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Pamela Kondras
Índice
Nota da Autora.
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Existem vários tipos de leitores, aqueles que se
emocionam e suspiram pelo livro. Tem aqueles que leem
porque se sentem bem e querem se distrair. Assim como
tem aqueles que buscam um refúgio nos livros.
Independente de que tipo de leitor você for, saiba que esse
livro foi escrito com carinho para você.
Nove horas e eu estou acordando, não acredito que dormi até tão tarde!
Considerando que nunca acordo depois das seis, nove horas é muito tarde.
Aposto que você quer saber por que estou tão preocupada com a hora, se hoje
é sábado e eu não tenho nada para fazer.
Poderia dizer que gosto de acordar cedo e aproveitar o café da manhã com
minha família, mas isso seria mentira. Aqui nesta casa tudo é controlado,
desde o horário de acordar, o horário das refeições, o horário de sair e chegar.
Minha madrasta diz e meu pai concorda, é assim que funcionam as coisas.
E o pior é que minha cabeça está doendo como se estivesse prestes a
explodir. E não, eu não estou de ressaca como qualquer outra adolescente da
minha idade, na verdade nem parece que tenho 17 anos, enquanto outras
adolescentes estão se divertindo em festas e bebendo até não perceber com
quem realmente estão se agarrando eu estou aqui, com dor de cabeça por uma
discussão que tive com meu pai na noite passada, odeio desentendimentos,
ainda mais quando estou envolvida diretamente.
Não é que eu seja uma menina má nem nada, mas tudo tem um limite, e
quando meu pai disse que colocaria um segurança junto comigo 24 horas por
dia, eu cheguei ao meu limite! Entendo que muita gente não gosta do meu
pai, afinal ele é um juiz, e um juiz bem durão.
Depois que um chefe de gangue foi preso, apareceram algumas cartas com
ameaças direcionadas a sua família, no caso eu e a mulher com quem ele se
casou há longos nove anos, ela se chama Liza, mas eu prefiro chamá-la de
vacadrasta. A única pessoa que sabe do apelido não carinhoso que dei a
minha madrasta é Janice.
E por dois únicos motivos aceitei que meu pai colocasse um gorila
qualquer me vigiando o tempo inteiro.
Motivo dois: a carta que minha mãe deixou antes de partir, uma carta que
dizia que ela não estaria por perto, que eu teria que obedecer a meu pai acima
de tudo.
Quando eu tinha sete anos perdi minha mãe para o câncer, nunca soube
que ela estava doente, até morrer. Ela era sempre tão alegre e cheia de vida,
foi um baque quando meu pai disse que ela tinha morrido, nem mesmo no
velório eu pude ir. Meu pai me explicou que eles esconderam a doença para
que eu não sofresse e a pedido de minha mãe ela não queria que eu a visse em
um caixão, queria que me lembrasse dela alegre e brincalhona, não imóvel
em uma caixa de madeira. Como ela expressou isso em uma carta de
despedida eu não pude ignorar seus últimos desejos.
Meu pai não parecia estar nervoso ou de mau humor como ele
normalmente ficaria se eu acordasse tão tarde, talvez não ia ser tão difícil,
poderíamos conversar e esquecer a briga de ontem.
Levantei da cama, que é grande demais para uma pessoa só, não que eu
tivesse pensando em ter companhia nem na minha cama nem em qualquer
outra, é só que meu quarto é muito exagerado, uma cama king size com
lençóis e fronhas rosa-claro acompanhadas de um edredom igualmente
enjoativo na mesma cor, as paredes são amarelo-palha, o que é mais
agradável, um criado-mudo de cada lado da cama com um abajur para cada,
um computador de última geração ocupa minha mesa de estudos que fica
perto da janela de vidro temperado, que é grande o suficiente para o sol
iluminar todo o meu quarto pela manhã, um closet do qual não uso nem
metade do espaço, não gosto de sair às compras.
Sempre que vou comprar alguma roupa meu pai faz questão de que a
vacadrasta me acompanhe, está aí o motivo por eu não gostar de sair para
fazer compras.
E como se tudo isso não fosse o suficiente ainda tem uma porta que dá
para meu banheiro com hidromassagem.
Meu pai é um homem muito ocupado e me surpreende por ele ainda estar
em casa em pleno sábado de manhã. Não posso ter uma conversa feminina
com minha mãe, pois ela já se foi, e a mulher com quem meu pai se casou
não é alguém com quem eu queira ter qualquer tipo de conversa, e como se
eu já não fosse uma derrota social ainda tem um motorista que me leva pra
escola e possivelmente logo um segurança também, tenho o celular e o
computador mais modernos, mas ninguém além de Janice para mandar
mensagens, e um namorado está fora de questão.
Mesmo que arrumasse um cara legal, meu pai nunca me deixaria namorar,
então me apaixonar é tempo perdido para mim.
Antes que meu pai viesse me chamar novamente fui até o banheiro, lavei
meu rosto, amarrei meus cabelos em um coque alto, tenho cabelos compridos
cacheados e castanhos. Meus cabelos são do tipo “tem dia”. Tem dia que
estão comportados, e tem dia que não estão. Tenho inveja daquelas meninas
que acordam com os cabelos lindos e maravilhosos, que só um passar de
mãos e parece que acabaram de sair do salão. Dei uma boa olhada no
espelho, minha boca está inchada, sempre que fico nervosa mordo os lábios, e
como noite passada não foi nada fácil... Meus olhos também estão inchados,
quase não dá para perceber o leve tom de verde misturado no castanho. Eu
não sou uma chorona, mas ontem meu pai foi muito rude comigo, falou
muitas coisas que não eram necessárias, é claro que uma hora ou outra eu iria
fraquejar e o lado emocional tomaria conta.
Tirei meu pijama, que consistia em uma camisa larga e uma calcinha
confortável, coloquei uma calça de moletom e uma camisa um pouco menos
larga e depois de soltar o ar que prendia no peito fui até o escritório do meu
pai, bati na porta e pedi licença para entrar.
Quando entrei meu pai fez sinal para que me sentasse, ele está no telefone
falando com alguém.
— Certo, John, mande que ele venha antes das quatro da tarde, tenho um
jantar importante e quero avaliar bem esse sujeito antes de sair, não posso
cometer nenhum erro. Está bem, vou confiar na sua palavra — meu pai
encerrou a ligação.
— Te peço desculpas por ontem, não devia falar daquele jeito com você,
apenas quero que entenda que me preocupo com minha filha, não vou deixar
que ande por aí correndo perigo. Acabei de falar com o John, ele conhece
alguns seguranças e disse que tem o homem perfeito para nós.
— Vai, com calma mocinha, não vou deixar você fazer o que bem
entende, antes de qualquer jogo vai ter que me avisar a que horas vai chegar e
quero saber a que tipo de festa você vai, se eu não achar apropriado, nada
feito.
— Claro pai.
Seria tempo perdido tentar explicar que Liza, mais conhecida como
vacadrasta, é uma manipuladora e falsa.
— Bom dia, Liza! Vim pedir desculpas por ter perdido o café, não vai se
repetir.
— Para você isso ia ser bom, aí teria mais tempo com seus amantes.
— Você se engana, não seria bom para mim se seu pai parasse de fazer as
refeições conosco, eu preciso de pelo menos o horário das refeições para
fingir que sou uma boa madrasta.
— Não entendo por que faz questão de fingir que gosta de mim.
No começo Liza tentava me enganar dizendo que amava meu pai, agora
ela sabe que de boba eu não tenho nada e por isso nem tenta.
Depois que falei com John vi aquela mulher em meu sofá, ela estava
fingindo que dormia, talvez achou que eu iria acordá-la de uma maneira
carinhosa, ou mesmo fazer café para ela. Bom, é melhor ela esperar sentada,
não prometi nenhum tipo de relacionamento ou carinho.
— Ei, levanta, logo vou sair e você cai fora daqui! — falei enquanto
puxava o lençol que a cobria.
— Bom dia para você também, não quer tomar um café primeiro? Posso
fazer alguma coisa...
— Você ainda não pediu o número do meu telefone — ela falou como se
estivesse me lembrando de respirar.
— Depois desta noite incrível está dizendo que me usou? Você não sabe
respeitar uma mulher?
— Esta noite foram dois adultos se divertindo, nada mais, não te prometi
nada nem antes nem depois de fazer sexo com você, se está procurando um
relacionamento, te aconselho a não ir para a cama de um homem que você
nem conhece, agora vou pedir que saia, tenho outras coisas a fazer.
Reconheço que às vezes sou um canalha, mas, melhor assim do que ficar
iludindo mulheres que vão esperar por um cara que nunca vai querer nada
com elas além de prazer.
A loira cujo nome não me lembro substituiu seu olhar de gatinha manhosa
por um olhar de leoa pronta para atacar. Nem fiz questão de desviar, deixei
que me acertasse um tapa que pegou em cheio meu rosto.
É claro que eu poderia ser mais gentil com as mulheres e até tentar alguma
coisa além de uma relação carnal, a questão é que eu não quero uma relação
de outro tipo com ninguém.
Depois de um bom banho, vesti uma calça jeans escura que estava jogada
em cima de uma cadeira no canto do meu quarto e uma camiseta cinza. John
me explicou que esse cara é um juiz e procura um segurança particular para a
filha de 17 anos. O sonho de toda adolescente é ter alguém roubando toda sua
privacidade; geralmente é bem difícil lidar com mulheres,
independentemente[U1][U2][U3] da idade, tudo que eu tenho que fazer é
ficar quieto, na minha, e observar a filha de um ricaço, vai dar tudo certo.
