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Viagem Etnomusicológica ao Interior do Norte de Minas Gerais

Matheus Felipe de Souza

No final do mês de setembro do atual semestre de 2023.2, participei de uma


viagem por algumas cidades do Estado de Minas Gerais junto com o grupo de
Flautas Doce da Udesc, um núcleo de extensão, performance e formação
coordenado pela professora Valéria Fuser Bittar. O objetivo dessa viagem era levar
o grupo até o município de Bem Posta, interior de Minas Gerais, numa comunidade
quilombola onde aconteceria o 6º Encontro de Flautas do Vale do Jequitinhonha,
organizado por Daniel de Lima Magalhães e Letícia Bertelli. Nesse encontro foi
possível que as bandas de taquara da região do Vale pudessem compartilhar entre
si suas experiências. Mas para minha surpresa o evento também atraiu outras
pessoas interessadas, por exemplo, conhecemos uma advogada que tinha vindo da
cidade de Varginha para acompanhar e participar do festival pelo segundo ano
consecutivo; mostrando como o encontro pode ser rico e interessante para adultos e
crianças musicistas ou não.
Meu contato com Minas Gerais já tinha começado antes de ingressar na
faculdade de música, e ainda se intensificou depois que conheci Milton Nascimento
e me fascinei pelo grupo Clube da Esquina. Toda história que envolvia o seu nome
se tornava um ponto de interesse para mim, a vontade de conhecer Minas fazia
parte desse mesmo fascínio. Falando como flautista e músico, esses pontos se
conectam ainda mais, pois o contato com as culturas musicais do estado de Minas,
mesmo que a viagem tenha sido breve,rendeu ensinamentos e aprendizados que
com certeza irão perdurar e influenciar meu envolvimento com a música, com o
instrumento e a atividade docente.
O conjunto todo teve muitos privilégios nessa viagem, nesses seis dias
presenciamos belos momentos musicais e nos rendeu boas trocas com a população
e a cultura do local. Através desta viagem tivemos a oportunidade de conhecer um
pouco do Estado, mas além disso, visitamos a Universidade Federal de Minas
Gerais, tocamos e mostramos um pouco do nosso repertório. Durante a nossa
estadia visitamos e falamos com as artesãs do Vale do Jequitinhonha, ceramistas
mulheres que carregam conhecimentos e práticas de gerações e gerações
passadas. No próprio encontro de flautas em Bem Posta, foi possível compreender
um pouco mais da região, da cultura, economia, da história dessa terra que nos
mostra tantos detalhes do Brasil, da sua riqueza cultural e herança histórica.
A música de Minas Gerais não está só documentada em livros de História,
mas está presente geneticamente no viés artístico e cultural do nosso país. É super
interessante pensar em todo encontro histórico que o Estado de Minas carrega
consigo; desde o período de escravidão no Brasil e as investidas da coroa
portuguesa à procura de ouro e pedras preciosas no periodo colonial, a exploração
e massacre aos povos indigenas; a influencia e heranças que herdamos da cultura e
do dominio portugues no territorio brasileiro.
Com essa viagem tive a oportunidade de aprender e ver muita coisa
interessante, de tão rica e significativa que foi. Só o fato de estar em Minas já era
emocionante, vivenciar o encontro de Flautas em Bem Posta foi ainda mais
gratificante, além de conhecer e falar com os mestres e tocadores de flauta, de ouvir
aquela sonoridade das bandas de taquara, dos tambores de corda e das vozes do
coro feminino, de assistir o povo tão animado fazendo suas festas, das cores e
diversidade entre as bandas, das suas roupas coloridas e chapéus com fitas; a parte
mais interessante foi ter contato e ser acolhido pela comunidade que sediou o
evento deste ano.
Com certeza todo o carinho e receptividade que recebemos desde nossa
chegada foi muito importante para agregar nessa memória afetiva de aconchego e
carinho que guardo da relação com aquelas pessoas.
Toda essa comunidade carrega consigo uma força, uma afirmação de
resistência à brutalidade do regime escravocrata, carrega a história de um povo que
teve que se adaptar a ambientes hostis e por muitas vezes ainda hoje tem que se
defender do ódio racial. Antes de sairmos de Florianópolis eu ainda não tinha essa
percepção e conhecimento em relação a toda essa comunidade e de como é o
encontro com as bandas de taquara de região; mas depois de vivenciar o evento e
conhecer o estado compreendi também como as relações musicais se encontram
com contextos históricos e sociais; e que como isso é forte se pensarmos no nosso
país. Essas formas de arte e de manifestações da cultura demonstra como a música
pode proporcionar além de um desenvolvimento puramente técnico virtuosístico
musical.
Primeiro encontro com os mestres de Minas: Encontro de Saberes no CEART.

