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PERIGOSAS

Suzy

Trilogia Desencontros de Amor – Conto 2

Aline Pádua

NACIONAIS - ACHERON

PERIGOSAS

Copyright 2017 © Aline Pádua

1° edição – junho 2017

Todo o enredo é de total domínio da autora, sendo todos os direitos


reservados. Proibida qualquer forma de reprodução total ou parcial da obra,
sem autorização prévia e expressa da autora.

Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Sinopse: Beka Assis

Ilustradora: ML Capas

Revisão e diagramação: Aline Pádua

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Sumário

Sumário

Aviso

Sinopse
Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Epílogo

Nota da autora

Outras obras

Contatos da autora

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Aviso

Não é necessário ler o conto anterior para entender esse.

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Sinopse

Um amor antigo poderia suportar a espera?

Suzane Cruz manteve seu amor por Ricardo Suarez escondido por anos,
afinal seu patrão permanecia em um longo namoro com Tessália
Albuquerque. O que tinha tudo para ser uma paixão platônica acaba se
convertendo em uma intensa noite de amor, com consequências muito
maiores que os dois poderiam supor: um filho.

Seria o amor ou a culpa o responsável pela união dos dois?

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“Se tem uma coisa que Suzy e Rick passam é: se permita! Se permita viver,
errar, aprender com os erros e acreditar. As incertezas e inseguranças
sempre existirão, cabe a nós mudarmos enquanto há tempo, e não ficar
esperando pelo pior. Deixe acontecer, e o que tiver que ser, será.” Mary
Souza, leitora

“Esse casal mostra como a vida é uma caixa de surpresas. Suzy é insegura e
eu me identifiquei muito com ela nesse quesito, mas trabalhou esse seu lado e
superou os medos. Rick que soube mostrar e lutar por esse amor, mostrar a
quem o coração dele pertence. Essa história me fez ver que muitas vezes que
nos auto sabotamos com nossos medos, inseguras, etc. Essa história me
tocou de verdade. A autora está de parabéns, e que venha o próximo conto
não vejo a hora.” Ana Karolina, leitora

“Um romance maravilhoso. Suzane e Ricardo se amam, poderia ser assim,


mas Aline você foi além dos felizes para sempre. Mostrou um casal vivendo
os seus problemas, momentos bons e ruins. Revelou que não existe receita,
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fórmula, passe de mágica, regras para ser feliz. Não é só o amor que faz uma
relação dar certo, é a DECISÃO que faz dar certo. Torna tudo mais fácil?
Não, mas o amor deles está no olhar, gestos, sorrisos, no cotidiano, na
cumplicidade, isso vai trilhar ESSA aventura que é a VIDA. Obrigada por
construir personagens reais sendo expostos aos nossos olhos.” Claudete de
Souza Santana, leitora

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Prólogo

- Um ano após os acontecimentos do primeiro conto Suzy

Gargalho de mais uma piada de Rafael, ele realmente não consegue deixar
nada passar. Nesse momento, comentando sobre como Leo, nosso amigo de
infância, está de quatro pela noiva. Claro que ao mesmo tempo que ele curte
com a cara do nosso amigo, que apenas bufa, não deixa de estar feliz por
conta disso. Se tem uma coisa a qual torcemos é para que cada um de nós
encontre seu caminho, e que esse seja direto para a felicidade.

— Como se você não estivesse louco pra se amarrar também. — Leo retruca
e gargalhamos ainda mais.

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— O dia em que eu me amarrar será no mesmo que a Suzy se declarar para o


riquinho.

Encaro Rafael incrédula, segurando a vontade de socar sua cara.

— Devia ter mais amor a sua arcada dentária. — digo e Leo gargalha, porém
tudo que Rafa faz é sorrir largamente.

— Mas falando sério agora. — Leo diz de repente, bebendo mais um gole de
cerveja. — Souberam que Tessália foi embora?

Como se pudesse coloca-los em mute, concentro-me nas várias pessoas que


estão chegando ao bar que estamos.

Tento evitar ao máximo qualquer assunto referente a Tessália, já que


geralmente eles o trazem por conta de seu namorado –

Rick. Algo que não preciso hoje, é me lembrar que o homem pelo qual
arrasto um caminhão, é completamente apaixonado há anos pela mesma
mulher.

Levanto-me em um rompante e resolvo ir ao banheiro.

Ouço os gritos de meus amigos, porém os ignoro. Não quero saber


novamente o quanto minha paixão é infundada. Mas que culpa tenho eu de
sempre ficar com as pernas bambas ou meu coração acelerar quando Rick
está por perto? E tudo só piora porque trabalho na fazenda que pertence a
família dele.

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Vida tirana!

Rumo até o banheiro, passando entre algumas pessoas que dançam. Acho que
esse lugar deixou de ser um simples bar há tempos, pelas músicas que tocam
e pela quantidade de pessoas que dançam agarradas, atrapalhando minha
passagem. Mas acho que minhas noitadas, reunida apenas com meu notebook
e alguma boa comida, deixaram-me desinformada sobre o mundo fora do
meu quarto.

Assim que encaro o grande espelho do banheiro, olho para os meus olhos
castanhos claros e vejo que o delineador que usei não é tão bom quanto à
propaganda que fizeram.

Dou um simples retoque com o que trouxe na bolsa e tento novamente dar
vida aos meus cabelos negros que já perderam todos os cachos que fiz com o
babyliss, ele está novamente liso.

Após alguns minutos acabo desistindo, e volto até o local que estava com os
rapazes. Rafael e Leonardo são meus amigos desde sempre, já que nossos
pais são melhores amigos e uma coisa levou a outra. Mesma escola, mesmo
almoço de domingo, mesmas ideias... Por fim, somos como irmãos.

— Perdi algo? — pergunto, sentando-me novamente no grande banco.

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— Bom, talvez devesse se manter firme nesse instante. — Rafa caçoa e o


encaro sem entender.

Viro-me para a direção que ele olha fixamente, atrás de mim, e prendo minha
respiração. Só pode ser o universo querendo jogar novamente na minha cara
como é errado desejar um homem já comprometido.

Olhos azuis penetrantes, um queixo quadrado que apenas ostenta sua


masculinidade, cabelos negros lisos bem penteados, mas ao mesmo tempo
selvagens, a pele bronzeada e como sempre, o meu fraco, seu sorriso perfeito.
Fora lembrar de como ele fica lindo vestido em um jeans apertado e uma
camisa xadrez, que sempre usa na fazenda. Por que ele tem que ser tão
atraente?

— Devia fechar a boca, Iá. — Leo provoca e volto meu olhar pra ele, em
reprovação.

— Nem comecem com os apelidos idiotas. — digo com raiva e eles


gargalham.

Babacas!

— Uma dose de uísque puro sem gelo. — peço para o barman e ele assente,
trazendo a bebida até mim.

Viro de uma vez, tentando controlar meus nervos. De todos os bares dessa
cidade, por que ele veio justamente no NACIONAIS - ACHERON

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qual eu frequento? Faz anos que eu e os meninos viemos aqui e ele nunca
apareceu. Droga!

— Quem vai levar ela pra casa hoje? — Rafa pergunta, encarando Leo, o
qual já se esquiva.
— Ei. — chamo a atenção deles. — Não vou ficar bêbada e...

— Iá, você sempre fica após algumas doses de uísque, sabe disso. — Leo
afirma e eu reviro os olhos.

— Eu vou de táxi pra casa, não se preocupem. —

digo e os dois bufam.

Peço outra dose e assim que o barman coloca, apenas fico encarando a bebida
por alguns segundos. Só de saber que Rick está aqui me desestabiliza, como
se mal pudesse respirar. Como eu queria nesse instante poder mudar esse
sentimento.

— Iá...

— Chega desse apelido ridículo! — digo nervosa e viro a dose.

Os dois paspalhos me encaram como quem diz: “Tem alguém atrás de você”.

— Não devia beber tanto, Suzane.

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Ah, essa voz...

Respiro fundo, repreendendo-me no mesmo instante.

Tenho que manter a máscara fria de sempre para ele, sem deixar que ele saiba
o que sinto e muito menos tenha noção do que me causa.