É uma casa enorme, se é que posso chamar isso de casa, está mais para
uma mansão. Um muro alto rodeia toda a propriedade; estacionei na frente do
portão e apertei a campainha. Pouco tempo depois apareceu um senhor que
deveria ser o jardineiro, deduzi isso por suas roupas sujas, ele não estava
malvestido nem nada, é só bem visível que estava fazendo um trabalho
braçal.
— Posso ajudar?
A casa era muito sofisticada tanto por fora quanto por dentro. Quando
entramos pude ver uma sala de estar muito bem arrumada, um conjunto de
estofado que parece muito macio, tapete marrom mais escuro que o tom do
sofá, mesa de centro e uma televisão grande. Tudo muito limpo e arrumado.
— Não, senhor, apenas me passou o endereço e me disse para vir antes das
quatro.
Na hora me deu uma súbita vontade de esganar John, ele bem que podia
ter me adiantado alguma coisa.
— Derek Connor.
— Pratiquei krav maga por cinco anos e pratiquei jiu-jítsu por um bom
tempo, senhor.
— Tenho 25 anos.
— Bem, se você concordar com tudo que eu vou explicar está contratado.
— Minha filha acorda às 5h30, nesse horário você vai verificar como ela
está, é claro que sempre vai bater na porta de seu quarto antes de entrar. Às
6h50 vai levá-la pra escola com um de nossos carros, vai ficar perto dela o
tempo todo, inclusive no meio das aulas; quando acabar o dia escolar vai
trazê-la direto pra casa, só tem autorização de levá-la a algum lugar se ouvir
isso da minha boca. Depois de estarem em casa você vai vê-la a cada 15
minutos, sei que parece exagerado, mas estamos falando de uma psicopata
que é capaz de tudo.
— Essa é a pessoa que quer alcançar Amber e isso não pode acontecer,
minha filha não sabe sobre essa mulher e deve permanecer assim. Alguma
dúvida, Derek?
— Não, senhor.
— Se possível ainda hoje. Vou sair às seis, você pode ir buscar suas coisas
e voltar aqui antes desse horário?
— Posso.
— Então pode sair. Procure por Clarisse na cozinha, ela vai mostrar seu
quarto e te dar um uniforme provisório até o seu chegar.
— Não dê bola para as coisas que ela te disse, não deixe isso alcançar
você — Clarisse falava enquanto lavava a louça.
— Não sei por que meu pai casou com ela — eu disse emburrada
enquanto guardava os pratos que estavam na pia, mesmo Clarisse insistindo
para que eu não fizesse nada eu fazia, gosto de ajudar.
— E tem mais, você acredita que daqui para a frente vou ter um guarda-
costas, minha privacidade vai sumir!
— Isso é para o seu bem, seu pai está preocupado com você — Clarisse
justificou.
Não acredito que aquele pedaço de mau caminho iria ficar junto comigo o
dia inteiro, já estou arrependida de ter reclamado quando meu pai insistiu que
eu tivesse um guarda-costas!
— Espero ter coisas boas para falar a seu respeito — Clarisse retrucou.
Clarisse falou como se para cortar o olhar que aquele homem estava me
dando e isso funcionou, quase imediatamente Derek assumiu uma posição
completamente diferente, ele desviou o olhar de mim antes de falar.
Só não entendo por que meu pai contratou um cara tão gostoso para ficar o
dia todo comigo, é claro que meu pai não tem um olhar crítico para homens
bonitos, mas, mesmo assim, sou uma adolescente com os hormônios à flor da
pele.
— Tenho que agradecer meu pai pelo meu novo guarda-costas — falei
quando Clarisse estava perto o suficiente para ouvir.
— Por quê? Vá me dizer que você não viu o quão bonito ele é!
— A única coisa que vi foi um homem que usa mulheres como objetos e
depois as descarta, conheço esse tipo de homem de longe.
Clarisse tinha certo tipo de experiência com homens, afinal, ela é uma
mulher de seus quase 40 anos e, segundo o que me disse, viveu muitas
desilusões.
— Depois do olhar que ele te deu não diria isso, ele me pareceu muito
interessado.
Depois de arrumar uma bolsa com objetos pessoais voltei para minha
moto, iria começar a trabalhar na casa do juiz Marcus Valentine, vigiando
aquela deusa das curvas, depois que meus olhos alcançaram aquele corpo
escultural foi quase impossível parar de olhar, e não é só o corpo, tudo nela é
perfeito, seu rosto de anjo a faz ainda mais linda, como se só o físico já não
chamasse atenção suficiente.
Assim que a empregada, cujo nome é Clarisse, disse quem era aquela
menina foi como se eu tivesse sido espetado por uma agulha, falei do jeito
mais formal possível, a última coisa de que preciso é perder esse emprego
que está pagando muito mais do que qualquer outro, além do mais, o cara é
um juiz, eu seria preso se colocasse minhas mãos na sua filha, que ainda é
menor de idade.
Mais cedo, quando Clarisse me levou para ver meu quarto, ela me
entregou uma chave do portão, assim não teria que tocar a campainha para
entrar, e como eu teria que levar a menina para a escola seria melhor se
tivesse uma chave. Segunda-feira pela manhã me entregariam meu uniforme
e um carro, é claro que eu só poderia usar o carro para levar a filha do senhor
Valentine aonde ela precisasse ir, não poderia fazer uso pessoal dele.
Depois de estacionar na frente do portão não sabia o que fazer com minha
moto, será que eu poderia estacioná-la na garagem deles ou isso seria um
abuso? Queria chamar alguém para fazer essa pergunta. Antes que pudesse
decidir o que fazer uma BMW muito luxuosa se aproximou, deveria ser o
senhor Valentine, não pude dizer com certeza, não dava para ver mais do que
uma silhueta pelo vidro escuro. O motorista parou ao meu lado antes de
abaixar o vidro.
— Que bom que já está de volta, Derek, pode entrar e se apresentar para
minha filha, se precisar de alguma coisa pode me chamar, Clarisse vai te
passar meus números para contato.
— Senhor Valentine, posso lhe garantir que mulheres não me faltam, não
vou atrás da sua
Eu sei que fui desrespeitoso ao falar assim, mas nem por todo dinheiro do
mundo vou deixar que alguém me destrate.
— Ótimo, fale com Clarisse, ela vai te explicar tudo que precisar saber,
fico feliz em tê-lo conosco, Derek.
Estava indo para meu quarto na casa dos Valentine, deixaria minha bolsa
com meus pertences lá e colocaria o uniforme provisório que Clarisse me
dera, um terno que caía muito bem em mim. Mal entrei na casa e uma mulher
se atirou em cima de mim.
Não esperei por uma resposta, aquela mulher aparentemente não sabia o
que falar depois disso. Deve ter sido a primeira vez que um homem a tratou
assim.
Ela estava em cima da cama lendo um livro, tomei o cuidado de não olhar
diretamente para ela.
— Não estou aqui para me dar bem com ninguém, meu serviço é mantê-la
em segurança, senhorita Valentine.
Derek deve ter percebido a vergonha em meu rosto, ele não conseguiu
segurar um breve sorriso.
— Eu entendi, você não quer se dar bem comigo e gosta de me irritar, mas
por favor me deixe sozinha, depois que eu sair do banho te aviso que estou
bem, eu só preciso de um tempo.
Não sei se foi a súplica em meu olhar ou minhas palavras, mas Derek
concordou e com um aceno voltou para seu quarto, que ficava ao lado do
meu.
Toda felicidade em ter aquele deus grego como segurança sumiu assim
que conversei com ele, se é que posso chamar aquilo de conversa. Que
homem irritante e cheio de si, agora ele deve estar debochando de mim, quão
estúpida posso ser? Não! Eu não fui estúpida, estava apenas usando a boa
educação que meu pai me deu.
Janice: “O que aconteceu? Você é sempre tão compreensiva, o que ele fez
para ganhar sua raiva?”.
Amber: “Ele é um completo idiota, foi muito rude quando eu tentei ser
legal”.
Janice: “Se coloca no lugar dele, o que acha que seu pai ia pensar ao ver
vocês amiguinhos? Às vezes o cara precisa do emprego e não pode deixar o
patrão pensar que ele quer entrar nas suas calças”.
Eu não tinha pensado por esse lado, e Janice tem certa razão, mas isso não
muda o fato de eu ter ficado muito aborrecida.
Amber: “Você está certa, eu estou exagerando. Como foi o jogo sexta-
feira?”.
Amber: “Quem sabe posso assistir ao próximo jogo, estou fazendo uns
acordos com meu pai”.
Janice: “Tomara que consiga, vou adorar assistir aos jogos junto com
minha melhor amiga”.
Janice: “Só você para fazer tarefas em pleno sábado. Até mais, sua
maluca”.
É bom ter uma amiga como Janice, ela é descontraída, divertida e ousada,
o total oposto de mim. Ela sempre diz que deve se divertir por mim também,
já que eu não posso. Tudo seria muito diferente se meu pai fosse mais
compreensivo.
Capítulo 5
Derek
Já faz quase uma hora que Amber está trancada naquele quarto, isso me
leva a ficar preocupado, seria exagero do senhor Valentine ou essa pessoa
que está atrás de Amber é realmente perigosa?