Gostaria de começar a contar sobre a viagem falando de uns dos


idealizadores do evento. Cerca de um ano atrás, entre os dias 18 e 22 de novembro,
recebemos na Udesc alguns mestres do Vale do Jequitinhonha e de Belo Horizonte,
que foram convidados para o Encontro de Saberes no Ceart. Os mestres vieram até
Florianópolis ministrar oficinas de performance e construção de instrumentos de
sopro e de percussão. Toda essa prática está relacionada às atividades que
envolvem as culturas das bandas de taquara do Vale do Jequitinhonha, norte de
Minas Gerais, às quais os mestres fazem parte.
Tivemos a honra e prazer de receber na nossa universidade o Mestre Tião
Chaves (Angelândia/Jequitinhonha-MG), o flautista e etnomusicológico Daniel de
Lima Magalhães (Belo Horizonte), e o Mestre Antônio de Bastião (Minas
Novas/Jequitinhonha-MG).Este evento foi organizado e realizado pelo programa de
Apoio ao Ensino de Graduação (Prapeg), pelo programa de extensão "Flauta Doce -
Performance e Formação", pelo Laboratório de Instrumentos Históricos e Populares
Tradicionais da Udesc e pelo projeto de pesquisa “Músicos, música e instrumentos:
investigação da performance na música histórica e na música popular tradicional”,
coordenado pela Professora e flautista Valéria Maria Fuser Bittar.
Segundo a professora, o Encontro de Saberes teve como objetivo ampliar a
formação dos estudantes dos cursos de bacharelado e licenciatura em Música,
assim como também dar oportunidade ao público externo. Importante destacar que
o 1º Encontro de Saberes da Udesc, teve como foco um diálogo
acadêmico-científico com os saberes populares tradicionais, direcionando o ensino
e o aprendizado nas veredas não coloniais, dentro do espectro de reconhecimento
da profundidade dos saberes populares. As oficinas ministradas envolveram
construções de instrumentos de sopro: gaitas, canudos (flautas doce/aerofones
longitudinais de bloco) e pífanos (aerofones de embocadura livre) e instrumentos de
percussão: caixas e zabumba (de tronco escavado), seguindo as técnicas
construtivas do norte de Minas Gerais.
Um dos pontos interessantes nesse encontro, além da confecção dos
instrumentos e dessa troca entre os estudantes e os mestres, foi o fato de que a
madeira utilizada na construção das flautas foi de certa forma devolvida para a
natureza. Ao final das oficinas, foi apresentado um cortejo pelos jardins da Udesc,
junto com todos os mestres e os participantes do evento. Para encerrar as
atividades, mestre Antônio de Bastião plantou uma pitangueira no Ceart, ensinando
que devemos ter respeito e zelo pela natureza.
Essa característica de utilizar as taquaras difere na técnica de construção do
instrumento; comparada às flautas feitas de PVC. Mas além disso, temos um timbre
distinto; uma afinação mais precisa nas notas agudas. Nas flautas de madeira
temos um tempo de resposta diferente ao soprar, o material altera a impedância e
dureza do instrumento; características particulares a cada material; seja a flauta
feita de plástico ou madeira.
Desse Encontro de Saberes nasceu uma enorme admiração pelos mestres
que conheci; facilmente nos surpreenderam com sua sabedoria e nos ensinaram
sobre gentileza. Essa foi a primeira vez que eu construí uma flauta, mesmo tocando
a um bom tempo, jamais essa ideia tinha me passado pela cabeça. Conhecer os
mestres foi incrível, aprender e ver o processo de construção dos instrumentos
ainda mais recompensador. Foi nesse encontro que eu pude conhecer o flautista e
etnomusicológico Daniel de Lima Magalhães; principalmente quando construímos as
flautas. Junto com a musicista e produtora cultural Leticia Bertelli, idealizou e
coordenou o Encontro de Flautas do Jequitinhonha, festival que conta com cinco
edições realizadas (Quilombo, Minas Novas, 2016; Córrego dos Ramos,
Angelândia, 2017; Santo Antônio do Fanado, Capelinha, 2018; Quaresma,
Setubinha, 2019; Sapé-Timirim, Angelândia, 2022).

