Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2022
Esposa do CEO: A Vingança
2017.
Uma mulher estava em uma cela escura e gélida sentada em uma
cama feita de pedra, tão dura quanto sua alma e coração, depois de
passar tantos anos presa naquele lugar como se fosse um animal.
Ela observava incansavelmente uma velha foto rasgada por longos
e intermináveis minutos. Parecia que o tempo simplesmente não
passava, mas aquela foto lhe dava forças para continuar
aguentando firme aquele verdadeiro inferno.
Naquela cela reinava um silêncio perturbador, já que a colega de
cela da prisioneira estava na enfermaria. Os únicos sons que se
ouviam por ali eram os da goteira de uma torneira que estava
vazando e as batidas do coração da presa em questão, que atendia
pelo nome de Isabella Adams.
Vestida com o uniforme laranja típico de presidiárias, tinha os
cabelos longos e lisos, porém descuidados e ressecados pela falta
de vaidade. Parecia mais velha do que realmente era e quem a
visse de perto, não acreditaria que ainda estava no começo da casa
dos trinta anos. Seus belos olhos cor de chocolate estavam
ofuscados por olheiras profundas, causadas pelos mais de dez anos
de noites mal dormidas e pesadelos que sempre tinha naquela
cadeia.
Dez anos.
A única coisa que lhe dava força e instigava a continuar vivendo era
justamente aquela foto de um garotinho de olhos castanhos como
os seus e de uma bebê de lindos olhos verdes, seus tão amados
filhos. Ela sabia que hoje em dia, eles já deveriam ser adolescentes
e a curiosidade de conhecer seus rostos, vozes e personalidades
lhe fazia imaginar mil e uma coisas. Mas tudo ficava apenas na
imaginação, já que não tinha ideia de quando e se os veria
novamente em vida.
Sempre que pensava neles se permitia sorrir, coisa muito rara em
um local cheio de dor e solidão. Mas Isabella tinha vivido bons
momentos e por isso, gostava de se lembrar deles. A infância feliz
com seus pais, a adolescência cheia de descobertas. A juventude,
onde conheceu o amor de sua vida, a gravidez, os filhos, as viagens
pelo mundo.
Tudo estava indo tão bem.
Por quê a vida fez aquilo com ela? Por quê foi acusada de trair e
matar uma pessoa tão importante na vida de seu marido? Ou
melhor, ex-marido. Por que estava presa por um crime que não
cometeu? Por quê foi privada de viver ao lado de seus filhos e
família? Por quê tudo aquilo tinha que acontecer justamente com
ela?
Nunca fez mal a ninguém. Era cristã e sempre tentava fazer o bem
ao próximo. Era carinhosa, apaixonada e feliz, mas tudo o que tinha
lhe foi arrancado de forma brusca e brutal e, as perguntas que se
fazia todos os dias talvez nunca fossem respondidas.
Isabella foi tirada de seus pensamentos quando começou a ouvir
passos vindo dos corredores. Foi então que uma mulher de
aparência cansada e carrancuda surgiu e começou a desamarrar as
correntes e em seguida, abriu o cadeado da cela da mulher.
— Isabella, visita para você. - A carcereira de pele morena clara e
aspecto rude, avisou abrindo a porta.
— Quem é? - A presa perguntou guardando a foto debaixo do
travesseiro e indo para fora da cela.
— Sua advogada. - Respondeu segurando e apertando o braço da
morena, que sentiu uma leve ardência mas não reclamou, pois
estava acostumada com a rispidez da carcereira que levou-a até a
sala de visitas.
Assim que chegaram ao local, onde havia apenas uma mesa e
duas cadeiras de tons acinzentados, a funcionária da prisão
algemou Isabella na cadeira e saiu, deixando-a a sós com uma loira
de longos e volumosos cabelos cacheados que usava um tubinho
preto e um casaco comprido da mesma cor.
— Oi Aiden - Isabella a cumprimentou, tentando esboçar um sorriso
de simpatia.
— Bel, tenho uma novidade maravilhosa para você. - A mulher
parecia animada, pois dava um sorriso largo e passava o dedo
indicador no furinho de seu próprio queixo.
Aiden era prima de Isabella por parte de mãe e sua grande amiga.
Uma mulher de cabelos dourados e cacheados, solteira e sem
filhos, mas que sempre parecera fiel a prima, lhe defendendo no
momento em que quase todos lhe viraram as costas.
— O que houve? - Isabella perguntou sem tanto entusiasmo.
Aiden manteve o sorriso, pegou sua bolsa, a abriu e de dentro dela,
pegou um documento.
— Aqui está sua ordem de soltura. Helena conseguiu afrouxar sua
pena e amanhã mesmo você sairá desse maldito lugar! - Ao ouvir
isso, Bella sentiu seus olhos começarem a se encher de lágrimas,
mas em sua mente aquilo não podia ser verdade.
— Está falando sério, prima?
Tanto tempo atrás das grades fez Isabella ficar cada vez mais
incrédula com relação a sonhos e a liberdade, com certeza era um
deles.
— Claro Bel, jamais brincaria com esse tipo de coisa. Você já
cumpriu dez anos da sua pena, teve um excelente comportamento
durante todos esses anos trabalhando na limpeza dos banheiros
daqui e na enfermaria. Também já passou por uma avaliação
psicológica e os psiquiatras constataram que você não representa
perigo algum à sociedade. Portanto, você pode e vai ficar livre. -
Explicou esticando sua mão pela mesa em direção a Bella.
— Céus, não consigo acreditar que isso está acontecendo! - A
senhorita Adams passou a mão entre seus cabelos bagunçando-os
e em seguida, usou a mesma mão para apertar a de Aiden, já que a
outra estava presa a cadeira — Não sei nem como te agradecer,
jamais pensei que ficaria livre um dia. - A jovem não sabia se ria ou
chorava.
— Não fiz nada mais que minha obrigação, sempre tive certeza da
sua inocência. Enfim, se prepare pois amanhã você será uma
mulher livre, prima. - A loira reforçou a novidade e uma sorridente
Isabella sorriu agradecida à ela.
[...]
No dia seguinte...
Primeira Fase.
[...]
A primavera chegou a Nova York e conforme a temperatura da
cidade aumentava, Thomas e Isabella avançavam e esquentavam
cada vez mais naquela nem tão inocente relação.
— Melhor pararmos por aqui. - Thomas falou tirando a mão da coxa
da morena.
Ambos estavam se beijando ardentemente nos fundos do colégio.
Correto, o jovem tentava se controlar mas atrevida, Bella sempre
queria mais.
— Você é tão certinho, Tom Cooper. Aposto que em uma das suas
vidas passadas deve ter sido um príncipe bem careta e virgem. -
Levantou-se da grama, batendo a mão sob si mesma para tirar as
folhas que estavam grudadas em suas roupas.
— Você nem acredita em vidas passadas, senhorita Adams. -
Roubou um último beijo dela que deu risada e juntos, eles foram ao
pátio da frente da escola, onde encontraram Andrew e Emma.
Emma era a irmã mais nova de Thomas e tinha dezessete anos,
enquanto Andrew, tinha vinte e um. Ambos namoravam firme há oito
meses. Se conheceram em uma missa em homenagem as vítimas
do onze de setembro, onde ela perdeu o avô adotivo e ele, os pais.
— Oi casal! - Andrew acenou para eles.
Andrew era magro, pouco musculoso e pálido. Seus cabelos eram
louro cor de mel, além de cacheados, mas ele sempre os deixava
bem curtos. O jovem estava no penúltimo ano da faculdade onde
cursava gastronomia, mas sempre que podia dava uma escapada
para ir até o colégio visitar a namorada.
— Vocês não se desgrudam mais, hein? Parecem até aqueles
casais chatos de comercial de margarina! - Emma ironizou
brincando com eles.
Emma era negra e tinha os cabelos e olhos da cor da noite, além de
estatura mediana, queixo pontudo e maxilar bem pronunciado.
— Mais grudentos que vocês, impossível. - Bella retrucou se
sentando na beira da mesa.
— Até porque de tão fofos vocês chegam a ser irritantes. - Thomas
completou segurando na cintura de Bella.
— E esse grude vai ser pra sempre, né príncipe? - Emma deu um
selinho fofo no rapaz - Até o mesmo curso que meu príncipe já faz,
pretendo fazer também. Somos verdadeiras almas gêmeas.
— Sério? - Bella perguntou surpresa.
— Super sério. - Andrew confirmou bebendo um gole de suco — Ela
vai cursar gastronomia, como eu. Um dia, teremos nosso próprio
restaurante francês, que será um dos melhores de Nova York.
— E nos casaremos, teremos um monte de filhos e seremos muito
felizes, como nos contos de fadas. - Emma disse toda sonhadora - E
vocês? Já decidiram qual curso irão fazer?
— Ainda não. - Thomas negou olhando para a namorada que
também fez sinal de negativo com a cabeça. - Mas é provável que
eu faça algo que me permita assumir os negócios do papai um dia,
pois é o sonho dele e por consequência, o meu.
— E eu pretendo fazer algo relacionado a música que como vocês
sabem, é minha paixão. - Bella afirmou dando um sorrisinho de
canto de boca - Quem sabe eu não vire uma professora de piano ou
uma musicista?
~*~
— Acredita que Charles teve a audácia de me dar 10% das ações
da minha empresa como se fosse uma esmola? Minha vontade
naquele momento era de apertar o pescoço dele até...
— Para com isso, pai. - Melissa, uma ruiva de cabelos longos e
cacheados o repreendeu - O senhor precisa aprender a controlar
seu ódio. Vive me dizendo isso, mas não pratica! - A jovem
completou se deitando no sofá da sala da cobertura que ficava em
um prédio de classe alta de NY.
— Foi muito difícil fingir que adoro aquele imbecil do Charles
durante todo esse tempo, que está sendo um verdadeiro martírio.