— Suarez. — digo sem me virar, apenas levantando meu copo, em forma de


cumprimento.

— Como vai, Rick? — Rafael pergunta animado.

Reviro os olhos assim que meu amigo pisca em minha direção. Peço outra
dose e tento me concentrar apenas na bebida.

— Não é mesmo, Suzy?

Viro-me para Leo e mexo a cabeça, num sinal claro de que não faço ideia do
que estão falando.

— Que amamos o natal. — explica e eu apenas assinto, ainda evitando olhar


para o homem parado ao meu lado.

Preciso sair daqui!

Uma nova música começa a tocar e uma ideia me vem em mente. Preciso
extravasar um pouco de como me sinto, ao menos deixar meu corpo se levar
por outra coisa que não seja Ricardo Suarez. Uma boa alternativa é dançar.

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— Vamos, Rafa! — digo de repente e ele me encara sem entender. —


Dançar! Sabe que amo essa música.

Ele me encara um pouco pensativo e logo muda seu olhar para Leo, o qual dá
de ombros. Odeio quando fazem isso, pois é como se tivéssemos uma maldita
telepatia. E pior, é como se já soubesse o que ele vai fazer.

— Eu e o Leo temos que ir. — diz e não poderia ter sido menos sutil. —
Sabe, programa de homens!

Eles se levantam e vem até mim, abraçando-me antes de ir.

— Odeio você. — digo, assim que Rafa se afasta e ele beija minha testa.

— Pode fazer companhia pra ela, não é, Rick? — ele instiga e procuro um
buraco no chão para me esconder.

— Claro.
Logo ele e Leo saem, e apenas os encaro indo até a saída. Eu vou ser presa
por assassinato em breve.

Levanto-me do banco, já pronta para fugir. Mesmo sem Rafa, consigo algum
par em segundos para dançar, pois pela quantidade de gente aqui hoje, isso
não será difícil. Peço uma última dose para o barman e a viro de uma vez.

Assim que deposito o copo no balcão, apenas rumo NACIONAIS -


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em direção às pessoas que dançam, mas logo sinto meu braço sendo puxado
de volta.

— Ei, algum problema? — Rick pergunta, e pela primeira vez na noite, o


encaro realmente.

Eu sempre tento evitar, mas dessa vez, a culpa é toda dele.

— Apenas vou dançar. — digo sucinta e tiro sua mão de mim.

— E não vai me chamar? — pergunta e arqueia a sobrancelha esquerda.

Como ele pode ficar ainda mais sexy?

— Não. — respondo e abro um sorriso.

Viro-me de costas e vou para a pista de dança, deixando-me em poucos


segundos, levar-me pela música.

“Sí, sabes que ya llevo un rato mirándote Tengo que bailar contigo hoy (DY)
Vi que tu mirada ya estaba llamándome Muéstrame el camino que yo voy
(oh)

Tú, tú eres el imán y yo soy el metal Me voy acercando y voy armando el


plan NACIONAIS - ACHERON

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Solo con pensarlo se acelera el pulso (oh, yeah)

Ya, ya me está gustando más de lo normal Todos mis sentidos van pidiendo
más Esto hay que tomarlo sin ningún apuro

Despacito

Quiero respirar tu cuello despacito Deja que te diga cosas al oído

Para que te acuerdes si no estás conmigo

Despacito

Quiero desnudarte a besos despacito Firmo en las paredes de tu laberinto Y


hacer de tu cuerpo todo un manuscrito

Sube, sube, sube

Sube, sube

Quiero ver bailar tu pelo

Quiero ser tu ritmo

Que le enseñes a mi boca

Tus lugares favoritos (favoritos, favoritos, baby)

Déjame sobrepasar tus zonas de peligro NACIONAIS - ACHERON

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Hasta provocar tus gritos

Y que olvides tu apellido

Si te pido un beso, ven dámelo

Yo sé que estás pensándolo


Llevo tiempo intentándolo

Mami, esto es dando y dándolo

Sabes que tu corazón conmigo te hace bom-bom Sabes que esa beba está
buscando de mi bom-bom Ven prueba de mi boca para ver como te sabe
Quiero, quiero, quiero ver cuanto amor a ti te cabe Yo no tengo prisa yo me
quiero dar el viaje Empecemos lento, después salvaje

Pasito a pasito, suave suavecito Nos vamos pegando, poquito a poquito


Cuando tú me besas con esa destreza Veo que eres malicia con delicadeza”

(Despacito – Luis Fonsi part David Yankie)

Fecho os meus olhos e deixo meu corpo ir. Sinto-me solta e livre, como se a
pessoa que vive em meus sonhos não estivesse tão próxima. Pela primeira
vez é como se uma NACIONAIS - ACHERON

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anestesia contra ele fosse injetada em mim.

Danço com vontade, e me solto ainda mais quando sinto braços circularem
minha cintura. Não sou uma mulher de desperdiçar um homem para uma boa
noite, mesmo que sejam poucas vezes que saia de casa. Por isso, abro os
olhos, virando-me para o meu par da noite.

Arregalo os olhos no mesmo instante, e assim que tento sair, seus braços
circulam minha cintura novamente, forçando-me contra seu corpo.

— Ricardo...

— Sem fuga dessa vez. — diz, deixando-me completamente sem jeito.

— Tessália, ela...

— Solteiro, Suzy. — corta minha fala novamente, mudando sua mão de


posição e a colocando em minha nuca.
— Há um bom tempo já.

— Mas...

— Apenas dance comigo. — diz e traz sua boca para bem perto da minha.

Por mais alto que ele seja, parece que nesse instante é como se tivéssemos o
encaixe perfeito. Inalo seu cheiro e estranho por não ser o mesmo que sempre
senti quando ele NACIONAIS - ACHERON

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passa por perto. Resolvo não perguntar mais nada e apenas concentro-me
novamente na música.

Encaro-o como um desafio, deixando claro que é apenas uma dança e nada
mais, não significa que eu vá me entregar para o homem que mais desejo.

Ledo engano.

Sinto minhas costas baterem com força contra a parede, e tanto minha saia
quanto minha blusa fina de cetim são rasgadas. Comigo apenas de lingerie,
Rick me explora, como se saboreasse cada local onde beija, onde me toca.

— Você é tão... Uma verdadeira deusa. — diz e me pega em seu colo,


beijando-me com vontade.

Passo as mãos com força por suas costas e ele arfa.

Afasto-me de repente e faço sinal de negativo com a cabeça.

Ele me encara sem entender, então apenas toco de leve sobre sua camisa
escura, a qual está um pouco aberta.

— Muitas roupas, baby. — digo, puxando de uma vez a camisa, arrebentando


os botões.

Mesmo ele sendo mais forte, acho que pelo calor do momento, consigo jogá-
lo contra a parede, fazendo o mesmo que fez comigo.
Porém isso não dura muito, já que logo ele me segura NACIONAIS -
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com força e praticamente nos joga sobre a minha cama, e agradeço


imensamente nesse instante por tê-lo trazido pra cá, pois sei que seu cheiro
maravilhoso ficará por todo lugar.

— Deusa. — diz, e segura com força meus cabelos, afastando as últimas


peças de meu corpo e do seu.

Arfo assim que nossos corpos se conectam e respiro fundo, tentando não
pensar em mais nada que não seja esse momento. Apenas eu e ele, em minha
cama, realizando todas as fantasias que tenho desde que o conheço.

— Me beije. — pede ávido pelo prazer assim como eu.

Não nego, apenas o beijo, deixando-me cair num abismo, o qual sei que não
tem mais volta.

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Capítulo 1

Dois meses depois...

Suzy

Acordo com uma sede terrível e desenrosco-me de seu corpo. Com cuidado,
levanto-me da cama. Em passos calmos vou até a cozinha e pego uma garrafa
d’água na geladeira. Abro-a e já bebo, encarando vários imãs colocados na
geladeira dele. Noto uma foto, na qual tem todos seus amigos, os quais sei
que são assim como os meus, desde sempre juntos.