Primeira viagem até Minas: concerto na Escola de Música da Universidade


Federal de Minas Gerais ao Encontro de Flautas no Vale do Jequitinhonha.

Poucos meses depois, eu ainda tocava o pife que tinha feito na oficina,
mesmo não tendo acertado tão bem na medida e nos furos ainda podia me divertir
bastante. E recebi a notícia pela professora Valéria que o Núcleo de Flautas Doce
iria até Minas Gerais. Nosso roteiro de viagem envolvia passar em BH, onde a
Professora Valéria daria uma palestra na UFMG sobre a Cartografia de flautas no
território brasileiro e logo após a apresentação com o conjunto. Depois dessa
excursão seguiríamos até o município de Minas Novas, que fica perto da cidade de
Bem Posta, onde participaríamos do Encontro de Flautas do Vale do Jequitinhonha.
O Vale do Jequitinhonha é uma região que fica localizada ao Nordeste de
Minas Gerais e abriga 55 municípios, o que representa 14% do estado. A região é
banhada pelo rio Jequitinhonha, onde vivem cerca de 950 mil pessoas, e está
dividida em três microrregiões: Baixo, Médio e Alto Jequitinhonha. O Baixo
Jequitinhonha está localizado próximo ao estado da Bahia, enquanto Alto
Jequitinhonha está próximo à capital mineira, Belo Horizonte. O Médio
Jequitinhonha está entre as outras regiões, entre as cidades que compõem a região
destaca-se a cidade de Minas Novas e Bem Posta, que foram as principais pelas
quais passamos durante a viagem.
Durante muito tempo a região do Vale já foi considerada como umas das
mais pobres do Brasil, porém os indicadores de crescimento econômico como o PIB
e o IDH não são o suficiente para descrever a riqueza e cultura dessa terra. A
economia da região se baseia principalmente na agropecuária e na exploração e
exportação de minerais, granito e pedras preciosas. Por fora desses índices oficiais
de economia, existe uma forte rede de comércio de alimentos oriundos da
agricultura familiar, além dos trabalhos das ceramistas que passam o conhecimento
através de gerações e gerações passadas.
A região de Bem Posta está dominada também pela exploração do eucalipto
por grandes empresas do exterior, que devido a intensa atividade na região tem
causado enorme impacto na fauna e do flora da região, mesmo que ofereça
empregos sazonalmente para a população, acaba causando uma consequente
redução do nível dos cursos dos rios locais.
Assim que ficamos sabendo da viagem, começamos a preparar o repertório
do grupo de Flauta para tocar na UFMG. Nosso repertório envolvia músicas
tradicionais e danças da renascença e da idade média junto com um repertório de
músicas brasileiras, que pessoalmente falando combinaram muito com as flautas e
tornou-se muito prazeroso de executar. Nessa ocasião tocamos com a
contrabaixista Gabi Mafra, nossa colega do curso de música. Uma formação com o
contrabaixo foi inédita para mim durante todo esse tempo tocando com o Núcleo. O
grupo partiu para Minas Gerais no final do mês de setembro. Quando chegamos no
departamento de música da faculdade de Minas Gerais fomos recebidos pelo chefe
de departamento que nos explicou os cursos oferecidos pela universidade e as
formações e áreas de atuação dos cursos de licenciatura e bacharelado. Antes de
nos apresentarmos com o conjunto no Auditório Fernando Mello Vianna, o diretor
contou como era possível que os cursos de bacharelado realizassem uma ópera por
semestre, oferecendo serviços aos cursos de Artes Cênicas e Moda em troca de