Sabe o que Barney me disse? Que além de mudar o nome e o
segmento da minha empresa, aquele idiota mudou toda a decoração
também! - Billy começou a andar de um lado para o outro, ainda
raivoso.
— Normal, já que agora querendo ou não a empresa pertence à ele.
- A ruiva suspirou olhando para o lustre de cristal que brilhava
intensamente no teto.
— Não por muito tempo! Melissa, você precisa conquistar logo o
Thomas, esse é o único modo de conseguirmos que o controle da
empresa volte para as minhas mãos.
— Vai ser difícil, já que Tom só tem olhos para aquela tal de
Isabella. Menina sem sal, sem graça. Não entendo o que aquele
gostoso viu nela. - Colocou o braço atrás da cabeça e suspirou.
— Bella não é nem um pouco sem graça. - James discordou
entrando na sala - Você sim é super sem graça, bastarda. - Olhou
para Melissa com desdém.
— Pare com isso, James. - Billy deu uma bronca no filho. - Temos
que nos unir nesse momento. Só assim iremos conseguir a nossa
empresa de volta, entenderam?
— Entendemos. - O moreno de olhos azuis fingiu concordar, mas
revirou os olhos.
~*~
[Mansão dos Cooper]
— Então quer dizer que nesses meses todos Billy ainda não foi na
empresa? - Esmeralda questionou enquanto se deitava na enorme
cama de casal da suíte que dividia há muitos anos com o marido.
— Não, mas todo mês deposito uma quantia generosa de dinheiro
na conta dele do banco para suas despesas gerais. - O loiro
respondeu vestindo seu pijama de tom acinzentado.
— Não acha estranho ele não frequentar nossa empresa mesmo
sendo um dos acionistas? - A mulher de cabelo marrom
caramelado perguntou, se ajeitando na cama.
Esmeralda tinha uma beleza fora do comum. Além dos cabelos
brilhantes, tinha olhos verdes, grandes e brilhantes.
— Lá vem você de novo. Não adianta né? Você nunca confiará no
Billy. Tem uma implicância gigante com ele há anos, mesmo
sabendo que o tenho como um irmão. - Abriu o armário e pegou
mais um cobertor, pois a noite estava ficando fria.
— Não consigo explicar, mas desde que vi Billy pela primeira vez,
senti que ele não prestava. Percebo que sente inveja do seu
sucesso, Charles. Aliás, não sou só eu que percebo isso, sua mãe
também dizia a mesma coisa. Uma pena que você não consiga
enxergar isso. Mesmo assim, por favor, tome cuidado com ele. -
Pediu enquanto o empresário se deitava e estendia a coberta sob
eles.
— Apesar de não achar necessário, prometo tomar cuidado com
ele, se isso for lhe deixar mais tranquila.
— Vai deixar sim. Boa noite querido. - Despediu-se dando um
selinho nele.
— Boa noite, Esme! - E respirou fundo, virando-se para o outro lado
a fim de dormir também.
~*~
[...]
Mesmo em pleno início do século XXI, lá estava Thomas, vestido
com roupa social composta por terno e gravata preta, cabelos
lambidos de gel e as pernas bambas de nervosismo, prestes a pedir
Isabella em namoro para seus pais.
— Quais são suas intenções com minha filha, rapaz? - Um
desconfiado Bruce questionou medindo o garoto de cima a baixo.
— Intenções? Er... - O ruivo deu uma rápida olhada para Bella que
estava sentada com sua mãe, Lauren, no outro sofá, quase tão
apreensiva quanto ele.
— Bruce... Deixe o menino respirar primeiro antes de enchê-lo de
perguntas! Tom, quer um café? Chá, sanduíches? Sente-se e
relaxe! - Lauren sugeriu sendo simpática e amigável como sempre.
— Não, obrigado. - O jovem se sentou no sofá á frente da poltrona
do delegado — Olha, amo demais a filha de vocês. Tenho certeza
que Bella é a mulher da minha vida. Que é com ela que casarei e
terei filhos em um dia não muito distante. Por isso, garanto que
minhas intenções com ela são as mais sérias possíveis. - Explicou
afrouxando o nó de sua gravata, enquanto suava frio.
Capítulo 3 - Infinito
[...]
— Viajar com seu namorado? Nem pensar! - No café da manhã,
assim que Bella fez o pedido já recebeu uma negativa do pai.
— Não é só com Tom, é com todos os nossos amigos mais
próximos e minha sogra também vai para nos supervisionar. Por
favor paizinho, prometo que me comportarei. - Bella ajoelhou-se
diante do pai — Por favorzinho, vou ficar riste se não for, o senhor
sabe o quanto quero conhecer a Disney! - Suplicou fazendo um
drama básico.
Lauren e Bruce se entreolharam. A filha quase sempre conseguia o
que quer. Com seu jeitinho, era difícil receber um não dos pais para
esse tipo de coisa.
— Ok, você vai. - O xerife da cidade decidiu revirando os olhos.
— Sério? - Bella se levantou e começou a pular de alegria — Vocês
são os melhores pais do mundo, amo muito vocês!!! - Foi até cada
um deles e beijou suas receptivas bochechas, fazendo-os sorrir.
[...]
A viagem a Disney foi inesquecível.
Thomas, Bella, Andrew, Emma, Natalie, Brandon, James e
Esmeralda se divertiram muito, sabendo que aquela seria a primeira
de muitas viagens, pois com certeza iriam repetir a dose. O único
porém foi que certa vez James deu em cima de Bella de forma sútil,
mesmo assim ela não gostou nem um pouco, mas mais uma vez
escondeu o ocorrido do namorado.
Foi nessa viagem que Thomas deu um anel de compromisso
prateado com detalhes em cristais para a senhorita Adams, que
jurou só tirar a mesma do dedo quando fosse substituída pela de
noivado.
Mas nem tudo eram rosas e corações.
Com o passar dos meses, Thomas mostrou a amada um lado seu
que ela ainda não conhecia.
Seu lado ciumento e possessivo.
— Não precisava daquela cena de ciúmes ridícula, Mike. - Bella o
repreendeu assim que ambos entraram na casa dela, que estava
vazia pois Bruce estava na delegacia e Lauren, no pronto-socorro
de Nova York, onde era médica.
— Precisava sim! Aliás, uma pena que não dei um soco mais forte
na cara daquele babaca do Mike. Onde já se viu convidar você para
o cinema sabendo que é minha namorada? - Tom retrucou seguindo
a namorada até a cozinha.
— Ele não convidou só a mim, tinha convidado a Emma e o resto da
galera também. Portanto, aquela histeria sua foi totalmente sem
necessidade. - A morena abriu a geladeira e dela, pegou uma
garrafa de água pois estava com a boca seca.
— Conversa pra boi dormir! Eu já tinha reparado o jeito que esse
cara te olha. É como se quisesse te comer. - Cruzou os braços
bravo, se sentando na beira da mesa.
— Mas isso não importa porque eu só tenho olhos pra você,
Thomas Cooper. - Depois de beber, Bella pôs a garrafa na pia e foi
até o rapaz — Sou completamente sua. - Roubou um beijo dele que
não conseguiu não sorrir. — Uma pena que você não me queira
mais. - Baixou a cabeça triste.
— Que bobagem é essa agora, pequena? - Com o dedo indicador,
Thomas ergueu o queixo dela para que o olhasse nos olhos.
— Desde que fizemos amor naquele dia você não quis mais transar
comigo, nem mesmo durante a viagem. - Explicou vendo as
bochechas do namorado se avermelharem.
— Sei que parece antiquado e até meio careta, mas sempre quis só
fazer amor depois de nos casarmos, você sabe disso.
— Então se arrepende daquela noite? - Questionou ficando triste.
— Claro que não, já te disse isso. - O jovem sorriu - Aquele
momento foi o mais lindo e completo da minha vida, Bella. Eu
estava inteiro e queria aquilo tanto quanto você. - Acariciou o rosto
dela, que mordeu os lábios e sorriu — Mas prefiro que só voltemos
a fazer aquilo depois do nosso casamento, que prometo que não vai
demorar.
— Quer dizer que está pensando em me pedir em
casamento, senhor Cooper? - Provocou-o passando seu dedo pelos
lábios dele, recebendo leves mordidinhas.
— Sim. Vou ser o homem mais feliz do mundo quando você for
minha esposa, Bella. Minha pequena... - Respondeu beijando-a
apaixonadamente.
[...]
Inverno de 2003.
[...]
— Não vejo a hora de ficar a sós com você, baby. - Thomas
sussurrou no ouvido da esposa, enquanto dançavam juntinhos na
pista de dança de um salão de festas localizado também na Quinta
Avenida.
— Calma amor, em breve estaremos a sós. - Isabella respondeu
encostando sua cabeça no peito dele — Sem contar que agora
temos a vida toda para ficarmos juntos. - Sorriu feliz.
— Sim, a vida e a eternidade, meu amor. Prometo que nunca vamos
nos separar. - Beijou o topo da cabeça dela carinhosamente.
~*~
— Bella está tão feliz. - Lauren disse observando a filha dançar com
Thomas.
Lauren Adams era médica e fora dela que Bella herdara os olhos e
cabelos castanhos que possuía.
— E espero que continue assim para o bem de todos. - Bruce disse
pegando um doce assim que o garçom passou perto dele com uma
bandeja.
— Quem diria que nossa menina iria se casar tão cedo, que vai ser
mamãe e nós, avós! - A loira tomou um gole de vinho e sorriu.
— Estamos muito novos para ser avós. Se o Cooper não tivesse
tido a audácia de engravidar nossa filha, nada disso estaria
acontecendo. - Murmurou de boca cheia com o jeito carrancudo de
sempre.
— Mas ele engravidou e não adianta chorar pelo leite derramado, né
querido? - A médica retrucou dando uma cotovelada no marido —
Vê se muda essa cara. O que importa é nossa filha estar feliz e se
está, nós também devemos ficar.
