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Capítulo I – Nasce um doce sol

A história se inicia no dia trinta e um do dez do ano de mil seiscentos e cinquenta e nove, onde
nasce um pequeno garoto da família Aspell. Junto a parteira, estava presente no quarto o pai do
menino, um homem alto, olhos castanhos, pele branca e cabelos loiros de mechas onduladas,
cujo nome era Yvan Aspell. Já a mãe do menino era uma jovem moça morena de olhos verdes e
cabelos castanhos ondulados. Seu nome era Rosalina Oziel. Ambos de famílias ricas e bem-
sucedidas da época. O pequeno bebê foi batizado de Cedric Aspell, foi usado o sobrenome do
pai por conta do maior histórico de sua família. Cedric rinha olhos verdes, pequenos fios loiros,
e uma pele esbranquiçada como neve, semelhante à de seu pai. Os anos foram se passando e
Cedric se mostrava um menino inteligente, educado e gentil, além de tudo tinha uma aparência
encantadora. Cabelos longos e loiros, fios macios, olhos verdes que destacavam mais que tudo,
um sorriso admirável e uma personalidade marcante e dócil

Capítulo II – Paixão
Tudo na vida de Cedric parecia um conto de fadas, todos em sua volta enxergavam o garoto
incrível que ele era. Porém um medo enorme corria sobre a mansão onde ele morava, havia
boatos de que criminosos estavam rodeando por ali, matando crianças e utilizando seus corpos
para rituais satânicos. Mesmo sendo apenas boatos, o pai de Cedric tomou medidas para que o
menino ficasse protegido, contratou guardas e Cedric não saiu mais de casa sozinho. Mas
mesmo com tudo isso, um sentimento que nos consome tomou conta do menino, o amor. Em
uma de suas idas a biblioteca da cidade, o garoto aos seus catorze anos conheceu uma jovem
mais velha que ele, Lucie Campbell. Uma bela garota de olhos pretos, um olhar profundo de
cansaço, sua idade era dezessete e ela estava prestes a completar dezoito. Sua beleza encantou
Cedric, ele a encarava, mal conseguiu ler seu livro, não prestou atenção em sequer uma palavra,
Lucie o hipnotizou. Cedric trocou cartas com a menina, na biblioteca mesmo, os guardas que o
acompanhavam não se importaram muito, aquilo era normal entre adolescentes apaixonados
pela primeira vista.
Na hora de ir embora, Lucie se despediu de Cedric com um pequeno beijo em seu rosto, o
garoto logo corou e sorriu, depois apenas acenou para a menina que saia pelas
portas de biblioteca.

Capítulo III – um erro leva a uma grande tragédia


Se passaram alguns dias desde que Cedric tinha encontrado seu primeiro amor, ele parecia mais
feliz, entretanto a saudade apertava cada vez mais seu coração para encontrar sua garota
novamente. Ele estava ansioso, pois em uma das cartas Lucie tinha o chamado para um encontro
na entrada da floresta as onze horas da noite. Cedric não contará ao pai sobre, pois sabia que
Yvan não aprovaria pelo medo que estava dos boatos da cidade, então o menino fez um plano
para sair escondido de noite e encontrar sua paixão. O garoto pegou do armário de caça do seu
pai, um espécie de sonífero, insistiu as serviçais que o deixassem arrumar a mesa de jantar dos
guardas foi ai que ele teve a ideia de colocar sonífero na comida deles e logo depois que todos
comeram, os rapazes adormeceram ali mesmo. Todos acharam estranho o ocorrido, mas
infelizmente os guardas não acordaram tão cedo. Depois do acontecimento dos guardas,
Cedric apenas se isolou em seu quarto, ignorando a todos. Dado dez e meia da noite, todos já
estavam em seus aposentos dormindo, mas Cedric estava preparado para pular a janela de seu
quarto com ajuda de lençóis. E assim ele fez, logo que pisou no chão, puxou com força os
lençóis, colocou atras de um arbusto e foi correndo com um lampião para a floresta. Ao chegar
na entrada da vasta floresta, Cedric avista Lucie, estava linda, vestida com um vestido longo
vermelho e uma coroa de rosas vermelhas espinhosas. A menina carregava com si um punhal,
mas Cedric não se importou, imaginou que fosse para se proteger de animais da floresta, ou
aqueles boatos que seu pai tanto tinha medo.