Vejo-o sorrindo adoravelmente para a foto, onde deve ter uns dezesseis anos,
com um de seus braços sobre os ombros de uma garota ruiva cheia de sardas -
Tessália. Sinto um calafrio passar por meu corpo e paro de beber a água no
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mesmo instante. Toco de leve na foto e a analiso um pouco mais, sentindo


aquele mesmo vazio de sempre, sabendo que o amor dele é ela.

Pare com isso, Suzy!

As últimas semanas após a primeira vez que dormimos juntos tem sido
incríveis, muito mais do que eu esperava. O que esperava na verdade era que
tudo voltaria ao normal, ao menos pra ele. Seria o simples bom dia e boa
noite na fazenda e nada mais. Mas quando fui ver, uma noite já havia se
tornado duas, e de repente ele passava a noite em meu apartamento e eu em
seu apartamento na cidade. Já que passar a noite na fazenda, onde seus pais
moram e eu trabalho, está completamente fora de cogitação para mim.

Não posso mentir, o sexo com Rick é incrível, assim como sempre imaginei
que seria, mas sei que meu coração está ainda mais ligado a ele após isso, por
mais que teime em dizer a mim mesma de que é apenas uma fase. Ele vai
voltar pra Tessália... Eles são o casal perfeito.

Do tempo em que trabalho na fazenda, onde sou a médica veterinária dos


seus animais, vi várias vezes o como o relacionamento dos dois é perfeito.
Acho que toda nossa pequena cidade sabe disso, além de que estão há muitos
anos NACIONAIS - ACHERON

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juntos, acho que desde a adolescência. Conheço-os desde sempre, mas nunca
fiz questão, já que Rafa e Leo sempre estiveram em minha volta e ao meu
lado, a única pessoa que entrou para esse grupo e é minha é Fernanda – noiva
de Leo –

e Luz, a cozinheira nova da fazenda. Meu problema maior foi há três anos
atrás, quando seu pai, Antônio pediu para que eu deixasse meu emprego em
outras fazendas e cuidasse com exclusividade dos animais dele, e assim
comecei a “conviver”

com Rick diariamente. Sempre o achei lindo, mas logo descobri que era algo
mais... Mais do que eu podia imaginar.

— Hum, essa visão na minha cozinha. — escuto sua voz e saio de meus
devaneios.

Abro a geladeira e coloco a garrafa novamente lá dentro. Viro-me pra ele, e


encontro-o apenas com sua cueca, encarando-me com seu olhar safado.

Como dois meses podem parecer dez anos de repente?

É como se estivesse completamente apaixonada. Coração burro.

— Com fome? — ele pergunta, aproximando-se de mim, e logo me encurrala


contra a pia.

Seu corpo forte e tentador me prende e solto um suspiro. Nego com a cabeça
para sua pergunta e ele segura de NACIONAIS - ACHERON

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leve em meus cabelos.

— Minha camisa está linda em você. — diz e beija de leve meu pescoço,
deixando-me completamente perdida, fazendo-me esquecer de minhas
inseguranças. Dane-se seu ex relacionamento perfeito.

— O que quer agora, peão? — provoco-o e ele ruge, apertando ainda mais
meus cabelos entre seus dedos.

— Você.

Não o espero e ataco seus lábios, consumindo-o assim como ele quer, assim
como queremos. Mesmo que isso seja algo passageiro, eu sei o que quero, e
por mais que minha razão teime em dizer que vou me machucar, deixo meu
coração em viva voz. Vou até o fim nisso.
***

Chego no restaurante em passos trocados, já que tive que correr do trabalho


para dar tempo de almoçar com meus dois melhores amigos. Leo assim que
me vê dá um leve soco no ombro de Rafa, o qual revira os olhos e logo me
encara.

— O que foi que eu perdi? — pergunto, sentando-me NACIONAIS -


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ao lado de Leo.

— Bom, além da educação... Oi Rafael, tudo bem? —

Rafael provoca e é minha vez de revirar os olhos.

— Não seja um bebê. — digo e ele bufa. — Então, me digam.

— Nada. — Leo diz e dá de ombros.

O que?

— Morri de preocupação com a mensagem que me mandaram, dizendo que


era urgente. — digo indignada. — O

que deu em vocês? — pergunto brava.

— Negligenciou seus amigos, isso que aconteceu. —

Leo diz emburrado e Rafael o indica com o dedo, como quem diz “isso aí”.

Gargalho da careta fofa dos dois e aperto de leve as bochechas de ambos.

— Vocês são melhores amigos mais broncos e fofos que conheço. — brinco
e eles bufam ainda mais. — Ei, eu amo vocês, sabem disso. Eu só...

— Está ainda com o riquinho. “Curtindo”. — Rafa diz e faz aspas com as
mãos.

— Eu sei que não devia estar com ele, ok? — digo e NACIONAIS -
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passo as mãos por meus cabelos. — Mas é mais forte do que eu. E a culpa é
toda de vocês, se não tivessem me abandonado naquela noite...

— Ei, quem disse que não devia estar com ele? — Leo pergunta claramente
bravo e o encaro sem entender. — Você é incrível, Iá. Tem que parar de
pensar em Tessália ou qualquer outra merda que te deixe insegura. Rick tem
é sorte de estar com você.

— Digo o mesmo. — Rafa concorda e bebe um gole de sua cerveja.

Reflito as palavras dos dois e abro um sorriso. Eles sempre foram ótimos
comigo, por completo. Sei que o que os deixa putos é o fato de que sempre
tive uma baixa autoestima.

Não por me achar uma mulher feia, pois gosto de mim do meu jeito, mas pelo
fato de nunca me achar suficiente para algo ou alguém.

— Obrigada. — digo e aperto a mão dos dois. —

Prometo tentar pensar assim.

— Bom. — Rafa diz e me encara. — Já que resolvemos essa parte do


assunto, vamos ao principal: nós sentimos saudade! Pronto, disse!

Encaro os dois buscando alguma gracinha, mas ambos NACIONAIS -


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estão sérios.

— Ok, eu prometo que vou ser uma melhor amiga mais presente. — digo e
sorrio pra eles, os quais ainda estão emburrados.

— Ah, e pode dizer ao riquinho que se magoar seu coração, já sabe. — Rafa
diz e pisca pra Leo, o qual mostra seu bíceps e sorri.

Merda!

Os dois homens são enormes, literalmente. Os dois devem ter por volta de
1,80 e 1,90, além de braços enormes, devido a academia que fazem há anos,
além de serem hoje donos de uma. Rafael tem seus olhos verdes e cabelos
caramelo, um sorriso que devasta qualquer mulher, assim como a garçonete
que acabou de vir pegar nossos pedidos.

Leo tem mais um ar de mistério, cabelos pretos e bagunçados, olhos azuis


profundos.

Conversamos sobre outras coisas e fico feliz em saber que ambos estão
animados com o fim de ano assim como eu.

Como sempre iremos atrás da árvore de natal perfeita, como fazemos desde
crianças.

— Bom, espero que gostem. Qualquer coisa só chamar. — a garçonete diz, e


abre um sorriso enorme para NACIONAIS - ACHERON

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Rafael, o qual faz o mesmo.

Safado!

Não consigo pensar muito a respeito, por logo sinto um cheiro forte e que me
irrita.

— Rafael, não acredito que pediu extra de queijo. —

reclamo e sinto meu estômago apertar.

— Mas eu não pedi. — meu amigo diz e tento controlar minha careta, já que
sinto que não estou nada bem.

Respiro fundo, sentindo o cheiro e então encaro meu prato. Os nachos que
tanto amo, e agora parecem a pior coisa do mundo. Sem conseguir controlar
minha ânsia, levanto-me rapidamente e corro para o banheiro.

Assim que abro uma das cabines, ajoelho-me sobre a privada e coloco todo
meu café da manhã pra fora. Merda!

Sinto mãos segurarem meus cabelos e agradeço imensamente. Já que com


certeza ficaria uma bagunça se ficassem soltos nessa bagunça.

— Tudo bem? — Rafa pergunta, assim que dou descarga.

Viro-me pra ele e assinto, indo até o espelho. Pelo reflexo vejo seu olhar
preocupado e Leo me parece da mesma forma.

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— O que foi? — pergunto sem entender. — Devo ter comido algo que me fez
mal.