— Hum... Ok. - O moreno pôs a mão no bolso e caminhou até onde
os recém-casados estavam — Será que posso dançar um pouco
com minha filha ou você vai rouba-la de vez de mim? - Provocou o
genro.
— Claro senhor, pode sim. - Thomas deu um sorriso amarelo.
— Para pai! - Bella deu risada parando de dançar — Me casei, mas
nunca vou deixar de ser sua filha. - Segurou a mão do xerife que
sorriu e ambos começaram a dançar.
~*~
— Quem é aquele gatinho? - Aiden, prima de Isabella e sobrinha de
Lauren questionou, apontando para um rapaz que estava dançando
com uma garota na pista de dança.
— Se chama James, melhor amigo do Thomas. Estuda na mesma
universidade que nós, é que ele não costuma ir muito já que vive
indo para festinhas e baladas. - Emma respondeu cruzando os
braços — Ele pode até ser gatinho, mas dizem que é um safado de
marca maior.
— Talvez ele seja assim porque não encontrou a mulher certa. - A
loira de rosto quadrado respondeu sorrindo maliciosamente.
— Não acredito nisso e espero que não se aproxime dele, Aiden. - A
morena ficou séria.
— Por quê?
— Porque tenho a sensação que ele não te fará bem. - Emma
explicou passando a mão nos braços para esquenta-los, pois sentiu
um leve calafrio.
— Pois acho que essa sensação está bem errada. - Sorriu ainda
mais ao ver o jovem Campbell vindo em sua direção.
— Oi Emma... Não vai me apresentar sua amiga? - O moreno mediu
Aiden de cima a baixo e mordeu os lábios.
— Er... - Emma revirou os olhos — Aiden, James. James, Aiden. -
Apresentou-os.
— Muito prazer, Aiden. - James pegou a delicada mão da estudante
do segundo ano de direito e a beijou sedutoramente — Quer dançar
comigo? - A loira olhou para Emma que fez sinal de negativo com a
cabeça.
— Claro que quero. - Aiden concordou pegando na mão dele e
caminhando até a pista de dança, sob o olhar de reprovação da
caçula dos Cooper.
~*~
— Bella e Thomas estão tão realizados. Isso me faz lembrar de
quando nos casamos, há quase vinte anos. Lembra querido? -
Esme perguntou enlaçando suas mãos ao redor do pescoço do
empresário.
— Como poderia me esquecer? Foi um dos dias mais felizes da
minha vida. - Apertou a cintura da mulher trazendo-a para mais
perto de si, já que a música da festa agora era lenta e romântica —
Hoje cedo tive uma conversa bem séria com nosso filho. Contei
nossa história a ele, inclusive.
— Espera... Você contou toda a nossa história? - Esmeralda engoliu
em seco parando de dançar.
— Claro que não. Só contei o que ele precisava saber para que não
cometa os mesmos erros que cometi no passado. - Explicou vendo-
a suspirar.
— Ainda bem. - Sorriu ficando mais tranquila.
~*~
— Olha lá os dois dançando. - Billy falou apontando para Charles e
Esme — Mais uma vez seus planos não deram certo, meu amigo.
Tanto que esse casamento está se realizando.
— Eu até pensei em fazer a Isabella pegar o Cooper na cama com a
Melissa, mas o imbecil não fez despedida de solteiro então, não
pude fazer nada! - Sentado em uma das mesas, Billy estava
tomando uma taça de uísque — Mas é como dizem. Perdi a batalha,
mas não a guerra.
— Lembra de quando éramos jovens, Billy? Eu adorava dançar. -
Barney não conseguia tirar os olhos de Esme — Lembra de quando
dancei com Esme no baile do colégio?
— Claro, você passou mais de uma semana falando sobre essa
dança! - O moreno gargalhou.
— Bons tempos. Éramos jovens, nos achávamos inatingíveis e
imortais. Jamais poderíamos imaginar o tanto de coisas ruins que
aconteceriam nas nossas vidas depois disso. Que você ia falir e eu,
ficaria preso nessa porcaria de cadeira de rodas. - Baixou a cabeça
triste.
— É, mas nós vamos virar esse jogo, Barney. - Billy pôs a mão sob
o ombro dele — E o Charles, que hoje está feliz, ainda vai chorar e
sofrer muito, pode ter certeza disso.
~*~
— Thomas... Você dança mal pra caramba! - Natalie resmungou
após levar mais um pisão do cunhado.
— Você que não sabe dançar, Naty. Sou quase um Fred Astaire!¹-
Ele brincou vendo-a se afastar dele — Onde vai?
— Vou retocar minha maquiagem e ver o estado dos meus pés que
você quase destruiu. - A loira mostrou a língua para ele e saiu.
Thomas deu risada e foi até uma das mesas procurar uma bebida.
Pegou uma taça de vinho, a cheirou e em seguida, tomou um gole
do mesmo olhando para a pista e vendo Bella, que agora estava
dançando com Andrew.
— Vem dançar comigo, Tom. - Melissa puxou o rapaz pelo braço.
— Mas Mel... - Ele pôs o copo na mesa.
— Não seja chato, vem. - Ela insistiu e sem graça, o ruivo não teve
como dizer não — Como está se sentindo agora que está casado? -
A garota perguntou levando suas mãos às costas dele.
— Muito feliz e completo. - Thomas respondeu pondo as mãos na
cintura dela.
— Eu acho que você devia ter esperado um pouco mais. Conhece a
Isabella há pouco mais de um ano e já está se casando com ela... -
Aproximou-se um pouco mais.
— Mas é como se a conhecesse da vida toda, Melissa. Eu a amo e
a conheço o suficiente para ter certeza que nosso casamento vai
dar certo. Além do mais, Bella está grávida. De uma forma ou de
outra, não tínhamos como esperar. - Argumentou.
— Pena que você não fez uma despedida de solteiro... - Murmurou
levando sua boca a orelha do rapaz — Poderíamos ter nos divertido
bastante e...
— Atrapalho? - Bella perguntou e eles pararam de dançar.
— Claro que não, amor. - Thomas negou se afastando da ruiva.
— Ótimo. - Bella o beijou na frente de Melissa - Bora dançar mais
um pouquinho? Antes de irmos para a nossa lua de mel. -
Perguntou fazendo Melissa bufar.
— Ele estava dançando comigo, Isabella. - A lembrou.
— Falou bem, estava. Não está mais, querida. Agora o Tom vai
dançar com sua linda esposa. - Deslizou a mão pelo bíceps dele.
— Ninguém vai dançar agora pois está na hora de jogar o buquê! -
Emma falou interrompendo-as. — Aliás, tenho a impressão de que
esse buquê será meu... - Brincou sorrindo e todos se organizaram
para mais um momento.
[...]
— POSSO JOGAR? - Bella estava de costas para as mulheres da
festa, que estavam loucas para pegar o buquê. - EU VOU JOGAR...
— Tenho que pegar esse buquê. - Emma disse com as mãos no alto
— Quem sabe o Andy se anima e já me pede em casamento?
— Pois espero não pegar buquê nenhum pois só pretendo me casar
com o Brandon lá para 2020. - Natalie brincou cruzando os braços.
— Eu também pensava em me casar tarde, mas depois de conhecer
o James estou começando a mudar de ideia... - Aiden falou dando
risada.
— EU VOU JOGAR, HEIN... É UM, É DOIS, É TRÊS! - Bella gritou
jogando o buquê e imediatamente virando-se para ver quem tinha
pego.
Não deu outra.
— Eu não disse que iria pegar o buquê? - Emma disse toda
animada cheirando as flores.
— Então isso pode ser um bom sinal, princesa. - Andrew se
aproximou dela e beijou sua bochecha.
Capítulo 9 – Lua de Mel &
Acidente
Amsterdã, 2003.
[...]
— Sinto muito que tenham largado a lua de mel por minha causa. -
Charles lamentou já de volta a mansão Cooper.
Por recomendação médica, estava em absoluto repouso em seu
quarto, sendo mais que mimado por sua esposa e filhos.
— Não tem problema. Precisava ver se o senhor estava bem
mesmo e fico feliz que esteja mesmo. - Thomas disse pondo a mão
sob o ombro do loiro.
— Mas até que aproveitamos um pouco da lua de mel, visitamos
alguns pontos turísticos bem legais. - Bella, que estava ao lado do
marido, contou sorrindo.
— Tiraram fotos? - Esme perguntou se levantando da beira da cama
e a morena assentiu com a cabeça — Venha, quero ver tudinho. -
Foi em direção a morena, segurou sua mão e juntas, caminharam
para fora do quarto deixando pai e filho sozinhos.
— Como está se sentindo filhão? - Charles perguntou curioso.
— Feliz demais! Bella é maravilhosa, carinhosa e hoje, mais do que
nunca tenho certeza que ela é a mulher da minha vida. - Respondeu
ficando corado quando Bruce entrou no quarto.
— Charles, eu... Thomas? Já voltaram da lua de mel? - O moreno
perguntou franzindo o cenho.
— Sim senhor Adams. - O ruivo respondeu indo até ele e apertando
sua mão.
— E onde Bella está? - Olhou para os lados.
— Saiu com minha mãe agora há pouco.
— Ah sim. Bem, chequei as câmeras de segurança das ruas pois
desde o onze de setembro, estamos implantando um sistema
moderno na cidade toda para que possamos vigiar tudo e todos. Até
conseguimos uma boa imagem do carro que te atropelou, mas a
placa infelizmente era fria. - Revelou olhando para o empresário.
— Já imaginava, mas obrigado por ter investigado, Bruce. - Charles
agradeceu.
— Vou continuar investigando, esse caso vai ficar aberto até
encontrarmos quem te atropelou, prometo. - Garantiu e o loiro
assentiu com a cabeça.