Com a foto daquela mulher nas mãos analisei bem, ela não aparenta ser
uma psicopata, apenas uma mulher muito bonita com os olhos indecisos entre
o marrom e o verde, um sorriso largo que fazia covinha no canto de sua
bochecha, cabelo castanho bagunçado com o vento e só isso. Será que ele não
tinha nenhuma foto mais intimidadora dela? Ou pelo menos uma em que essa
mulher não parecesse ser tão alegre?
O que não sai de minha cabeça é a pergunta de quem é essa mulher. E por
que está atrás de Amber? Seja ela quem for o senhor Valentine parecia muito
preocupado.
Eu estava subindo pelas paredes de preocupação, fui pago para vigiar essa
garota a cada 15 minutos e agora faz uma hora que ela não dá nem sinal de
vida. Saí para o corredor me perguntando se devia bater na porta ou
simplesmente derrubá-la; resolvi bater.
Esse “já estou indo” levou uma eternidade, aquela garota só podia estar
fazendo isso para me provocar. Quando estava prestes a bater novamente ela
saiu.
Para começo de conversa nem sei por que deixei que ela ficasse tanto
tempo sozinha, talvez fiquei arrependido por ter sido estúpido com ela, ou
talvez fui fisgado quando ela me encarou daquela maneira e não consegui
dizer “não”, seja o que for já passou, tomei meu foco novamente e não ia
desgrudar os olhos dela, e isso eu faria com prazer.
Depois do jantar Amber foi para sala de estar e ficou mexendo com alguns
livros, aparentemente fazendo deveres de escola; depois assistiu a um filme
extremamente chato, um romance muito meloso em que a mocinha
encontrava o príncipe encantado. Ah, que porra! Por que fazem filmes assim?
É por isso que essas mulheres andam pela vida procurando príncipes que
vão casar com elas e fazê-las felizes para sempre, até seria legal se os
relacionamentos fossem perfeitos, mas não são! Vi com meus próprios olhos
como a união de duas pessoas pode ser destrutiva, minha mãe teve três
casamentos que não foram apenas ruins, foram péssimos, infelizmente ela
não resistiu ao terceiro, deixando-me sozinho no mundo. Com 14 anos de
idade passei por muitas dificuldades.
Pela minha mãe procuro fazer as coisas certas. Mesmo ela tendo se
relacionado com merdas uns piores que os outros, nunca me colocou em
segundo plano, mesmo quando aos dez anos eu a chamei de covarde; a única
resposta que ela me deu foi “Eu te amo filho, nunca seja um homem mau”. E
pela minha mãe sou como sou hoje, mesmo sendo um canalha não minto para
as mulheres, deixo que elas saibam com quem estão lidando, nunca me fiz de
bonzinho para enganar uma mulher e acima de tudo nunca encostei um dedo
em nenhuma delas.
Amber
Fiquei tão perdida em meus próprios pensamentos que quase não ouvi
quando alguém bateu à porta, deve ser Clarisse com um remédio para dor de
cabeça, ela me conhece bem e sabe que quando estou nesses dias tenho muita
dor de cabeça, principalmente quando acordo.
Até estou com um pouco de dor, mas ela podia esperar eu descer para me
entupir de analgésicos; no fundo gosto de como ela cuida de mim, é como
uma mãe. Com a voz ainda enrolada por causa do sono mandei-a entrar.
Foi quando realmente vi o que estava usando, uma camiseta folgada dos
Smurfs e uma calcinha superconfortável de algodão. Peguei um travesseiro
que primeiramente usei para tampar minhas pernas, em seguida[U4] atirei em
Derek.
— Sai daqui!
Como se já não bastasse o jeito que ele me trata e eu ainda o deixo me ver
quase sem roupas! Ah! Que inferno, até onde posso me afundar?!
Reconheço que a culpa não é dele, fui eu quem o mandou entrar, sem
perceber com que roupa estava, e nem perguntei quem era, mas isso não
muda o olhar que ele me deu, é claro, ele é um homem e eu uma garota que
está seminua.
Depois que ele me devolveu, senti uma enorme vontade de me jogar junto
com o travesseiro na cama e não sair dali pelos próximos 100 anos.
— A culpa foi minha, achei que fosse a Clarisse, mas você não precisava
ter me olhado daquele jeito, devia ter saído assim que percebeu como eu
estava.
Por que eu falei isso? Bom, digamos que tive vontade de repreendê-lo.
— Você é tão cheio de si! Até parece! Não importa que você seja bonito,
eu nunca iria querer alguém como você!
Primeiro ela tentou me repreender por olhá-la e depois disse que gosta da
minha aparência, eu simplesmente não resisti, as palavras saíram antes que eu
pudesse impedir; além do que, adoro vê-la nervosa.
Não posso negar que o travesseiro que ela jogou em mim foi muito útil, no
instante em que coloquei os olhos nela não pude evitar a reação de meu
corpo, pelo menos tinha um travesseiro para usar como escudo, seria
desastroso se ela percebesse minha ereção. Conheço a garota não faz nem um
dia e ela já tem esse controle sobre mim, isso me deixa irritado.
Desci as escadas atrás de Amber, ela já estava na sala de jantar com seu
pai e sua mãe tomando café. Depois de cumprimentar o senhor e a senhora
Valentine fui para a cozinha, mas não antes de lançar um olhar ameaçador
para Amber.
Uma cozinha grande e completa, não havia reparado muito da última vez
que estive aqui. Agora, olhando melhor, ela é muito bem iluminada, as
paredes e o chão igualmente brancos ajudam na claridade. Alguns detalhes
pretos se estendem pelo azulejo das paredes e do chão, fazendo contraste com
os móveis brancos e os eletrodomésticos todos de inox. Perto da pia uma
janela larga deixa o vento fresco da manhã de primavera entrar.
Hector fez sinal para que me sentasse junto a eles. No meio da bancada
tinha um bule de café, um jarro com suco de laranja, pães de queijo e um
bolo seco, além de outras coisas que eu considero demais para um café da
manhã.
Pier me deu um sorriso que não pareceu ser verdadeiro e Clarisse me deu
um olhar mal-humorado.
— Você vai gostar de trabalhar para o senhor Valentine, ele paga bem, é
muito compreensivo e Amber é uma boa menina — Hector falou empolgado.
Dei um breve sorriso para Hector antes de começar a comer. Não lembro
quando foi a última vez que tive um café da manhã tão farto, talvez não me
lembre porque nunca tive um café da manhã decente. Minha mãe sempre se
esforçou para fazer coisas de que eu gostasse, mas ela não tinha muito
dinheiro para gastar com comida, teve três casamentos com bêbados
desprezíveis que achavam que a comida não era tão importante quanto um
litro de pinga.
Clarisse entregou um comprimido para Amber, será que ela está doente? E
por que diabos eu me preocupo se essa menina está doente ou não?
— Venha, vamos para garagem, meu pai quer falar com você. pediu para
que te levasse lá.
Hoje de manhã, quando ele falou que queria que eu fosse até a garagem,
ele estava feliz. Não pude segurar meus lábios, que automaticamente se
voltaram para cima, não fiquei feliz por imaginar o que teria na garagem, o
simples fato de ver meu pai contente fez com que eu sentisse uma grande
emoção crescer em meu peito.
Eu sei que pode parecer estranho me animar em ver meu pai de bom
humor, mas fazia muitos anos que eu não o vi tão bem, ele parece estar
calmo, eu iria para a garagem ou a qualquer outro lugar desde que meu pai
fosse sorrir daquela maneira só mais uma vez.
Finalmente chegamos à garagem. Meu pai esperava junto de Liza, não que
tivesse sido convidada a nos acompanhar, mas lá estava ela.
Eu acenei com a cabeça, as palavras não conseguiam sair, quem era esse
homem bem-humorado e sorridente que estava na minha frente? Das duas
uma, ou meu pai sofreu uma lavagem cerebral ou foi abduzido por
alienígenas e esse era um impostor em seu corpo.
Sem mais delongas meu pai abriu a porta da garagem e segurou Liza pelo
antebraço para que eu fosse a primeira a entrar.
— Eu sei que ainda faltam seis meses para você fazer 18 e ter sua carteira
de motorista, mas até lá Derek vai dirigi-lo e te levar onde você precisar ir.
Meu pai deu algumas batidinhas com a mão em minhas costas antes que
eu me afastasse.
— Querido, não acho que seja a hora de Amber ganhar um carro, seis
meses demoram a passar, além do que precisamos comprar um carro novo
para a família, o Land Rover já tem quase três anos de uso e a Amber pode
usar o mesmo carro que eu uso, o Pier pode levá-la aos lugares.
Eu não precisava de uma bola de cristal nem nada parecido para saber o
que aconteceria a seguir, meu pai iria concordar com a Liza e eu teria direito
de permanecer em silêncio, tudo que eu dissesse poderia e seria usado contra
mim em uma discussão.
— Seis meses passam rápido, e não vejo mal algum em Amber ter um
carro. Como ela poderia ir aos jogos de futebol da escola ou sair com as
amigas sem um carro?
Alguém pode me avisar que o inferno congelou e eu sou a única que ainda
não sabe?
— Não, Pier não pode levá-la a lugar algum, pois sempre está ocupado
levando você sabe-se lá aonde...
Essa foi a primeira vez que vi meu pai contrariar Liza, ela estava tão
perplexa quanto eu.
— Pode ficar com ele, e também faça o que quiser com o Land Rover, se
quiser trocar, ou vender e comprar um novo, fica à sua escolha, apenas fique
ciente de que não vou dar um centavo para que você troque de carro.