material para a realização da ópera. Da nossa apresentação o que mais chamou a
atenção foi que o repertório de canções brasileiras soou muito bem com o núcleo de
flautas, e deu mais dinâmica para a apresentação. Dentro do repertório de músicas
brasileiras,apresentamos arranjos de músicas de Sivuca, Luiz Gonzaga e Edino
Krieger. Acredito que ter um repertório como esse dividido deu oportunidade de ter
um contraste frente ao repertório da renascença, como também mostrou um pouco
do uso de flauta doce na cultura popular tradicional no Brasil.
Não tivemos tanto tempo pra conhecer tudo da faculdade, mas após o
concerto visitei alguns lugares do departamento, como a biblioteca a procura de
partituras e livros interessantes, conversei com o professor do Bacharelado em
Flauta Transversal e assisti um pouco do ensaio da Big Band, que tinha poucos
músicos mas o repertório era excelente e bem executado.
Depois desse episódio do concerto na UFMG, seguimos até o município de
Minas Novas, cidade próxima a Bem Posta ,onde durante um final de semana
acompanhariamos o encontro de flautas do Vale do Jequitinhonha, nosso objetivo
era realizar transcrições das músicas tocadas pelas bandas de taquara da região,
conversar e entrevistar os mestres e organizadores do evento, tanto que parte da
equipe que foi estava designada a gravar e filmar todo o evento. Além das
apresentações dos foliões e das bandas de taquaras, foram oferecidas oficinas de
confecção de flautas e caretas, que são máscaras das bandas de taquara, teve feira
de artesanato e agricultura familiar.
Ficamos hospedados na cidade de Minas Novas, bem cedo iamos ate Bem
Posta e ao longo do dia íamos até Bem Posta para o festival, o acesso até a
comunidade quilombola é por meio de uns 12 km de estrada de chão batido, e
durante o trajeto é possível ver os enormes hectares ocupados com as plantações
de eucalipto, sufocando e dizimando a vegetação nativa.
A primeira parte da programação do festival contava com uma visita a
comunidade ceramista da região, então logo após chegarmos na comunidade,
partimos para uma região vizinha conhecer algumas artesãs da região. Um dia
antes já tínhamos tido o privilégio de conhecer uma ceramista da região,que mora
em Buriti e nos recebeu em sua casa e explicou os detalhes da atividades das
artesãs com o barro e olaria, e desde daquele momento entendi como o povo da
região estava acostumado a falar e explicar para leigos das suas atividades, porque
a forma como ela nos recebeu e explicou demonstrava muita didática e coerência
na maneira que explicava. Na visita do dia seguinte, agora com mais pessoas
participantes do evento de flautas, visitamos outras artesãs em outra cidade. Além
do caráter econômico que envolve o trabalho da ceramista, as artesãs demonstram
como se desenvolveram no artesanato uma expressão que não tem como objetivo
apenas construir peças utilitárias, como um copo ou uma panela, como era mais
usual antigamente.
De volta ao município de Bem Posta, conhecemos a banda de taquara de
Bem Posta, e no dia posterior presenciamos com as bandas e foliões das cidades
vizinhas, muitas delas bandas mais antigas. Umas dessas bandas tinham encerrado
suas atividades e voltaram para poder participar dos encontros.
As bandas de taquara contam geralmente com cerca de 12 a 15 músicos,
podendo chegar até 20 integrantes. Do que observamos no festival em suma os