~*~
— Este será o quarto de vocês enquanto estiverem morando aqui,
Isabella. Como pode ver, não está totalmente decorado pois não sei
direito qual seu gosto pessoal. - Esme explicou entrando em uma
das suítes da mansão.
— É enorme e muito lindo! Olha o tamanho dessa cama! - A morena
levou as mãos a boca, totalmente impressionada e Esme deu
risada.
— Espero que seu tempo nesta casa seja feliz e agradável, querida.
- A abraçou — Mas onde estão as fotos?
— Na minha bolsa! Daqui a pouco o motorista subirá com as malas,
daí te mostro. - Sentou-se na cama.
— Ah, preciso te contar uma coisa. Não sei se você sabe que
Thomas tem uma avó. - Sentou-se ao lado dela e cruzou as pernas.
— Sei sim, ele me contou que desde o acidente com o pai do seu
marido, ela se afastou da família.
— É, mas ela está de volta e hospedada nesta casa.
— Sério? - A morena indagou surpresa.
— Sim querida. Elizabeth é uma grande mulher, forte, decidida.
Acredito que tem muito a ensinar não só a você, mas a mim
também. No passado tivemos alguns problemas, pois ela sempre foi
muito apegada ao Charles e acabava se intrometendo um pouco
além da conta na minha relação com ele, mas espero que a partir de
agora tudo fique bem entre nós todas. E olha Bella, estou aqui para
o que você precisar. - Segurou a mão dela — Sei que parece
assustador se casar e vir morar com a família do marido, mas tenho
certeza que vai se adaptar.
— Com o apoio da senhora? Tenho certeza. - Bella afirmou sorrindo
e apertando a mão dela.
~*~
— Filho, precisamos conversar. - Elizabeth disse entrando no quarto
de Charles após o jantar.
— Claro, venha. - Ela sentou-se na beira da cama dele e respirou
fundo — Parece tensa, o que houve mãe?
— É sobre esse atentado que você sofreu.
— Não sabemos ainda se foi um atentado ou um simples acidente.
Não tire conclusões precipitadas. - Ele a alertou passando a mão
por seu topete.
— Nós dois sabemos muito bem que foi atentado. Tem muita gente
que quer seu mal, Charles. Você precisa tomar cuidado, andar
sempre com seus guarda-costas.
— Mas eu ando sempre com eles, mãe. Só que o Starbucks é
pertinho da empresa, achei que não tinha necessidade.
— Depois do que aconteceu ontem, você já deve ter notado que há
sim necessidade. Eu já perdi seu pai, não posso te perder também. -
A senhorinha disse com os olhos lacrimejando.
— A senhora não vai me perder dona Beth, eu prometo. - O loiro fez
carinho no rosto dela.
— Então tome mais cuidado. Vivemos em um covil de cobras, os
Campbell fingem que nos adoram, mas na verdade nos odeiam.
— Já vai começar? - O loiro revirou os olhos.
— Eu criei o Billy, meu filho. Sei muito bem que a essência dele não
é boa, que sempre sentiu inveja de você por ser mais bonito,
inteligente e interessante que ele, assim como Barney que tem
motivos de sobra para te odiar e sabemos disso.
— Os meus problemas com Barney já foram superados há muito
tempo, mãe. Hoje somos amigos e Billy nunca fez nada de mal
contra mim e duvido que atentaria contra minha vida. Por favor, pare
com essa implicância!
— Não vou parar coisa nenhuma, Charles. E algum dia você
descobrirá que estive certa o tempo todo sobre esses trambiqueiros.
Só espero que quando se der conta disso, não seja tarde demais.
[...]
Meses Depois...
[...]
Um ano depois...
Grécia.
Janeiro de 2005.
Setembro de 2005.
Segunda fase.
Chicago, 2007.
[...]
No dia seguinte...
"Bella, sei que não mereço mas por favor, estou arrependido por
tudo que te fiz e gostaria de me desculpar pessoalmente e também,
te contar uma coisa muito importante, do seu interesse e do seu
marido. Depois que Thomas dormir , venha até meu quarto, por
favor. Prometo que não farei nada de errado com você, venha sem
medo."
[...]
— Hum... - Emma se virou na cama, esticando a mão e não
encontrando o marido ao seu lado — Andy? - Abriu um dos olhos,
vendo que ele não estava ali — Andrew? - O chamou com um tom
mais alto na voz, na esperança de que ele ouvisse enquanto
acendia a luz do abajur, que estava no criado-mudo, ao lado da
cama — Andrew, onde está? - Levantou-se, calçou sua rasteirinha e
foi até o banheiro, constatando que ele realmente não tinha dormido
com ela.
Confusa com a ausência do loiro, ela saiu do quarto e no corredor,
tomou um susto ao se deparar com Esme.
— Mãe, o que faz aqui? - A jovem perguntou coçando a cabeça.
— Vim ver onde Charles estava. Ele disse que iria até o cassino,
mas até agora não voltou. E você, filha? - A mulher fez carinho nos
cabelos da garota.
— Andrew também não está no quarto, fiquei preocupada e vim
procura-lo. - Emma explicou bocejando.
— Eles devem estar juntos, se divertindo no cassino do hotel. Vai
dormir meu amor e descanse bastante, certo? Eu vou fazer o
mesmo. - Esmeralda aconselhou-a beijando a testa da menina que
sorriu.
— Está bem mãe, boa noite para a senhora também. - Despediu-se
voltando para seu quarto, onde se deitou e voltou a adormecer.
~*~
Bella estava sozinha na beira da piscina do hotel, olhando as
estrelas. Estava sem sono e mesmo tentando, não conseguia tirar
da cabeça a mensagem de James.
O que será que ele queria com ela? Será que iria enrola-la ou queria
realmente dizer algo importante? Independentemente disso, ela
tinha uma única certeza.
Falaria com Thomas ao amanhecer e contaria tudo que James fez à
ela durante todos esses anos. Estava arrependida por não ter
contado antes, mas sabia que o amado iria perdoa-la, afinal, fez isso
justamente para que ele não sofresse ou se estressasse.
Mas Bella já tinha chegado em seu limite e não queria mais
continuar assim. Não queria continuar aturando o assédio de James.
Queria ser completamente feliz com sua família e filhos, mas para
isso não podia mais guardar aquele grave segredo. As pessoas
tinham que saber o canalha que James era de verdade e seria
justamente através dela.
Molhando seus pés na água morna da piscina, Bella lembrou-se
mais uma vez do torpedo de James. Algo lhe dizia que não deveria
ir, mas a curiosidade falou mais alto e ela se levantou, respirando
fundo e decidindo ir até o quarto dele. Mas não iria desprotegida
como das outras vezes, pois sabia que James era um tarado e
poderia machuca-la, por isso, passou na cozinha do hotel onde
pegou uma faca, guardou-a no bolso do casaco e em seguida,
pegou o elevador até o vigésimo-oitavo andar, onde estavam
hospedados Melissa e Brandon, além do próprio James.
~*~
— Merda de cadeira, dando problema de novo... - Barney
resmungou saindo do elevador especial e vendo que o controle
remoto de sua cadeira de rodas não estava funcionando muito bem.
Olhou para cima e viu que a luz da câmera de segurança não
estava vermelha, ou seja, estava desligada. Ao olhar para o outro
lado do corredor onde tinha outro elevador, viu alguém correndo em
direção as escadas, ao invés de pegar o tal elevador, como a
maioria das pessoas faziam para ir embora, afinal, eles estavam em
um dos andares mais altos do prédio
— Mas o que esta pessoa veio fazer aqui? - Perguntou-se franzindo
as sobrancelhas — Bom, não importa. Preciso ir até meu andar,
mas sozinho não vou conseguir.
O homem então resolveu ligar para que a segurança do hotel viesse
lhe socorrer e enquanto estava ao telefone, viu o elevador se
abrindo e dele saindo Isabella que distraída, não viu Barney e
seguiu diretamente até o quarto de James, onde bateu na porta
duas vezes.
— James? - Ao tocar na maçaneta, notou que a porta estava
encostada — James, estou entrando... - Avisou acendendo a luz e
tomando o maior susto de sua vida ao se deparar com o rapaz caído
no chão, com a mão sob o abdômen que sangrava muito, assim
como seu nariz e boca — James, o que houve com você? - Indagou
correndo em direção à ele — Céus... É muito sangue! SOCORRO! -
Gritou começando a tremer.
Ela não sabia o que fazer.
Jamais pensou que um dia encontraria alguém moribundo no chão,
muito menos que este alguém seria o seu pior inimigo.
— Be... Bella... A faca... - Ele murmurou revirando os olhos pela dor
e cuspindo muito sangue, a cada vez que tossia.
— Faca?? - A morena indagou olhando para o chão e vendo o
objeto, pegando-o em mãos — Você foi esfaqueado com essa faca
aqui! Quem fez isso com você, James? Quem?! SOCORRO! -
Gritou mais uma vez pondo a mão no bolso e vendo que tinha
esquecido o celular em algum lugar.
— Não vai dar tempo... Isabella... - Ele avisou sabendo que sua
hora de partir estava próxima.
— Eu posso tentar. - Bella disse indo até o telefone que estava no
criado-mudo e o pegando em mãos. Ela discou para a emergência,
mas sequer chamou — O que está acontecendo? - Ao olhar para o
telefone viu que os fios do mesmo tinham sido cortados — Quem
fez isso? - Perguntou-se jogando o telefone no chão e olhando para
James — Olha James, vou buscar ajuda. - Avisou se aproximando
dele e jogando a faca no chão — Você vai ficar bem viu? - Tentou
tranquiliza-lo sentindo suas pernas bambas de tanto tremer — Mas
antes me diga, quem fez isso com você? - Questionou olhando para
as próprias mãos e vendo que estavam sujas de sangue por conta
da faca.