— Iá. — Leo me chama, enquanto lavo minha boca e tento arrumar meus
cabelos.

— Não deveriam estar no banheiro feminino. —

provoco, mas assim que tento me virar pra eles, sinto uma forte tontura e se
não fosse o corpo de Leo, tinha ido para o chão.

— Iá, você e Rick usam camisinha? — ele pergunta de repente e eu abro um


sorriso sem graça, assim que consigo me manter em pé novamente.

— Claro que sim, nós sempre...

Paro no mesmo instante, lembrando-me da segunda noite em que dormimos


juntos. Não, não pode ser.
— Eu tomo anticoncepcional, Leonardo. — chamo sua atenção e ele me
encara ainda preocupado.

— Estourou alguma vez, não foi? — Rafa intervém e eu assinto, vendo-o


ficar pálido no mesmo instante. — Iá, você precisa fazer o teste.

— Gente, foi só um mal estar e vai...

Tento falar, mas apenas sinto meu corpo ficar leve.

Puxo o ar com força e tento permanecer consciente, mas tudo NACIONAIS -


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que consigo, é mergulhar na escuridão.

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Capítulo 2

Alguns dias depois...

Suzy

Olho de relance para o envelope em cima do banco passageiro de meu carro e


respiro fundo pela milésima vez.

Calma, Suzane! Vai correr tudo bem!

Dirijo com calma até a fazenda dos Suarez, e nunca esse caminho que faço
todos os dias me pareceu tão longo.

Penso em tudo que aconteceu após ter desmaiado e acordado num hospital,
onde meus dois melhores amigos estavam com os sorrisos de fora a fora no
rosto, e já queriam escolher o nome para meu bebê.
Bebê... Meu bebê... nunca imaginei tão cedo, com meus vinte e nove anos ser
mãe, mas cá estou eu, grávida.

Toco de leve minha barriga ainda plana e suspiro. Sinto um amor tão grande
por esse pequeno ser que cresce dentro de NACIONAIS - ACHERON

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mim e que em pouco tempo de sua descoberta, ganhou meu coração. O difícil
vai ser contar isso para Ricardo. Pois não faço ideia de como ele reagirá.

Estaciono o carro no lugar de sempre e ao sair deste, cumprimento alguns dos


trabalhadores que encontro. Ando a passos incertos até a casa principal, e
agradeço aos céus pelos pais de Ricardo terem viajado por esses dias. Entro
pela cozinha na casa e logo encontro Luz, a nova cozinheira da fazenda, uma
mulher jovem que assumiu o lugar da avó que faleceu recentemente. Por mais
difícil que tenha sido pra ela, nunca a vi com o semblante triste, ela sempre
sorri, parecendo deixar o dia de todos melhor. Além do mais, somos amigas
desde que sua avó me apresentou a ela anos atrás.

— Ei, Luz! — a chamo e ela se vira, após olhar algo nas panelas.

— Oi, dona Suzane. — diz, como sempre me tratando com respeito.

— Já disse que pode me chamar de Suzy. Somos amigas, mulher. — peço


pela milésima vez e ela sorri sem jeito. — O senhor Suarez está por aqui?

— O senhor Ricardo? — pergunta e eu assinto. —

Sim, acho que nos estábulos, já que saiu cedo para cavalgar e NACIONAIS -
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disse que voltava para o almoço.

Olho de relance para o relógio e vejo que ainda marca 10 horas, ou seja, ele
deve estar cavalgando ainda.
— Tudo bem, Luz. Vou procura-lo. Obrigada. — viro-me já pra sair, mas a
voz de Luz me faz olhá-la novamente.

— E dona... Quer dizer Suzy. Vocês fazem um belo casal. — diz e sorri
abertamente.

Apenas assinto, sem saber o que dizer e praticamente corro da cozinha. Será
que em algum momento nesses últimos tempos eu e Ricardo deixamos a
entender que temos algo?

Isso não faz bem pra mim, muito menos para meu coração apaixonado.

Ando rapidamente até os estábulos e logo escuto barulhos de um cavalo, mas


como há vários na fazenda, penso que talvez não seja Ricardo. Adentro o
estábulo e logo encontro Estrela, minha égua favorita, tomando água. Assim
que ela termina, aproveito e passo a mão de leve em sua crina.

Por um segundo fico perdida em pensamentos, e esqueço-me até mesmo do


envelope em minhas mãos.

— Menina linda. — a elogio e como se me entendesse, ela solta um baixo


relincho.

Sorrio e continuo mexendo em sua crina, mas de NACIONAIS - ACHERON

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repente escuto gritos vindo de fora do estábulo e praticamente me escondo


atrás de um monte de feno, que está jogado ao lado contrário de Estrela.

De relance vejo Ricardo entrar, vestido apenas com uma calça jeans apertada
e com o peito nu, coberto por suor.

Isso realmente não faz bem a minha mente. Foco, Suzy!

Encaro o envelope em minhas mãos e respiro fundo, dando um passo de trás


do monte de feno, mas ao ouvir a voz de uma mulher, decido voltar a me
esconder, sem ao menos entender por que.
Assim, vejo Tessália Albuquerque, sua ex namorada, que de repente parece
ainda mais linda do antes. Ela anda com dificuldade em seus saltos altos até
Rick, que está encostado contra uma das vigas de madeira do estábulo.

Assisto a cena curiosa, sem saber o que esperar.

— Ricardo, me escuta...

— Já basta, Tessália! — ele grita e eu arregalo os olhos, e ele se vira pra ela.
— Eu disse que não quero isso pra minha vida, não mais.

— Eu vou te dar os filhos que quer e...

— Não quero mais isso, Tessália. Entenda, nosso tempo passou.

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Fico estática e sinto um forte embrulho no estômago, sem conseguir assimilar


suas palavras. Minhas mãos vão para meu ventre e seguro o choro que quer
descer.

— Rick, nós sempre fomos bons juntos. Nada mudou.

— ela diz e então o puxa, beijando-o.

Minha cabeça dói de repente, e me escoro no feno, fazendo com que um


desses caia para frente, chamando atenção dos dois. Não consigo ver suas
reações, pois apenas sinto meus joelhos cederem, e logo minhas pálpebras
pesam e apago ali mesmo.

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Capítulo 3

Ricardo
Assusto-me no momento em que Tessália encosta os lábios sobre os meus,
nunca pensei que ela agiria assim, não ela. Afasto-a no mesmo instante, e
escuto algo caindo.

Quando olho, vejo a mulher que tem meus pensamentos, encarando-nos


estática, e vejo seu corpo instável. No mesmo instante corro até ela, e ela
desmaia em meus braços.

Corro para fora do estábulo desesperado, já indo para o meu carro. Coloco
Suzy com cuidado no banco de carona, e começo a dirigir, ignorando os
gritos de Tessália, e indo o mais rápido que posso para o hospital.

Minha cabeça dá mil e uma voltas enquanto dirijo e não vejo sinal de Suzy
acordar. Toco de leve em seu rosto, e confiro novamente sua respiração.
Nesse instante, torço para NACIONAIS - ACHERON

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que seja apenas um desmaio. Tenho estado em alerta com ela há alguns dias,
desde que ela simplesmente se afastou e disse que precisava me contar algo
importante. E se ela tiver uma doença incurável? Deus, não pode ser isso.

Tenho tantas coisas ainda para compartilhar com ela, conversar a respeito de
tudo, e principalmente sobre sua insegurança a respeito de Tessália e meu
antigo namoro. Ela precisa saber e entender, que nada foi perfeito, e que se
acabou, foi porque não fomos feito um para o outro. Tessália nunca me
despertou o que Suzy faz, deixando-me sempre a beira do abismo e ao
mesmo tempo me reconfortando em seus braços. Com Suzy, eu aprendi a
poder ser eu mesmo.

Assim que estaciono no hospital, saio com ela em meus braços, e adentro o
lugar. Felizmente, o dinheiro que tenho me ajuda nesse instante, pois logo me
reconhecem e trazem uma maca para colocar Suzy, que continua
desacordada.

— Precisamos leva-la para fazer alguns exames...

— Eu preciso entrar com a minha mulher. —


praticamente rosno e a enfermeira me encara assustada.

