
Murdock diz: “Afastar-se de pessoas erradas é tão impor-
tante como aproximar-se de pessoas certas”.

Descubra o que Deus tem para você e quem você é no


conceito divino. Não se torne aquilo que as pessoas disseram
ou dizem a seu respeito. Quantos ouviram na infância ou até
mesmo nos dias atuais: “Você não será ninguém”, “Você não
vai prestar para nada”, “Você é um burro” ou “Você é um
fracassado”. Muitos de nós acreditam que o que se diz a nos-
so respeito realmente é verdade, mas Deus nos deixou algo
lindo escrito na Bíblia Sagrada em relação a isso: “Todas as
coisas podemos NAQUELE que nos fortalece”. “NAQUELE”
quer dizer no próprio Deus que habita em cada um de nós e
nos capacita para vencermos.

Tenha em mente as coisas boas que o Senhor tem para


você. Ele não quer o seu mal, por mais que você insista em

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pensar nas coisas que não estão indo bem em sua vida, tais
como dificuldades financeiras, doenças, mágoas, desilusões,
traições e outros problemas de qualquer natureza, Deus quer
exclusivamente o seu bem-estar e a sua felicidade plena.
Mude sua forma de pensar! Por exemplo, se você está com
dívidas, não pense nos cobradores, mas pense nos clientes
que podem aparecer ou em uma nova oportunidade de
trabalho que pode chegar até a sua porta. Agradeça a Deus
por tudo, mesmo pelas coisas que não acontecem conforme
o esperado. Acredite que mesmo os momentos difíceis nos
trazem grandes aprendizados.

Não se veja como vítima diante de problemas e dificulda-


des, não fique lastimando, em vez disso acredite que, cada
vez que enfrentamos uma decepção ou um fracasso na vida,
eles farão parte do nosso amadurecimento e crescimento
espiritual e emocional. Só sabe o que é vitória aquele que
experimenta o fracasso. Alguns empresários preferem con-
tratar pessoas que já passaram pela experiência de fracasso
ou falência, justamente porque eles estão dispostos a não
passar por essa amarga experiência novamente. Da mesma
forma Deus faz conosco, Ele traz cura interior aos nossos
machucados e feridas e, depois de curados, Ele nos usa para,
com nossas experiências, ajudar a outros na mesma área.
Aquilo que para nos foi derrota, fracasso e humilhação, se
torna nosso chamado e o nosso ministério. Deus converte
tudo isso em bênçãos.

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ORACÃO

Querido Deus,

Agradeço-lhe pelo dom da vida, por ter Jesus Cristo habi-


tando em mim, dentro do meu coração.

Obrigado pelas experiências que o Senhor me permitiu


passar ao longo dos meus anos, quero colocar todas as minhas
emoções em suas mãos. Limpe meu coração de toda mágoa, de
toda dor, de toda amargura, de todo pessimismo e de tudo que
traz tristeza à minha alma. Ajude-me a perdoar aqueles que me
ofenderam e me ensine a viver uma vida cheia de alegria.

(Continue! Diga a Deus onde seu coração está ferido. Deite


no divã de Deus! Ele é amigo de todas as horas e entende todas
as nossas dores. Declare sua mágoa, sua raiva e seu rancor. Ele
conhece tudo que está dentro do seu coração. Seja sincero.)

Leve-me a viver uma vida cheia de alegria.

Em nome de Jesus... Amém.

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