— Foi... - O moreno cuspiu mais sangue, tossindo porque estava se
engasgando — A... - Virou o rosto para o lado — O... - Não
aguentando mais tanta dor, James simplesmente se foi, ao mesmo
tempo em que a porta do quarto foi escancarada e Barney surgiu ao
lado de dois seguranças.
— ISABELLA, O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?! - Barney a olhou
horrorizado.
— Eu? Eu não fiz nada! - A morena negou ficando de pé e se
afastando do corpo de James — Quando entrei aqui ele estava
assim, caído no chão. Eu só tentei ajuda-lo. - Explicou saindo de
perto do corpo do jovem Campbell.
— Sua assassina maldita. - Barney a mediu de cima a baixo,
fazendo sinal de negativo com a cabeça — Como teve coragem de
fazer isso com um rapaz tão bom quanto o James? Seguranças,
prendam essa bandida imediatamente! - Ordenou apontando para
Isabella que só naquele momento, percebeu que o maior pesadelo
de sua vida estava prestes a se iniciar.
Capítulo 20 – Inocência
[...]
Horas depois...
Dizem que ao ser preso os primeiros dias são muito difíceis, mas os
de Isabella estavam se tornando um verdadeiro inferno.
E aquilo era só o começo.
— Quando vou poder sair daqui, Aiden? - A morena indagou na
primeira visita de sua advogada.
— Olha prima, o delegado pode te manter aqui sem te acusar por 72
horas.
— É, ele me disse isso. Prima, antes de mais nada, quero que saiba
que sou inocente e nunca tive nada com seu namorado.
— Ex-namorado. - A loira o corrigiu — Não se preocupe, acredito na
tua inocência. Precisamos focar no que vai acontecer daqui pra
frente, você não pode errar em nada.
— Como assim? - A jovem indagou engolindo em seco.
— Você precisa se preparar psicologicamente para esses primeiros
dias pois passará por interrogatórios exaustivos, dia e noite, pois o
delegado espera que você entre em contradição enquanto os laudos
preliminares da perícia não saem para que assim, ele possa te
acusar. É necessário que tente agir com naturalidade. Porém, que
preste muita atenção no que está falando pois tudo que disser pode
e vai ser usado contra você, caso se torne ré e vá a julgamento.
— Julgamento? Tem chances que minha filha passe por esse
vexame? - Lauren questionou horrorizada.
— Infelizmente sim, tia. Por isso é necessário que todas as
precauções sejam tomadas. De qualquer forma, ficarei ao lado da
Bel durante quase todo o tempo para aconselha-la.
— Obrigada, não sei o que seria de mim sem você. - A garota
agradeceu apertando a mão da prima — Alguma notícia do
Thomas? Ele disse alguma coisa sobre mim?
— Ainda não o vi querida. - Lauren desviou o olhar — Mas pelo que
ouvi dizer, Melissa está se aproveitando da situação pra te
envenenar contra ele.
— Eu já imaginava. - Bella deu de ombros — Thomas deve estar
pensando o pior de mim, mas se realmente estiver é porque não me
ama de verdade. E meus filhos?
— Estão com a vovó Beth - A mãe da morena pôs a cabeça no
ombro da filha — Eles estão bem, não se preocupe com isso agora.
— Exatamente, foca na sua defesa... Juntas vamos conseguir te
tirar daqui. - A advogada garantiu esperançosa.
[...]
— Senhora Isabella, preciso que me diga tudo que aconteceu no dia
da morte de James Campbell com riqueza de detalhes. - O
delegado pediu já na sala de depoimentos.
— Bem, não me lembro de exatamente tudo que fiz, mas passei boa
parte do dia com meu esposo, meus amigos, até que James deu
em cima de mim, no corredor do hotel mais ou menos no começo da
noite.
— O que ele fez com você?
— Não tenha vergonha, Bella. Pode responder. - Aiden pediu.
— Ele me agarrou a força no corredor e me beijou. E não foi a
primeira vez.
— Então vocês tinham um caso? - Rudolf questionou.
— Não ponha palavras na boca da minha cliente, delegado. Ela
disse que foi agarrada a força, ou seja, tudo aconteceu contra sua
vontade.
— Exatamente. - Bella concordou — Há anos, James dá, quer dizer
dava em cima de mim sutilmente e as vezes, de forma explícita e
agressiva mesmo, como na nossa viagem a Grécia, em 2005,
quando o peguei me observando nua e se masturbando.
— James fez isso com você?! Filho da mãe!! - Aiden deu um soco
na mesa nervosa.
— Controle-se senhorita Adams. - Rudolf a alertou e a loira puxou
ar, tentando se acalmar e pediu desculpas — E por quê nunca
contou isso ao seu marido, senhora Cooper?
— Foi erro meu, não queria magoa-lo. Sem contar que Thomas
sempre foi ciumento e possessivo, tinha medo do que ele faria com
o amigo se soubesse que fui assediada. Por isso, resolvi me calar,
mas jamais pensei que um dia as coisas fossem chegar a esse
ponto, se pudesse voltaria no tempo e mudaria tudo, eu juro.
— E ninguém nunca soube do que acontecia entre vocês? Não
existe alguém que possa comprovar esta história?
— Infelizmente nunca contei a ninguém sobre mim e James. - Olhou
para a prima — Mas a minha palavra deveria bastar, não?
— Estamos em uma delegacia, Isabella. Aqui o que vale são provas
e álibis e até agora a coisa não está nada boa para a senhora. -
Rudolf avisou fazendo uma careta — Continuando, por que foi até o
quarto de James?
— Porque ele mandou uma mensagem no meu celular marcando
um encontro. Isso, meu celular! Tem muitas mensagens do James,
essas mensagens podem provar minha inocência. - A morena sorriu
esperançosa — Lá mostra claramente que ele estava me
assediando.
— Então precisamos achar este celular. Onde está Bel? - A loira
perguntou se levantando.
— Acho que no meu quarto... No hotel. - A morena sorriu de novo
sentindo que sua liberdade estava próxima.
— Vou pedir para que uma pessoa da minha equipe vá até lá buscar
este celular.
— Delegado, posso pedir para uma amiga minha procura-lo para
acelerar esse processo. A Emma, irmã do Thomas e cunhada da
minha cliente. Ela está hospedada lá e é de extrema confiança.
— Pode ser, mas peça que ela pegue o objeto e aguarde até que
um policial meu apareça pra buscar, certo?
— Ok senhor. - A loira concordou sorrindo.
~*~
[...]
— Thomas está arrasado. Nunca vi meu irmão com um olhar tão
perdido, distante. Ele nem quis falar comigo ainda. - Emma
desabafou almoçando com Melissa no restaurante do hotel.
— Coitado! Também, não deve ser nada fácil saber que além de ter
sido corno, foi...
— Melissa, você deve estar muito feliz com tudo o que está
acontecendo, não? Mas Pare de colocar lenha na fogueira! Bella
presa ou não, continuará sendo a senhora Cooper se depender de
mim.
— Isso se o Thomas não se divorciar dela. E outra, não depende de
você. - A ruiva retrucou tomando um gole de refrigerante quando o
celular de Emma tocou.
— Alô? Aiden? Como assim celular? Espera, não estou entendendo.
O que tem o celular da Bella? Sério? - Sorriu — Pode deixar, assim
que eu terminar de almoçar, irei procura-lo. Beijos! - E desligou.
— O que houve? - Melissa questionou vendo que a morena estava
praticamente devorando a comida.
— Acho que Isabella será libertada muito em breve para a sua
tristeza, queridinha. - Emma respondeu abrindo um lindo sorriso.
~*~
— Reage Thomas! - Brandon exclamou puxando ele da cama pela
perna até que o rapaz caísse no chão.
— Merda, me deixa cara. - No chão, ele cobriu a cabeça com o
cobertor — Eu quero dormir e só acordar quando souber o que o
delegado vai fazer com a minha, com aquela mulher.
— Aquela mulher? Está falando da tua esposa? Que você apenas
acha que te traiu? Por que não há provas de que ela realmente
tenha feito isso.
— E o beijo que ela deu no James? - Ele se levantou jogando o
cobertor no chão, com raiva — Só de imaginar que eles se beijaram,
me vem uma raiva aqui dentro, um ódio, uma vontade de... Argh! -
Grunhiu dando um soco na parede — Que inferno!
— Esse beijo não prova nada. Esqueceu que ela te explicou que era
assediada por aquele babaca? - O moreno argumentou sentando-se
na cama.
— É fácil falar isso agora que ele está morto, sem poder se
defender. Mesmo se ela estivesse falando a verdade, mano. O que
a Bella fez foi muito grave. Me esconder uma coisa dessas, isso é
falta de confiança e confiança é como cristal, quando quebra não
tem mais solução. - Afirmou dando um suspiro triste — Sei que
muitos vão me julgar por minhas atitudes, mas ninguém está se
colocando no meu lugar. Eu sou a maior vítima dessa história toda
porque acabaram com a minha vida sem que eu sequer pudesse
fazer algo para evitar... - Lamentou voltando a chorar nos braços do
irmão.
~*~
[Nova York]
Chicago, 2007.
Dias depois...
15 de julho, Chicago.
Durante o recesso...
17 de julho, Chicago.
Durante o recesso...
A única coisa a qual não quis se separar foram das fotos de sua tão
amada família.
"Tome um banho e vista seu uniforme"
[New York]
No dia seguinte...
— Esse plano não vai dar certo, meu filho. E os nossos empregados
daqui e da empresa? Como fará com que aceitem essa mentira?
Logo pela manhã, Esme tentou abrir os olhos de Thomas a respeito
do pacto que tinham feito na noite anterior.
— Já pensei em tudo. Vou dar uma boa quantia para que estas
pessoas não falem nada, uma quantia bem menor que a dos
Campbell, só para calarem a boca mesmo. - Respondeu fazendo
um nó em sua gravata. — Vou comprar o mundo inteiro se for
necessário, mas esconderei a verdade das crianças. Aliás, tenho
que falar sobre a morte da Catherine para elas ainda hoje. Ah, outra
coisa mãe... - Foi até ela — Peça para a empregada preparar outro
quarto pra mim?