— Por favor, senhor Suarez. Precisamos cuidar dela agora. — um médico diz
calmamente, e eu assinto, ficando NACIONAIS - ACHERON

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parado na recepção.

Ando de um lado para o outro na recepção, após passar todos os dados que
tinha de Suzy para a recepcionista.

Não sei por que, mas estou completamente desesperado.

— Senhor Suarez. — a mulher da recepção me chama e vou até ela, já


pensando serem notícias de Suzy.

— Sim? — pergunto nervoso.

— Sei que está nervoso, mas preciso que vista uma camisa. — pede baixinho,
e só assim reparo nos olhares curiosos sobre mim.

Merda!

Pego meu celular e disco o número de Leonardo, um dos amigos de Suzy, e


aviso sobre o que houve, além de pedir uma camisa para o mesmo. Em
poucos minutos, ele e Rafael adentram o hospital, e parecem tão nervosos
quanto eu.

Leonardo vem com uma camisa em mãos, e assinto agradecendo assim que
ele se aproxima, mas de repente, apenas sinto um forte soco em meu rosto,
fazendo-me dar dois passos pra trás, desorientado. Assim que consigo me
recuperar volto meu olhar para os dois, e vejo Rafael me encarar com raiva,
viro-me para Leonardo e em vez dele me entregar a camisa, é seu punho que
encontra meu rosto.

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— Eu juro que se não assumir...

— Senhores! — um segurança intervém e chama nossa atenção. — Se não


pararem imediatamente, terei que tirar todos daqui.

— Não precisa, já terminamos com esse aí. — Rafael diz com o rosto
vermelho e Leonardo sorri de lado, finalmente me entregando a camisa.

Limpo um pouco de sangue de meu lábio que deve ter cortado, e finalmente
consigo me manter firme em pé. Mesmo receoso, coloco a camisa e fico
apenas os encarando, sem saber o que fazer ou o que perguntar para entender
o que houve.

— Suzane Cruz? — um médico pergunta e nós três praticamente corremos


até ele. — Bom, está tudo certo com ela, e ela já pode receber visitas.

— Eu vou. — digo e tento ir, mas o braço de Rafael me impede.

— Já fez o suficiente por hoje Suarez. — diz e passa na minha frente, junto a
Leonardo.

Fico estático na recepção, e o médico abre um sorriso sem graça pra mim.

— Assim que eles saírem, você entra. — o médico diz NACIONAIS -


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e eu assinto, segurando-me contra o balcão da recepção.

O que diabos está acontecendo?

Minutos

se

passam

e
meu

coração

bate

freneticamente, tanto de nervosismo quanto as dúvidas que correm por minha


mente. Vejo então Leonardo e Rafael saírem do corredor que dá para os
quartos, e seus semblantes não estão nada bons.

Logo eles se aproximam de mim e ambos me encaram.

— Fizemos bem em quebrar a sua cara agora há pouco, mas pense bem no
que vai dizer a nossa amiga, porque eu juro que...

— Cala boca, Rafa! — Leonardo intervém. — É bom conversar com ela e


encontrar a melhor solução, senão iremos fazer muito mais que quebrar o seu
belo rostinho.

Então eles se sentam na recepção e os encaro por um segundo, antes de ir


para o corredor, em busca do quarto de Suzy. Felizmente encontro uma
enfermeira no caminho e ela me orienta, e logo adentro o quarto de minha
deusa.

— Oi. — digo baixinho, ao entrar, e vê-la deitada em uma cama de hospital.


— Está melhor?

— Sim, obrigada por me trazer para o hospital. — diz NACIONAIS -


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e eu assinto, aproximando-me dela. — Os meninos me contaram o que


fizeram, me desculpe por isso. — diz e eu apenas abro um sorriso fraco.

É inconveniente essa situação, nos dois últimos meses que temos ficado
juntos nunca senti tanta intimidade com alguém, e de repente, parecemos dois
desconhecidos.
— O que aconteceu, Suzy? — pergunto e fico próximo a ela, tocando seu
rosto.

Ela se esquiva e fecha os olhos por alguns segundos.

— Fui até o estábulo pra te contar algo... — diz e respira fundo, finalmente
voltando seus olhos para mim. —

Me escondi, pois ouvi a voz de uma mulher e...

— Suzy, o que você viu foi Tessália tentando voltar atrás de algo que...

— Estou grávida, Ricardo! — solta de repente e minha mente dá voltas.

— O que? — pergunto baixo, sem conseguir acreditar.

— Sei que faz pouco tempo que estamos juntos e tem...

— Meu Deus, mulher! — corto sua fala no mesmo instante. — Eu quero


gritar! — digo já explodindo pela surpresa e pela felicidade em saber disso.

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— Rick, você ficou louco? — ela pergunta completamente perdida.

— Mulher, tudo que eu sempre sonhei na vida era ser pai e você... Ah, deusa,
você acaba de realizar esse sonho.

— Mas Rick, eu escutei você dizendo a Tessália que...

— Que não a queria mais, que nós dois não existe mais. — digo e sento-me
na cama, ao lado dela. — Já nós dois, deusa, temos tudo pra dar certo.
Sempre soube disso.

Desde a primeira vez que a vi. — confesso e ela abre um leve sorriso.

— Eu nem acredito que está feliz com isso. — ela confessa e lágrimas
escorrem por sua face.

— Shhh. — digo e limpo sua face, tocando de leve em sua barriga plana. —
Nem consigo acreditar.

— Nem eu. — ela diz baixinho e sorri fraco.

Encaro sua barriga por alguns instantes e logo seus olhos, vendo a mulher
que desde que começou a trabalhar em minha fazenda me encantou, e fez
meus sentimentos aflorarem. Os momentos em que ela parecia tão alheia a
mim, e aquilo me matava por dentro. E agora, tenho uma parte minha nela, e
tudo o que desejo, é que nós dois, seja uma realidade pra ela, como já é pra
mim.

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Capítulo 4

Um ano depois...

Suzy

— Chega, Ricardo! — grito e vou para o quarto de nosso filho, trancando a


porta.

Sento-me na poltrona de frente para o berço onde Gabriel dorme, e penso a


respeito de tudo que passei nesse último ano.

Depois da notícia de minha gravidez, Ricardo fez questão que eu passasse a


morar com ele em seu apartamento, e seus pais assim como os meus ficaram
em êxtase com a notícia. A princípio tentei negar esse relacionamento apenas
por conta de nosso filho, mas Ricardo deixou claro que estava apaixonado
por mim, e que me queria, assim como nosso bebê.
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Minha gravidez felizmente foi tranquila, envolta de meus melhores amigos,


minha família, a família de Ricardo...

Tudo foi perfeito. Os problemas realmente surgiram aos poucos, quando me


dei conta de como toda essa trajetória foi rápida. E mesmo amando Ricardo,
não sinto-me feliz com ele, não como mulher.

Nossos corpos parecem perfeitos um para o outro, mas ainda sinto que falta
algo, algo que não sei explicar nem a mim, nem a ele. E esse mau humor que
me acomete, apenas desaparece quando tenho meu pequeno Gabriel de quase
quatro meses em meu colo. A cópia fiel do pai, que parece um pequeno
príncipe de olhos azuis grandes.

Respiro fundo, lembrando-me de mais uma briga com Ricardo que começou
há poucos instantes por nada, por algo comum. Será assim um casamento?
Será que isso é cair na rotina? Tento me entender por alguns instantes, mas
logo desisto, não querendo procurar desculpas para o mal estar no meu
relacionamento com Ricardo.

Saio do quarto de nosso filho e vou para o nosso, encontrando Ricardo já


deitado dormindo. Respiro fundo, e vou para o closet, colocando uma simples
camisola de seda branca. Logo volto para o quarto e deito-me ao seu lado,
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sentindo o seu cheiro me inebriar. Só quero entender o que tanto tem de


errado em nós dois.

***

No dia seguinte...

— Não seja um idiota, Rafael. — xingo-o, vendo Luz corar diante de


algumas palavras desinibidas de meu amigo.
— Desculpe. — diz e abre um sorriso pra Luz, a qual desvia o olhar.