Capítulo IV – fora de si
O casal de jovens adentrou na floresta, passaram horas conversando, até que dado meia noite o
aniversário de dezoito anos de Lucie chegou. Sorridente ela puxa Cedric para perto, seus lábios
se encostam e um beijo demorado acontece, mas logo Lucie aproxima sua boca ao pescoço de
Cedric e morde, o garoto dá um gemido de dor e logo e apunhalado pelas costas pelo seu
primeiro amor, ele cai no chão enquanto Lucie o observa com um olhar frio, Cedric grita de dor
enquanto Lucie corre, e é assim que o garoto morre, ou melhor renasce em uma nova vida. Após
minutos de uma dor agonizante, a cicatriz do punhal se fecha e presas aparecem em Cedric, uma
sede de sangue insaciável o consome e um rancor imenso por Lucie Campbell o torna um
monstro incontrolável.
Cedric vai correndo para sua casa, sua velocidade aumentou e sua fome ainda mais. Com a
mente corroída, Cedric abre a porta da mansão e vai direto para o quarto de seus pais, se
aproxima e devora todo o sangue dos dois, agora Cedric era órfão. Após matar seus pais o
menino começa a chacina pela casa, serviçais, animais, todos mortos por conta da sede de
sangue de Cedric. A partir desse dia, ele nunca mais será o mesmo.

Capítulo V – O medo corre em suas veias


No dia seguinte todos na cidade ficaram sabendo do assassinato em massa e muito assustados
começaram a comentar sobre o ocorrido na mansão Aspell. Os detetives não tiveram sucesso em
seu trabalho ao investigar o local, corpos secos e irreconhecíveis, sem uma gota de sangue
sequer. Então o acontecimento ficou marcado por um grande mistério. A cidade toda estava
devastada em completo choque, ainda mais com o desaparecimento do filho mais novo do casal
morto, Cedric Aspell não fora encontrado em nenhum lugar da cidade, muitas suspeitas dos
investigadores foram para ele, mas sem provas, quem iria acreditar que um garoto tão doce teria
cometido tal ato?
O padre e o exorcista vasculharam o local, sem sinal de demônios a mansão apenas foi limpa e
abandonada, os corpos dos Aspell foram enterrados no cemitério local, os familiares de todos da
casa queriam uma explicação, queriam saber o motivo do sumiço do pequeno prodígio de
catorze anos e o que tinha acontecido com os moradores da casa. Uma criatura? Um demônio?
Um assassino cruel? A dúvida pairava sobre a cidade, mas uma explicação nunca fora
encontrada.

Capítulo VI – Navegando pelo vazio


Longe de todo alvoroço da cidade, Cedric passava dias caminhando, sobrevivendo apenas de
sangue de animais, ou viajantes que encontrava pelo caminho. Refletindo sobre o que tinha
acontecido desde o seu encontro com Lucie, o único sentimento que tomava Cedric era a raiva.
Aquela mulher destruiu sua mente, com uma só mordida corroeu seu cérebro, ele estava fora de
si quando foi a mansão faminto em busca de sangue. “Eu matei os meus pais”, “Não! Não foi
minha culpa. Foi Lucie! Eu vou matá-la, vou matá-la!” era o que seus pensamentos repetiam
toda hora, ele estava prestes a enlouquecer em meio do deserto de solidão.
Cedric caminhou por muitos dias até encontrar uma cidade grande, cheia de pessoas ridas e um
imperador. Ele encontrou um bar e foi até lá implorar por um emprego, o dono vendo a situação
do pobre garoto, que dissera que acabara de perder os pais por um assassino cruel, aceitou que
Cedric trabalhasse em seu bar, lavando copos e servindo algumas bebidas. O homem também
ofereceu um pequeno quarto, onde o menino passou boa parte de sua vida dormindo e
cometendo mais assassinatos para se alimentar.

Capítulo VII – O fim e a escuridão


Anos depois, Cedric continuou em busca de Lucie, para matá-la e se vingar do que ela tinha o
transformado, um vampiro sedento por sangue, que se alimentava de pobres mulheres que caiam
em sua lábia de homem bonito e rico. Bonito, Cedric era, mas rico? Era uma farsa, mas as
mulheres gostavam e isso ajudava ele a conquistá-las para depois beber o seu sangue.
Mais anos se passaram e lá estava o homem em busca de Lucie Campbell, mas ninguém a
conhecia, Cedric voltou para sua cidade natal e mesmo assim falhou nas buscas pela maldita
mulher. Ele sabia que era imortal, Lucie o transformara nisso, porém Cedric não queria
continuar em uma busca incansável pela pessoa que destruiu tudo que ele tinha.
Cedric buscou métodos para matar vampiros, se preparando para acabar com Lucie, mas após
tanto tempo sem respostas, o rapaz volta para sua cidade natal, caminhando lentamente até a sua
antiga casa, hoje ainda abandonada por conta do homicídio que aconteceu ali. Cedric respirou
fundo e sentindo um rancor enfiou uma estaca em seu próprio coração. Suas últimas palavras
foram “Lucie Campbell, você foi a mulher por quem me apaixonei aos catorze, mas conseguiu
transformar tudo num imenso mar de desgraças, você venceu, parabéns.”
Seu corpo foi encontrado, mas sem identificação e com indícios de um suicídio, apenas foi
cremado e as cinzas jogadas no local onde foi encontrado.
Algumas pessoas que moram perto da mansão relatam que todo Dia das Bruxas e toda sexta
feira treze, uma mulher sem rosto de vestido vermelho com uma coroa de rosas espinhosas,
passa pela mansão segurando um punhal ensanguentado, da risada e vai embora.

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