— Outro quarto? Por que? - Questionou arrumando a gola da
camisa dele.
— É que esse lugar me trás muitas lembranças. - Suspirou ao
lembrar-se de Bella.
— Não tem medo que as crianças não acreditem em você? Que se
lembrem da Isabella no futuro?
— Esme, eles são praticamente bebês, é impossível que se
lembrem do que aconteceu quando tinham dois, três anos, estou
tranquilo quanto a isso. Agora venha, vamos tomar café logo porque
antes de ir para o trabalho vou conversar com meus filhos. - E
caminharam para fora do quarto dele.
[...]
Após o café da manhã, Cooper trancou-se por um tempo em seu
quarto. Ficou andando de um lado para o outro, pensando se
realmente deveria fazer aquilo com os próprios filhos.
— Não tenho outra solução. - Murmurou secando uma lágrima que
caiu de seus olhos — E agora é tarde demais para voltar atrás, já fiz
tudo errado mesmo, não tem mais volta. - Se enchendo de coragem,
o ruivo saiu do quarto indo até o quarto de brinquedos.
— Oi filhotes. - Sorriu ao ver seus dois filhos brincando com
bichinhos de pelúcia — Podemos conversar?
— Vem bincar papá. - Benjamin falou e o ruivo sentou-se no chão
colocando as crianças em seu colo.
— O que preciso falar com vocês é muito importante, é sobre a
mamãe de vocês. - Respirou fundo.
— Má vai volta? - Pérola perguntou batendo palmas.
— Pelo contrário filhos, ela não vai voltar nunca mais. A mãe de
vocês sofreu um acidente e agora está no céu. - Olhou para o teto
— No céu junto com anjinhos e com o bisavô de vocês.
— Não entendi papá... - Ben fez uma carinha de choro — Mamã
virou estrelinha?
— Sim filho, ela... Ela morreu. - Ao ouvir isso, os bebês começaram
a chorar e ele os abraçou forte — Mas fiquem tranquilos filhos,
vocês nunca vão ficar sozinhos, papai está aqui. - Os abraçou ainda
mais — Papai vai cuidar de vocês, lhes educar, dar amor, vou dar
tudo pra vocês. - Beijou o topo da cabeça de cada um — Sei que
não estão entendendo direito porque são muitos pequenos, mas
sempre que quiserem conversar com a mamãe é só olharem para o
céu, para as estrelas. Ela é uma delas agora. - E debulhou-se em
lágrimas junto com eles, só que as de Thomas eram de culpa.
[...]
Pérola e Benjamin choraram muito a perda da mãe.
E Thomas ficou ao lado deles por longas horas.
Depois que as crianças enfim dormiram, ele as deixou sob os
cuidados de Esme e em seguida foi para o escritório da mansão
onde ligou para seus advogados, pedindo que acelerassem ao
máximo o processo de divórcio.
Queria simplesmente apagar Bella de sua vida, mesmo sabendo
que jamais a apagaria de seu coração.
Após terminar as ligações o homem passou na cozinha e pediu a
Aurora, sua empregada, para que mais tarde, enviasse todas as
roupas e objetos pessoais da esposa para Lauren e Bruce.
Depois voltou para seu quarto e revirou-o procurando todas as fotos
que tinha ao lado de Isabella.
— Caramba, são tantas. - Disse olhando uma por uma delas. - Nós
éramos tão felizes, por que foi fazer isso comigo? Por sua culpa
estou sendo forçado a fazer o que mais detesto na vida que é
mentir. Ah Bella... Minha Bella... Por que acabou com minha vida? E
por que fiz tudo errado? Por quê ao invés de fazer o que fiz não
fiquei simplesmente do seu lado?! - Rasgou uma das fotos e em
pedaços, a jogou no chão.
— Não faça isso, Thomas - Elizabeth, que já o observava há alguns
minutos, entrou no quarto e fechou a porta — O que pensa que está
fazendo?
— Estou me livrando de tudo que possa me fazer lembrar dela, vó.
Não quero que daqui alguns anos, meus filhos vejam essas fotos. -
Explicou e depois de dar um sorriso triste, a mulher sentou-se ao
lado dele na cama — Por isso irei queimar todas, para que nunca ou
pelo menos pelos próximos vinte anos, descubram minha mentira.
— Não as queime, as guarde no cofre. Você não pode queimar uma
memória que não é só sua, que pertencem também aos meus
bisnetos. O cofre é seguro, até hoje nunca tivemos problemas com
ele.
— Boa ideia vó. - Devolveu o sorriso com mais tristeza que ela.
— Até porque você iria arrepender-se se as queimasse. Quando
essa raiva passar, só restará a culpa e o amor no seu coração
porque sei que por trás desse ressentimento todo, você ainda nutre
sentimentos por ela. - Colocou a mão no peito dele — E a culpa por
ter mentido, por ter sido injusto com sua mulher vai te corroer muito
e aí, você vai querer olhar pra essas fotos para lembrar que um dia
já foi feliz.
— Vó, não começa tá? Quem tem que sentir culpa é a Isabella, não
eu. Tudo que estou fazendo é pelo bem da Pérola e do Ben.
— Pretende se enganar por quanto tempo Thomas? Sei que
realmente está preocupado com o futuro de seus filhos, que acha
que eles não saberiam lidar com a tragédia que nos aconteceu e por
isso inventou esta mentira, mas você não o fez só pelas crianças.
Sei que quer esquecer sua mulher e esse foi o único jeito que
encontrou para conseguir isso na sua cabeça, além de aproveitar
para punir uma suporta traição da Isabella. Mas uma farsa não vai
fazer você se sentir bem e no fundo, sei que sabe disso. Só espero
que quando realmente perceba o quanto errou, não seja tarde
demais.
Capítulo 33 – Tarde Demais?
— Bella, aqui é o Thomas. - Ele disse assim que ela atendeu seu
telefonema.
— Como teve coragem de me ligar seu desgraçado?! - Bella rosnou
cheia de raiva.
— Precisamos conversar sobre nosso divórcio. - Sentou-se na
poltrona e respirou fundo.
— Não temos nada a falar sobre isso, nossos advogados é que vão
resolver. Mas se pensa que vai me fazer abrir mão de alguma coisa,
está muito enganado. Quero todo o dinheiro que é meu por direito,
nem um centavo a menos.
— Não, não é sobre dinheiro que quero falar contigo.
— Nós dois não temos nada a falar, Thomas. Aliás, só de ouvir sua
voz já sinto um ódio. Você é um monstro, uma das piores pessoas
que já conheci na vida e quero você o mais longe possível de mim.
— Me deixa falar, Isabella, por favor!
— Não, vou avisar o pessoal daqui que não quero receber mais
nenhuma ligação sua.
— Se não me deixar falar, vou viajar pra Chicago para falar
pessoalmente com você.
— Pode vir, mas saiba que vou me recusar a te receber. Esse direito
ninguém pode me tirar, sabia? Eu decido com quem quero falar e na
boa, não quero mais te ver, muito menos falar com você. Será que
não entende que te detesto?!
— Me detesta a ponto de me odiar?
— Se te odeio? - A morena engoliu em seco — Mas é claro que sim,
te odeio com todas as minhas forças, Thomas Cooper. E um dia,
pode demorar mas vou me vingar de você, acabando com sua vida.
Agora faça o favor de não me procurar nunca mais, vá para o quinto
dos infernos e me deixe em paz! - Gritou desligando bruscamente o
telefone na cara dele.
— É, me enganei Charles - Thomas murmurou com a voz
embargada e os olhos lacrimejando — Bella me odeia, não há mais
solução pra nós dois. Me dei conta do meu erro tarde demais e
agora estou condenado a ser infeliz para o resto da vida por ter sido
um idiota com o amor da minha vida.
— Não sabe o quanto lamento, filho. - Foi até ele e acariciou seus
cabelos — Mas e aí, o que pretende fazer?
— Sei lá, nada mais importa agora. - Deu de ombros desanimado —
Vou deixar tudo como está e aguardar o dia em que como ela disse,
vai acabar com a minha vida de uma vez, porque se ela fazer isso
vai até ser bom pra mim. Assim, acaba logo com meu sofrimento de
uma vez.
~*~
— Você deveria ter ao menos ouvido o que seu marido tinha a dizer.
Será que não era algo importante? - Jessica questionou a garota
quando ela voltou à cela.
— Nada, ele deve ter ligado pra me humilhar, pra rir do meu
sofrimento. Não deixei ele falar mesmo, não estou com saco pra
ouvir asneiras agora. - Sentou-se no canto da cela e suspirou — Ele
me perguntou se eu o odiava e afirmei que sim.
— E você o odeia?
— Não sei se toda essa mágoa e raiva que sinto por ele realmente é
ódio, mas estava tão nervosa na hora que falei sem pensar. Só que
é estranho porque assim que coloquei aquele telefone no gancho,
senti uma coisa estranha. Uma sensação como se eu tivesse
deixado algo passar, sabe? Como se fosse uma intuição de que se
eu tivesse agido diferente, minha vida teria mudado completamente.
Mas já passou, deixa isso pra lá. - Se manteve firme — Tenho
coisas mais importantes para pensar e me preocupar agora.
— Tipo o quê?
— O futuro. Daqui a pouco vou pedir para ligarem pra minha
advogada e pedirei pra que ela apresse logo esse divórcio e tire
quanta grana puder do Thomas. Também direi para que cuide
pessoalmente das minhas ações e que sempre que possível,
participe das reuniões da diretoria e concorde com todas as
decisões que Thomas e Charles tomarem.
— Espera! Ele te ferra e mesmo assim pretende apoia-lo?
— Mas é claro que não, essas ações me serão úteis lá na frente,
quando eu finalmente sair daqui. Mas conversaremos sobre isso em
outro momento, Jess.