Meu pai olhou para mim e suavizou o rosto antes de voltar a falar.
Eu estava tão perplexa com esse ser que colocaram no lugar do meu pai
que quase esqueci que Derek estava ali (quase). Quando Derek passou por
Liza seus lábios se dobraram, não como um sorriso de flerte, estava mais para
uma risada de deboche.
Capítulo 7
Derek
As semanas seguintes passaram rápido, nem parece que trabalho aqui já
faz mais de um mês. Os dias são calmos, Amber é uma menina tranquila,
passa a maior parte do tempo lendo, estudando ou assistindo à TV.
As mulheres com quem saio são experientes e sabem que esse papo de
príncipe encantado não existe. Eu me envolver com uma menina inocente e
sonhadora seria complicado, além de que, antes mesmo de tocar os lábios
dela, estaria preso.
Será que tinha como ele saber que sonhara com ele? Não, ele só estava
sendo simpático. Mas por que ele estaria sendo simpático comigo? Será que
eu estava sendo neurótica?
Ah! Como eu queria aquela língua nada nojenta, mas isso eu nunca ia
admitir, pelo menos não em voz alta.
— Acho melhor você descer, logo seu pai vem aqui ver o que estou
fazendo com a filhinha dele, e se continuar aqui vou acabar fazendo alguma
coisa mesmo.
Por que ele tinha que me provocar tanto? Eu bem queria continuar ali e
desafiá-lo a fazer algo, mas sei que não passava de uma brincadeira boba, dei
as costas para ele e desci a escada.
Liza e meu pai já estavam tomando café quando me sentei junto à mesa,
peguei uma tigela e juntei o leite com cereal e comecei a comer bem rápido.
O que eu realmente queria falar é “Isso não é da sua conta”, mas, como sei
a confusão que essa resposta ia provocar, preferi ser educada com ela.
— Não acho que essa menina seja uma boa escolha de amiga, ela é tão
vulgar.
— Você que deveria procurar um espelho, já viu como está seu rosto?
Uma menina como você não deveria usar tanta maquiagem.
Mesmo tendo me arrumado um pouco melhor, cuidei para não passar dos
limites, um batom claro, os olhos levemente delineados e uma sombra clara.
O que tinha de errado nisso?
— Então eu deveria ser mais como você? Só para te informar suas pernas
são muito finas para usar tanta roupa curta, e esse seu decote mostra
desespero por não ter mais nada a oferecer.
Eu sei que peguei pesado, mas não ia deixá-la ofender minha melhor
amiga, uma das poucas pessoas que me entende e apoia.
— Amber, não fale assim com a Liza, não foi essa educação que você
recebeu, e sei que não faria mal lavar o rosto.
Tudo que é bom dura pouco, meu pai tinha voltado a ser como sempre foi
desde que minha mãe morreu.
— Você percebeu que ela ofendeu a Janice e depois tentou me ofender?
Quer saber, continue com sua esposa perfeita, eu estou saindo, daqui a seis
meses saio para sempre da vida de vocês.
Não costumo responder a meu pai, mas dessa vez não pude me controlar.
Subi as escadas para pegar minha mochila e quando desci fiquei feliz ao
ver que Derek já estava me esperando pronto para sair, assim não teria que
passar por meu pai e Liza novamente. Meu pai não tentou vir atrás de mim,
pude ouvir enquanto Liza falava o quanto eu estava instável. Que vão à
merda eles!
Derek
Antes que Amber embarcasse no carro dei uma boa olhada em seu rosto à
procura de lágrimas, mesmo sendo sem querer ouvi a discussão que se
passara. Ela não estava chorando, nem parecia estar chateada. Ela me passou
o endereço da amiga e ficou em silêncio.
Confesso que fiquei surpreso com sua resposta, ela é mais forte do que
aparenta.
— Ela não é minha mãe, meu pai se casou com a vacadrasta há nove
anos.
Amber respondeu com um sorriso travesso que fez uma corrente elétrica
correr pelo meu corpo.
— Estou vendo que está maquiada, tudo isso é para o Taylor? — ouvi
Janice perguntar.
— Deu uma confusão por eu sair de casa maquiada, a vacadrasta fez uma
cena daquelas! — Amber desviou o assunto.
As três primeiras aulas foram tão tediosas quanto poderiam ser; no final da
terceira aula um garoto passou pela carteira de Amber e entregou-lhe um
bilhete. Soltei uma tossida rouca, tive que fazer isso para ter um tempo para
recuperar o controle. Quando Amber se virou evitei seu olhar de
interrogação, não queria que ela visse a raiva misturada ao ciúme em meus
olhos.
Capítulo 8
Amber
Taylor passou por minha mesa e deixou um bilhete, o que seria? Apesar de
ter uma paixonite por ele nós nunca conversamos. Antes que eu pudesse ler o
que estava escrito ouvi alguém tossir no fundo da sala, mais parecia que
estava incomodado com alguma coisa, e como sei que os meninos da minha
sala nunca iriam tossir desse jeito rouco e sexy, lancei a Derek um olhar de
interrogação, será que a aula estava tão chata que ele estava se afogando? Ele
não me olhou, deve ter feito isso para me provocar, e conseguiu.
Vou dar uma festa no sábado, gostaria que você fosse. Aliás, você está
bonita hoje.
Quando Janice teve que voltar para a sala por ter esquecido seu celular na
bolsa, aproveitei para perguntar por que Derek estava de mau humor, não que
eu me importasse (tá bem, eu me importo.)
— Por que essa cara amarrada?
— Por que deveria contar a você sobre meu dia nada agradável?
— Eu estou fazendo um bom gesto sendo legal com um idiota, então você
deveria reconhecer isso e ser grato.
Ele ainda não estava sorrindo, mas pude ver um leve vestígio de humor
voltando a seu rosto.
— Eu queria saber se você vai sábado, vai ser na minha casa — Taylor
falou com confiança, como se já soubesse a resposta.
Derek voltou a seu mau humor, só que dessa vez estava pior, até Taylor
percebeu, pois deu um passo para trás e de repente já não estava tão
confiante, ou estaria assustado? Bom, qualquer um ficaria sem jeito na frente
de um homem musculoso e mal-encarado.
— Então até!
Cerrei os olhos para Derek antes de dar um passo para mais perto dele,
minha intenção foi soar intimidadora.
— Você precisa ser assim com meus amigos? Ainda mais com o Taylor?
Percebi que falei a coisa errada, pois Derek deu um passo à frente, seu
rosto ficando a centímetros do meu.
— Minha bolsa está uma bagunça, quase não encontrei meu celular, e
quando estava voltando ouvi Taylor comentando que tinha vindo falar com
você, me conte tudo e não me poupe dos detalhes.
Janice pareceu levemente desconfortável, eu entendi que não foi por mal,
afinal Derek é um homem reservado e esse olhar que ele tem de mau pode ser
excitante para mim, mas alguns o veem de forma intimidadora.
— Ele vai aonde eu for, ordens do meu pai. Não precisa se preocupar, ele
tem essa cara fechada, mas é legal.
Capítulo 9
Derek
O restante da semana se passou em silêncio. Não conversei muito com
Amber, ela parecia estar desconcertada com o clima que houve entre nós no
outro dia.
Evitei provocá-la; não tenho controle suficiente para me afastar dela, seria
um grande problema se eu a tivesse beijado. Quando percebi que ela levantou
a mão para me tocar quase perdi o controle, naquele momento mais do que
tudo eu queria sentir seu toque.
Nunca ansiei tanto pelo beijo de uma mulher, nunca quis tanto ver o
sorriso de uma mulher e nunca tive tantos ciúmes de uma mulher. Na
verdade, nunca senti ciúmes antes. E, agora, aqui estou eu, sentindo falta de
conversar com ela, nossos joguinhos de ver que tem a resposta mais rápida
estavam ficando divertidos.
Só agora, depois de dias sem falar com ela, que percebo quanta falta isso
me faz.
E ainda tenho que aguentar os olhares maldosos que outros dão a ela.
Noutro dia, quando ela e a amiga saíram para as compras, tive que me
controlar para não a jogar nas costas e a levar para casa, não entendo por que
saiu de casa com aquela saia. No momento em que a vi vestida daquele jeito
é claro que fiquei feliz, mas minha felicidade sumiu quando outros homens
também a olhavam.
É sábado e Amber está tomando banho, depois vamos até a casa daquela
amiga dela e ainda terei que aguentar uma festa chata com adolescentes se
embebedando. Minha noite não tem como ficar pior, ou tem?
Ela ainda não me olha nos olhos. Deve pensar em quanto fui desrespeitoso
ao me aproximar tanto no outro dia. Inferno, eu quase a beijei! Se não fosse
por Janice aparecer eu a teria beijado, naquele momento me esqueci do
mundo à minha volta, até mesmo esqueci que estávamos na escola, onde
qualquer um poderia ver, e assim o juiz Marcus Valentine se certificaria de
que eu fosse preso por beijar sua filha, que ainda é menor de idade.
Um vestido preto abraça suas curvas perfeitas, não curto como o vestido
de Janice, e nem tão decotado, é um vestido que a deixa sexy ao extremo.
Quando Amber passou por mim pude ver o decote em suas costas, e que
costas! O decote não mostrava muito, mas deixava a mente a imaginar várias
coisas. O cabelo dela está solto, dando a ela um ar de mistério, há apenas um
enfeite preso em seus longo cabelo sedoso. Ela está muito bem maquiada,
destacando tudo que tem de bonito.