Aí tem coisa!

— Bom, já que nossos amigos estão em lua de mel, e temos que trocar os
eletrodomésticos pra eles. — digo e olho para Rafa. — Você lembra quais
são mesmo?

— Geladeira e fogão. — diz, mas seu olhar permanece em Luz.

— Tudo bem então. — digo e paramos em frente à loja onde temos que
trocar. — Vamos logo ver isso.

Empurro o carrinho com Gabriel dentro, o qual dorme serenamente.


Felizmente é só passear de carrinho que ele NACIONAIS - ACHERON

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simplesmente dorme.

Ando pela loja e busco a geladeira e tv do jeito que Fernanda me pediu por
mensagem, antes de viajar para lua de mel com Leonardo.

— Isso. — escuto Rafa gritar e faço minha melhor cara de desentendida,


fingindo não conhecer esse doido.

De relance vejo-o pirando diante de uma prateleira com videogames. Esse


nunca mais cresceu, pois até hoje é fã incondicional da Nintendo.

Ao contrário de mim, uma atendente pra lá de interessada nele, toca em seu


braço e começa a dizer algo, e vejo também de relance Luz sair de perto deles
e logo ela vir até mim.

— O que aconteceu? — pergunto e ela me encara, fingindo não entender. —


Luz...

— Não foi nada. — diz de repente. — Foi só uma noite de bebedeira e...
Esquece.
Abro a boca pra falar algo para ela, e sei que tenho que puxar a orelha de
Rafael logo mais, porém, uma voz infelizmente conhecida se faz presente.

— Meu Deus!

Levanto meu olhar e encontro a última pessoa que NACIONAIS -


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pensei ver hoje, ou melhor, na vida – Tessália Albuquerque.

Ela abre um sorriso, o qual não me convence, e logo se aproxima do carrinho


de meu filho, no qual Luz prontamente fica a frente, como se fizesse um
escudo entre e ele e a mulher com sorriso falso no rosto a nossa frente. Ponto
para mim!

— Como vai, Tessália? — pergunto educadamente e ela sorri ainda mais.

— Como pode ver. — diz e dá uma volta, mostrando seu corpo de modelo.
— Em minha melhor forma.

— Nossa, que ótimo, não? — pergunto e ela assente.

— E as coisas com Ricardo, como vão? — pergunta e eu a encaro sem


entender. — Vi ele em um bar esses dias, um pouco bêbado e... Talvez não
estejam muito bem e...

— É melhor parar agora. — Luz diz aumentando o tom de voz, e eu me


surpreendo com ela. — Se não quiser que eu a tire daqui pelos cabelos.

— Não esqueça do seu lugarzinho, emprega...

— Se terminar essa frase, eu juro Tessália, que eu mesmo a tiro daqui. —


Rafa diz, surgindo de repente, e vejo um sorriso malicioso passar pelo rosto
dela.

— Já com vontade de colocar as mãos em mim novamente, querido? —


pergunta e arregalo os olhos, NACIONAIS - ACHERON
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surpresa por saber que Rafa já dormiu com essa mulher.

— Vou contar até três, Tessália. — Luz diz gelidamente. — Posso sim ser
uma empregada, mas faço isso com muito orgulho e dignidade. E você? O
que tem além do seu próprio corpo?

Tessália fica vermelha, mas logo sorri de lado, dando as costas pra nós.

— Vadia. — digo, finalmente encontrando minha voz.

Então paro um instante, vendo Luz e Rafa se encararem, mas logo ela se
afasta, saindo da loja. Fico parada, vendo Rafael ir atrás dela, enquanto eu
apenas tento assimilar tudo a respeito de Tessália encontrando o homem que
eu amo em um bar.

A que ponto chegamos?

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Capítulo 5

Suzy

Abro a porta do apartamento e assim que a fecho, tiro Gabriel do carrinho e o


pego com cuidado em meu colo, levando-o até seu berço. Meu bebê ainda
dorme tranquilamente, mas sei que com certeza na madrugada ele colocará
pra fora todo seu desalento. Deito-o com cuidado no berço e beijo de leve sua
testa, saindo delicadamente do quarto para não acordá-lo.

Vou então até a cozinha e tomo um pouco de água, e logo percebo que não é
disso que preciso. As palavras de Tessália martelam em minha mente, e tento
entender o que levou Ricardo a bares para beber, sendo que estou aqui, e seu
filho também. O que houve conosco?

Escuto a porta da frente se abrir e me levanto rapidamente, indo até a sala.


Vejo-o entrar, com um NACIONAIS - ACHERON

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semblante cansado e as olheiras abaixo de seus olhos são nítidas. Parece


acabado, assim como eu. Realmente não entendo o que houve conosco.

Uma ideia então vem em minha mente, em meio a todas as perguntas sem
respostas que rondam minha mente.

— Eu preciso que olhe Gabriel enquanto eu estiver fora. — digo e pego


minha bolsa jogada no sofá, indo até a porta.

Logo sinto meu braço ser puxado e Ricardo me encara com pesar.

— Onde está indo, Suzy? — pergunta baixinho. —

Sei que as coisas estão difíceis, mas...

— Mas nada, Ricardo. — corto sua fala e me solto de seu aperto. — Você
tem vivido em bares bebendo e acha que eu não posso fazer o mesmo? Beber
pra esquecer o inferno que tem sido nós dois debaixo do mesmo teto? —

praticamente grito, finalmente extravasando de vez minha angústia, causada


por algo que realmente não entendo.

— De onde soube disso? — pergunta assustado.

— Sua querida ex, ou atual, não sei...

— O que? — pergunta parecendo perdido.

— Tessália, adivinhe só o que eu estou pensando? —

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pergunto com raiva, mas no fundo sei que ele não seria capaz de me trair.
Sinto que não.

— Amor, por favor...

— Me deixa sair, eu preciso de um tempo. — digo e abro a porta, vendo-o


parado, olhando-me como se implorasse para que eu ficasse.

— Quanto tempo? — pergunta e vejo seus olhos com lágrimas, as quais não
quero ver descer por seu rosto.

Preciso sair daqui.

— Eu não sei, Ricardo... Realmente... não sei.

Fecho a porta do apartamento e já me encaminho para o elevador. Preciso


pensar.

***

Entro no bar que sempre venho com os meninos e vejo várias pessoas
espalhadas pelo balcão, virando suas respectivas bebidas. Sento-me
rapidamente sobre uma das banquetas e encaro o barman, o qual abre um
sorriso sem graça pra mim.

— Uma dose de uísque puro sem gelo, por favor. —

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peço e logo ele coloca a bebida a minha frente.

Nesse instante, encaro a bebida, vendo-me perdida nela, e em tudo ao meu


redor. Seguro-a e lágrimas descem por minha face, e sei que estou tão
perdida, que acabei me esquecendo de que isso pode ferir meu filho. Então
fico assim, apenas encarando a dose, a qual parece apenas zombar de minha
face, como se eu fosse uma idiota. Uma completa idiota.

Meu celular toca e o pego na bolsa, vendo o nome de Rafa na tela.


— Oi. — digo, e escoro-me ainda mais no balcão tentando conter as
lágrimas.

— Ricardo me ligou desesperado, completamente louco atrás de você. — diz


sem cerimônia alguma. — O que está acontecendo, Iá?

Nesse instante paro, e é como se entrasse em um mundo paralelo, lembrando-


me do momento em que me chamaram desse apelido pela primeira vez na
vida. Eu estava em minha festa de aniversário de seis anos, e o tema foi sobre
sereias. E tudo o que Rafa e Leo conseguiam brincar comigo era de serem
pescadores e eu a sereia Iara. E assim, surgiu esse apelido, além de nossos
pais sempre dizerem que os dois NACIONAIS - ACHERON

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desde mais novos, não conseguiam dizer Suzy nem Suzane, e apenas me
chamavam de algo parecido com Iá. E só essa lembrança faz-me ver que não
sou mais a mesma de antes, que se entregava completamente para as pessoas,
que doava tudo de mim...