grupos são compostos por instrumentos musicais pré definidos, tendo como sua
base as duas flautas, comumente chamadas de canudo ou gaita, algumas caixas,
zabumbas, pandeiros e reco-recos. Sendo possível ser adicionado um instrumentos
harmônico como um acordeon, viola ou cavaquinho.
Duas figuras extramusicais estão presentes no conjunto, uma delas é o
careta, uma figura mascarada que vai a frente do grupo, com um facão de pau, ou
um esporão, cuja função é brincar e assustar o público. Outra figura é o guia, que
geralmente dita os movimentos da banda e pode ser assumida muitas vezes por um
dos flautistas de banda. As bandas de taquara da região são no geral requisitadas
para as festas de santo, responsáveis por levantamento de mastro, procissões,
leilões, acompanhamento de danças e outros eventos. Durante o cortejo das
bandas, as mulheres ficavam responsáveis por tocar instrumentos de percussão e
pelos cantos. No geral, as melodias se encontravam na região mais aguda da
flauta,que no geral não compremetiam na afinação e tinham ótima projeção com o
grupo completo.
Durante o almoço de domingo, um senhor flautista se juntou a nós, e
comentou sobre a flauta que eu tinha construído a alguns minutos, comparando a
sua que tinha mais de vinte anos e era feita de taquara, uma madeira linda e
estriada e escura. Concluímos que os agudos de uma flauta feita de PVC não
apresentava exatidão na afinação de que a de taquara.
Além de que na região do apito da flauta, onde fica a janela que quebra o ar e
produz o som de cada nota, essa parte da flauta é feita com cera de abelha, uma
etapa que é ensinada na oficina, precisa de uma atenção crucial pois ela que afina e
faz a flauta ter uma voz. O mestre mostrou a diferença da minha flauta para sua,
que utilizava uma cera preta, mais resistente e com mais dureza, permitindo que o
bloco não se mexesse depois de pronto o instrumento.
Muitas coisas poderiam ser tidas sobre o encontro de flautas em Bem Posta,
mas os fatos mais impressionantes de ter visto foi a alegria do povo de se reunir e
da receptividade que a comunidade recebeu a todos. Ver e conhecer crianças tão
interessadas em construir e tocar flauta, como se isso fizesse parte de um símbolo
de status entre os pequenos, tornava o encontro ainda mais admirável. Fazia
sentido para todas aquelas pessoas que tocar flauta era uma atividade muito
valorizada pelos participantes, e as trocas musicais aconteceram de maneira fluida
com a ajuda da generosidade dos mestres e tocadores de flautas, que não só nos
recebemos como também nos ensinaram como construir as flautas, tocar suas
músicas e dançar suas rodas típicas.
Com toda certeza que essa experiência de viagem foi transformadora,pode
ver a história do Brasil reverberando nas expressões culturais e artísticas de um
povo. Então digo que essa viagem não trouxe apenas ensinamentos musicais, mas
nos transformou também como indivíduos e que irá refletir em nossa formação
acadêmica, social e profissional. Muitos detalhes desse encontro são
impressionantes, o reencontro com os mestre que conhecemos aqui em
Florianópolis, o choque cultural entre as regiões, da riqueza cultural e histórica de
Minas, do encontro de flautas e das características das banda de taquara, desde
dos uniformes até o careta performando e brincando com as crianças, são muitos
atravessamentos etnomusicológicos dentro de um mesmo festival.