Opção 1: digo quanto está linda, que nunca em toda minha vida vi criatura
mais bela.
Opção 2: faço uma piadinha bem sem graça e não deixo ela perceber que
estou babando.
— Quem disse que quero impressionar você? Posso ter me arrumado para
outra pessoa — Amber provocou.
Só então me dei conta de quão próximos estamos, meu corpo está quase
pressionado contra o dela, podia sentir seu calor. Sua respiração me lançou
um aroma doce, aproximei–me, preciso sentir mais isso, nem me incomodei
se Amber percebesse a ereção que começava dentro de minhas calças. Deixei
meus braços se soltarem da parede e se envolverem na cintura dela, senti sua
delicadeza embaixo de mim, senti sua respiração presa, a última coisa que eu
esperava era sentir seu toque e quase não acreditei quando ela passou a mão
pela minha barba rala, seus dedos delicados me provocando mesmo estando
só em meu rosto. Quando olhei em seus olhos vi que ela queria isso tanto
quanto eu.
Derek me soltou e deu um passo para trás, nem parecia que estávamos
prestes a nos beijar. Será que foi tudo imaginação minha? Ele ia me beijar,
não ia? E a pergunta mais importante: eu queria que ele me beijasse?
Não respondi nada, apenas passei por Janice. Ela felizmente é legal
quando quer ser. Entendendo que eu não queria falar sobre Derek na frente
dele, ela me seguiu e mudou de assunto.
A música agitada está alta demais para meu gosto, claro que se alguém
me perguntar vou dizer que está maravilhoso. Adoro uma música tão alta que
é impossível conversar, é incrível a maneira como esse cantor desafinado
grita palavras que eu não consigo entender. E a bebida? Hum! Excelente!
Quem não gosta de cerveja quente, preciso falar que o refrigerante está tão
quente quanto a cerveja?
E não para por aí, as meninas acham que estão dançando. Acredite,
quando eu digo que é impossível tirar algum ritmo dessa música essas garotas
apenas estão se esfregando de uma maneira bem inapropriada, elas devem
achar que estão sendo sexy. Elas querem chamar a atenção dos garotos e por
incrível que pareça conseguem a atenção tão desejada.
— Não é bem o que você esperava — ele parecia tão animado quanto eu.
— Acho uma ótima ideia, outro dia levo você e sua amiga a uma festa de
verdade — Derek ficou aliviado.
— Vou procurar a Janice para avisar que estou indo, talvez ela queira uma
carona.
Estava perto do carro, a música já não estava tão alta, e ouvi alguém se
aproximar, antes de me virar já sabia que não era Derek, essa pessoa que
estava atrás de mim andava desengonçada e barulhenta, muito diferente do
andar de Derek.
— Eu já estou indo.
— Mas você nem bebeu nada, ainda, volta comigo e vamos aproveitar a
festa — Taylor está tão bêbado que mal entendo o que ele fala.
— Onde estão seus pais? Eles sabem que tem um monte de adolescentes
enchendo a cara na casa deles?
Eu sei que fui rude ao falar assim, só achei que depois de falar isso Taylor
fosse me deixar em paz.
— Você não gostou da festa, mas não vou deixar que vá sem antes
conhecer um amigo meu.
Que ótimo, eu achando que Taylor estava a fim de mim, mas tudo que ele
queria era ajudar um amigo.
Sendo bem sincera comigo mesma posso dizer que não tenho mais aquela
paixonite por ele, acho que ela morreu no dia em que conheci meu segurança
particular.
Fechei os olhos com força e quando Taylor passou a mão pelo meu corpo
rezei em silêncio para que ele parasse. Pensei em como isso acabaria, eu
definitivamente não queria perder minha virgindade com esse babaca e muito
menos queria ser obrigada a dar um pedaço de mim a alguém que eu não
gosto.
Acabou, não tinha mais as mãos de Taylor em cima de mim, nem estava
mais babando na minha boca, arisquei abrir os olhos para ver o que
aconteceu.
Taylor estava caído no chão, não parecia machucado, mas pude ver o
medo em seus olhos. Meu coração tropeçou em um ritmo desenfreado
quando vi de quem Taylor tinha tanto medo.
Derek! Ele veio me salvar! Queria correr para seus braços, queria abraçá-
lo e até mesmo queria beijá-lo. Parei quando percebi que ele estava nervoso.
E, pior, essa raiva que ele tem parece direcionada a mim, eu fiz alguma coisa
de errado?
Antes que pudesse perguntar Derek me pegou pela cintura e me jogou em
seu ombro, por que ele está nervoso comigo? Eu não fiz nada. Fui agarrada
contra minha vontade e ele me trata assim?
Capítulo 10
Derek
Cheguei ao carro e não encontrei Amber. Quase enlouqueci, será que ela
foi para outro lugar? Ou, pior, aquela mulher a encontrou? Comecei a andar
pelo estacionamento olhando para todos os lados, tenho que encontrá-la. Não
é porque o pai dela está me pagando, mas tudo que importa agora é Amber,
que ela esteja bem.
Era Amber! Perdi o controle ao vê-lo passar as mãos no corpo dela e sem
pensar duas vezes avancei contra ele, puxei-o e dei-lhe um bom soco antes de
jogá-lo ao chão. Minha vontade é de dar uma boa surra nele, mas, não sou
covarde, o garoto está bêbado e mesmo que estivesse sóbrio seria um
massacre se eu descontasse minha raiva nele.
Não vou deixá-la fazer joguinhos comigo. Agarrei sua cintura e a joguei
em cima do ombro. Caminhei em passos largos, quando chegamos ao carro
abri a porta e a joguei no banco. Entrei no carro e sai às pressas do
estacionamento, tive que sair o mais rápido possível para evitar a tentação de
voltar lá e dar uma surra naquele garoto abusado.
Meus pensamentos estão correndo a mil por hora, será que fui muito rude
com ela? Eu sei que não tenho o direito de cobrar nada, afinal, não é como se
fossemos um casal. Apenas não consegui ficar parado ao ver outro passando
a mão nela.
Ela não respondeu e foi assim o resto do caminho, ela não falou nada e eu
sou muito orgulhoso para insistir.
Quando estacionei o carro na garagem ela saiu apressada. Não vou deixá-
la fugir. Ah! Não vou mesmo! Segurei Amber pelo braço e a obriguei a olhar
pra mim.
Eu não quero discutir, só estou tentando fazê-la voltar a falar comigo, nem
que seja para brigar.
— Você não vai sair daqui até me pedir desculpas por não ter me esperado
no carro.
Ela gritou comigo e eu a beijei. Não me pergunte por que eu fiz isso,
poderia dizer que nunca tinha imaginado que isso fosse acontecer, mas a
verdade é que desde que a vi pela primeira vez tudo que queria era beijá-la.
Quantas noites perdi o sono pensando nela, muitas vezes fantasiei sobre ela
no banho junto comigo e mais ainda as vezes que penso em como a quero.
Nosso beijo começou forte e intenso, posso dizer que foi nosso beijo
porque ela correspondeu. No momento em que a tomei em meus lábios ela
entrelaçou as mãos na minha nuca. Nunca um beijo foi tão devastador, ela
pressionou o corpo contra o meu e eu a apertei mais forte. Não me importei
que ela fosse perceber minha ereção, muito pelo contrário, pressionei com
mais força, preciso que ela entenda o que faz comigo, e eu também preciso
entender por que ela me deixa assim.
Quando ela soltou um gemido e correu as mãos pelo meu peito segurei sua
bunda e apertei minha ereção em sua barriga. Tenho que pôr um fim nisso,
não posso passar dos limites, seria um caminho sem volta, se bem que eu sei
que as coisas não seriam como antes, esse beijo já mudou tudo.
Afastei-me de Amber enquanto ainda tinha forças para isso e ela me olhou
atônita, o que eu iria fazer? Ou melhor, o que eu poderia fazer?
— Se você foi a essa festa pra ficar se agarrando com alguém, pronto, já
conseguiu o que queria, agora vá dormir.
Ainda posso sentir meus lábios inchados. Passei a ponta dos dedos de leve
em minha boca, lembrei do nosso beijo, eu já tinha beijados alguns garotos
antes, mas Derek foi diferente, não tinha aquela hesitação que a maioria dos
garotos da minha idade tem, ele estava no controle, com apenas um beijo me
fez sentir várias partes do meu corpo. Quando ele me segurou pela bunda e se
esfregou em mim eu senti um calor que nunca tinha sentido antes, algo
nasceu aqui dentro implorando por mais, naquele momento eu estaria
disposta a tudo, desde que ele continuasse com o que estava me fazendo
sentir.
Foi muito mais intenso do que esses sonhos que ando tendo ultimamente,
mas, como nos sonhos, chegou a hora de acordar.
Derek me afastou e foi muito rude comigo, é óbvio que ele me beijou e
depois falou daquele jeito para me castigar, afinal eu não estava esperando no
carro como ele mandara.
Quando ele afastou Taylor e me olhou daquele jeito, não senti vontade de
explicar que aquele beijo fora contra minha vontade, como ele pôde imaginar
que eu iria sair por aí beijando e deixando alguém que eu mal conheço
apalpar meu corpo?
Apesar de sentir que sem seus lábios um pedacinho do meu coração vai se
partir, limpei os pensamentos de Derek me beijando e abri a porta.