Eu sei agora, não me doei, muito menos me entreguei a Ricardo, apesar de


tudo. Ele nunca demonstrou arrependimento por estar comigo, mas eu sempre
esperei que ele fosse me deixar. Que ainda amava Tessália e no fim... Ele
nunca me deixou, e sempre diz que me ama. O problema todo consistiu e
ainda consiste em mim mesma, que pareço presa a um passado, o qual
Ricardo se libertou há muito tempo. Eu tenho atrasado nós dois.

— Suzy?

— Eu... Eu preciso dele, Rafa. — digo em meio ao choro.

— Sempre soube disso, Iá. Vá atrás dele, converse.

Não cometa o mesmo erro que eu.

— Rafa, eu...

— Primeiro se resolva, depois conversamos sobre mim.


— Eu te amo. — digo e limpo as lágrimas de meu NACIONAIS -
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rosto.

— Eu sei, eu também te amo, Iá.

Ele desfaz a ligação, e eu coloco algumas notas sobre o balcão e corro pra
fora do bar.

Já do lado de fora, sinto os pingos de chuva sobre mim, uma chuva forte que
cai e parece dizer o não quis enxergar: Ricardo me ama e está sofrendo
também. Sofrendo além do que eu poderia imaginar.

Vou para nosso apartamento a pé, tomando a chuva que parece levar com ela
todas as incertezas que tinha em minha mente. E assim que chego ao nosso
prédio, tento ficar o mínimo possível apresentável.

No elevador, agradeço por não ter ninguém dentro, porém pouco me


importaria, o único problema seria o síndico me ver assim, toda molhada,
dentro dessa caixa de metal.

Abro a porta de nosso apartamento rapidamente, e assim que meus olhos


param na cena que acontece na sala, meu coração dá voltas no peito.

Ricardo está sentado no tapete da sala, tocando uma pequena caixinha de


veludo vermelha. Em sua face, há lágrimas, e assim que seus olhos me
encontram, ele parece se assustar.

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— Meu Deus, deusa! — diz e levanta rapidamente, colocando a caixinha no


bolso de sua calça.

Vejo-o correr para o nosso quarto, então vou atrás dele, encontrando no
banheiro, pegando uma toalha.

Enquanto ele fica lá dentro, tiro toda minha roupa, e nua vou até ele.

Assim que seus olhos se deparam com meu corpo nu, ele parece abismado, e
ao mesmo tempo perdido.

— Deusa...

— Shhh. — digo e me aproximo dele, tocando de leve seus lábios. — Eu


sinto muito por estar errando conosco, mas eu quero que saiba que eu te amo,
Ricardo Suarez. E eu sou sua, por completo agora.

Ele não espera mais nada e apenas me pega em seu colo, levando-me para o
banheiro, e aos poucos suas roupas também desaparecem, e a cada toque,
cada beijo, sinto-me finalmente completa. E ao ver o seu olhar de adoração,
tudo em meu ser se enaltece.

— Eu queria fazer isso em um momento romântico, mas...

— O que? — pergunto, beijando seu pescoço enquanto a água quente cai


sobre nós.

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Ele então sai do box, e logo volta com a caixinha de veludo vermelha que vi
em suas mãos momentos atrás.

— Eu pensei mil vezes sobre o pedido, não pela incerteza, mas porque eu
tinha medo de que não me aceitasse.

— diz e a abre, fazendo-me ver uma linda e delicada aliança.

— Desde que começou a trabalhar na fazenda e meus sentimentos foram


abalados e eu não conseguia te tirar da minha cabeça, até a noite que eu pude
finalmente te ter. Ah, e nosso filho... Nosso lindo e pequeno anjo Gabriel.
Você realizou todos meus sonhos, deusa. Mas eu quero... Quero que...
— Sim. — praticamente grito, sem deixa-lo terminar o pedido, e o beijo.

Sinto quando ele coloca com cuidado a aliança em meu dedo anelar esquerdo
e sorrio, entre o beijo longo e repleto de amor que trocamos, como se
selássemos esse momento.

— Eu te amo. — digo, e o beijo rapidamente, o que não dura muito, pois logo
ele me pega em seu colo, e minhas costas batem contra a parede.

— Agora, deusa, eu vou amar a minha futura esposa como ela merece. — diz
com a voz rouca que me deixa louca.

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— Do jeito que sempre quis.

— Sou toda sua, peão. — digo e após isso, apenas consigo senti-lo, enquanto
meu coração, mente, e alma parecem finalmente em sintonia.

Nada mais importa do que nós. Nem mesmo o passado, pois ele não tem
poder algum sobre um sentimento verdadeiro, o sentimento que temos um
pelo outro.

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Epílogo

Tempos depois...

Ricardo

Em muitos momentos a vida é engraçada e dá mil e uma reviravoltas. Neste


instante, assistindo meus bens mais preciosos dormirem tranquilamente no
tapete da sala, meu coração apenas consegue esbanjar felicidade.
Deixo meus filhos dormindo ali mesmo, sem querer acordá-los por enquanto.
Vou em direção a cozinha, e lá encontro a mulher que ganhou
verdadeiramente meu coração, cantando uma música, enquanto lava a louça
do almoço de domingo.

Se em anos atrás, quando ainda tinha apenas meus dezesseis anos, me


perguntassem a respeito do futuro, eu não via nada em que Tessália não
estivesse inclusa. Mas o NACIONAIS - ACHERON

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amadurecimento e o dia a dia de nosso relacionamento mostrou-me que


aquilo não foi amor, foi uma paixão adolescente, e que com o tempo foi se
desgastando.

Paro na entrada da cozinha e a analiso, lembrando-me perfeitamente da


primeira vez que a vi e como fiquei abismado com seu sorriso.

Cavalgava rápido, enquanto via que a chuva estava prestes a cair dos céus e
não queria molhar Trovão – meu cavalo. Com muita dificuldade, devido a
uma parte já com lama no meio do caminho e a chuva que nos atingiu,
consigo levar Trovão para sua baia, e faço carinho em sua crina.

De repente, escutei o resmungo de alguém, e busquei dentro do estábulo o


sinal de algum dos rapazes da fazenda.

De relance vi um corpo cheio de curvas, abaixado no chão, tocando de leve a


cara de um potrinho, que sabia ser o mais novo da fazenda. A mulher de
cabelos negros e lisos tocava de leve nele, o qual não se afastava, e como se
pedisse mais chamego, ela o continuava a acariciá-lo.

Aproximei-me e a vi sorrir pra ele, e por um instante, meu coração falhou


uma batida. Respirei fundo e tentei não mais olhá-la, o que foi em vão, pois
assim que seus olhos recaíram sobre os meus, não consegui focar em mais
nada.

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— Olá. — ela disse calmamente e se levantou, limpando a mão na calça


jeans que se agarrava perfeitamente a suas curvas.

Pare com isso, Ricardo!

Recriminei-me no mesmo instante, sabendo que tenho uma namorada a qual


devo ser fiel. Mas não consegui enganar meu coração e muito menos meus
olhos para o que estava diante de mim. Uma verdadeira deusa.

— Eu sou Suzane Cruz. — disse e estendeu a mão pra mim. — Você é...

Como em um estalo, apertei sua mão com delicadeza, sentindo algo me


atingir no mesmo instante, como um choque. Analisei-a e notei que sequer
seu olhar mudou, ou seja, ela parecia completamente alheia a minhas
sensações.

— Sou Ricardo Suarez. — disse e ela sorriu, fazendo-me recriminar-me mais


uma vez.

Eu não deseja-la...

— Ei. — escuto sua voz doce e finalmente volto à realidade.

Minha deusa está encostada na pia, parada, encarando-me com curiosidade.

— O que foi, amor? — pergunto e vou até ela, NACIONAIS - ACHERON

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enlaçando sua cintura.

— Os nossos pestinhas dormiram? — pergunta e eu assinto, beijando seu


pescoço. — O que fazia parado feito bobo divagando na entrada da cozinha?

— Pensado no dia em que te conheci. — confesso e a encaro.

Seus olhos mantém o brilho, do mesmo dia em que nos casamos, o qual está
presente nela desde o momento que entendeu que para mim apenas existe ela,
e é ela, a mulher capaz de revirar meu mundo.

— Pensando coisas boas, peão? — pergunta e sorri de lado.