— Hum... Certo. Ah, enquanto você esteve ausente a carcereira te
trouxe essa carta aqui. - Foi até ela, estendeu a mão e entregou-lhe
o envelope.
— Obrigada! Ah, é da minha cunhada, Emma. Quer dizer, ex-
cunhada. - Abriu o envelope, pegou a carta e a leu em silêncio.
"Olá Bella, tudo bom? É, acho que não comecei a carta do jeito
certo, afinal, já sei a resposta.
ocêV não está bem, quem estaria
vivendo nesse lugar horrível, né? Demorei pra te escrever porque
estou muito abalada ainda com os últimos acontecimentos e me
sentindo culpada por algumas coisas que não vem ao caso neste
momento. Enfim, quero que saiba que apesar de tudo, estou e
sempre estarei aqui, do seu lado, te apoiando o máximo que puder
.
Não poderei te visitar sempre, mas se e quando estiver se sentindo
sozinha, escreva para mim para desabafar e saiba que sempre,
sempre mesmo estarei aqui torcendo por você amiga. Beijos,
Emma."
Capítulo 34 – Cartas para Emma
Chicago, 2010.
— Thomas pense nos seus filhos. Em nós, sua família, não nos faça
sofrer sua perda, por favor, eu não resistiria... - Esmeralda suplicou
com os olhos cheios de lágrimas.
— Me dê essa arma, filho. - Charles pediu se aproximando dele e
estendendo a mão.
— Não! Saíam daqui, me deixem em paz, quero morrer sozinho. - O
rapaz pediu apontando a arma para si mesmo na mesma hora em
que Elizabeth entrou no local.
— Thomas? - Vovó Beth entrou no local e mediu o neto de cima a
baixo — Pare com essa palhaçada imediatamente e dê essa arma
para o Charles.
— Desculpa vó, mas...
— Cale essa boca e para de drama! - A senhorinha o interrompeu
revirando os olhos — Andrew telefonou para o presídio. Isabella
está viva e mesmo se não estivesse, você tem seus filhos, não tem
o direito nem de pensar em fazer uma besteira com a sua vida.
— Viva? - Thomas jogou a arma no chão e abriu um sorriso.
— Sim, mas em estado grave, gravíssimo aliás. Não entendemos
direito, parece que aconteceu uma briga durante a rebelião e ela
ficou muito ferida. - A ruiva explicou enquanto o filho guardava a
arma de volta no cofre.
— Isso é um milagre, só pode ser. Vou mandar que preparem o
jatinho, viajarei pra Chicago imediatamente. Preciso vê-la com meus
próprios olhos. - Thomas disse todo eufórico.
— Ótimo, vou com você filho. - Charles avisou pondo a mão sob o
ombro do rapaz que não parava de sorrir, em um breve e raro
momento de felicidade.
[...]
Depois de uma hora de voo, Thomas chegou ao hospital de
Chicago acompanhado do pai e, logo ambos foram em busca de
notícias sobre o estado de saúde de sua ex-esposa, mas assim que
chegaram lá se depararam com Bruce e Lauren.
— É muita cara de pau sua aparecer aqui depois de tudo que fez! -
Furiosa, Lauren foi para cima do rapaz mas foi contida pelo marido.
— Só quero saber como a Bella está, senhora. Sei que não tenho
esse direito, mas peço que seja benevolente comigo, ao menos por
hoje.
— Assim como você foi com minha filha? - Ironizou — Retire-se
daqui, não te quero nesse lugar!
— Acompanhantes da senhorita Adams?
— Somos nós, doutora. Por favor nos diga, como a Bella está? -
Bruce indagou desesperado, cortando a discussão.
— Isabella aspirou muita fumaça por isso, seus pulmões estão
fracos. Além do mais, sofreu uma batida muito forte na cabeça e
infelizmente, ainda não acordou. Estamos preocupados com a
possibilidade de ter sofrido traumatismo craniano ou que tenha se
formado algum coágulo em seu cérebro, mas só teremos respostas
após os resultados dos exames preliminares dos exames saírem. -
A médica que atendia pelo nome de Nicole respondeu pondo as
mãos no bolso de seu jaleco — Mas o que mais nos preocupa no
momento é o esfaqueamento que lhe causou uma séria hemorragia,
além de ter atingido diretamente seu fígado que está comprometido.
Diante disso, nossa única saída é fazer um transplante ou ela não
irá sobreviver.
— É um pesadelo, só pode ser. - Thomas disse afundando a cabeça
no ombro do pai, sendo consolado pelo mesmo.
— Não tem problema, posso doar uma parte do meu fígado para
ela. - Bruce sugeriu.
— Não, você não pode querido, pois você sofre de diabetes,
lembra? Seu tratamento é a base de insulina e nesses casos, não é
permitido doar órgãos. E eu também não, pois sofro de artrite há
anos. Temos que procurar meus irmãos, seus primos, achar alguém
compatível o mais rápido possível ou a Bella pode acabar... Prefiro
nem dizer. - Lauren levou as mãos a boca, sufocando um grito de
dor.
— Meu sangue e o da Bella são compatíveis. Anos atrás, ficamos
sabendo disso durante alguns exames de rotina que minha mãe
sempre nos obrigava a fazer. - Thomas contou respirando fundo —
Acho que posso ser o doador, doutora.
— Você não. - Lauren fechou a cara.
— Seja razoável, Lauren. Deixe nossos problemas pessoais de
lado, ao menos neste momento. O que importa agora é salvar a vida
da Isabella e todos nós queremos isso, inclusive meu filho. - Charles
interviu tentando fazê-la voltar a razão.
— O fato de você ser compatível é ótimo Thomas, mas essa cirurgia
é complexa e muito invasiva. Não é tão simples como um
transplante de rim. Fazer doação de fígado em vida é arriscado,
você pode sofrer muitas complicações e...
— Não importa, doutora. Assumo o risco que for. - O ruivo afirmou
seguro — Se tiver que assinar algum papel me responsabilizando
pelos meus atos, assim o farei. Mas não podemos, nem devemos
perder tempo. A vida da Bella está em risco e quanto mais
enrolamos aqui, menos chances ela terá de sobreviver. -
Argumentou esfregando uma mão na outra.
— Pior que é verdade. - Nicole concordou passando a mão por seus
cabelos que eram crespos na altura dos ombros, mas estavam
presos devido a um coque — E vocês? Concordam que ele faça o
transplante?
— Como não temos nenhuma alternativa, sim. - Lauren bufou de
raiva e Bruce nada disse, apenas assentiu com a cabeça.
— Então me acompanhe senhor, vamos fazer alguns exames de
compatibilidade e se tudo der certo, já iniciaremos os preparativos
para a operação.
— Sim senhora. - O rapaz concordou acompanhando-a.
[...]
Thomas fez vários exames e após ter certeza da compatibilidade e
de que a saúde dele estava em dia, Nicole iniciou a operação.
Lauren e Bruce sentaram-se lado a lado na recepção do hospital de
mãos dadas enquanto do outro lado, Charles se encontrava
sozinho. Decidiu não contar a família sobre o que estava
acontecendo, principalmente para não preocupar Elizabeth, mas
suas pernas tremiam feito vara verde pois estava com medo que
algo desse errado e que o filho ficasse com alguma sequela grave
ou tivesse complicações.
Antes de entrar na anestesia, Thomas olhou rapidamente para Bella
e sorriu.
Iria salvar a vida da mulher que amava, mesmo que para isso
tivesse que perder a sua.
[...]
Durante a cirurgia, Nicole teve alguns problemas pois Isabella
acabou sofrendo outra hemorragia, que foi rapidamente estancada
pela equipe competente e dedicada da médica.
Foram quase quatro horas de angústia, de apreensão, de mãos
suadas e corações acelerados, mas quando a doutora surgiu na
recepção e disse que o transplante tinha sido um sucesso e que os
dois estavam bem, todo aquele medo passou e belos sorrisos
saíram dos lábios dos familiares de Bella e Thomas.
[...]
Após os efeitos dos sedativos passarem, Thomas acordou e seu pai
estava, como sempre, ao seu lado, já no dia seguinte a cirurgia.
— Como a Bella está? - Foi a primeira coisa que perguntou, ainda
com a visão turva e sonolento.
— Ei, calma. Primeiro preciso saber como você está. - Charles
segurou a mão dele.
— Com algumas dores, mas bem. Como a Bella está? - Repetiu a
pergunta e Charles sorriu.
— Ainda sedada. Talvez pela cirurgia, ou pela pancada na cabeça,
não se sabe ainda. Mas o transplante foi um sucesso e segundo a
doutora, ela tem grandes chances de se recuperar sem sequelas se
acordar logo.
— Ouvir isso acalmou meu coração. - Sorriu de volta, lambendo
seus lábios secos — Agora por favor pai, chame a doutora e peça
que venha aqui me dar logo alta porque tenho que voltar à Nova
York para cuidar das crianças. Mas antes de ir, quero ver a Isabella,
se ela ainda estiver desacordada.
[...]
Depois de o examinar e ter certeza que Thomas estava bem, Nicole,
depois de muita insistência aceitou o pedido do homem de ver
Isabella, mas não concordou com sua alta, dizendo que ele teria
que ficar ao menos dois dias internados para depois, ficar mais
algum tempo de repouso em casa e só assim, ser liberado para
suas atividades normais.
Munido de uma cadeira de rodas e acompanhado pela médica, o
coração de Thomas disparava cada vez que notava que estava
mais perto do quarto da mulher.
Fazia três anos que não a via e a última vez que se viram foi
terrível, pois foi no dia em que ele tinha pedido o divórcio à ela e
durante a última conversa, ouvira palavras muito duras de sua ex-
mulher.
— Pode entrar, mas a visita durará apenas dez minutos, certo? - A
doutora abriu a porta — Fique a vontade, daqui a pouco venho lhe
buscar.