Passei por ele sem responder, ele está muito enganado se acha que vai ser
fácil assim, eu não vou esquecer o que aconteceu (nem se eu quisesse poderia
esquecer).
— Pelo que está pedindo desculpas? Por ter me jogado em seus ombros e
me tratar como se eu tivesse feito alguma coisa errada, ou por ter me beijado?
— Não preciso das suas desculpas, apenas saiba que a partir de hoje você
nunca mais vai encostar em mim — não soei tão confiante quanto queria.
Depois de tomar café meu pai se retirou da mesa. Não conversamos muito
durante a refeição, na verdade não conversamos nada, apenas nos
cumprimentamos. Também não troquei nenhuma palavra com Liza além de
“bom dia”. Considerando que passei uma refeição completa sem nenhuma
discussão, parece ser um bom início de dia. Estaria mentindo se dissesse que
concordo com essa última frase. Um dia feliz deveria começar com uma
família conversando e rindo, em que todos se desejassem um “bom dia”
sincero.
Sinto inveja quando Janice me conta sobre como seu pai é chato,
perguntando-lhe todos os dias o que ela fez. Sinto tristeza quando ela conta
que ele vai toda noite a seu quarto, apenas para ver se ela não fugiu atrás de
aventuras. E finalmente sinto vergonha desses sentimentos.
Tudo que eu queria era que meu pai olhasse para mim de vez em quando.
Eu perdi minha mãe, que agora descansa em paz, e perdi meu pai também,
mesmo ele estando vivo.
Derek, que está comigo pareceu preocupado, e como não ficaria? Ele tem
que ficar de olho em uma adolescente problemática.
— Os domingos são quase os únicos dias em que ele não trabalha, mas
sempre tem alguma coisa mais importante para fazer — admitir isso em voz
alta doeu mais do que eu imaginava.
Acho que Derek perguntou apenas para puxar conversa, é claro que ele
sabe que eu não sei nada da vida do meu pai.
— Não é esse tipo de parque, apenas diga “sim” e vamos nos divertir —
Derek sorriu.
Tem como dizer “não” a esse deus grego? Se tem, eu ainda não descobri
como.
— Está bem, mas primeiro vou ligar pro meu pai, e pode tirar esse sorriso
de vitória, eu não disse “sim” a você, disse “sim” para a diversão.
— Seu pai não precisa saber de tudo. Se não contarmos, ele não vai saber.
Não sei se Derek falou isso se referindo ao uniforme ou se sua intenção foi
falar do beijo.
O mundo parou quando senti sua dureza roçar minha vulva que já implora
por mais. Senti minha calcinha se encharcar conforme Derek me pressionava,
ele passou a mão pela parte interna da minha coxa e algo começou a crescer
dentro de mim, não sei o que é, apenas não consigo conter. Quando Derek
passou a língua pela parte superior do meu peito não consegui prender o
gemido que insistia em sair. Sua língua percorreu o decote do meu vestido e
me pressionei com mais força contra sua ereção. Eu preciso, é mais do que
apenas necessidade. Sem pudor passei minha mão por seu membro rijo.
Derek também soltou um gemido de puro prazer. Quis ouvi-lo gemer
novamente, subi minha mão para o botão de sua calça e antes que eu pudesse
desabotoá-la Derek se afastou, percebi que ele precisou de muita força para
conseguir se afastar. Eu não teria tal força, entregaria minha virgindade ali
mesmo, se ele quisesse. Derek encostou sua testa na minha.
— Amber, eu não vou tirar sua virgindade aqui, com sua madrasta e todos
os empregados no andar de baixo — ele falou, sua voz estava rouca, quase
sem fôlego.
— Você tem só 17 anos e eu já sou um homem feito, você nunca teve uma
relação, enquanto eu nem costumo lembrar o nome das mulheres com quem
já estive.
Alguma coisa doeu em meu peito, seria isso o ciúme? Por que ele tem que
me falar que já esteve com outras. Não tenho uma resposta, e por isso ele
voltou a falar.
— Podemos ir? — perguntei quando percebi que ela estava tão inquieta
quanto eu.
Ela concordou. Pude ver que estava envergonhada, e como não estaria?
Depois do que aconteceu no quarto é claro que ela ficaria acanhada.
— Sério?
Dei uma risada provocativa para Amber. Mas, no fundo admito que quero
que ela pegue a minha mão. Isso me deixa confuso, nunca antes quis que uma
mulher pegasse minha mão, a única coisa que importava era que pegassem
meu membro, nunca quis ver o sorriso de uma mulher como quero ver o de
Amber, o que importava era cumprir meu papel como um bom fodedor, fazê-
las ter prazer era o único compromisso. Com Amber é mais do que isso, será
que se eu fizer sexo com ela esse sentimento vai mudar? E, o mais
importante, eu quero que mude?
— Obrigada por me trazer aqui, fazia muito tempo que não me divertia
tanto! — Amber está radiante.
O clima estava gostoso, na verdade estava tudo muito bom, até ouvir
alguém chamar meu nome.
Se dependesse dela estaríamos juntos até hoje, aposto que não gostou de
me ver com Amber, que é muito mais bonita e está me acompanhando em um
lugar público, à luz do dia, e não num motel qualquer.
Eu não deixaria que essa mulher tratasse Amber desse jeito, antes que
Amber respondesse eu passei a mão em sua cintura.
— Como você disse, Amber está na vez, quando tem um brinquedo que
não gosto deixo para alguma outra criança brincar, então, se nos dá licença,
vamos continuar aproveitando o dia.
Que mulherzinha mais mal-educada, não gostei dela, e não é só por que
ela esteve com Derek e é muito bonita, ela é aquele tipo de mulher
desesperada, e esse tipo de mulher só mancha a reputação feminina de todas
em volta.
— Talvez.
Não pareceu que ele quisesse conversar com ela, mas, mesmo assim...
Mentira!
Como pode um homem ser tão gostoso e intrigante e tão cara de pau ao
mesmo tempo?
— Como você sabia que teria um parque aqui? — tentei mudar de assunto.
— Por quê?
— Então não seremos sábios. Ah! Qual é?! Não confia em mim? — foi a
minha vez de provocar.
E assim fomos até a casa de Derek. Uma casa simples e bagunçada, não
bagunçada como um lugar malcuidado, apenas não tão organizada como
minha casa. Uma sala com cozinha conjugada, um corredor com uma porta
que provavelmente dá no banheiro e no fim do corredor o quarto.
A cama está arrumada, uma cama de casal, não tão grande quanto a minha,
mas parece ser bem mais confortável, tem um edredom verde e travesseiros
brancos. Uma escrivaninha com computador e alguns CDs de música. Não
tem roupas espalhadas pelo chão, mas dá para ver um pouco de pó.
O que mais me chamou a atenção foi a cama dele, parece tão convidativa.
— Por que está olhando desse jeito para minha cama? — Derek se
aproximou.
— Nenhuma.
Arqueei a sobrancelha, não acredito que ele vai mentir assim na cara dura.
— Aconteceu alguma coisa e não vou deixar que passe até me contar o
que foi, eu falei alguma coisa errada? — Derek se preocupou.
— Você não falou nada de errado, sinto muito por ter entrado em seu
quarto sem pedir.
— Não me importo que você esteja em meu quarto, não gosto de trazer
mulheres aqui, mas com você é diferente.
Aproximei-me dele, queria sentir seu calor, queria sentir seu toque.
Posso ver o desejo em seus olhos, ele me quer tanto quanto o quero.
Derek segurou meus quadris com as duas mãos e me guiou até a cama. Ele
se posicionou em cima de mim, mas sem derrubar seu peso. Beijou-me com
urgência e paixão, enquanto suas mãos mapeavam meu corpo. Abri as pernas
e Derek ficou no meio delas, ele me beijava e acariciava.
Seus beijos cada vez mais fortes, ondas de excitação percorreram meu
corpo e senti um formigamento entre minhas pernas. Gemi e me agarrei a
seus ombros. Instintivamente ergui meu quadril, Derek se pressionou contra
mim, senti sua dureza através da calça jeans. Seus beijos passaram para meu
pescoço, percorreram uma trilha até o decote do meu vestido, sua mão que
estava apertando a lateral de meu corpo subiu e abaixou o tecido do meu
vestido. Derek roçou a ponta do nariz em cima de meu sutiã, meus mamilos
que já estavam duros latejaram.
— Hum, você tem um cheiro tão doce, preciso saber se seu gosto também
é assim — Derek falou com a voz rouca, aumentando ainda mais meu desejo.
Eu deveria estar com vergonha por ele me ver só de calcinha e sutiã, mas
não estou, o prazer é grande demais para sentir vergonha ou hesitação.
Derek tirou meu sutiã, deixando meus peitos expostos. Ele olhou para
mim com admiração e depois voltou a me beijar, já não estou aguentando
mais, o prazer cresce dentro de mim e sinto que preciso de Derek, preciso que
ele me satisfaça.
Derek me ajuda a tirar sua calça e agora a única coisa que nos separa é um
pouco de pano. Quando ele volta a me beijar e encosta sua ereção em minha
vulva eu gemo e peço por mais.
— Derek, eu quero...
— Quero sentir você, quero que entre em mim e me faça gozar — pedi
com a respiração ofegante.