Fim da excursão e visita ao CCBB, a exposição de Walter Firmo.

Quando estivemos em Minas Novas, fomos num festival que estava de


compositores que estava acontecendo durante a noite na praça da cidade,
estávamos hospedados a poucos minutos dali e fomos conhecer o festival e
aproveitar a noite. Nesta oportunidade pudemos visitar um museu que ainda não
tinha sido inaugurado, mas os organizadores nos cederam uma visita e explicaram
que o museu pertencia na verdade a Francisco Badaró, um antigo deputado da
região que atuou principalmente durante o período do regime militar no Brasil.
Porém a construção da casa já era datada a anos, e era utilizada desde o período
escravocrata. Nesse dia tivemos a oportunidade de conhecer as antigas senzalas
que ficavam embaixo da casa, o que nos atentou ainda mais para a organização e
curadoria daquele museu, que estava focado na história de vida de Badaró.
Essa visita se tornou ainda mais chocante, quando visitamos o Centro
Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte, já nos nossos últimos dias em Minas.
Lá tivemos a oportunidade de ver uma exposição do fotógrafo brasileiro Walter
Firmo, que até então eu só conhecia pela obra e não pelo nome. Esse renomado
fotógrafo registrou fotos emblemáticas de Pixinguinha, Djavan, Cartola e outros
artistas negros brasileiros.
Mas toda a curadoria estava preocupada em relatar corretamente a história e
o contexto que o artista se insere, deixando nítido as incongruências da nossa
sociedade construída em cima do ódio racial. Além de nos tocar visualmente com o
poderio e sensibilidade das fotos de Walter Firmo, a curadoria trouxe essa
problemática da segregação racial relacionada a outras ferramentas, como filmes e
jornais, que entrelacaram a exposição e completou ainda mais os objetivos de
Walter Firmo como fotógrafo, de registrar e exaltar a população e a cultura negra de
diversas regiões do país, em ritos, festas populares e religiosas, além de cenas
cotidianas.
REFERÊNCIAS:

https://nhumbiaflautasbrasil.wixsite.com/nhumbiaflautasbrasil/daniel-magalh%C3%A3es
https://nhumbiaflautasbrasil.wixsite.com/nhumbiaflautasbrasil/jequitinhonha
https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2023/09/30/interna_cultura,1569445/encontro-de-
flautas-do-jequitinhonha-resgata-a-tradicao-da-banda-de-taquara.shtml
https://www.udesc.br/noticia/semana_da_musica_ocorre_na_udesc_de_18_a_25_de_nove
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https://drive.google.com/drive/folders/1H13Dm_jMvs56ZiCkcYsZRY_bXXFpW08z
https://flautadoceudesc.wixsite.com/extensao/oficina-flautas-do-jequitinhonha
https://www.facebook.com/flautasdojequitinhonha/
https://www.youtube.com/P%C3%ADfanos%20e%20gaitas
https://www.instagram.com/p/ClEK0QZLZ3a/
http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/noticias-menu/606-voce-conhece-a-rota-dos-quilombo
s-no-vale-do-jequitinhonha
https://www.flautanativa.com/a-origem-do-pifano/
https://musicahistoricadiamantina.com.br/daniel-magalhaes
https://bdmgcultural.mg.gov.br/artigos/o-som-que-reune-pessoas-e-tradicoes/
https://www.instagram.com/reel/Cxd7BTFO1NX/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng%3D%3
https://www.artesol.org.br/conteudos/visualizar/Coqueiro-Campo-MG3
https://youtu.be/lZgXkSPO3SA
https://www.ipatrimonio.org/minas-novas-quilombo-macuco/#!/map=38329&loc=-17.2186457
56382475,-42.598213831307575,17
https://www.wikiaves.com.br/municipio_3135803
https://www.udesc.br/ceart/ppgmus_eventos/rodadas2020/valeria
https://musicahistoricadiamantina.com.br/leticia-bertelli
https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/saberesplurais/artista/mestre-antonio-bastiao/
https://blogdobanu.blogspot.com/2010/02/mestre-antonio-bastiao-ganha-premio-do.html
vídeos
http://gerais.info/?cat=87
http://gerais.info/?p=4750
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flautas-do-jequitinhonha-resgata-a-tradicao-da-banda-de-taquara.shtml#google_vignette
https://www.cedefes.org.br/projetos_realizados-101/
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-populacao-indigena-no-brasil.htm

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