— Sim senhora. - O ruivo concordou assentindo com a cabeça e
entrando naquele lugar ao mexer nas rodas de sua cadeira para
pegar impulso.
Quando Thomas encontrou a amada em uma cama de hospital
cheia de aparelhos respiratórios, sentiu seu coração se apertar e
seus olhos, se encheram novamente de água.
— Bella... - Se aproximou da cama onde ela estava e segurou sua
mão.
As mãos de Isabella agora eram ásperas, bem diferente do tempo
em que eram casados, quando eram macias e delicadas. Seu rosto
estava com marcas de expressão, mas ainda sim era sua Bella, a
mulher com quem sonhara passar o resto da vida junto anos atrás.
— Não sabe o quanto fico feliz em saber que vai se recuperar e ficar
bem, saber disso já me deixa mais leve. Você precisa viver para que
eu consiga viver. Precisa sair dessa cama, pelos nossos filhos pois
um dia você os terá de volta, não tenho dúvidas disso. Quero que
saiba que você sempre será meu amor, sei que te amei de uma
forma errada, de um jeito torto, mas não foi por mal. Foram três
anos sendo desprezado por você e sei que muitos anos ainda virão,
isso me apavora, me machuca e caramba, dói tanto. Dói mais do
que imaginei que doeria. Pior é saber que você está mais do que
certa em me detestar, que mereço todo esse ódio que você sente
por mim. Só que estar aqui do seu lado agora é tão bom, sentir seu
calor... - Sorriu passando a mão dela por seu rosto e fechando os
olhos — Já consigo renovar minhas forças para o que está por vir.
Sei que jamais vai me perdoar e que nunca mais te terei nos meus
braços, nunca mais vou poder te tocar, beijar, te sentir, mas me
contento por ao menos saber que você está viva. Prometo que
quando você sair da cadeia irei fazer de tudo para que seja feliz e
reconquiste nossos filhos. E prometo também que vou cuidar para
que você não passe nenhum tipo de necessidade durante o tempo
que estiver presa. - Beijou a mão da amada e suspirou, quando
percebeu que ela começou a se mexer e quando piscou os olhos,
teve certeza que estava perto de despertar — Bella?
Se afastou rapidamente e mesmo com dificuldades para se
locomover, conseguiu sair para chamar a médica e assim, avisa-la
da mudança do quadro da paciente.
~*~
Enquanto Nicole cuidava de Isabella, Thomas foi a recepção e
avisou seus ex-sogros que a garota tinha despertado.
— Não pense que o que fez aqui apagará seus pecados, Thomas.
— Lauren, por favor. - Charles pediu sem graça — O que está feito,
está feito. Vamos pensar apenas na recuperação da Bella nesse
momento.
— Não estou querendo apagar nada, só fiz o que achei correto. -
Thomas explicou quando a médica apareceu.
— Como está minha filha? - Lauren perguntou aflita.
— Isabella finalmente despertou. Está com algumas dores e um
pouco fraca, mas vai ficar bem, graças ao transplante que fizemos e
a boa resposta dela aos medicamentos. - Todos suspiraram de
alívio com a resposta de Nicole — Podem vê-la, mas só um por vez.
Aliás, ela chamou pelo senhor, Thomas.
— Doutora, a senhora disse para ela que estou aqui?
— Não.
— Então por favor, não digam a Isabella que estive aqui, muito
menos que fui o doador dela.
— Por que isso, filho? - Charles perguntou confuso.
— Porque é o melhor para ela. - Respondeu dando um sorriso triste
— O importante é que Isabella está bem, é só isso que importa
agora. Daqui dois dias irei voltar para Nova York, onde terminarei de
me recuperar.
— Se quer receber alta daqui dois dias e não ter uma infecção,
precisa voltar para o quarto imediatamente, senhor Cooper. - Nicole
o alertou.
— Ótimo, é melhor minha filha não saber de nada mesmo! - Lauren
virou o rosto para o lado, tentando evitar o ex-genro.
— Apesar de tudo, gostaria de agradecer pelo que fez por minha
filha, Thomas - Bruce se mostrou grato.
— Não tem que me agradecer por nada, senhor Adams. Vamos logo
para o quarto, pai. - Pediu e o loiro começou a empurrar sua cadeira
de rodas — Adeus. - Thomas se despediu saindo da recepção ao
lado do pai com a certeza de que talvez, aquela seria a última vez
que teria visto o grande amor de sua vida.
~*~
— Como está se sentindo, meu bem? - Lauren perguntou
acariciando o rosto da filha, que estava no CTI.
— Estou bem. - Bella respondeu respirando fundo — A doutora
disse que precisei de um transplante de fígado, quem foi meu
doador? Gostaria de agradecer essa pessoa por ter salvo minha
vida. - Esboçou um sorriso.
— Seu doador foi... - Desviou o olhar — Um rapaz que morava em
Miami, veio passar as férias aqui, sofreu um acidente e morreu. A
família decidiu doar os órgãos. Enfim, você teve muita sorte, filha.
— Tive mesmo. Sabe mãe, ouvi a voz do Thomas há pouco. - Sorriu
— Ele dizia que me amava, que não queria me perder. Que devia
acordar pelos nossos filhos. Parecia tão real! Por um momento me
senti feliz de novo. Mas quando acordei, não tinha ninguém aqui e
logo a doutora apareceu e só aí percebi que estava no hospital e
que... Tudo tinha sido um sonho. - Contou desanimada.
— Oh minha querida, não pense nisso agora. - Lauren desviou o
olhar mais uma vez.
— Mãe, e a desgraçada que me atacou? a carcereira?
— As detentas a denunciaram e ela foi presa, acusada de tentativa
de homicídio. Espero que passe muitos anos presa e vou falar para
a Helena cuidar disso. Fique tranquila.
— Tomara, mas essa aí ainda vai me pagar muito caro um dia. O
que ela fez comigo, também não será esquecido. Mas como estão
as outras detentas?
— Não sei direito, mas Helena disse que acha que essa rebelião e
tentativa se fuga vai te prejudicar um pouco.
— Como assim?
— A justiça vai mandar você e as outras presas que quiseram fugir
para um presídio de segurança máxima. Mas graças aos céus sua
pena não será aumentada.
— Segurança máxima? Droga... - Fez uma careta — Mas já
imaginava que se tudo desse errado, isso poderia acontecer.
— Não se preocupe, foque em se recuperar primeiro, o resto
resolvemos depois. - Beijou a testa dela — Te amo muito, filha.
— Também te amo, mãe!
~*~
[...]
Dois dias depois...
— Filho, por que não conversou com a Bella? E por que não quer
que ela saiba que você foi seu doador? - Charles questionou
Thomas enquanto eles viajavam de volta para Nova York de
jatinho.
— Porque Bella me odeia e jamais me perdoará pelo que fiz. Saber
que fui seu doador poderia influenciar e até atrapalhar sua
recuperação. Tudo que ela precisa agora é de sossego e paz.
— Entendo. E o que pretende fazer de agora em diante?
— Continuar cuidando das crianças e trabalhando na empresa
como fiz esses anos todos. E esperar o dia em que irei ser
castigado por tudo que fiz porque se tenho uma certeza na vida é
que este dia ainda vai chegar, pai.
— Quando esse dia chegar, estarei do teu lado filho. - Charles pôs a
mão sob a dele.
— Eu sei que vai. - Thomas concordou apertando a mão do pai e,
olhando para a janela do avião e observando as nuvens brancas
como a neve.
~*~
[...]
Tempos depois...
Assim que recebeu alta, Bella foi transferida junto com as outras
detentas para o presídio feminino de segurança máxima de Chicago
onde, por sorte e por influência de Thomas, ficou em uma cela
novamente com Jessica.
— Toma. - A morena falou estendendo a mão para Isabella.
— A foto dos meus filhos! Como conseguiu ela? - Perguntou
sorrindo.
— Quando você foi ferida, peguei a foto e a guardei junto com
minhas coisas. Sabia que iria querê-la de volta quando se
recuperasse. - Sorriu de volta.
— Obrigada Jess. - Bella beijou a bochecha da amiga e olhou para
a foto — Estava com muita saudade de olhar para meus bebês. -
Foi para o canto da cela e sentou-se no chão — Meus filhos
queridos, mamãe ama muito vocês viu? Quando sair daqui, provarei
minha inocência custe o que custar. Vou limpar meu nome e me
vingar de cada um dos que me colocaram aqui, eu juro. Vai ter
troco, não vou deixar barato o que fizeram comigo. - Prometeu
apertando a foto contra seu peito.
Isabella estava disposta a suportar absolutamente tudo naquela
cadeia pois sabia que demoraria muito tempo, mas um dia a vida
lhe daria a chance de enfim, fazer justiça.
Continua...
O livro 2 de Esposa do CEO: A
Vingança chega em novembro
na Amazon/Kindle, não percam!
Se você gostou desse livro, por favor,
deixe sua avaliação, é muito
importante para mim e para a
continuação do livro! Aliás, aproveite
a avaliação para me dizer as teorias
sobre a morte que rolou no livro 1. Na
sua opinião, quem é o assassino?
CONTATOS DA AUTORA
Página do Facebook –
https://m.facebook.com/Chrys-Monroe-
105854070789986/ ou procure por “Chrys Monroe”
na barra de pesquisa do Facebook
Página do Instagram - @tchrysm
Página de Instagram para divulgação de
livros - @projeto_livrosecafe
Grupo de leituras no Facebook –
https://facebook.com/groups/615359413492175/ ou
procure por “Livros da Chrys Monroe” na barra de
pesquisa do Facebook
Wattpad -
https://www.wattpad.com/user/ChrysMonroe020 ou
@ChrysMonroe020
Dreame -
https://m.dreame.com/user/concern/198836736/chry
s-monroe ou procure por Chrys Monroe