Até que meu corpo não aguenta e explode em prazer. Começou com um
formigamento nas pontas dos pés e acima do púbis, até que essa sensação
aumentou em um prazer líquido dentro de mim, acumulou-se em um lugar só
e saiu, provocando espasmos e arrepios por todo meu corpo. Derek chupa
quando sente meu orgasmo. Meu corpo se solta leve quando os espasmos de
prazer diminuem.
Derek
Quando sinto o gosto doce de Amber em meus lábios a chupo com força,
querendo sentir o máximo que puder. É perigoso uma garota ter um gosto tão
viciante.
Amber está aliviada, mas ainda não terminei, tiro minha cueca e volto a
beijar sua boca, corro minha mão por seu corpo, aliso sua bunda e sua coxa,
passo a mão por sua cintura fina e chego a seus peitos, esfrego seus mamilos
com delicadeza e depois um pouco mais forte, um gemido escapa de sua
boca.
Sinto o calor dela aumentar e seus gemidos cada vez mais intensos.
Começo a ir mais rápido e Amber aranha minhas costas, meu tesão aumenta.
Abraço-a com força, conforme aumento o ritmo de minhas estocadas. Amber
também me aperta forte, posso sentir o calor de seu corpo.
Ela joga a cabeça para trás, sei que logo vai gozar novamente. Com meu
polegar fricciono seu clitóris, ela geme com mais força e começa a rebolar em
meu pau. Quando ela derrama seu prazer em mim e chama pelo meu nome,
perco o controle e meto com força, minhas estocadas ficam mais selvagens e
animalescas, meto nela até alcançar minha satisfação. Solto um gemido
gutural quando alcanço a libertação.
“Oi, pai! Já estou indo, vim à casa da Janice, depois que terminamos de
assistir ao filme peço para Derek me levar pra casa.”
— Meu pai não precisa saber de tudo. Se não contarmos, ele não vai saber.
Poderia dizer que fiquei curioso ou que estava entediado, mas não posso
mentir nem para mim mesmo e tenho que admitir que me preocupo com
Amber, por isso vou descobrir quem é essa mulher.
Com meu celular tirei uma segunda foto dela, não ficou tão bem definida,
mas dava para o gasto. Enviei a foto para Dan, ele pode conseguir
informações de qualquer pessoa, além de esperto Dan é discreto e um grande
amigo, sei que ele vai conseguir alguma coisa sobre essa mulher. Junto com a
foto enviei um texto explicando o pouco que sei e dizendo o que quero
descobrir.
Dito e feito, assim que eles foram para o quarto Derek relaxou.
— Eles foram dormir, não vão voltar aqui — falei com a voz mansa.
— Não deve se preocupar se seu pai nos pegar, sua preocupação deveria
ser o que vou fazer com você quando ele não está — Derek me olhou de cima
a baixo de um jeito malicioso.
— Você não deveria ter falado isso — Derek diminuiu o espaço entre nós
com passos largos.
Passei minha mão por dentro de sua camisa esfreguei suas costas... seu
peitoral... sua barriga... e quando passei os dedos no cós de sua calça Derek
me apertou.
— Exatamente isso, agora vai ter que me satisfazer — queria que soasse
como uma ordem, mas saiu como um pedido.
Seus beijos ficaram mais intensos, seu toque mais forte e sua respiração
mais pesada. Esfregou sua mão por cima da minha calça, gemi quando o
calor começou a aumentar.
— Quietinha, sem fazer barulhos, senão vou ter que parar por aqui.
Derek beijou meu pescoço e meu ombro, depois passou para meus seios,
levantou minha camiseta e meu sutiã e me chupou com vigor, mais um
gemido escapou de minha garganta. Sua mão entrou dentro de minha calça e
me esfregou.
— Queria entrar em você aqui e agora, mas se fizermos isso sei que não
vamos conseguir controlar o barulho, se seu pai nos pegar a diversão acaba
— Derek falou e eu concordei.
— Sei que sua cama é mais confortável do que o sofá. Está tarde, então
vamos dormir — Derek falou com carinho, pelo menos eu imaginei que fosse
carinho isso em sua voz.
Não gosto de dizer que minha mãe está morta, para mim ela ainda vive em
meu coração.
— Tem certeza?
Derek saiu do meu quarto sem falar mais nada. Das duas uma, ou eu falei
alguma coisa errada, ou Derek tem algum problema.
Derek
Peguei a foto no bolso do meu terno mais uma vez apenas para ter certeza,
não restam dúvidas, a mulher desta foto é a mesma mulher da foto do quarto
de Amber. Esta mulher é a mãe da Amber!
Silvia Fischer, 1,65 metros de altura, pesa por volta de 65 quilos, pouco
tempo de casamento e engravidou do juiz Marcus Valentine, tem uma filha, é
divorciada, além da filha nenhum membro da família vivo.
Amber
Hoje tinha tudo para ser um dia bom, o clima está gostoso, o sol faz minha
pele formigar e o leve vento me faz cócegas. Estou com Janice em nosso
lugar habitual de passar o intervalo, ela está falando sobre o quanto se
divertiu na festa de Taylor, não contei pra ela o que ele tentou fazer comigo,
nem Derek sabe o que realmente aconteceu, ele pensa que eu estava me
agarrando com Taylor por livre e espontânea vontade.
— Nem vai acreditar no que aconteceu — Janice ligou seu modo fofoca.
— Taylor foi até o estacionamento procurar você e um ladrão o atacou, ele
disse que não era nenhum convidado da festa e era um homem muito grande,
o ladrão deu um soco nele, mas ele surrou o cara, que fugiu.
— Amber!
— Como quero seu bem vou te avisar que se livre desse seu segurança, eu
e meu pai vamos abrir um processo por ele ter me batido, eu sou menor de
idade e ele não pode me bater, se você não quiser chamar atenção para o
nome do seu pai, demita esse homem o quanto antes — Taylor estufou o
peito como se me tivesse na palma de sua mão.
— Avisa seu papaizinho por que Derek te acertou, você se lembra o que
tentou fazer comigo, não lembra? Se vocês tentarem qualquer coisa contra
Derek terei que contar a meu pai tudo que aconteceu naquela noite. Agora
que estamos resolvidos me dê licença, preciso fazer outras coisas.
Não respondi, tinha a esperança de que Derek fosse deixar para lá, mas
não funcionou.
— Me responda, Amber.
— Do que adiantaria tentar lutar? Ele é bem mais forte do que eu, estava
esperando ele abaixar a guarda para lhe acertar uma joelhada ou coisa assim.
Derek deu a volta e estava indo para Taylor, mas me agarrei a seu braço e
supliquei.
— Se fizer isso meu pai vai saber o que aconteceu na festa, por favor, não
deixe meu pai saber!
— Ele é muito ocupado, mal tem tempo de ficar em casa, depois que
minha mãe se foi ele ficou diferente, não quero que ele tenha que se
preocupar com mais isso.
É verdade o que acabei de falar, mas também tem outro motivo, se Derek
surrar Taylor, meu pai vai mandá-lo embora, e isso não pode acontecer.
Derek quer me contar alguma coisa e se isso vai fazê-lo se acalmar, não
vou reclamar.
— Não lembro muito porque era pequena, mas eles se davam bem. Ela
não era muito carinhosa, mas era bem divertida, sempre fazia meu pai sorrir,
e quando ele ficava feliz eu também ficava. De repente ela começou a se
distanciar, acho que era por causa do câncer.
— Ela era amiga da minha mãe, pouco tempo depois que minha mãe
morreu nossa casa foi invadida por bandidos, Liza se trancou no banheiro
junto comigo e chamou a polícia. Depois disso ela e meu pai ficaram bem
próximos.
— Você viu quem invadiu sua casa naquele dia? — Derek perguntou
preocupado.
— Não vi quem era, me tranquei com Liza antes que eles nos
alcançassem, mas naquele dia ouvi a voz de minha mãe me chamando, acho
que era o espírito dela me protegendo.
— Te conto outra ora, logo você tem que voltar pra sala de aula.
Derek tem razão não posso ficar de bobeira e perder a aula, mas senti que
ele está escondendo alguma coisa e vou descobrir o que é.
Derek
Não consegui contar a ela, cheguei tão perto de falar, mas quando lágrima
em seus olhos minha voz se prendeu. Amber tem idade de uma menina, mas
naquele corpo vive uma mulher, ela é mais madura do que muitas mulheres
da minha idade, é também mais esperta e bonita.
Passei o resto do dia pensando em como contar a Amber que sua mãe
ainda está viva e que é uma psicopata.
Depois do jantar vi que Amber estava lendo um livro. Passei por ela em
silêncio, tenho que aproveitar agora que ela está distraída. Fui para o segundo
piso da casa, bati à porta do escritório de Marcus.
— Eu não a vi e nem ela viu Amber, mas quero saber por que Amber acha
que a mãe dela está morta.
Fui direto ao ponto. Marcus fez uma cara feia e eu fiz uma carranca pior,
não estou para brincadeiras.
— Você foi contratado para proteger minha filha, não para se interferir em
meus assuntos — Marcus voltou a se sentar.
— Senhor Valentine, não vou sair daqui até que me conte o motivo, ou se
preferir conte diretamente a Amber — estreitei os olhos.
— Por que insiste que conte a ela? O que você tem a ver com isso?
— Não acha que Amber merece saber sobre a mãe? Sei que o senhor quer
protegê-la, eu também quero, mas esse não é o jeito certo.
Estava lendo quando percebi que Derek não estava em volta de mim como
de costume. Fui até seu quarto, ele provavelmente estaria tomando banho se
eu tivesse sorte e seria mais sorte ainda entrar lá sem que meu pai nos
flagrasse.