— Coisas mais do que boas, deusa. — digo e a puxo pra ainda mais perto de
mim. — Terminou de lavar tudo? —

pergunto e ela assente.

— Algum interesse nisso? — indaga maliciosa e eu sorrio pra ela, beijando-a.

Nosso beijo é fervoroso, com todos os nossos sentimentos compartilhados e


aquele desejo que nos queima por dentro. Assim que a coloco sobre a mesa,
não consigo pensar em mais nada que não seja ter essa mulher.

— Mãe!

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Escutamos o grito de nossa caçula de cinco anos, Olívia, e Suzy começa a


gargalhar, encarando maliciosamente o estado no qual me encontro.

— Acho que só mais tarde, peão. — provoca e puxa meu lábio inferior com
os dentes.

— Eu vou cobrar isso, deusa. Tenha certeza. — digo, enquanto ela pula da
mesa, e se vira pra sair.

Não resisto e lhe dou um tapa com força na bunda, fazendo-a pular e me
encarar sorrindo. E nesse momento, sou eu quem sorri, sabendo que nem
mesmo a rotina do dia a dia, e a vida em si consegue tirar a felicidade de
estarmos um com o outro.

Nós mudamos com os anos, nos modificamos em vários sentidos, mas se


existe algo que permaneceu, é o amor e carinho que temos um para com o
outro. Algo pelo qual irei lutar pelo resto de nossos dias.
Fim

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Nota da autora

Olá amores! Espero que tenham gostado do conto J

O próximo conto será o de Rafael.

Espero poder contar com a avaliação de vocês <3

Obs: avalie, mande o print pra mim e ganhe marcadores da trilogia.

Beijos e até a próxima!

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Outras obras

O homem que não amei – Trilogia Soares – Livro 1

Sinopse

Um casamento baseado em um acordo e um passado não revelado.

Victória Fontana passou por cima de tudo por um único e exclusivo amor,
sua filha Luna. Chegando a ponto de conviver sob o mesmo teto que o
homem que mais repudia, o qual a traiu inúmeras vezes e trocou míseras
palavras com ela durante os vinte anos de casados.

Porém, o tempo passa e agora sua filha irá se casar. Essa seria finalmente a
liberdade que Victória sempre sonhou, no auge dos seus quarenta anos, tudo
o que deseja é encontrar um verdadeiro amor e se afastar de vez do atual
marido.
Caleb Soares é um homem reservado e completamente fechado.

Ele guarda segredos que envolvem não só seu passado, mas de toda sua
família. Sua prioridade sempre se baseou em cuidar de sua filha, e em
hipótese alguma revelar algo a Victória. Vinte anos vivendo ao lado da
mulher que ama, não foram o suficiente para ele se declarar... Um erro do
passado fez com que Caleb trancafiasse seu amor e deixasse com que ela o
odiasse. Quando Victória pede o divórcio, ele finalmente se dá conta de que
seu amor por ela, não passou com o tempo.

Será ele capaz de abrir seu coração?

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Será ela capaz de acreditar em seus sentimentos?

Caleb tem uma chance de conquistar sua esposa, e caso não consiga, a
perderá para sempre.

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A mulher que amei – Trilogia Soares – Livro 2

Sinopse

Castiel Soares ao contrário do que muitos pensam sempre foi o mais centrado
e obediente dos irmãos. Cometeu erros como qualquer ser humano e alguns
deles atormentavam seu sono... Até conhecê-la.

Danielle Campos sofreu uma grande perda no passado que transformou sua
vida completamente. E mesmo com a dor que sentia nunca deixou nenhum
sentimento ruim a corroer... Até conhecê-lo.
Ele pensou que ela seria sua salvação.

Ela quer de todas as formas sua destruição.

Um sentimento arrebatador entre a linha tênue do amor e do ódio.

Qual falará mais alto?

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A quem amei para sempre – Trilogia Soares –

Livro 3

Sinopse

Antonella "Babi" Laira pouco sabe sobre seu passado, mas tinha a certeza de
um futuro ao lado do amor de sua vida, o qual mesmo sendo proibido, ela
lutaria.

Christopher Soares encontrou em Babi a oportunidade perfeita para


finalmente concluir seus planos. O que ele não contava era que no meio do
caminho sua maior ambição se tornaria algo desprezível perto da dor que
causou a mulher que o escolheu.

Segredos serão revelados

Mentiras serão descobertas

Christopher verá a mulher que ama se afastar em um piscar de olhos.

Será ela capaz de perdoar um amor falho e se entregar novamente ao homem


que mais a enganou?

Será ele capaz de fazer a escolha certa entre o amor e a ambição?


Alguns amores valem por uma vida, outros não passam de uma mentira.

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O que sobrou do meu amor – Série O que sobrou –

Livro 1

Sinopse

O casamento dos sonhos com o homem dos sonhos, é tudo o que uma mulher
perdidamente apaixonada pode querer, não? Melissa Lourenzinni põe isso à
prova.

Após anos apaixonada pelo cara mais velho e melhor amigo do seu irmão,
não via mais como ser notada por Levi. Porém, na noite de seu aniversário de
dezesseis anos, uma pitada de ousadia, acompanhada de uma boa dose de
álcool, mais uma avalanche de ciúmes, acaba por mudar o rumo de suas
vidas.

Uma gravidez inesperada uniu o casal, ou melhor, separou-os.

Apesar de dez anos de casados, Levi nunca demonstrou qualquer sentimento


por Melissa. Desacreditada no amor, Melissa está mais do que decidida: está
na hora de terem uma conversa. Porém, novamente, o destino acaba
brincando com os dois.

Um casamento

Uma traição
O que sobrará desse amor?

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O que sobrou do nosso amor – Série O que sobrou

– Livro 1.5

Sinopse

Melissa Lourenzinni passou por várias turbulências em sua vida, e percebeu


que o amor que sentia pelo marido, se esvaiu após dez anos de um casamento
infeliz e uma traição. O perdão não é impossível, mas a confiança quebrada
se tornou. Agora, ela só quer entender o que sente, redescobrir-se e cuidar de
sua filha, a qual se tornou seu mundo.

Levi Gutterman perdeu sua esposa por conta da própria imaturidade e


negação, além de seus erros no passado. Ele consegue manter apenas o
mínimo de contato com ela, no caso, através de sua filha.

Porém, ele não consegue desistir do que sente, muito menos agora, que tem a
certeza que jamais amará outra mulher.

Um casamento destruído

Uma mulher confusa após uma traição

Um homem apaixonado em busca de redenção Será que algo sobrará desse


amor?

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O que sobrou da sua paixão – Série O que sobrou –

Livro 2

Sinopse

Sophie Moraes lutava pelo sonho de dar orgulho e conforto para sua mãe, e
apesar de ter um diploma em Economia, esforçava-se ao máximo em seu
cargo de recepcionista. Toda sua vida muda ao receber o convite que deveria
ser seu sonho: o de se tornar assistente de Daniel Lourenzinni.

Daniel Lourenzinni é um homem conhecido por sua beleza estonteante e


educação impecável. Após ter uma decepção amorosa, ele passa a esconder
seu coração como um tesouro, e resolve simplesmente fugir desse
sentimento. Porém, tudo muda de perspectiva ao reencontrar seu amor de
outrora e uma nova mulher a quem ele não consegue mostrar toda sua boa
educação. Daniel se apaixona, mas sem saber como agir diante disso, usa da
única opção que garantiria um pouco de paz ao seu coração: reivindicar
Sophie como sua.

O que sobrará dessa paixão?

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De encontro ao amor (Conto)

Sinopse

Sofia viveu por anos à sombra de um amor não correspondido.

Após finalmente encarar a realidade, quando o homem que ama se casou com
outra, ela resolve dar um tempo de tudo. Mas como nada a vida é como se
espera, de repente, um alguém que ela nunca notou, mas que de certa forma
estava por perto, chama sua atenção. Porém, mal sabe ela que ele apenas
apareceu no momento certo, para ganhar seu coração.

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Até a próxima!

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Sumário
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Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Epílogo
Nota da autora
Outras obras
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Capítulo 1
Capítulo 2
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