Por que Derek tem uma foto da minha mãe? E por que essa foto parece tão
recente?
Empurrei a porta sem bater como era de costume. Meu pai e Derek
ficaram em silêncio quando eu entrei, os dois me olharam espantados. Eles
não falaram nada, eu também não. Apenas coloquei a foto sobre a mesa e
olhei para eles.
— Por que você tem uma foto da minha mãe? E por que essa foto parece
ser recente?
Minha voz fria poderia fazer parecer que não estou sentindo nada, mas é
muito pelo contrário, sinto tudo ao mesmo tempo, as emoções estão
embaralhadas em minha cabeça e por isso elas não saem na voz.
— Sua mãe está viva, ela tem um problema, fui contratado para te
proteger dela. Eu não sabia que era sua mãe, descobri há pouco tempo —
Derek se explicou ainda com dor no olhar.
— Sua mãe é uma psicopata, e isso não tem cura, eu tinha que te proteger.
Meu pai se justificou, mas ele não tinha mais aquela autoridade para falar;
mesmo que tivesse, eu não teria me importado.
Meu pai esticou o braço para me alcançar, mas dei alguns passos para trás.
— Você sabe o que é psicopatia?
Meu pai começou a ficar nervoso, mas ele não tem direito de ficar irritado
comigo.
— Você sabe quanto chorei por achar que ela tinha morrido? Sabe quanto
sofri por ter crescido neste inferno de vida, sem mãe e sem pai, porque depois
que ela se foi você esqueceu que eu existo e ainda por cima se casou com
uma mulher que me odeia.
— A Liza não te odeia, você está passando por uma fase difícil, é normal
se estressar com sua madrasta, sei que teria sofrido bem mais se tivesse
crescido com uma mãe psicopata — meu pai assumiu sua voz de sermão, a
voz que ele sempre assumia para defender sua esposa querida.
Não esperei que meu pai continuasse com suas explicações, não adiantaria
de nada argumentar. Passei para sair de seu escritório, mas Derek me segurou
pelo braço.
— Me deixa sozinha!
Não consegui controlar as lágrimas que começaram a rolar pelo meu rosto,
puxei meu braço e sai o mais rápido que pude.
Derek não me seguiu e eu agradeci por isso, quando passei pelo portão de
casa soltei o ar que nem percebi que estava preso.
— Dia difícil?
A pessoa que sentou do meu lado é uma mulher, soube pela sua voz doce e
aveludada.
— Dias difíceis vêm e vão, é assim mesmo, eu mesma passei por muitos
dias e anos difíceis.
— Veja como uma hora ou outra as coisas se ajeitam, passei dois meses
querendo chegar a uma pessoa e não conseguia, ela nunca estava sozinha, um
homem muito bonito a acompanhava, não imagina como fiquei feliz ao vê-la
sair sozinha — a mulher sorriu.
Sem hesitar lancei meus braços ao redor dela, ela me abraçou e riu alto.
— Você acha que vou te deixar fugir? Esperei tanto por este momento e
agora você acha que pode escapar? — sua voz não era doce como antes, um
sorriso esganiçado fazia fundo sonoro ao meu medo.
Sei que ela não tem emoções, culpa ou remorso, mas tem que ter um
motivo para ela querer me matar.
— Não precisa ser assim, a gente pode dar um jeito, eu vou te ajudar a
passar por isso — apesar do medo eu não chorei, preciso ficar calma.
Fechei meus olhos com força esperando pela dor que viria, mas a dor não
veio, senti o peso de seu joelho ceder. Quando abri os olhos ela já não estava
em cima de mim.
Derek a imobilizou no chão com uma das mãos enquanto ligava para a
polícia. Minha mãe não pareceu nervosa nem preocupada por Derek ter
ligado para a polícia, ela riu e o ameaçou.
— Sinto muito por ter saído como uma descontrolada, eu estava confusa e
precisava ficar sozinha, mas não foi uma boa ideia escolher um parque vazio
e mal iluminado para passar um tempo.
— Agora está tudo bem, já passou, mas acho que você deveria voltar pra
casa, seu pai teve um mal-estar, nada sério, Clarisse cuidou dele — passei a
ponta dos dedos em seu rosto e enxuguei suas lágrimas.
— A culpa é minha, ele ficou mal porque eu não quis entender, ele ficou
magoado comigo.
— Ele não está magoado, não é culpa sua, uma hora ou outra ele teria que
te contar sobre sua mãe. Isso poderia ter acontecido de uma maneira melhor,
mas agora já passou.
Pousei a mão em seu rosto e a fiz olhar pra mim, sorri quando a expressão
dela se suavizou.
— Não seja teimoso, tome logo, é um calmante, vai te fazer sentir melhor.
— Ela não te odeia, apenas está confusa. Derek vai trazê-la para casa e
você vai conversar melhor com ela — Clarisse tentou me acalmar, mas só em
ouvir o nome dele fiquei irritado.
— Vou mandar ele embora e farei o possível para ter certeza de que ele
não vai se safar, como ousa pôr as mãos na minha filha?! Ela é apenas uma
criança! — esbravejei.
— Não é da minha conta o que acontece nesta casa, sabia sobre a mãe da
Amber e não contei nada a ela e soube dos sentimentos dela por Derek e
também não contei, sou apenas uma empregada.
— O que você pensa de Derek? — não sei por que fiz essa pergunta,
talvez porque Clarisse parecesse ser a pessoa mais bem informada desta casa.
— Não gosto dele, mas Amber gosta e ele a faz sorrir, não vejo por que
não dar uma chance a ele — Clarisse pareceu sincera ao falar sobre Derek,
mas ainda não gosto e não vou aceitar aquele homem perto da minha filha.
Casei com Liza por Amber, não queria que minha menina crescesse sem
uma mãe, não queria que ela se sentisse sozinha e confusa, não queria que ela
tivesse que passar por fases de meninas sem um conselho ou pelo menos uma
explicação e eu não sou a melhor pessoa para explicar coisas de meninas para
minha filha. Ou talvez eu simplesmente quisesse uma ajuda, mas não sei se
Liza foi a escolha certa para me ajudar.
Estava gostando de conversar com Clarisse, ela é o tipo de mulher que faz
ver que os problemas não são tão grandes e para cada problema existe pelo
menos uma solução.
— Amber descobriu sobre a mãe, acho que as emoções foram fortes para
nós dois — respondi de um jeito evasivo.
— Amber não tem problema nenhum, mas eu tenho, quero que você junte
suas coisas e saia desta casa. Você tem até o meio-dia de amanhã para estar
fora daqui, assim que possível irei lhe enviar os papéis do divórcio! —
comecei a ficar nervoso novamente, não vou deixar que ninguém fale da
minha filha como Liza fez.
Liza correu para o quarto com lágrimas descendo pelo rosto, lágrimas que
sei que são por estar perdendo um marido com dinheiro. Espero que algum
dia ela veja que essa ganância não leva a lugar nenhum, nesse dia Liza
encontrará a felicidade.
Ouvi a porta da frente se abrir, seria Amber que teria voltado? Busquei
pelo olhar encorajador de Clarisse e fui até lá receber minha filha.
Amber
Quando entrei pela porta da sala corri para os braços de meu pai, ele me
abraçou com força.
— Me desculpe por ter mentido para você! Vamos sentar e vou te explicar
tudo, contar tudo que quiser saber. — meu pai passou a mão por minha
cabeça, olhou em meus olhos e voltou a me abraçar.
Meu pai me soltou e deu um passo à frente, ele definitivamente não está
contente com Derek.
— Amber encontrou com a mãe dela. Silvia foi levada algemada, avisei
aos policiais que eu mesmo contaria ao senhor. Você deve ir até a delegacia
para resolver o que falta — Derek explicou em tom seco, vejo que ele e meu
pai têm alguns problemas.
— Ela fez alguma coisa com você? — meu pai me perguntou aflito.
— Ela tentou me matar, tive tanto medo! Mas Derek me salvou! — olhei
para trás em busca do meu salvador e dei-lhe um sorriso.
O rosto de meu pai suavizou, mas não o suficiente, ele deu um passo em
direção a Derek antes de voltar a falar.
— Agradeço por ter cuidado de minha filha, mas seus serviços acabam
aqui, vou pagar o valor que te devo e está dispensado.
Meu pai falou e Derek assentiu. Isso não pode acontecer, sei que meu pai
descobriu sobre meu relacionamento com Derek. Derek me contou que ele
não aceitou muito bem.
— Pai, não faça isso! — pedi com os olhos cheios de lágrimas prestes a
cair, parece que não chorei o suficiente por hoje.
Percebi que meu pai ainda está digerindo a ideia de ver eu e Derek juntos,
mas tenho que dizer que isso é um ótimo começo.
Meu pai parece mais confiante. Ele sempre andou com o mundo sobre
suas costas e agora parece que finalmente pode descansar um pouco. O que o
teria deixado ele mais tranquilo?
— Sabe eu acho que você merece uma recompensa por ter me salvado? —
falei com um sorriso maroto.
Encarei Derek por um momento pensando se deveria falar, sei que está
cedo para falar isso e sei que tem grandes chances de ele se assustar, mas está
preso em minha garganta e não vou conseguir relaxar enquanto não falar.
A princípio achei que fosse eco, mas não, Derek também disse que me
amava.
Derek encostou sua testa na minha e nós dois demos uma risada gostosa.
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